Sonhei com ele ontem, e pensei em re-assistir hoje pela sexta? talvez sétima vez. Não importa quantas vezes eu tenha visto, esse filme nunca falha em me deixar extremamente comovido & aterrorizado. Como se fosse a primeira vez. Gostaria de dizer alguma coisa inteligente/interessante sobre ele, mas acho que levei um tiro na cabeça.
Provavelmente o ápice da comédia romântica. Mas o que ainda me surpreende são os toques sombrios de melancolia e tristeza. Depressão, traição, etc. Tudo isso acontecendo dentro e fora da loja, que é praticamente um personagem próprio, juntando as peculiaridades e personalidades de todo mundo que trabalha ali. Sullavan e Stewart são, naturalmente, fantásticos - trocando ofensas durante o dia, e revelando sua beleza interior durante a noite(através da correspondência). Esse é um filme para pessoas que acham todos os feriados deprimentes, mas ainda tem esperança. Ou não. De qualquer jeito, assistir esse aqui novamente consolidou seu status como outro filme essencial.
Quem diria que re-assistir filmes poderiam trazer tantos prazeres? Eu provavelmente ainda não o farei.
Tem uma coisa, uma coisa? sobre uma certa seção do cinema onde o diálogo é artificial e afiado, deslizes inteligentes na ponta da língua de cada homem, mais rápido do que poderia na "realidade" (R. Brand de lado), causando a intensidade e eloquência para sustentar um padrão sublime e infinitamente cativante. Opressivo e imaturo? Se esse filosófico narcisismo jogado ali é tão fabricado então porque, porque parece tão real? A Colecionadora argumenta que regras talvez fossem feitas para serem quebradas. A não-existente trilha sonora, o som natural constantemente aparecendo para mostrar a simulada indiferença dessa tese. O mundo pertence à aqueles que acordam cedo. A condição humana vai te seguir até nas férias, mas aqui está a solução; fuja. Eu acho que as crianças estão em apuros.
Hilário. Angie Dickinson fica no meio de umas travessuras Psicosianas, mas depois fica toda enrolada em algumas homenagens à Vertigo que são espantosamente sexy. A técnica de De Palma está no seu auge surreal e sedutor na cena do museu, que depois se mostra um tremendo truque quando descobre-se o sombrio segredo do homem que Dickinson tinha recém transado. Depois o filme transita entre adorável prostituta Nancy Allen e o filho nerd de Dickinson, e Michael Caine que sabe-se lá o que ele faz metade do tempo. O assassino está à solta, as split screens estão prontas, ligando os personagens, doenças, múltiplas personalidades, de vários lugares diferentes, o humor está lá. O que mais fazer com as ridículas exagerações, a mania louca, intencionalmente grotesca que infesta todo esse filme? Ou isso tudo é apenas um truque e criticismo pós-moderno de absolutamente nada? Tem uma beleza no falso resgate de Dickinson. Isso não pode ser encontrado em outro lugar.
Eu amo assistir pessoas que te inspiram sendo eles mesmos na frente da câmera, apenas para vê-los como pessoas comuns pelo menos uma vez. Eu gostaria que eu pudesse sentar perto da mesa dos meus diretores favoritos e só ouvir eles falarem dos seus filmes e lugares favoritos. Tempo de Viagem me permite entrar no mundo de um deles por uma hora. Tarkovsky parece ser um transparente e apaixonado pensador, mas o quanto você consegue aprender sobre alguém em 60 minutos? Eu gostaria que fosse mais longo. Eu gostaria que Antonioni tivesse aparecido e eles tivessem feito um bolo cheio de arco-íris e sorrisos e todo mundo comeria e ficariam felizes.
Isso é um exercício do extremo, uma jornada ao centro dos voyeurs excêntricos, os maliciosos e os repugnantes. Bem vindo à Edgeville. Tirando á bela porém nebulosa filmagem 240p não tem muito o que "apreciar" nesse filme, sadistas à parte, e é provável que toda a filmografia de Vogels siga essa mesma fórmula. Eu não sei como me sinto. Certamente não estou entediado. Estou ainda absorvendo tudo que acabei de ver. Ele transpira uma intensa atmosfera e eu nunca parei pra pensar "isso parece falso", em vez disso "eu imagino como eles chegaram aí". Poucos found-footage filmes do tipo realizam tal conquista. As atuações e a natural fluidez de toda insanidade também se manifestam bem com o sentimento de realidade, quando esse cara larga a câmera ele não aponta para o drama, ele perde várias mortes, parece que ele realmente está filmando só por filmar. Não parece artificial como tantos do gênero. Pretendo assistir o resto da trilogia. Para edgy mcedge town eu vou.
Esse é o filme mais experimental de Lynch desde Fire Walk with Me, onde um espantado Jacques Rivette saiu "flutuando dois metros acima do chão." "O sonho sem esperança de ser, não aparentar", diz a médica em Persona, cuja metáfora de atuação é colocada através de passos Lynchianos: a câmera orienta a heroína através de um corredor sombrio onde seu marido (ou talvez uma entidade polonês demoníaca conhecida como The Phantom) aguarda, junto com um bando de vadias dançando (ou melhor, fazendo) "The Loco-Motion", tudo iluminado por lâmpadas sinistras com a assinatura do diretor. Ser atriz é o centro de Império de Sonhos, ser uma boa atriz mais ainda - assim como Naomi Watts e sua fábrica de sonhos em Mulholland Drive, Nikki usa a atuação como uma tentativa de achar sua identidade e impor ordem no caos, mas as emoções e o cinema sugam ela. O quanto ela está em controle quando distribui suas falas na frente da câmera (this sounds like dialogue from our script!), o quão fora de controle ela está quando se rasteja para o seu amado marido ou gritando como uma prostituta de beco; um rosto enfeitado estrelando em close-up versus uma cara que se assemelha a máscara do assassino em Todo Mundo em Pânico, ambos reunidos pela bravura de Laura Dern. (Uma performance grande demais para a Academia. Lynch, no entanto, fez pessoalmente uma campanha para uma nominação do Oscar com uma vaca, o que pode parecer como uma brincadeira, mas é um gesto profundamente sincero.) Atuar é procurar e se prostituir, também, como um esguicho de ketchup também pode ser uma ferida sangrenta, um buraco queimado em um lenço é uma câmara escura, na qual pula de um solista machucado para se tornar um silencioso homem de óculos que poderia ser um submundo de Mock Turtle ou um produtor ouvindo a persuasão do diretor.
E isso é apenas uma fração do filme. Eu nem sequer mencionei os artistas de circo bálticos fazendo churrasco no quintal, Julia Ormond com uma chave de fenda ensanguentada saindo do estômago, o espectro emergindo do fonógrafo arranhado, Beck's "Black Tambourine" usado da maneira mais sinistra possível, todos os temas e repetições ecoando nesse parque de diversões fantasmagórico. Forçar um significado no filme é reduzi-lo, pois as imagens de Lynch existem e queimam independentemente de interpretação - elas estão produzindo fragmentos que se juntam (ou não) em nossa mente, projetados numa epifania pessoal. A heroína é separada (ou unida) em duas ou três personalidades, ela morre sangrando ao ouvir do Céu apenas para ser ressuscitada assim que as lentes se afastam: Não importa se isso é o que realmente acontece, você já viu o momento (e, dada a habilidade de Lynch para imersão visceral, você já experienciou isso também). Império dos Sonhos é indescritivelmente belo, assim como de mau gosto e sombrio como suas três surpreendentes horas são, é inegavelmente cheio de esperança, com um final não preenchido com Silencio, mas com a barulhenta, radiante alegria de um Fellini ou Jonathan Demme. Nikki e Sue são ultimamente inseparáveis, assim como beleza e horror, ou condenação e transcendência, ou a audiência e o filme - é um mundo estranho, tudo bem, por isso a câmera de Lynch nos leva através dele, uma imagem perigosa de cada vez. Em meio a tanto esplendor, o maior choque é lembrar que você está num cinema quando as luzes se acendem.
“To see others suffer does one good, to make others suffer even more: this is a hard saying but an ancient, mighty, human, all-too-human principle. Without cruelty there is no festival.” - Nietzsche
Todos os filmes do Carax anteriores a este nasceram de uma certa paixão adolescente, um romance inocente que era contagiante. Não só porque os personagens possuíam essas coisas, mas porque o próprio Carax parecia determinar a encher seus filmes com momentos que expressassem esse sentimento. Pense "Modern Love", jetskis e Public Enemy, tap dancing, cortando o cabelo, etc. Pola X me parece ter uma proposta um pouco diferente. Depardieu vive uma vida divertida numa relação quase incestuosa com sua mãe, Deneuve, e sua prima noiva ao longo do caminho. Ele não parecia nada satisfeito. Só que ele continua a sonhar com uma mulher estranha. Logo ele abandonou seu estilo de vida burguês, sentindo-se de que ele finalmente viu através da perspectiva da vida que ele deixou para trás. A paixão juvenil fica obscura, destrutiva, obsessiva, que entra em alguns lugares bem fodidos, em última análise, chega a uma histeria alimentada por grandes gestos. É a destruição de um sonho. A vida oculta que você nasceu para viver acaba não sendo tão bom quanto você pensava. Mas na escura, escura floresta, tudo é esquecido; a dor que queremos possuir e proteger os outros dela é aquela que causamos. Estamos juntos, banhados em sangue.
Automaticamente hipnotizado por um filme onde a câmera não para de se mexer, nunca, e os personagens aqui se relacionam através de movimentos do ballet de Moscow, e mudam de acordo com aproximação física em vez de diálogo. To The Wonder é calmo, pacífico, lírico e transcendente. Halcyon On and On. Malick é a razão de eu continuar a assistir filmes o dia inteiro em vez de brincar com meus carrinhos na areia com o resto das crianças.
Tem um perigo em não abrir mão das coisas. Em se agarrar no amor após a data de validade até que se estrague. Se torna amargo. Ele apodrece. Ele começa a mudar o significado do amor de dentro pra fora da pessoa que não vai largar do fantasma. É admirável pela forma como voa sobre perspectivas, sem um verdadeiro protagonista, e o jeito que examina a paixão através de tantos pares de olhos.
"All you need for a movie is a giant snake and Jon Voight being a weirdly accented nutjob. And a part where Ice Cube calls the snake a bitch." - Jean-Luc Godard
Eu comecei a pensar, entre Jason Statham gratuitamente tirando sua camisa no meio de uma briga e Jason Statham rolando sem camisa no óleo no meio de uma briga, se Jason Statham era nosso primeiro ator gay dos filmes de ação. Quando Jason Statham beija um homem debaixo da água pra sobreviver, eu sabia que ele era.
*esse pode ter sido Carga Explosiva 2, eu não ligo o suficiente pra pesquisar.
Vou escrever mais sobre ele depois, quem sabe. Eu vi muita gente falando de como esse filme é o ultimo testamento de uma arte que está morrendo. Isso é uma parte de Holy Motors, mas eu acho que isso é uma leitura simplificada dele. Não é só uma granada arremessada. É uma canção de amor. E acima de tudo, é um desafio. Alguém tão audacioso quanto o Carax não quer ver esse tipo de cinema morrer numa época onde o digital torna muito mais fácil de fazer filmes pequenos.
Cidade dos Sonhos
4.2 1,7K Assista AgoraSonhei com ele ontem, e pensei em re-assistir hoje pela sexta? talvez sétima vez. Não importa quantas vezes eu tenha visto, esse filme nunca falha em me deixar extremamente comovido & aterrorizado. Como se fosse a primeira vez. Gostaria de dizer alguma coisa inteligente/interessante sobre ele, mas acho que levei um tiro na cabeça.
A Loja da Esquina
4.2 70Provavelmente o ápice da comédia romântica. Mas o que ainda me surpreende são os toques sombrios de melancolia e tristeza. Depressão, traição, etc. Tudo isso acontecendo dentro e fora da loja, que é praticamente um personagem próprio, juntando as peculiaridades e personalidades de todo mundo que trabalha ali. Sullavan e Stewart são, naturalmente, fantásticos - trocando ofensas durante o dia, e revelando sua beleza interior durante a noite(através da correspondência). Esse é um filme para pessoas que acham todos os feriados deprimentes, mas ainda tem esperança. Ou não. De qualquer jeito, assistir esse aqui novamente consolidou seu status como outro filme essencial.
Quem diria que re-assistir filmes poderiam trazer tantos prazeres? Eu provavelmente ainda não o farei.
Galo de Briga
3.6 9 Assista AgoraPorque quando a mulher que eu amava me deixou, eu também arranquei a cabeça de um galo morto e mandei pra ela sem uma palavra.
Warren Oates é deus.
Onde Começa o Inferno
4.2 128 Assista Agora"When I'm getting serious about a girl, I show her Rio Bravo and she better fucking like it." - Quentin Tarantino
Daunbailó
4.1 133 Assista AgoraTom Waits tanto na tela quanto na trilha, como não amar?
Estrada Perdida
4.1 469 Assista AgoraI'M DERAAAAAAAAAAAAAANGED.
Bom Trabalho
3.8 76 Assista AgoraA única razão de "Rhythm of the Night" estar na minha cabeça agora.
Desencanto
4.4 171 Assista AgoraBaby, you're gonna miss that train.
A Colecionadora
3.8 49 Assista AgoraTem uma coisa, uma coisa? sobre uma certa seção do cinema onde o diálogo é artificial e afiado, deslizes inteligentes na ponta da língua de cada homem, mais rápido do que poderia na "realidade" (R. Brand de lado), causando a intensidade e eloquência para sustentar um padrão sublime e infinitamente cativante. Opressivo e imaturo? Se esse filosófico narcisismo jogado ali é tão fabricado então porque, porque parece tão real? A Colecionadora argumenta que regras talvez fossem feitas para serem quebradas. A não-existente trilha sonora, o som natural constantemente aparecendo para mostrar a simulada indiferença dessa tese. O mundo pertence à aqueles que acordam cedo. A condição humana vai te seguir até nas férias, mas aqui está a solução; fuja. Eu acho que as crianças estão em apuros.
Vestida Para Matar
3.8 252 Assista AgoraHilário. Angie Dickinson fica no meio de umas travessuras Psicosianas, mas depois fica toda enrolada em algumas homenagens à Vertigo que são espantosamente sexy. A técnica de De Palma está no seu auge surreal e sedutor na cena do museu, que depois se mostra um tremendo truque quando descobre-se o sombrio segredo do homem que Dickinson tinha recém transado. Depois o filme transita entre adorável prostituta Nancy Allen e o filho nerd de Dickinson, e Michael Caine que sabe-se lá o que ele faz metade do tempo. O assassino está à solta, as split screens estão prontas, ligando os personagens, doenças, múltiplas personalidades, de vários lugares diferentes, o humor está lá. O que mais fazer com as ridículas exagerações, a mania louca, intencionalmente grotesca que infesta todo esse filme? Ou isso tudo é apenas um truque e criticismo pós-moderno de absolutamente nada? Tem uma beleza no falso resgate de Dickinson. Isso não pode ser encontrado em outro lugar.
Tempo de Viagem
4.1 23Eu amo assistir pessoas que te inspiram sendo eles mesmos na frente da câmera, apenas para vê-los como pessoas comuns pelo menos uma vez. Eu gostaria que eu pudesse sentar perto da mesa dos meus diretores favoritos e só ouvir eles falarem dos seus filmes e lugares favoritos. Tempo de Viagem me permite entrar no mundo de um deles por uma hora. Tarkovsky parece ser um transparente e apaixonado pensador, mas o quanto você consegue aprender sobre alguém em 60 minutos? Eu gostaria que fosse mais longo. Eu gostaria que Antonioni tivesse aparecido e eles tivessem feito um bolo cheio de arco-íris e sorrisos e todo mundo comeria e ficariam felizes.
August Underground
2.5 26Isso é um exercício do extremo, uma jornada ao centro dos voyeurs excêntricos, os maliciosos e os repugnantes. Bem vindo à Edgeville. Tirando á bela porém nebulosa filmagem 240p não tem muito o que "apreciar" nesse filme, sadistas à parte, e é provável que toda a filmografia de Vogels siga essa mesma fórmula. Eu não sei como me sinto. Certamente não estou entediado. Estou ainda absorvendo tudo que acabei de ver. Ele transpira uma intensa atmosfera e eu nunca parei pra pensar "isso parece falso", em vez disso "eu imagino como eles chegaram aí". Poucos found-footage filmes do tipo realizam tal conquista. As atuações e a natural fluidez de toda insanidade também se manifestam bem com o sentimento de realidade, quando esse cara larga a câmera ele não aponta para o drama, ele perde várias mortes, parece que ele realmente está filmando só por filmar. Não parece artificial como tantos do gênero. Pretendo assistir o resto da trilogia. Para edgy mcedge town eu vou.
Império dos Sonhos
3.8 433Esse é o filme mais experimental de Lynch desde Fire Walk with Me, onde um espantado Jacques Rivette saiu "flutuando dois metros acima do chão." "O sonho sem esperança de ser, não aparentar", diz a médica em Persona, cuja metáfora de atuação é colocada através de passos Lynchianos: a câmera orienta a heroína através de um corredor sombrio onde seu marido (ou talvez uma entidade polonês demoníaca conhecida como The Phantom) aguarda, junto com um bando de vadias dançando (ou melhor, fazendo) "The Loco-Motion", tudo iluminado por lâmpadas sinistras com a assinatura do diretor. Ser atriz é o centro de Império de Sonhos, ser uma boa atriz mais ainda - assim como Naomi Watts e sua fábrica de sonhos em Mulholland Drive, Nikki usa a atuação como uma tentativa de achar sua identidade e impor ordem no caos, mas as emoções e o cinema sugam ela. O quanto ela está em controle quando distribui suas falas na frente da câmera (this sounds like dialogue from our script!), o quão fora de controle ela está quando se rasteja para o seu amado marido ou gritando como uma prostituta de beco; um rosto enfeitado estrelando em close-up versus uma cara que se assemelha a máscara do assassino em Todo Mundo em Pânico, ambos reunidos pela bravura de Laura Dern. (Uma performance grande demais para a Academia. Lynch, no entanto, fez pessoalmente uma campanha para uma nominação do Oscar com uma vaca, o que pode parecer como uma brincadeira, mas é um gesto profundamente sincero.) Atuar é procurar e se prostituir, também, como um esguicho de ketchup também pode ser uma ferida sangrenta, um buraco queimado em um lenço é uma câmara escura, na qual pula de um solista machucado para se tornar um silencioso homem de óculos que poderia ser um submundo de Mock Turtle ou um produtor ouvindo a persuasão do diretor.
E isso é apenas uma fração do filme. Eu nem sequer mencionei os artistas de circo bálticos fazendo churrasco no quintal, Julia Ormond com uma chave de fenda ensanguentada saindo do estômago, o espectro emergindo do fonógrafo arranhado, Beck's "Black Tambourine" usado da maneira mais sinistra possível, todos os temas e repetições ecoando nesse parque de diversões fantasmagórico. Forçar um significado no filme é reduzi-lo, pois as imagens de Lynch existem e queimam independentemente de interpretação - elas estão produzindo fragmentos que se juntam (ou não) em nossa mente, projetados numa epifania pessoal. A heroína é separada (ou unida) em duas ou três personalidades, ela morre sangrando ao ouvir do Céu apenas para ser ressuscitada assim que as lentes se afastam: Não importa se isso é o que realmente acontece, você já viu o momento (e, dada a habilidade de Lynch para imersão visceral, você já experienciou isso também). Império dos Sonhos é indescritivelmente belo, assim como de mau gosto e sombrio como suas três surpreendentes horas são, é inegavelmente cheio de esperança, com um final não preenchido com Silencio, mas com a barulhenta, radiante alegria de um Fellini ou Jonathan Demme. Nikki e Sue são ultimamente inseparáveis, assim como beleza e horror, ou condenação e transcendência, ou a audiência e o filme - é um mundo estranho, tudo bem, por isso a câmera de Lynch nos leva através dele, uma imagem perigosa de cada vez. Em meio a tanto esplendor, o maior choque é lembrar que você está num cinema quando as luzes se acendem.
Olhos de Serpente
3.8 36 Assista AgoraÉ um dos filmes mais intensos que vi em algum tempo. Sempre sinto que Keitel pode pular a qualquer momento da tela e cuspir na minha cara.
Salò, ou os 120 Dias de Sodoma
3.2 1,0K“To see others suffer does one good, to make others suffer even more: this is a hard saying but an ancient, mighty, human, all-too-human principle. Without cruelty there is no festival.” - Nietzsche
Pola X
3.5 20Todos os filmes do Carax anteriores a este nasceram de uma certa paixão adolescente, um romance inocente que era contagiante. Não só porque os personagens possuíam essas coisas, mas porque o próprio Carax parecia determinar a encher seus filmes com momentos que expressassem esse sentimento. Pense "Modern Love", jetskis e Public Enemy, tap dancing, cortando o cabelo, etc. Pola X me parece ter uma proposta um pouco diferente. Depardieu vive uma vida divertida numa relação quase incestuosa com sua mãe, Deneuve, e sua prima noiva ao longo do caminho. Ele não parecia nada satisfeito. Só que ele continua a sonhar com uma mulher estranha. Logo ele abandonou seu estilo de vida burguês, sentindo-se de que ele finalmente viu através da perspectiva da vida que ele deixou para trás. A paixão juvenil fica obscura, destrutiva, obsessiva, que entra em alguns lugares bem fodidos, em última análise, chega a uma histeria alimentada por grandes gestos. É a destruição de um sonho. A vida oculta que você nasceu para viver acaba não sendo tão bom quanto você pensava. Mas na escura, escura floresta, tudo é esquecido; a dor que queremos possuir e proteger os outros dela é aquela que causamos. Estamos juntos, banhados em sangue.
Amor Pleno
3.0 558Automaticamente hipnotizado por um filme onde a câmera não para de se mexer, nunca, e os personagens aqui se relacionam através de movimentos do ballet de Moscow, e mudam de acordo com aproximação física em vez de diálogo. To The Wonder é calmo, pacífico, lírico e transcendente. Halcyon On and On. Malick é a razão de eu continuar a assistir filmes o dia inteiro em vez de brincar com meus carrinhos na areia com o resto das crianças.
Dias Selvagens
3.8 72Tem um perigo em não abrir mão das coisas. Em se agarrar no amor após a data de validade até que se estrague. Se torna amargo. Ele apodrece. Ele começa a mudar o significado do amor de dentro pra fora da pessoa que não vai largar do fantasma. É admirável pela forma como voa sobre perspectivas, sem um verdadeiro protagonista, e o jeito que examina a paixão através de tantos pares de olhos.
A Ponte do Norte/ Um Passeio Por Paris
3.7 10Got me a movie, I want you to know
Slicing up eyeballs, I want you to know
Cinema de acordo com Rivette: offering WIDE OPEN SPACES in the hope that we will momentarily forget we are WOMEN IN CHAINS.
Morrer ou Viver 2
3.5 11 Assista AgoraMIND = BLOWN
Anaconda
2.3 762 Assista Agora"All you need for a movie is a giant snake and Jon Voight being a weirdly accented nutjob. And a part where Ice Cube calls the snake a bitch." - Jean-Luc Godard
Carga Explosiva 3
3.2 351 Assista grátisEu comecei a pensar, entre Jason Statham gratuitamente tirando sua camisa no meio de uma briga e Jason Statham rolando sem camisa no óleo no meio de uma briga, se Jason Statham era nosso primeiro ator gay dos filmes de ação. Quando Jason Statham beija um homem debaixo da água pra sobreviver, eu sabia que ele era.
*esse pode ter sido Carga Explosiva 2, eu não ligo o suficiente pra pesquisar.
Videodrome: A Síndrome do Vídeo
3.7 545 Assista AgoraEsse filme é sobre agora.
Holy Motors
3.9 652 Assista AgoraVou escrever mais sobre ele depois, quem sabe. Eu vi muita gente falando de como esse filme é o ultimo testamento de uma arte que está morrendo. Isso é uma parte de Holy Motors, mas eu acho que isso é uma leitura simplificada dele. Não é só uma granada arremessada. É uma canção de amor. E acima de tudo, é um desafio. Alguém tão audacioso quanto o Carax não quer ver esse tipo de cinema morrer numa época onde o digital torna muito mais fácil de fazer filmes pequenos.