Um musical extenso, mas que não se perde nem fica estagnado, embora, em relação ao majestoso romance de Victor Hugo, muita coisa tenha passado rápido demais, outras foram suprimidas, mas a essência da obra se manteve. Visualmente, é magnífico, com uma fotografia impecável; o mesmo vale para os figurinos. Quanto às atuações, Jackman e Hathaway são incríveis quando soltam a voz; conseguem transmitir perfeitamente o sofrimento em forma de música, o que decerto é louvável. Russell Crowe, mesmo como vilão obcecado, também cumpre seu papel com maestria, bem como os demais personagens secundários. Duas observações finais sobre alguns aspectos notáveis do filme: 1ª) A pequena Isabelle Allen (a Cosette criança) poderia aparecer um pouco mais, mas sua canção sobre o "castelo nas nuvens" vale sua atuação; 2º) Os Thénardier ficaram um tanto caricatos, num estilo "vigaristas cômicos", enquanto na história original, eles certamente não sejam engraçados; são facínoras da pior espécie. Contudo, esses detalhes não diminuem o mérito do filme, que é ótimo e cujas duas horas e meia passam numa velocidade assombrosa.
Sexo, lembranças e música... separadamente, esses três temas foram bem tratados no filme, mas como conjunto ficou faltando algo - um roteiro mais sólido, por exemplo - para dar mais consistência e ligar os pontos tratados com mais verossimilhança. A impressão que fica é que o filme é feito de fragmentos muito distintos e que , por vezes, são desnecessários. Talvez se houvesse mais personagens (não é exagero afirmar que só há o casal protagonista) ou se a duração do filme fosse maior, permitindo um desenvolvimento mais profundo do casal, mas sem insistir tanto no sexo explícito, o resultado soasse mais interessante. Em síntese, sobrou sexo onde faltou nexo.
Pela protagonista (Helena Ramos) e pelo visual selvagem, aproxima-se muito do que eu imaginava para uma adaptação do excelente livro de José de Alencar. Contudo, talvez por uma pobreza de recursos e considerando até a época (anos 70), o filme pode soar um tanto tosco. Se houvesse um foco maior na linguagem "formal" e poética do romance original - a qual foi bastante simplificada - em detrimento do excesso de cenas de conflito entre as tribos, poderia ser bem melhor.
Como mais um filme regionalista, ressaltando diversos aspectos da dura realidade nordestina, é um filme válido, muito bonito em suas imagens naturais, com ótima trilha sonora e com uma protagonista (Claudia Ohana) cuja beleza exótica representa magnificamente o Brasil. Entretanto, como adaptação literária, é absolutamente frustrante: além do nome da protagonista e da ambientação, a história do filme é fraquíssima e não tem quase nada a ver com o sólido romance de Domingos Olímpio. Uma pena, já que o livro é rico em ação; o filme cortou tudo, inventou uma história previsível que parece se arrastar por tempo demais, girando em torno do velho clichê temático das obras sobre coronelismo.
Por partes: um elenco de primeira linha (inclusive, chovendo no molhado, Eva Green ótima, como sempre!) e um visual marcante, com a fotografia caprichada que é marca registrada da maioria dos filmes de Tim Burton. Mas, o desenvolvimento é meio irregular em muitos momentos e, decididamente, Johnny Depp NÃO convence como vampiro. Gosto muito dos filmes de Burton e, levando em conta que vampiros são os seres sobrenaturais de que mais gosto, imaginei que este filme seria o meu favorito dele. Grande engano.
Uma competente e digna adaptação de um dos livros mais representativos da realidade nordestina. Hirszman preservou a identidade nua e crua da obra de Graciliano Ramos, tanto na fidelidade ao roteiro quanto nos recursos narrativos objetivos e secos, característicos da obra original. Othon Bastos, ainda que não seja tão fisicamente equivalente ao personagem do romance, entrega uma atuação magnífica, que trilha o seu caminho inflexivelmente, não se importando com a dimensão dos seus atos, cego pelo desejo de posse e o "despotismo" regional. O ator consegue fazer isso admiravelmente bem. Sobretudo, porém, o filme mostra a face mais evidente do livro: a opressão sofrida pelos miseráveis através daqueles que estão em um patamar superior e como isso é um ciclo interminável. É esse tipo de cinema nacional que faz tanta falta atualmente: aquele que mexa com as raízes e que suscitem reflexão em seus vários níveis: político, social, religioso, entre outros.
Como não gostei do original de 1979 (cultuado como um clássico de terror psicológico), imaginei que a experiência com este remake seria ainda mais frustrante, o que felizmente não aconteceu. Achei esta refilmagem muito válida na função de ressuscitar e referenciar o original, acrescentando sustos e uma boa dose de horror - fazendo, afinal de contas, jus ao título - , coisa que não vi no de 79.
Ejaculações, vômitos, defecação, vísceras expostas em close e outras escatologias desse tipo preenchem este filme, tornando-o extremamente grotesco e indigesto. É um filme intencionalmente feito para chocar, mas que de alguma forma genial possui significado. Toda a nojeira que, a princípio, parece ser gratuita ou pornográfica tem um contexto; infelizmente, não é nem um pouco agradável constatar isso através da visão de um pênis ejaculando chamas, bicado por um galo, ou uma pessoa fazendo sexo com o cadáver de um porco, ou alguém vomitando sem parar e explodindo de tanto comer, ou, ainda alguém empalhando a si mesmo. Mas, dá para perceber que o "mau gosto" do diretor é uma crítica estética, cheia de humor negro. A fealdade desconfortável das cenas explícitas (desaconselháveis para estômagos fracos) tem o propósito de ressaltar a ânsia bestial do ser humano pela vida e, de alguma forma bizarra, mostrar a beleza disso ao longo das três gerações mostradas. Claro que "beleza" aqui está num sentido totalmente figurativo. Se tem uma coisa que o filme de György Pálfi não é de jeito nenhum, é belo! É o filme mais perturbador, nojento, insano, escatológico e odioso que eu já vi. Porém, é também muito inteligente no seu roteiro insólito e nas tomadas (a cena do giro em 360 graus da banheira, mostrando seu simbolismo ao longo do filme, é extraordinário). Não recomendo a ninguém que esteja buscando um filme de terror convencional (não vejo nem por que é classificado como tal, apesar de suas cenas chocantes); mas, a quem procura algo incomum, perverso e sarcástico, desde que seja insensível a cenas nojentas, "Taxidermia" é uma boa opção.
Apesar de eu ter uma queda pela deslumbrante versão de 1939, não posso negar que esta versão é melhor, a começar porque tem toda a história do romance, não terminando na morte da Cathy, como tantas. Aqui, o ciclo de amor, ódio, vingança e amargura que perdura por gerações é narrado maravilhosamente, e com o tom sombrio necessário, perturbador e direto. A fotografia e as caracterizações estão impecáveis, em particular a de Ralph Fiennes: eu não conseguia imaginar o Heathcliff do livro na tela até vê-lo com a índole selvagem e arisca do personagem. Não creio que uma adaptação do livro de Emily Brontë poderia ganhar uma versão mais fiel da complexa trama do que este filme arrebatador.
É um daqueles filmes que, fugindo à regra geral, fica melhor de ser visto antes de ler o livro, pois o roteiro simplifica bastante o maravilhoso romance de D. H. Lawrence. Assim sendo, este filme não 'estraga' as surpresas do livro, já que difere muito, tanto em rumo quanto em caracterizações. No quesito adaptação, deixa mesmo muito a desejar nos quesitos fidelidade e complexidade. Mas, considerado como um filme isolado, independente, achei um ótimo drama/romance de época. Manteve o eixo central da história original e tem um visual natural, com paisagens naturais belíssimas. Há também muitas cenas tórridas de sexo e nudez (que, comparadas às do livro, chegam a soar muito 'soft'). No fim, não se vê a criticidade da obra, que se tornou tão polêmica na época de sua publicação, mas um romance bucólico... intenso, com boas doses de erotismo.
Misturar vampiros com rock’n’roll pesado é o cúmulo do 'pop' para os sanguessugas (desconsiderando os párias cobertos de glitter que surgiriam anos depois). Falando especificamente deste filme, eu achei a trilha sonora o seu maior mérito - mas, também, um dos únicos pontos favoráveis dele. O roteiro, que adapta duas obras de Anne Rice e pretende dar sequência a 'Entrevista com o vampiro', é apenas sofrível. Pessoalmente, não consegui ver uma ligação entre este filme e o clássico de Neil Jordan, a começar pelo próprio Lestat: Townsend não lembra nem a sombra do que foi Tom Cruise, embora até que sua interpretação seja boa durante os shows, principalmente. Aaliyah aparece muito pouco para ser a "Rainha" do título e os efeitos especiais são pobres: o efeito de movimento em "borrão" e de voo, em especial, são muito toscos. Claro que, comparando com a maioria dos filmes de vampiro mais recentes, sobretudo os de apelo adolescente, "A Rainha dos Condenados" tem seu valor.
Visualmente lindo, com aquela atmosfera dos contos clássicos dos irmãos Grimm: a floresta esfumaçada, encantada, pulsante de vida, temperada com a sutileza de um suspense bem construído. Mesmo sendo intencionalmente estranho e surreal nas sequências em que são contadas as histórias envolvendo os lobos (e aquela cena do casamento?), é um filme deslumbrante. O roteiro lida com o lado onírico do desejo e do despertar sexual, elevando o conto de Chapeuzinho Vermelho a uma perspectiva adulta, por vezes metafórica, e consegue tal feito maravilhosamente. Deixando o melhor por último: as cenas de transformação em lobo! Achei incríveis, com destaque na do personagem de Stephen Rea no início e a do caçador, no final. Pessoalmente, depois de "Um lobisomem americano em Londres", considerei a maquiagem e os efeitos das transformações deste filme as melhores que eu já vi.
O competente James Wan (diretor de 'Jogos mortais', um de meus filmes de serial killer prediletos) mostra seu talento para assustar, agora abordando o sobrenatural. Combinando elementos de clássicos do terror - mais visivelmente "Horror em Amityville" e "O exorcista" - , o resultado é um filme simples, mas assustador, muito recompensador nesses tempos em que Hollywood tornou-se especialista em produzir tanto lixo, tanto clichê e uma quantidade absurda de CG na cega apelação por causar medo inutilmente. Dos filmes de terror/suspense sobrenatural recentes, este certamente se destacou: ótimo ritmo (meio lento, mas achei isso importante para a construção da atmosfera) e um bom final, ao estilo do já mencionado "O exorcista".
Primeira experiência com um filme de Hitchcock e o resultado não poderia ser melhor: "Psicose" é uma daquelas obras que beiram a perfeição, não tenho dúvidas. Tudo é fantástico, da fotografia à sonoplastia, a história é super bem construída, sólida, o elenco é impecável e o que dizer daquele clímax revelador? Espantoso, no melhor sentido da palavra! Se Hitchcock carrega o rótulo de mestre do suspense, com certeza "Psicose" tem razões de sobra para ostentar o título de maior clássico do gênero. E, deixando o melhor para o final, Anthony Perkins nasceu para ser Norman Bates: interpretação fenomenal. Enfim, a cota de adjetivos para esse filme é inesgotável, melhor parar por aqui.
Dos filmes sobre Hannibal Lecter, este é o meu segundo favorito. Embora obviamente "O silêncio dos inocentes" seja uma obra-prima impecável, considero este "Hannibal" uma obra de arte também, quase à altura do primeiro. Achei interessante o fato de Ridley Scott não copiar o estilo de Jonathan Demme, caracterizado pela sutileza detalhista e optar por algo mais visceral e explícito. Talvez por já ter lido o livro, eu fui muito condescendente com a violência estilizada adotada: o Dr. Lecter, mais uma vez interpretado pelo incrível Hopkins, está mais letal e sanguinário que nunca, mas sem perder nem por um segundo a sofisticação tão característica do personagem. Gary Oldman, irreconhecível, está ótimo no seu papel obcecado também... E o que dizer de Julianne Moore? Ela não me lembrou nem vagamente da excelente Jodie Foster como Clarice Starling, mas eu a encarei como uma releitura da personagem, como uma Clarice vista sob outra perspectiva, o que foi corroborado pelo fato de a personagem estar alguns anos mais velha. Em resumo, apesar de ter um estilo diferenciado de "O silêncio", achei este filme também magistral, inesquecível.
Deve haver uma classificação abaixo de zero para a categoria "filme ruim", especificamente para esta produção. Pateticamente tosca, com piadas forçadas (e sem graça), escatologias desnecessárias, excessivo apelo sexual e um elenco pior que péssimo, essa pretensa paródia falha de todas as formas possíveis. A única coisa que não ficou de todo desprezível foi a piada do Danny Trejo sobre "O Homem sem graça", que não é ninguém menos que Johnny Depp. Confesso que nessa cena - a única - tive de rir dos 'personagens interpretados da mesma forma'.
Geralmente, quando eu gosto em demasia de um filme, faço longos comentários sobre as impressões que ele me causa, mas, pela primeira vez, não encontro palavras suficientes para 'louvar' este filme em particular. "Inesquecível", "extraordinário", "sensível" e "emocionante" são adjetivos que se encaixam nele, mas são insuficientes para exprimir a maravilhosa e única experiência que foi assistir a ele. Realmente, Benigni faz lembrar um pouco Chaplin no humor sutil e nas situações tão cômicas às vezes e tão cruéis e dignas de compaixão em outras. Depois de "A lista de Schindler", este foi o filme com temática do Holocausto que mais me emocionou. E o fez de forma natural e espontânea, sem forçar sentimentalismos.
Depois da nostalgia deixada pela trilogia original, eu já não botava muita fé em novos filmes dos X-Men (sobretudo após o fiasco de "Primeira classe", que achei horrível). Contudo, a volta de Bryan Singer à direção me fez rever alguns conceitos e o resultado é que a minha impressão de "Dias de um futuro esquecido" não poderia ser melhor. Espetacular, a seu modo, o novo filme mistura os tempos de forma brilhante, encaixando passado e futuro maravilhosamente. Claro, mais uma vez Wolverine carrega o filme nas costas na maior parte do tempo, além de estampar em primeiro plano a maioria dos pôsteres, mas felizmente isso não atrapalha em nada... até porque sobraram bem poucos X-Men para contar história depois dos eventos do 3º filme, além do fato de que só ele poderia fazer funcionar o plano em questão, do qual depende a sobrevivência dos mutantes. As cenas de ação, embora poucas, são excelentes, com efeitos visuais convincentes (adoro a cena inicial do ataque de Sentinelas). Só senti falta de Rebecca Romijn, a 'verdadeira' Mística, já que o filme abordou bastante a personagem como peça fundamental da trama. Não faria mal nenhum botar a Jennifer Lawrence de escanteio um pouco dessa vez.
"Lucíola" é o meu romance favorito de Alencar e eu fiquei um ansioso para ver esta adaptação com certo otimismo (afinal, é um filme brasileiro baseado em um livro também nacional). Entretanto, que decepção! A magnífica obra alencariana foi transformada numa espécie de drama erótico onde o roteiro, por mais fiel que seja ao livro, parece apenas uma linha que costura as insípidas cenas de sexo e nudez. A atuação deplorável de Carlo Mossy como o protagonista Paulo também não ajudou. Quanto à Lúcia do filme... por que está loira? Por favor...Se fosse uma adaptação de "Senhora", talvez Rossana Ghessa desse conta do papel (fisicamente), mas como Lucíola, ela deixa muito a desejar.
Pelo que se vê nas opiniões de quem viu, é um filme que divide pontos de vista. Sem dúvida, é um daqueles filmes estranhos, que exigem atenção e paciência, já que é muito diferente do convencional (para melhor ou pior, isso é por conta de quem vê). A premissa de um homem metrossexual de forma quase caricata que leva uma vida dupla, figurando como alguém importante nas altas rodas sociais, mas maligno e desvairado na periferia e no submundo (e com um gosto musical discutível) resulta em algo 'subversivo' demais até para os padrões de filmes de serial killers mais comuns. O ritmo é bem irregular, com cenas muito rápidas em alguns momentos e bastante lentas em alguns diálogos. Defeito? Talvez sim, ou talvez seja uma característica peculiar herdada do livro homônimo de Bret Easton Ellis, no qual o filme se baseia. Quanto ao personagem de Christian Bale, não posso negar que achei hipnótico na sua psicose, loucura e, claro, na sua incrível verborragia. Só achei curioso que, na cena em que ele persegue uma prostituta com uma serra elétrica, não tenha tido tempo de vestir nenhuma roupa, mas tenha tido para calçar tênis!
Sensível e surreal, com um roteiro vertiginoso que se autoexplica e se embaralha como em um verdadeiro sonho de belas imagens conduzidas por uma poderosa trilha sonora. De alguma forma, este filme lembrou-me de "Brilho eterno de uma mente sem lembranças", embora não tenha nenhuma conexão direta; apenas por tratar de um romance dramático submetido a certa altura a um procedimento científico futurista e por lidar com a memória, as lembranças... Atuações ótimas, fotografia, (eu já falei da trilha? Ah, sim, já, mas ressalto), tudo impecável, aliado a um final emocionante sob o "céu de baunilha".
Só não é totalmente ridículo porque Bill Oberst Jr., o cara que é Lincoln,está bem caracterizado (fisicamente, achei ele mais parecido com o Lincoln real do que Benjamin Walker em "Abraham Lincoln: Vampire Hunter"). Mas, é só; não encontro mais nenhum ponto favorável a este filme frustrante. As interpretações, inclusive do protagonista, são horríveis de tão apáticas, o roteiro superficial não ajuda e os zumbis... dão vergonha alheia: a maquiagem é muito ruim, parecendo os zumbis de 'Evil Dead', e, como naquele caso, provavelmente é resultado de um orçamento limitado. Em alguns momentos dá pra ver que só há maquiagem no rosto dos zumbis - o resto do corpo, inclusive o pescoço, está sem maquiagem alguma! Os efeitos, nem se fala de tão toscos e quanto à fotografia, parece muito amadora. Em resumo, é um filme ruim de amargar, mas... uma parte doentia de mim conseguiu achar graça em algumas cenas e não odiá-lo. Na verdade, a reação foi mais de apatia. O fato é que, comparando com o filme estrelado por Walker, este nem existe.
Clássico infantil, com aquele clima de humor dark que é característico de Tim Burton... Eu tinha assistido a ele apenas uma vez, quando ainda não tinha nem dez anos de idade (no extinto Cinema em Casa) e foi um prazer enorme revê-lo recentemente, relembrar as canções e mergulhar de novo no 'estranho mundo de Jack' e de seus amigos.
Adoro este filme; depois de 'Pânico', este é meu favorito do estilo terror teen com sátira. Gostei da forma como incluíram e fizeram piada com os estereótipos dos filmes de terror para adolescentes: o machão, a loira, o nerd, o drogado e a 'virgem' nas situações mais manjadas desde aqueles slasher dos anos 80, gerando todo aquele clichê óbvio demais, mas dando um sentido maior a isso. O filme explica por que os personagens agem daquelas formas estúpidas, indo ao encontro da morte como marionetes, totalmente manipulados por uma 'empresa' especializada nisso. Na verdade, não encarei como um filme de terror propriamente, mas como uma paródia inteligente dos filmes do gênero, fazendo referência e homenageando vários filmes e suas situações previsíveis (como se separarem na hora do perigo).
Os Miseráveis
4.1 4,2K Assista AgoraUm musical extenso, mas que não se perde nem fica estagnado, embora, em relação ao majestoso romance de Victor Hugo, muita coisa tenha passado rápido demais, outras foram suprimidas, mas a essência da obra se manteve. Visualmente, é magnífico, com uma fotografia impecável; o mesmo vale para os figurinos. Quanto às atuações, Jackman e Hathaway são incríveis quando soltam a voz; conseguem transmitir perfeitamente o sofrimento em forma de música, o que decerto é louvável. Russell Crowe, mesmo como vilão obcecado, também cumpre seu papel com maestria, bem como os demais personagens secundários.
Duas observações finais sobre alguns aspectos notáveis do filme:
1ª) A pequena Isabelle Allen (a Cosette criança) poderia aparecer um pouco mais, mas sua canção sobre o "castelo nas nuvens" vale sua atuação;
2º) Os Thénardier ficaram um tanto caricatos, num estilo "vigaristas cômicos", enquanto na história original, eles certamente não sejam engraçados; são facínoras da pior espécie.
Contudo, esses detalhes não diminuem o mérito do filme, que é ótimo e cujas duas horas e meia passam numa velocidade assombrosa.
Nove Canções
2.6 384Sexo, lembranças e música... separadamente, esses três temas foram bem tratados no filme, mas como conjunto ficou faltando algo - um roteiro mais sólido, por exemplo - para dar mais consistência e ligar os pontos tratados com mais verossimilhança. A impressão que fica é que o filme é feito de fragmentos muito distintos e que , por vezes, são desnecessários. Talvez se houvesse mais personagens (não é exagero afirmar que só há o casal protagonista) ou se a duração do filme fosse maior, permitindo um desenvolvimento mais profundo do casal, mas sem insistir tanto no sexo explícito, o resultado soasse mais interessante. Em síntese, sobrou sexo onde faltou nexo.
Iracema, a Virgem dos Lábios de Mel
2.4 15Pela protagonista (Helena Ramos) e pelo visual selvagem, aproxima-se muito do que eu imaginava para uma adaptação do excelente livro de José de Alencar. Contudo, talvez por uma pobreza de recursos e considerando até a época (anos 70), o filme pode soar um tanto tosco. Se houvesse um foco maior na linguagem "formal" e poética do romance original - a qual foi bastante simplificada - em detrimento do excesso de cenas de conflito entre as tribos, poderia ser bem melhor.
Luzia Homem
2.5 19 Assista AgoraComo mais um filme regionalista, ressaltando diversos aspectos da dura realidade nordestina, é um filme válido, muito bonito em suas imagens naturais, com ótima trilha sonora e com uma protagonista (Claudia Ohana) cuja beleza exótica representa magnificamente o Brasil.
Entretanto, como adaptação literária, é absolutamente frustrante: além do nome da protagonista e da ambientação, a história do filme é fraquíssima e não tem quase nada a ver com o sólido romance de Domingos Olímpio. Uma pena, já que o livro é rico em ação; o filme cortou tudo, inventou uma história previsível que parece se arrastar por tempo demais, girando em torno do velho clichê temático das obras sobre coronelismo.
Sombras da Noite
3.1 4,0K Assista AgoraPor partes: um elenco de primeira linha (inclusive, chovendo no molhado, Eva Green ótima, como sempre!) e um visual marcante, com a fotografia caprichada que é marca registrada da maioria dos filmes de Tim Burton. Mas, o desenvolvimento é meio irregular em muitos momentos e, decididamente, Johnny Depp NÃO convence como vampiro.
Gosto muito dos filmes de Burton e, levando em conta que vampiros são os seres sobrenaturais de que mais gosto, imaginei que este filme seria o meu favorito dele. Grande engano.
São Bernardo
4.1 66Uma competente e digna adaptação de um dos livros mais representativos da realidade nordestina. Hirszman preservou a identidade nua e crua da obra de Graciliano Ramos, tanto na fidelidade ao roteiro quanto nos recursos narrativos objetivos e secos, característicos da obra original.
Othon Bastos, ainda que não seja tão fisicamente equivalente ao personagem do romance, entrega uma atuação magnífica, que trilha o seu caminho inflexivelmente, não se importando com a dimensão dos seus atos, cego pelo desejo de posse e o "despotismo" regional. O ator consegue fazer isso admiravelmente bem.
Sobretudo, porém, o filme mostra a face mais evidente do livro: a opressão sofrida pelos miseráveis através daqueles que estão em um patamar superior e como isso é um ciclo interminável.
É esse tipo de cinema nacional que faz tanta falta atualmente: aquele que mexa com as raízes e que suscitem reflexão em seus vários níveis: político, social, religioso, entre outros.
Horror em Amityville
3.2 816 Assista AgoraComo não gostei do original de 1979 (cultuado como um clássico de terror psicológico), imaginei que a experiência com este remake seria ainda mais frustrante, o que felizmente não aconteceu. Achei esta refilmagem muito válida na função de ressuscitar e referenciar o original, acrescentando sustos e uma boa dose de horror - fazendo, afinal de contas, jus ao título - , coisa que não vi no de 79.
Taxidermia: Histórias Grotescas
3.4 344 Assista AgoraEjaculações, vômitos, defecação, vísceras expostas em close e outras escatologias desse tipo preenchem este filme, tornando-o extremamente grotesco e indigesto. É um filme intencionalmente feito para chocar, mas que de alguma forma genial possui significado. Toda a nojeira que, a princípio, parece ser gratuita ou pornográfica tem um contexto; infelizmente, não é nem um pouco agradável constatar isso através da visão de um pênis ejaculando chamas, bicado por um galo, ou uma pessoa fazendo sexo com o cadáver de um porco, ou alguém vomitando sem parar e explodindo de tanto comer, ou, ainda alguém empalhando a si mesmo.
Mas, dá para perceber que o "mau gosto" do diretor é uma crítica estética, cheia de humor negro. A fealdade desconfortável das cenas explícitas (desaconselháveis para estômagos fracos) tem o propósito de ressaltar a ânsia bestial do ser humano pela vida e, de alguma forma bizarra, mostrar a beleza disso ao longo das três gerações mostradas. Claro que "beleza" aqui está num sentido totalmente figurativo. Se tem uma coisa que o filme de György Pálfi não é de jeito nenhum, é belo!
É o filme mais perturbador, nojento, insano, escatológico e odioso que eu já vi. Porém, é também muito inteligente no seu roteiro insólito e nas tomadas (a cena do giro em 360 graus da banheira, mostrando seu simbolismo ao longo do filme, é extraordinário).
Não recomendo a ninguém que esteja buscando um filme de terror convencional (não vejo nem por que é classificado como tal, apesar de suas cenas chocantes); mas, a quem procura algo incomum, perverso e sarcástico, desde que seja insensível a cenas nojentas, "Taxidermia" é uma boa opção.
O Morro dos Ventos Uivantes
3.7 361 Assista AgoraApesar de eu ter uma queda pela deslumbrante versão de 1939, não posso negar que esta versão é melhor, a começar porque tem toda a história do romance, não terminando na morte da Cathy, como tantas. Aqui, o ciclo de amor, ódio, vingança e amargura que perdura por gerações é narrado maravilhosamente, e com o tom sombrio necessário, perturbador e direto.
A fotografia e as caracterizações estão impecáveis, em particular a de Ralph Fiennes: eu não conseguia imaginar o Heathcliff do livro na tela até vê-lo com a índole selvagem e arisca do personagem.
Não creio que uma adaptação do livro de Emily Brontë poderia ganhar uma versão mais fiel da complexa trama do que este filme arrebatador.
O Amante de Lady Chatterley
3.5 12 Assista AgoraÉ um daqueles filmes que, fugindo à regra geral, fica melhor de ser visto antes de ler o livro, pois o roteiro simplifica bastante o maravilhoso romance de D. H. Lawrence. Assim sendo, este filme não 'estraga' as surpresas do livro, já que difere muito, tanto em rumo quanto em caracterizações.
No quesito adaptação, deixa mesmo muito a desejar nos quesitos fidelidade e complexidade. Mas, considerado como um filme isolado, independente, achei um ótimo drama/romance de época. Manteve o eixo central da história original e tem um visual natural, com paisagens naturais belíssimas. Há também muitas cenas tórridas de sexo e nudez (que, comparadas às do livro, chegam a soar muito 'soft').
No fim, não se vê a criticidade da obra, que se tornou tão polêmica na época de sua publicação, mas um romance bucólico... intenso, com boas doses de erotismo.
A Rainha dos Condenados
2.9 550 Assista AgoraMisturar vampiros com rock’n’roll pesado é o cúmulo do 'pop' para os sanguessugas (desconsiderando os párias cobertos de glitter que surgiriam anos depois).
Falando especificamente deste filme, eu achei a trilha sonora o seu maior mérito - mas, também, um dos únicos pontos favoráveis dele. O roteiro, que adapta duas obras de Anne Rice e pretende dar sequência a 'Entrevista com o vampiro', é apenas sofrível. Pessoalmente, não consegui ver uma ligação entre este filme e o clássico de Neil Jordan, a começar pelo próprio Lestat: Townsend não lembra nem a sombra do que foi Tom Cruise, embora até que sua interpretação seja boa durante os shows, principalmente. Aaliyah aparece muito pouco para ser a "Rainha" do título e os efeitos especiais são pobres: o efeito de movimento em "borrão" e de voo, em especial, são muito toscos.
Claro que, comparando com a maioria dos filmes de vampiro mais recentes, sobretudo os de apelo adolescente, "A Rainha dos Condenados" tem seu valor.
A Companhia dos Lobos
3.6 131 Assista AgoraVisualmente lindo, com aquela atmosfera dos contos clássicos dos irmãos Grimm: a floresta esfumaçada, encantada, pulsante de vida, temperada com a sutileza de um suspense bem construído.
Mesmo sendo intencionalmente estranho e surreal nas sequências em que são contadas as histórias envolvendo os lobos (e aquela cena do casamento?), é um filme deslumbrante. O roteiro lida com o lado onírico do desejo e do despertar sexual, elevando o conto de Chapeuzinho Vermelho a uma perspectiva adulta, por vezes metafórica, e consegue tal feito maravilhosamente.
Deixando o melhor por último: as cenas de transformação em lobo! Achei incríveis, com destaque na do personagem de Stephen Rea no início e a do caçador, no final. Pessoalmente, depois de "Um lobisomem americano em Londres", considerei a maquiagem e os efeitos das transformações deste filme as melhores que eu já vi.
Invocação do Mal
3.8 3,9K Assista AgoraO competente James Wan (diretor de 'Jogos mortais', um de meus filmes de serial killer prediletos) mostra seu talento para assustar, agora abordando o sobrenatural. Combinando elementos de clássicos do terror - mais visivelmente "Horror em Amityville" e "O exorcista" - , o resultado é um filme simples, mas assustador, muito recompensador nesses tempos em que Hollywood tornou-se especialista em produzir tanto lixo, tanto clichê e uma quantidade absurda de CG na cega apelação por causar medo inutilmente.
Dos filmes de terror/suspense sobrenatural recentes, este certamente se destacou: ótimo ritmo (meio lento, mas achei isso importante para a construção da atmosfera) e um bom final, ao estilo do já mencionado "O exorcista".
Psicose
4.4 2,5K Assista AgoraPrimeira experiência com um filme de Hitchcock e o resultado não poderia ser melhor: "Psicose" é uma daquelas obras que beiram a perfeição, não tenho dúvidas. Tudo é fantástico, da fotografia à sonoplastia, a história é super bem construída, sólida, o elenco é impecável e o que dizer daquele clímax revelador? Espantoso, no melhor sentido da palavra! Se Hitchcock carrega o rótulo de mestre do suspense, com certeza "Psicose" tem razões de sobra para ostentar o título de maior clássico do gênero.
E, deixando o melhor para o final, Anthony Perkins nasceu para ser Norman Bates: interpretação fenomenal.
Enfim, a cota de adjetivos para esse filme é inesgotável, melhor parar por aqui.
Hannibal
4.0 1,1K Assista AgoraDos filmes sobre Hannibal Lecter, este é o meu segundo favorito. Embora obviamente "O silêncio dos inocentes" seja uma obra-prima impecável, considero este "Hannibal" uma obra de arte também, quase à altura do primeiro. Achei interessante o fato de Ridley Scott não copiar o estilo de Jonathan Demme, caracterizado pela sutileza detalhista e optar por algo mais visceral e explícito. Talvez por já ter lido o livro, eu fui muito condescendente com a violência estilizada adotada: o Dr. Lecter, mais uma vez interpretado pelo incrível Hopkins, está mais letal e sanguinário que nunca, mas sem perder nem por um segundo a sofisticação tão característica do personagem.
Gary Oldman, irreconhecível, está ótimo no seu papel obcecado também... E o que dizer de Julianne Moore? Ela não me lembrou nem vagamente da excelente Jodie Foster como Clarice Starling, mas eu a encarei como uma releitura da personagem, como uma Clarice vista sob outra perspectiva, o que foi corroborado pelo fato de a personagem estar alguns anos mais velha.
Em resumo, apesar de ter um estilo diferenciado de "O silêncio", achei este filme também magistral, inesquecível.
A Saga Molusco: Anoitecer
1.1 877 Assista AgoraDeve haver uma classificação abaixo de zero para a categoria "filme ruim", especificamente para esta produção. Pateticamente tosca, com piadas forçadas (e sem graça), escatologias desnecessárias, excessivo apelo sexual e um elenco pior que péssimo, essa pretensa paródia falha de todas as formas possíveis.
A única coisa que não ficou de todo desprezível foi a piada do Danny Trejo sobre "O Homem sem graça", que não é ninguém menos que Johnny Depp. Confesso que nessa cena - a única - tive de rir dos 'personagens interpretados da mesma forma'.
A Vida é Bela
4.5 2,7K Assista AgoraGeralmente, quando eu gosto em demasia de um filme, faço longos comentários sobre as impressões que ele me causa, mas, pela primeira vez, não encontro palavras suficientes para 'louvar' este filme em particular.
"Inesquecível", "extraordinário", "sensível" e "emocionante" são adjetivos que se encaixam nele, mas são insuficientes para exprimir a maravilhosa e única experiência que foi assistir a ele.
Realmente, Benigni faz lembrar um pouco Chaplin no humor sutil e nas situações tão cômicas às vezes e tão cruéis e dignas de compaixão em outras.
Depois de "A lista de Schindler", este foi o filme com temática do Holocausto que mais me emocionou. E o fez de forma natural e espontânea, sem forçar sentimentalismos.
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
4.0 3,7K Assista AgoraDepois da nostalgia deixada pela trilogia original, eu já não botava muita fé em novos filmes dos X-Men (sobretudo após o fiasco de "Primeira classe", que achei horrível). Contudo, a volta de Bryan Singer à direção me fez rever alguns conceitos e o resultado é que a minha impressão de "Dias de um futuro esquecido" não poderia ser melhor.
Espetacular, a seu modo, o novo filme mistura os tempos de forma brilhante, encaixando passado e futuro maravilhosamente. Claro, mais uma vez Wolverine carrega o filme nas costas na maior parte do tempo, além de estampar em primeiro plano a maioria dos pôsteres, mas felizmente isso não atrapalha em nada... até porque sobraram bem poucos X-Men para contar história depois dos eventos do 3º filme, além do fato de que só ele poderia fazer funcionar o plano em questão, do qual depende a sobrevivência dos mutantes.
As cenas de ação, embora poucas, são excelentes, com efeitos visuais convincentes (adoro a cena inicial do ataque de Sentinelas). Só senti falta de Rebecca Romijn, a 'verdadeira' Mística, já que o filme abordou bastante a personagem como peça fundamental da trama. Não faria mal nenhum botar a Jennifer Lawrence de escanteio um pouco dessa vez.
Lucíola, o Anjo Pecador
2.7 15"Lucíola" é o meu romance favorito de Alencar e eu fiquei um ansioso para ver esta adaptação com certo otimismo (afinal, é um filme brasileiro baseado em um livro também nacional). Entretanto, que decepção! A magnífica obra alencariana foi transformada numa espécie de drama erótico onde o roteiro, por mais fiel que seja ao livro, parece apenas uma linha que costura as insípidas cenas de sexo e nudez. A atuação deplorável de Carlo Mossy como o protagonista Paulo também não ajudou. Quanto à Lúcia do filme... por que está loira? Por favor...Se fosse uma adaptação de "Senhora", talvez Rossana Ghessa desse conta do papel (fisicamente), mas como Lucíola, ela deixa muito a desejar.
Psicopata Americano
3.7 1,9K Assista AgoraPelo que se vê nas opiniões de quem viu, é um filme que divide pontos de vista. Sem dúvida, é um daqueles filmes estranhos, que exigem atenção e paciência, já que é muito diferente do convencional (para melhor ou pior, isso é por conta de quem vê).
A premissa de um homem metrossexual de forma quase caricata que leva uma vida dupla, figurando como alguém importante nas altas rodas sociais, mas maligno e desvairado na periferia e no submundo (e com um gosto musical discutível) resulta em algo 'subversivo' demais até para os padrões de filmes de serial killers mais comuns.
O ritmo é bem irregular, com cenas muito rápidas em alguns momentos e bastante lentas em alguns diálogos. Defeito? Talvez sim, ou talvez seja uma característica peculiar herdada do livro homônimo de Bret Easton Ellis, no qual o filme se baseia.
Quanto ao personagem de Christian Bale, não posso negar que achei hipnótico na sua psicose, loucura e, claro, na sua incrível verborragia.
Só achei curioso que, na cena em que ele persegue uma prostituta com uma serra elétrica, não tenha tido tempo de vestir nenhuma roupa, mas tenha tido para calçar tênis!
Vanilla Sky
3.8 2,0K Assista AgoraSensível e surreal, com um roteiro vertiginoso que se autoexplica e se embaralha como em um verdadeiro sonho de belas imagens conduzidas por uma poderosa trilha sonora.
De alguma forma, este filme lembrou-me de "Brilho eterno de uma mente sem lembranças", embora não tenha nenhuma conexão direta; apenas por tratar de um romance dramático submetido a certa altura a um procedimento científico futurista e por lidar com a memória, as lembranças...
Atuações ótimas, fotografia, (eu já falei da trilha? Ah, sim, já, mas ressalto), tudo impecável, aliado a um final emocionante sob o "céu de baunilha".
Abraham Lincoln Vs. Zombies
1.7 92 Assista AgoraSó não é totalmente ridículo porque Bill Oberst Jr., o cara que é Lincoln,está bem caracterizado (fisicamente, achei ele mais parecido com o Lincoln real do que Benjamin Walker em "Abraham Lincoln: Vampire Hunter"). Mas, é só; não encontro mais nenhum ponto favorável a este filme frustrante. As interpretações, inclusive do protagonista, são horríveis de tão apáticas, o roteiro superficial não ajuda e os zumbis... dão vergonha alheia: a maquiagem é muito ruim, parecendo os zumbis de 'Evil Dead', e, como naquele caso, provavelmente é resultado de um orçamento limitado. Em alguns momentos dá pra ver que só há maquiagem no rosto dos zumbis - o resto do corpo, inclusive o pescoço, está sem maquiagem alguma! Os efeitos, nem se fala de tão toscos e quanto à fotografia, parece muito amadora.
Em resumo, é um filme ruim de amargar, mas... uma parte doentia de mim conseguiu achar graça em algumas cenas e não odiá-lo. Na verdade, a reação foi mais de apatia. O fato é que, comparando com o filme estrelado por Walker, este nem existe.
O Estranho Mundo de Jack
4.1 1,3K Assista AgoraClássico infantil, com aquele clima de humor dark que é característico de Tim Burton... Eu tinha assistido a ele apenas uma vez, quando ainda não tinha nem dez anos de idade (no extinto Cinema em Casa) e foi um prazer enorme revê-lo recentemente, relembrar as canções e mergulhar de novo no 'estranho mundo de Jack' e de seus amigos.
O Segredo da Cabana
3.0 3,2KAdoro este filme; depois de 'Pânico', este é meu favorito do estilo terror teen com sátira. Gostei da forma como incluíram e fizeram piada com os estereótipos dos filmes de terror para adolescentes: o machão, a loira, o nerd, o drogado e a 'virgem' nas situações mais manjadas desde aqueles slasher dos anos 80, gerando todo aquele clichê óbvio demais, mas dando um sentido maior a isso. O filme explica por que os personagens agem daquelas formas estúpidas, indo ao encontro da morte como marionetes, totalmente manipulados por uma 'empresa' especializada nisso.
Na verdade, não encarei como um filme de terror propriamente, mas como uma paródia inteligente dos filmes do gênero, fazendo referência e homenageando vários filmes e suas situações previsíveis (como se separarem na hora do perigo).