Quando eu via este filme na infância (bem como vários outros trash do saudoso Cinema em Casa), achava ótimo. Recentemente, revendo alguns daqueles clássicos, decidi matar a saudade deste, mas não gostei; na verdade, achei péssimo, mal-desenvolvido, monótono e cansativo, mesmo tendo uma duração de menos de uma hora e meia. Ou alguns filmes funcionam melhor na infância do espectador ou o gosto deste espectador mudou radicalmente (para melhor ou para pior, isso é irrelevante, pois a opinião negativa atual permanece a mesma).
Gostei muito deste filme, especialmente porque, diante de tantos comentários negativos, eu não alimentava expectativas muito positivas. Entretanto, ele me agradou em vários aspectos: nas excelentes cenas de ação, com lutas eletrizantes (especialmente a primeira e a última), na sua veia de comédia romântica - além da comédia propriamente dita, que está presente na maior parte do filme - , na caracterização dos vampiros (destaque para o ótimo vilão-vampiro-líder interpretado por Mickey Hardt) e, claro, na participação mais que bem-vinda do Jackie Chan. Enfim, é um filme de ação/comédia/comédia romântica muito válido como entretenimento. Gostei!
Achei muito satisfatória a representação dos lobisomens neste filme, ferozes e sem consciência, algo que corresponde à definição clássica de maldição. O grau de violência também é outro aspecto que chama a atenção, bem como a ambientação da história e os próprios personagens, que não são aquele bando de estereótipos de sempre. Além disso, tem um clímax bem interessante e sangrento. Em resumo: gostei!
Eu gostaria de pedir de volta a uma hora e meia que gastei vendo este filme, mas isso não seria muito honesto, porque ele me arrancou algumas risadas. É um mais um besteirol adolescente, uma espécie de American Pie, mas com o elemento vampiresco (para pegar carona na moda). Mesmo com toda a sua conotação sexual típica e certa dose de escatologia, reconheci um mérito nesse filme: ele faz suas palhaçadas de forma própria, ou seja, sem precisar parodiar outras produções. Tem sua história absurda, mas, em certo grau, original e isso já vale ao menos essas duas estrelas.
Por se tratar de uma adaptação de obra de Stephen King e, mais ainda, por ser do diretor Tobe Hooper, o “pai” de dois de meus clássicos prediletos (“Poltergeist” e “O massacre da serra elétrica”), achei que “Os vampiros de Salem” seria um filme espetacular também, mas me enganei: das adaptações de livros de King que já vi, esta é de longe a pior. O mesmo vale para Hooper: dos filmes dele, este foi o de que menos gostei. O primeiro problema está na duração de mais de 3 horas, nas quais muito pouco acontece, independentemente de ser o filme ou as duas partes da minissérie. Durante esse tempo não há sequer um desenvolvimento satisfatório dos personagens centrais; todos são apáticos e vazios, chegando às vezes a ser teatrais. Além do mais, mesmo sendo absurdamente extenso, o filme picota o romance e suprime muita coisa, o que num sentido positivo poderia ser bom, se houvesse uma proporcional redução na duração dele. Obviamente, isso NÃO acontece. Porém, para mim o pior foi o vilão central, o vampiro Barlow: aquela caracterização me fez sentir vergonha alheia. Ele não passa de uma versão azul do infinitamente superior Nosferatu de Murnau. E, se no caso do filme de Murnau o vampiro era “mudo”, isso se deveu ao fato de toda a produção ser muda. Já no caso do Barlow de King, no livro ao menos ele tem o “dom” da fala e não tem aquela aparência ridícula (na verdade, chega a lembrar o Drácula do livro de Stoker, no qual King confessou ter se inspirado). É patético ver Barlow precisando de um intérprete (Straker) para “traduzir” suas intenções para os personagens. Verei agora a versão de 2004 do livro para avaliar se a impressão deixada será melhor. Espero sinceramente que sim.
Esse foi difícil de engolir... Não achei inteiramente ruim, até gostei dos personagens de Jessica Biel e Ryan Reynolds como novos parceiros do Blade; as cenas de ação são boas (embora inferiores às do segundo filme), mas o roteiro definitivamente não colou, especialmente com aquele Drácula com cara de dançarino latino. Os diálogos ficaram muito desconexos em alguns momentos e o próprio timming deixou a desejar: aquele clímax foi, no mínimo, frustrante, seguido de um "final feliz" incoerente. Acho que os defeitos ficam ainda mais evidentes porque o segundo filme foi o melhor, tanto em roteiro quanto na própria fluência da história. assim, criou-se uma expectativa de que o terceiro fosse ainda melhor, ou pelo menos tão bom quanto... Mas, aí "Trinity" mostra (escancara) que quem nasceu para ser Goyer nunca chega a Del Toro. Uma pena.
Vi este filme esperando que fosse um thriller, mas não senti em nenhum momento a tensão característica de um suspense. Então, ele falhou nessa função. Porém, como filme dramático (foi o que vi na maior parte), “Segredos na noite” até tem uma história interessante: a ideia em si da estranha relação do garoto com sua “mãe” é bastante perturbadora e, nesse aspecto, Toni Collette convence bem no papel de Donna. Robin Williams certamente não está num de seus melhores papéis, mas também não decepciona. Embora no final já saibamos o que de fato aconteceu, a última cena é surpreendente por acabar com todas as suspeitas restantes e revelar a gravidade da situação.
Um desperdício de tempo lamentável em forma de filme. Péssimo roteiro, maquiagem tosca, personagens chatos... e um título nacional mais que ridículo para completar o pacote. Com certeza Robert Englund já esteve melhor como o icônico Freddy Krueger: como xerife " do bem" ele definitivamente não convence.
É uma mistura de alívio e satisfação quando a gente vê um filme descompromissadamente, sem grandes expectativas, e o filme em questão nos surpreende. Foi o que me ocorreu com “Autópsia de um crime”. A princípio, pensei que seria mais uma dessas produções exageradamente violentas e sanguinárias para ocultar o vazio do roteiro, mas (felizmente) eu estava enganado. É, na verdade, um filme bastante violento e sombrio, mas também sexy e inteligente ao usar o cenário mórbido de um necrotério como “cena do crime perfeito”. A ideia de apresentar patologistas exímios na sua profissão, mas com uma vida secreta repleta de fria crueldade é bastante original. O roteiro chega a ser um tanto filosófico no seu argumento de que “somos assassinos por instinto / somos animais, nossa natureza é matar” e no modo como se pode utilizar o brilhantismo para cometer as mais perversas atrocidades sem medo de punição. Isso porque são crimes tão bem executados que não deixam pistas para investigação policial, mas apenas para os peritos que fazem parte do jogo. A forma como Ted Grey se envolve gradualmente nesse jogo macabro ficou muito bem desenvolvida, principalmente devido à boa dinâmica entre as atuações “opostas” de Milo Ventimiglia e de Michael Weston (este último ficou ótimo como o brilhante e insano Jake Gallo).
Não gosto de filmes no estilo found footage, mas este me surpreendeu imensamente, ainda mais do que [REC]. Não é "parado" (exceto o início) e nem tem aquela estética amadora de filme com baixo orçamento. Na verdade, é um found footage épico, com cenas de ação visualmente fantásticas. O modo como o monstro gigante é revelado aos poucos (bem como as outras criaturas) é assustador e coerente e o filme como um todo possibilita ao espectador criar intimidade com os personagens, sentir-se na pele deles, em meio ao caos e pânico pelos quais eles estão passando.
Esta é, sem dúvida, uma obra-prima da cafonice trash. É tão tosco, amador e escrachado que cumpre a sua função de comédia, com piadas que satirizam desde o american way of life até outras obras, como ocorre nos créditos, ao constar "Baseado no best-seller 'Os tomates da ira'". Porém, na maior parte do tempo funciona como sátira política e, nesse aspecto, John de Bello fez um extrato que usou mais situações ridículas e diálogos hilários do que tomates propriamente.
A série de filmes do Jason se chama “Sexta-feira 13”, mas bem que poderia ser “Mais do mesmo”. Embora haja uma notável melhora na estilização da violência, com mortes mais elaboradas a cada filme, os méritos se encerram aí. Depois do 1º, do qual eu realmente gostei, os seguintes foram uma sucessão de mesmices e clichês sem fim, destacando-se a regra do “quem-faz-sexo-morre”. Nessa 4ª parte ocorre o mesmo de sempre, é tudo mediocremente previsível, com os personagens insípidos e descartáveis de costume. Não há nenhuma evolução significativa em termos de roteiro: mesmo se tratando de um slasher, um roteiro que ao menos saísse do óbvio (já que fizeram propaganda enganosa ao chamar de “capítulo final”) seria muito bem-vindo. Este capítulo final não encerra nada: Jason morre como nos outros filmes, ficando óbvio que retornará, como das outras vezes: isso é tão repetitivo que não se pode chamar de spoiler. O que salvou este filme, particularmente, foi Corey Feldman: mesmo criança, sua atuação foi mais interessante do que a dos adultos... a expressão enigmática e "diabólica" dele na cena final é mais assustadora que todo o filme.
Uma ótima adaptação do excelente livro de Nikos Kazantzakis, um drama muito bem executado e que certamente representa um marco notável na filmografia de Martin Scorsese (corroborada por sua indicação ao Oscar). É um filme visualmente bonito e vigoroso em aspectos técnicos, como a fotografia natural, somada à fidelidade do roteiro enxuto e à atuação competente de Willem Dafoe como o inseguro e atormentado Cristo.
Não bastava Eli Roth sair da direção para que o filme destruísse definitivamente a tentativa de formar uma boa trilogia de terror: Tarantino saiu da produção também e o resultado não poderia ser pior. Fraco, vazio e, o pior, “limpo” demais em termos de violência, se comparado aos anteriores, este filme consegue se descaracterizar de forma absurda. Dos recantos sombrios e misteriosos da Europa, somos trazidos à América, para o cenário de CSI (Las Vegas) e o que vemos é uma história chata e arrastada que nem sequer brinda o espectador com uma ou outra cena de tortura ou violência bem elaborada (como os dois filmes anteriores fizeram competentemente, com os exageros sanguinolentos by Tarantino). Neste 3º Albergue é tudo tosco e amador, das atuações ao próprio roteiro, chegando, inclusive, à péssima e fraca maquiagem. Lamentável ver o quanto o contexto se perdeu. Quando bater saudade dessa série, é melhor se lembrar dela apenas como "duologia".
Poderia ter sido um filme ruim, mas conseguiu ser pior: uma mistura dos elementos mais repetitivos do cinema de terror, que resultou em um arremedo de “O massacre da serra elétrica” (o remake), inclusive com o xerife vilão e uma fraquíssima tentativa de construir tensão com tortura psicológica, flertando com “Pânico na floresta”, com seus mutantes originados de incestos (a roupa desses mutantes é uma cópia descarada das usadas pelos monstros de “Pânico na floresta”). Personagens rasos e clichês, como sempre, história fraca e previsível e sexo como chamariz e gatilho para a morte completam esse filme mais do que descartável.
Como "Only lovers left alive" ("Amantes eternos") deveria ter sido... Fantástico! Há algum tempo eu esperava por um filme de vampiros moderno, mas que não ridicularizasse os eternos sanguessugas em dramas adolescentes vazios nem os tratasse como monstros descontrolados e animalescos. Em "Kiss of the damned" encontrei um equilíbrio raro entre as características vampirescas, resultando em um filme enxuto e sem exageros, mas profundamente poético, belo e pulsante de um erotismo arrebatador. É uma deliciosa referência ao estilo de um dos meus filmes vampirescos prediletos: "The Hunger" ("Fome de viver"), de Tony Scott, que se nota até na arte do pôster. Tem estilo, charme, uma estética impecável e um roteiro muito coerente. Lembrou-me também, como disse, o filme "Only lovers left alive" em algumas características, mas apesar do excelente elenco e atuações daquele filme, achei-o um tanto assexuado e vazio em conteúdo. Já em "Kiss of the damned", o sexo tem o papel clássico que cabe aos vampiros: eles são sensuais e sofisticados, têm consciência de sua condição 'maldita' (o que já se reflete no 'damned' do título), mas não transformam isso numa novela sobre questões existenciais como remorso. Longe disso, têm sentimentos muito mais convenientes à sua existência... Enfim, são o tipo de vampiro que muitos de nós adoraríamos ser.
Como sequência, soa desnecessário, a começar pelo título, "Jurassic Park 3", quando neste filme não há nenhum "parque", como no primeiro. O próprio segundo filme já não leva o "2" no título. A história se passa em outra ilha, inclusive. Talvez algo como "Jurassic Island" fosse mais coerente... Falando em coerência, o próprio roteiro é falho e forçado: se no primeiro havia um roteiro inteligente que não apenas trazia os dinossauros à vida como discutia questões relacionadas à genética e à evolução (que, em grau bem menor ainda foram abordadas no segundo filme), neste terceiro a única justificativa para levar os dinossauros à tela é nos fazer acompanhar a insípida jornada de uma pequena família em missão de resgate ao filho que se perdeu nessa ilha há algumas semanas. Basicamente o filme se limita a esse drama familiar da busca pelo filho, sem maiores pretensões ou questionamentos, o que limita tanto o roteiro que nem o retorno de Alan Grant pode acrescentar muita coisa ao conjunto. Porém, como filme independente dos anteriores ou simplesmente como mais um filme de aventura, vale muito a pena pelas cenas de ação de tirar o fôlego, pelo realismo ainda mais perfeccionista dos dinossauros e pelo visual belíssimo. No quesito "ação", esse é melhor que os dois anteriores, na minha opinião, mas isso não é suficiente para compensar a pequenez e fragilidade da história... Faltou um propósito maior: depois de tanta ação, gritos e rugidos, o filme acaba e não diz a que veio.
Apesar do tom teatral (de fato, mais parece uma "peça filmada"), considerei uma adaptação muito boa da obra de Kafka. A câmera subjetiva foi uma grande sacada, pois tanto nos permite "estar na pele" do Gregor e ver o mundo através da perspectiva dele quanto deixa a cargo da imaginação do espectador construir a imagem de sua aparência física, - a qual não é mostrada. A própria duração do filme, menos de uma hora, possibilitou transpor o roteiro sem cortes ou aumentos significativos que pudessem alterar, estilizar ou descaracterizar a obra escrita, que também é bastante curta em extensão. O resultado final não ficou uma obra-prima, mas bem "didático", preciso.
Uma boa adaptação do clássico ultrarromântico de Camilo Castelo Branco, talvez extenso em demasia e com um ritmo lento, mas, em contrapartida, bastante fiel à obra original, com todas as cenas mais relevantes e grande parte dos diálogos transcritos tal qual no romance.
Um bom filme de suspense, bastante claustrofóbico e com algumas sequências de sustos intensas. Só achei que, por se tratar de um filme relativamente curto (aproximadamente 1 hora e meia), perdeu-se um tempo precioso no timing da primeira hora, deixando a exploração do terror psicológico quase que restrita aos trinta minutos finais.
Ótimo filme, embora eu o tenha considerado melhor como drama do que como biografia. A reconstrução da sociedade vitoriana e sua mentalidade (por vezes hipócrita) ficou bastante satisfatória, bem como os demais aspectos técnicos, como fotografia e figurinos. Quanto ao protagonista, Stephen Fry me convenceu com seu Wilde realista e franco, mas para mim quem rouba a cena é Jude Law na pele do jovem Alfred Douglas, o impulsivo, instável e mimado amante de Wilde. A atuação de Law é algo fora de série e digno de menção honrosa.
O que é mais vazio e descartável do que um filme pornô? Resposta: um pornô softcore... Anuncia-se como um "thriller erótico", mas, se falha no erotismo, faz muito pior com o que deveria ser o "thriller". Simplesmente péssimo. Roteiro mandou lembranças.
Sem dúvida uma daquelas obras feitas para "bugar" a mente; um dos filmes mais confusos e angustiantes que já vi. De difícil compreensão, a trama passa a ideia de que tanto os personagens quanto o espectador estão presos num ciclo interminável onde a pouca ação dilui a identidade individual do ser humano (ainda que isso soe um tanto como pleonasmo). A fotografia em tom amarelo homogeniza os espaços e ajuda a confundir o fim de um plano e o início de outro, o que resulta numa experiência visualmente simbólica e surreal. Enfim, "O homem duplicado" nos deixa tão mentalmente vulneráveis que chegamos à tortuosa sensação de estarmos presos numa teia de aranha: literalmente.
Uma excelente adaptação do romance de Melville, em termos de roteiro; e, considerando a época, o filme enche os olhos com a fotografia e com os 'efeitos' limitados, mas muito convincentes (Moby Dick ficou ótima). Mas, sem dúvida, quem rouba a cena é Gregory Peck, encarnando um capitão Ahab extraordinário.
O Mestre dos Brinquedos
3.1 120Quando eu via este filme na infância (bem como vários outros trash do saudoso Cinema em Casa), achava ótimo. Recentemente, revendo alguns daqueles clássicos, decidi matar a saudade deste, mas não gostei; na verdade, achei péssimo, mal-desenvolvido, monótono e cansativo, mesmo tendo uma duração de menos de uma hora e meia. Ou alguns filmes funcionam melhor na infância do espectador ou o gosto deste espectador mudou radicalmente (para melhor ou para pior, isso é irrelevante, pois a opinião negativa atual permanece a mesma).
A Liga Contra o Mal
2.4 76Gostei muito deste filme, especialmente porque, diante de tantos comentários negativos, eu não alimentava expectativas muito positivas. Entretanto, ele me agradou em vários aspectos: nas excelentes cenas de ação, com lutas eletrizantes (especialmente a primeira e a última), na sua veia de comédia romântica - além da comédia propriamente dita, que está presente na maior parte do filme - , na caracterização dos vampiros (destaque para o ótimo vilão-vampiro-líder interpretado por Mickey Hardt) e, claro, na participação mais que bem-vinda do Jackie Chan.
Enfim, é um filme de ação/comédia/comédia romântica muito válido como entretenimento. Gostei!
Dog Soldiers: Cães de Caça
3.5 209 Assista AgoraAchei muito satisfatória a representação dos lobisomens neste filme, ferozes e sem consciência, algo que corresponde à definição clássica de maldição. O grau de violência também é outro aspecto que chama a atenção, bem como a ambientação da história e os próprios personagens, que não são aquele bando de estereótipos de sempre. Além disso, tem um clímax bem interessante e sangrento. Em resumo: gostei!
Transylmania - Uma Universidade de Arrepiar
2.0 48Eu gostaria de pedir de volta a uma hora e meia que gastei vendo este filme, mas isso não seria muito honesto, porque ele me arrancou algumas risadas. É um mais um besteirol adolescente, uma espécie de American Pie, mas com o elemento vampiresco (para pegar carona na moda). Mesmo com toda a sua conotação sexual típica e certa dose de escatologia, reconheci um mérito nesse filme: ele faz suas palhaçadas de forma própria, ou seja, sem precisar parodiar outras produções. Tem sua história absurda, mas, em certo grau, original e isso já vale ao menos essas duas estrelas.
Os Vampiros de Salem
3.3 79Por se tratar de uma adaptação de obra de Stephen King e, mais ainda, por ser do diretor Tobe Hooper, o “pai” de dois de meus clássicos prediletos (“Poltergeist” e “O massacre da serra elétrica”), achei que “Os vampiros de Salem” seria um filme espetacular também, mas me enganei: das adaptações de livros de King que já vi, esta é de longe a pior. O mesmo vale para Hooper: dos filmes dele, este foi o de que menos gostei.
O primeiro problema está na duração de mais de 3 horas, nas quais muito pouco acontece, independentemente de ser o filme ou as duas partes da minissérie. Durante esse tempo não há sequer um desenvolvimento satisfatório dos personagens centrais; todos são apáticos e vazios, chegando às vezes a ser teatrais. Além do mais, mesmo sendo absurdamente extenso, o filme picota o romance e suprime muita coisa, o que num sentido positivo poderia ser bom, se houvesse uma proporcional redução na duração dele. Obviamente, isso NÃO acontece. Porém, para mim o pior foi o vilão central, o vampiro Barlow: aquela caracterização me fez sentir vergonha alheia. Ele não passa de uma versão azul do infinitamente superior Nosferatu de Murnau. E, se no caso do filme de Murnau o vampiro era “mudo”, isso se deveu ao fato de toda a produção ser muda. Já no caso do Barlow de King, no livro ao menos ele tem o “dom” da fala e não tem aquela aparência ridícula (na verdade, chega a lembrar o Drácula do livro de Stoker, no qual King confessou ter se inspirado). É patético ver Barlow precisando de um intérprete (Straker) para “traduzir” suas intenções para os personagens.
Verei agora a versão de 2004 do livro para avaliar se a impressão deixada será melhor. Espero sinceramente que sim.
Blade: Trinity
2.8 340 Assista AgoraEsse foi difícil de engolir...
Não achei inteiramente ruim, até gostei dos personagens de Jessica Biel e Ryan Reynolds como novos parceiros do Blade; as cenas de ação são boas (embora inferiores às do segundo filme), mas o roteiro definitivamente não colou, especialmente com aquele Drácula com cara de dançarino latino. Os diálogos ficaram muito desconexos em alguns momentos e o próprio timming deixou a desejar: aquele clímax foi, no mínimo, frustrante, seguido de um "final feliz" incoerente.
Acho que os defeitos ficam ainda mais evidentes porque o segundo filme foi o melhor, tanto em roteiro quanto na própria fluência da história. assim, criou-se uma expectativa de que o terceiro fosse ainda melhor, ou pelo menos tão bom quanto...
Mas, aí "Trinity" mostra (escancara) que quem nasceu para ser Goyer nunca chega a Del Toro.
Uma pena.
Segredos na Noite
2.8 53Vi este filme esperando que fosse um thriller, mas não senti em nenhum momento a tensão característica de um suspense. Então, ele falhou nessa função.
Porém, como filme dramático (foi o que vi na maior parte), “Segredos na noite” até tem uma história interessante: a ideia em si da estranha relação do garoto com sua “mãe” é bastante perturbadora e, nesse aspecto, Toni Collette convence bem no papel de Donna. Robin Williams certamente não está num de seus melhores papéis, mas também não decepciona. Embora no final já saibamos o que de fato aconteceu, a última cena é surpreendente por acabar com todas as suspeitas restantes e revelar a gravidade da situação.
Devorador de Almas
2.1 38Um desperdício de tempo lamentável em forma de filme. Péssimo roteiro, maquiagem tosca, personagens chatos... e um título nacional mais que ridículo para completar o pacote. Com certeza Robert Englund já esteve melhor como o icônico Freddy Krueger: como xerife " do bem" ele definitivamente não convence.
Autópsia de um Crime
3.2 524É uma mistura de alívio e satisfação quando a gente vê um filme descompromissadamente, sem grandes expectativas, e o filme em questão nos surpreende. Foi o que me ocorreu com “Autópsia de um crime”. A princípio, pensei que seria mais uma dessas produções exageradamente violentas e sanguinárias para ocultar o vazio do roteiro, mas (felizmente) eu estava enganado.
É, na verdade, um filme bastante violento e sombrio, mas também sexy e inteligente ao usar o cenário mórbido de um necrotério como “cena do crime perfeito”. A ideia de apresentar patologistas exímios na sua profissão, mas com uma vida secreta repleta de fria crueldade é bastante original. O roteiro chega a ser um tanto filosófico no seu argumento de que “somos assassinos por instinto / somos animais, nossa natureza é matar” e no modo como se pode utilizar o brilhantismo para cometer as mais perversas atrocidades sem medo de punição. Isso porque são crimes tão bem executados que não deixam pistas para investigação policial, mas apenas para os peritos que fazem parte do jogo.
A forma como Ted Grey se envolve gradualmente nesse jogo macabro ficou muito bem desenvolvida, principalmente devido à boa dinâmica entre as atuações “opostas” de Milo Ventimiglia e de Michael Weston (este último ficou ótimo como o brilhante e insano Jake Gallo).
Cloverfield: Monstro
3.2 1,4K Assista AgoraNão gosto de filmes no estilo found footage, mas este me surpreendeu imensamente, ainda mais do que [REC]. Não é "parado" (exceto o início) e nem tem aquela estética amadora de filme com baixo orçamento. Na verdade, é um found footage épico, com cenas de ação visualmente fantásticas. O modo como o monstro gigante é revelado aos poucos (bem como as outras criaturas) é assustador e coerente e o filme como um todo possibilita ao espectador criar intimidade com os personagens, sentir-se na pele deles, em meio ao caos e pânico pelos quais eles estão passando.
Ataque dos Tomates Assassinos
2.8 264 Assista AgoraEsta é, sem dúvida, uma obra-prima da cafonice trash. É tão tosco, amador e escrachado que cumpre a sua função de comédia, com piadas que satirizam desde o american way of life até outras obras, como ocorre nos créditos, ao constar "Baseado no best-seller 'Os tomates da ira'".
Porém, na maior parte do tempo funciona como sátira política e, nesse aspecto, John de Bello fez um extrato que usou mais situações ridículas e diálogos hilários do que tomates propriamente.
Sexta-Feira 13, Parte 4: O Capítulo Final
3.3 376 Assista AgoraA série de filmes do Jason se chama “Sexta-feira 13”, mas bem que poderia ser “Mais do mesmo”.
Embora haja uma notável melhora na estilização da violência, com mortes mais elaboradas a cada filme, os méritos se encerram aí. Depois do 1º, do qual eu realmente gostei, os seguintes foram uma sucessão de mesmices e clichês sem fim, destacando-se a regra do “quem-faz-sexo-morre”. Nessa 4ª parte ocorre o mesmo de sempre, é tudo mediocremente previsível, com os personagens insípidos e descartáveis de costume. Não há nenhuma evolução significativa em termos de roteiro: mesmo se tratando de um slasher, um roteiro que ao menos saísse do óbvio (já que fizeram propaganda enganosa ao chamar de “capítulo final”) seria muito bem-vindo. Este capítulo final não encerra nada: Jason morre como nos outros filmes, ficando óbvio que retornará, como das outras vezes: isso é tão repetitivo que não se pode chamar de spoiler.
O que salvou este filme, particularmente, foi Corey Feldman: mesmo criança, sua atuação foi mais interessante do que a dos adultos... a expressão enigmática e "diabólica" dele na cena final é mais assustadora que todo o filme.
A Última Tentação de Cristo
4.0 296 Assista AgoraUma ótima adaptação do excelente livro de Nikos Kazantzakis, um drama muito bem executado e que certamente representa um marco notável na filmografia de Martin Scorsese (corroborada por sua indicação ao Oscar).
É um filme visualmente bonito e vigoroso em aspectos técnicos, como a fotografia natural, somada à fidelidade do roteiro enxuto e à atuação competente de Willem Dafoe como o inseguro e atormentado Cristo.
O Albergue 3
2.4 617 Assista AgoraNão bastava Eli Roth sair da direção para que o filme destruísse definitivamente a tentativa de formar uma boa trilogia de terror: Tarantino saiu da produção também e o resultado não poderia ser pior. Fraco, vazio e, o pior, “limpo” demais em termos de violência, se comparado aos anteriores, este filme consegue se descaracterizar de forma absurda. Dos recantos sombrios e misteriosos da Europa, somos trazidos à América, para o cenário de CSI (Las Vegas) e o que vemos é uma história chata e arrastada que nem sequer brinda o espectador com uma ou outra cena de tortura ou violência bem elaborada (como os dois filmes anteriores fizeram competentemente, com os exageros sanguinolentos by Tarantino). Neste 3º Albergue é tudo tosco e amador, das atuações ao próprio roteiro, chegando, inclusive, à péssima e fraca maquiagem. Lamentável ver o quanto o contexto se perdeu. Quando bater saudade dessa série, é melhor se lembrar dela apenas como "duologia".
Lago da Morte
2.1 45 Assista AgoraPoderia ter sido um filme ruim, mas conseguiu ser pior: uma mistura dos elementos mais repetitivos do cinema de terror, que resultou em um arremedo de “O massacre da serra elétrica” (o remake), inclusive com o xerife vilão e uma fraquíssima tentativa de construir tensão com tortura psicológica, flertando com “Pânico na floresta”, com seus mutantes originados de incestos (a roupa desses mutantes é uma cópia descarada das usadas pelos monstros de “Pânico na floresta”). Personagens rasos e clichês, como sempre, história fraca e previsível e sexo como chamariz e gatilho para a morte completam esse filme mais do que descartável.
O Beijo do Vampiro
2.8 58Como "Only lovers left alive" ("Amantes eternos") deveria ter sido...
Fantástico! Há algum tempo eu esperava por um filme de vampiros moderno, mas que não ridicularizasse os eternos sanguessugas em dramas adolescentes vazios nem os tratasse como monstros descontrolados e animalescos.
Em "Kiss of the damned" encontrei um equilíbrio raro entre as características vampirescas, resultando em um filme enxuto e sem exageros, mas profundamente poético, belo e pulsante de um erotismo arrebatador.
É uma deliciosa referência ao estilo de um dos meus filmes vampirescos prediletos: "The Hunger" ("Fome de viver"), de Tony Scott, que se nota até na arte do pôster. Tem estilo, charme, uma estética impecável e um roteiro muito coerente.
Lembrou-me também, como disse, o filme "Only lovers left alive" em algumas características, mas apesar do excelente elenco e atuações daquele filme, achei-o um tanto assexuado e vazio em conteúdo. Já em "Kiss of the damned", o sexo tem o papel clássico que cabe aos vampiros: eles são sensuais e sofisticados, têm consciência de sua condição 'maldita' (o que já se reflete no 'damned' do título), mas não transformam isso numa novela sobre questões existenciais como remorso. Longe disso, têm sentimentos muito mais convenientes à sua existência... Enfim, são o tipo de vampiro que muitos de nós adoraríamos ser.
Jurassic Park III
3.1 488 Assista AgoraComo sequência, soa desnecessário, a começar pelo título, "Jurassic Park 3", quando neste filme não há nenhum "parque", como no primeiro. O próprio segundo filme já não leva o "2" no título. A história se passa em outra ilha, inclusive. Talvez algo como "Jurassic Island" fosse mais coerente...
Falando em coerência, o próprio roteiro é falho e forçado: se no primeiro havia um roteiro inteligente que não apenas trazia os dinossauros à vida como discutia questões relacionadas à genética e à evolução (que, em grau bem menor ainda foram abordadas no segundo filme), neste terceiro a única justificativa para levar os dinossauros à tela é nos fazer acompanhar a insípida jornada de uma pequena família em missão de resgate ao filho que se perdeu nessa ilha há algumas semanas. Basicamente o filme se limita a esse drama familiar da busca pelo filho, sem maiores pretensões ou questionamentos, o que limita tanto o roteiro que nem o retorno de Alan Grant pode acrescentar muita coisa ao conjunto.
Porém, como filme independente dos anteriores ou simplesmente como mais um filme de aventura, vale muito a pena pelas cenas de ação de tirar o fôlego, pelo realismo ainda mais perfeccionista dos dinossauros e pelo visual belíssimo. No quesito "ação", esse é melhor que os dois anteriores, na minha opinião, mas isso não é suficiente para compensar a pequenez e fragilidade da história... Faltou um propósito maior: depois de tanta ação, gritos e rugidos, o filme acaba e não diz a que veio.
A Metamorfose
3.3 17Apesar do tom teatral (de fato, mais parece uma "peça filmada"), considerei uma adaptação muito boa da obra de Kafka. A câmera subjetiva foi uma grande sacada, pois tanto nos permite "estar na pele" do Gregor e ver o mundo através da perspectiva dele quanto deixa a cargo da imaginação do espectador construir a imagem de sua aparência física, - a qual não é mostrada. A própria duração do filme, menos de uma hora, possibilitou transpor o roteiro sem cortes ou aumentos significativos que pudessem alterar, estilizar ou descaracterizar a obra escrita, que também é bastante curta em extensão. O resultado final não ficou uma obra-prima, mas bem "didático", preciso.
Amor de Perdição
4.1 3Uma boa adaptação do clássico ultrarromântico de Camilo Castelo Branco, talvez extenso em demasia e com um ritmo lento, mas, em contrapartida, bastante fiel à obra original, com todas as cenas mais relevantes e grande parte dos diálogos transcritos tal qual no romance.
Assim na Terra Como no Inferno
3.2 1,0K Assista AgoraUm bom filme de suspense, bastante claustrofóbico e com algumas sequências de sustos intensas. Só achei que, por se tratar de um filme relativamente curto (aproximadamente 1 hora e meia), perdeu-se um tempo precioso no timing da primeira hora, deixando a exploração do terror psicológico quase que restrita aos trinta minutos finais.
Wilde – O Primeiro Homem Moderno
3.7 91Ótimo filme, embora eu o tenha considerado melhor como drama do que como biografia. A reconstrução da sociedade vitoriana e sua mentalidade (por vezes hipócrita) ficou bastante satisfatória, bem como os demais aspectos técnicos, como fotografia e figurinos.
Quanto ao protagonista, Stephen Fry me convenceu com seu Wilde realista e franco, mas para mim quem rouba a cena é Jude Law na pele do jovem Alfred Douglas, o impulsivo, instável e mimado amante de Wilde. A atuação de Law é algo fora de série e digno de menção honrosa.
A Mansão dos Amantes
3.0 7O que é mais vazio e descartável do que um filme pornô? Resposta: um pornô softcore... Anuncia-se como um "thriller erótico", mas, se falha no erotismo, faz muito pior com o que deveria ser o "thriller".
Simplesmente péssimo. Roteiro mandou lembranças.
O Homem Duplicado
3.7 1,8K Assista AgoraSem dúvida uma daquelas obras feitas para "bugar" a mente; um dos filmes mais confusos e angustiantes que já vi. De difícil compreensão, a trama passa a ideia de que tanto os personagens quanto o espectador estão presos num ciclo interminável onde a pouca ação dilui a identidade individual do ser humano (ainda que isso soe um tanto como pleonasmo). A fotografia em tom amarelo homogeniza os espaços e ajuda a confundir o fim de um plano e o início de outro, o que resulta numa experiência visualmente simbólica e surreal.
Enfim, "O homem duplicado" nos deixa tão mentalmente vulneráveis que chegamos à tortuosa sensação de estarmos presos numa teia de aranha: literalmente.
Moby Dick
3.8 93 Assista AgoraUma excelente adaptação do romance de Melville, em termos de roteiro; e, considerando a época, o filme enche os olhos com a fotografia e com os 'efeitos' limitados, mas muito convincentes (Moby Dick ficou ótima).
Mas, sem dúvida, quem rouba a cena é Gregory Peck, encarnando um capitão Ahab extraordinário.