Filmes surrealistas são muito abstratos e requerem muita interpretação para decodificar seus signos, códigos. Alguns são de mais fácil identificação, outros não. E notas são inúteis para classificar uma arte, as utilizo apenas como parâmetro para dizer o quanto gostei ou não de uma obra, seu grau de intensidade.
Fato é que foi o primeiro filme que vi da Tchecoslováquia, de um movimento que ocorreu por lá chamado New Wave ou Nouvelle Vague Tcheca, composto em grande parte por filmes surrealistas. E esta pérola está incluída aí. Valerie e sua semana de Maravilhas (Como também é conhecido no Brasil) é uma mistura de música e fotografia acachapante e Alice no País das Maravilhas para adultos com uma pitada de Nosferatu. Se a obra de Lewis Carroll já é lisérgica, imagine essa aqui.
Um produto feito principalmente para representar o início da puberdade da personagem-título (O pôster representa uma cena icônica em que a primeira menstruação de Valerie cai em uma margarida, como um desabrochar de uma rosa), o longa é como uma viagem da Valerie em que confunde realidade com fantasia. A sexualidade sempre presente desperta visões em Valerie (Jaroslava Schallerová, que tinha 14 anos à época).
Um dos principais destaques do filme, além de uma trilha e fotografia magníficas é a sua coragem em retratar temas como incesto, pedofilia e figuras religiosas como vampiros nos início dos anos 70. Sim, a Valerie é objeto de desejo de padres e adultos no filme e seus seios aparecem desnudos, em cenas que podem chocar o espectador mais sensível. Misture aí brincos mágicos, doninhas que viram humanos, repressão sexual na Igreja e vampiros e temos essa curioso filme, que tal ousadia lembra obras do magnífico Alejandro Jodorowsky, com um grau ainda maior de abstração. Não sabemos se as cenas são sonhos ou realidades na vida de Valerie, cabe ao espectador interpretar.
Valerie e sua Semana de Deslumbramento é um filme que ainda cria espaço em minha mente, não é um filme fácil, mas certamente ficará com você após o seu término. E melhor de tudo é que tem curta duração. O diretor Jaromil Jires quer goste quer não causou um rebuliço admirável com esse filme. É importante, tem seu culto de seguidores e inclusive foi lançado pela Criterion.
A expressão "Cinema de Autor" é completamente válida para aquele cineasta em que imprime sua visão aos seus filmes, diferenciada e que confere uma autenticidade, uma marca, uma identidade. David Cronenberg, Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Quentin Tarantino, até mesmo cineastas mais contemporâneos, como Edgar Wright, Denis Villeneuve e Christopher Nolan já fincaram suas marcas no cinema e já sabemos o que esperar de seus trabalhos quanto à visão deles no cinema. Terrence Malick também tem o seu próprio cinema e ele apesar dos hiatos da vida faz parte da velha guarda.
Não sou profundo conhecedor de suas obras (Só conferi Terra de Ninguém, que gostei muito e O Novo Mundo, filme que não gostei na época). Justamente após ter visto O Novo Mundo e não ter gostado fez com que me afastasse do cinema de Malick. Seus filmes posteriores, no entanto, têm a mesma visão, seu cinema de autor, conhecido por fazer um mergulho nos personagens com a câmera, fazer viagens pelos seus corpos, ouvirmos narradores externando sentimentos aliados à fotografia magnífica de Emmanuel Lubezki. E tudo isso está presente em seu novo trabalho, De Canção a Canção.
Inicialmente, ficamos confusos com todo aquele misto de personagens aleatórios, narrações aparentemente sem sentido e depois passamos a conhecer o trio de personagens principais, interpretados por Michael Fassbender, Ryan Gosling e Rooney Mara. Só sabemos o nome de Mara e por isso mesmo ela é a personagem central do filme. É ela quem expõe durante todo o filme as suas frustrações em não ter apego, a querer a liberdade. Ao mesmo tempo que pretende se agarrar ao amor pelo personagem do Gosling ela também quer externar sua selvageria pelo produtor vivido por Fassbender, um sujeito entregue ao desejo mais primal, ao sexo sem compromisso, com múltiplas parceiras. E isso é a tônica do filme. Enquanto a câmera percorre seus corpos, o magnífico cenário, ouvimos as desilusões de seus personagens, envoltos pela música.
Na primeira hora de filme, quando nos habituamos àqueles triângulos amorosos, o filme funciona bem. A trilha sonora vem mais a calhar como verdadeira personagem, conferindo sentimentos aos personagens. Isso é mais visível nesse momento, a música evoca sentimentos neles. A partir do momento em que aparece a personagem de Natalie Portman o longa um pouco depois se perde em seus devaneios, em seus vai e vens, em outros sujeitos que aparecem, em outras canções. Sim, porque o filme tem essa ideia, como se cada etapa da vida fosse uma canção e nem sempre ela segue um padrão lógico, uma linearidade. Se não fosse pela fotografia estonteante de Lubezki eu teria provavelmente abandonado o filme em sua segunda metade. O que inicialmente funcionou comigo depois pareceu cansativo em suas repetições e em seus não-desenvolvimentos.
A atuação da Rooney Mara é o principal destaque, é ela quem é mais desenvolvida. Os outros, apesar de conhecermos um romantismo e até inocência em Gosling e uma lascívia em Fassbender fica por isso mesmo. Os outros atores são participações de luxo, como Cate Blanchett, Val Kilmer e os músicos Anthony Kiedis, Flea e Iggy Pop.
De Canção em Canção é um trabalho irregular do Malick, tem suas boas ideias, mas não consegue desenvolvê-las totalmente. Despertou no entanto uma nova vontade em conferir seus trabalhos mais aclamados.
Mais um reboot do Homem-Aranha e ao mesmo tempo não. Assim como é um filme de origem por mostrar um herói descobrindo seus poderes, desajeitado e descobrindo o peso da responsabilidade, ele é uma continuação, pois se passa depois dos eventos de Capitão América: Guerra Civil. O diretor Jon Watts egresso do terror e thrillers (Dirigiu Clown e Cop Car) dá um tom leve até demais, juvenil para se encaixar no novo Peter Parker, adolescente e repleto de novas descobertas. Apesar de ter gostado muito do Tom Holland no papel de Peter Parker, ainda não foi com esse filme que o ator mostrou todo seu potencial. É um filme leve, sem cenas tão marcantes, sem peso dramático, sem maiores perigos ao protagonista ou a seus entes próximos, mesmo com um bom vilão interpretado pelo ótimo Michael Keaton. Por isso, não é o filme definitivo do herói. Apesar de não ter gostado muito da ideia de fazer um Peter Parker mais jovem entendo a proposta da Marvel por ter readquirido os direitos dele no cinema e assim poder desenvolvê-lo melhor. A ligação quase constante com Os Vingadores pra mim acabou que tirando um pouco da liberdade do Aranha em ter um filme só pra si, pareceu mais um spin-off de Homem de Ferro ou Avengers, mas espero que futuramente em uma sequência apareçam conflitos maiores e um herói mais desenvolvido. Como citado até mesmo o vilão deveria aparecer mais na trama, senti como uma ótima escolha, um Keaton de volta ao universo dos heróis, mas sem muito tempo em tela. Quando o personagem começa a ficar mais interessante o filme já está perto do fim. Uma pena. Ainda prefiro os 2 primeiros do Sam Raimi (O 2 é infinitamente superior), mas esse novo filme do Aranha é muito melhor que o 3 do Raimi e as duas bombas do Espetacular Homem-Aranha.
Consagrado como um dos filmes mais polêmicos de todos os tempos, finalmente conferi The Devils, filme que ataca ferozmente a Igreja e trata todos os fanáticos como histéricos, todas as blasfêmias em pesadelos em película. Com atuações intensas de Oliver Reed e Vanessa Redgrave, o filme não poupa ninguém. Não havia heróis ou vilões na guerra entre católicos e protestantes, cada um tentando usar da religião como arma para subjugar ignorantes e praticarem as maiores atrocidades que a História talvez já tenha presenciado, em um período negro, de pragas, pestes e muita morte de inocentes. Desejos reprimidos, blasfêmias das mais diversas e uma crítica feroz que continua contundente nos dias de hoje, The Devils é uma obra pesada e que dificilmente vai deixar quem a assistir indiferente.
O filme tem uma premissa muito marcante, com um início altamente promissor. Embarcamos na road trip de Lucas (Joel Edgerton), Roy (Michael Shannon) e o garoto Alton (Jaeden Lieberher) em uma fuga que sugere perseguição pelo governo. Um culto em um rancho é investigado de onde o garoto Alton é capturado. Ficamos instigados com tudo isso. Porém, o roteiro escrito pelo próprio Jeff Nichols deixa muitas pontas soltas durante o filme e nem mesmo as excelentes sequências de ação e o ótimo elenco conseguem sustentar tanto o filme da obviedade, em suas tentativas de homenagem à E.T de Spielberg, mas sem um roteiro tão bem escrito. Uma pena, pois o filme tinha potencial para ser algo maior. O excesso de sugestão acaba evitando temas que seriam interessantes de serem explanados melhor, como o culto no Rancho, a origem do Alton e outros detalhes que tornam o filme um pouco incongruente. Mesmo assim, Jeff Nichols é um baita de um diretor que já dirigiu a preciosidade chamada Mud e pretendo ver seus outros filmes. Um filme com potencial, mas que não soube bem aproveitá-lo.
A Islândia é um país isolado, gélido, mas anualmente surpreende com o seu cinema peculiar e de grande qualidade. Heartstone é mais um grande exemplo de filme que se utiliza das belíssimas paisagens naturais dos campos islandeses para contar uma sensível história de descobertas, sexualidade e o drama de ser rejeitado por não poder ser você mesmo, em um local onde todo mundo te conhece e as conversas se espalham rapidamente. Assim como o peixe-pedra rejeitado pelos pré-adolescentes no início do filme, personagens também vão sofrer rejeições, em uma metáfora sutil. O filme é muito sincero para com o cotidiano de pré-adolescentes, ao mostrar suas vivências, descobertas do amor, problemas familiares e elos de amizade mais fortes do que aparentam. A fotografia deslumbrante ajuda a adentrarmos esse ambiente, tão conhecido por sua frieza, mas que seus protagonistas mostram uma vivacidade típica da idade, de uma forma universal. Calor humano tem de sobra em um cinema caracterizado pelas relações distantes entre as pessoas. Um belo debut e mais um filme islandês na lista que não deve passar despercebido.
Inegável ao assistirmos Z: A Cidade Perdida a lembrança a filmes clássicos como Apocalipse Now do Francis Ford Coppola ou até mesmo Fitzcarraldo, do Werner Herzog em alguns momentos. Obviamente que esse novo trabalho do James Gray não se equipara a essas obras citadas, mas o talentoso diretor resolve contar as histórias de Percy Fawcett de uma forma que não se torna cansativa, apesar da longa duração. Acompanhamos Fawcett desde sua caça por um veado para dar de presente ao Arquiduque Franz Ferdinand antes da Primeira Guerra até suas ilusões de grandeza após a suposta descoberta da cidade misteriosa Z, algo tão grandioso que é denominado assim pelo explorador como a última peça do quebra-cabeças do homem, por isso a última letra do alfabeto. A montagem do filme é muito bem feita e as elipses e passagem de tempo são fluídas e não denotam desequilíbrio. O elenco é forte, Charlie Hunnam mostra o vigor em seu personagem, Robert Pattinson mostra a cada vez que sabe muito bem escolher seus projetos, apesar de atuação mais contida e temos uma participação de Tom Holland. O filme perde tempo em determinadas passagens que fazem apenas volume, como as que envolvem o Murray (Angus Macfadyen) e a Sociedade Real Geográfica, companhia a qual Fawcett fazia parte. Porém o filme é mais um estudo do ser humano diante do desconhecido, do homem diante de culturas diferentes e sobre saber respeitar, mesmo diante de tanta hostilidade e preconceitos. A grandiosidade da natureza confronta a pequenez do homem em suas tentativas às vezes vãs de encontrar um sentido ou um caminho nunca antes percorrido. O desfecho abstrai e torna-se tão misterioso quanto à cidade Z. Um trabalho exemplar, mais um para a carreira de James Gray.
É fascinante ver um diretor do nível de Joon-ho Bong com tamanha projeção. Okja seu novo filme causou polêmica desde seu lançamento no Festival de Cannes desse ano, devido a não ter um lançamento em cinemas, apenas no Netflix, o que causou vários debates sobre a forma de se ver cinema: em tela grande ao modo clássico ou divulgar para que mais pessoas tenham acesso ao filme como promove a Netflix. Fato é que Okja deveria também passar nos cinemas, pois é um filme importante devido a sua temática e não deixa de ser um filme cativante para toda família, uma história da afeição de uma garota por seu bichinho de estimação, a adorável superporca Okja. Com certeza com a projeção mundial que o Okja está recebendo nesse momento pela Netflix muitas pessoas vão voltar seus olhos para Joon-ho Bong e descobrir o fabuloso cinema coreano. Bong que não é novato (Esse é seu segundo filme em Hollywood, o maravilhoso Expresso do Amanhã foi sua estréia), já tinha uma carreira sólida na Coréia do Sul, onde dirigiu as pérolas Memórias de um Assassino, O Hospedeiro e Mother, além do divertido Barking Dogs Never Bite. Junto a Chan-wook Park e Jee-woon Kim, Bong faz parte da Santíssima Trindade do Cinema Coreano.
Voltando à Okja, Bong mostra todo o seu apuro visual de costume, em um filme lindo esteticamente e corajoso ao mostrar uma visão peculiar coreana sobre um tema tão em voga ultimamente, atacando indústrias alimentícias, mais precisamente as indústrias de carne. O processo de criar um animal para o abatedouro, uma vida assim como um animal de estimação e o diretor sabe com maestria dosar o humor, com drama e nos fazer pensar nesse trajeto. Acredito que com um final mais impactante e personagens menos irritantes (Tilda Swinton e Jake Gyllenhaal, apesar de propositadamente caricaturais em seus papéis) o filme alcançaria um resultado ainda melhor, mas Okja é uma obra obrigatória mesmo assim. Uma fantasia com uma realidade cruel e como só os coreanos sabem fazer, encantadora, mas com punhos fechados sobre nossos rostos ao mesmo tempo.
Um noir diferente. Aqui não temos detetives alcoólatras, femme fatales ou algo que caracterize tanto um noir, mas temos personagens perversos, um crime e a figura da polícia sempre presente, elementos que o caracterizam como noir. Apesar disso o diretor não foi um Hitchcock da vida para trabalhar o suspense, algo tão comum em um filme do gênero e por isso The Prowler torna-se previsível desde o seu início. A motivação do policial para fazer o que faz durante o filme é que torna o longa um bom noir. Webb, em interpretação magnífica de Van Heflin é um sujeito frustrado com sua profissão de policial e logo se aproxima da rica Susan (Evelyn Keyes), uma mulher casada, mas de casamento infeliz e a solidão se instala diariamente no cair da noite. A vítima perfeita para um vigarista não é verdade?
A primeira parte do filme é muito boa, em um roteiro corajoso do Dalton Trumbo expondo a polícia como uma profissão que se aproveita de sua força para ter as coisas de uma forma fácil. Webb mostra-se um personagem desprezível, mas mesmo assim torcemos pela dupla protagonista, de uma forma mórbida até. No entanto, a partir do segundo e terceiro ato o diretor não soube muito bem conduzir a trama, caindo no melodrama e como já falei com zero suspense. A crueldade da história acaba por ter um desfecho tacanho e abrupto que foge do que vinha sendo exposto até então, o que torna O cúmplice das sombras, apesar de alçado a clássico noir, um filme apenas bom no estilo, mas que tinha potencial para algo maior. O longa vale pela atuação do Van Heflin, seu policial cruel e pelo primeiro ato muito bem construído, ao expor o excesso policial e uma dupla relação abusiva.
Um filme que aguardava bastante, de um diretor que se tornou promissor após sua obra Los Cronocrímenes, mas que infelizmente depois dele não conseguiu emplacar mais nenhum trabalho relevante. Nacho Vigalondo em seu novo filme tenta até fazer piadas visuais e metafóricas sobre um tema tão complexo como o alcoolismo e relacionamentos abusivos, mas acaba morrendo na praia. A obra apesar de seu baixo orçamento apresenta bons efeitos visuais para representar os gigantes e a destruição da cidade de Seul, em um trabalho de respeito, mas a trama não ajuda. Anne Hathaway em uma bela atuação como de costume interpreta Gloria, uma escritora em frangalhos com seu relacionamento e um problema sério de alcoolismo que é expulsa de casa e resolve voltar a sua cidade natal para tentar clarear a mente. Lá ela vai ter que enfrentar seus demônios interiores de uma forma que o diretor tenta aliar criatividade visual com metáforas, mas que não consegue cativar o espectador com seus diálogos pobres e personagens desinteressantes, com exceção da própria Hathaway e do Jason Sudeikis, que interpreta um amigo de infância de Gloria e mostra aos poucos sua persona real. Dan Stevens também está no elenco, mas seu papel não tem importância. O maior pecado do filme é o desenvolvimento do seu roteiro escrito pelo próprio Vigalondo, que não cativa o espectador e não consegue extrair de suas metáforas algo relevante ou que se faça refletir sobre temas tão sensíveis. Ao final acaba sendo apenas uma obra boba e esquecível, apesar dos esforços da Hathaway e Sudeikis.
Eu como li o livro achei super foda até o episódio 4. A partir do 5 diverge totalmente do livro e não gostei muito das mudanças. Adorei o Mr. World do Crispin Glover no entanto. Cadê o encontro na Casa de Pedra?
Australianos gostam mesmo de filme de cativeiro. Só esse ano vi 2 de lá (Hounds of Love e esse). Berlin Syndrome conta a história de Clare (Teresa Palmer), uma fotógrafa australiana que decide ter uma experiência de viver uns dias em outro país, registrando tudo com sua câmera. O país que ela escolhe é a Alemanha, Berlim mais precisamente. Lá ela conhece o belo professor de inglês e esportes Andi (Max Riemelt) e se envolve normalmente com ele. Um belo dia ela acorda no apartamento de Andi e se vê trancada. Aos poucos a realidade cruel aparece e ela se vê vítima do sequestrador que não tem um motivo específico para fazer isso. A trama se desenvolve lentamente, se estende por demais (As cenas envolvendo o pai de Andi pra mim ficaram desnecessárias na trama) e tem um desfecho meio incoerente, mas ainda assim provoca boas cenas de tensão e o casal tem química apesar da situação constrangedora do filme. Teresa e Max têm boas atuações que ajudam a carregar o filme. Terceiro filme da diretora Cate Shortland pretendo ver seus anteriores.
Impressionante debut da Julia Ducournau. Tudo funciona no filme: Atuações, direção, roteiro e simbolismos. A ligação da sexualidade com a carne, com a descoberta sexual achei muito bem trabalhada. Tem algumas cenas mais fortes, mas nada para desmaiar. O final fecha o ciclo de uma maneira eficaz. Gostei bastante
Acabei de ver. Bem anárquico, com um fiapo de história, quando ele não começa a se levar a sério fica bem divertido, uma mistura de Cães de Aluguel com tiroteio sem fim entre feridos se arrastando no chão hahaha. Lembra algo do Tarantino mesmo ou Guy Ritchie, mas sem os diálogos espirituosos do primeiro e com estilo parecido com o segundo. A trilha sonora é outro destaque, a direção é segura e tem como produtor executivo o Martin Scorsese. O elenco é ótimo, mas sem espaço pra desenvolver a trama ou seus personagens, o que torna o filme não tão além do que a média. De qualquer forma, um filme divertido
Acabei de ver, sinceramente não entendi muito não ao final. Falo na ligação de todas as pistas. Tem umas 50 reviravoltas perto do final que me confundiram legal. Acho que vou rever
A Austrália sempre ficou conhecida por trazer um cinema mais cru, sujo e Hounds of Love não é diferente. Trata-se de uma bad trip, um filme difícil de se assistir, mas é tão bem orquestrado pelo diretor Ben Young (Em seu debut) que é impossível ficar indiferente. Levemente baseado em fatos reais, o filme se passa na cidade de Perth, Austrália em 1987 e segue uma dupla de sociopatas que observam colegiais a fim de sequestrá-las e posteriormente matá-las, sem motivo aparente a não ser o sadismo. Isso nos é apresentado logo no início com uma grande elegância na câmera de Young, em câmera lenta dando closes nas colegiais e já sabemos que aquilo vai dar início a algo muito aterrador, até que o título do filme apareça. A partir daí somos apresentados a Vicky (Ashleigh Cummings), uma jovem que está desiludida após a separação dos pais e logo transforma-se em vítima da dupla de assassinos. Ela é sequestrada e passa a sofrer no seu cativeiro, sendo abusada e torturada, física e psicologicamente. O filme tem vários planos abertos, tomadas aéreas, algumas partes em câmera lenta contemplativas a fim de fugir de todo o horror que está entre quatro paredes e é de uma elegância exemplar. O filme ainda nos oferece um trio de atuações intensas por parte da já citada Ashleigh e dos dois vilões Evelyn e John (Emma Booth e Stephen Curry, respectivamente). Evelyn é o elo fraco da monstruosidade, frágil, um misto de amor pelo companheiro e ódio pelas suas atitudes e não passamos a saber muito sobre o background deles envolvendo os seus filhos. John por outro lado é aquele sujeito frio, que não pensa duas vezes ao ter que usar a violência, ameaça com o olhar, enquanto fora daquele cubículo ele se mostre uma pessoa frágil até. O filme então se concentra nas relações entre esses três personagens e as buscas por parte da família da Vicky ficam em segundo plano. Apesar de mostrar muitas cenas violentas, elas são mais em off, o que não deixam de ser perturbadoras mesmo assim. A trilha sonora também é magnífica, ora representada por batidas eletrônicas que criam uma tensão à flor da pele até clássicos como Nights in White Satin da banda Moody Blues. Enfim, Hounds of Love é selvagem como um cão no cio e prova que a Austrália é não só um país desenvolvido nos mais diversos setores de um Estado, mas também mostra um cinema avassalador e realista a cada obra lançada.
Quando vi "Produzido por Álex de la Iglesia" e que tinha no elenco Macarena Gómez me veio à mente outro filme espanhol que gostei bastante chamado Musarañas, também produzido por Iglesia e com Gómez no elenco. Gosto muito do cinema espanhol e resolvi conferir essa curiosa produção na Netflix. O principal destaque do filme é a sua coragem, em tratar de temas tão desviados como a deformidade e a beleza fora do padrão e o jovem diretor Eduardo Casanova entrega no seu debut em longa-metragem uma obra que vale a pena ser vista. O filme lembra em certos aspectos o primeiro longa-metragem do Iglesia chamado Ação Mutante. Não em relação a ser uma sci-fi (Esse filme é um drama com humor negro), mas sim em relação aos seus personagens marginalizados e talvez o diretor espanhol tenha enxergado a si mesmo em Eduardo Casanova, o que resultou na produção do filme. Os personagens são interligados a lá um Crash ou Amores Brutos a situações cotidianas. Troque as deformidades por pessoas normais e seria um filme comum. Mas o diretor utliza aqui uma jovem com um ânus no lugar da boca (E vice-versa), um triângulo amoroso entre uma pessoa "normal", uma de face "derretida" e outro com a pele queimada, um garoto que deseja amputar suas pernas para virar uma sereia, uma anã, uma cega prostituta e uma obesa. Sim, os personagens são fora do padrão e isso é uma novidade bem vinda ao filme, lembrando o clássico Monstros (Freaks). O filme é belo, com uma tonalidade de cores sempre rosa e lilás por todo o filme, o que dá um aspecto kitsch a lá Almodóvar, além de sua trilha sonora brega e chiclete. Uma obra ousada, feita para chocar no bom sentido e que mostra que todos nós merecemos a felicidade. Um diretor emulando o anarquismo e escatologia de um John Waters nos dias de hoje sempre é bom.
Altamente aclamado pela crítica, Get Out é um filme diferenciado. Um thriller psicológico com um subtexto racial que é extremamente bem realizado pelo comediante Jordan Peele. Aquela música dos créditos iniciais com sussurros já dá o clima para a história de Chris (Daniel Kaluuya), um jovem negro que namora Rose (Allison Williams), uma caucasiana. Ela pretende apresentar o namorado à sua família e desde já deixa o rapaz paranóico. Será que vão aceitá-lo por ser negro? E o diretor desenvolve esse tema de uma forma ácida e crítica. Achei em alguns momentos algo superficial nessa tentativa de falar sobre o racismo, algumas atitudes do personagem principal são meio duvidosas, mas no geral o filme é redondinho, muito bem conduzido, com um climax que provocou em mim um misto de surpresa com decepção, por ser tudo muito apressado. Não é uma obra-prima, mas com certeza é mais um bom fruto dessa nova safra do horror norte-americano. Uma mistura de Adivinhe quem vem para Jantar e O Bebê de Rosemary.
Prometheus faz parte de um novo arco na história do Alien. Ridley Scott volta à direção e aqui ele tentou criar uma prequel ao Alien de 1979. Só que não somente uma prequel, mas praticamente um spin-off, porque o filme é tudo, menos Alien. Parece uma ficção-científica à parte sobre a busca do nosso criador e tem pouquíssimas ligações com o original. O principal destaque do filme é o seu lado estético, simplesmente maravilhoso. O David interpretado por Michael Fassbender é uma boa adição, um sintético que não sabe muito bem qual o seu propósito. Tem um elenco exemplar, Noomi Rapace funciona bem, tem uma cena de aborto muito bem realizada e tensa, mas produz mais perguntas que respostas.
Depois do fiasco que foi Alien 3, a clonagem estava em alta em 1997, após as notícias da Ovelha Dolly e resolveram utilizar essa premissa para trazer a Ripley de volta. Com um diretor europeu e que não sabia falar patavinas o inglês (Jean-Pierre Jeunet), o filme tem problema no seu roteiro novamente, escrito por Joss Whedon, mas mudado ao bel prazer do diretor. É um Alien mais descompromissado, com a inserção de um humor negro já característico nas obras do Jeunet e não é de todo ruim. É o mais gore dos Alien até então, possui pelo menos duas cenas que gosto bastante (A complicada cena debaixo d'água e a do clones descartados), é estiloso, tem um bom elenco e de certa forma segue a cronologia da série, mas o roteiro é uma palhaçada.
Eis aqui a maldição do terceiro filme. Com um roteiro escrito a 10 mãos (Algo que nunca é bom sinal), o filme passou por vários diretores até passarem a batata quente para um novato David Fincher (Que na época era egresso de videoclipes e não era o diretor tão respeitado que é hoje). O longa é problemático, descarta personagens importantes do filme anterior (Newt e Hicks), apresenta uns conceitos interessantes (Como a religião e uma penitenciária espacial), mas o roteiro é muito problemático. A primeira hora funciona, em que somos apresentados àquele novo universo. O personagem do Charles Dance é de longe um dos melhores no elenco. Porém no segundo ato, atitudes dos personagens, efeitos especiais fracos e uma condução burocrática conferem à Alien 3 um ar sombrio, mas decepcionante.
Após o sucesso do filme de 1979 inevitável sua sequência, dessa vez nas mãos de James Cameron, recém saído de Exterminador do Futuro, outra obra importantíssima para o gênero ação/sci-fi. James Cameron é mestre em comandar a ação e aqui não foi diferente, gerando uma sequência à altura do original (Alguns acham até superior). O foco aqui é a guerra, o militarismo e anos mais tarde talvez Verhoeven tenha se inspirado nesse filme para criar o seu Tropas Estelares. O filme é repleto de tensão, principalmente no seu final apoteótico.
Clássico absoluto do gênero sci-fi com horror, Alien ainda hoje prova o quão ambicioso era. Prezando pelo horror psicológico, sugestivo e com elementos que seriam incorporados à franquia (Facehuggers, xenomorfos, seres sintéticos) é uma obra seminal. Ripley é apresentada a nós espectadores e conferimos a luta de uma humana contra uma besta, tudo em corredores escuros e muita tensão. Obrigatório.
Valerie e Sua Semana de Deslumbramentos
3.9 191 Assista AgoraFilmes surrealistas são muito abstratos e requerem muita interpretação para decodificar seus signos, códigos. Alguns são de mais fácil identificação, outros não. E notas são inúteis para classificar uma arte, as utilizo apenas como parâmetro para dizer o quanto gostei ou não de uma obra, seu grau de intensidade.
Fato é que foi o primeiro filme que vi da Tchecoslováquia, de um movimento que ocorreu por lá chamado New Wave ou Nouvelle Vague Tcheca, composto em grande parte por filmes surrealistas. E esta pérola está incluída aí. Valerie e sua semana de Maravilhas (Como também é conhecido no Brasil) é uma mistura de música e fotografia acachapante e Alice no País das Maravilhas para adultos com uma pitada de Nosferatu. Se a obra de Lewis Carroll já é lisérgica, imagine essa aqui.
Um produto feito principalmente para representar o início da puberdade da personagem-título (O pôster representa uma cena icônica em que a primeira menstruação de Valerie cai em uma margarida, como um desabrochar de uma rosa), o longa é como uma viagem da Valerie em que confunde realidade com fantasia. A sexualidade sempre presente desperta visões em Valerie (Jaroslava Schallerová, que tinha 14 anos à época).
Um dos principais destaques do filme, além de uma trilha e fotografia magníficas é a sua coragem em retratar temas como incesto, pedofilia e figuras religiosas como vampiros nos início dos anos 70. Sim, a Valerie é objeto de desejo de padres e adultos no filme e seus seios aparecem desnudos, em cenas que podem chocar o espectador mais sensível. Misture aí brincos mágicos, doninhas que viram humanos, repressão sexual na Igreja e vampiros e temos essa curioso filme, que tal ousadia lembra obras do magnífico Alejandro Jodorowsky, com um grau ainda maior de abstração. Não sabemos se as cenas são sonhos ou realidades na vida de Valerie, cabe ao espectador interpretar.
Valerie e sua Semana de Deslumbramento é um filme que ainda cria espaço em minha mente, não é um filme fácil, mas certamente ficará com você após o seu término. E melhor de tudo é que tem curta duração. O diretor Jaromil Jires quer goste quer não causou um rebuliço admirável com esse filme. É importante, tem seu culto de seguidores e inclusive foi lançado pela Criterion.
De Canção Em Canção
2.9 375 Assista AgoraA expressão "Cinema de Autor" é completamente válida para aquele cineasta em que imprime sua visão aos seus filmes, diferenciada e que confere uma autenticidade, uma marca, uma identidade. David Cronenberg, Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Quentin Tarantino, até mesmo cineastas mais contemporâneos, como Edgar Wright, Denis Villeneuve e Christopher Nolan já fincaram suas marcas no cinema e já sabemos o que esperar de seus trabalhos quanto à visão deles no cinema. Terrence Malick também tem o seu próprio cinema e ele apesar dos hiatos da vida faz parte da velha guarda.
Não sou profundo conhecedor de suas obras (Só conferi Terra de Ninguém, que gostei muito e O Novo Mundo, filme que não gostei na época). Justamente após ter visto O Novo Mundo e não ter gostado fez com que me afastasse do cinema de Malick. Seus filmes posteriores, no entanto, têm a mesma visão, seu cinema de autor, conhecido por fazer um mergulho nos personagens com a câmera, fazer viagens pelos seus corpos, ouvirmos narradores externando sentimentos aliados à fotografia magnífica de Emmanuel Lubezki. E tudo isso está presente em seu novo trabalho, De Canção a Canção.
Inicialmente, ficamos confusos com todo aquele misto de personagens aleatórios, narrações aparentemente sem sentido e depois passamos a conhecer o trio de personagens principais, interpretados por Michael Fassbender, Ryan Gosling e Rooney Mara. Só sabemos o nome de Mara e por isso mesmo ela é a personagem central do filme. É ela quem expõe durante todo o filme as suas frustrações em não ter apego, a querer a liberdade. Ao mesmo tempo que pretende se agarrar ao amor pelo personagem do Gosling ela também quer externar sua selvageria pelo produtor vivido por Fassbender, um sujeito entregue ao desejo mais primal, ao sexo sem compromisso, com múltiplas parceiras. E isso é a tônica do filme. Enquanto a câmera percorre seus corpos, o magnífico cenário, ouvimos as desilusões de seus personagens, envoltos pela música.
Na primeira hora de filme, quando nos habituamos àqueles triângulos amorosos, o filme funciona bem. A trilha sonora vem mais a calhar como verdadeira personagem, conferindo sentimentos aos personagens. Isso é mais visível nesse momento, a música evoca sentimentos neles. A partir do momento em que aparece a personagem de Natalie Portman o longa um pouco depois se perde em seus devaneios, em seus vai e vens, em outros sujeitos que aparecem, em outras canções. Sim, porque o filme tem essa ideia, como se cada etapa da vida fosse uma canção e nem sempre ela segue um padrão lógico, uma linearidade. Se não fosse pela fotografia estonteante de Lubezki eu teria provavelmente abandonado o filme em sua segunda metade. O que inicialmente funcionou comigo depois pareceu cansativo em suas repetições e em seus não-desenvolvimentos.
A atuação da Rooney Mara é o principal destaque, é ela quem é mais desenvolvida. Os outros, apesar de conhecermos um romantismo e até inocência em Gosling e uma lascívia em Fassbender fica por isso mesmo. Os outros atores são participações de luxo, como Cate Blanchett, Val Kilmer e os músicos Anthony Kiedis, Flea e Iggy Pop.
De Canção em Canção é um trabalho irregular do Malick, tem suas boas ideias, mas não consegue desenvolvê-las totalmente. Despertou no entanto uma nova vontade em conferir seus trabalhos mais aclamados.
Homem-Aranha: De Volta ao Lar
3.8 1,9K Assista AgoraMais um reboot do Homem-Aranha e ao mesmo tempo não. Assim como é um filme de origem por mostrar um herói descobrindo seus poderes, desajeitado e descobrindo o peso da responsabilidade, ele é uma continuação, pois se passa depois dos eventos de Capitão América: Guerra Civil. O diretor Jon Watts egresso do terror e thrillers (Dirigiu Clown e Cop Car) dá um tom leve até demais, juvenil para se encaixar no novo Peter Parker, adolescente e repleto de novas descobertas. Apesar de ter gostado muito do Tom Holland no papel de Peter Parker, ainda não foi com esse filme que o ator mostrou todo seu potencial. É um filme leve, sem cenas tão marcantes, sem peso dramático, sem maiores perigos ao protagonista ou a seus entes próximos, mesmo com um bom vilão interpretado pelo ótimo Michael Keaton. Por isso, não é o filme definitivo do herói. Apesar de não ter gostado muito da ideia de fazer um Peter Parker mais jovem entendo a proposta da Marvel por ter readquirido os direitos dele no cinema e assim poder desenvolvê-lo melhor. A ligação quase constante com Os Vingadores pra mim acabou que tirando um pouco da liberdade do Aranha em ter um filme só pra si, pareceu mais um spin-off de Homem de Ferro ou Avengers, mas espero que futuramente em uma sequência apareçam conflitos maiores e um herói mais desenvolvido. Como citado até mesmo o vilão deveria aparecer mais na trama, senti como uma ótima escolha, um Keaton de volta ao universo dos heróis, mas sem muito tempo em tela. Quando o personagem começa a ficar mais interessante o filme já está perto do fim. Uma pena. Ainda prefiro os 2 primeiros do Sam Raimi (O 2 é infinitamente superior), mas esse novo filme do Aranha é muito melhor que o 3 do Raimi e as duas bombas do Espetacular Homem-Aranha.
Os Demônios
3.9 154Consagrado como um dos filmes mais polêmicos de todos os tempos, finalmente conferi The Devils, filme que ataca ferozmente a Igreja e trata todos os fanáticos como histéricos, todas as blasfêmias em pesadelos em película. Com atuações intensas de Oliver Reed e Vanessa Redgrave, o filme não poupa ninguém. Não havia heróis ou vilões na guerra entre católicos e protestantes, cada um tentando usar da religião como arma para subjugar ignorantes e praticarem as maiores atrocidades que a História talvez já tenha presenciado, em um período negro, de pragas, pestes e muita morte de inocentes. Desejos reprimidos, blasfêmias das mais diversas e uma crítica feroz que continua contundente nos dias de hoje, The Devils é uma obra pesada e que dificilmente vai deixar quem a assistir indiferente.
Destino Especial
3.3 159O filme tem uma premissa muito marcante, com um início altamente promissor. Embarcamos na road trip de Lucas (Joel Edgerton), Roy (Michael Shannon) e o garoto Alton (Jaeden Lieberher) em uma fuga que sugere perseguição pelo governo. Um culto em um rancho é investigado de onde o garoto Alton é capturado. Ficamos instigados com tudo isso. Porém, o roteiro escrito pelo próprio Jeff Nichols deixa muitas pontas soltas durante o filme e nem mesmo as excelentes sequências de ação e o ótimo elenco conseguem sustentar tanto o filme da obviedade, em suas tentativas de homenagem à E.T de Spielberg, mas sem um roteiro tão bem escrito. Uma pena, pois o filme tinha potencial para ser algo maior. O excesso de sugestão acaba evitando temas que seriam interessantes de serem explanados melhor, como o culto no Rancho, a origem do Alton e outros detalhes que tornam o filme um pouco incongruente. Mesmo assim, Jeff Nichols é um baita de um diretor que já dirigiu a preciosidade chamada Mud e pretendo ver seus outros filmes. Um filme com potencial, mas que não soube bem aproveitá-lo.
Corações de Pedra
3.9 185A Islândia é um país isolado, gélido, mas anualmente surpreende com o seu cinema peculiar e de grande qualidade. Heartstone é mais um grande exemplo de filme que se utiliza das belíssimas paisagens naturais dos campos islandeses para contar uma sensível história de descobertas, sexualidade e o drama de ser rejeitado por não poder ser você mesmo, em um local onde todo mundo te conhece e as conversas se espalham rapidamente. Assim como o peixe-pedra rejeitado pelos pré-adolescentes no início do filme, personagens também vão sofrer rejeições, em uma metáfora sutil. O filme é muito sincero para com o cotidiano de pré-adolescentes, ao mostrar suas vivências, descobertas do amor, problemas familiares e elos de amizade mais fortes do que aparentam. A fotografia deslumbrante ajuda a adentrarmos esse ambiente, tão conhecido por sua frieza, mas que seus protagonistas mostram uma vivacidade típica da idade, de uma forma universal. Calor humano tem de sobra em um cinema caracterizado pelas relações distantes entre as pessoas. Um belo debut e mais um filme islandês na lista que não deve passar despercebido.
Z: A Cidade Perdida
3.4 320 Assista AgoraInegável ao assistirmos Z: A Cidade Perdida a lembrança a filmes clássicos como Apocalipse Now do Francis Ford Coppola ou até mesmo Fitzcarraldo, do Werner Herzog em alguns momentos. Obviamente que esse novo trabalho do James Gray não se equipara a essas obras citadas, mas o talentoso diretor resolve contar as histórias de Percy Fawcett de uma forma que não se torna cansativa, apesar da longa duração. Acompanhamos Fawcett desde sua caça por um veado para dar de presente ao Arquiduque Franz Ferdinand antes da Primeira Guerra até suas ilusões de grandeza após a suposta descoberta da cidade misteriosa Z, algo tão grandioso que é denominado assim pelo explorador como a última peça do quebra-cabeças do homem, por isso a última letra do alfabeto. A montagem do filme é muito bem feita e as elipses e passagem de tempo são fluídas e não denotam desequilíbrio. O elenco é forte, Charlie Hunnam mostra o vigor em seu personagem, Robert Pattinson mostra a cada vez que sabe muito bem escolher seus projetos, apesar de atuação mais contida e temos uma participação de Tom Holland. O filme perde tempo em determinadas passagens que fazem apenas volume, como as que envolvem o Murray (Angus Macfadyen) e a Sociedade Real Geográfica, companhia a qual Fawcett fazia parte. Porém o filme é mais um estudo do ser humano diante do desconhecido, do homem diante de culturas diferentes e sobre saber respeitar, mesmo diante de tanta hostilidade e preconceitos. A grandiosidade da natureza confronta a pequenez do homem em suas tentativas às vezes vãs de encontrar um sentido ou um caminho nunca antes percorrido. O desfecho abstrai e torna-se tão misterioso quanto à cidade Z. Um trabalho exemplar, mais um para a carreira de James Gray.
Okja
4.0 1,3K Assista AgoraÉ fascinante ver um diretor do nível de Joon-ho Bong com tamanha projeção. Okja seu novo filme causou polêmica desde seu lançamento no Festival de Cannes desse ano, devido a não ter um lançamento em cinemas, apenas no Netflix, o que causou vários debates sobre a forma de se ver cinema: em tela grande ao modo clássico ou divulgar para que mais pessoas tenham acesso ao filme como promove a Netflix. Fato é que Okja deveria também passar nos cinemas, pois é um filme importante devido a sua temática e não deixa de ser um filme cativante para toda família, uma história da afeição de uma garota por seu bichinho de estimação, a adorável superporca Okja. Com certeza com a projeção mundial que o Okja está recebendo nesse momento pela Netflix muitas pessoas vão voltar seus olhos para Joon-ho Bong e descobrir o fabuloso cinema coreano. Bong que não é novato (Esse é seu segundo filme em Hollywood, o maravilhoso Expresso do Amanhã foi sua estréia), já tinha uma carreira sólida na Coréia do Sul, onde dirigiu as pérolas Memórias de um Assassino, O Hospedeiro e Mother, além do divertido Barking Dogs Never Bite. Junto a Chan-wook Park e Jee-woon Kim, Bong faz parte da Santíssima Trindade do Cinema Coreano.
Voltando à Okja, Bong mostra todo o seu apuro visual de costume, em um filme lindo esteticamente e corajoso ao mostrar uma visão peculiar coreana sobre um tema tão em voga ultimamente, atacando indústrias alimentícias, mais precisamente as indústrias de carne. O processo de criar um animal para o abatedouro, uma vida assim como um animal de estimação e o diretor sabe com maestria dosar o humor, com drama e nos fazer pensar nesse trajeto. Acredito que com um final mais impactante e personagens menos irritantes (Tilda Swinton e Jake Gyllenhaal, apesar de propositadamente caricaturais em seus papéis) o filme alcançaria um resultado ainda melhor, mas Okja é uma obra obrigatória mesmo assim. Uma fantasia com uma realidade cruel e como só os coreanos sabem fazer, encantadora, mas com punhos fechados sobre nossos rostos ao mesmo tempo.
O Cúmplice das Sombras
3.9 24Um noir diferente. Aqui não temos detetives alcoólatras, femme fatales ou algo que caracterize tanto um noir, mas temos personagens perversos, um crime e a figura da polícia sempre presente, elementos que o caracterizam como noir. Apesar disso o diretor não foi um Hitchcock da vida para trabalhar o suspense, algo tão comum em um filme do gênero e por isso The Prowler torna-se previsível desde o seu início. A motivação do policial para fazer o que faz durante o filme é que torna o longa um bom noir. Webb, em interpretação magnífica de Van Heflin é um sujeito frustrado com sua profissão de policial e logo se aproxima da rica Susan (Evelyn Keyes), uma mulher casada, mas de casamento infeliz e a solidão se instala diariamente no cair da noite. A vítima perfeita para um vigarista não é verdade?
A primeira parte do filme é muito boa, em um roteiro corajoso do Dalton Trumbo expondo a polícia como uma profissão que se aproveita de sua força para ter as coisas de uma forma fácil. Webb mostra-se um personagem desprezível, mas mesmo assim torcemos pela dupla protagonista, de uma forma mórbida até. No entanto, a partir do segundo e terceiro ato o diretor não soube muito bem conduzir a trama, caindo no melodrama e como já falei com zero suspense. A crueldade da história acaba por ter um desfecho tacanho e abrupto que foge do que vinha sendo exposto até então, o que torna O cúmplice das sombras, apesar de alçado a clássico noir, um filme apenas bom no estilo, mas que tinha potencial para algo maior. O longa vale pela atuação do Van Heflin, seu policial cruel e pelo primeiro ato muito bem construído, ao expor o excesso policial e uma dupla relação abusiva.
Colossal
3.1 340 Assista AgoraUm filme que aguardava bastante, de um diretor que se tornou promissor após sua obra Los Cronocrímenes, mas que infelizmente depois dele não conseguiu emplacar mais nenhum trabalho relevante. Nacho Vigalondo em seu novo filme tenta até fazer piadas visuais e metafóricas sobre um tema tão complexo como o alcoolismo e relacionamentos abusivos, mas acaba morrendo na praia. A obra apesar de seu baixo orçamento apresenta bons efeitos visuais para representar os gigantes e a destruição da cidade de Seul, em um trabalho de respeito, mas a trama não ajuda. Anne Hathaway em uma bela atuação como de costume interpreta Gloria, uma escritora em frangalhos com seu relacionamento e um problema sério de alcoolismo que é expulsa de casa e resolve voltar a sua cidade natal para tentar clarear a mente. Lá ela vai ter que enfrentar seus demônios interiores de uma forma que o diretor tenta aliar criatividade visual com metáforas, mas que não consegue cativar o espectador com seus diálogos pobres e personagens desinteressantes, com exceção da própria Hathaway e do Jason Sudeikis, que interpreta um amigo de infância de Gloria e mostra aos poucos sua persona real. Dan Stevens também está no elenco, mas seu papel não tem importância. O maior pecado do filme é o desenvolvimento do seu roteiro escrito pelo próprio Vigalondo, que não cativa o espectador e não consegue extrair de suas metáforas algo relevante ou que se faça refletir sobre temas tão sensíveis. Ao final acaba sendo apenas uma obra boba e esquecível, apesar dos esforços da Hathaway e Sudeikis.
Deuses Americanos (1ª Temporada)
4.1 515 Assista AgoraEu como li o livro achei super foda até o episódio 4. A partir do 5 diverge totalmente do livro e não gostei muito das mudanças. Adorei o Mr. World do Crispin Glover no entanto. Cadê o encontro na Casa de Pedra?
A Síndrome de Berlim
3.2 165 Assista AgoraAustralianos gostam mesmo de filme de cativeiro. Só esse ano vi 2 de lá (Hounds of Love e esse). Berlin Syndrome conta a história de Clare (Teresa Palmer), uma fotógrafa australiana que decide ter uma experiência de viver uns dias em outro país, registrando tudo com sua câmera. O país que ela escolhe é a Alemanha, Berlim mais precisamente. Lá ela conhece o belo professor de inglês e esportes Andi (Max Riemelt) e se envolve normalmente com ele. Um belo dia ela acorda no apartamento de Andi e se vê trancada. Aos poucos a realidade cruel aparece e ela se vê vítima do sequestrador que não tem um motivo específico para fazer isso. A trama se desenvolve lentamente, se estende por demais (As cenas envolvendo o pai de Andi pra mim ficaram desnecessárias na trama) e tem um desfecho meio incoerente, mas ainda assim provoca boas cenas de tensão e o casal tem química apesar da situação constrangedora do filme. Teresa e Max têm boas atuações que ajudam a carregar o filme. Terceiro filme da diretora Cate Shortland pretendo ver seus anteriores.
Grave
3.4 1,1KImpressionante debut da Julia Ducournau. Tudo funciona no filme: Atuações, direção, roteiro e simbolismos. A ligação da sexualidade com a carne, com a descoberta sexual achei muito bem trabalhada. Tem algumas cenas mais fortes, mas nada para desmaiar. O final fecha o ciclo de uma maneira eficaz. Gostei bastante
Free Fire: O Tiroteio
3.0 121 Assista AgoraAcabei de ver. Bem anárquico, com um fiapo de história, quando ele não começa a se levar a sério fica bem divertido, uma mistura de Cães de Aluguel com tiroteio sem fim entre feridos se arrastando no chão hahaha. Lembra algo do Tarantino mesmo ou Guy Ritchie, mas sem os diálogos espirituosos do primeiro e com estilo parecido com o segundo. A trilha sonora é outro destaque, a direção é segura e tem como produtor executivo o Martin Scorsese. O elenco é ótimo, mas sem espaço pra desenvolver a trama ou seus personagens, o que torna o filme não tão além do que a média. De qualquer forma, um filme divertido
Um Contratempo
4.2 2,0KAcabei de ver, sinceramente não entendi muito não ao final. Falo na ligação de todas as pistas. Tem umas 50 reviravoltas perto do final que me confundiram legal. Acho que vou rever
Predadores do Amor
3.5 79A Austrália sempre ficou conhecida por trazer um cinema mais cru, sujo e Hounds of Love não é diferente. Trata-se de uma bad trip, um filme difícil de se assistir, mas é tão bem orquestrado pelo diretor Ben Young (Em seu debut) que é impossível ficar indiferente. Levemente baseado em fatos reais, o filme se passa na cidade de Perth, Austrália em 1987 e segue uma dupla de sociopatas que observam colegiais a fim de sequestrá-las e posteriormente matá-las, sem motivo aparente a não ser o sadismo. Isso nos é apresentado logo no início com uma grande elegância na câmera de Young, em câmera lenta dando closes nas colegiais e já sabemos que aquilo vai dar início a algo muito aterrador, até que o título do filme apareça. A partir daí somos apresentados a Vicky (Ashleigh Cummings), uma jovem que está desiludida após a separação dos pais e logo transforma-se em vítima da dupla de assassinos. Ela é sequestrada e passa a sofrer no seu cativeiro, sendo abusada e torturada, física e psicologicamente. O filme tem vários planos abertos, tomadas aéreas, algumas partes em câmera lenta contemplativas a fim de fugir de todo o horror que está entre quatro paredes e é de uma elegância exemplar. O filme ainda nos oferece um trio de atuações intensas por parte da já citada Ashleigh e dos dois vilões Evelyn e John (Emma Booth e Stephen Curry, respectivamente). Evelyn é o elo fraco da monstruosidade, frágil, um misto de amor pelo companheiro e ódio pelas suas atitudes e não passamos a saber muito sobre o background deles envolvendo os seus filhos. John por outro lado é aquele sujeito frio, que não pensa duas vezes ao ter que usar a violência, ameaça com o olhar, enquanto fora daquele cubículo ele se mostre uma pessoa frágil até. O filme então se concentra nas relações entre esses três personagens e as buscas por parte da família da Vicky ficam em segundo plano. Apesar de mostrar muitas cenas violentas, elas são mais em off, o que não deixam de ser perturbadoras mesmo assim. A trilha sonora também é magnífica, ora representada por batidas eletrônicas que criam uma tensão à flor da pele até clássicos como Nights in White Satin da banda Moody Blues. Enfim, Hounds of Love é selvagem como um cão no cio e prova que a Austrália é não só um país desenvolvido nos mais diversos setores de um Estado, mas também mostra um cinema avassalador e realista a cada obra lançada.
Peles
3.4 590 Assista AgoraQuando vi "Produzido por Álex de la Iglesia" e que tinha no elenco Macarena Gómez me veio à mente outro filme espanhol que gostei bastante chamado Musarañas, também produzido por Iglesia e com Gómez no elenco. Gosto muito do cinema espanhol e resolvi conferir essa curiosa produção na Netflix. O principal destaque do filme é a sua coragem, em tratar de temas tão desviados como a deformidade e a beleza fora do padrão e o jovem diretor Eduardo Casanova entrega no seu debut em longa-metragem uma obra que vale a pena ser vista. O filme lembra em certos aspectos o primeiro longa-metragem do Iglesia chamado Ação Mutante. Não em relação a ser uma sci-fi (Esse filme é um drama com humor negro), mas sim em relação aos seus personagens marginalizados e talvez o diretor espanhol tenha enxergado a si mesmo em Eduardo Casanova, o que resultou na produção do filme. Os personagens são interligados a lá um Crash ou Amores Brutos a situações cotidianas. Troque as deformidades por pessoas normais e seria um filme comum. Mas o diretor utliza aqui uma jovem com um ânus no lugar da boca (E vice-versa), um triângulo amoroso entre uma pessoa "normal", uma de face "derretida" e outro com a pele queimada, um garoto que deseja amputar suas pernas para virar uma sereia, uma anã, uma cega prostituta e uma obesa. Sim, os personagens são fora do padrão e isso é uma novidade bem vinda ao filme, lembrando o clássico Monstros (Freaks). O filme é belo, com uma tonalidade de cores sempre rosa e lilás por todo o filme, o que dá um aspecto kitsch a lá Almodóvar, além de sua trilha sonora brega e chiclete. Uma obra ousada, feita para chocar no bom sentido e que mostra que todos nós merecemos a felicidade. Um diretor emulando o anarquismo e escatologia de um John Waters nos dias de hoje sempre é bom.
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraAltamente aclamado pela crítica, Get Out é um filme diferenciado. Um thriller psicológico com um subtexto racial que é extremamente bem realizado pelo comediante Jordan Peele. Aquela música dos créditos iniciais com sussurros já dá o clima para a história de Chris (Daniel Kaluuya), um jovem negro que namora Rose (Allison Williams), uma caucasiana. Ela pretende apresentar o namorado à sua família e desde já deixa o rapaz paranóico. Será que vão aceitá-lo por ser negro? E o diretor desenvolve esse tema de uma forma ácida e crítica. Achei em alguns momentos algo superficial nessa tentativa de falar sobre o racismo, algumas atitudes do personagem principal são meio duvidosas, mas no geral o filme é redondinho, muito bem conduzido, com um climax que provocou em mim um misto de surpresa com decepção, por ser tudo muito apressado. Não é uma obra-prima, mas com certeza é mais um bom fruto dessa nova safra do horror norte-americano. Uma mistura de Adivinhe quem vem para Jantar e O Bebê de Rosemary.
Prometheus
3.1 3,4K Assista AgoraPrometheus faz parte de um novo arco na história do Alien. Ridley Scott volta à direção e aqui ele tentou criar uma prequel ao Alien de 1979. Só que não somente uma prequel, mas praticamente um spin-off, porque o filme é tudo, menos Alien. Parece uma ficção-científica à parte sobre a busca do nosso criador e tem pouquíssimas ligações com o original. O principal destaque do filme é o seu lado estético, simplesmente maravilhoso. O David interpretado por Michael Fassbender é uma boa adição, um sintético que não sabe muito bem qual o seu propósito. Tem um elenco exemplar, Noomi Rapace funciona bem, tem uma cena de aborto muito bem realizada e tensa, mas produz mais perguntas que respostas.
Alien: A Ressurreição
3.1 488 Assista AgoraDepois do fiasco que foi Alien 3, a clonagem estava em alta em 1997, após as notícias da Ovelha Dolly e resolveram utilizar essa premissa para trazer a Ripley de volta. Com um diretor europeu e que não sabia falar patavinas o inglês (Jean-Pierre Jeunet), o filme tem problema no seu roteiro novamente, escrito por Joss Whedon, mas mudado ao bel prazer do diretor. É um Alien mais descompromissado, com a inserção de um humor negro já característico nas obras do Jeunet e não é de todo ruim. É o mais gore dos Alien até então, possui pelo menos duas cenas que gosto bastante (A complicada cena debaixo d'água e a do clones descartados), é estiloso, tem um bom elenco e de certa forma segue a cronologia da série, mas o roteiro é uma palhaçada.
Alien 3
3.2 543 Assista AgoraEis aqui a maldição do terceiro filme. Com um roteiro escrito a 10 mãos (Algo que nunca é bom sinal), o filme passou por vários diretores até passarem a batata quente para um novato David Fincher (Que na época era egresso de videoclipes e não era o diretor tão respeitado que é hoje). O longa é problemático, descarta personagens importantes do filme anterior (Newt e Hicks), apresenta uns conceitos interessantes (Como a religião e uma penitenciária espacial), mas o roteiro é muito problemático. A primeira hora funciona, em que somos apresentados àquele novo universo. O personagem do Charles Dance é de longe um dos melhores no elenco. Porém no segundo ato, atitudes dos personagens, efeitos especiais fracos e uma condução burocrática conferem à Alien 3 um ar sombrio, mas decepcionante.
Aliens: O Resgate
4.0 811 Assista AgoraApós o sucesso do filme de 1979 inevitável sua sequência, dessa vez nas mãos de James Cameron, recém saído de Exterminador do Futuro, outra obra importantíssima para o gênero ação/sci-fi. James Cameron é mestre em comandar a ação e aqui não foi diferente, gerando uma sequência à altura do original (Alguns acham até superior). O foco aqui é a guerra, o militarismo e anos mais tarde talvez Verhoeven tenha se inspirado nesse filme para criar o seu Tropas Estelares. O filme é repleto de tensão, principalmente no seu final apoteótico.
Alien: O Oitavo Passageiro
4.1 1,3K Assista AgoraClássico absoluto do gênero sci-fi com horror, Alien ainda hoje prova o quão ambicioso era. Prezando pelo horror psicológico, sugestivo e com elementos que seriam incorporados à franquia (Facehuggers, xenomorfos, seres sintéticos) é uma obra seminal. Ripley é apresentada a nós espectadores e conferimos a luta de uma humana contra uma besta, tudo em corredores escuros e muita tensão. Obrigatório.
Better Call Saul (3ª Temporada)
4.4 313Que episódio tenso. Se passou todo num tribunal mas a tensão é enorme. Huell tá mais magro. Chuck se fufu. Shit hits the fan. Excelente