Eu acho sempre muito estranho que muita gente dá nota baixa pra um filme pq o filme não foi o que elas esperavam. Talvez tenha feito bem pra mim ir sem saber nada da história. Eu amei justamente por não saber o que esperar. O filme é de uma criatividade imensa em diversos sentidos. Sim, ele possui vários elementos do slasher, mas passeia por muito mais coisas. Desde o clima inicial de mistério - que me prendeu bastante - até a viagem ao reino dos romances góticos. O comentário social é a cereja do bolo. Na maior parte do filme essa mistura funciona, mas em algumas outras o Bernard Rose erra um pouco a mão ao desequilibrar para um ou outro subgênero... A cena final por exemplo
poderia ter sido um pouco mais sutil, deixar a audiência com uma questão na cabeça ao invés de uma morte explícita
. Isso faz com que muitos enxerguem problemas de ritmo, mas na real é um problema de tom. A maior parte dos pontos, pra mim, vão para a originalidade. É difícil achar algo que capture o mesmo clima e sentimento, que aborde as questões de forma tão estranha (e estranho aqui tem bom sentido). Estou curioso para saber o que Nia Da Costa e Peele farão com essa mitologia tão rica. Eu já tenho minhas teorias.
Eu preciso ser honesto: eu tenho duas pessoas que gostam de ver filmes em mim. A primeira delas é o adolescente que gosta de se divertir e ter um bom tempo de qualidade assistindo um filme - ele sabe a diferença entre um bom e um ruim, e prefere os bons, mas se o ruim agradá-lo ele não se importa com alguns guilty pleasures. A segunda pessoa é o cinéfilo inseguro, ele nem sempre está seguro de que entendeu o filme ou sua proposta, mas independente disso ele adora a experiência de um filme com um anti-plot bem filmado, bem executado e com atuações excelentes.
Às vezes - são poucas - essas duas pessoas brigam. E elas brigaram neste filme.
Meu eu adolescente queria que fosse mais parecido com "A Bruxa", de fácil digestão e com uma boa metáfora social por trás. Ele daria 3 estrelas para o filme, pq esperava mais, mas sabe que é um filmaço bem executado. Mas meu eu cinéfilo inseguro simplesmente está extasiado com a experiência cinematográfica e a ousadia de Eggers em criar algo tão seu e tão único (embora lotado de referências), e tão guiado pelos personagens, não pelo enredo. Esse roteiro é arquitetado de tal forma que a loucura dele se torna a do público e chega um ponto em que não importa mais como você interpretou a história, pois isso vai depender exclusivamente com a sua experiência pessoal (e também sua familiaridade com os elementos míticos envolvidos). Portanto, essa parte de mim, facilmente dá ao filme suas 5 estrelas.
Além das atuações brilhantes, fotografia espetacular, edição impecável, a minitrama do filme é tão desafiadora e aberta quanto clássicos que AMO como 2001 do Kubrick ou Blue Velvet do Lynch. Também me lembra outros filmes de terror que não chegam no mesmo grau de perfeição técnica, mas que considero hipnotizantes e desafiadores como o nacional As Filhas do Fogo de Walter Hugo Khury (inclusive no tocante à exploração da sexualidade) e Inverno de Sangue em Veneza do Nicholas Roeg (no sentido de um filme onde a experiência sensorial é ainda mais fundamental que a própria lógica do enredo).
Fiquei meio frustrado pq é um filme que bate na trave. Ele tinha TUDO pra ser uma masterpiece, tem um elenco fantástico e uma premissa muito boa. Mas o filme ficou sem substância real. Tem cenas específicas que são excelentes, mas não há consistência em sua proposta. O filme poderia ter explorado melhor, por exemplo, a ambiguidade da realidade das cartas (elas foram realmente enviadas ou não?). Há muitos plots e subplots todos desenvolvidos de um jeito muito superficial para a pretensão do filme.
Duas estrelas pela Sophie Turner que estava excelente, a trilha do Zimmer que eleva a qualidade do filme, o Tye Sheridan que fez o que podia com o pouco que teve e os efeitos visuais e clima de X-Men dos primeiros 28 minutos de filme. O resto... Chacota. Um filme cheio de nada com decisões horríveis e sem sentido dos personagens.
Então... É um ótimo filme. Vi algumas pessoas reclamando do ritmo, acho que o ritmo é ótimo pra um filme cuja proposta claramente é ser um slice of life aos melhores moldes de minitrama, ou seja, não é pra ter um conflito mesmo, é só mostrar o pedaço da vida de alguém como ela é. Ele é inteligente nos detalhes, nos sinais. A maior parte da construção do relacionamento acontece através de pequenas coisas e atitudes e não de diálogos. Eu dou esse crédito ao roteiro. Gosto também de como
o roteiro parece ser contado apenas pela perspectiva do Elio até metade da história, quando rola a primeira vez e finalmente vemos que Oliver estava tão inseguro quanto Elio, se não mais, com isso tudo, e como ambos seduziram um ao outro de forma irremediável.
O filme é bem italiano em certos aspectos da cinematografia (inclusive ritmo). E eu realmente adorei o Timothee, principalmente em sua vulnerabilidade na maior parte do filme, EMBOA eu acho que ele deixa a desejar nas cenas mais dramáticas, inclusive em duas cenas cruciais do filme
(a despedida e a cena final - a única coisa que me veio a cabeça foi eu mesmo adolescente na frente do espelho treinando choro fake rs)
. O Armie Hammer eu to procurando essa atuação maravilhosa toda que todo mundo disse. Ele não compromete o filme, mas também não faz nada demais. Ele tá fazendo papel dele mesmo. E olha, todo mundo falou TANTO do discurso final do pai que achei que ia mudar minha vida e eu só fiquei tipo "ata".
Mas eu entendo ser emocionante pra quem é LGBTQ+ tem pais que não seriam compreensivos como o Sr. Perlman foi.
Por isso me abstenho de dar nota ao filme. Claro que há pequenas coisas e detalhes que fazem com que qualquer um possa se identificar com toda a coisa de "primeiro amor", mas eu não sei se, como homem hétero e negro (fora da beleza padrãozinho que permite que muita gente viva lindas histórias de amor na adolescência - todas as minhas foram platônicas), minha falta de identificação com a história pode ser o que me fez não achar tudo isso.
No mais, o discurso do pai e a história em si não me pegou por outro motivo também: Meu problema com TODOS os filmes que contam histórias de amor que existem, MESMO os realistas como Call me By Your Name, que realmente é um slice of life bem feitinho, é o ponto de vista sobre o que é realmente uma história de amor e o que realmente é amar uma pessoa. Esse negócio de paixão da adolescência só quebra com nossa cara. Esse negócio de "primeiro amor". Primeiro amor NUNCA é amor de verdade. É atração física, é atração pela personalidade de alguém, uma atração pela ideia de uma pessoa que você idealizou e colocou num pedestal (e é exatamente por isso que geralmente acaba sendo amor platônico rs)... Amor não é isso. Amor é um negócio difícil e duro de praticar. Não sei como é no livro, mas no filme, pra mim é apenas esse tipo de amor romantizado. Dentro da minha cosmovisão NÃO é sentimento. Essa lógica é muito a lógica das atitudes serem consequência do sentimento, quando na real, amor de verdade é escolha. O sentimento é consequência do amor e das escolhas de amar alguém. Mas enfim, já virou um baita textão e eu divaguei.
Um filmão desses bicho! Sem spoiler, mas que cena final maravilhosa! Pra mim, o que o filme mais peca e na verossimilhança que de vez em quando acho que desconecta o espectador. Faz com que duvidemos da história.
Eu achei bem divertido, boa fotografia, efeitos até ok, boas atuações - embora eu ache que os geralmente ótimos Jesuíta Barbosa, Milhem Cortaz e Ísis Valverde em algumas cenas se entregaram a um overacting desnecessário só pq estavam numa comédia, talvez. Infelizmente, o roteiro é um pouco truncado, não possui um bom timing cômico. Mesmo as clássicas situações do Malasartes das quais ri quando me contaram perderam um pouco a graça por falta de desenvoltura do roteiro. A montagem também deixa a desejar um pouco, e a direção é irregular. Esperava um pouco mais do filme. MAS ainda assim eu me diverti assistindo e o carisma do Jesuíta como Malasartes valeu, apesar dele estar aquém do que ele costuma entregar em suas atuações dramáticas.
Assisti na sessão das 15h35 de hoje, mas tive que fazer compras, buscar meus óculos na ótica, só cheguei em casa às 22h30, parei pra refletir no filme pra saber o que escreveria, e percebi que já esqueci mais da metade do que vi.
Hauhauah todo filme com uma premissa simples que eu vejo e venho nos comentários do Filmow vejo gente reclamando sempre da mesma coisa: "Ah, é cliché!". É uma metalinguagem do caramba que a palavra cliché tenha se tornado exatamente o que ela significa. Estamos em 2017 gente. TUDO vai parecer cliché em alguma instância. A genialidade do filme está justamente em pegar uma premissa certeira e simples (e pra isso NÃO precisamos da motivação do assassino) e acrescentar um ingredientezinho só de originalidade pra temperar - que no caso é a surdez da protagonista. Excelente suspense.
Fiz textão sobre esse filme rs... E é um textão MESMO, dividido em três partes: na primeira falo um pouquinho sobre o gênero (que é um tópico de discussão frequente a respeito do filme), na segunda analiso o filme em si, no geral, e na terceira, faço uma análise com spoilers da discussão racial do filme, que acho que ajuda a entender muito do que muita gente viu e ficou tipo "WTF?"... Não foi meu texto mais bem escrito, mas to com preguiça de refazer tudo, então vai assim mesmo ahahah. É só tirar os espaços
Ainda tentando entender como, em pleno século XXI as pessoas estão procurando imprevisibilidade em roteiros de filmes de terror/suspense. TUDO já foi feito em cinema, minha gente. Tudo vai ser uma repetição que já veio antes. E se vc viu um filme que achou MUITO original, pode desconfiar que teve uma obra mais antiga e menos conhecido com a mesmíssima ideia. Ou o filme é desonesto e tenta ser imprevisível às custas de enganar o espectador tentando ser mais espertinho do que é (e isso torna o roteiro desse filme surpreendente bem ruim). Ser imprevisível NÃO torna um filme bom. E ser previsível NÃO torna um filme ruim. Só queria desabafar sobre isso mesmo.
À primeira vista, todas as estranhezas e bizarrices me afastavam um pouco da trama, mas logo eu me recuperava ao lembrar que esse filme é uma sátira - e que os aparentes absurdos da trama servem a essa sátira de uma maneira fenomenal. Uma sátira de terror. E coloca terror nisso! Não horror gente (tem gente que confunde as duas coisas). TERROR, e dos bons. Construídos em cima de clima e não de jumpscares (embora haja ótimos jumpscares aqui, quase nunca previsíveis). As atuações foram muito boas, principalmente a do Daniel, que já tinha me conquistado pela sua atuação no fabuloso episódio "15 million merits" de Black Mirror! Eu não dou cinco estrelas, por que, apesar de amar o conceito do personagem do Rod, acho que ele exagera e destoa um pouco do tom de sátira, adquirindo um pouco de pastelão em certos momentos. Mas as soluções não foram de forma nenhuma óbvias. Mesmo a exposição excessiva de algumas coisas acho que foi proposital, para que o filme nos surpreendesse justamente onde menos esperávamos, inclusive
na forma com que o personagem se livra dos vilões, são raríssimos os mocinhos de filme de terror que não sejam completamente burros e não demorem a sacar que tem alguma coisa errada. O que o segurava ali era a namorada, e logo que ele percebe que tem alguma coisa errada com ela também, ele já tenta tomar uma atitude, mas tarde demais. O final me surpreendeu por ter terminado bem. Achei que enveredaria pelo caminho irônico, onde o negro iria preso injustamente. Mas aí seria previsível demais também!
Fazia um tempo que não via um filme do gênero tão bem filmado e bem escrito! O nome é simplesmente perfeito para o filme. "Get Out" é demais. Apesar de ter achado "Corra!" uma ótima tradução, o melhor mesmo seria "Sai daí, idiota!" hahaha.... Enfim... Espero que Peele não seja o diretor de uma obra só e que traga mais pérolas assim para o cinema.
Re-assisti essa obra prima hoje depois de um bom tempo, pois quando assisti da primeira vez, não apreciava uma boa obra cinematográfica como aprecio hoje. E, rapaz, não lembrava que era fantástico assim. Se eu assisti 2 vezes e entendi? Entendi não. Se dissesse que sim, estaria mentindo, peguei uma coisinha aqui e outra ali que dava pra retirar da narrativa, mas não posso dizer que entendi (inclusive, vou ler o livro pra ver se pego algumas coisas). Estou tentando evitar ler na internet antes de ler o livro embora já tenha lido algumas coisas. Mas uma coisa que eu gostaria de dizer é: MANO, quem não curtiu o filme, realmente é a galera que assiste um filme apenas pela história óbvia, o enredo claro, que está concentrado nos diálogos e nas imagens que estão apenas representando literalmente o texto. Mas 2001 é um filme INTEIRAMENTE visual, e é visual de um jeito genial que NUNCA vi outro filme ser. A narrativa visual é inteligentíssima e, não, não fiquei com sono em nenhum momento, por que o filme me instigou o tempo inteiro, me deixou curioso o tempo inteiro e há certos momentos de tensão feitos de forma completamente original. A trilha sonora é incrível, a fotografia MARAVILHOSA e, mano, que efeitos são esses! Esse filme é de 1968 e tá melhor que muito CGI 2017 por aí! Enfim, é uma masterpiece mesmo. Assisti deliciado com aquelas imagens. Cada frame é um wallpaper diferente. E o povo querendo me fazer engolir genialidade em Interstellar...
Preciso dizer isso: O Denis Villeneuve é um BAITA diretor, velho... O filho da mãe sabe como criar um suspense agoniante, ao mesmo tempo em que sabe passar exatamente a emoção que deseja. Interessante é que ele discute justiça tanto em "Os Suspeitos" (Prisoners, 2013) quanto em "Sicario" e em nenhum dos dois filmes a justiça é tratada de forma romantizada como a maioria dos filmes sobre o assunto faz. O final é sempre incômodo e deixa a gente meio mal, bem reflexivo. A intenção dele não é dar ao público aquela sensação aliviadora do "final feliz", da "ah, justiça foi feita" que a maioria dos filmes sobre justiça e vingança traz, mas sim nos deixar pensando nas nossas ideias do que realmente é justiça e se o que entendemos por justiça é realmente certo. Ele não nos poupa da violência, mas não a "glamouriza", ele a torna incômoda. No final das contas, o que Taylor Sheridan e Villeneuve fazem em "Sicario" é uma baita crítica ao sistema norte-americano - CIA, FBI, Exército e suas "falcatruas", mas talvez a maior crítica do filme seja ao nosso conforto diante desse mesmo sistema e diante de uma noção distorcida de justiça que filmes e discursos nos apresentam. O elenco tá incrível (até o Brolin, de quem não gosto muito, tá ok), a fotografia é maravilhosa, a trilha sonora pontual e discreta, mas extremamente eficiente.
Eu não consegui achar esse filme sequer divertido. Tentei ver duas vezes antes de conseguir terminar sem dormir. É um filme cheio de ideias boas desperdiçadas em personagens rasos, frases de efeito mal construídas colocadas lá só para fazer parecer que os diálogos são inteligentes (e o efeito é contrário), um vilão caricato, sem motivação nenhuma, sem carisma, sem nada que se aproveite para dizer "Nossa, é um plano muito grande pra mentes pequenas". Sério? Eu não tenho problema NENHUM com filmes lentos desde que a "lentidão" seja justificada no desenvolvimento de personagem e em diálogos bem escritos, o que claramente NÃO é o caso aqui. A edição parece saída de um piloto de série de TV do início dos anos 2000. O filme LITERALMENTE começa como uma série, ambientando de forma óbvia todos os personagens em lugares diferentes do mundo, para depois se achar inteligente fazendo as histórias se chocarem num esforço claramente desastroso. A ideia de colocar uma investigação jornalística é interessante, mas claramente Goyer e os outros roteiristas esqueceram de assistir bons filmes de investigação jornalística. A ideia de deixar o filme com uma vibe mais de "suspense" também é boa, mas o suspense não está lá. Só é chato e parado mesmo. Nem tornar o Batman mais "dinâmico" e "badass" do que suas versões anteriores salvou o filme do fracasso (e o Ben Affleck como ator é um excelente diretor). E há uns dez anos que tô tentando entender por que o Snyder acha que paleta escura e computação gráfica fake é ser cool e alternativo. APENAS NÃO, Snyder. E a Ultimate Edition não melhora em NADA o roteiro. ALGUMAS pouquíssimas coisas são explicadas mas ainda de forma ruim. Serviu pra que? Pra nada. Talvez alguns tenham gostado de ver o Henry Cavill sem camisa e o traseiro do Ben Affleck nas cenas gratuitas que acrescentaram, mas o filme só ficou mais longo e mais chato mesmo. No mais, senti que o filme da Liga da Justiça pode ser um desastre ainda maior pois o trailer deu a entender que vão mudar o tom sério para um tom mais "divertido", mas ainda com o mesmo diretor. Quais as chances de dar certo?
Obs.: dei duas estrelas pelos fan services e pelas ideias boas. O Snyder sempre tenta ser profundo coitado... pena que não consegue.
Espero que ele volte à sua forma com esse filme que não tem como ter um roteiro grandiloquente demais ou *cof cof* complexo *cof cof*. Interestelar e O Cavaleiro das Trevas Ressurge me deixaram com saudades de Amnésia, Insônia e O Grande Truque.
Embora o filme não precise ser entendido pra ser um filmaço - e não precisa mesmo, já que Villeneuve vai além da competência e entrega o trabalho de um diretor talentoso - as pessoas precisam ter em mente que tudo no filme de um realizador competente como Villeneuve é pensado. Tudo tem um simbolismo. Não vou dizer que entendi de cara. Eu desconfiei que
o cara pudesse ter dupla personalidade, mas viajei demais nas aranhas e não saquei o simbolismo feminino nelas, então achei que não fosse ser essa a solução... Então fui procurar as explicações na internet
TALVEZ eu sacasse a explicação numa segunda assistida, mas fui correndo na internet depois do filme e confirmei minhas suspeitas, então revisitei algumas cenas. Fez muito sentido. Ainda vou ver de novo pra ver se pego mais detalhes que não peguei de primeira. Mas procurar a explicação na internet não é vergonha pra ninguém, afinal, nos acostumamos com o cinema fácil que quer parecer inteligente e mostrar o plot twist no final com explicações superexpositivas e flashbacks, o que deixou nossas mentes preguiçosas. Talvez por isso nós fiquemos insatisfeitos quando o filme termina sem explicar detalhe por detalhe em diálogos e flashbacks, quando na verdade só precisaríamos entender direitinho a linguagem do cinema pra sacar. É um fenômeno comum hoje em dia que faz com que as pessoas acabem não gostando de filmes como este e como outros, tais quais Inverno de Sangue em Veneza, Repulsa ao Sexo ou obras mais recentes como Poder Paranormal (Red Lights) e O Grande Truque (que nem são tão difíceis assim, mas não entregam a resposta pronta então tem gente que acha que entendeu, mas não entendeu). Não estou falando com isso que somos burros, mas só que nos desacostumamos com a linguagem do cinema não óbvio. Não estou dizendo também que tem que entender pra gostar. Entender um filme nem sempre significa que você vá gostar dele. Não é vergonha nenhuma também não gostar de um filme bem feito. Eu não gosto de vários filmes que todo mundo ama, embora reconheça a qualidade cinematográfica destes. Anyway, não dou cinco estrelas por que, por mais que não comprometa, não consigo engolir as performances do Jake... Adorei a pequena participação da Isabella Rossellini, pois me lembrei do seu memorável papel em "Veludo Azul" (que é outro filme que talvez se encaixe na categoria dos incompreendidos... É Lynch, né?)
Respondi isso para um cara ali embaixo e resolvi postar aqui pra todo mundo ver pq acho que as pessoas foram esperando algo que não era o que o filme queria passar: O filme não é sobre uma grande revelação final ou algo do tipo. Para quem não entendeu, o que eu ACHO (não significa que estou certo, é o seguinte):
No fim das contas, assim como as duas videntes disseram, o cara tinha o mesmo dom que elas e estava prevendo a própria morte. O fato da assassina ser uma anã é apenas um recurso de roteiro para fazer com que o cara pense que a assassina é sua filha e corra diretamente para a morte. A sensação do mal inevitável.
O filme é sobre a sensação de que algo ruim vai acontecer. As cenas que alguns consideram desnecessárias, são cenas que trazem essa sensação de estranhamento e incômodo que algo ruim vai acontecer. Mesmo que a pessoa não "sinta" essa atmosfera (afinal, o sentir é subjetivo), analisando de forma técnica, o diretor fez seu dever de casa direitinho e está de parabéns.
No final das contas fiquei curioso para ler o conto, pois essas questões são características da escritora, Daphne DuMaurier que tb foi adaptada por Hitchcock em "Rebecca" e "Os Pássaros" (que é um filme que tb não explica as coisas, elas apenas acontecem).
"“X-Men: Apocalipse, apesar de suas falhas, tem a audacidade de fazer o universo cinematográfico da Marvel parecer pequeno, e o universo cinematográfico da DC parecer tolo por confundir ‘se levar a sério’ com ‘seriedade’. Se ao menos a esses personagens fosse permitido serem tão complexos quanto as ideias pelas quais lutam, X-Men: Apocalipse poderia ser um novo começo para o gênero do super-herói” – IndieWire
“Apesar da presença inegável de uma quantidade enorme de ação, X-Men: Apocalipse é definitivamente um daqueles casos em que menos é mais, especialmente se comparado com as cenas surpreendentes e as interações humanas mais interessantes de outras grandes franquias da Marvel” – The Hollywood Reporter
"When Apocalypse emerges, it will take everything the X-Men have to defeat him. It’s a much more classic superhero setup, and it makes for a great time at the movies. [...] X-Men: Apocalypse has a lot of action, balanced with humor and emotion that make you think of more than just “When’s the next superpower?” There’s a ton of fan-service, especially for longtime fans of the X-Men (whether from comics, videogames, the 90s animated series, or the films) and in-jokes (including one laugh out loud one at their own expense) that should make X-fans extremely happy. From the climactic battle all the way through the final scene of the movie, my inner ten-year-old was screaming out loud." ComicBook.
"What makes X-Men: Apocalypse so exciting isn't really any one thing but rather its cohesion, its storytelling verve." Village Voice
"Taken as the next chapter in the series, Apocalypse is an undeniably fun and entertaining adventure and does a pretty good job of establishing Xavier's next class." IGN Movies
"Apocalypse includes everything you'd want in an X-Men movie, including two of the best superhero set pieces ever. But after Days Of Future Past, it feels a tad underwhelming." CinemaBlend
"Apocalypse is the film that finally realizes the full big-screen potential of Marvel’s X-Men franchise and elevates it to a level on par (or pretty close anyway) to the Marvel Cinematic Universe." Newsarama
"At this point the X-MEN movies have really settled into a predictable rhythm; while you could of course say the same for some other big franchises, these particular movies just don't inspire a lot of excitement in me. That said, if you really enjoyed the last two films, you'll likely find plenty to appreciate in APOCALYPSE, even though its villain is a drag and the heroes are going through the motions once again. I'm giving it a 6, but you may well bump the grade up higher if you're an X-Men fanatic." JoBlo
"The idea of an apocalypse means every dial has to be turned up to 11 and this film certainly provides bangs for your buck, although there is less space for the surreal strangeness of the X-Men to breathe, less dialogue interest, and they do not have the looser, wittier joy of the Avengers. But the more playful episodes with Cyclops and Quicksilver are welcome and everything hangs together. But in the future X-Men films have to mutate into something with fewer characters and more characterisation. Rating: 3 stars out of 5" Guardian
Ácido, pertinente e sem romantismo. Como filme deixa um bocado a desejar. O roteiro e a direção, na tentativa de serem originais e parecerem cool, acabaram tornando a história pouco orgânica. Isso prejudicou um bocado o ritmo, que não é chato, mas é truncado. O elenco não é lá essas coisas (E o Tyler James Williams NÃO é bom ator, o que dá uma impressão muito esquisita de que estamos vendo o Chris no lugar errado). O mérito que dou à técnica do filme é o de torná-lo um tanto atemporal, seu visual parece meio deslocado no tempo, como se todas aquelas situações acontecendo fossem tão retrógrados, que o filme se passa no século XXI, mas a impressão que temos é que ainda estamos na segunda metade do século XX. Mas o discurso do filme está de parabéns. Não só pela mensagem MEGA relevante sobre o racismo e sobre o que acontece de fato, mas também por mostrar a parcela "defeituosa" da militância. Ninguém é perfeito, e mesmo os portadores dos melhores discursos as vezes metem os pés pelas mãos e praticam suas pequenas hipocrisias, e Sam White (que nome sugestivo!) é um exemplo perfeito desses. Há o mérito de trabalhar os mais diversos tipos de personagens também, então é interessantíssimo observar as figuras opostas de "gente branca" que são o Fletcher e o Gabe. Enfim, enquanto filme deixa a desejar, mas o discurso está realmente de parabéns.
Ideia boa, belos momentos, alguns poucos momentos de boa direção, Meryl Streep. Enfim, um filme que tinha tudo pra ser muito bom nas mãos certas, mas tem um roteiro beeem irregular e uma direção mediana. Fico imaginando o que o Spielberg, o Cuarón ou o Neil Blomkamp - talvez até o Francis Lawrence, que é um pouco mais genérico, mas competente - teriam feito com essa história...
Texto que postei no meu blog scriptovisual . blogspot . com:
Quando eu assisti o trailer de Mad Max: Fury Road pela primeira vez meu pensamento foi: "Eu preciso assistir esse filme". E foi só por que eu queria ver o espetáculo visual que eu percebi que havia sido criado pelo cineasta George Miller - realmente conhecido por sua franquia Mad Max e, pasme, a animação Happy Feet e sua continuação e também a comédia "As Bruxas de Eastwick" (1987). Pelo que eu havia visto no trailer, apenas o espetáculo visual já valeria o filme. Felizmente, o filme me entregou muito mais do que eu esperava.
Claro, para pegar todas as nuances narrativas de um filme que basicamente é uma perseguição insana de máquinas insanas num deserto pós-apocalíptico, precisa-se prestar atenção em todas as dicas visuais e narrativas que o roteiro escrito a três mãos pelo diretor George Miller, Brendan McCarthy e Nick Lathouris solta nas entrelinhas de toda aquela adrenalina.
Com uma propriedade raramente vista em blockbusters, Miller, no auge dos seus 70 anos, dá uma aula de como fazer um filme explosivo, comercial, com muita ação, insanidade e originalidade, poucos diálogos e tudo isso sem perder em nenhum momento a veia artística, a visão crítica do mundo e conteúdo em cascata para discussões filosóficas e poesia visual.
Quando eu repito a palavra "insanidade", não é à toa. Tudo no filme parece louco demais, a aparência dos personagens, a estrutura dos veículos, a cultura desse cenário pós-apocalíptico, o exagero (creio que nunca esquecerei aquele cara cego tocando guitarra no comboio, dando sinais, enquanto a batalha rola solta). Isso tudo além da direção frenética do Miller, que parece não parar por um segundo que seja nas cenas de ação. O que não impede que elas sejam perfeitamente compreensíveis - equilíbrio que cineastas mais jovens hoje parecem não conseguir. Aliás, o crédito vai também para algo ainda mais raro hoje em dia: o máximo de efeitos práticos possível. E é incrível como as cenas parecem grandiosas e espetaculares no mesmo nível que provocam aquele paradoxo de absurdo e realista ao mesmo tempo - de um jeito que só o cinema consegue fazer. Isso tudo unido à uma fotografia saturada que provoca choques de sensações tremendos. A lista de cenas visualmente espetaculares é extensa demais para que eu cite os exemplos, embora a cena da Tempestade de Areia seja um espetáculo a parte.
Mas claro, o mérito não é só da produção e da direção. Embora eu considere que o trabalho do Tom Hardy aqui seja apenas regular e não há muito o que ele possa fazer, ele leva bem o filme, mas definitivamente, o carisma fica por conta da incrível Charlize Theron, que rouba completamente a cena no papel da Imperatriz Furiosa - e consegue ficar linda mesmo careca e suja. Não creio - como muita gente parece crer - que haja aqui um problema de roteiro em relação ao protagonismo. O roteiro divide bem o tempo de tela e a importância de ambos os personagens, Max e Furiosa. A questão é que Theron realmente faz um trabalho nível acima do Hardy e seu carisma se sobressai.
Aliás, aqui entra o mérito do roteiro de entregar tudo o que uma pessoa que quer apenas ver a pancadaria quer, mas também entregar personagens que são construídos e conhecidos pelo público ao longo do filme sem necessidade nenhuma de diálogos expositivos e extensos ou apresentações longas. O relacionamento entre eles, suas motivações e tudo o mais são construídos através de suas atitudes, suas pequenas frases. Na medida que somos apresentados ao filme, somos apresentados a eles, de forma que ao final, já os conhecemos e entendemos onde seus caminhos os levaram. Isso é uma manobra esperta do roteiro que usa as circunstâncias em que Max e Furiosa se conhecem para nos apresentar a eles e à forma como eles se relacionam com Immortan Joe (o improvável vilão da história).
E no meio de tudo isso há diversos subtextos e críticas sócio-econômicas. O próprio cenário e condições de vida já entregam uma crítica direta à maneira como esgotamos nossos bens naturais indiscriminadamente. Mas há mais do que isso, críticas à cultura de massa, religiões, violência gratuita, ao machismo (essas possuem um espaço especial inclusive), ao preconceito, regimes totalitários etc. Há também diversos momentos singelos no meio de toda essa brutalidade. A poesia visual e o simbolismo não verbal do cinema é usado com maestria e cria belas cenas - há um momento particularmente curioso que quase ninguém presta atenção, mas que dentro do contexto tem muito significado. Após uma batalha feroz que sequer presenciamos, Max lava o sangue em sua face com leite materno mesmo depois de saber que o que havia na torneira não era água. O nascimento, símbolo da vida, sobrepujando a morte no simples ato de lavar o rosto. O número de pequenos simbolismos como esse é incontável no decorrer do longa.
O filme também trás diversas jornadas paralelas de personagens secundários que têm seu carisma e suas próprias conquistas ao longo do filme. Por exemplo, é interessantíssimo observar a jornada de Nux (Nicholas Hoult) em seu fanatismo político-religioso, sua busca por aprovação e por um alvo que acredita ser o melhor, seus questionamentos e dúvidas e por fim seu desencanto, que como consequência leva-o a uma decisão que gera uma das cenas mais poéticas de todo o filme.
O tempo inteiro somos jogados de um lado para o outro junto com os personagens. O roteiro, mesmo seguindo uma estrutura bastante simples, nunca é previsível e a sensação que temos é que nenhum dos personagens está seguro. Isso faz com que ele pareça um clímax estendido por duas horas que quando terminam, nos lembram que temos que voltar a respirar.
Minhas expectativas em relação a este filme estavam tão altas, que tive medo de assistir e me decepcionar. Lendo por aí comentários nas redes, vi que alguns se decepcionaram com o filme por conta do hype em cima dele, mas, tirando toda essa questão de gosto, creio que a experiência só é completa quando você tenta enxergar nele mais do que a ação e as explosões, e percebe que no fim das contas não é um filme sobre perseguição. É um filme sobre busca.
O Mistério de Candyman
3.3 407 Assista AgoraEu acho sempre muito estranho que muita gente dá nota baixa pra um filme pq o filme não foi o que elas esperavam. Talvez tenha feito bem pra mim ir sem saber nada da história. Eu amei justamente por não saber o que esperar. O filme é de uma criatividade imensa em diversos sentidos. Sim, ele possui vários elementos do slasher, mas passeia por muito mais coisas. Desde o clima inicial de mistério - que me prendeu bastante - até a viagem ao reino dos romances góticos. O comentário social é a cereja do bolo.
Na maior parte do filme essa mistura funciona, mas em algumas outras o Bernard Rose erra um pouco a mão ao desequilibrar para um ou outro subgênero... A cena final por exemplo
poderia ter sido um pouco mais sutil, deixar a audiência com uma questão na cabeça ao invés de uma morte explícita
A maior parte dos pontos, pra mim, vão para a originalidade. É difícil achar algo que capture o mesmo clima e sentimento, que aborde as questões de forma tão estranha (e estranho aqui tem bom sentido).
Estou curioso para saber o que Nia Da Costa e Peele farão com essa mitologia tão rica. Eu já tenho minhas teorias.
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraEu preciso ser honesto: eu tenho duas pessoas que gostam de ver filmes em mim. A primeira delas é o adolescente que gosta de se divertir e ter um bom tempo de qualidade assistindo um filme - ele sabe a diferença entre um bom e um ruim, e prefere os bons, mas se o ruim agradá-lo ele não se importa com alguns guilty pleasures. A segunda pessoa é o cinéfilo inseguro, ele nem sempre está seguro de que entendeu o filme ou sua proposta, mas independente disso ele adora a experiência de um filme com um anti-plot bem filmado, bem executado e com atuações excelentes.
Às vezes - são poucas - essas duas pessoas brigam. E elas brigaram neste filme.
Meu eu adolescente queria que fosse mais parecido com "A Bruxa", de fácil digestão e com uma boa metáfora social por trás. Ele daria 3 estrelas para o filme, pq esperava mais, mas sabe que é um filmaço bem executado.
Mas meu eu cinéfilo inseguro simplesmente está extasiado com a experiência cinematográfica e a ousadia de Eggers em criar algo tão seu e tão único (embora lotado de referências), e tão guiado pelos personagens, não pelo enredo. Esse roteiro é arquitetado de tal forma que a loucura dele se torna a do público e chega um ponto em que não importa mais como você interpretou a história, pois isso vai depender exclusivamente com a sua experiência pessoal (e também sua familiaridade com os elementos míticos envolvidos). Portanto, essa parte de mim, facilmente dá ao filme suas 5 estrelas.
Além das atuações brilhantes, fotografia espetacular, edição impecável, a minitrama do filme é tão desafiadora e aberta quanto clássicos que AMO como 2001 do Kubrick ou Blue Velvet do Lynch.
Também me lembra outros filmes de terror que não chegam no mesmo grau de perfeição técnica, mas que considero hipnotizantes e desafiadores como o nacional As Filhas do Fogo de Walter Hugo Khury (inclusive no tocante à exploração da sexualidade) e Inverno de Sangue em Veneza do Nicholas Roeg (no sentido de um filme onde a experiência sensorial é ainda mais fundamental que a própria lógica do enredo).
A Morte e Vida de John F. Donovan
3.3 193Fiquei meio frustrado pq é um filme que bate na trave. Ele tinha TUDO pra ser uma masterpiece, tem um elenco fantástico e uma premissa muito boa. Mas o filme ficou sem substância real. Tem cenas específicas que são excelentes, mas não há consistência em sua proposta. O filme poderia ter explorado melhor, por exemplo, a ambiguidade da realidade das cartas (elas foram realmente enviadas ou não?). Há muitos plots e subplots todos desenvolvidos de um jeito muito superficial para a pretensão do filme.
X-Men: Fênix Negra
2.6 1,1K Assista AgoraDuas estrelas pela Sophie Turner que estava excelente, a trilha do Zimmer que eleva a qualidade do filme, o Tye Sheridan que fez o que podia com o pouco que teve e os efeitos visuais e clima de X-Men dos primeiros 28 minutos de filme. O resto... Chacota. Um filme cheio de nada com decisões horríveis e sem sentido dos personagens.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraEntão... É um ótimo filme.
Vi algumas pessoas reclamando do ritmo, acho que o ritmo é ótimo pra um filme cuja proposta claramente é ser um slice of life aos melhores moldes de minitrama, ou seja, não é pra ter um conflito mesmo, é só mostrar o pedaço da vida de alguém como ela é. Ele é inteligente nos detalhes, nos sinais. A maior parte da construção do relacionamento acontece através de pequenas coisas e atitudes e não de diálogos. Eu dou esse crédito ao roteiro. Gosto também de como
o roteiro parece ser contado apenas pela perspectiva do Elio até metade da história, quando rola a primeira vez e finalmente vemos que Oliver estava tão inseguro quanto Elio, se não mais, com isso tudo, e como ambos seduziram um ao outro de forma irremediável.
O filme é bem italiano em certos aspectos da cinematografia (inclusive ritmo). E eu realmente adorei o Timothee, principalmente em sua vulnerabilidade na maior parte do filme, EMBOA eu acho que ele deixa a desejar nas cenas mais dramáticas, inclusive em duas cenas cruciais do filme
(a despedida e a cena final - a única coisa que me veio a cabeça foi eu mesmo adolescente na frente do espelho treinando choro fake rs)
E olha, todo mundo falou TANTO do discurso final do pai que achei que ia mudar minha vida e eu só fiquei tipo "ata".
Mas eu entendo ser emocionante pra quem é LGBTQ+ tem pais que não seriam compreensivos como o Sr. Perlman foi.
Por isso me abstenho de dar nota ao filme. Claro que há pequenas coisas e detalhes que fazem com que qualquer um possa se identificar com toda a coisa de "primeiro amor", mas eu não sei se, como homem hétero e negro (fora da beleza padrãozinho que permite que muita gente viva lindas histórias de amor na adolescência - todas as minhas foram platônicas), minha falta de identificação com a história pode ser o que me fez não achar tudo isso.
No mais, o discurso do pai e a história em si não me pegou por outro motivo também: Meu problema com TODOS os filmes que contam histórias de amor que existem, MESMO os realistas como Call me By Your Name, que realmente é um slice of life bem feitinho, é o ponto de vista sobre o que é realmente uma história de amor e o que realmente é amar uma pessoa. Esse negócio de paixão da adolescência só quebra com nossa cara. Esse negócio de "primeiro amor". Primeiro amor NUNCA é amor de verdade. É atração física, é atração pela personalidade de alguém, uma atração pela ideia de uma pessoa que você idealizou e colocou num pedestal (e é exatamente por isso que geralmente acaba sendo amor platônico rs)... Amor não é isso. Amor é um negócio difícil e duro de praticar. Não sei como é no livro, mas no filme, pra mim é apenas esse tipo de amor romantizado. Dentro da minha cosmovisão NÃO é sentimento. Essa lógica é muito a lógica das atitudes serem consequência do sentimento, quando na real, amor de verdade é escolha. O sentimento é consequência do amor e das escolhas de amar alguém. Mas enfim, já virou um baita textão e eu divaguei.
É isso. Não achei isso tudo. Mas é um bom filme.
Dentro da Casa
4.1 553 Assista AgoraUm filmão desses bicho! Sem spoiler, mas que cena final maravilhosa!
Pra mim, o que o filme mais peca e na verossimilhança que de vez em quando acho que desconecta o espectador. Faz com que duvidemos da história.
Malasartes e o Duelo com a Morte
3.2 103Eu achei bem divertido, boa fotografia, efeitos até ok, boas atuações - embora eu ache que os geralmente ótimos Jesuíta Barbosa, Milhem Cortaz e Ísis Valverde em algumas cenas se entregaram a um overacting desnecessário só pq estavam numa comédia, talvez. Infelizmente, o roteiro é um pouco truncado, não possui um bom timing cômico. Mesmo as clássicas situações do Malasartes das quais ri quando me contaram perderam um pouco a graça por falta de desenvoltura do roteiro. A montagem também deixa a desejar um pouco, e a direção é irregular.
Esperava um pouco mais do filme. MAS ainda assim eu me diverti assistindo e o carisma do Jesuíta como Malasartes valeu, apesar dele estar aquém do que ele costuma entregar em suas atuações dramáticas.
Liga da Justiça
3.3 2,5K Assista AgoraAssisti na sessão das 15h35 de hoje, mas tive que fazer compras, buscar meus óculos na ótica, só cheguei em casa às 22h30, parei pra refletir no filme pra saber o que escreveria, e percebi que já esqueci mais da metade do que vi.
Mulher-Maravilha
4.1 2,9K Assista AgoraQueria dizer que assisti e curti bastante, melhor filme do DCEU e talz, mas vamo com calma né gente?
Hush: A Morte Ouve
3.5 1,5KHauhauah todo filme com uma premissa simples que eu vejo e venho nos comentários do Filmow vejo gente reclamando sempre da mesma coisa: "Ah, é cliché!".
É uma metalinguagem do caramba que a palavra cliché tenha se tornado exatamente o que ela significa. Estamos em 2017 gente. TUDO vai parecer cliché em alguma instância. A genialidade do filme está justamente em pegar uma premissa certeira e simples (e pra isso NÃO precisamos da motivação do assassino) e acrescentar um ingredientezinho só de originalidade pra temperar - que no caso é a surdez da protagonista. Excelente suspense.
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraFiz textão sobre esse filme rs... E é um textão MESMO, dividido em três partes: na primeira falo um pouquinho sobre o gênero (que é um tópico de discussão frequente a respeito do filme), na segunda analiso o filme em si, no geral, e na terceira, faço uma análise com spoilers da discussão racial do filme, que acho que ajuda a entender muito do que muita gente viu e ficou tipo "WTF?"... Não foi meu texto mais bem escrito, mas to com preguiça de refazer tudo, então vai assim mesmo ahahah. É só tirar os espaços
scriptovisual. blogspot. com. br/2017/06/sobre-o-filme-corra-o-filme-e-isso-tudo.html#more
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraAinda tentando entender como, em pleno século XXI as pessoas estão procurando imprevisibilidade em roteiros de filmes de terror/suspense. TUDO já foi feito em cinema, minha gente. Tudo vai ser uma repetição que já veio antes.
E se vc viu um filme que achou MUITO original, pode desconfiar que teve uma obra mais antiga e menos conhecido com a mesmíssima ideia. Ou o filme é desonesto e tenta ser imprevisível às custas de enganar o espectador tentando ser mais espertinho do que é (e isso torna o roteiro desse filme surpreendente bem ruim).
Ser imprevisível NÃO torna um filme bom. E ser previsível NÃO torna um filme ruim.
Só queria desabafar sobre isso mesmo.
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraÀ primeira vista, todas as estranhezas e bizarrices me afastavam um pouco da trama, mas logo eu me recuperava ao lembrar que esse filme é uma sátira - e que os aparentes absurdos da trama servem a essa sátira de uma maneira fenomenal.
Uma sátira de terror. E coloca terror nisso! Não horror gente (tem gente que confunde as duas coisas). TERROR, e dos bons. Construídos em cima de clima e não de jumpscares (embora haja ótimos jumpscares aqui, quase nunca previsíveis).
As atuações foram muito boas, principalmente a do Daniel, que já tinha me conquistado pela sua atuação no fabuloso episódio "15 million merits" de Black Mirror!
Eu não dou cinco estrelas, por que, apesar de amar o conceito do personagem do Rod, acho que ele exagera e destoa um pouco do tom de sátira, adquirindo um pouco de pastelão em certos momentos.
Mas as soluções não foram de forma nenhuma óbvias. Mesmo a exposição excessiva de algumas coisas acho que foi proposital, para que o filme nos surpreendesse justamente onde menos esperávamos, inclusive
na forma com que o personagem se livra dos vilões, são raríssimos os mocinhos de filme de terror que não sejam completamente burros e não demorem a sacar que tem alguma coisa errada. O que o segurava ali era a namorada, e logo que ele percebe que tem alguma coisa errada com ela também, ele já tenta tomar uma atitude, mas tarde demais. O final me surpreendeu por ter terminado bem. Achei que enveredaria pelo caminho irônico, onde o negro iria preso injustamente. Mas aí seria previsível demais também!
Fazia um tempo que não via um filme do gênero tão bem filmado e bem escrito!
O nome é simplesmente perfeito para o filme. "Get Out" é demais. Apesar de ter achado "Corra!" uma ótima tradução, o melhor mesmo seria "Sai daí, idiota!" hahaha.... Enfim... Espero que Peele não seja o diretor de uma obra só e que traga mais pérolas assim para o cinema.
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista AgoraRe-assisti essa obra prima hoje depois de um bom tempo, pois quando assisti da primeira vez, não apreciava uma boa obra cinematográfica como aprecio hoje.
E, rapaz, não lembrava que era fantástico assim.
Se eu assisti 2 vezes e entendi? Entendi não. Se dissesse que sim, estaria mentindo, peguei uma coisinha aqui e outra ali que dava pra retirar da narrativa, mas não posso dizer que entendi (inclusive, vou ler o livro pra ver se pego algumas coisas). Estou tentando evitar ler na internet antes de ler o livro embora já tenha lido algumas coisas. Mas uma coisa que eu gostaria de dizer é: MANO, quem não curtiu o filme, realmente é a galera que assiste um filme apenas pela história óbvia, o enredo claro, que está concentrado nos diálogos e nas imagens que estão apenas representando literalmente o texto.
Mas 2001 é um filme INTEIRAMENTE visual, e é visual de um jeito genial que NUNCA vi outro filme ser. A narrativa visual é inteligentíssima e, não, não fiquei com sono em nenhum momento, por que o filme me instigou o tempo inteiro, me deixou curioso o tempo inteiro e há certos momentos de tensão feitos de forma completamente original.
A trilha sonora é incrível, a fotografia MARAVILHOSA e, mano, que efeitos são esses! Esse filme é de 1968 e tá melhor que muito CGI 2017 por aí!
Enfim, é uma masterpiece mesmo. Assisti deliciado com aquelas imagens. Cada frame é um wallpaper diferente.
E o povo querendo me fazer engolir genialidade em Interstellar...
Fragmentado
3.9 2,9K Assista AgoraSerá que Saiadalama acerta dessa vez? A premissa é interessantíssima.
Sicario: Terra de Ninguém
3.7 942 Assista AgoraPreciso dizer isso: O Denis Villeneuve é um BAITA diretor, velho... O filho da mãe sabe como criar um suspense agoniante, ao mesmo tempo em que sabe passar exatamente a emoção que deseja. Interessante é que ele discute justiça tanto em "Os Suspeitos" (Prisoners, 2013) quanto em "Sicario" e em nenhum dos dois filmes a justiça é tratada de forma romantizada como a maioria dos filmes sobre o assunto faz. O final é sempre incômodo e deixa a gente meio mal, bem reflexivo. A intenção dele não é dar ao público aquela sensação aliviadora do "final feliz", da "ah, justiça foi feita" que a maioria dos filmes sobre justiça e vingança traz, mas sim nos deixar pensando nas nossas ideias do que realmente é justiça e se o que entendemos por justiça é realmente certo. Ele não nos poupa da violência, mas não a "glamouriza", ele a torna incômoda. No final das contas, o que Taylor Sheridan e Villeneuve fazem em "Sicario" é uma baita crítica ao sistema norte-americano - CIA, FBI, Exército e suas "falcatruas", mas talvez a maior crítica do filme seja ao nosso conforto diante desse mesmo sistema e diante de uma noção distorcida de justiça que filmes e discursos nos apresentam.
O elenco tá incrível (até o Brolin, de quem não gosto muito, tá ok), a fotografia é maravilhosa, a trilha sonora pontual e discreta, mas extremamente eficiente.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraEu não consegui achar esse filme sequer divertido. Tentei ver duas vezes antes de conseguir terminar sem dormir. É um filme cheio de ideias boas desperdiçadas em personagens rasos, frases de efeito mal construídas colocadas lá só para fazer parecer que os diálogos são inteligentes (e o efeito é contrário), um vilão caricato, sem motivação nenhuma, sem carisma, sem nada que se aproveite para dizer "Nossa, é um plano muito grande pra mentes pequenas". Sério?
Eu não tenho problema NENHUM com filmes lentos desde que a "lentidão" seja justificada no desenvolvimento de personagem e em diálogos bem escritos, o que claramente NÃO é o caso aqui.
A edição parece saída de um piloto de série de TV do início dos anos 2000. O filme LITERALMENTE começa como uma série, ambientando de forma óbvia todos os personagens em lugares diferentes do mundo, para depois se achar inteligente fazendo as histórias se chocarem num esforço claramente desastroso.
A ideia de colocar uma investigação jornalística é interessante, mas claramente Goyer e os outros roteiristas esqueceram de assistir bons filmes de investigação jornalística. A ideia de deixar o filme com uma vibe mais de "suspense" também é boa, mas o suspense não está lá. Só é chato e parado mesmo. Nem tornar o Batman mais "dinâmico" e "badass" do que suas versões anteriores salvou o filme do fracasso (e o Ben Affleck como ator é um excelente diretor).
E há uns dez anos que tô tentando entender por que o Snyder acha que paleta escura e computação gráfica fake é ser cool e alternativo. APENAS NÃO, Snyder.
E a Ultimate Edition não melhora em NADA o roteiro. ALGUMAS pouquíssimas coisas são explicadas mas ainda de forma ruim. Serviu pra que? Pra nada.
Talvez alguns tenham gostado de ver o Henry Cavill sem camisa e o traseiro do Ben Affleck nas cenas gratuitas que acrescentaram, mas o filme só ficou mais longo e mais chato mesmo.
No mais, senti que o filme da Liga da Justiça pode ser um desastre ainda maior pois o trailer deu a entender que vão mudar o tom sério para um tom mais "divertido", mas ainda com o mesmo diretor. Quais as chances de dar certo?
Obs.: dei duas estrelas pelos fan services e pelas ideias boas. O Snyder sempre tenta ser profundo coitado... pena que não consegue.
Dunkirk
3.8 2,0K Assista AgoraEspero que ele volte à sua forma com esse filme que não tem como ter um roteiro grandiloquente demais ou *cof cof* complexo *cof cof*.
Interestelar e O Cavaleiro das Trevas Ressurge me deixaram com saudades de Amnésia, Insônia e O Grande Truque.
O Homem Duplicado
3.7 1,8K Assista AgoraEmbora o filme não precise ser entendido pra ser um filmaço - e não precisa mesmo, já que Villeneuve vai além da competência e entrega o trabalho de um diretor talentoso - as pessoas precisam ter em mente que tudo no filme de um realizador competente como Villeneuve é pensado. Tudo tem um simbolismo.
Não vou dizer que entendi de cara. Eu desconfiei que
o cara pudesse ter dupla personalidade, mas viajei demais nas aranhas e não saquei o simbolismo feminino nelas, então achei que não fosse ser essa a solução... Então fui procurar as explicações na internet
Mas procurar a explicação na internet não é vergonha pra ninguém, afinal, nos acostumamos com o cinema fácil que quer parecer inteligente e mostrar o plot twist no final com explicações superexpositivas e flashbacks, o que deixou nossas mentes preguiçosas.
Talvez por isso nós fiquemos insatisfeitos quando o filme termina sem explicar detalhe por detalhe em diálogos e flashbacks, quando na verdade só precisaríamos entender direitinho a linguagem do cinema pra sacar.
É um fenômeno comum hoje em dia que faz com que as pessoas acabem não gostando de filmes como este e como outros, tais quais Inverno de Sangue em Veneza, Repulsa ao Sexo ou obras mais recentes como Poder Paranormal (Red Lights) e O Grande Truque (que nem são tão difíceis assim, mas não entregam a resposta pronta então tem gente que acha que entendeu, mas não entendeu).
Não estou falando com isso que somos burros, mas só que nos desacostumamos com a linguagem do cinema não óbvio.
Não estou dizendo também que tem que entender pra gostar. Entender um filme nem sempre significa que você vá gostar dele. Não é vergonha nenhuma também não gostar de um filme bem feito. Eu não gosto de vários filmes que todo mundo ama, embora reconheça a qualidade cinematográfica destes.
Anyway, não dou cinco estrelas por que, por mais que não comprometa, não consigo engolir as performances do Jake... Adorei a pequena participação da Isabella Rossellini, pois me lembrei do seu memorável papel em "Veludo Azul" (que é outro filme que talvez se encaixe na categoria dos incompreendidos... É Lynch, né?)
Inverno de Sangue em Veneza
3.7 208Respondi isso para um cara ali embaixo e resolvi postar aqui pra todo mundo ver pq acho que as pessoas foram esperando algo que não era o que o filme queria passar:
O filme não é sobre uma grande revelação final ou algo do tipo.
Para quem não entendeu, o que eu ACHO (não significa que estou certo, é o seguinte):
No fim das contas, assim como as duas videntes disseram, o cara tinha o mesmo dom que elas e estava prevendo a própria morte. O fato da assassina ser uma anã é apenas um recurso de roteiro para fazer com que o cara pense que a assassina é sua filha e corra diretamente para a morte. A sensação do mal inevitável.
O filme é sobre a sensação de que algo ruim vai acontecer.
As cenas que alguns consideram desnecessárias, são cenas que trazem essa sensação de estranhamento e incômodo que algo ruim vai acontecer. Mesmo que a pessoa não "sinta" essa atmosfera (afinal, o sentir é subjetivo), analisando de forma técnica, o diretor fez seu dever de casa direitinho e está de parabéns.
No final das contas fiquei curioso para ler o conto, pois essas questões são características da escritora, Daphne DuMaurier que tb foi adaptada por Hitchcock em "Rebecca" e "Os Pássaros" (que é um filme que tb não explica as coisas, elas apenas acontecem).
X-Men: Apocalipse
3.5 2,1K Assista Agora"“X-Men: Apocalipse, apesar de suas falhas, tem a audacidade de fazer o universo cinematográfico da Marvel parecer pequeno, e o universo cinematográfico da DC parecer tolo por confundir ‘se levar a sério’ com ‘seriedade’. Se ao menos a esses personagens fosse permitido serem tão complexos quanto as ideias pelas quais lutam, X-Men: Apocalipse poderia ser um novo começo para o gênero do super-herói” – IndieWire
“Apesar da presença inegável de uma quantidade enorme de ação, X-Men: Apocalipse é definitivamente um daqueles casos em que menos é mais, especialmente se comparado com as cenas surpreendentes e as interações humanas mais interessantes de outras grandes franquias da Marvel” – The Hollywood Reporter
"When Apocalypse emerges, it will take everything the X-Men have to defeat him. It’s a much more classic superhero setup, and it makes for a great time at the movies. [...] X-Men: Apocalypse has a lot of action, balanced with humor and emotion that make you think of more than just “When’s the next superpower?” There’s a ton of fan-service, especially for longtime fans of the X-Men (whether from comics, videogames, the 90s animated series, or the films) and in-jokes (including one laugh out loud one at their own expense) that should make X-fans extremely happy. From the climactic battle all the way through the final scene of the movie, my inner ten-year-old was screaming out loud." ComicBook.
"What makes X-Men: Apocalypse so exciting isn't really any one thing but rather its cohesion, its storytelling verve." Village Voice
"Taken as the next chapter in the series, Apocalypse is an undeniably fun and entertaining adventure and does a pretty good job of establishing Xavier's next class." IGN Movies
"Apocalypse includes everything you'd want in an X-Men movie, including two of the best superhero set pieces ever. But after Days Of Future Past, it feels a tad underwhelming." CinemaBlend
"Apocalypse is the film that finally realizes the full big-screen potential of Marvel’s X-Men franchise and elevates it to a level on par (or pretty close anyway) to the Marvel Cinematic Universe." Newsarama
"At this point the X-MEN movies have really settled into a predictable rhythm; while you could of course say the same for some other big franchises, these particular movies just don't inspire a lot of excitement in me. That said, if you really enjoyed the last two films, you'll likely find plenty to appreciate in APOCALYPSE, even though its villain is a drag and the heroes are going through the motions once again. I'm giving it a 6, but you may well bump the grade up higher if you're an X-Men fanatic." JoBlo
"The idea of an apocalypse means every dial has to be turned up to 11 and this film certainly provides bangs for your buck, although there is less space for the surreal strangeness of the X-Men to breathe, less dialogue interest, and they do not have the looser, wittier joy of the Avengers. But the more playful episodes with Cyclops and Quicksilver are welcome and everything hangs together. But in the future X-Men films have to mutate into something with fewer characters and more characterisation. Rating: 3 stars out of 5" Guardian
Cara Gente Branca
3.8 175 Assista AgoraÁcido, pertinente e sem romantismo.
Como filme deixa um bocado a desejar. O roteiro e a direção, na tentativa de serem originais e parecerem cool, acabaram tornando a história pouco orgânica. Isso prejudicou um bocado o ritmo, que não é chato, mas é truncado.
O elenco não é lá essas coisas (E o Tyler James Williams NÃO é bom ator, o que dá uma impressão muito esquisita de que estamos vendo o Chris no lugar errado). O mérito que dou à técnica do filme é o de torná-lo um tanto atemporal, seu visual parece meio deslocado no tempo, como se todas aquelas situações acontecendo fossem tão retrógrados, que o filme se passa no século XXI, mas a impressão que temos é que ainda estamos na segunda metade do século XX.
Mas o discurso do filme está de parabéns.
Não só pela mensagem MEGA relevante sobre o racismo e sobre o que acontece de fato, mas também por mostrar a parcela "defeituosa" da militância. Ninguém é perfeito, e mesmo os portadores dos melhores discursos as vezes metem os pés pelas mãos e praticam suas pequenas hipocrisias, e Sam White (que nome sugestivo!) é um exemplo perfeito desses.
Há o mérito de trabalhar os mais diversos tipos de personagens também, então é interessantíssimo observar as figuras opostas de "gente branca" que são o Fletcher e o Gabe.
Enfim, enquanto filme deixa a desejar, mas o discurso está realmente de parabéns.
O Doador de Memórias
3.5 1,4K Assista grátisIdeia boa, belos momentos, alguns poucos momentos de boa direção, Meryl Streep. Enfim, um filme que tinha tudo pra ser muito bom nas mãos certas, mas tem um roteiro beeem irregular e uma direção mediana. Fico imaginando o que o Spielberg, o Cuarón ou o Neil Blomkamp - talvez até o Francis Lawrence, que é um pouco mais genérico, mas competente - teriam feito com essa história...
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista AgoraTexto que postei no meu blog scriptovisual . blogspot . com:
Quando eu assisti o trailer de Mad Max: Fury Road pela primeira vez meu pensamento foi: "Eu preciso assistir esse filme". E foi só por que eu queria ver o espetáculo visual que eu percebi que havia sido criado pelo cineasta George Miller - realmente conhecido por sua franquia Mad Max e, pasme, a animação Happy Feet e sua continuação e também a comédia "As Bruxas de Eastwick" (1987).
Pelo que eu havia visto no trailer, apenas o espetáculo visual já valeria o filme.
Felizmente, o filme me entregou muito mais do que eu esperava.
Claro, para pegar todas as nuances narrativas de um filme que basicamente é uma perseguição insana de máquinas insanas num deserto pós-apocalíptico, precisa-se prestar atenção em todas as dicas visuais e narrativas que o roteiro escrito a três mãos pelo diretor George Miller, Brendan McCarthy e Nick Lathouris solta nas entrelinhas de toda aquela adrenalina.
Com uma propriedade raramente vista em blockbusters, Miller, no auge dos seus 70 anos, dá uma aula de como fazer um filme explosivo, comercial, com muita ação, insanidade e originalidade, poucos diálogos e tudo isso sem perder em nenhum momento a veia artística, a visão crítica do mundo e conteúdo em cascata para discussões filosóficas e poesia visual.
Quando eu repito a palavra "insanidade", não é à toa. Tudo no filme parece louco demais, a aparência dos personagens, a estrutura dos veículos, a cultura desse cenário pós-apocalíptico, o exagero (creio que nunca esquecerei aquele cara cego tocando guitarra no comboio, dando sinais, enquanto a batalha rola solta). Isso tudo além da direção frenética do Miller, que parece não parar por um segundo que seja nas cenas de ação. O que não impede que elas sejam perfeitamente compreensíveis - equilíbrio que cineastas mais jovens hoje parecem não conseguir.
Aliás, o crédito vai também para algo ainda mais raro hoje em dia: o máximo de efeitos práticos possível. E é incrível como as cenas parecem grandiosas e espetaculares no mesmo nível que provocam aquele paradoxo de absurdo e realista ao mesmo tempo - de um jeito que só o cinema consegue fazer. Isso tudo unido à uma fotografia saturada que provoca choques de sensações tremendos. A lista de cenas visualmente espetaculares é extensa demais para que eu cite os exemplos, embora a cena da Tempestade de Areia seja um espetáculo a parte.
Mas claro, o mérito não é só da produção e da direção.
Embora eu considere que o trabalho do Tom Hardy aqui seja apenas regular e não há muito o que ele possa fazer, ele leva bem o filme, mas definitivamente, o carisma fica por conta da incrível Charlize Theron, que rouba completamente a cena no papel da Imperatriz Furiosa - e consegue ficar linda mesmo careca e suja. Não creio - como muita gente parece crer - que haja aqui um problema de roteiro em relação ao protagonismo. O roteiro divide bem o tempo de tela e a importância de ambos os personagens, Max e Furiosa. A questão é que Theron realmente faz um trabalho nível acima do Hardy e seu carisma se sobressai.
Aliás, aqui entra o mérito do roteiro de entregar tudo o que uma pessoa que quer apenas ver a pancadaria quer, mas também entregar personagens que são construídos e conhecidos pelo público ao longo do filme sem necessidade nenhuma de diálogos expositivos e extensos ou apresentações longas. O relacionamento entre eles, suas motivações e tudo o mais são construídos através de suas atitudes, suas pequenas frases. Na medida que somos apresentados ao filme, somos apresentados a eles, de forma que ao final, já os conhecemos e entendemos onde seus caminhos os levaram.
Isso é uma manobra esperta do roteiro que usa as circunstâncias em que Max e Furiosa se conhecem para nos apresentar a eles e à forma como eles se relacionam com Immortan Joe (o improvável vilão da história).
E no meio de tudo isso há diversos subtextos e críticas sócio-econômicas. O próprio cenário e condições de vida já entregam uma crítica direta à maneira como esgotamos nossos bens naturais indiscriminadamente. Mas há mais do que isso, críticas à cultura de massa, religiões, violência gratuita, ao machismo (essas possuem um espaço especial inclusive), ao preconceito, regimes totalitários etc.
Há também diversos momentos singelos no meio de toda essa brutalidade. A poesia visual e o simbolismo não verbal do cinema é usado com maestria e cria belas cenas - há um momento particularmente curioso que quase ninguém presta atenção, mas que dentro do contexto tem muito significado. Após uma batalha feroz que sequer presenciamos, Max lava o sangue em sua face com leite materno mesmo depois de saber que o que havia na torneira não era água. O nascimento, símbolo da vida, sobrepujando a morte no simples ato de lavar o rosto. O número de pequenos simbolismos como esse é incontável no decorrer do longa.
O filme também trás diversas jornadas paralelas de personagens secundários que têm seu carisma e suas próprias conquistas ao longo do filme. Por exemplo, é interessantíssimo observar a jornada de Nux (Nicholas Hoult) em seu fanatismo político-religioso, sua busca por aprovação e por um alvo que acredita ser o melhor, seus questionamentos e dúvidas e por fim seu desencanto, que como consequência leva-o a uma decisão que gera uma das cenas mais poéticas de todo o filme.
O tempo inteiro somos jogados de um lado para o outro junto com os personagens. O roteiro, mesmo seguindo uma estrutura bastante simples, nunca é previsível e a sensação que temos é que nenhum dos personagens está seguro. Isso faz com que ele pareça um clímax estendido por duas horas que quando terminam, nos lembram que temos que voltar a respirar.
Minhas expectativas em relação a este filme estavam tão altas, que tive medo de assistir e me decepcionar. Lendo por aí comentários nas redes, vi que alguns se decepcionaram com o filme por conta do hype em cima dele, mas, tirando toda essa questão de gosto, creio que a experiência só é completa quando você tenta enxergar nele mais do que a ação e as explosões, e percebe que no fim das contas não é um filme sobre perseguição.
É um filme sobre busca.