Only God Forgives (2013) do diretor e roteirista Nicolas Winding Refn era um dos filmes mais aguardados deste ano, e não era para menos, Drive, a obra anterior do cineasta, ganhou o prêmio de Melhor Diretor em Cannes e entrou em diversas listas dos melhores filmes de 2011. Mas, como já era de se esperar, toda a expectativa criada em torno do novo trabalho o colocou em uma difícil situação, para ser bem sucedido ele precisava repetir o feito do anterior, mas sem repetir a mesma fórmula. Winding Refn, no entanto, entregou o que já era esperado: um filme ainda mais violento e conceitualmente complexo do que o antecessor. De Drive, a nova produção herdou o teor reflexivo, a narrativa lenta, o cuidado estético e o uso da violência como elemento gráfico e de significação, contudo, são filmes bem diferentes entre si.
Longe de ser apenas uma busca pessoal da cineasta por alguma espécie de catarse, Elena se firma como um filme universal sobre perda, dor e frustração. A experiência que ele nos proporciona vai muito além do simples contato com a história de uma garota que morreu jovem demais, diante dele somos instigado à uma reflexão incômoda sobre o sentido que tentamos dar para as nossas próprias vidas, sobre nossos sonhos e nossas expectativas.
[...] Apesar do suspense, que mantém o desenrolar da trama em uma tensão sempre crescente, este não se trata de um filme puramente sensorial. A estilização, que pode ser notada nos enquadramentos, nos movimentos de câmera e na composição da mise-en-scène não é apenas uma excentricidade técnica, ela, além de salientar o tom alegórico do filme, ajuda ainda na criação de inúmeras metáforas visuais, que em alguns momentos nos dão pistas do que está para acontecer e em outros colaboram com a narrativa na construção das diversas inferências, que estão presentes do início ao fim do filme. Isso não é novidade na filmografia de Chan-wook Park, sua já clássica 'trilogia da vingança' usa e abusa de tal tipo de estilismo [...]
Antes de qualquer outra consideração, creio que seja necessário deixar claro que O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (2012) é um caça níquel! Não que a obra de J.R.R. Tolkien que o originou não merecesse uma adaptação, todavia, as pretensões deste novo trabalho de Peter Jackson ficam evidentes no momento em que descobrimos que ele é apenas o primeiro de uma nova trilogia. O fato de ele ser um caça níquel, no entanto, não implica que seja necessariamente um filme ruim, o que de fato ele não é. O curioso é que boa parte dos problemas que o afetam não estão em sua criação como obra cinematográfica, mas em aspectos que são anteriores à ela, como por exemplo o fato de já sabermos de antemão o destino de alguns dos personagens principais, o que acaba diminuindo o suspense e consequentemente o nível de interesse pelo desenvolvimento da trama [...]
A negação do modelo anterior, a tentativa de ruptura com o convencionalismo e a crítica ao imperialismo cultural - elementos característicos do Cinema Novo - podem ser notados com relativa facilidade em O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), o quarto longa-metragem dirigido por Glauber Rocha, mas o fato dele deixar evidente cada um destes aspectos não quer dizer que ele seja um filme 'fácil' assimilação. A complexidade de suas inferências e dos inúmeros simbolismos presentes em sua trama o tornam uma obra de difícil digestão, principalmente para aqueles que não conhecem as origens e a proposta da marca que Glauber tentava imprimir em cada uma de seus filmes.
O cineasta retoma neste filme questões que já tinham sido abordadas em seus trabalhos anteriores, como o conflito entre classes, a repressão imposta pelas instituições e a resistência cultural daqueles que estão à margem. A história contada pelo filme gira em torno de Antonio das Mortes (Maurício do Valle), personagem que já havia aparecido em Deus e o Diabo na Terra do Sol (1963), ele é um jagunço matador de cangaceiros que atua a mando de coronéis e da igreja. Depois de matar Corisco, braço direito de Lampião e último cangaceiro, sua vida perde o propósito e ele entra em uma espécie de crise existencial, que o faz repensar, pela primeira vez, sua própria conduta e o significado de suas ações.
A história de Lavoura Arcaica é uma espécie de reconstrução da parábola do filho pródigo e nela, tal como na bíblia, a figura do pai é uma representação de Deus, enquanto os filhos representam os homens e suas debilidades. Todavia, a história original evoca tão somente a essência de uma divindade capaz de perdoar e apta a reatar um relacionamento rompido; já no filme, o deus representado pela figura paterna é bom, mas autoritário, emocionalmente distante e incapaz de compreender a dor e a fraqueza do filho - o que percebo como um misto de crítica e questionamento herdado da obra literária. Outra leitura possível diz respeito à família patriarcal e sua constituição; em diversas passagens do filme pode ser percebida a posição que o pai ocupa diante do restante da família (o que também tem a ver com sua associação ao deus bíblico). Na trama, a autoridade e a sabedoria do pai são incontestáveis enquanto que a figura da mãe evoca fraqueza e inconstância, atributos que imputam nela a culpa por qualquer mal que venha a afligir a família...
"[...] Apesar de todo o viés regionalista que Abril Despedaçado adquiriu no processo de adaptação e do fato de ele ser um filme de época, sua trama e a mensagem que ela traz consigo são universais e atemporais e isto explica a força e a urgência que a reflexão proposta por ele tem [...]"
[...] Em cada aspecto de O Som ao Redor há uma gama de significações e mensagens capazes de provocar um enorme impacto no espectador, que pode, dependendo de seu nível de compreensão, ficar sem entender de onde vem tal sensação. É este fenômeno que me leva a classificar o filme como uma obra predominantemente sensorial. Todavia, apesar de sua notável capacidade de induzir reações diversas em seu público, ele pode ser classificado ainda como um filme reflexivo, eu até filosófico; parece contraditório, mas não é. O incômodo e a apreensão que ele nos proporciona nos conduz a inúmeros questionamentos, que surgem do fato de que a origem daquilo que sentimos durante a sessão não nos é prontamente revelada. Não se trata de um filme com respostas prontas ou com conflitos de fácil resolução e por conta disso os mais desatentos correm o risco de não enxergar onde de fato está o epicentro da trama, que é complexa e não alivia para o espectador em suas diversas inferências [...]
Às vezes deixamos de lado os sonhos que tínhamos e enveredamos por caminhos que em algum momento nos pareceram mais práticos e convenientes, em boa parte das vezes uma má escolha deste tipo é sucedida por um paralisante comodismo, que nos mantém presos à estrada errada e cada vez mais distantes do sonho de outrora. Este é o drama vivido por Thomas Seyr (Romain Duris), o personagem central de 'De Tanto Bater meu Coração Parou' (2005), filme dirigido pelo cineasta francês Jacques Audiard. Em sua trama, o longa, que é uma releitura do americano 'Fingers' (1978), retrata os obstáculos que o personagem supracitado se vê obrigado a transpor quando decide abandonar uma vida de contravenções e se dedicar a uma atividade que lhe traz prazer e autorrealização [...]
Frankenweenie (2012), apesar de ser um filme bastante irregular, é de longe o melhor trabalho do Tim Burton em anos, nele os elementos que caracterizam a marca autoral do cineasta aparentam estar em uma harmonia que não era vista desde A Noiva Cadáver (2005), curiosamente outra animação, o que não é por acaso. Burton tem demonstrado maior habilidade em um gênero no qual o exagero caricato da composição dos seus personagens e a superficialidade de suas histórias não constituem problemas tão graves quando notáveis [...]
Oblivion (2013) é o tipo de filme cujo bom funcionamento depende mais do espectador do que de seus atributos próprios. Tê-lo assistido sem grandes expectativas certamente foi determinante para que eu o valorizasse por aquilo que ele é, um bom filme pipoca sem grandes pretensões. Teria sido um grande equívoco esperar dele algo além de um bom entretenimento, pois, ao contrário de alguns clássicos, aos quais ele presta reverência, ele não funciona como alegoria ou metáfora de um outro contexto, nem tão pouco nos incita à reflexões sobre as temáticas que aborda. Isso pode ser um problema, mas, como eu disse, é algo que depende de cada espectador e do que ele de antemão espera encontrar [...]
A boa literatura é aquela capaz de nos transportar para dentro da narrativa, de nos fazer interagir com a história e refletir junto com seus personagens; o bom autor é aquele que instiga o leitor de forma que este não permaneça totalmente passivo diante do que está lendo. Acredito que tal princípio valha não só para romances e outros formatos ficcionais, mas também para o texto jornalístico, para a crítica e para os mais diversos formatos, inclusive para o cinema e outros meios de expressão artística que podem ser considerados derivações do texto literário. A interação e o consequente diálogo entre autor e leitor/espectador é, ao meu ver, o ponto em que a obra de arte se realiza como tal, os mais diversos efeitos podem surgir de tal interação, inclusive aspectos não concebidos pelo autor, que ganham expressão através do olhar analítico do indivíduo que interage com a obra.
Um pequeno apartamento que vai se tornando cada vez mais escuro, opressivo e claustrofóbico; um coelho temperado que apodrece esquecido fora da geladeira; batatas que também apodrecem lentamente sobre uma mesa... estes são reflexos metafóricos da mente perturbada de Carol Ledoux (Catherine Deneuve, belíssima), a personagem central de Repulsa ao Sexo (1965), uma das obras mais importantes da filmografia de Roman Polanski. Carol trabalha como manicure em um salão de luxo e mora com Hélène, (Yvonne Furneaux), sua imã mais velha, ela à princípio nos parece ser apenas uma moça tímida e retraída, todavia, á medida em que a trama se desenrola, percebemos que seu problema é muito mais grave. Ela teme qualquer tipo de contato com os homens, uma simples conversa na rua, ou a presença da escova de dentes do namorado da irmã na pia do banheiro, são situações capazes de deixá-la completamente aturdida [...]
Os Sapatinhos Vermelhos é de fato uma obra que não envelheceu, depois de mais de seis décadas sua trama e todo seu aparato técnico continuam tão impactantes quanto imagino que tenha sido na ocasião de seu lançamento, a diferença talvez esteja no fato de que hoje o deslumbramento que ele é capaz de nos provocar seja causado mais pela sua potencialidade reflexiva do que pelos seus méritos estéticos. Sua temática central (a fugacidade do sucesso associada a busca ensandecida pelo momento de glória sob os holofotes) é ainda mais atual e pertinente hoje do que era na época em que o filme estreou nos cinemas [...]
Três Homens em Conflito (1966), obra-prima de Sergio Leone, é um filme irretocável que beira à perfeição. Dizer que ele é um dos melhores westerns já realizados não chega nem perto de fazer jus à importância que ele teve para a sétima arte. Ele transcendeu o gênero que o criou para se tornar algo muito maior, eu ousaria incluí-lo no seleto grupo formado pelas melhores, mais importantes e influentes obras de todos os tempos. Um resultado do perfeccionismo de Leone, que aparenta se preocupar com a composição de cada fotograma [...]
Entre os Muros da Escola (2008) nos mostra que os desafios enfrentados por profissionais da educação são semelhantes mesmo em um país desenvolvido. Ambientada em uma escola pública de Paris, sua trama acompanha o cotidiano de uma turma da oitava série em um período letivo, focando a relação dos alunos com o professor e os métodos utilizados por este para tentar contornar os inúmeros conflitos que surgem a cada instante. O roteiro adquire um tom quase documental ao retratar a sala de aula sem qualquer tipo de maniqueísmo, em seu desenvolvimento ficam evidentes erros cometidos tanto pela escola, quanto pelo professor e pelos estudantes. Todavia, a intenção do filme não é a de se posicionar como uma crítica ao sistema educacional, o que ele faz é tão somente criar um recorte realista do modelo pedagógico adotado pela escola, que é semelhante ao trabalhado em inúmeras instituições de ensino brasileiras [...]
E se a fé for apenas uma ilusão, uma abstração capaz de dar algum sentido para nossas vidas e de tornar suportável uma existência cruel marcada por dores e perdas? - Este questionamento permanece em aberto no final de As Aventuras de Pi (2012), filme dirigido pelo taiwanês Ang Lee. Através de uma narrativa que flerta o tempo todo com o fantástico, o longa toca em questões seminais da humanidade, como a busca pelo contato com o divino e por respostas que expliquem o porquê do sofrimento que há no mundo. Sem se perder no panfletarismo religioso, nem na crítica à irracionalidade de algumas práticas, o roteiro ensaia uma interessante abordagem sobre a natureza da fé, uma fé que nasce não da interação com um deus, mas de uma manifestação humana, de um dom criativo que cada um carrega consigo, fé à qual Pi (Suraj Sharma), o personagem central do filme, recorre quando já não tem mais em quê se apegar [...]
"Assistir a um filme do Hayao Miyazaki é algo mágico, sublime e incomparável. A obra deste mestre da animação é de uma riqueza tamanha, capaz de provocar fascínio, reflexão e de nos transportar para um mundo fantástico, repleto de significações e metáforas. Suas produções são verdadeiras obras de arte, capazes de trazer à tona algo de um valor imensurável: as lembranças e os sonhos de nossa meninice perdida. Miyazaki não está interessado em dialogar com nosso intelectual, mas com a criança que fomos um dia - o que de fato ele consegue. Suas histórias conseguem despertar em nós valores e sentimentos, típicos da infância, que há muito já havíamos perdido. Ao sermos transportados para um mundo de fantasias, temos a oportunidade de ver uma espécie de espelho do que seria a nossa própria realidade, que é remontada através de alegorias tão bem construídas, que é necessário um olhar sensível e curioso, tal como de uma criança, para desconstruí-las [...]"
No lado da ponte, para o qual os três personagem correm na cena mais clássica do filme, estão metaforicamente o novo, o desconhecido, a pós modernidade... O antigo e todo o ranço de conservadorismo que o acompanhava tinham ficado para trás. François Truffaut, com Jules e Jim, ajudou a consolidar aquela que considero, ao lado do Neorrealismo Italiano, a escola cinematográfica mais importante desde o construtivismo soviético, cuja influência pode ser percebida em boa parte da produção contemporânea...
[...] Através da seita retratada no filme, Paul Thomas Anderson propõe uma reflexão sobre temas comuns a diversas outras religiões, como o charlatanismo, o controle social exercido através da fé e a incapacidade da religião de mudar de fato a natureza dos indivíduos, alterando apenas a fantasia que estes vestem nos meios sociais em que transitam [...]
Dramaticamente, Lincoln (2012) de Steven Spielberg representa uma grande evolução quando comparado com o seu antecessor, o irregular Cavalo de Guerra (2011), no entanto, mesmo eu tendo gostado bastante dele, não tenho como negar que ele tropeça em problemas que têm sido recorrentes em alguns dos últimos trabalhos do cineasta. Os mais graves deles são o excesso de melodrama e a superficialidade com que a história é contada [...]
Acredito que não é nada fácil retratar de uma forma leve em um filme uma situação que é originalmente dramática, pois há sempre a possibilidade de que o drama se torne superficial e de que o impacto que poderia ser causado por ele acabe se perdendo na trama, isso aconteceu recentemente com o filme francês Intocáveis (2011), no qual a história real que o inspirou foi descaracterizada e reduzida a uma exaltação de uma simplicidade que não existe na vida real. O loga As Sessões (2012) correu o mesmo risco, no entanto a sutileza do roteiro e da direção de Ben Lewin fizeram com que nele a leveza fosse preservada sem que a carga dramática fosse prejudicada. Sua trama, que também foi inspirada por fatos reais, consegue nos emocionar e nos fazer rir em diversos momentos, mas sem deixar de ressaltar a condição do personagem central e as dores físicas e emocionais sentidas por ele [...]
A certeza da finitude da vida representa um dos maiores temores da humanidade, mas nem sempre o que assusta é a morte, mas sim a possibilidade de na aurora da existência nos tornarmos tão frágeis e incapazes, a ponto de perdermos aquilo que antes nos caracterizava como indivíduos. O medo do abandono e de não conseguir responder como antes aos estímulos e à própria vontade insurgem como ameaças capazes de nos levar a reflexões profundas acerca do sentido da vida e da importância daquilo que construímos no decorrer dela. Em Amor (2012), obra mais recente do diretor austríaco Michael Haneke, estão presentes todas estas questões. O filme toma como microcosmo a realidade de um casal octogenário para falar de amor, sofrimento, resiliência e dor. Na trama estão presentes diversos elementos recorrentes na filmografia do cineasta, dentre eles aquele que distingue e dá propriedade à sua marca autoral, que é o incomodo proporcionado pelo contato com uma realidade que geralmente não nos é estranha, mas que é mostrada de uma forma seca e sem qualquer tipo de atenuantes [...]
"As conexões me assustam... Nos aeroportos, passar de um avião para outro correndo, com pressa, sem saber, tentando descobrir, me perguntando se vou conseguir... Acho que posso me perder e talvez eu apodreça e morra num terminal esquecido e vazio, cuja existência ninguém saiba [...] Eu tenho medo de me perguntar se vou me perder, eu não gostaria de estar entre duas coisas, eu tenho medo de ter medo..." - Esta citação, dita por Margot (Michelle Williams), a personagem central de Entre o Amor e a Paixão (2012), diz muito sobre ela e sobre a situação que ela vive na história contada pelo filme. Numa viagem de trabalho ao Canadá ela conhece Daniel (Luke Kirby), um jovem romântico e sedutor, que trabalha como condutor de riquixá (carrinho de mão usado para transportar passageiros). Na viagem de volta ela descobre que, por incrível que pareça, ele é seu vizinho. A proximidade, que favorece o contato nos dias que se seguem, os torna cada vez mais íntimos. Ele não esconde o que sente por ela, nem suas intenções, ela, no entanto, se recusa a se entregar àquilo que pode ser uma aventura amorosa inconsequente, afinal de contas ela é casada com Lou (Seth Rogen) [...]
Apenas Deus Perdoa
3.0 630 Assista AgoraOnly God Forgives (2013) do diretor e roteirista Nicolas Winding Refn era um dos filmes mais aguardados deste ano, e não era para menos, Drive, a obra anterior do cineasta, ganhou o prêmio de Melhor Diretor em Cannes e entrou em diversas listas dos melhores filmes de 2011. Mas, como já era de se esperar, toda a expectativa criada em torno do novo trabalho o colocou em uma difícil situação, para ser bem sucedido ele precisava repetir o feito do anterior, mas sem repetir a mesma fórmula. Winding Refn, no entanto, entregou o que já era esperado: um filme ainda mais violento e conceitualmente complexo do que o antecessor. De Drive, a nova produção herdou o teor reflexivo, a narrativa lenta, o cuidado estético e o uso da violência como elemento gráfico e de significação, contudo, são filmes bem diferentes entre si.
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Elena
4.2 1,3K Assista AgoraLonge de ser apenas uma busca pessoal da cineasta por alguma espécie de catarse, Elena se firma como um filme universal sobre perda, dor e frustração. A experiência que ele nos proporciona vai muito além do simples contato com a história de uma garota que morreu jovem demais, diante dele somos instigado à uma reflexão incômoda sobre o sentido que tentamos dar para as nossas próprias vidas, sobre nossos sonhos e nossas expectativas.
Crítica completa disponível em: http://sublimeirrealidade.blogspot.com.br/2013/07/elena.html
Segredos de Sangue
3.5 1,2K Assista Agora[...] Apesar do suspense, que mantém o desenrolar da trama em uma tensão sempre crescente, este não se trata de um filme puramente sensorial. A estilização, que pode ser notada nos enquadramentos, nos movimentos de câmera e na composição da mise-en-scène não é apenas uma excentricidade técnica, ela, além de salientar o tom alegórico do filme, ajuda ainda na criação de inúmeras metáforas visuais, que em alguns momentos nos dão pistas do que está para acontecer e em outros colaboram com a narrativa na construção das diversas inferências, que estão presentes do início ao fim do filme. Isso não é novidade na filmografia de Chan-wook Park, sua já clássica 'trilogia da vingança' usa e abusa de tal tipo de estilismo [...]
Crítica completa disponível em: http://sublimeirrealidade.blogspot.com.br/2013/07/segredos-de-sangue.html
O Hobbit: Uma Jornada Inesperada
4.1 4,7K Assista AgoraAntes de qualquer outra consideração, creio que seja necessário deixar claro que O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (2012) é um caça níquel! Não que a obra de J.R.R. Tolkien que o originou não merecesse uma adaptação, todavia, as pretensões deste novo trabalho de Peter Jackson ficam evidentes no momento em que descobrimos que ele é apenas o primeiro de uma nova trilogia. O fato de ele ser um caça níquel, no entanto, não implica que seja necessariamente um filme ruim, o que de fato ele não é. O curioso é que boa parte dos problemas que o afetam não estão em sua criação como obra cinematográfica, mas em aspectos que são anteriores à ela, como por exemplo o fato de já sabermos de antemão o destino de alguns dos personagens principais, o que acaba diminuindo o suspense e consequentemente o nível de interesse pelo desenvolvimento da trama [...]
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O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro
4.1 133 Assista Agora[...]
A negação do modelo anterior, a tentativa de ruptura com o convencionalismo e a crítica ao imperialismo cultural - elementos característicos do Cinema Novo - podem ser notados com relativa facilidade em O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), o quarto longa-metragem dirigido por Glauber Rocha, mas o fato dele deixar evidente cada um destes aspectos não quer dizer que ele seja um filme 'fácil' assimilação. A complexidade de suas inferências e dos inúmeros simbolismos presentes em sua trama o tornam uma obra de difícil digestão, principalmente para aqueles que não conhecem as origens e a proposta da marca que Glauber tentava imprimir em cada uma de seus filmes.
O cineasta retoma neste filme questões que já tinham sido abordadas em seus trabalhos anteriores, como o conflito entre classes, a repressão imposta pelas instituições e a resistência cultural daqueles que estão à margem. A história contada pelo filme gira em torno de Antonio das Mortes (Maurício do Valle), personagem que já havia aparecido em Deus e o Diabo na Terra do Sol (1963), ele é um jagunço matador de cangaceiros que atua a mando de coronéis e da igreja. Depois de matar Corisco, braço direito de Lampião e último cangaceiro, sua vida perde o propósito e ele entra em uma espécie de crise existencial, que o faz repensar, pela primeira vez, sua própria conduta e o significado de suas ações.
[...]
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Lavoura Arcaica
4.2 381 Assista AgoraA história de Lavoura Arcaica é uma espécie de reconstrução da parábola do filho pródigo e nela, tal como na bíblia, a figura do pai é uma representação de Deus, enquanto os filhos representam os homens e suas debilidades. Todavia, a história original evoca tão somente a essência de uma divindade capaz de perdoar e apta a reatar um relacionamento rompido; já no filme, o deus representado pela figura paterna é bom, mas autoritário, emocionalmente distante e incapaz de compreender a dor e a fraqueza do filho - o que percebo como um misto de crítica e questionamento herdado da obra literária. Outra leitura possível diz respeito à família patriarcal e sua constituição; em diversas passagens do filme pode ser percebida a posição que o pai ocupa diante do restante da família (o que também tem a ver com sua associação ao deus bíblico). Na trama, a autoridade e a sabedoria do pai são incontestáveis enquanto que a figura da mãe evoca fraqueza e inconstância, atributos que imputam nela a culpa por qualquer mal que venha a afligir a família...
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Abril Despedaçado
4.2 673"[...] Apesar de todo o viés regionalista que Abril Despedaçado adquiriu no processo de adaptação e do fato de ele ser um filme de época, sua trama e a mensagem que ela traz consigo são universais e atemporais e isto explica a força e a urgência que a reflexão proposta por ele tem [...]"
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O Som ao Redor
3.8 1,1K Assista Agora[...] Em cada aspecto de O Som ao Redor há uma gama de significações e mensagens capazes de provocar um enorme impacto no espectador, que pode, dependendo de seu nível de compreensão, ficar sem entender de onde vem tal sensação. É este fenômeno que me leva a classificar o filme como uma obra predominantemente sensorial. Todavia, apesar de sua notável capacidade de induzir reações diversas em seu público, ele pode ser classificado ainda como um filme reflexivo, eu até filosófico; parece contraditório, mas não é. O incômodo e a apreensão que ele nos proporciona nos conduz a inúmeros questionamentos, que surgem do fato de que a origem daquilo que sentimos durante a sessão não nos é prontamente revelada. Não se trata de um filme com respostas prontas ou com conflitos de fácil resolução e por conta disso os mais desatentos correm o risco de não enxergar onde de fato está o epicentro da trama, que é complexa e não alivia para o espectador em suas diversas inferências [...]
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De Tanto Bater, Meu Coração Parou
3.5 60Às vezes deixamos de lado os sonhos que tínhamos e enveredamos por caminhos que em algum momento nos pareceram mais práticos e convenientes, em boa parte das vezes uma má escolha deste tipo é sucedida por um paralisante comodismo, que nos mantém presos à estrada errada e cada vez mais distantes do sonho de outrora. Este é o drama vivido por Thomas Seyr (Romain Duris), o personagem central de 'De Tanto Bater meu Coração Parou' (2005), filme dirigido pelo cineasta francês Jacques Audiard. Em sua trama, o longa, que é uma releitura do americano 'Fingers' (1978), retrata os obstáculos que o personagem supracitado se vê obrigado a transpor quando decide abandonar uma vida de contravenções e se dedicar a uma atividade que lhe traz prazer e autorrealização [...]
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Frankenweenie
3.8 1,5K Assista AgoraFrankenweenie (2012), apesar de ser um filme bastante irregular, é de longe o melhor trabalho do Tim Burton em anos, nele os elementos que caracterizam a marca autoral do cineasta aparentam estar em uma harmonia que não era vista desde A Noiva Cadáver (2005), curiosamente outra animação, o que não é por acaso. Burton tem demonstrado maior habilidade em um gênero no qual o exagero caricato da composição dos seus personagens e a superficialidade de suas histórias não constituem problemas tão graves quando notáveis [...]
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Oblivion
3.2 1,7K Assista AgoraOblivion (2013) é o tipo de filme cujo bom funcionamento depende mais do espectador do que de seus atributos próprios. Tê-lo assistido sem grandes expectativas certamente foi determinante para que eu o valorizasse por aquilo que ele é, um bom filme pipoca sem grandes pretensões. Teria sido um grande equívoco esperar dele algo além de um bom entretenimento, pois, ao contrário de alguns clássicos, aos quais ele presta reverência, ele não funciona como alegoria ou metáfora de um outro contexto, nem tão pouco nos incita à reflexões sobre as temáticas que aborda. Isso pode ser um problema, mas, como eu disse, é algo que depende de cada espectador e do que ele de antemão espera encontrar [...]
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Dentro da Casa
4.1 553 Assista AgoraA boa literatura é aquela capaz de nos transportar para dentro da narrativa, de nos fazer interagir com a história e refletir junto com seus personagens; o bom autor é aquele que instiga o leitor de forma que este não permaneça totalmente passivo diante do que está lendo. Acredito que tal princípio valha não só para romances e outros formatos ficcionais, mas também para o texto jornalístico, para a crítica e para os mais diversos formatos, inclusive para o cinema e outros meios de expressão artística que podem ser considerados derivações do texto literário. A interação e o consequente diálogo entre autor e leitor/espectador é, ao meu ver, o ponto em que a obra de arte se realiza como tal, os mais diversos efeitos podem surgir de tal interação, inclusive aspectos não concebidos pelo autor, que ganham expressão através do olhar analítico do indivíduo que interage com a obra.
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Repulsa ao Sexo
4.0 461 Assista AgoraUm pequeno apartamento que vai se tornando cada vez mais escuro, opressivo e claustrofóbico; um coelho temperado que apodrece esquecido fora da geladeira; batatas que também apodrecem lentamente sobre uma mesa... estes são reflexos metafóricos da mente perturbada de Carol Ledoux (Catherine Deneuve, belíssima), a personagem central de Repulsa ao Sexo (1965), uma das obras mais importantes da filmografia de Roman Polanski. Carol trabalha como manicure em um salão de luxo e mora com Hélène, (Yvonne Furneaux), sua imã mais velha, ela à princípio nos parece ser apenas uma moça tímida e retraída, todavia, á medida em que a trama se desenrola, percebemos que seu problema é muito mais grave. Ela teme qualquer tipo de contato com os homens, uma simples conversa na rua, ou a presença da escova de dentes do namorado da irmã na pia do banheiro, são situações capazes de deixá-la completamente aturdida [...]
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Os Sapatinhos Vermelhos
4.3 171 Assista AgoraOs Sapatinhos Vermelhos é de fato uma obra que não envelheceu, depois de mais de seis décadas sua trama e todo seu aparato técnico continuam tão impactantes quanto imagino que tenha sido na ocasião de seu lançamento, a diferença talvez esteja no fato de que hoje o deslumbramento que ele é capaz de nos provocar seja causado mais pela sua potencialidade reflexiva do que pelos seus méritos estéticos. Sua temática central (a fugacidade do sucesso associada a busca ensandecida pelo momento de glória sob os holofotes) é ainda mais atual e pertinente hoje do que era na época em que o filme estreou nos cinemas [...]
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Três Homens em Conflito
4.6 1,2K Assista AgoraTrês Homens em Conflito (1966), obra-prima de Sergio Leone, é um filme irretocável que beira à perfeição. Dizer que ele é um dos melhores westerns já realizados não chega nem perto de fazer jus à importância que ele teve para a sétima arte. Ele transcendeu o gênero que o criou para se tornar algo muito maior, eu ousaria incluí-lo no seleto grupo formado pelas melhores, mais importantes e influentes obras de todos os tempos. Um resultado do perfeccionismo de Leone, que aparenta se preocupar com a composição de cada fotograma [...]
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Entre os Muros da Escola
3.9 363 Assista AgoraEntre os Muros da Escola (2008) nos mostra que os desafios enfrentados por profissionais da educação são semelhantes mesmo em um país desenvolvido. Ambientada em uma escola pública de Paris, sua trama acompanha o cotidiano de uma turma da oitava série em um período letivo, focando a relação dos alunos com o professor e os métodos utilizados por este para tentar contornar os inúmeros conflitos que surgem a cada instante. O roteiro adquire um tom quase documental ao retratar a sala de aula sem qualquer tipo de maniqueísmo, em seu desenvolvimento ficam evidentes erros cometidos tanto pela escola, quanto pelo professor e pelos estudantes. Todavia, a intenção do filme não é a de se posicionar como uma crítica ao sistema educacional, o que ele faz é tão somente criar um recorte realista do modelo pedagógico adotado pela escola, que é semelhante ao trabalhado em inúmeras instituições de ensino brasileiras [...]
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As Aventuras de Pi
3.9 4,4KE se a fé for apenas uma ilusão, uma abstração capaz de dar algum sentido para nossas vidas e de tornar suportável uma existência cruel marcada por dores e perdas? - Este questionamento permanece em aberto no final de As Aventuras de Pi (2012), filme dirigido pelo taiwanês Ang Lee. Através de uma narrativa que flerta o tempo todo com o fantástico, o longa toca em questões seminais da humanidade, como a busca pelo contato com o divino e por respostas que expliquem o porquê do sofrimento que há no mundo. Sem se perder no panfletarismo religioso, nem na crítica à irracionalidade de algumas práticas, o roteiro ensaia uma interessante abordagem sobre a natureza da fé, uma fé que nasce não da interação com um deus, mas de uma manifestação humana, de um dom criativo que cada um carrega consigo, fé à qual Pi (Suraj Sharma), o personagem central do filme, recorre quando já não tem mais em quê se apegar [...]
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Nausicaä do Vale do Vento
4.3 453 Assista Agora"Assistir a um filme do Hayao Miyazaki é algo mágico, sublime e incomparável. A obra deste mestre da animação é de uma riqueza tamanha, capaz de provocar fascínio, reflexão e de nos transportar para um mundo fantástico, repleto de significações e metáforas. Suas produções são verdadeiras obras de arte, capazes de trazer à tona algo de um valor imensurável: as lembranças e os sonhos de nossa meninice perdida. Miyazaki não está interessado em dialogar com nosso intelectual, mas com a criança que fomos um dia - o que de fato ele consegue. Suas histórias conseguem despertar em nós valores e sentimentos, típicos da infância, que há muito já havíamos perdido. Ao sermos transportados para um mundo de fantasias, temos a oportunidade de ver uma espécie de espelho do que seria a nossa própria realidade, que é remontada através de alegorias tão bem construídas, que é necessário um olhar sensível e curioso, tal como de uma criança, para desconstruí-las [...]"
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Jules e Jim - Uma Mulher Para Dois
4.1 335 Assista AgoraNo lado da ponte, para o qual os três personagem correm na cena mais clássica do filme, estão metaforicamente o novo, o desconhecido, a pós modernidade... O antigo e todo o ranço de conservadorismo que o acompanhava tinham ficado para trás. François Truffaut, com Jules e Jim, ajudou a consolidar aquela que considero, ao lado do Neorrealismo Italiano, a escola cinematográfica mais importante desde o construtivismo soviético, cuja influência pode ser percebida em boa parte da produção contemporânea...
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O Mestre
3.7 1,0K Assista Agora[...] Através da seita retratada no filme, Paul Thomas Anderson propõe uma reflexão sobre temas comuns a diversas outras religiões, como o charlatanismo, o controle social exercido através da fé e a incapacidade da religião de mudar de fato a natureza dos indivíduos, alterando apenas a fantasia que estes vestem nos meios sociais em que transitam [...]
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Lincoln
3.5 1,5KDramaticamente, Lincoln (2012) de Steven Spielberg representa uma grande evolução quando comparado com o seu antecessor, o irregular Cavalo de Guerra (2011), no entanto, mesmo eu tendo gostado bastante dele, não tenho como negar que ele tropeça em problemas que têm sido recorrentes em alguns dos últimos trabalhos do cineasta. Os mais graves deles são o excesso de melodrama e a superficialidade com que a história é contada [...]
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As Sessões
3.8 629 Assista AgoraAcredito que não é nada fácil retratar de uma forma leve em um filme uma situação que é originalmente dramática, pois há sempre a possibilidade de que o drama se torne superficial e de que o impacto que poderia ser causado por ele acabe se perdendo na trama, isso aconteceu recentemente com o filme francês Intocáveis (2011), no qual a história real que o inspirou foi descaracterizada e reduzida a uma exaltação de uma simplicidade que não existe na vida real. O loga As Sessões (2012) correu o mesmo risco, no entanto a sutileza do roteiro e da direção de Ben Lewin fizeram com que nele a leveza fosse preservada sem que a carga dramática fosse prejudicada. Sua trama, que também foi inspirada por fatos reais, consegue nos emocionar e nos fazer rir em diversos momentos, mas sem deixar de ressaltar a condição do personagem central e as dores físicas e emocionais sentidas por ele [...]
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Amor
4.2 2,2K Assista AgoraA certeza da finitude da vida representa um dos maiores temores da humanidade, mas nem sempre o que assusta é a morte, mas sim a possibilidade de na aurora da existência nos tornarmos tão frágeis e incapazes, a ponto de perdermos aquilo que antes nos caracterizava como indivíduos. O medo do abandono e de não conseguir responder como antes aos estímulos e à própria vontade insurgem como ameaças capazes de nos levar a reflexões profundas acerca do sentido da vida e da importância daquilo que construímos no decorrer dela. Em Amor (2012), obra mais recente do diretor austríaco Michael Haneke, estão presentes todas estas questões. O filme toma como microcosmo a realidade de um casal octogenário para falar de amor, sofrimento, resiliência e dor. Na trama estão presentes diversos elementos recorrentes na filmografia do cineasta, dentre eles aquele que distingue e dá propriedade à sua marca autoral, que é o incomodo proporcionado pelo contato com uma realidade que geralmente não nos é estranha, mas que é mostrada de uma forma seca e sem qualquer tipo de atenuantes [...]
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Entre o Amor e a Paixão
3.6 427"As conexões me assustam... Nos aeroportos, passar de um avião para outro correndo, com pressa, sem saber, tentando descobrir, me perguntando se vou conseguir... Acho que posso me perder e talvez eu apodreça e morra num terminal esquecido e vazio, cuja existência ninguém saiba [...] Eu tenho medo de me perguntar se vou me perder, eu não gostaria de estar entre duas coisas, eu tenho medo de ter medo..." - Esta citação, dita por Margot (Michelle Williams), a personagem central de Entre o Amor e a Paixão (2012), diz muito sobre ela e sobre a situação que ela vive na história contada pelo filme. Numa viagem de trabalho ao Canadá ela conhece Daniel (Luke Kirby), um jovem romântico e sedutor, que trabalha como condutor de riquixá (carrinho de mão usado para transportar passageiros). Na viagem de volta ela descobre que, por incrível que pareça, ele é seu vizinho. A proximidade, que favorece o contato nos dias que se seguem, os torna cada vez mais íntimos. Ele não esconde o que sente por ela, nem suas intenções, ela, no entanto, se recusa a se entregar àquilo que pode ser uma aventura amorosa inconsequente, afinal de contas ela é casada com Lou (Seth Rogen) [...]
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