Se a intenção era despertar nojo, repugnância, asco, etc., realmente conseguiu! Foi o primeiro filme do Honoré que vi. Fiquei chocada com os joguinhos sádicos da personagem de Isabelle Huppert (que atriz sublime!), com a forma como foi explorado o complexo de édipo...em certos momentos, senti falta de diálogos mais consistentes entre mãe e filho, tipo, ficou muito "as ações falam por elas mesmas" em algumas tomadas.
Admiro muito o Garrel, admiro a sua posição de não possuir amarras artísticas. Todavia, acredito que o diretor abusou muito da imagem do seu ator fetiche. Já disse várias vezes no filmow que gosto da forma como os diretores europeus vêem o corpo, como eles expõe a nudez de forma natural. Isso não ocorre em algumas partes de Ma Mère. Há cenas de nudez gratuita absolutamente desnecessárias. Penso que talvez essas cenas se justifiquem pela atmosfera suja do próprio filme.
Quando perguntado sobre qual a temática do filme, o ator espanhol Javier Bardem respondeu que se tratava de um filme sobre violência. Isso fica bem explicitado logo na cena inicial, a mais chocante (e muito bem gravada, diga-se de passagem)cena do filme. A partir dessa tomada, podemos ter uma idéia vaga do que nos espera nos próximos minutos. No country for old men tem um bom argumento,uma boa dupla de diretores e, principalmente, um elenco magistral. Acredito que aqui reside toda a força do filme. Dos livros policiais que já li (em especial, do Truman Capote), das idealizações de assassinos seriais, nada se compara ao que Javier Bardem fez nesse filme. De um roteiro, nesse quesito bem limitado, que dizia apenas ser o personagem Anton Chigurh um homem sem senso de humor algum, Javier o transforma na própria personificação do mal: um homem que mata com requintes de crueldade e que faz disso uma questão moral para si próprio. Quem estuda direito penal e/ou psicologia, assim como eu,em especial, penso que deve ter ficado meio perplexo(a) com a justificativa determinista da natureza assassina de Chigurh: ele mata porque é da natureza dele, afirma um dos personagens. Todavia, já que não é feita nenhuma menção à vida pregressa de Chigurh (e nem o era para fazer, tendo em vista que o foco da estória é outro), essa justificativa é suficiente para o contexto do filme. Quanto aos outros personagens - é, eu consegui reparar nos outros personagens!haha-, Tommy Lee Jones nasceu para o papel de xerife texano. FATO. Josh Brolin também convence no papel. E Javier Bardem é a incorporação do próprio mal..e eu que já era fã dele desde Mar Adentro, permito-me dizer que ele é um dos melhores atores em atividade:D Recomendo.
Assisti a esse filme há algumas semanas, mas fiquei com receio de comentar aqui. Por mais que eu escreva, nunca vou poder dimensionar - com palavras - o que esse filme causou em mim. É uma verdadeira aula do que é ser artista, do que é cinema arte. Esqueça as comédias estilo pastelão, esqueça Carlitos. O que vai ser apresentado aqui é um drama de uma profundida melancólica abismante. O drama de Calvero, artista de vaudeville em fim de carreira, esquecido, bêbado. EU FUI: para mim, a frase mais significativa de todo o filme (quem assistiu vai entender). Calvero é o retrato de muitos artistas que já foram muito bem-sucedidos, mas que, conforme a idade vai avançando, caíram no fosso profundo do ostracismo. A partir do momento em que ele salva a vida de Theresa, a sua própria vida ganha sentido: ele fará de tudo para torná-la feliz e a felicidade dela é voltar a dançar. Limelight não é uma simples história de um palhaço e uma bailarina; é o doloroso ritual da passagem do bastão: o antigo saindo de cena para dar lugar ao novo. Limelight tem um quê de despedida. É um auto-retrato do próprio Chaplin.Calvero sucedendo Carlitos. Belíssimo e terno, como deveria ser vindo de quem veio:) Como eu já disse, não dá p/ descrever Luzes da Ribalta com palavras, mas quero muito registrar uma frase do filme que entrou para minha lista de tags: Somos todos amadores. Ninguém vive tempo suficiente para ser outra coisa.
Um hino de amor às mulheres!!! Sensível, bem estruturado e com uma incrível capacidade de incutir no telespectador a dúvida sobre os limites (ou falta deles) do amor de um homem por uma mulher. Refiro-me aqui à atitude de Benigno para com Alícia. Outra sacada genial do mestre Almodóvar foi a idéia de inserir um curta dentro do filme. Mais genial ainda foi a homenagem daquele ao cinema mudo.
Amantes Minguantes (o curta-metragem)conta a história de um homem que, contrariando a sua esposa cientista, termina por beber uma fórmula preparada por ela. Essa fórmula, que ainda não havia sido testada, foi desenvolvida com o intuito de fazer as pessoas emagrecerem. O que ocorre, no entanto, é uma progressiva redução da estatura do marido. Uma das partes mais belas de todo o filme é aquela em que ele, reduzido ao tamanho de um bonequinho de chumbo, entra dentro dela (bem no sentido almodovariano mesmo!!hahaha). O curta terminou, mas as inquietações por ele provocadas em mim continuaram: Sabendo da sua condição, que iria diminuir até desaparecer, o amante resolve se eternizar no corpo da mulher amada, não como uma despedida, mas como uma tentativa de viver para sempre no corpo dela, de ser parte dela. Belíssimo!
Com certeza mereceu o oscar de melhor roteiro original.Outra coisa que me instigou foi a semelhança do poster do filme com o poster de Persona. Alguém mais achou parecido???Persona remete a uma comunicação através do silêncio, o que não difere muito do que ocorre em Fale com Ela. A diferença fundamental entre os dois filmes é que a personagem Elisabeth (Liv Ulmann),do primeiro filme, não fala porque não quer, enquanto que as personagens Alicia e Lydia, de Fale com Ela, não falam porque estão incapacitadas fisicamente. O final é surpreendente e me fez pensar nos limites reais do amor e da loucura. A trilha sonora fala por si. Recomendadíssimo a todos os amantes da sétima arte!
Filmes com locação na Itália sempre me atraíram, desde Romeu e Julieta, de Franco Zefirelli. Mesmo sendo um tanto previsível e contendo alguns clichêzinhos, a história em si é muito bonita. Só achei uma pena o fofo e talentoso Gael Garcia Bernal ser tão desperdiçado!!
Como não se sensibilizar com a Cabíria?? Giulietta, sua linda!!Não é à toa que os críticos a apelidaram de Chaplin feminina. Penso que é possível defini-la segundo às palavras do mestre Charles Chaplin: Um homem não morre quando deixa de viver, mas sim quando deixa de amar. Como não se comover com a belíssima cena final??
Favoritei esse filme,em especial,pela cena final, que é surpreendente!! Também prefiro essa versão à versão americana. Tenho uma certa desconfiança quanto a filmes que se baseiam em livros. O sol por testemunha, porém, é uma exceção. Gostei muito desse clima meio noir invertido, como já foi exposto abaixo. Quanto ao Delon, ele está realmente ótimo no papel do amoral Tom Ripley, sem falar que ele nunca esteve tão lindo:D
É muito difícil escrever sobre o trabalho de Ingmar Bergman. Pode parecer piegas, até me atrevo a correr esse risco, mas sempre acreditei que um filme é tanto mais bonito quanto mais tocar o coração do espectador. Com essa obra-prima cinematográfica não é diferente. Nunca a experiência de envelhecer me pareceu, concomitantemente, tão cruel e redentora. As imagens oníricas são belíssimas, únicas!!Em síntese; há pessoas que fazem cinema pelos lucros que ele pode proporcionar, mas também há pessoas que fazem cinema porque nasceram para isso. Bergman pertence a esse segundo grupo. Morangos Silvestres é uma verdadeira obra de arte cinematográfica.
Em 1959, no Festival de Cannes, Les 400 Coups (pt. Os Incompreendidos) conquista o prêmio de melhor direção. François Truffaut é aclamado como um dos melhores idealizadores da nova geração de cineastas franceses. No mesmo ano, ele perde o óscar de melhor filme estrangeiro (pasmem!) para o filme Orfeu Negro, de Marcel Camus. Todavia, a revolução provocada por Os Incompreendidos no cenário cinematográfico já estava consolidada,servindo de influência para idealizadores até os dias de hoje. A popularidade de Truffaut era tanta, que o amigo Godard o convidou para escrever o argumento do seu primeiro longa (1960): A bout de souffle (pt. Acossado). A nouvelle vague se consolidaria de uma vez por todas com essas duas obras-primas. Os incompreendidos é, sobretudo, uma obra autobiográfica, fruto da juventude crítica do pós-guerra, que cresceu discutindo cinema. Assim como Antoine Doinel, François Truffaut também sofreu com a apatia dos seus pais, era um jovem transgressor: não foi um bom aluno, praticou pequenos furtos e fugiu algumas vezes de casa. Foi adotado intelectualmente por André Bazin, trabalhou na revista Cahiers du Cinèma (assim como Godard!!), o que lhe proporcionou um grande amadurecimento profissional. A escolha de Jean-Pierre Léaud deu-se mais pelo fato de o diretor ter gostado do seu espontaneismo e carisma. Sem dúvidas, foi a escolha mais acertada, tanto que Léad ainda faria mais quatro filmes interpretando o mesmo personagem, todos contando a trajetória de Antoine Doinel em cerca de trinta anos: Amor aos Vinte Anos, Beijos Proibidos, Domicílio Conjugal e Amor em Fuga. Ainda sobre Os Incompreendidos, pode-se afirmar que é um filme antiinstitucional, apresentando críticas sutis
como a cena em que os meninos cumprimentam o padre na rua o chamando de madame
e belas cenas de Paris. Além de um trato humanista, ao filmar em um reformatório. A sequência do interrogatório de Antoine pela psicóloga, em que o menino interpela apenas a câmera a sua frente, é uma das mais belas de todo o filme, além da antológica cena na praia. Vou encerrar com um trecho que foi escrito pelo próprio Godard em Jean-Luc Godard por Jean-Luc Godard: <<Com Os Incompreendidos, François Truffaut faz sua entrada no cinema como quem entra no colégio de nossa infância. (...)Que mais poderia dizer? Isto: vai ser um filme filmado. Franqueza. Rapidez. Arte. Novidade. Cinematografia. Originalidade.Impertinência. Seriedade. Tragédia. Frescura. Fantasia. Ferocidade. Universidade. Ternura.>>
Persona é o filme mais instigante e enigmático que eu já vi!!O filme termina, mas a sensação de um vazio existencial permanece ainda por um longo período..O que Bergman quis nos dizer afinal??A sequência inicial de imagens aleatórias é um prelúdio do que viria logo em adiante: um verdadeiro ensaio sobre a agonia de ser humano!(como já foi dito abaixo). Pode haver comunicação pelo silêncio?Fugir ao diálogo é a única forma de não representar, de não mentir ou enganar?Se sim, então nós todos estamos atuando sempre, mentindo e enganando sempre. Até que ponto isso é prejudicial ou maligno? Quem fala permite-se falar por quem não fala ou, simplesmente, falar é uma necessidade humana primordial sendo que, destarte, quem não fala consegue ou pelo menos almeja transcender a condição humana. Persona é um ensaio sobre a agonia. Quem fala se expõe, Alma se expõe. Aos poucos, a enfermeira vê a sua personalidade sendo submergida na pessoa de sua paciente, Elisabeth. Ora, quem fala atua! Os desavisados, que se atém - primordialmente - apenas ao cartaz do filme e ao horroroso título em português, podem pensar que Persona aborda uma relação de lesbianismo. Bergman, porém, vai muito além disso: não podemos descartar a tensão sexual que emerge entre as duas personagens principais, mas não passa disso, apenas uma tensão que fica subentendida na história. O foco do filme é a metalinguagem: O diálogo sobre o próprio diálogo, a necessidade (ou falta dela) de se comunicar pela fala e a possibilidade (por que não?)de que quem fala possa falar por uma outra pessoa.
Saí da sala de cinema extasiada!esse filme é tão rinoceronte (vide Dali)!!! as imagens que o Woody captura de Paris são maravilhosas,tudo é lindo: o argumento, a fotografia, as canções do cole poter magistralmente utilizadas..e não poderia deixar de falar do cartaz do filme onde, como já foi dito abaixo, a arte de Van Gogh se faz presente (esses tons de azul sobrepostos são inconfundíveis!) encantei-me com o Gil!!nunca tinha me identificado tanto com um personagem,pois
amei uma frase que o Hemingway disse ao Gil quando eles estavam no carro, que dizia basicamente que: quando um homem faz amor com uma mulher por quem é realmente apaixonado, ele não sente medo da morte. Caso isso ocorra e ele sinta medo da morte, ele realmente não a ama
adorei a cena em que o detetive, na tentativa de seguir o Gil, vai parar na França da era absolutista!!
Marion Cotilard está realmente encantadora nesse filme:)Cheguei a torcer p/ o Gil ficar com a personagem dela e largar aquela Inez insuportável!! Enfim, depois de assistir a esse filme fiquei com uma vontade enooormee de conhecer a cidade luz, de andar na chuva pelas vielas de Paris, de conhecer cada pedacinho dessa cidade encantadora! Filme recomendadíssimo!
É um filme gracioso. Não acho que seja o melhor filme da Audrey, mas foi o que a consagrou na memória popular. Basicamente, narra a história de uma garota que sonha em se casar com um homem rico. Todavia, essa mesma garota nunca conseguiu se "encontrar", ter uma identidade própria. Tal como é exposto em uma das cenas finais:
Quando Holly e Paul estão no táxi, ela afirma não saber ao certo quem é e - assim como o Gato - não possui uma identidade definida, não sendo Lula Mae e nem mesmo Holly Golighty.
O certo é que o filme não é muito fiel ao livro. Houve muitas modificações para que a personagem se adequasse à Audrey (sim, a personagem é que se adequou à atriz e não o contrário!). Truman Capote nunca aprovou a versão final, pois queria Marilyn Monroe no papel principal. No entanto, a personagem serviu para consagrar definitivamente Audrey Hepburn no rol das grandes divas do cinema clássico.
Tarantino no auge da sua produção cinematográfica! O filme é do Christopher Waltz, não tem pra mais ninguém!!Até o Brad Pitt ficou enebriado pela atuação sensacional do Waltz.
Humor leve, mas revolucionário para a época. A melhor comédia de todos os tempos!! Marilyn diva!!!!Mas,o melhor de todo o filme é a atuação de Jack Lemmon:D Final espetacular.
Não me crucifiquem, mas eu tenho pena da Blanche..ela realmente é uma mulher doente, frágil e principalmente carente de amor. Contrapondo-se a ela temos o personagem de Brando, Stanley, um homem bruto e grosseiro. Com personalidades tão distoantes, era totalmente previsível que se criasse um clima de tensão entre eles.É incrível como Marlon Brando e Vivien Leigh brilham nos seus respectivos papéis. Em "A streetcar named desire" não há nada mais além da tensão entre Blanche e Stanley.Filme Magnífico!
Alguns curtas são interessantes. Finalmente vi Shia LaBeouf em um papel decente..Gostei bastante da parte que foi dirigida pela Natalie Portman, mas não gostei do curta que ela interpretou:( Vou ficar na expectativa de Rio,eu te amo.
Confesso que assisti com muita expectativa por ser um filme da Audrey, focando-a em cada gesto, para não perder nenhum detalhe. Audrey Hepburn é uma atriz única, de minúncias preciosas. "Roman Holiday" é um conto de fadas atemporal, dirigido pelo mestre William Wyler e sensivelmente escrito por Dalton Trumbo. Vale a pena ressaltar a coragem de Wyler em dirigir um filme de Trumbo, visto que na época o nome de Dalton Trumbo constava na Lista Negra de Hollywood (ele era acusado de ser comunista). O filme era pra ser dirigido por Frank Capra, mas ele recusou. Trumbo teve que usar um pseudônimo. Destaque para a locação: Roma é maravilhosa, assim como miss Hepburn:)
Assisti sem muita expectativa, mas até que eu gostei:)Rachel Weisz estava uma gracinha no papel da ingênua Penélope..Adorei a trilha sonora e a Bang Bang^^
Que Stanley Kubrick foi um grande diretor, não há nenhuma dúvida. Quem me supreendeu mesmo foi o Malcolm McDowell, ou melhor, o "druguie" Alex DeLarge. Kubrick transformou um livro insosso em um clássico. Mérito dele e da sua equipe e sorte nossa! Não crucifiquemos o nosso anti-herói antecipadamente;pois há,no filme e no livro, pessoas que conseguem ser muito piores do que ele. O próprio Estado consegue ser pior do que ele. Outra coisa bem bacana foi a linguaguem que Burguess (autor do livro)construiu, a nadsat, uma mistura de inglês, russo e dialetos. Recomendo.
Sensível, ousado, visionário, genial!!Não há e jamais haverá outro ator/roteirista/diretor ao nível de Chaplin. Ele é o maior e o melhor. Ninguém jamais soube retratar com tanta sabedoria as mazelas que assolam a humanidade. Charles Chaplin é tão versátil que atravessa a linha do tempo, filmes mudos>>filmes falados, sem sofre afetações; pelo contrário: ele nos presenteia com uma de suas maiores obras e com o discurso mais lindo já proferido em um filme...
"Sempre teremos Paris. Nós a tínhamos perdido até você vir a Casablanca."
é a frase mais inusitada e marcante de todo o filme. Quando toca a Marselhesa...é impossível não se emocionar. O olhar apaixonado de Ilsa, o sarcasmo de Rick, a sensibilidade musical de Sam... CLÁSSICO. Fato!
Minha Mãe
2.8 243Se a intenção era despertar nojo, repugnância, asco, etc., realmente conseguiu!
Foi o primeiro filme do Honoré que vi. Fiquei chocada com os joguinhos sádicos da personagem de Isabelle Huppert (que atriz sublime!), com a forma como foi explorado o complexo de édipo...em certos momentos, senti falta de diálogos mais consistentes entre mãe e filho, tipo, ficou muito "as ações falam por elas mesmas" em algumas tomadas.
Admiro muito o Garrel, admiro a sua posição de não possuir amarras artísticas. Todavia, acredito que o diretor abusou muito da imagem do seu ator fetiche. Já disse várias vezes no filmow que gosto da forma como os diretores europeus vêem o corpo, como eles expõe a nudez de forma natural. Isso não ocorre em algumas partes de Ma Mère. Há cenas de nudez gratuita absolutamente desnecessárias. Penso que talvez essas cenas se justifiquem pela atmosfera suja do próprio filme.
Onde os Fracos Não Têm Vez
4.1 2,4K Assista AgoraQuando perguntado sobre qual a temática do filme, o ator espanhol Javier Bardem respondeu que se tratava de um filme sobre violência. Isso fica bem explicitado logo na cena inicial, a mais chocante (e muito bem gravada, diga-se de passagem)cena do filme. A partir dessa tomada, podemos ter uma idéia vaga do que nos espera nos próximos minutos. No country for old men tem um bom argumento,uma boa dupla de diretores e, principalmente, um elenco magistral. Acredito que aqui reside toda a força do filme. Dos livros policiais que já li (em especial, do Truman Capote), das idealizações de assassinos seriais, nada se compara ao que Javier Bardem fez nesse filme. De um roteiro, nesse quesito bem limitado, que dizia apenas ser o personagem Anton Chigurh um homem sem senso de humor algum, Javier o transforma na própria personificação do mal: um homem que mata com requintes de crueldade e que faz disso uma questão moral para si próprio. Quem estuda direito penal e/ou psicologia, assim como eu,em especial, penso que deve ter ficado meio perplexo(a) com a justificativa determinista da natureza assassina de Chigurh: ele mata porque é da natureza dele, afirma um dos personagens. Todavia, já que não é feita nenhuma menção à vida pregressa de Chigurh (e nem o era para fazer, tendo em vista que o foco da estória é outro), essa justificativa é suficiente para o contexto do filme. Quanto aos outros personagens - é, eu consegui reparar nos outros personagens!haha-, Tommy Lee Jones nasceu para o papel de xerife texano. FATO. Josh Brolin também convence no papel. E Javier Bardem é a incorporação do próprio mal..e eu que já era fã dele desde Mar Adentro, permito-me dizer que ele é um dos melhores atores em atividade:D
Recomendo.
Luzes da Ribalta
4.5 281 Assista AgoraAssisti a esse filme há algumas semanas, mas fiquei com receio de comentar aqui. Por mais que eu escreva, nunca vou poder dimensionar - com palavras - o que esse filme causou em mim. É uma verdadeira aula do que é ser artista, do que é cinema arte. Esqueça as comédias estilo pastelão, esqueça Carlitos. O que vai ser apresentado aqui é um drama de uma profundida melancólica abismante. O drama de Calvero, artista de vaudeville em fim de carreira, esquecido, bêbado. EU FUI: para mim, a frase mais significativa de todo o filme (quem assistiu vai entender). Calvero é o retrato de muitos artistas que já foram muito bem-sucedidos, mas que, conforme a idade vai avançando, caíram no fosso profundo do ostracismo. A partir do momento em que ele salva a vida de Theresa, a sua própria vida ganha sentido: ele fará de tudo para torná-la feliz e a felicidade dela é voltar a dançar. Limelight não é uma simples história de um palhaço e uma bailarina; é o doloroso ritual da passagem do bastão: o antigo saindo de cena para dar lugar ao novo.
Limelight tem um quê de despedida. É um auto-retrato do próprio Chaplin.Calvero sucedendo Carlitos.
Belíssimo e terno, como deveria ser vindo de quem veio:)
Como eu já disse, não dá p/ descrever Luzes da Ribalta com palavras, mas quero muito registrar uma frase do filme que entrou para minha lista de tags: Somos todos amadores. Ninguém vive tempo suficiente para ser outra coisa.
Fale com Ela
4.2 1,0K Assista AgoraUm hino de amor às mulheres!!!
Sensível, bem estruturado e com uma incrível capacidade de incutir no telespectador a dúvida sobre os limites (ou falta deles) do amor de um homem por uma mulher. Refiro-me aqui à atitude de Benigno para com Alícia.
Outra sacada genial do mestre Almodóvar foi a idéia de inserir um curta dentro do filme. Mais genial ainda foi a homenagem daquele ao cinema mudo.
Amantes Minguantes (o curta-metragem)conta a história de um homem que, contrariando a sua esposa cientista, termina por beber uma fórmula preparada por ela. Essa fórmula, que ainda não havia sido testada, foi desenvolvida com o intuito de fazer as pessoas emagrecerem. O que ocorre, no entanto, é uma progressiva redução da estatura do marido. Uma das partes mais belas de todo o filme é aquela em que ele, reduzido ao tamanho de um bonequinho de chumbo, entra dentro dela (bem no sentido almodovariano mesmo!!hahaha). O curta terminou, mas as inquietações por ele provocadas em mim continuaram: Sabendo da sua condição, que iria diminuir até desaparecer, o amante resolve se eternizar no corpo da mulher amada, não como uma despedida, mas como uma tentativa de viver para sempre no corpo dela, de ser parte dela. Belíssimo!
Com certeza mereceu o oscar de melhor roteiro original.Outra coisa que me instigou foi a semelhança do poster do filme com o poster de Persona. Alguém mais achou parecido???Persona remete a uma comunicação através do silêncio, o que não difere muito do que ocorre em Fale com Ela. A diferença fundamental entre os dois filmes é que a personagem Elisabeth (Liv Ulmann),do primeiro filme, não fala porque não quer, enquanto que as personagens Alicia e Lydia, de Fale com Ela, não falam porque estão incapacitadas fisicamente. O final é surpreendente e me fez pensar nos limites reais do amor e da loucura. A trilha sonora fala por si. Recomendadíssimo a todos os amantes da sétima arte!
Cartas Para Julieta
3.5 2,4K Assista AgoraFilmes com locação na Itália sempre me atraíram, desde Romeu e Julieta, de Franco Zefirelli. Mesmo sendo um tanto previsível e contendo alguns clichêzinhos, a história em si é muito bonita. Só achei uma pena o fofo e talentoso Gael Garcia Bernal ser tão desperdiçado!!
Noites de Cabíria
4.5 382 Assista AgoraComo não se sensibilizar com a Cabíria?? Giulietta, sua linda!!Não é à toa que os críticos a apelidaram de Chaplin feminina.
Penso que é possível defini-la segundo às palavras do mestre Charles Chaplin: Um homem não morre quando deixa de viver, mas sim quando deixa de amar.
Como não se comover com a belíssima cena final??
O Sol Por Testemunha
4.2 93 Assista AgoraFavoritei esse filme,em especial,pela cena final, que é surpreendente!!
Também prefiro essa versão à versão americana.
Tenho uma certa desconfiança quanto a filmes que se baseiam em livros. O sol por testemunha, porém, é uma exceção. Gostei muito desse clima meio noir invertido, como já foi exposto abaixo. Quanto ao Delon, ele está realmente ótimo no papel do amoral Tom Ripley, sem falar que ele nunca esteve tão lindo:D
Morangos Silvestres
4.4 658É muito difícil escrever sobre o trabalho de Ingmar Bergman. Pode parecer piegas, até me atrevo a correr esse risco, mas sempre acreditei que um filme é tanto mais bonito quanto mais tocar o coração do espectador. Com essa obra-prima cinematográfica não é diferente. Nunca a experiência de envelhecer me pareceu, concomitantemente, tão cruel e redentora. As imagens oníricas são belíssimas, únicas!!Em síntese; há pessoas que fazem cinema pelos lucros que ele pode proporcionar, mas também há pessoas que fazem cinema porque nasceram para isso. Bergman pertence a esse segundo grupo. Morangos Silvestres é uma verdadeira obra de arte cinematográfica.
Os Incompreendidos
4.4 645Em 1959, no Festival de Cannes, Les 400 Coups (pt. Os Incompreendidos) conquista o prêmio de melhor direção. François Truffaut é aclamado como um dos melhores idealizadores da nova geração de cineastas franceses. No mesmo ano, ele perde o óscar de melhor filme estrangeiro (pasmem!) para o filme Orfeu Negro, de Marcel Camus. Todavia, a revolução provocada por Os Incompreendidos no cenário cinematográfico já estava consolidada,servindo de influência para idealizadores até os dias de hoje. A popularidade de Truffaut era tanta, que o amigo Godard o convidou para escrever o argumento do seu primeiro longa (1960): A bout de souffle (pt. Acossado). A nouvelle vague se consolidaria de uma vez por todas com essas duas obras-primas.
Os incompreendidos é, sobretudo, uma obra autobiográfica, fruto da juventude crítica do pós-guerra, que cresceu discutindo cinema. Assim como Antoine Doinel, François Truffaut também sofreu com a apatia dos seus pais, era um jovem transgressor: não foi um bom aluno, praticou pequenos furtos e fugiu algumas vezes de casa. Foi adotado intelectualmente por André Bazin, trabalhou na revista Cahiers du Cinèma (assim como Godard!!), o que lhe proporcionou um grande amadurecimento profissional. A escolha de Jean-Pierre Léaud deu-se mais pelo fato de o diretor ter gostado do seu espontaneismo e carisma. Sem dúvidas, foi a escolha mais acertada, tanto que Léad ainda faria mais quatro filmes interpretando o mesmo personagem, todos contando a trajetória de Antoine Doinel em cerca de trinta anos: Amor aos Vinte Anos, Beijos Proibidos, Domicílio Conjugal e Amor em Fuga.
Ainda sobre Os Incompreendidos, pode-se afirmar que é um filme antiinstitucional, apresentando críticas sutis
como a cena em que os meninos cumprimentam o padre na rua o chamando de madame
Vou encerrar com um trecho que foi escrito pelo próprio Godard em Jean-Luc Godard por Jean-Luc Godard:
<<Com Os Incompreendidos, François Truffaut faz sua entrada no cinema como quem entra no colégio de nossa infância. (...)Que mais poderia dizer? Isto: vai ser um filme filmado. Franqueza. Rapidez. Arte. Novidade. Cinematografia. Originalidade.Impertinência. Seriedade. Tragédia. Frescura. Fantasia. Ferocidade. Universidade. Ternura.>>
Quando Duas Mulheres Pecam
4.4 1,1K Assista AgoraPersona é o filme mais instigante e enigmático que eu já vi!!O filme termina, mas a sensação de um vazio existencial permanece ainda por um longo período..O que Bergman quis nos dizer afinal??A sequência inicial de imagens aleatórias é um prelúdio do que viria logo em adiante: um verdadeiro ensaio sobre a agonia de ser humano!(como já foi dito abaixo). Pode haver comunicação pelo silêncio?Fugir ao diálogo é a única forma de não representar, de não mentir ou enganar?Se sim, então nós todos estamos atuando sempre, mentindo e enganando sempre. Até que ponto isso é prejudicial ou maligno? Quem fala permite-se falar por quem não fala ou, simplesmente, falar é uma necessidade humana primordial sendo que, destarte, quem não fala consegue ou pelo menos almeja transcender a condição humana. Persona é um ensaio sobre a agonia. Quem fala se expõe, Alma se expõe. Aos poucos, a enfermeira vê a sua personalidade sendo submergida na pessoa de sua paciente, Elisabeth. Ora, quem fala atua!
Os desavisados, que se atém - primordialmente - apenas ao cartaz do filme e ao horroroso título em português, podem pensar que Persona aborda uma relação de lesbianismo. Bergman, porém, vai muito além disso: não podemos descartar a tensão sexual que emerge entre as duas personagens principais, mas não passa disso, apenas uma tensão que fica subentendida na história. O foco do filme é a metalinguagem: O diálogo sobre o próprio diálogo, a necessidade (ou falta dela) de se comunicar pela fala e a possibilidade (por que não?)de que quem fala possa falar por uma outra pessoa.
Meia-Noite em Paris
4.0 3,8K Assista AgoraSimplesmente adorável!
Meia-Noite em Paris
4.0 3,8K Assista AgoraSaí da sala de cinema extasiada!esse filme é tão rinoceronte (vide Dali)!!!
as imagens que o Woody captura de Paris são maravilhosas,tudo é lindo: o argumento, a fotografia, as canções do cole poter magistralmente utilizadas..e não poderia deixar de falar do cartaz do filme onde, como já foi dito abaixo, a arte de Van Gogh se faz presente (esses tons de azul sobrepostos são inconfundíveis!)
encantei-me com o Gil!!nunca tinha me identificado tanto com um personagem,pois
ambos cultivamos uma idolatria pelo passado
e o q foi o adrien brody como salvador dali??simplesmente rinoceronte!
amei uma frase que o Hemingway disse ao Gil quando eles estavam no carro, que dizia basicamente que: quando um homem faz amor com uma mulher por quem é realmente apaixonado, ele não sente medo da morte. Caso isso ocorra e ele sinta medo da morte, ele realmente não a ama
o encontro com o Luís Buñel foi espetacular..e a dica p/ o filme O Anjo Exterminador??
adorei a cena em que o detetive, na tentativa de seguir o Gil, vai parar na França da era absolutista!!
Marion Cotilard está realmente encantadora nesse filme:)Cheguei a torcer p/ o Gil ficar com a personagem dela e largar aquela Inez insuportável!!
Enfim, depois de assistir a esse filme fiquei com uma vontade enooormee de conhecer a cidade luz, de andar na chuva pelas vielas de Paris, de conhecer cada pedacinho dessa cidade encantadora!
Filme recomendadíssimo!
Bonequinha de Luxo
4.1 1,7K Assista AgoraÉ um filme gracioso. Não acho que seja o melhor filme da Audrey, mas foi o que a consagrou na memória popular. Basicamente, narra a história de uma garota que sonha em se casar com um homem rico. Todavia, essa mesma garota nunca conseguiu se "encontrar", ter uma identidade própria. Tal como é exposto em uma das cenas finais:
Quando Holly e Paul estão no táxi, ela afirma não saber ao certo quem é e - assim como o Gato - não possui uma identidade definida, não sendo Lula Mae e nem mesmo Holly Golighty.
O certo é que o filme não é muito fiel ao livro. Houve muitas modificações para que a personagem se adequasse à Audrey (sim, a personagem é que se adequou à atriz e não o contrário!). Truman Capote nunca aprovou a versão final, pois queria Marilyn Monroe no papel principal. No entanto, a personagem serviu para consagrar definitivamente Audrey Hepburn no rol das grandes divas do cinema clássico.
Bastardos Inglórios
4.4 4,9K Assista AgoraTarantino no auge da sua produção cinematográfica!
O filme é do Christopher Waltz, não tem pra mais ninguém!!Até o Brad Pitt ficou enebriado pela atuação sensacional do Waltz.
Outra coisa que me chamou atenção foi o sotaque italiano carregado do Aldo Raine (Pitt)na cena da festa no teatro
Quanto Mais Quente Melhor
4.3 853 Assista AgoraHumor leve, mas revolucionário para a época. A melhor comédia de todos os tempos!!
Marilyn diva!!!!Mas,o melhor de todo o filme é a atuação de Jack Lemmon:D
Final espetacular.
Uma Rua Chamada Pecado
4.3 454 Assista AgoraStella, hey Stella!!
Marlon Brando nervosinho...
Uma Rua Chamada Pecado
4.3 454 Assista AgoraNão me crucifiquem, mas eu tenho pena da Blanche..ela realmente é uma mulher doente, frágil e principalmente carente de amor. Contrapondo-se a ela temos o personagem de Brando, Stanley, um homem bruto e grosseiro. Com personalidades tão distoantes, era totalmente previsível que se criasse um clima de tensão entre eles.É incrível como Marlon Brando e Vivien Leigh brilham nos seus respectivos papéis. Em "A streetcar named desire" não há nada mais além da tensão entre Blanche e Stanley.Filme Magnífico!
Nova York, Eu Te Amo
3.2 607 Assista AgoraAlguns curtas são interessantes. Finalmente vi Shia LaBeouf em um papel decente..Gostei bastante da parte que foi dirigida pela Natalie Portman, mas não gostei do curta que ela interpretou:(
Vou ficar na expectativa de Rio,eu te amo.
A Princesa e o Plebeu
4.3 417 Assista AgoraConfesso que assisti com muita expectativa por ser um filme da Audrey, focando-a em cada gesto, para não perder nenhum detalhe. Audrey Hepburn é uma atriz única, de minúncias preciosas. "Roman Holiday" é um conto de fadas atemporal, dirigido pelo mestre William Wyler e sensivelmente escrito por Dalton Trumbo. Vale a pena ressaltar a coragem de Wyler em dirigir um filme de Trumbo, visto que na época o nome de Dalton Trumbo constava na Lista Negra de Hollywood (ele era acusado de ser comunista). O filme era pra ser dirigido por Frank Capra, mas ele recusou. Trumbo teve que usar um pseudônimo. Destaque para a locação: Roma é maravilhosa, assim como miss Hepburn:)
Vigaristas
3.5 215 Assista AgoraAssisti sem muita expectativa, mas até que eu gostei:)Rachel Weisz estava uma gracinha no papel da ingênua Penélope..Adorei a trilha sonora e a Bang Bang^^
Laranja Mecânica
4.3 3,8K Assista AgoraQue Stanley Kubrick foi um grande diretor, não há nenhuma dúvida. Quem me supreendeu mesmo foi o Malcolm McDowell, ou melhor, o "druguie" Alex DeLarge. Kubrick transformou um livro insosso em um clássico. Mérito dele e da sua equipe e sorte nossa! Não crucifiquemos o nosso anti-herói antecipadamente;pois há,no filme e no livro, pessoas que conseguem ser muito piores do que ele. O próprio Estado consegue ser pior do que ele. Outra coisa bem bacana foi a linguaguem que Burguess (autor do livro)construiu, a nadsat, uma mistura de inglês, russo e dialetos. Recomendo.
O Grande Ditador
4.6 803 Assista AgoraSensível, ousado, visionário, genial!!Não há e jamais haverá outro ator/roteirista/diretor ao nível de Chaplin. Ele é o maior e o melhor. Ninguém jamais soube retratar com tanta sabedoria as mazelas que assolam a humanidade. Charles Chaplin é tão versátil que atravessa a linha do tempo, filmes mudos>>filmes falados, sem sofre afetações; pelo contrário: ele nos presenteia com uma de suas maiores obras e com o discurso mais lindo já proferido em um filme...
"...we think too much and feel too little: More than machinery, we need humanity"
Casablanca
4.3 1,0K Assista AgoraÉ um filme lindo, sensível, com diálogos muito bem estruturados e que serviram de referência para construções posteriores.
"Sempre teremos Paris. Nós a tínhamos perdido até você vir a Casablanca."
Ben-Hur
4.3 548 Assista AgoraOs 11 oscars mais bem dados da história do cinema!![3]
O clímax do filme é a corrida de bigas,com certeza:)