Em 10 anos, esse foi o primeiro filme que eu parei de assistir no meio por não conseguir achar NADA interessante. O pior é o protagonista insuportável, que fala o tempo todo com uma voz irritante!
Bem esquemático, dividido em três atos. Mas o protagonista não evolui, não supera qualquer tipo de barreira, não se torna mais forte, nem mais revoltado.
Alguns filmes simplesmente têm a magia. E esse tem de sobra, com atuações monstruosas do Mastroianni e da nossa musa maior Sonia Braga! Os sapatos que tanto incomodam representam a chatice da vida intelectual para uma 'moleca' brasileira que se contenta com o pão e circo. Ela só quer viver do jeito dela, gente! Deixem!
Uma obra-prima que fala por si só. Ou melhor, grita! Grita como a fome nas barrigas dos brasileiros que, se dependesse da elite, morreriam! Sganzerla apresenta também uma crítica à elite artística, que canta sobre seus dramas burgueses enquanto os pobres passam necessidades! Muitos dizem representar os pobres enquanto fazem discursos bonitos que calam os gritos de "QUE FOME"! O Brasil na tela, apesar de estar fora do mapa Mundi, como mostra no filme. SGANZERLA GÊNIO! HELENA IGNEZ, EU TE AMO!
Um filmaço, de tirar o fôlego. Daqueles que eu solto um "OBRIGADO, DEUS, PELO CINEMA" quando termino de assistir. Um turbilhão de emoções e de interpretações!
A esposa representa a casa dele, tanto no sentido físico como no psicológico. É o porto seguro, aquela segurança boa! Tanto que, aos poucos, ela vai se transformando fisicamente, até passar a ser parte da casa, pelas cores preto e branco e por cercá-lo por todas as partes. Observem que o casal não transa, como se até esse ato fosse "agressivo" para a rotina tão monótona deles. Se até o beijo ofendia o cachorro, imaginem como seria com o sexo! A única quebra de rotina permitida era na janta, com as receitas criadas por ela, como a tal "torda escondida". Escondido assim como os poemas dele, que ela queria que fossem mostrados para o mundo. Mundo que, segundo ela, deveria conhecer as músicas que ela viria a compor no violão preto e branco como ela e a casa toda! Música que os tiravam da rotina, coisa que ele não quis quando perdeu seus poemas escondidos! As meninas gêmeas (uma delas poeta) e as senhoras gêmeas no ônibus que quebrou enquanto ele dirigia servem como "positivo" para dialogar com o lado "negativo" da esposa, que encontrou a sua gêmea na sala de cinema, no filme de terror que eles assistiram (lembram do comentário dele, sobre a semelhança da esposa com a atriz do filme?). A gêmea poeta que não sabia que ele era poeta, as gêmeas que passam pela rotina dele sem ter qualquer comunicação, e a mais complexa das gêmeas (a esposa que acredita no sucesso dele, representa a monotonia e tem na sua igual uma personagem vampira).
Isso que mal entrei na questão da poesia, sobre como a vida diária pode ser uma arte e a arte pode ser uma ilusão. E que ilusão boa!
Existem filmes que somente foram feitos no Brasil, por acaso. E existem filmes sobre o Brasil. Benzinho é a segunda opção. Vários fatores que colocam Irene como uma 'brasileira qualquer', uma verdadeira heroína, que supera dificuldades o tempo todo. Me lembrou da Amélia Desconstruída da Pitty naquela cena com o fone, da Val na cena em que visita a antiga patroa! É um filme emocionante, com belíssimos poemas visuais naquela escada usada para entrar na casa pela janela, porque brasileiro pobre precisa se esforçar até para regressar ao lar, pegando mil conduções, correndo risco de assalto, etc
Isso não é um filme, é uma palestra motivacional filmada! Emociona de vez em quando, mas não é cinema! Não tem construção de personagem, falha miseravelmente ao tentar criar um contexto e é pedante. Além de ter seríssimos problemas na estrutura, cinematograficamente falando, por deixar seus personagens soltos, sem uma história concisa com início, meio e fim. A primeira e única aparição de um personagem ocorrer somente na última cena contraria qualquer recomendação básica de roteiro! As situações acontecem do nada, sem qualquer explicação mais profunda. Tem closes forçados, como o da filha durante a apresentação no teatro. Um close precisa ter uma "resposta", o que não ocorre, porque o plano seguinte, da mãe e da cadeira vazia, é bem mais aberto! Ou seja: o diretor utiliza esse plano somente para tentar emocionar, gratuitamente! Péssimo! A única estrela vai para as atuações dos dois protagonistas!
"Technically, We are not here" Esse personagem é genial! Ele representa o país Estados Unidos, que não ganha crédito pelas coisas ruins, mas tem sempre sua parcela de culpa. "There are doccuments that proove that we are not here", mas o embargo econômico mata gente todos os dias na Venezuela, por exemplo! Ele "morre" escondido no buraco que representa a história do Brasil, para que as novas gerações possam ir ali relembrar do episódio! Como Kier não representa uma pessoa, mas um país, ele segue altivo, mesmo sendo enterrado, porque sabe que pode voltar a aterrorizar outras 'bacuraus' ao redor do mundo! "This is only the beginning"!
Um filme com a magia da Era de Ouro, com atuações muito boas, direção como sempre coerente e fluente desse mestre, mas o roteiro é bem problemático. Alguém 'engoliu' aquela história da perseguição, até a livraria? Que coincidência, ela ser a namorada do primo. O destaque são os diálogos.
Um filme sobre o significado dos relacionamentos. Quando um fraqueja, o outro está forte para dar apoio, suporte! Também mostra como os artistas ficam desamparados quando precisam viver as dificuldades da vida prática. O violino destruído, como significado do fim de uma vida, seguido da arma colocada pelos soldados na mesma mão. A mão que se desfaz do violino quebrado é a mesma que pega a arma, já carregada. "A vida deles nunca mais vai ser a mesma", nos diz a sequência exuberante de imagens! O mais genial do filme, que mostra a transformação do personagem do Sydow, está justamente na diferença entre a facilidade com ele mata no final do filme, de forma pensada, calculada, e a dificuldade que ele tem para matar a galinha, no começo do filme. A guerra nos transforma em pessoas piores, nos tira a humanidade. É o que fica desse que é um dos melhores Bergman!
O personagem de Plínio é um dos mais importantes do filme. Filho de "bruxa" e pai de uma jovem profissional da saúde, ele tem na educação e no uso da palavra suas principais contribuições com a vida em sociedade. Ele representa a esquerda intelectual, que atua de forma brilhante na sua alçada, mas não consegue contribuir politicamente de forma mais ampla. Além dessa limitação,
Plínio tenta convencer Lunga (o líder maior, guerreiro, corajoso, altivo) a "voltar a escrever", em vez de pegar em armas. Significativo, não? Na hora da guerra, diante do ataque violento dos imperialistas, a esquerda intelectual quer que o líder troque as armas pela palavra. Na hora da reação proporcionalmente violenta, que vem de dentro da escola, Plínio está acuado, escondido atrás da sua filha, esta sim uma guerreira que age, com arma na mão. Observem que as armas estão escondidas dentro do museu e naquele buraco no chão. Curiosamente, o professor intelectual de esquerda é o personagem que tenta impedir que o líder acesse essa parte da história, onde as armas estão escondidas. Bacurau é tão completo que, ao mesmo tempo que mostra importância da educação (com a resistência iniciando dentro da escola), faz essa crítica a algumas atitudes dos educadores. Se Lunga tivesse ouvido Plínio, Bacurau teria literalmente desaparecido do mapa. A relação Pacote x Plínio também significa demais. Observem que Pacote, como a esquerda que pegou em armas no passado e é censurada por isso, precisa se explicar para o professor intelectual Plínio, se apresentando até com outro nome: Acássio. Para não se alongar muito, porque eu ainda não ganho dinheiro para fazer uma análise completa, a participação de Plínio na cena final é mais uma vez espetacular, por mostrar como funciona essa esquerda que ele representa. Ele fala em alto e bom tom a seguinte frase: "Estamos sob efeito de um poderoso psicotrópico, e você vai morrer". É incrível como Bacurau consegue discutir até legalização das drogas, colocando essa fala na boca deste personagem, que é ao mesmo tempo tão importante socialmente, pela sua luta pela educação, e falho na hora de fazer política de forma ampla. Mais uma vez, Plínio se acovarda, pois o político Toni Jr não morre. Ou seja, a típica atitude da esquerda que faz meme, muitas vezes sob efeito de baseadinho, falando sobre resistência, mas na primeira bomba de gás em manifestação sai correndo com o rabo entre as pernas.
Nesse filme, as banalidades estão à mostra e as pessoas rasas falam bastante. O mais interessante está escondidinho nos olhares desses dois ótimos atores, Scarlett e Murray, e nos planos bem desenhados por Sofia. É um "pequeno grande filme", daquele tipo que merece ser chamado de "singelo", "tocante", características hiper-utilizadas e, por isso, infelizmente, desgastadas. Quando acontece de verdade, a gente sabe, sente, como esse casal que se realizou na imaginação de todos nós e na deles próprios. O casal só não existiu na visão superficial da primeira camada do filme e na observação do espectador pouco atento. É um grande mérito desse Lost Translation, que fala também sobre incomunicação verbal e afetiva, sobre distância! Mais uma vez, como em tantos filmes, como O Atalante e Glória Feita de Sangue, a linguagem universal da música é a única que une a todos, inclusive aproximando o casal! E a luta deles contra a tecnologia, hein! Remete muito a 2001, quando os pais só encontram os filhos através de uma tela, sabendo que nunca mais voltarão para casa.
Uma espécie de ensaio para Gritos e Sussurros e Através de um Espelho! As mulheres de No Limiar da Vida experimentam tanto as dores físicas que viriam a afligir Agnes (Gritos...), quanto o desespero emocional de Karin (Através...) Coincidentemente, ambas são interpretadas pela minha atriz 'bergmaniana' preferida: Harriet Andersson. Bergman prolonga o sofrimento do parto justamente da mulher que demonstrava vontade de engravidar (Eva), e empresta leveza e redenção para aquela que não desejava a maternidade (Bibi). Esta, ironicamente, tem problemas com a mãe por questões relacionadas à gravidez. Em certo momento, ela diz que não gostaria de ter nascido, que viver é uma maldição. A verdade é que, no fundo, o nosso gênio usou mais uma das suas tantas "artimanhas" cinematográficas para destilar seu costumeiro pessimismo! E é assim que eu gosto!
Woody Allen é tão bom, que os comentários vazios que vemos por aqui poderiam ter sido feitos pelos coadjuvantes propositalmente vazios do filme. Aquele amigo chato que fala mal de todo mundo, a jornalista sem escrúpulos que finge ter uma intelectualidade mas no fundo entende quase nada do que está acontecendo, a prostituta que não sabe quem é Charlie Parker mas sabe tudo sobre sexo, a pessoa que finge entender de cinema mas acha que Kurosawa é europeu (essa crítica do Woody foi sutil, certeira), etc. Esse filme ser tão mal compreendido mostra o quão relevante ele é, por mais paradoxal que pareça. O protagonista que lê muito, entende de arte, toca piano, conhece poetas e filmes clássicos fica perdido demais, "vagando" à procura de algo, e só encontra pessoas chatas, que provavelmente estariam no filmow dizendo que uma obra intelectual e requintada como Dia de Chuva... é chata! "Ain, Woody Allen faz sempre o mesmo filme". Sim, ele faz questão de manter viva a chama do cinema clássico, com trilha de Jazz, falando sobre os problemas que afligem a todos, não só essa ou aquela classe social, gênero, etc. Vazio existencial não é "white people problems", inclusive quem faz esse tipo de afirmação parte do princípio de que apenas brancos e ricos sofrem por ficar sozinho, por não se encontrar na vida, etc. Bing Crosby dá sorte na chuva, eu que dei azar de ter nascido na época errada, com gente mala que não saca uma referência, que não tem sensibilidade pro romantismo da era de ouro do cinema. Uma galera que tá sempre "veloz e furiosa" (por isso não entende o filme), numa vida de "work, work, work" (por isso não consegue relacionar a trama com a trilha sonora riquíssima), assim como a personagem de Elle Fanning. Ela perde um amor justamente para a ganância e para a pressa, assim como muita gente deixa de apreciar o filme pelos mesmos motivos! Lembram da cena em que ela toma nota das picuinhas do casal, para publicar depois? Parece muita gente que eu conheço, cuidando da vida íntima dos outros e se promovendo em cima disso. Esse filme vai crescer muito com o passar do tempo. Tenho certeza. Obrigado, mestre Woody! Um salve a Jean Renoir, Vittorio de Sica, Erroll Garner e The Bird!
Pela primeira vez, Almodovar deixa uma sensação de vazio, como se dissesse "olha o que eu sei fazer". É um filme que traz um virtuosismo inútil, não a serviço da história, como deve ser. É técnica pela técnica. As cenas de sexo e nudez não se justificam. A história não é boa. Sobra bem pouco. Talvez "apenas" a crítica ao catolicismo e aos padres, a trilha e as atuações.Observem que os personagens não possuem particularidades, são pessoas como outra qualquer. Qual a diferença entre o menino abusado em Má Educação e qualquer outro? Por que os personagens merecem ter suas histórias contadas e assistidas por nós? Fica mesmo somente o vazio e a sensação de que Almódovar estava querendo provar que sabe filmar uma trama complexa, cheia de reviravoltas e "surpresas" inúteis. É disparado o pior filme dele.
A sequência da bomba me parece ser o embrião daquela de Notorious, em que Ingrid Bergman derruba uma garrafa da adega dos nazistas. Cortes parecidos, planos também. O mestre engatinhava ainda aqui, mas fez um bom filme
O documentário é muito bem intencionado ao reforçar a lenda sobre o pacto com o diabo na encruzilhada. Afinal, o que mais vale e o que fica é a lenda, o folclore sobre o qual a história do artista se embasa. Johnson foi um dos expoentes do gênero e será sempre lembrado por isso, mas o que causa maior interesse é a sua história cercada de mistérios. O que falta para o filme é um diretor melhor. Falta material, repertório, criatividade, talento. Falta quase tudo. Menos boas intenções. Mas de boas intenções o inferno está cheio. Portanto, nós, fãs de Bob Johnson, uivamos por novidades.
Berman usa o personagem de Gunnar para fazer uma auto-análise. A personagem de Karin age como uma atriz de teatro que espera pelo público, pela "porta se abrindo", como ela diz. O todo-poderoso que ela espera (o grande público) simplesmente não entende sua complexidade. Bergman é perfeito. Harriet Anderson, eu te amo!
O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e o Amante
4.1 155Em 10 anos, esse foi o primeiro filme que eu parei de assistir no meio por não conseguir achar NADA interessante. O pior é o protagonista insuportável, que fala o tempo todo com uma voz irritante!
Dakota
3.2 10 Assista AgoraEssa parceria Brennan + Wayne que deu tantos frutos é maravilhosa! Filme ok!
Ninguém Sabe que Estou Aqui
3.5 145 Assista AgoraBem esquemático, dividido em três atos. Mas o protagonista não evolui, não supera qualquer tipo de barreira, não se torna mais forte, nem mais revoltado.
Cópia Fiel
3.9 451 Assista AgoraUma tentativa ímpar de se fazer um filme universal. O "casamento" deles representa a união dos cinemas francês, italiano e estadunidense. GENIAL
O Paciente - O Caso Tancredo Neves
3.4 65Como dizem, o Brasil não foi feito para dar certo. Bom que pelo menos temos um cinema de primeira qualidade para contar nossa triste história!
Gabriela, Cravo e Canela
3.1 85Alguns filmes simplesmente têm a magia. E esse tem de sobra, com atuações monstruosas do Mastroianni e da nossa musa maior Sonia Braga! Os sapatos que tanto incomodam representam a chatice da vida intelectual para uma 'moleca' brasileira que se contenta com o pão e circo. Ela só quer viver do jeito dela, gente! Deixem!
Sem Essa, Aranha!
4.0 63Uma obra-prima que fala por si só. Ou melhor, grita! Grita como a fome nas barrigas dos brasileiros que, se dependesse da elite, morreriam! Sganzerla apresenta também uma crítica à elite artística, que canta sobre seus dramas burgueses enquanto os pobres passam necessidades! Muitos dizem representar os pobres enquanto fazem discursos bonitos que calam os gritos de "QUE FOME"! O Brasil na tela, apesar de estar fora do mapa Mundi, como mostra no filme. SGANZERLA GÊNIO! HELENA IGNEZ, EU TE AMO!
Paterson
3.9 353 Assista AgoraUm filmaço, de tirar o fôlego. Daqueles que eu solto um "OBRIGADO, DEUS, PELO CINEMA" quando termino de assistir. Um turbilhão de emoções e de interpretações!
A esposa representa a casa dele, tanto no sentido físico como no psicológico. É o porto seguro, aquela segurança boa! Tanto que, aos poucos, ela vai se transformando fisicamente, até passar a ser parte da casa, pelas cores preto e branco e por cercá-lo por todas as partes. Observem que o casal não transa, como se até esse ato fosse "agressivo" para a rotina tão monótona deles. Se até o beijo ofendia o cachorro, imaginem como seria com o sexo! A única quebra de rotina permitida era na janta, com as receitas criadas por ela, como a tal "torda escondida". Escondido assim como os poemas dele, que ela queria que fossem mostrados para o mundo. Mundo que, segundo ela, deveria conhecer as músicas que ela viria a compor no violão preto e branco como ela e a casa toda! Música que os tiravam da rotina, coisa que ele não quis quando perdeu seus poemas escondidos! As meninas gêmeas (uma delas poeta) e as senhoras gêmeas no ônibus que quebrou enquanto ele dirigia servem como "positivo" para dialogar com o lado "negativo" da esposa, que encontrou a sua gêmea na sala de cinema, no filme de terror que eles assistiram (lembram do comentário dele, sobre a semelhança da esposa com a atriz do filme?). A gêmea poeta que não sabia que ele era poeta, as gêmeas que passam pela rotina dele sem ter qualquer comunicação, e a mais complexa das gêmeas (a esposa que acredita no sucesso dele, representa a monotonia e tem na sua igual uma personagem vampira).
Isso que mal entrei na questão da poesia, sobre como a vida diária pode ser uma arte e a arte pode ser uma ilusão. E que ilusão boa!
É maravilhoso esse filme!
Benzinho
3.9 348 Assista AgoraExistem filmes que somente foram feitos no Brasil, por acaso. E existem filmes sobre o Brasil. Benzinho é a segunda opção. Vários fatores que colocam Irene como uma 'brasileira qualquer', uma verdadeira heroína, que supera dificuldades o tempo todo. Me lembrou da Amélia Desconstruída da Pitty naquela cena com o fone, da Val na cena em que visita a antiga patroa! É um filme emocionante, com belíssimos poemas visuais naquela escada usada para entrar na casa pela janela, porque brasileiro pobre precisa se esforçar até para regressar ao lar, pegando mil conduções, correndo risco de assalto, etc
A Suprema Felicidade
2.8 212 Assista AgoraUm Jabor 'Felliniano'! Mágico!
O Vendedor de Sonhos
3.0 242 Assista AgoraIsso não é um filme, é uma palestra motivacional filmada! Emociona de vez em quando, mas não é cinema! Não tem construção de personagem, falha miseravelmente ao tentar criar um contexto e é pedante. Além de ter seríssimos problemas na estrutura, cinematograficamente falando, por deixar seus personagens soltos, sem uma história concisa com início, meio e fim. A primeira e única aparição de um personagem ocorrer somente na última cena contraria qualquer recomendação básica de roteiro! As situações acontecem do nada, sem qualquer explicação mais profunda. Tem closes forçados, como o da filha durante a apresentação no teatro. Um close precisa ter uma "resposta", o que não ocorre, porque o plano seguinte, da mãe e da cadeira vazia, é bem mais aberto! Ou seja: o diretor utiliza esse plano somente para tentar emocionar, gratuitamente! Péssimo! A única estrela vai para as atuações dos dois protagonistas!
Bacurau
4.3 2,7K Assista AgoraO personagem de Udo Kier!
"Technically, We are not here"
Esse personagem é genial! Ele representa o país Estados Unidos, que não ganha crédito pelas coisas ruins, mas tem sempre sua parcela de culpa. "There are doccuments that proove that we are not here", mas o embargo econômico mata gente todos os dias na Venezuela, por exemplo! Ele "morre" escondido no buraco que representa a história do Brasil, para que as novas gerações possam ir ali relembrar do episódio! Como Kier não representa uma pessoa, mas um país, ele segue altivo, mesmo sendo enterrado, porque sabe que pode voltar a aterrorizar outras 'bacuraus' ao redor do mundo! "This is only the beginning"!
O Diabo Disse Não
3.8 37Um filme com a magia da Era de Ouro, com atuações muito boas, direção como sempre coerente e fluente desse mestre, mas o roteiro é bem problemático. Alguém 'engoliu' aquela história da perseguição, até a livraria? Que coincidência, ela ser a namorada do primo. O destaque são os diálogos.
Vergonha
4.3 118Um filme sobre o significado dos relacionamentos. Quando um fraqueja, o outro está forte para dar apoio, suporte! Também mostra como os artistas ficam desamparados quando precisam viver as dificuldades da vida prática. O violino destruído, como significado do fim de uma vida, seguido da arma colocada pelos soldados na mesma mão. A mão que se desfaz do violino quebrado é a mesma que pega a arma, já carregada. "A vida deles nunca mais vai ser a mesma", nos diz a sequência exuberante de imagens! O mais genial do filme, que mostra a transformação do personagem do Sydow, está justamente na diferença entre a facilidade com ele mata no final do filme, de forma pensada, calculada, e a dificuldade que ele tem para matar a galinha, no começo do filme. A guerra nos transforma em pessoas piores, nos tira a humanidade. É o que fica desse que é um dos melhores Bergman!
Anjo
4.2 20Diálogos maravilhosos, com final brilhante! Um dos principais exemplos da magia da Era de Ouro de Hollywood, quando tudo funcionava!
Bacurau
4.3 2,7K Assista AgoraO personagem de Plínio é um dos mais importantes do filme. Filho de "bruxa" e pai de uma jovem profissional da saúde, ele tem na educação e no uso da palavra suas principais contribuições com a vida em sociedade. Ele representa a esquerda intelectual, que atua de forma brilhante na sua alçada, mas não consegue contribuir politicamente de forma mais ampla. Além dessa limitação,
Plínio tenta convencer Lunga (o líder maior, guerreiro, corajoso, altivo) a "voltar a escrever", em vez de pegar em armas. Significativo, não? Na hora da guerra, diante do ataque violento dos imperialistas, a esquerda intelectual quer que o líder troque as armas pela palavra. Na hora da reação proporcionalmente violenta, que vem de dentro da escola, Plínio está acuado, escondido atrás da sua filha, esta sim uma guerreira que age, com arma na mão. Observem que as armas estão escondidas dentro do museu e naquele buraco no chão. Curiosamente, o professor intelectual de esquerda é o personagem que tenta impedir que o líder acesse essa parte da história, onde as armas estão escondidas. Bacurau é tão completo que, ao mesmo tempo que mostra importância da educação (com a resistência iniciando dentro da escola), faz essa crítica a algumas atitudes dos educadores. Se Lunga tivesse ouvido Plínio, Bacurau teria literalmente desaparecido do mapa. A relação Pacote x Plínio também significa demais. Observem que Pacote, como a esquerda que pegou em armas no passado e é censurada por isso, precisa se explicar para o professor intelectual Plínio, se apresentando até com outro nome: Acássio. Para não se alongar muito, porque eu ainda não ganho dinheiro para fazer uma análise completa, a participação de Plínio na cena final é mais uma vez espetacular, por mostrar como funciona essa esquerda que ele representa. Ele fala em alto e bom tom a seguinte frase: "Estamos sob efeito de um poderoso psicotrópico, e você vai morrer". É incrível como Bacurau consegue discutir até legalização das drogas, colocando essa fala na boca deste personagem, que é ao mesmo tempo tão importante socialmente, pela sua luta pela educação, e falho na hora de fazer política de forma ampla. Mais uma vez, Plínio se acovarda, pois o político Toni Jr não morre. Ou seja, a típica atitude da esquerda que faz meme, muitas vezes sob efeito de baseadinho, falando sobre resistência, mas na primeira bomba de gás em manifestação sai correndo com o rabo entre as pernas.
Bacurau é perfeito sob todos os pontos de vista!
Encontros e Desencontros
3.8 1,7K Assista AgoraNesse filme, as banalidades estão à mostra e as pessoas rasas falam bastante. O mais interessante está escondidinho nos olhares desses dois ótimos atores, Scarlett e Murray, e nos planos bem desenhados por Sofia. É um "pequeno grande filme", daquele tipo que merece ser chamado de "singelo", "tocante", características hiper-utilizadas e, por isso, infelizmente, desgastadas. Quando acontece de verdade, a gente sabe, sente, como esse casal que se realizou na imaginação de todos nós e na deles próprios. O casal só não existiu na visão superficial da primeira camada do filme e na observação do espectador pouco atento. É um grande mérito desse Lost Translation, que fala também sobre incomunicação verbal e afetiva, sobre distância! Mais uma vez, como em tantos filmes, como O Atalante e Glória Feita de Sangue, a linguagem universal da música é a única que une a todos, inclusive aproximando o casal! E a luta deles contra a tecnologia, hein! Remete muito a 2001, quando os pais só encontram os filhos através de uma tela, sabendo que nunca mais voltarão para casa.
O Poço
3.7 2,1K Assista AgoraA crítica ao comunismo foi a parte que mais me agradou, cinematograficamente falando, porque foi muito bem realizada!
No Limiar Da Vida
4.1 42 Assista AgoraUma espécie de ensaio para Gritos e Sussurros e Através de um Espelho! As mulheres de No Limiar da Vida experimentam tanto as dores físicas que viriam a afligir Agnes (Gritos...), quanto o desespero emocional de Karin (Através...) Coincidentemente, ambas são interpretadas pela minha atriz 'bergmaniana' preferida: Harriet Andersson. Bergman prolonga o sofrimento do parto justamente da mulher que demonstrava vontade de engravidar (Eva), e empresta leveza e redenção para aquela que não desejava a maternidade (Bibi). Esta, ironicamente, tem problemas com a mãe por questões relacionadas à gravidez. Em certo momento, ela diz que não gostaria de ter nascido, que viver é uma maldição. A verdade é que, no fundo, o nosso gênio usou mais uma das suas tantas "artimanhas" cinematográficas para destilar seu costumeiro pessimismo! E é assim que eu gosto!
Um Dia de Chuva em Nova York
3.2 291 Assista AgoraWoody Allen é tão bom, que os comentários vazios que vemos por aqui poderiam ter sido feitos pelos coadjuvantes propositalmente vazios do filme. Aquele amigo chato que fala mal de todo mundo, a jornalista sem escrúpulos que finge ter uma intelectualidade mas no fundo entende quase nada do que está acontecendo, a prostituta que não sabe quem é Charlie Parker mas sabe tudo sobre sexo, a pessoa que finge entender de cinema mas acha que Kurosawa é europeu (essa crítica do Woody foi sutil, certeira), etc. Esse filme ser tão mal compreendido mostra o quão relevante ele é, por mais paradoxal que pareça. O protagonista que lê muito, entende de arte, toca piano, conhece poetas e filmes clássicos fica perdido demais, "vagando" à procura de algo, e só encontra pessoas chatas, que provavelmente estariam no filmow dizendo que uma obra intelectual e requintada como Dia de Chuva... é chata! "Ain, Woody Allen faz sempre o mesmo filme". Sim, ele faz questão de manter viva a chama do cinema clássico, com trilha de Jazz, falando sobre os problemas que afligem a todos, não só essa ou aquela classe social, gênero, etc. Vazio existencial não é "white people problems", inclusive quem faz esse tipo de afirmação parte do princípio de que apenas brancos e ricos sofrem por ficar sozinho, por não se encontrar na vida, etc. Bing Crosby dá sorte na chuva, eu que dei azar de ter nascido na época errada, com gente mala que não saca uma referência, que não tem sensibilidade pro romantismo da era de ouro do cinema. Uma galera que tá sempre "veloz e furiosa" (por isso não entende o filme), numa vida de "work, work, work" (por isso não consegue relacionar a trama com a trilha sonora riquíssima), assim como a personagem de Elle Fanning. Ela perde um amor justamente para a ganância e para a pressa, assim como muita gente deixa de apreciar o filme pelos mesmos motivos! Lembram da cena em que ela toma nota das picuinhas do casal, para publicar depois? Parece muita gente que eu conheço, cuidando da vida íntima dos outros e se promovendo em cima disso. Esse filme vai crescer muito com o passar do tempo. Tenho certeza. Obrigado, mestre Woody! Um salve a Jean Renoir, Vittorio de Sica, Erroll Garner e The Bird!
Má Educação
4.2 1,1K Assista AgoraPela primeira vez, Almodovar deixa uma sensação de vazio, como se dissesse "olha o que eu sei fazer". É um filme que traz um virtuosismo inútil, não a serviço da história, como deve ser. É técnica pela técnica. As cenas de sexo e nudez não se justificam. A história não é boa. Sobra bem pouco. Talvez "apenas" a crítica ao catolicismo e aos padres, a trilha e as atuações.Observem que os personagens não possuem particularidades, são pessoas como outra qualquer. Qual a diferença entre o menino abusado em Má Educação e qualquer outro? Por que os personagens merecem ter suas histórias contadas e assistidas por nós? Fica mesmo somente o vazio e a sensação de que Almódovar estava querendo provar que sabe filmar uma trama complexa, cheia de reviravoltas e "surpresas" inúteis. É disparado o pior filme dele.
Sabotagem
3.7 73 Assista AgoraA sequência da bomba me parece ser o embrião daquela de Notorious, em que Ingrid Bergman derruba uma garrafa da adega dos nazistas. Cortes parecidos, planos também. O mestre engatinhava ainda aqui, mas fez um bom filme
ReMastered: O Diabo na Encruzilhada
3.8 54 Assista AgoraO documentário é muito bem intencionado ao reforçar a lenda sobre o pacto com o diabo na encruzilhada. Afinal, o que mais vale e o que fica é a lenda, o folclore sobre o qual a história do artista se embasa. Johnson foi um dos expoentes do gênero e será sempre lembrado por isso, mas o que causa maior interesse é a sua história cercada de mistérios. O que falta para o filme é um diretor melhor. Falta material, repertório, criatividade, talento. Falta quase tudo. Menos boas intenções. Mas de boas intenções o inferno está cheio. Portanto, nós, fãs de Bob Johnson, uivamos por novidades.
Através de um Espelho
4.3 249Berman usa o personagem de Gunnar para fazer uma auto-análise. A personagem de Karin age como uma atriz de teatro que espera pelo público, pela "porta se abrindo", como ela diz. O todo-poderoso que ela espera (o grande público) simplesmente não entende sua complexidade. Bergman é perfeito. Harriet Anderson, eu te amo!