Muito interessante como Clube dos Pilantras é uma autentica produção dos anos 70 (principalmente no quesito "forma"), mas com todos os elementos que caracterizaram os anos 80 ("conteúdo"). Uma comédia leve, rica em detalhes, com atuações caricaturais, mas sem exageros tão comuns a década.
Uma típica comedia dos anos 80 como varias produzidas nesta década. Mas porque esta é uma das mais influentes e lembradas? Sem nenhuma dúvida por Chevy Chase! Pegando carona no sucesso de Clube dos Pilantras, Chevy estrutura de vez os trejeitos do personagem que ele iria explorar ao longo de toda a sua carreira. A direção de Harold Ramis termina por dar coesão necessária ao filme. Sabendo explorar os pequenos detalhes cômicos das atuações em meio a uma enxurrada de gags. Uma comedia simples direta e até comum, mas feita de uma maneira tão honesta que a torna original e atemporal.
Um belo dia Adam McKay tem uma ótima ideia: Satirizar o universo jornalistico televisivo não do ponto de vista técnico do jornalismo mas sim dos bastidores da televisão. Excelente! Ótima ideia! Pena que um bom roteiro não se escreve com ideias, mas como palavras. Nos resta um amontado de gags ruins e clichês ao meio de atuações toscas típicas de sitcoms baratos e um domínio de câmera digno de Ed Wood. É difícil tirar algo de bom de O Âncora, mas procurando bem se acha. Agora, algo de novo. Isso sim é impossível.
Alguns poucos filmes conseguem, ao longo de sua narrativa, extrapolar o seu universo diegético. Menos ainda sabem faze-lo de uma maneira tão metalinguística e divertida. Sete Psicopatas e um Shih Tzu consegue ao mesmo tempo ironizar e homenagear a profissão roteirista durante todo o filme, deixando claro a sua importância e valor assim como seus estrelismos e exageros. Fantástico! Emoldurado com uma excelente montagem (ágil, moderna e estética) e muito bem estruturado pela direção segura de McDonagh assim com as atuações (sempre um pouco caricaturais) de Rockwell, Farrell e Walken. Único problema é que no terço final fica a impressão de que o filme descobre que ele é genial e com isso começa indefinidamente a adiar a sua conclusão, tirando um pouco do ritmo, mas sem arruinar a ótima experiencia.
Firmando o seu cunho televisivo e comercial este ultimo Brosnan até funciona, apesar dos inúmeros problemas. Incia pela inabilidade do diretor em conduzir as cenas de ação as deixando sujas e artificias. O roteiro apesar de possuir certa complexidade (gostei das reviravoltas) exagera nas gags e principalmente na conclusão de suas sub-tramas. Apenas nos restando assim os bem estruturados personagens. O próprio agente (já deu para acostumar com a canastrice de Brosnan e até nos apegamos a ele), excelente e sensual vilã Elektra King, a imponência austera da M e a beleza jovial (realmente nada mais do que isso) da fisicista nuclear Christmas Jones. Ou seja é até legal, mas nada mais que um 007 esquecível.
Um Road Movie envolvendo todo um drama familiar tocante e bem estruturado que ainda passeia pelas gerações ícones da juventude brasileira. Sim, o filme é isso tudo. As atuações (principalmente do casal Moura e Lima) são soberbas, sempre nos contando muito sobre a relação daquela família, mas através de detalhes e pequenos gestos. Nos aspectos técnicos o filme também é muito bom, uma fotografia orgânica, ampla e dessaturada gerando um clima de desamparo extremamente funcional. A direção de arte, embora apele para cenários caricaturais acaba por dar um tom um tanto onírico, muito interessante. Por fim o roteiro, super estruturado e repleto de mensagens em suas entre linhas. Excelente!
Estava na sala de estreia de Crepúsculo, fui ver quase todos os filmes no cinema e por fim vi o desfecho da saga em casa, para caso me emocionasse muito. Interessante se ver como poucas coisa mudaram, a misoginia, o machismo oculto da protagonista, as atuações no mínimo medonhas e por fim um design de produção de dar inveja aos produtores de Chapolim. Ruim mesmo foi notar que as únicas coisas que mudaram foram a qualidade dos efeitos especiais (muito a baixo do seu predecessor) e a fidelidade dos roteiristas com seus fãs (me refiro a desosnetíssima sequencia final). Mas em fim posso dormir tranquilo por ter sobrevivido a essa colossal franquia.
Pena ter ficado alheio durante tanto tempo a essa belíssima animação. Muito bem dirigida com ótimas cenas de ação e um ritmo ao mesmo tempo fácil e gostoso para o publico infantil e envolvente para os adultos. Bastante referencias de (ou seriam referencias para?) muitas animações e filmes com essa temática (robô X humanos). Pena no final ter destrambelhado um pouco para o melodrama (cara de exigência de produção!), mas em geral vai muito bem.
Simplesmente fabuloso! Realmente é de deixar sem palavras. Primeiramente pela fotografia, sem nenhuma grande inovação, mas feita de uma maneira universal, bela e perincipalmente funcional (inclusive não deixando nenhuma dúvida sobre essa boba e menor duvida que o filme nos apresenta). O domínio do iniciante diretor de fotografia Adam Stone sobre a relação luz e sombra é soberbo. Mas não é só isso que o torna grandioso. Antes de ser um rotulo (filme catástrofe, filme esquizofrenia, etc) O Abrigo é um "filme cinema"! Uma obra profunda e visceral sobre o ser humano (sua sociedade) e seus temores, medos e angustias. Sem nenhuma dúvida um filme único, impossível de ficarmos indiferentes após assisti-lo.
Era comum dizer que John Lasseter nunca errava. Ai veio Carros 2. Fracasso de crítica, mas sucesso de bilheteria. Então fica claro que o correto não é que ele não erra, mas sim que não deixa de lucrar. Assim chegamos a Detona Ralph. Apesar de ter me divertido, notado e ter ficado nostálgico com as referencias aos games e até mesmo me emocionado com o desfecho, o filme me pareceu um dos mais comerciais da Pixar. Mais focado em possíveis ganchos de merchandising do que preocupado com o roteiro e execução do filme. Ao fim ficamos com a impressão de ter visto um animado e bonito caça-níquéis!
O grande acerto de A Hora Mais Escura é ser verdadeiro. Não à história (e sinceramente quem espera isso ainda não entendeu o que é cinema), mas sim à um universo, à uma estética. E aqui sim é impossível de não notar o seu tom realista, seco e impactante. Sequencias já tão exploradas (como uma certa explosão) tomam uma multidimensionalidade que nem juntando todas os explosivos dos filmes de ação de 2012 eles causariam o que esta cena nos causa. Não só susto, mas medo e dor. Sentimentos ampliados pelas atuações sempre estruturadas e pacientes. Ao fim percebemos que há pouca gloria na conquista do clímax do filme, mas sim um largo e vazio cansaço.
Todos os atuais fãs de filmes de super herói deveriam ver (ou rever) Darkman. A grande maioria não iria gostar, afinal ali está muito mais o diretor de Evil Dead do que de Spiderman, mas todos iriam facilmente notar o largo raio de influência desse clássico. Desde a atmosfera sombria, já engatinhando o punk gótico de Gothan até as atuações, que esculpem bem o perfil maniqueísta funcional dos personagens chave de uma HQ. Um filme relativamente jovem, mas que pela indústria já nos parece tão antigo, mas o considerando assim vemos que ele “envelheceu” muito bem!
Com um o roteiro bobo e previsível (apenas se preocupado em fazer ganchos com a história original), atuações (destaque para Kunis e sua risada) artificiais e caricaturais e um design de produção tão exagerado que me causou tonturas Oz consegue ser mal acabado e muito pretensioso. Até diverte, mas rapidamente você nota uma nítida intenção “caça niqueis” por traz, algo como “eis aqui a criação de mais uma franquia de sucesso! Comprem!”. O mais estranho, mas de certa forma com uma interessante condução, é o fato de como o filme não ter conseguido os direitos de The Wonderful Wizard of Oz ele não parece estar sabendo fazer parte desse universo, o que acaba encaixando bem com o drama do protagonista. Um filme que era para ser leve e gostoso, mas se orna longo e chato.
Se você já viu alguns poucos filmes de Haneke, logo se percebe uma certa ironia em um filme dele ter esse titulo. E como é maravilhoso descobrir ao longo do filme que não há ironia nenhuma e sim uma sincera e comovente análise do comportamento humano, envolvendo toda a multidimensionalidade dos nossos sentimentos e ações. Muito se diz do final “esmagador e agressivo” do filme, mas como se chocar apenas com um acontecimento, já que ele nos é contado já na primeira cena? A lenta e complexa construção dos personagens sim é o eixo estrutural desta obra. Algo como um cozido em fogo brando que para ficar bom precisa tomar tempo. Dessa forma tomamos cada detalhe como um pequeno universo, o pedaço nos conta o todo. Note como a grande e complicada casa do casal (que nunca nos é apresentada por inteiro) só é realmente dominada por eles próprios, simbolizando que ali há um elo compartilhado somente (nos excluindo por completo) por eles dois. Amour nos mostra uma beleza que não é vista normalmente no cinema, mas sim percebida por poucos na arte da vida real. E aí sim, lembramos do título e ele faz todo o sentido.
Humor é também coragem, coragem e pouco limite. Aqui tem os dois. Se apoiando no formato episódico (tão comuns em comédias no inicio dos anos 80) The Onion Movie consegue ser engraçado e crítico sem ser chato ou clichê. Ninguém é perdoado, muito menos eles (produção de cinema) próprios. A moral do filme em frente a bandeira americana é genial.
Se em Goldeneye a ação sobrepujou em muito o clima 007, aqui o equilíbrio já foi bem mais interessante. Ainda temos algumas longas cenas explosivas que acabam se tornando cansativas, mas a grande maioria é muito bem dirigida e possui ótimos efeitos especiais contribuindo muito com o ritmo do filme. Brosnan ainda é um canastrão, mas está muito mais a vontade com o personagem. Conseguindo imprimir algum charme autentico ao agente. O roteiro também é excelente e acaba por pintar uma crítica aos meios de comunicação vigentes (auge da TV) na década de 90. Por fim, como não falar da Bondgirl, uma das primeiras a não ser hipnotizadas a primeira vista por Bond e sim se apaixonar ao longo dos acontecimentos que os cercam. É... Realmente é fácil de se apaixonar pelo filme!
Constrangedor... Não da maneira que foi projetado para ser, já que não causa nenhum impacto moral, tão pouco nos emociona. Isso se deve a dois fatos. Primeiro o falso despudoramento impresso na trama. Fica claro que o diretor e mesmo os atores não consideram a história contada algo natural, mas fazem um esforço tão grande para parecer que torna tudo artificial e forçado. O segundo culpado são as atuações, todas elas se baseiam em apenas único ponto pra ficarem verossímeis. Helen Hunt se limita a atuar no automático, mas dessa vez nua, John Hawkes (I) em ser fiel as deficiências físicas de O'Brien e William H. Macy em ouvir, já que durante o filme todo é a unica coisa que faz. Isso torna os personagens unidimensionais e engessados. Por fim notamos que ali há uma história fantástica, mas só temos essa certeza depois que o filme acaba e damos uma pesquisada no google.
A graça do cinema paródia se baseia em dois pontos principais. Críticas ao parodiado (funcionando apenas no filme em questão) e gags cômicas (que funcionariam em qualquer filme). Spaceballs tem um equilíbrio entre estes dois pontos sensacional. Pena que o segundo quesito seja tão ruim e clichê (como o maldito capacete). Não que isso o derrube já que as piadas envolvendo não só Star Wars mas todos os bastidores da franquia ("Merchandising!") são muito engraçadas. Um bom Mel Brooks, mas longe de ser um destaque na carreira do diretor comediante.
Um filme com o nome da protagonista e o diretor vai lá escolhe Keira Knightley como atriz principal? Impossível de dar certo. Como trabalha mal. Lotada de muletas e com uma interpretação que parece rasa mesmo em Piratas do Caribe. Mas os problemas não se encerram por ai. Apesar das elipses lindas fundindo o espetáculo teatral com o cinema, o filme se esquece que montagem tem também a função narrativa. Dessa forma rapidamente notamos que Anna ou é bipolar ou é uma completa idiota. Outro ponto problemático são as subtramas. Ao fim notamos o quão descartáveis e dispensáveis são, já que se preocupam apenas em render um simples eco narrativo. Pelo menos que bom que Seamus McGarvey nunca esteve tão bem. Com uma fotografia lindíssima, gerando um quadro para por em moldura a cada plano. O figurino também é maravilhoso, realmente digno do Oscar. Mas para por ai... Estética 10, já o resto...
De vez em vez uma comédia romântica se destaca. Mas aqui exageraram. O Lado Bom da Vida (titulo que só me afastou de vê-lo no cinema) tem seus pontos altos na criação dos personagens, seja pela boa atuação dos atores, seja pela direção leve e narrativa. Mas é justamente esse também o grande problema do filme, quase um salto para o desespero eu diria. Tudo que foi bem estruturado no inicio, vai dando lugar a situações rasas, repetitivas e clichês. Fazendo com que nos esquecemos dos personagens como pessoas e comecemos a entende-los como caricaturas funcionais trabalhando apenas para nos entreter e eventualmente arrancar alguma risada.
Um amontoado de clichês envolto em uma trama que não se sustenta. Ao final do filme quase da para ver a diretora suando na testa enquanto tenta rezar a missa e tocar o sino ao mesmo tempo. Pouca coisa é realmente legal ou criativa em disparos, desde a questão problema até o "estudo social" ao fim, esse, diga-se de passagem tão fajuto quanto a ridícula cena pós créditos.
Fui ao cinema super atento ao aspecto técnico do desenho de som. Vi (ouvi) o filme me apoiando nisso. Ao mesmo tempo fui tolo de deixar passar algo, mas saí completamente deslumbrado. A estrutura é tão intricada e bem construída que gera um filme dentro de outro. No terço final, o resgate visual implicado pela edição de som nos trás a tona tudo (e mais) que já foi visto. Realmente emocionante. Ok, saí do cinema e aí comecei a digerir o que vi (vi), as alegorias, o estudo de classe, a riqueza de detalhes. Algo novo e, pelo menos por mim, nunca visto de uma forma tão natural e multidimensional. Agora quando consegui amalgamar som e imagem, minha cabeça explodiu. Não li muito a respeito da produção de O Som ao Redor, mas a complexidade imprimida ali é digno de uma obra prima de gênios.
Cinema. Tarantino não sabe, ou não quer, fazer filme sobre outro assunto. E com isso ele se estabelece não só como um dos maiores diretores da atualidade, mas também como um dos mais inteligentes e cultos. Comecei a me emocionar com Django pela fotografia. Repleta de planos abertos com a profundidade de campo enorme. Como não poderia ser diferente, a escolha de filmar em 2.35:1 é perfeita. Outro fato que impressiona é como o diretor (e aqui também roteirista) sabe incluir essa quantidade de referencias ao cinema (dessa vez Western Spaghetti e Blaxploitation) e auto-referencias sem parecer artificial ou forçado. Os únicos pontos que me desagradaram foram a grande quantidade de gags (quase não nos deixa tempo para apreciar a delicadeza de um quadro, por exemplo) e a atuação gelada de Jamie Foxx. Claro, tudo isso muito distante de prejudicar esse belo filme.
Quem começou com essa história de Tom Hooper saber dirigir? Não sei, mas hoje deve estar muito arrependido. Os Miseráveis tem material para gerar um filme fantástico, mas pela direção completamente perdida e repetitiva termina por ser um amontoado de planos bagunçados escondendo poucos takes emocionantes, que realmente valem a pena. Confesso que me emocionei com alguns monólogos (ou seriam solos?), mas toda a coesão entre eles (a relação entre as histórias e seus personagens) são mal acabadas e fora do ritmo. Detalhe para todas as sequencias de Sacha Baron Cohen e Helena Bonham Carter que ao invés de funcionarem como um alívio cômico só nos constrange e joga fora daquele universo.
Clube dos Pilantras
3.2 43 Assista AgoraMuito interessante como Clube dos Pilantras é uma autentica produção dos anos 70 (principalmente no quesito "forma"), mas com todos os elementos que caracterizaram os anos 80 ("conteúdo"). Uma comédia leve, rica em detalhes, com atuações caricaturais, mas sem exageros tão comuns a década.
Férias Frustradas
3.5 295Uma típica comedia dos anos 80 como varias produzidas nesta década. Mas porque esta é uma das mais influentes e lembradas? Sem nenhuma dúvida por Chevy Chase! Pegando carona no sucesso de Clube dos Pilantras, Chevy estrutura de vez os trejeitos do personagem que ele iria explorar ao longo de toda a sua carreira. A direção de Harold Ramis termina por dar coesão necessária ao filme. Sabendo explorar os pequenos detalhes cômicos das atuações em meio a uma enxurrada de gags. Uma comedia simples direta e até comum, mas feita de uma maneira tão honesta que a torna original e atemporal.
O Âncora: A Lenda de Ron Burgundy
3.3 356 Assista AgoraUm belo dia Adam McKay tem uma ótima ideia: Satirizar o universo jornalistico televisivo não do ponto de vista técnico do jornalismo mas sim dos bastidores da televisão. Excelente! Ótima ideia! Pena que um bom roteiro não se escreve com ideias, mas como palavras. Nos resta um amontado de gags ruins e clichês ao meio de atuações toscas típicas de sitcoms baratos e um domínio de câmera digno de Ed Wood. É difícil tirar algo de bom de O Âncora, mas procurando bem se acha. Agora, algo de novo. Isso sim é impossível.
Sete Psicopatas e um Shih Tzu
3.4 600Alguns poucos filmes conseguem, ao longo de sua narrativa, extrapolar o seu universo diegético. Menos ainda sabem faze-lo de uma maneira tão metalinguística e divertida. Sete Psicopatas e um Shih Tzu consegue ao mesmo tempo ironizar e homenagear a profissão roteirista durante todo o filme, deixando claro a sua importância e valor assim como seus estrelismos e exageros. Fantástico! Emoldurado com uma excelente montagem (ágil, moderna e estética) e muito bem estruturado pela direção segura de McDonagh assim com as atuações (sempre um pouco caricaturais) de Rockwell, Farrell e Walken. Único problema é que no terço final fica a impressão de que o filme descobre que ele é genial e com isso começa indefinidamente a adiar a sua conclusão, tirando um pouco do ritmo, mas sem arruinar a ótima experiencia.
007: O Mundo Não É O Bastante
3.3 159 Assista AgoraFirmando o seu cunho televisivo e comercial este ultimo Brosnan até funciona, apesar dos inúmeros problemas. Incia pela inabilidade do diretor em conduzir as cenas de ação as deixando sujas e artificias. O roteiro apesar de possuir certa complexidade (gostei das reviravoltas) exagera nas gags e principalmente na conclusão de suas sub-tramas. Apenas nos restando assim os bem estruturados personagens. O próprio agente (já deu para acostumar com a canastrice de Brosnan e até nos apegamos a ele), excelente e sensual vilã Elektra King, a imponência austera da M e a beleza jovial (realmente nada mais do que isso) da fisicista nuclear Christmas Jones. Ou seja é até legal, mas nada mais que um 007 esquecível.
A Busca
3.4 714 Assista AgoraUm Road Movie envolvendo todo um drama familiar tocante e bem estruturado que ainda passeia pelas gerações ícones da juventude brasileira. Sim, o filme é isso tudo. As atuações (principalmente do casal Moura e Lima) são soberbas, sempre nos contando muito sobre a relação daquela família, mas através de detalhes e pequenos gestos. Nos aspectos técnicos o filme também é muito bom, uma fotografia orgânica, ampla e dessaturada gerando um clima de desamparo extremamente funcional. A direção de arte, embora apele para cenários caricaturais acaba por dar um tom um tanto onírico, muito interessante. Por fim o roteiro, super estruturado e repleto de mensagens em suas entre linhas. Excelente!
A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2
3.0 4,0K Assista AgoraEstava na sala de estreia de Crepúsculo, fui ver quase todos os filmes no cinema e por fim vi o desfecho da saga em casa, para caso me emocionasse muito.
Interessante se ver como poucas coisa mudaram, a misoginia, o machismo oculto da protagonista, as atuações no mínimo medonhas e por fim um design de produção de dar inveja aos produtores de Chapolim. Ruim mesmo foi notar que as únicas coisas que mudaram foram a qualidade dos efeitos especiais (muito a baixo do seu predecessor) e a fidelidade dos roteiristas com seus fãs (me refiro a desosnetíssima sequencia final). Mas em fim posso dormir tranquilo por ter sobrevivido a essa colossal franquia.
Astro Boy
3.1 266 Assista AgoraPena ter ficado alheio durante tanto tempo a essa belíssima animação. Muito bem dirigida com ótimas cenas de ação e um ritmo ao mesmo tempo fácil e gostoso para o publico infantil e envolvente para os adultos.
Bastante referencias de (ou seriam referencias para?) muitas animações e filmes com essa temática (robô X humanos). Pena no final ter destrambelhado um pouco para o melodrama (cara de exigência de produção!), mas em geral vai muito bem.
O Abrigo
3.6 720 Assista AgoraSimplesmente fabuloso! Realmente é de deixar sem palavras. Primeiramente pela fotografia, sem nenhuma grande inovação, mas feita de uma maneira universal, bela e perincipalmente funcional (inclusive não deixando nenhuma dúvida sobre essa boba e menor duvida que o filme nos apresenta). O domínio do iniciante diretor de fotografia Adam Stone sobre a relação luz e sombra é soberbo. Mas não é só isso que o torna grandioso. Antes de ser um rotulo (filme catástrofe, filme esquizofrenia, etc) O Abrigo é um "filme cinema"! Uma obra profunda e visceral sobre o ser humano (sua sociedade) e seus temores, medos e angustias. Sem nenhuma dúvida um filme único, impossível de ficarmos indiferentes após assisti-lo.
Detona Ralph
3.9 2,6K Assista AgoraEra comum dizer que John Lasseter nunca errava. Ai veio Carros 2. Fracasso de crítica, mas sucesso de bilheteria. Então fica claro que o correto não é que ele não erra, mas sim que não deixa de lucrar. Assim chegamos a Detona Ralph. Apesar de ter me divertido, notado e ter ficado nostálgico com as referencias aos games e até mesmo me emocionado com o desfecho, o filme me pareceu um dos mais comerciais da Pixar. Mais focado em possíveis ganchos de merchandising do que preocupado com o roteiro e execução do filme. Ao fim ficamos com a impressão de ter visto um animado e bonito caça-níquéis!
A Hora Mais Escura
3.6 1,1K Assista AgoraO grande acerto de A Hora Mais Escura é ser verdadeiro. Não à história (e sinceramente quem espera isso ainda não entendeu o que é cinema), mas sim à um universo, à uma estética. E aqui sim é impossível de não notar o seu tom realista, seco e impactante. Sequencias já tão exploradas (como uma certa explosão) tomam uma multidimensionalidade que nem juntando todas os explosivos dos filmes de ação de 2012 eles causariam o que esta cena nos causa. Não só susto, mas medo e dor. Sentimentos ampliados pelas atuações sempre estruturadas e pacientes. Ao fim percebemos que há pouca gloria na conquista do clímax do filme, mas sim um largo e vazio cansaço.
Darkman: Vingança Sem Rosto
3.3 193 Assista AgoraTodos os atuais fãs de filmes de super herói deveriam ver (ou rever) Darkman. A grande maioria não iria gostar, afinal ali está muito mais o diretor de Evil Dead do que de Spiderman, mas todos iriam facilmente notar o largo raio de influência desse clássico. Desde a atmosfera sombria, já engatinhando o punk gótico de Gothan até as atuações, que esculpem bem o perfil maniqueísta funcional dos personagens chave de uma HQ. Um filme relativamente jovem, mas que pela indústria já nos parece tão antigo, mas o considerando assim vemos que ele “envelheceu” muito bem!
Oz: Mágico e Poderoso
3.2 2,1K Assista AgoraCom um o roteiro bobo e previsível (apenas se preocupado em fazer ganchos com a história original), atuações (destaque para Kunis e sua risada) artificiais e caricaturais e um design de produção tão exagerado que me causou tonturas Oz consegue ser mal acabado e muito pretensioso. Até diverte, mas rapidamente você nota uma nítida intenção “caça niqueis” por traz, algo como “eis aqui a criação de mais uma franquia de sucesso! Comprem!”. O mais estranho, mas de certa forma com uma interessante condução, é o fato de como o filme não ter conseguido os direitos de The Wonderful Wizard of Oz ele não parece estar sabendo fazer parte desse universo, o que acaba encaixando bem com o drama do protagonista. Um filme que era para ser leve e gostoso, mas se orna longo e chato.
Amor
4.2 2,2K Assista AgoraSe você já viu alguns poucos filmes de Haneke, logo se percebe uma certa ironia em um filme dele ter esse titulo. E como é maravilhoso descobrir ao longo do filme que não há ironia nenhuma e sim uma sincera e comovente análise do comportamento humano, envolvendo toda a multidimensionalidade dos nossos sentimentos e ações. Muito se diz do final “esmagador e agressivo” do filme, mas como se chocar apenas com um acontecimento, já que ele nos é contado já na primeira cena? A lenta e complexa construção dos personagens sim é o eixo estrutural desta obra. Algo como um cozido em fogo brando que para ficar bom precisa tomar tempo. Dessa forma tomamos cada detalhe como um pequeno universo, o pedaço nos conta o todo. Note como a grande e complicada casa do casal (que nunca nos é apresentada por inteiro) só é realmente dominada por eles próprios, simbolizando que ali há um elo compartilhado somente (nos excluindo por completo) por eles dois. Amour nos mostra uma beleza que não é vista normalmente no cinema, mas sim percebida por poucos na arte da vida real. E aí sim, lembramos do título e ele faz todo o sentido.
Loucos pela Notícia
3.3 20Humor é também coragem, coragem e pouco limite. Aqui tem os dois. Se apoiando no formato episódico (tão comuns em comédias no inicio dos anos 80) The Onion Movie consegue ser engraçado e crítico sem ser chato ou clichê. Ninguém é perdoado, muito menos eles (produção de cinema) próprios. A moral do filme em frente a bandeira americana é genial.
007: O Amanhã Nunca Morre
3.3 158 Assista AgoraSe em Goldeneye a ação sobrepujou em muito o clima 007, aqui o equilíbrio já foi bem mais interessante. Ainda temos algumas longas cenas explosivas que acabam se tornando cansativas, mas a grande maioria é muito bem dirigida e possui ótimos efeitos especiais contribuindo muito com o ritmo do filme. Brosnan ainda é um canastrão, mas está muito mais a vontade com o personagem. Conseguindo imprimir algum charme autentico ao agente. O roteiro também é excelente e acaba por pintar uma crítica aos meios de comunicação vigentes (auge da TV) na década de 90. Por fim, como não falar da Bondgirl, uma das primeiras a não ser hipnotizadas a primeira vista por Bond e sim se apaixonar ao longo dos acontecimentos que os cercam. É... Realmente é fácil de se apaixonar pelo filme!
As Sessões
3.8 629 Assista AgoraConstrangedor... Não da maneira que foi projetado para ser, já que não causa nenhum impacto moral, tão pouco nos emociona. Isso se deve a dois fatos. Primeiro o falso despudoramento impresso na trama. Fica claro que o diretor e mesmo os atores não consideram a história contada algo natural, mas fazem um esforço tão grande para parecer que torna tudo artificial e forçado. O segundo culpado são as atuações, todas elas se baseiam em apenas único ponto pra ficarem verossímeis. Helen Hunt se limita a atuar no automático, mas dessa vez nua, John Hawkes (I) em ser fiel as deficiências físicas de O'Brien e William H. Macy em ouvir, já que durante o filme todo é a unica coisa que faz. Isso torna os personagens unidimensionais e engessados. Por fim notamos que ali há uma história fantástica, mas só temos essa certeza depois que o filme acaba e damos uma pesquisada no google.
S.O.S.: Tem um Louco Solto no Espaço
3.5 173 Assista AgoraA graça do cinema paródia se baseia em dois pontos principais. Críticas ao parodiado (funcionando apenas no filme em questão) e gags cômicas (que funcionariam em qualquer filme). Spaceballs tem um equilíbrio entre estes dois pontos sensacional. Pena que o segundo quesito seja tão ruim e clichê (como o maldito capacete). Não que isso o derrube já que as piadas envolvendo não só Star Wars mas todos os bastidores da franquia ("Merchandising!") são muito engraçadas. Um bom Mel Brooks, mas longe de ser um destaque na carreira do diretor comediante.
Anna Karenina
3.7 1,2K Assista AgoraUm filme com o nome da protagonista e o diretor vai lá escolhe Keira Knightley como atriz principal? Impossível de dar certo. Como trabalha mal. Lotada de muletas e com uma interpretação que parece rasa mesmo em Piratas do Caribe. Mas os problemas não se encerram por ai. Apesar das elipses lindas fundindo o espetáculo teatral com o cinema, o filme se esquece que montagem tem também a função narrativa. Dessa forma rapidamente notamos que Anna ou é bipolar ou é uma completa idiota. Outro ponto problemático são as subtramas. Ao fim notamos o quão descartáveis e dispensáveis são, já que se preocupam apenas em render um simples eco narrativo. Pelo menos que bom que Seamus McGarvey nunca esteve tão bem. Com uma fotografia lindíssima, gerando um quadro para por em moldura a cada plano. O figurino também é maravilhoso, realmente digno do Oscar. Mas para por ai... Estética 10, já o resto...
O Lado Bom da Vida
3.7 4,7K Assista AgoraDe vez em vez uma comédia romântica se destaca. Mas aqui exageraram. O Lado Bom da Vida (titulo que só me afastou de vê-lo no cinema) tem seus pontos altos na criação dos personagens, seja pela boa atuação dos atores, seja pela direção leve e narrativa. Mas é justamente esse também o grande problema do filme, quase um salto para o desespero eu diria. Tudo que foi bem estruturado no inicio, vai dando lugar a situações rasas, repetitivas e clichês. Fazendo com que nos esquecemos dos personagens como pessoas e comecemos a entende-los como caricaturas funcionais trabalhando apenas para nos entreter e eventualmente arrancar alguma risada.
Disparos
2.7 35Um amontoado de clichês envolto em uma trama que não se sustenta. Ao final do filme quase da para ver a diretora suando na testa enquanto tenta rezar a missa e tocar o sino ao mesmo tempo. Pouca coisa é realmente legal ou criativa em disparos, desde a questão problema até o "estudo social" ao fim, esse, diga-se de passagem tão fajuto quanto a ridícula cena pós créditos.
O Som ao Redor
3.8 1,1K Assista AgoraFui ao cinema super atento ao aspecto técnico do desenho de som. Vi (ouvi) o filme me apoiando nisso. Ao mesmo tempo fui tolo de deixar passar algo, mas saí completamente deslumbrado. A estrutura é tão intricada e bem construída que gera um filme dentro de outro. No terço final, o resgate visual implicado pela edição de som nos trás a tona tudo (e mais) que já foi visto. Realmente emocionante. Ok, saí do cinema e aí comecei a digerir o que vi (vi), as alegorias, o estudo de classe, a riqueza de detalhes. Algo novo e, pelo menos por mim, nunca visto de uma forma tão natural e multidimensional. Agora quando consegui amalgamar som e imagem, minha cabeça explodiu. Não li muito a respeito da produção de O Som ao Redor, mas a complexidade imprimida ali é digno de uma obra prima de gênios.
Django Livre
4.4 5,8K Assista AgoraCinema. Tarantino não sabe, ou não quer, fazer filme sobre outro assunto. E com isso ele se estabelece não só como um dos maiores diretores da atualidade, mas também como um dos mais inteligentes e cultos. Comecei a me emocionar com Django pela fotografia. Repleta de planos abertos com a profundidade de campo enorme. Como não poderia ser diferente, a escolha de filmar em 2.35:1 é perfeita. Outro fato que impressiona é como o diretor (e aqui também roteirista) sabe incluir essa quantidade de referencias ao cinema (dessa vez Western Spaghetti e Blaxploitation) e auto-referencias sem parecer artificial ou forçado. Os únicos pontos que me desagradaram foram a grande quantidade de gags (quase não nos deixa tempo para apreciar a delicadeza de um quadro, por exemplo) e a atuação gelada de Jamie Foxx. Claro, tudo isso muito distante de prejudicar esse belo filme.
Os Miseráveis
4.1 4,2K Assista AgoraQuem começou com essa história de Tom Hooper saber dirigir? Não sei, mas hoje deve estar muito arrependido. Os Miseráveis tem material para gerar um filme fantástico, mas pela direção completamente perdida e repetitiva termina por ser um amontoado de planos bagunçados escondendo poucos takes emocionantes, que realmente valem a pena. Confesso que me emocionei com alguns monólogos (ou seriam solos?), mas toda a coesão entre eles (a relação entre as histórias e seus personagens) são mal acabadas e fora do ritmo. Detalhe para todas as sequencias de Sacha Baron Cohen e Helena Bonham Carter que ao invés de funcionarem como um alívio cômico só nos constrange e joga fora daquele universo.