Zemeckis sempre impressiona, ele passa segurança e controle sobre seus filmes. Mas para mim seu afastamento do live-action o prejudicou muito em O Voo. Construido muito bem em seus dois terços iniciais, temo personagens que, embora com dramas pessoais repetitivos, complexos e estruturados. Mas ao fim o filme apela de uma maneira grotesca a um moralismo maniqueísta que sinceramente me deu nojo. Típico desfecho americanóide, raso e fatalista. Uma pena. Destaque para a fotografia, super limpa e realista, quase documental (ao longo da projeção me perguntei mais de uma vez se a história era real) e para atuação de Denzel Washington. Em fim, um filme televisivo quase no automático.
Apesar de tudo eu gosto muito de filmes de gênero. Para mim eles configuram a essência do cinema entretenimento, claro que isso não significa que ele possa ser oco, dirigido no automático. Por isso foi uma boa surpresa constatar que Ruby Sparks é muito bem conduzido e mesmo com todos os clichês, nos diverte. A direção segura do casal Jonathan Dayton e Valerie Faris sabe explorar o universo do roteiro de Kazan. Não necessitamos saber nada alem do que nos é contato. Isso gera uma estrutura coesa que mesmo nas passagens mais piegas ou constrangedoras (vide o clímax) passar uma naturalidade agradável e satisfatória.
É impossível gostar de cinema e ficar indiferente a Holy Motors. Não digo nem pelas alegorias e críticas ao cinema atual (essas, confesso que só compreendi melhor após leituras de análises), mas pela sensibilidade em filmar, pela cenografia multifacetada e pela estética tão bonita e artística estruturada por Leos Carax. Muito tempo se perde em buscar entender, decifrar os símbolos ali montados. Mas cinema não é só conteúdo, é também (antes de tudo) forma. E aqui sim, cabe a cinéfilos, críticos, artistas e cinemeiros de final de semana apreciar e, porque não, se emocionar.
Um filme raro. É muito difícil ver nada funcionando no cinema. Ainda mais uma grande produção, com ótimos atores e uma diretora já segura do seu trabalho. Tempestade não tem nada de bom... O design de produção é brega e tão barato que sempre nos causa constrangimento, a direção (principalmente dos atores) bagunçada e super oscilante. Agora, o roteiro... Ta aí a prova que a obra original nada tem a ver com as adaptações. Mesmo sendo essa uma obra um pouco controversa, aposto que é a pior reprodução de Shakespeare dos últimos 100 anos. Não digo para fugir porque cinema deve ser visto, mas no mínimo evite.
Não entendo porque este é um filme aclamado. Será somente por conta do jogo? Pela primeira vez não vi um 007 e sim um filme de ação envolvendo espionagem tão mal dirigido que não me assustaria se tratar de Michael Bay. As sequencias de ação são longas, chatas e com cortes tão rápidos que não causa tensão e sim enjoo. A atuação de Brosnan me fez ter saudade de Lazenby, canastrão ao extremo não fazendo jus nem as verdades lhe dita pela nova M. Por fim um roteiro bagunçado e pouco atrativo, apesar da boa premissa. Me pareceu o filme mais comercial de toda a franquia até agora.
Apesar do tema super explorado e da direção ligeiramente televisiva Uma Vida Melhor consegue ser fluido e tocante. Um dos grande responsáveis por isso é sem dúvida a atuação de Demián Bichir, sabendo ser natural e ao mesmo tempo imprimir uma carga emotiva densa em cada diálogo. A montagem acerta na linearidade da estrutura, dando um tom realista e nada melodramático. Um filme simples, bonito e funcional.
Spielberg conseguiu mostrar em Munique que consegue e sabe fazer um filme sério (leia isento de qualquer temática infanto-juvenil). Mas me parece (tomando como base seus últimos três live-action) que ele está no automático. Novamente insistindo no argumento "chore ou eu te mato" rapidamente o filme se torna repetitivo e melodramático. O que salva ao fim é o artista que mora naquele diretor. Conseguindo criar planos tão estéticos que acabamos por somente lembrar deles nos esquecendo das apelações. Um filme bonito e comovente, mas mais um Spielberg menor e medíocre.
É fácil ver como Paul Thomas Anderson é um cineasta sem igual e muito superior a maioria que comecemos hoje em dia. A sua direção é arte o tempo inteiro, el sabe criar planos que nos faz satisfeitos de ter ido a projeção apenas por vê-los. O Mestre é cinema em sua forma mais pura e e bem feita. Mas não sou cinéfilo o suficiente para me contentar com o espetáculo. Logo apesar de tudo não me envolvi em nenhum momento com o filme tão pouco o achei agradável de assisti-lo. O estudo de personagens toma ao fim um rumo chato e repetitivo. Talvez no futuro consiga vê-lo novamente e me satisfazer por completo, mas não foi dessa vez.
Imagino que até figurinha da ice-kiss sobre o Tropicalismo seria fascinante. A quantidade de cabeças pensantes naquele movimento foi uma coisa unica na história brasileira. Até certo momento Tropicália consegue nos passar essa ideia nos mostrando o raio de influencia que alcançaram e como muito o que vemos e ouvimos hoje pode ser diretamente relacionado com aquele momento. Porém o grande problema do documentário é a maior preocupação dada a estrutura do filme do que a fatos ali contados. Ao fim fiquei meio perdido, com mais lembranças das imagens mostradas do que pelos acontecimentos documentados.
Dalton não deu certo. Não que ele trabalhe mal, mas realmente como Bond não funcionou. Lhe falta carisma, charme e bom humor (talvez seja o medo da era Moore). Quando o filme também não ajuda, tudo fica pior. A premissa tem tudo para ser um clássico dentro da franquia, mas desanda completamente em todas as conclusões de suas sub tramas. Outro fato que prejudica muito a narrativa é o triangulo amoroso, nada natural e sempre mal montado. Só servindo para quebrar a fluidez do filme. Concordo que visualizar essa faceta de James Bond foi interessantíssimo, pela primeira vez ele está a serviço dele mesmo. Mas mesmo assim isso não foi suficiente para salvar a franquia dos próximos 7 anos de recesso.
Antes de mais nada é muito legal ver produções norte americanas beberem da fonte Tropa de Elite. O que fica claro nas câmeras subjetivas, no realismo da mixagem de som e na fotografia crua, de caráter documental. Marcados para Morrer nôs prende do inicio ao fim, mérito da direção que sabe explorar o lado humano dos policiais, extraindo (muitas vezes a fórceps) cada gota de caráter e simpatia dos protagonistas. Pena que em alguns momentos apele para o melodrama, tirando força da trama assim como a deixando previsível. A escolha de fazer um mockumentary é no mínimo caótica. Ao mesmo tempo que Ayer fica a vontade nesse gênero gerando planos realistas e interessantes, se perde por completo por colocar câmeras nas mãos dos bandidos ou mesmo ignorar toda a estrutura fazendo uma panorâmica aérea. Mas deslizes a parte, é um filme envolvente com ótimo ritmo .
Quanta beleza! Que tocante! Não entendo nada de dança tão pouco tenho o costume de assistir espetáculos relacionados. Mas para apreciar e se emocionar com Pina, isso não é necessário. Do ponto de vista documental é no mínimo revolucionário. A forma como Wenders nos apresenta a dançarina é linda. Se baseia na construção das pessoas com seus depoimentos seguidos de uma desconstrução das mesmas com a dança. De pouco em pouco vamos percebendo e assimilando Pina. A delicadeza dos planos, a beleza da fotografia e a fluidez da montagem nos faz pensar se cada um daqueles espetáculos não foram feitos para a tela ao invés do palco. Ao fim não buscamos mais uma mensagem, ou o entendimento de cada peça, apenas afloram sentimentos puros e crus. De encher os olhos d'água!
Sem nenhuma dúvida o mais sóbrio até agora. Provavelmente para tentar apagar as sombras cômicas deixadas por Moore. De qualquer forma é um ótimo filme de espionagem, a trama é bem plausível e intricada, a direção se aproveita desse fato gerando um ar realista, a fotografia é muito bonita sabendo explorara as locações áridas, mas o grande problema está nos personagens. Timothy Dalton trabalha bem e possui consistência, porém lhe falta carisma e charme. A Bondgirl, apesar de linda, é sem ação e apática. Por fim senti falta de um vilão central, alguém dando rosto a "maldade". Talvez se este fosse o primeiro filme da franquia seria mais interessante, mas já é o 15º e já temos intimidade com o agente o suficiente.
Qual a saída quando o impedem de fazer o que ama? Para o cineasta Jafar Panahi foi não fazer um filme. Magritteanismos a parte, Isto Não É um Filme é um filme sobre paixão. Claro que a critica velada, mas mesmo assim afiada, está presente. Mas ver a motivação que resultou neste filme é uma das coisas mais lindas que vi no cinema.
Como a maioria das sequencias está também não tem o peso do filme que a precede. Mas é interessante ver como Solondz fecha o seus personagens não como novos bizarros acontecimentos mas com reflexões e divagações sobre o que aconteceu com eles. Isto tudo usando como pano de fundo a paranoia americana pós 11/09. Embora não tão descarado quanto Felicidade a critica a sociedade classe média vivendo o seu "sonho americano" está presente em quase todos os diálogos. Note como a mãe e seu namorado se perdem por completo na conversa com o filho sobre o ato de perdoar. A fotografia nostálgica, as vezes tomando alguns tons sépia deixa claro que mesmo sendo outros atores em uma nova fase da vida, seus fantasmas ainda os atormentam (no caso de Joy literalmente).
Ver um filme que se passa dentro de uma limusine, com essa carga de diálogos e não o achar parado ou chato já é algo impressionante. Mérito da direção que aliada a montagem, sabe sempre imprimir um ritmo e uma riqueza de detalhes que nos faz querer acompanhar o desenvolvimento do dia do bilionário. A fotografia é digna de nota. Uma palheta quente, um pouco saturada destacando qualquer pingo de cor dentro daquele mar de couro e metal polido. Mas o grande pecado do filme é a sua pretensão. Ele parece desejar que cada dialogo, cada divagação seja uma aula. Claro que há passagens interessantíssimas abordando o capitalismo e a sociedade. Mas, principalmente nos dois terços finais, surge a famosa "filosofada". Que acaba por tornar o filme um pouco cansativo e desinteressante. Ao fim notamos que há sim algo de grandioso ali dentro, só que encoberto e misturado.
A redenção de Roger Moore! Não que o considere um Bond ruim (pelo contrario o meu 007 predileto é com ele), mas depois dos últimos três filmes (embora me simpatize com Octopussy) a franquia desandou. Mas felizmente temos uma ótima guinada. Com o vilão mais sanguinário até agora (uma ótima interpretação de Walken, conseguindo dar profundidade ao personagem) atrama se desenvolve fácil e envolvente. Moore apesar da idade está muito bem (parte por ter segurado suas malditas gags) sempre charmoso e elegante mas se virando ativamente nas sequencias de ação. A Bondgirl é um capitulo a parte. Confesso que inicialmente não gostei, mas por sua personalidade May Day sabe nos ganhar ao longo do filme. Por fim vale ressaltar o quanto a direção de John Glen evoluiu. Aqui ele está completamente a vontade inclusive para inovar, conseguindo imprimir um ritmo mais agitado e rápido ao filme. Apesar dos pesares, sentirei saudades de Roger Moore...
É impressionante como uma drama familiar que se incia de uma forma simples e convencional nos envolve tanto que não vemos o tempo passar e ficamos cada vez mais tocados com o ponto de vista de cada um dos personagens. Existem dois grandes culpados para isso. Primeiro a direção, segura e serena. Nos colocando a par da situação a medida que ela vai ocorrendo e sempre nos mantendo próximo não do lado certo ou do errado, mas das pessoas ali envolvidas. E não menos importante a montagem. Fantástica! Nos mostrando apenas o necessário, fazendo com devoremos cada cena a espera de mais. Um filme que enternece tanto pela qualidade técnica quanto pela beleza em si.
Passado o susto dos últimos dois filmes temos aqui um bom 007, mas ainda bem aquém do auge. Com um roteiro confuso, que demora a nos envolver na trama, as malditas gags que viraram marca registrada de Moore e a montagem que embora trabalhe muito bem nas cenas de ação peque ao longo do filme por torna-lo desorganizado. Mas ainda sim ele tem seus méritos. Um dos mais louváveis é a Bond Girl, a primeira antagonista (Maud Adams com uma interpretação rasa, mas com certa personalidade). A direção também me agradou bastante, detalhista e segura. E por fim o clímax. Um dos mais tensos e eletrizantes da era Moore. Logo temos a impressão de ter visto um bom filme de ação, mas um 007 nó máximo mediano.
Um filme lindíssimo. Extremamente bem filmado, com planos sempre calmos, mas muito bem pensados. Uma fotografia orgânica, natural algo assemelhando-se a um realismo documental. Ao meio disso tudo uma vasta reflexão sobre morte, destino e a inexorabilidade da vida em suas pequenas coisas. Mas tudo isso encoberto em curtas 1 hora e 20 chatíssimas... Um filme que requer e exige muito mesmo sendo tão pleno.
Um filme que vai além. Seja pela fotografia (sempre no limiar entre o feio e o sublime) ou pelo roteiro (de um lirismo tão pungente, difícil de se ver no cinema) Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo toca pelo realismo sincero e sensível. Detalhe mais que pessoal da minha parte pelo drama do protagonista por ele ser geólogo. Vida solitária de muito mato e morro, fechado e alto...
Já começo a me cansar de Moore como o agente, e acho que ele também... Não tão ruim como o ultimo da franquia, mas mesmo assim muito longe do que ela já ofereceu. Em Somente Para Seus Olhos o grande vilão é o roteiro. Vago, morno e mal amarrado. Até a metade do filme parece que nada ocorreu. Ainda não conhecemos o vilão, a questão problema não ficou clara e nem mesmo a Bond Girl se manifestou. Outro fator que não contribui com a trama é a direção. Não que ela seja medíocre, mas é descuidadosa. Tornando o filme um amontoado de pequenos erros. Restando, para salvar a projeção, somente as cenas de ação. Que mesmo muitas sendo recicladas, ainda transmitem a energia suficiente para dar um bom ritmo.
Uma aula de direção e cinema de uma forma geral. A sensacional fotografia consegue tornar a trama ainda mais metalinguística e complexa, note como a alternância na granulação, saturação e cor pode nos indicar a sequencia se passa na realidade, em um sonho ou num filme (estes dois últimos sempre se misturando). Realmente fantástico!
Então uma estável e poderosa franquia despenca mais baixo do que qualquer um gostaria de ver. Um filme não mais que medonho. É triste ver o quão Lewis Gilbert perde a mão. O que antes era charme virou exagero, gags viram puro pastelão, direção de arte futurista se transforma em cafonice! Nada deu certo! Espero que se recupere no próximo, porque este foi desanimador...
O Voo
3.6 1,4K Assista AgoraZemeckis sempre impressiona, ele passa segurança e controle sobre seus filmes. Mas para mim seu afastamento do live-action o prejudicou muito em O Voo. Construido muito bem em seus dois terços iniciais, temo personagens que, embora com dramas pessoais repetitivos, complexos e estruturados. Mas ao fim o filme apela de uma maneira grotesca a um moralismo maniqueísta que sinceramente me deu nojo. Típico desfecho americanóide, raso e fatalista. Uma pena. Destaque para a fotografia, super limpa e realista, quase documental (ao longo da projeção me perguntei mais de uma vez se a história era real) e para atuação de Denzel Washington. Em fim, um filme televisivo quase no automático.
Ruby Sparks - A Namorada Perfeita
3.8 1,4KApesar de tudo eu gosto muito de filmes de gênero. Para mim eles configuram a essência do cinema entretenimento, claro que isso não significa que ele possa ser oco, dirigido no automático. Por isso foi uma boa surpresa constatar que Ruby Sparks é muito bem conduzido e mesmo com todos os clichês, nos diverte. A direção segura do casal Jonathan Dayton e Valerie Faris sabe explorar o universo do roteiro de Kazan. Não necessitamos saber nada alem do que nos é contato. Isso gera uma estrutura coesa que mesmo nas passagens mais piegas ou constrangedoras (vide o clímax) passar uma naturalidade agradável e satisfatória.
Holy Motors
3.9 652É impossível gostar de cinema e ficar indiferente a Holy Motors. Não digo nem pelas alegorias e críticas ao cinema atual (essas, confesso que só compreendi melhor após leituras de análises), mas pela sensibilidade em filmar, pela cenografia multifacetada e pela estética tão bonita e artística estruturada por Leos Carax. Muito tempo se perde em buscar entender, decifrar os símbolos ali montados. Mas cinema não é só conteúdo, é também (antes de tudo) forma. E aqui sim, cabe a cinéfilos, críticos, artistas e cinemeiros de final de semana apreciar e, porque não, se emocionar.
A Tempestade
2.7 155Um filme raro. É muito difícil ver nada funcionando no cinema. Ainda mais uma grande produção, com ótimos atores e uma diretora já segura do seu trabalho. Tempestade não tem nada de bom... O design de produção é brega e tão barato que sempre nos causa constrangimento, a direção (principalmente dos atores) bagunçada e super oscilante. Agora, o roteiro... Ta aí a prova que a obra original nada tem a ver com as adaptações. Mesmo sendo essa uma obra um pouco controversa, aposto que é a pior reprodução de Shakespeare dos últimos 100 anos. Não digo para fugir porque cinema deve ser visto, mas no mínimo evite.
007 Contra GoldenEye
3.6 269 Assista AgoraNão entendo porque este é um filme aclamado. Será somente por conta do jogo? Pela primeira vez não vi um 007 e sim um filme de ação envolvendo espionagem tão mal dirigido que não me assustaria se tratar de Michael Bay. As sequencias de ação são longas, chatas e com cortes tão rápidos que não causa tensão e sim enjoo. A atuação de Brosnan me fez ter saudade de Lazenby, canastrão ao extremo não fazendo jus nem as verdades lhe dita pela nova M. Por fim um roteiro bagunçado e pouco atrativo, apesar da boa premissa. Me pareceu o filme mais comercial de toda a franquia até agora.
Uma Vida Melhor
3.6 159 Assista AgoraApesar do tema super explorado e da direção ligeiramente televisiva Uma Vida Melhor consegue ser fluido e tocante. Um dos grande responsáveis por isso é sem dúvida a atuação de Demián Bichir, sabendo ser natural e ao mesmo tempo imprimir uma carga emotiva densa em cada diálogo. A montagem acerta na linearidade da estrutura, dando um tom realista e nada melodramático. Um filme simples, bonito e funcional.
Lincoln
3.5 1,5KSpielberg conseguiu mostrar em Munique que consegue e sabe fazer um filme sério (leia isento de qualquer temática infanto-juvenil). Mas me parece (tomando como base seus últimos três live-action) que ele está no automático. Novamente insistindo no argumento "chore ou eu te mato" rapidamente o filme se torna repetitivo e melodramático. O que salva ao fim é o artista que mora naquele diretor. Conseguindo criar planos tão estéticos que acabamos por somente lembrar deles nos esquecendo das apelações. Um filme bonito e comovente, mas mais um Spielberg menor e medíocre.
O Mestre
3.7 1,0K Assista AgoraÉ fácil ver como Paul Thomas Anderson é um cineasta sem igual e muito superior a maioria que comecemos hoje em dia. A sua direção é arte o tempo inteiro, el sabe criar planos que nos faz satisfeitos de ter ido a projeção apenas por vê-los. O Mestre é cinema em sua forma mais pura e e bem feita. Mas não sou cinéfilo o suficiente para me contentar com o espetáculo. Logo apesar de tudo não me envolvi em nenhum momento com o filme tão pouco o achei agradável de assisti-lo. O estudo de personagens toma ao fim um rumo chato e repetitivo. Talvez no futuro consiga vê-lo novamente e me satisfazer por completo, mas não foi dessa vez.
Tropicália
4.1 289 Assista AgoraImagino que até figurinha da ice-kiss sobre o Tropicalismo seria fascinante. A quantidade de cabeças pensantes naquele movimento foi uma coisa unica na história brasileira. Até certo momento Tropicália consegue nos passar essa ideia nos mostrando o raio de influencia que alcançaram e como muito o que vemos e ouvimos hoje pode ser diretamente relacionado com aquele momento. Porém o grande problema do documentário é a maior preocupação dada a estrutura do filme do que a fatos ali contados. Ao fim fiquei meio perdido, com mais lembranças das imagens mostradas do que pelos acontecimentos documentados.
007: Permissão Para Matar
3.4 150 Assista AgoraDalton não deu certo. Não que ele trabalhe mal, mas realmente como Bond não funcionou. Lhe falta carisma, charme e bom humor (talvez seja o medo da era Moore). Quando o filme também não ajuda, tudo fica pior. A premissa tem tudo para ser um clássico dentro da franquia, mas desanda completamente em todas as conclusões de suas sub tramas. Outro fato que prejudica muito a narrativa é o triangulo amoroso, nada natural e sempre mal montado. Só servindo para quebrar a fluidez do filme. Concordo que visualizar essa faceta de James Bond foi interessantíssimo, pela primeira vez ele está a serviço dele mesmo. Mas mesmo assim isso não foi suficiente para salvar a franquia dos próximos 7 anos de recesso.
Marcados para Morrer
3.8 480 Assista AgoraAntes de mais nada é muito legal ver produções norte americanas beberem da fonte Tropa de Elite. O que fica claro nas câmeras subjetivas, no realismo da mixagem de som e na fotografia crua, de caráter documental. Marcados para Morrer nôs prende do inicio ao fim, mérito da direção que sabe explorar o lado humano dos policiais, extraindo (muitas vezes a fórceps) cada gota de caráter e simpatia dos protagonistas. Pena que em alguns momentos apele para o melodrama, tirando força da trama assim como a deixando previsível. A escolha de fazer um mockumentary é no mínimo caótica. Ao mesmo tempo que Ayer fica a vontade nesse gênero gerando planos realistas e interessantes, se perde por completo por colocar câmeras nas mãos dos bandidos ou mesmo ignorar toda a estrutura fazendo uma panorâmica aérea. Mas deslizes a parte, é um filme envolvente com ótimo ritmo .
Pina
4.4 408Quanta beleza! Que tocante! Não entendo nada de dança tão pouco tenho o costume de assistir espetáculos relacionados. Mas para apreciar e se emocionar com Pina, isso não é necessário. Do ponto de vista documental é no mínimo revolucionário. A forma como Wenders nos apresenta a dançarina é linda. Se baseia na construção das pessoas com seus depoimentos seguidos de uma desconstrução das mesmas com a dança. De pouco em pouco vamos percebendo e assimilando Pina. A delicadeza dos planos, a beleza da fotografia e a fluidez da montagem nos faz pensar se cada um daqueles espetáculos não foram feitos para a tela ao invés do palco. Ao fim não buscamos mais uma mensagem, ou o entendimento de cada peça, apenas afloram sentimentos puros e crus. De encher os olhos d'água!
007: Marcado para a Morte
3.4 138 Assista AgoraSem nenhuma dúvida o mais sóbrio até agora. Provavelmente para tentar apagar as sombras cômicas deixadas por Moore. De qualquer forma é um ótimo filme de espionagem, a trama é bem plausível e intricada, a direção se aproveita desse fato gerando um ar realista, a fotografia é muito bonita sabendo explorara as locações áridas, mas o grande problema está nos personagens. Timothy Dalton trabalha bem e possui consistência, porém lhe falta carisma e charme. A Bondgirl, apesar de linda, é sem ação e apática. Por fim senti falta de um vilão central, alguém dando rosto a "maldade". Talvez se este fosse o primeiro filme da franquia seria mais interessante, mas já é o 15º e já temos intimidade com o agente o suficiente.
Isto Não É um Filme
3.9 54Qual a saída quando o impedem de fazer o que ama? Para o cineasta Jafar Panahi foi não fazer um filme. Magritteanismos a parte, Isto Não É um Filme é um filme sobre paixão. Claro que a critica velada, mas mesmo assim afiada, está presente. Mas ver a motivação que resultou neste filme é uma das coisas mais lindas que vi no cinema.
A Vida Durante a Guerra
3.3 117Como a maioria das sequencias está também não tem o peso do filme que a precede. Mas é interessante ver como Solondz fecha o seus personagens não como novos bizarros acontecimentos mas com reflexões e divagações sobre o que aconteceu com eles. Isto tudo usando como pano de fundo a paranoia americana pós 11/09. Embora não tão descarado quanto Felicidade a critica a sociedade classe média vivendo o seu "sonho americano" está presente em quase todos os diálogos. Note como a mãe e seu namorado se perdem por completo na conversa com o filho sobre o ato de perdoar. A fotografia nostálgica, as vezes tomando alguns tons sépia deixa claro que mesmo sendo outros atores em uma nova fase da vida, seus fantasmas ainda os atormentam (no caso de Joy literalmente).
Cosmópolis
2.7 1,0K Assista AgoraVer um filme que se passa dentro de uma limusine, com essa carga de diálogos e não o achar parado ou chato já é algo impressionante. Mérito da direção que aliada a montagem, sabe sempre imprimir um ritmo e uma riqueza de detalhes que nos faz querer acompanhar o desenvolvimento do dia do bilionário. A fotografia é digna de nota. Uma palheta quente, um pouco saturada destacando qualquer pingo de cor dentro daquele mar de couro e metal polido. Mas o grande pecado do filme é a sua pretensão. Ele parece desejar que cada dialogo, cada divagação seja uma aula. Claro que há passagens interessantíssimas abordando o capitalismo e a sociedade. Mas, principalmente nos dois terços finais, surge a famosa "filosofada". Que acaba por tornar o filme um pouco cansativo e desinteressante. Ao fim notamos que há sim algo de grandioso ali dentro, só que encoberto e misturado.
007: Na Mira dos Assassinos
3.4 141 Assista AgoraA redenção de Roger Moore! Não que o considere um Bond ruim (pelo contrario o meu 007 predileto é com ele), mas depois dos últimos três filmes (embora me simpatize com Octopussy) a franquia desandou. Mas felizmente temos uma ótima guinada. Com o vilão mais sanguinário até agora (uma ótima interpretação de Walken, conseguindo dar profundidade ao personagem) atrama se desenvolve fácil e envolvente. Moore apesar da idade está muito bem (parte por ter segurado suas malditas gags) sempre charmoso e elegante mas se virando ativamente nas sequencias de ação. A Bondgirl é um capitulo a parte. Confesso que inicialmente não gostei, mas por sua personalidade May Day sabe nos ganhar ao longo do filme. Por fim vale ressaltar o quanto a direção de John Glen evoluiu. Aqui ele está completamente a vontade inclusive para inovar, conseguindo imprimir um ritmo mais agitado e rápido ao filme. Apesar dos pesares, sentirei saudades de Roger Moore...
A Separação
4.2 726 Assista AgoraÉ impressionante como uma drama familiar que se incia de uma forma simples e convencional nos envolve tanto que não vemos o tempo passar e ficamos cada vez mais tocados com o ponto de vista de cada um dos personagens. Existem dois grandes culpados para isso. Primeiro a direção, segura e serena. Nos colocando a par da situação a medida que ela vai ocorrendo e sempre nos mantendo próximo não do lado certo ou do errado, mas das pessoas ali envolvidas. E não menos importante a montagem. Fantástica! Nos mostrando apenas o necessário, fazendo com devoremos cada cena a espera de mais.
Um filme que enternece tanto pela qualidade técnica quanto pela beleza em si.
007 Contra Octopussy
3.4 140 Assista AgoraPassado o susto dos últimos dois filmes temos aqui um bom 007, mas ainda bem aquém do auge. Com um roteiro confuso, que demora a nos envolver na trama, as malditas gags que viraram marca registrada de Moore e a montagem que embora trabalhe muito bem nas cenas de ação peque ao longo do filme por torna-lo desorganizado. Mas ainda sim ele tem seus méritos. Um dos mais louváveis é a Bond Girl, a primeira antagonista (Maud Adams com uma interpretação rasa, mas com certa personalidade). A direção também me agradou bastante, detalhista e segura. E por fim o clímax. Um dos mais tensos e eletrizantes da era Moore. Logo temos a impressão de ter visto um bom filme de ação, mas um 007 nó máximo mediano.
As Quatro Voltas
3.9 35Um filme lindíssimo. Extremamente bem filmado, com planos sempre calmos, mas muito bem pensados. Uma fotografia orgânica, natural algo assemelhando-se a um realismo documental. Ao meio disso tudo uma vasta reflexão sobre morte, destino e a inexorabilidade da vida em suas pequenas coisas. Mas tudo isso encoberto em curtas 1 hora e 20 chatíssimas... Um filme que requer e exige muito mesmo sendo tão pleno.
Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo
3.9 502 Assista AgoraUm filme que vai além. Seja pela fotografia (sempre no limiar entre o feio e o sublime) ou pelo roteiro (de um lirismo tão pungente, difícil de se ver no cinema) Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo toca pelo realismo sincero e sensível.
Detalhe mais que pessoal da minha parte pelo drama do protagonista por ele ser geólogo. Vida solitária de muito mato e morro, fechado e alto...
007: Somente Para Seus Olhos
3.5 120 Assista AgoraJá começo a me cansar de Moore como o agente, e acho que ele também... Não tão ruim como o ultimo da franquia, mas mesmo assim muito longe do que ela já ofereceu. Em Somente Para Seus Olhos o grande vilão é o roteiro. Vago, morno e mal amarrado. Até a metade do filme parece que nada ocorreu. Ainda não conhecemos o vilão, a questão problema não ficou clara e nem mesmo a Bond Girl se manifestou. Outro fator que não contribui com a trama é a direção. Não que ela seja medíocre, mas é descuidadosa. Tornando o filme um amontoado de pequenos erros. Restando, para salvar a projeção, somente as cenas de ação. Que mesmo muitas sendo recicladas, ainda transmitem a energia suficiente para dar um bom ritmo.
Vivendo no Abandono
4.0 23Uma aula de direção e cinema de uma forma geral. A sensacional fotografia consegue tornar a trama ainda mais metalinguística e complexa, note como a alternância na granulação, saturação e cor pode nos indicar a sequencia se passa na realidade, em um sonho ou num filme (estes dois últimos sempre se misturando). Realmente fantástico!
007 Contra o Foguete da Morte
3.2 175 Assista AgoraEntão uma estável e poderosa franquia despenca mais baixo do que qualquer um gostaria de ver. Um filme não mais que medonho. É triste ver o quão Lewis Gilbert perde a mão. O que antes era charme virou exagero, gags viram puro pastelão, direção de arte futurista se transforma em cafonice! Nada deu certo! Espero que se recupere no próximo, porque este foi desanimador...