Isso é o que eu chamo de filme honesto. Robert Benton não tem medo de mostrar a dor e o sofrimento de forma crua e direta sem apelar para o melodrama. Arte é isso, honestidade, acima de tudo.
Só a presença de Anna Mouglalis e de Mads Mikkelsen já vale o longa. Maquiagem, figurino e direção de arte entregam a ambientação perfeita, requisito básico de filmes de época. A paleta de cores traz o espírito moderno e austero da personagem. A metalinguagem e as rimas sonoro-visuais enriquecem a narrativa, expondo angústias e sentimentos dos amantes, além de contribuir para a imersão do espectador na caótica apresentação de Stravinsky no Théâtre des Champs-Élysées. O roteiro não tem pressa em construir a relação dos dois artistas, algo que a fotografia de David Ungaro aproveita com elegância para abusar na contemplação do excelente trabalho técnico de ambientação. A câmera de Ungaro é fluida e corajosa, combinando takes longos, close-ups e posicionamentos que enudecem as personagens, como se alguém as observasse para captar suas emoções. Mas infelizmente...
... Ao invés de fechar o longa com a execução da nova sinfonia de Stravinsky, o diretor era mão e nos entrega flashbacks e saltos temporais insatisfatórios, tirados de telenovelas e melodramas baratos, uma decepção.
Ron Howard dá uma aula de cinema e entrega um filme completo. Incrível como ele consegue balancear e alternar as cenas dramáticas e as humorísticas de maneira saudável e crível sem que o filme perca o ritmo, apele para o dramalhão ou se torne um pastelão. Sobriedade é importante quando o filme é baseado em fatos reais. Por isso, ele também tem a decência de ser honesto com o espectador e mostrar a gravidade dos ferimentos dos pilotos e não desviar a câmera durante o acidente e o tratamento de Nikki Lauda. Chega a ser cruel, mas assim é a realidade, nua e crua. Destaque também para a competente fotografia de Anthony Dod Mantle que faz o filme saltar da tela. A combinação de lentes e filtros antigos com paletas de cores vibrantes dá vida aos anos 70 e mantém a frescura e a modernidade do longa. Os close ups capturam as emoções dos pilotos, as IndiCams registram os pequenos detalhes do cockpit, o posicionamento e o movimento das câmeras contribuem para a imersão do espectador e a manutenção da adrenalina - objetivo o qual a dupla de edição também foi responsável por alcançar. Aquela cena em que o som ao redor de Nikki some quando ele fechar o capacete, ilustrando a sua introspecção e concentração é uma rima bastante simples, mas tão eficiente e inesperada que para mim chega a ser uma poesia. Vale ressaltar que Mantle entrou literalmente nas chamas para emular o terror de Lauda no cockpit - isso sim é coragem, comprometimento e paixão pela fotografia. O design de produção, a direção de arte, o figurino e a maquiagem corroboram ainda mais para a competente ambientação do longa. A mixagem e edição de som também valem elogios, afinal, quando o ronco dos motores faz a sala tremer é de arrepiar, tudo muito bem equalizado para não soar gratuito, alto ou agressivo demais. E o que falar do elenco principal? Chris está bem à vontade no papel e mostra que sabe aproveitar uma grande oportunidade. Mas e sobre Brühl? Incrível como as premiações fecharam os olhos para uma interpretação tão apaixonada e acima da média. Impossível não se emocionar com a personagem. Por fim, não consigo tirar o tema de Hans Zimmer da cabeça!
Uma grande decepção. O longa nem mesmo cumpre a sua proposta. A ideia inspirada no Apartheid era excepcional: simular um documentário sobre a coexistência de dois coletivos conflitantes. Infelizmente, a dificuldade do público médio em se identificar com o coletivo forçou a individualização da história em uma personagem central, destruindo o coletivismo inovador da proposta. Outro problema é o desnecessário uso da ação para dar urgência à história e garantir o famoso entretenimento light ao público médio, arruinando de vez a abordagem sci fi e documental do longa.
Depois de Kubrick satirizar os bastidores da Guerra Fria, é a vez de Lumet satirizar os bastidores da mídia. Sua direção hipnótica e de ritmo crescente combinada ao roteiro corrosivo de Paddy Chayefsky e às atuações afiadíssimas do grande elenco formam o propulsor do trem que corre desenfreado em direção ao clímax do longa. Network não é somente o retrato dos bastidores da mídia, mas também uma pequena amostra do verdadeiro espírito do capitalismo.
Patrick é um ilustração da patologia e da ultraviolência que a sociedade do consumo, a modernidade líquida, o mito da dignificação do trabalho e a falácia do sonho americano são capazes de criar
Junte o peso da direção de Refn, a overacting brilhante de Tom Hardy, a fotografia claustrofóbica, a trilha-sonora surreal, a ultraviolência, o humor-negro e uma pitada de cromo para fazer um moloko vellocet fresquinho, salute!
Mais que apenas uma aula cinematográfica ou um estudo de personagem, Trainspotting é uma ilustração trágica da sociedade pós-moderna. Boyne nos entrega um filme coeso em todos os aspectos, mostrando como o conjunto da obra é importantíssimo para o cinema arte.
Realmente este é um filme brilhante. A parte técnica é bastante competente - destaque para a fotografia, edição imagem/som e trilha sonora. Entendo que parte da crítica ficou insatisfeita por não ver o filme como uma homenagem ao jazz, mas acredito que a homenagem foi feita - como baterista, não dá pra não arrepiar toda vez que se vê um poster ou se ouve as composições de Buddy Rich. Talvez o desapontamento aconteça pelo fato de que o filme funcione mais com uma mensagem de superação - "the film is a literal portrayal of the artist’s struggle as well as a powerful metaphor" - Kyle Prohaska
Confesso que na primeira vez que assisti ao filme não fui capaz de digerir e assimilar por completo toda a riqueza de detalhes dessa obra-prima. Sabia que precisava assisti-lo novamente, pois não estava pronto para tamanha genialidade. É raríssimo um cineasta criar uma novo estilo de cinema, mas Wes Anderson é esse tipo de artista.
Através do depoimento do estranho vazio no retiro espiritual, Don percebe que não é um perdedor - apesar de todos os seus defeitos e de sua crise existencial. No final, durante a última meditação, o Mad Man aceita a si mesmo - repare que ele diz "home" ao invés do mantra, referindo-se a McCain - e tem uma revelação: o novo comercial da Coca-Cola! Final perfeito, sem redenção!
O Visão dando uma aula de filosofia sobre a Teoria do Caos e o Argumento do Cogito? E de quebra levantando o Mjolnir? É demais, assim o coração não aguenta!
Kramer vs. Kramer
4.1 551 Assista AgoraIsso é o que eu chamo de filme honesto. Robert Benton não tem medo de mostrar a dor e o sofrimento de forma crua e direta sem apelar para o melodrama. Arte é isso, honestidade, acima de tudo.
Coco Chanel & Igor Stravinsky
3.6 110Só a presença de Anna Mouglalis e de Mads Mikkelsen já vale o longa. Maquiagem, figurino e direção de arte entregam a ambientação perfeita, requisito básico de filmes de época. A paleta de cores traz o espírito moderno e austero da personagem. A metalinguagem e as rimas sonoro-visuais enriquecem a narrativa, expondo angústias e sentimentos dos amantes, além de contribuir para a imersão do espectador na caótica apresentação de Stravinsky no Théâtre des Champs-Élysées. O roteiro não tem pressa em construir a relação dos dois artistas, algo que a fotografia de David Ungaro aproveita com elegância para abusar na contemplação do excelente trabalho técnico de ambientação. A câmera de Ungaro é fluida e corajosa, combinando takes longos, close-ups e posicionamentos que enudecem as personagens, como se alguém as observasse para captar suas emoções. Mas infelizmente...
... Ao invés de fechar o longa com a execução da nova sinfonia de Stravinsky, o diretor era mão e nos entrega flashbacks e saltos temporais insatisfatórios, tirados de telenovelas e melodramas baratos, uma decepção.
Contatos Imediatos do Terceiro Grau
3.7 579 Assista Agora"Trust the light" - Steven Spielberg
d-e-c-C-G!
Rush: No Limite da Emoção
4.2 1,3K Assista AgoraRon Howard dá uma aula de cinema e entrega um filme completo. Incrível como ele consegue balancear e alternar as cenas dramáticas e as humorísticas de maneira saudável e crível sem que o filme perca o ritmo, apele para o dramalhão ou se torne um pastelão. Sobriedade é importante quando o filme é baseado em fatos reais. Por isso, ele também tem a decência de ser honesto com o espectador e mostrar a gravidade dos ferimentos dos pilotos e não desviar a câmera durante o acidente e o tratamento de Nikki Lauda. Chega a ser cruel, mas assim é a realidade, nua e crua. Destaque também para a competente fotografia de Anthony Dod Mantle que faz o filme saltar da tela. A combinação de lentes e filtros antigos com paletas de cores vibrantes dá vida aos anos 70 e mantém a frescura e a modernidade do longa. Os close ups capturam as emoções dos pilotos, as IndiCams registram os pequenos detalhes do cockpit, o posicionamento e o movimento das câmeras contribuem para a imersão do espectador e a manutenção da adrenalina - objetivo o qual a dupla de edição também foi responsável por alcançar. Aquela cena em que o som ao redor de Nikki some quando ele fechar o capacete, ilustrando a sua introspecção e concentração é uma rima bastante simples, mas tão eficiente e inesperada que para mim chega a ser uma poesia. Vale ressaltar que Mantle entrou literalmente nas chamas para emular o terror de Lauda no cockpit - isso sim é coragem, comprometimento e paixão pela fotografia. O design de produção, a direção de arte, o figurino e a maquiagem corroboram ainda mais para a competente ambientação do longa. A mixagem e edição de som também valem elogios, afinal, quando o ronco dos motores faz a sala tremer é de arrepiar, tudo muito bem equalizado para não soar gratuito, alto ou agressivo demais. E o que falar do elenco principal? Chris está bem à vontade no papel e mostra que sabe aproveitar uma grande oportunidade. Mas e sobre Brühl? Incrível como as premiações fecharam os olhos para uma interpretação tão apaixonada e acima da média. Impossível não se emocionar com a personagem. Por fim, não consigo tirar o tema de Hans Zimmer da cabeça!
A Canção do Oceano
4.4 300 Assista AgoraMusic is the only true revolution
Kumiko, a Caçadora de Tesouros
3.6 62"Death is the road to awe" - The Fountain
Distrito 9
3.7 2,0K Assista AgoraUma grande decepção. O longa nem mesmo cumpre a sua proposta. A ideia inspirada no Apartheid era excepcional: simular um documentário sobre a coexistência de dois coletivos conflitantes. Infelizmente, a dificuldade do público médio em se identificar com o coletivo forçou a individualização da história em uma personagem central, destruindo o coletivismo inovador da proposta. Outro problema é o desnecessário uso da ação para dar urgência à história e garantir o famoso entretenimento light ao público médio, arruinando de vez a abordagem sci fi e documental do longa.
Rede de Intrigas
4.2 360 Assista AgoraDepois de Kubrick satirizar os bastidores da Guerra Fria, é a vez de Lumet satirizar os bastidores da mídia. Sua direção hipnótica e de ritmo crescente combinada ao roteiro corrosivo de Paddy Chayefsky e às atuações afiadíssimas do grande elenco formam o propulsor do trem que corre desenfreado em direção ao clímax do longa. Network não é somente o retrato dos bastidores da mídia, mas também uma pequena amostra do verdadeiro espírito do capitalismo.
Psicopata Americano
3.7 1,9K Assista AgoraPatrick é um ilustração da patologia e da ultraviolência que a sociedade do consumo, a modernidade líquida, o mito da dignificação do trabalho e a falácia do sonho americano são capazes de criar
Terra de Ninguém
3.9 193O longa já seria assustador o bastante se a história não fosse baseada em fatos reais
Um Dia de Cão
4.2 734 Assista AgoraUma bica na boca - da falácia - do sonho americano. Não é à toa que Sonny se torna um "herói" para os marginalizados.
O Espírito da Colméia
4.2 145 Assista AgoraQuando Terrence Malick e Guillermo Del Toro se encontram
Bronson
3.8 427Junte o peso da direção de Refn, a overacting brilhante de Tom Hardy, a fotografia claustrofóbica, a trilha-sonora surreal, a ultraviolência, o humor-negro e uma pitada de cromo para fazer um moloko vellocet fresquinho, salute!
Trainspotting: Sem Limites
4.2 1,9K Assista AgoraMais que apenas uma aula cinematográfica ou um estudo de personagem, Trainspotting é uma ilustração trágica da sociedade pós-moderna. Boyne nos entrega um filme coeso em todos os aspectos, mostrando como o conjunto da obra é importantíssimo para o cinema arte.
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraRealmente este é um filme brilhante. A parte técnica é bastante competente - destaque para a fotografia, edição imagem/som e trilha sonora. Entendo que parte da crítica ficou insatisfeita por não ver o filme como uma homenagem ao jazz, mas acredito que a homenagem foi feita - como baterista, não dá pra não arrepiar toda vez que se vê um poster ou se ouve as composições de Buddy Rich. Talvez o desapontamento aconteça pelo fato de que o filme funcione mais com uma mensagem de superação - "the film is a literal portrayal of the artist’s struggle as well as a powerful metaphor" - Kyle Prohaska
O Grande Hotel Budapeste
4.2 3,0KConfesso que na primeira vez que assisti ao filme não fui capaz de digerir e assimilar por completo toda a riqueza de detalhes dessa obra-prima. Sabia que precisava assisti-lo novamente, pois não estava pronto para tamanha genialidade. É raríssimo um cineasta criar uma novo estilo de cinema, mas Wes Anderson é esse tipo de artista.
O Escocês Voador
3.6 21 Assista AgoraA arte - talvez melhor do que a própria vida - nos ensina a conviver com o monstro que existe dentro de cada um de nós
Lost (6ª Temporada)
3.9 1K Assista AgoraA ilha é a representação da Torre em outro mundo - os fortes entenderão.
Sense8 (1ª Temporada)
4.4 2,1K Assista AgoraE eu achava impossível uma série me emocionar tanto ou ainda mais que Lost...
Mad Men (7ª Temporada)
4.6 387"There is more in life than work"
Através do depoimento do estranho vazio no retiro espiritual, Don percebe que não é um perdedor - apesar de todos os seus defeitos e de sua crise existencial. No final, durante a última meditação, o Mad Man aceita a si mesmo - repare que ele diz "home" ao invés do mantra, referindo-se a McCain - e tem uma revelação: o novo comercial da Coca-Cola! Final perfeito, sem redenção!
The Honourable Woman (1ª Temporada)
4.3 30 Assista AgoraFui até o penúltimo episódio babando - com exceção de alguns diálogos expositivos. Mas sempre tem aquela reviravolta mirabolante e desnecessária, né?
Sem Limites
3.8 1,9K Assista AgoraFuros no roteiro? Aqui temos uma peneira
Vingadores: Era de Ultron
3.7 3,0K Assista AgoraO Visão dando uma aula de filosofia sobre a Teoria do Caos e o Argumento do Cogito? E de quebra levantando o Mjolnir? É demais, assim o coração não aguenta!
Platoon
4.0 624 Assista AgoraPlatoon > Apocalypse Now