A frieza do casal é algo extremo e que pode incomodar, mas é interessante observar o filme numa visão reprimida dos personagens. Tecnicamente eu adoro a forma de filmagem de Bresson, como ora dá vida aos objetos (e como representa o som) ora tira a identidade de uma pessoa ao não filmar seu rosto é genial e uma marca do seu cinema.
Cul-de-sac é uma surpresa boa pra mim. Interessante perceber que quarenta e cinco anos depois ele veio com ''Carnage'' num humor semelhante que envolve a peculiaridade do Ser Humano, principalmente ao atingir o ápice da desestabilidade e mostrar de fato suas intenções egoístas, mesmo que abordados de formas diferentes entre cada um dos filmes.
Bresson expõe uma visão sobre o dinheiro no seu sentido mais amplo, algo envolvido nas relações humanas e que possui uma força a ponto de justo por ele, haver consequências desumanas. A mensagem do filme é rica e sofisticada, mesmo que não tenha uma alta carga de complexidade ou seja o melhor das suas obras.
Praia do futuro é um filme que exige um olhar para a sutilidade dos fatos. Gostei da atmosfera de solidão nas paisagens, reflete brilhantemente o interior dos personagens em certas circunstâncias. No entanto, o que me incomodou quando terminei de assistir foi perceber uma fugacidade do roteiro, apesar das demoradas cenas introspectivas. O Wagner Moura foi excelente com o personagem Donato, a versatilidade dele é admirável.
Eu poderia divagar por todos esses minutos de filme, diálogos que tem muito a dizer, olhares... e o Jean-Pierre Léaud um encanto, a bela obra-prima de Eustache.
Matrix é um caso clássico dos filmes que desde sempre quero assistir mas não o faço. Tirando um clichê em particular, a abordagem filosófica é muito interessante. Agora entendo o motivo de muitos cristãos o condenarem.
Adiei quatro anos para assisti-lo e não me arrependi na escolha. Embora possua atores brilhantes o enredo é fraco e o filme longo, no fim das contas desinteressante.
O mérito irrefutável de Zulawski é conseguir um caos e histeria sem tornar-se vazio de significados. E adjane me assustou, no melhor sentido atribuído à expressão.
Bela homenagem ao noir sem perder a própria identidade cinematográfica. Tanto a fotografia quanto o uso da câmera ficaram fantásticos. Um adeus digno de Truffaut.
Seria mais interessante se Christophe Honoré tivesse aproveitado melhor a própria ideia. O filme ficou praticamente mal acabado e em parcial desperdício.
Baseado num conto da Agatha Christie, com Billy Wilder na direção e tamanho atores e atuações dificilmente decepcionaria. A reviravolta no final é incrível, nenhuma das possibilidades que cogitei vieram à tona...
Tanto a história quanto a estética (me lembrou inconscientemente o Mario Bava) e narrativa do filme são interessantes. Embora me limite a seus longas mais conhecidos, como Instinto Selvagem, RoboCop, O Vingador do Futuro, o cunho autoexplicativo não pesou como poderia acontecer.
Nesse ano o César deveria ter contemplado além da Isabelle também a Romy Schneider, essa seria uma justa exceção... Ambas viscerais. Os cenários, figurinos e a direção de Truffaut me surpreenderam, nada em demasiado, na verdade bastante conciso ao retratar a história de Adèle Hugo.
Bela fotografia e cenário! O desenvolvimento psicológico e a sutilidade no enredo fazem de Black Narcissus um filme interessante de se ver , mesmo não sendo tão conhecido. Michel Powell e Emeric Pressburger já haviam me impressionado pelo onírico e clássico ''The Red Shoes'', anteriormente.
Conhecer a história e a pessoa de Marighella foi uma experiência única para mim. Os depoimentos são incríveis; reflete, sem dúvidas, o valor que ele representa na memória do país.
Minha segunda experiência com Asghar Farhadi. Nos dois filmes que assisti incluindo este ('A Separação') notei um cinema de drama consistente pouco visto hoje em dia, e sem apelar para saturações dramáticas; a relação dos personagens surge despretensiosa (não é fato, visto que o cinema iraniano abdica dessa problemática de forma original). O resultado soa questionador, porém sem crítica ao comportamento. E subentende-se o final, caso que vem a desagradar quem não capta a parte mais importante do filme. Daí surge outra qualidade, a meu ver ironicamente pareada com os franceses.
Foi uma surpresa finalmente assisti-lo; por dois motivos. O primeiro é pelo resultado da crítica apontada no enredo (tão atual, como se não tivesse três décadas do feito) e o segundo é pela maneira criativa de abordá-la. Inevitável não pautar no comentário o efeito visual das cenas oitentistas computadorizadas e bastante 'envelhecidas'. Contudo algumas continuam interessantes e contemplam o filme mesmo à sua epoca.
Uma história em que todos são culpados e são vítimas: das circunstâncias, de si mesmo e dos outros.
A trama, inicialmente simples, torna-se uma compilação de fatos que evidencia o roteiro pertinente e nos possibilita presenciar as relações contraditórias entre os personagens feitas numa ótica genial.
Ps: merecidíssmo todos os reconhecimentos obtidos. O cinema iraniano está num patamar de respeito que ultrapassa as fronteiras do país.
Segundo filme do Allen, logicamente não se trata de uma obra mais madura como os seus filmes póstumos, contudo já encontramos o humor cínico e diálogos inteligentes, além de cenas divertidíssimas que só o próprio tem a habilidade da naturalidade cômica na execução.
Mas a parte magistral da história fica inserida na coexistência concubina e personagem, e é principalmente nessa relação que está o valor poético do filme, refletindo nos demais acontecimentos.
Ps: que atuação expetacular do Leslie Cheung. Ele consegue transformar toda a intensidade do personagem no olhar.
Uma Mulher Delicada
3.9 17A frieza do casal é algo extremo e que pode incomodar, mas é interessante observar o filme numa visão reprimida dos personagens. Tecnicamente eu adoro a forma de filmagem de Bresson, como ora dá vida aos objetos (e como representa o som) ora tira a identidade de uma pessoa ao não filmar seu rosto é genial e uma marca do seu cinema.
Armadilha do Destino
3.7 28Cul-de-sac é uma surpresa boa pra mim. Interessante perceber que quarenta e cinco anos depois ele veio com ''Carnage'' num humor semelhante que envolve a peculiaridade do Ser Humano, principalmente ao atingir o ápice da desestabilidade e mostrar de fato suas intenções egoístas, mesmo que abordados de formas diferentes entre cada um dos filmes.
O final é inusitado-trágico
Um fato, sendo obra do Polanski.
O Dinheiro
3.8 50 Assista AgoraBresson expõe uma visão sobre o dinheiro no seu sentido mais amplo, algo envolvido nas relações humanas e que possui uma força a ponto de justo por ele, haver consequências desumanas. A mensagem do filme é rica e sofisticada, mesmo que não tenha uma alta carga de complexidade ou seja o melhor das suas obras.
Praia do Futuro
3.4 935 Assista AgoraPraia do futuro é um filme que exige um olhar para a sutilidade dos fatos. Gostei da atmosfera de solidão nas paisagens, reflete brilhantemente o interior dos personagens em certas circunstâncias. No entanto, o que me incomodou quando terminei de assistir foi perceber uma fugacidade do roteiro, apesar das demoradas cenas introspectivas. O Wagner Moura foi excelente com o personagem Donato, a versatilidade dele é admirável.
A Mãe e a Puta
4.3 96Eu poderia divagar por todos esses minutos de filme, diálogos que tem muito a dizer, olhares... e o Jean-Pierre Léaud um encanto, a bela obra-prima de Eustache.
Duas Almas em Suplício
3.9 8Belíssimo, a trilha sonora é marcante em todas as cenas Em algumas partes a câmera nos leva a um subjetivismo incrível...
Matrix
4.3 2,5K Assista AgoraMatrix é um caso clássico dos filmes que desde sempre quero assistir mas não o faço. Tirando um clichê em particular, a abordagem filosófica é muito interessante. Agora entendo o motivo de muitos cristãos o condenarem.
Prêt-à-Porter
3.4 44 Assista AgoraAdiei quatro anos para assisti-lo e não me arrependi na escolha. Embora possua atores brilhantes o enredo é fraco e o filme longo, no fim das contas desinteressante.
Meu Tio da América
4.1 45A abordagem biológica é extremamente pertinente e coerente com as relações em que é inserido. Gostei sobremaneira do filme.
Possessão
3.9 592O mérito irrefutável de Zulawski é conseguir um caos e histeria sem tornar-se vazio de significados. E adjane me assustou, no melhor sentido atribuído à expressão.
De Repente, Num Domingo
3.9 41 Assista AgoraBela homenagem ao noir sem perder a própria identidade cinematográfica. Tanto a fotografia quanto o uso da câmera ficaram fantásticos. Um adeus digno de Truffaut.
Edifício Master
4.3 372 Assista AgoraÓtimo documentário, é bom rever Coutinho e redescobrir essas histórias, são altamente tocantes.
Minha Mãe
2.8 243Seria mais interessante se Christophe Honoré tivesse aproveitado melhor a própria ideia. O filme ficou praticamente mal acabado e em parcial desperdício.
Cinemaníaco
4.2 43Amador/Cinemaníaco é uma metáfora bem articulada por Kieslowski e a prova de que sua fase polonesa possui filmes muito bons!
Testemunha de Acusação
4.5 355 Assista AgoraBaseado num conto da Agatha Christie, com Billy Wilder na direção e tamanho atores e atuações dificilmente decepcionaria. A reviravolta no final é incrível, nenhuma das possibilidades que cogitei vieram à tona...
exceto em desconfiar que a Christine tinha alguma relação de culpa, desde a sua primeira cena
Os diálogos são ágeis e a Dietrich soberba, inesquecível para mim, como no filme de Welles.
O Quarto Homem
3.8 55Tanto a história quanto a estética (me lembrou inconscientemente o Mario Bava) e narrativa do filme são interessantes. Embora me limite a seus longas mais conhecidos, como Instinto Selvagem, RoboCop, O Vingador do Futuro, o cunho autoexplicativo não pesou como poderia acontecer.
A História de Adèle H.
3.9 129Nesse ano o César deveria ter contemplado além da Isabelle também a Romy Schneider, essa seria uma justa exceção... Ambas viscerais. Os cenários, figurinos e a direção de Truffaut me surpreenderam, nada em demasiado, na verdade bastante conciso ao retratar a história de Adèle Hugo.
Narciso Negro
4.0 77 Assista AgoraBela fotografia e cenário! O desenvolvimento psicológico e a sutilidade no enredo fazem de Black Narcissus um filme interessante de se ver , mesmo não sendo tão conhecido. Michel Powell e Emeric Pressburger já haviam me impressionado pelo onírico e clássico ''The Red Shoes'', anteriormente.
Marighella
4.1 112Conhecer a história e a pessoa de Marighella foi uma experiência única para mim. Os depoimentos são incríveis; reflete, sem dúvidas, o valor que ele representa na memória do país.
O Passado
4.0 294 Assista AgoraMinha segunda experiência com Asghar Farhadi. Nos dois filmes que assisti incluindo este ('A Separação') notei um cinema de drama consistente pouco visto hoje em dia, e sem apelar para saturações dramáticas; a relação dos personagens surge despretensiosa (não é fato, visto que o cinema iraniano abdica dessa problemática de forma original). O resultado soa questionador, porém sem crítica ao comportamento. E subentende-se o final, caso que vem a desagradar quem não capta a parte mais importante do filme. Daí surge outra qualidade, a meu ver ironicamente pareada com os franceses.
Videodrome: A Síndrome do Vídeo
3.7 547 Assista AgoraFoi uma surpresa finalmente assisti-lo; por dois motivos. O primeiro é pelo resultado da crítica apontada no enredo (tão atual, como se não tivesse três décadas do feito) e o segundo é pela maneira criativa de abordá-la. Inevitável não pautar no comentário o efeito visual das cenas oitentistas computadorizadas e bastante 'envelhecidas'. Contudo algumas continuam interessantes e contemplam o filme mesmo à sua epoca.
A Separação
4.2 726 Assista AgoraExcelente!
Uma história em que todos são culpados e são vítimas: das circunstâncias, de si mesmo e dos outros.
A trama, inicialmente simples, torna-se uma compilação de fatos que evidencia o roteiro pertinente e nos possibilita presenciar as relações contraditórias entre os personagens feitas numa ótica genial.
Ps: merecidíssmo todos os reconhecimentos obtidos. O cinema iraniano está num patamar de respeito que ultrapassa as fronteiras do país.
Um Assaltante Bem Trapalhão
3.7 93Segundo filme do Allen, logicamente não se trata de uma obra mais madura como os seus filmes póstumos, contudo já encontramos o humor cínico e diálogos inteligentes, além de cenas divertidíssimas que só o próprio tem a habilidade da naturalidade cômica na execução.
Adeus, Minha Concubina
4.2 98Obra-prima, são três horas preenchidas de arte da mais genuína, envolvendo um período revolucionário para a China na década de sessenta.
Mas a parte magistral da história fica inserida na coexistência concubina e personagem, e é principalmente nessa relação que está o valor poético do filme, refletindo nos demais acontecimentos.
Ps: que atuação expetacular do Leslie Cheung. Ele consegue transformar toda a intensidade do personagem no olhar.