Quem tem mais de 30 anos e é ligado no universo geek com certeza aguardou ansioso pelo longa da Scarygirl. Uma geração inteira de gamers de Internet que piravam nos jogos, primeiro na finada plataforma Flash (2009), e depois no Xbox 360 e no PS3 (2012).
Antes dos games, a trajetória da personagem Arkie, criada pelo talentoso quadrinista australiano baseado no Canadá, Nathan Jurevicius, começou na premiada graphic novel "Scarygirl", de 2001. Daí para virar um culto underground, com direito aos famosos bonequinhos de vinil, foi rápido.
Acontece que para todos os admiradores da Scarygirl, o longa provavelmente é decepcionante. Para além de devanear na história original, o desenvolvimento dos diálogos peca demais pela excessiva simplificação, o que pode até ser tomado como subestimação da capacidade intelectual das crianças de hoje em dia. De fato, neste.ponto a impressão que dá é que os diálogos foram escritos em 2009, quando boatos da pré produção do longa começaram a surgir.
Na parte visual a coisa melhora, tentando manter a proposta psicodélica dos quadrinhos, embora de forma muito mais palatável ao público em geral. A animação é de encher os olhos de crianças e também de adultos de coração jovem. Destaque para a sequência de time lapse, na qual a arte me lembrou o brilhante ilustrador carioca Flávio Colin. Ponto negativo em especial para o visual de Arkie, muito amaciado para o maisntream (menos consturas na boca, sem o osso exposto no lugar do braço esquerdo, etc).
Embora o texto tenha ficado meio tolo e o visual demasiado "pixarizado", é uma hora e meia de bom entretenimento para os pequenos, mesmo podendo não ser da mesma forma para os adultos que eventualmente os acompanham. Já para o fã clube, tomates podem decolar.
Obs.: Além de não creditar a co-direcão de Tania Vincent, o elenco de dubladores aqui no Filmow está errado. Segue a lista correta:
Jillian Nguyen. Arkie Remy Hii. Bunniguru Sam Neill. Dr. Maybee Rob Collins. Blister Tim Minchin. Chihoohoo Anna Torv. The Keeper Liv Hewson. Bugeye Deborah Mailman. Treedweller
Olha, tô achando que deveriam mudar o nome desse site para "Odiow". Que fixação é essa de tanta gente em atirar excremento em qualquer filme só porque sim?
Sede Assassina (To Catch a Killer, EUA, 2023) é um desses pontos fora da curva das plataformas de streaming, que cada vez mais empurram toda sorte de porcarias/plágios/adaptações medíocres e cobram pelo conteúdo realmente relevante. E isso não é por acaso, pois seu DNA explica muito o crescente interesse e burburinho das audiências.
Primeiro porque é dirigido pelo argentino Damián Szifron, que assina a direção e roteiro de um dos filmes mais bem sucedidos da história do cinema hermano, o excelente Relatos Selvagens (Relatos Selvajes, Argentina, 2014), produzido por Pedro Almodóvar e indicado ao Oscar em 2015 (quem não lembra da cena do casamento?).
Segundo: foi escrito por Szifron em parceria com o produtor e roteirista inglês Jonathan Wakeham, responsável pelo festival de comédia LOCO (London Comedy Film Festival), o que com certeza fez a diferença sobretudo nos diálogos acima da média do texto.
E, finalmente, porque o longa marca a volta triunfal de Shailene Woodley (The Descendants, EUA, 2011) que andava sumida e quase desistiu da carreira depois do fiasco de "Snowden", de Oliver Stone, em 2016. A trajetória dessa boa atriz, que iniciou ainda mirim, é cheia de altos e baixos. Desde a indicação ao Oscar em The Descendants, passando por encarnar Beatrice 'Tris' na fracassada adaptação da saga Divergente/Insurgente/Convergente (best seller da escritora Veronica Roth), até o sucesso da ótima Big Little Lies, da HBO. Woodley rouba a cena em Sede Assassina com uma presença colossal e uma profundidade inéditas em sua carreira.
O filme não será um grandioso sucesso, até porque é bem restrito ao seu gênero, mas vale sim cada minuto, principalmente para os amantes de um bom suspense policial.
Finalmente assisti ao vencedor do OSCAR de melhor roteiro adaptado, "Entre Mulheres" (Women Talking, Dir. Sarah Polley – EUA, 2023).
Baseado no best seller da escritora canadense Miriam Toews, inspirado em fatos reais ocorridos entre 2005 e 2009 na comunidade menonita de Manitoba, na Bolívia, esse filme é aterrador e importante de tantos jeitos diferentes que acabei considerando ele IMPRESCINDÍVEL, embora muito pesado.
O longa, de texto fortíssimo e fotografia e atmosfera densas, alterna o sublime e o contemplativo das relações e cenários com o drama vivido pelas mulheres. Não falo mais para não dar spoiler. Só vendo!
Bem dirigido, Niki Caro entrega. A edição errou, mas a atuação de J. Lo é ótima para a proposta. Gostei porque remete aos emblemáticos filmes de ação e vingança dos anos 80/90, mas com uma mulher no papel da vingadora. O que garantiu as três estrelas foi a trilha final ser com a musa eterna divina maravilhosa Kate Bush. Vale assistir como passatempo.
Revendo pela terceira vez a genialidade de um afiadissimo De Palma que ainda iria melhorar até o seu auge na Nova Hollywood, com Vestida Para Matar (Dressed to Kill, de 1980) e sua obra prima, Scarface (1984). Infinitamente superior ao remake de 2013, essa versão original tem tomadas fantásticas, com Brian estabelecendo sua linguagem cinematográfica que conta as histórias sobretudo visualmente, gerando uma integração com o espectador numa técnica que remete à sua maior influência: Alfred Hitchcock.
A crueza dos anos 70 deixa a atmosfera ainda mais sinistra, o que fez este filme envelhecer estupendamente bem. A maestria na administração das pulsões de medo e morte e a oscilação entre terror, humor, drama e lirismo, que procura retratar psicologicamente as nuances da adolescência, tema recorrente na obra de Stephen King, são trabalhadas de forma brilhante, numa das melhores adaptações para as telas de sua obra já filmadas. De quebra, o filme ainda discute religião, famílias muito controladoras e até mesmo feminismo.
E quem não tomou susto na cena final é porque não estava prestando atenção.😂👏
Um "exercício de curso de cinema" feito por pessoas com dinheiro e influência para produzir algo relevante, mas que preferiram jogar essa bomba na tela. Entre os culpados, a sobrinha do Coppola, a filha do John Cassavetes e a própria Jacobs, que pariu as sequências inicial e final procurando "amarrar" essa vaca que mesmo assim vai para o brejo de forma retumbante.
Cada uma das sequências foi escrita e dirigida por um condutor sem que qualquer um soubesse o que viria antes ou depois. Privilegiar a forma em detrimento do conteúdo não poderia ter um resultado mais desastroso.
A sequência de Iluma é a mais interessante, embora cinematograficamente detestável, por conter a crítica social e quase que ridicularizar a presença canastrona de Jacobs. Tirando isso o resto chega a ser constrangedor e também exasperante, à medida que quando você pensa ter encontrado pé, perde a cabeça e vice versa.
Se é válido como experiência, por outro lado deixou no mundo um filme que foi bem mais prazeroso de fazer do que de assistir.
Para mim um dos melhores filmes de Adrian Lyne. Interessante como diversos elementos dessa refilmagem do clássico de 1969, La Femme Infidèle (do mestre da Nouvelle Vague Claude Chabrol) estão no filme que marca seu retorno à Direção depois de 22 anos, o mediano Deep Water (Águas Profundas), de 2022.
A traição feminina contumaz, a violência contida, a cena da banheira, o crime passional durante uma chuva torrencial. Tudo está em ambos os filmes. Fiquei pensando no que ligaria, na mente de Lyne, a obra de Chabrol com a novela de suspense de Patricia Highsmith e acho que ainda vou descobrir.
Voltando ao Infidelidade, o que mais valoriza este e os outros filmes de Lyne são as cenas pungentes, típicas de comerciais de televisão dos anos 80, berço da técnica de Lyne. A atuação impecável de Lane e a regularidade de Gere casaram, assim como a química entre ambos. A marca registrada de Lyne, o uso da luz natural, caiu como uma luva em diversos momentos proporcionando uma profundidade à sua mise-en-scène, enxuta, objetiva e até mesmo mordaz e me fez lembrar de como ele também utiliza este recurso de forma primorosa em Lolita - 1997.
O final, o que mais costuma justificar reclamações, é tributo de Lyne ao original e na minha opinião, muito melhor dramaticamente e melhor conduzido que o mesmo. A carga emocional deste filme é de tirar o fôlego, uma pena não se ver isso com tanta frequência nos lançamentos atuais
Difícil dizer exatamente o que não decepciona nesta adaptação do conto escrito pela célebre novelista Patrícia Highsmith, autora do clássico "O Talentoso Ripley", que ganhou duas adaptações no cinema, uma em 1960, com Alain Delon no papel título e uma 1999, com Matt Damon como protagonista. Sem ter lido o thriller previamente, tentei detectar o núcleo da "tolice" a que muitos críticos e espectadores se referiram ao desdenhar o longa dirigido pelo ancião Adrian Lyne (Proposta Indecente - 1993), especialista em filmes com personagens sexualmente carregadas.
Primeiramente, talvez a transposição de uma situação que era escandalosa em 1957, quando o livro de Highsmith foi publicado, não tenha a mesma força na nossa época na qual relacionamentos líquidos e não normativos são cada vez mais naturalizados. Refletindo, passo a achar que existe um problema de ritmo, que começa muito bem e trabalha de forma brilhante a subjetividade e o sugestionamento do que é e do que não é, sobretudo em relação à enigmática personagem de Affleck. Na segunda parte do filme as coisas ficam explícitas e na minha opinião isso estragou a atmosfera (muito bonita visualmente inclusive, com a fotografia utilizando luz natural, marca registrada de Lyne).
De Armas, de beleza estonteante e hipnótica, parece uma Marilyn Monroe muito vulgar e entediada, o que em alguns momentos funciona muito bem, mas em outros, sobretudo nos 10 minutos finais, confunde. A metáfora dos caracóis também não foi explorada a contento, ficando muito sutil, o que poderia acrescentar uma camada psicológica que, na minha opinião, agregaria valor. A química entre Affleck e De Armas é plástica e impessoal demais até para a caracterização proposta, afinal um homem capaz de matar por ciúme deve certamente possuir algo de passional na intimidade com o objeto de seu desejo, mas isso aparece de forma muito incipiente. O que intriga ainda mais, se considerar que o casal de atores começou a namorar no set de Deep Water.
Enfim, o filme sequer chega perto do nível que Lyne atingiu com 9½ Semanas de Amor, Infidelidade e Lolita, por exemplo e ao final, mesmo não sendo um filme exatamente ruim, a sensação é de frustração e de que o título acaba caindo como uma ironia à superficialidade de "poça d'água" que entrega.
Três estrelas pela atuação de Penélope Cruz (Melhor Atriz no Festival Internacional de Cinema de Veneza 2021). Como já foi dito aqui, é tudo muito superficial e gratuito. A sensação é a de um Almodóvar pasteurizado e processado para uma geração de Cancelinos e Lacreanes que não digere nada visceral. Ok, sem tirar do filme sua dimensão psicológica, de analogia entre duas mães, duas nações, uma que morre, outra que segue, etc. Acontece que toda a parábola cai no hiato com o habitual cânone Sirkiano de Almodóvar (ainda que com sua característica originalidade, embora muito menos intenso) e reaparece de forma um tanto arrogante, forçando a conclusão de uma "imersão" no abismo de um drama coletivo. Esse toque apoteótico que o ingrediente de fundo pretende não funcionou pra mim. Deve ser porque sou brasileiro. No meu país pessoas que lutam contra as injustiças são executadas sem qualquer cerimônia em plena luz do dia hoje. Não precisa ir buscar na década de 1940.
Se você entender do que se trata o Mumblecore, movimento do qual faz parte o diretor Noah Baumbach, o filme fica melhor, mas é um grande filme mesmo para quem não está a par desse tipo de informação. O que eu quero dizer é que ele próprio se sustenta, afinal estamos falando de quatro indicações e uma premiação no Oscar de 2020., incluindo indicação de melhor Direção.
Impossível não lembrar se Kramer Vs Kramer (1979) devido às diversas semelhanças da trama, inclusive pela caracterização de Harry muito semelhante à do menino Billy do longa dirigido por Robert Benton, o que pode levar até mesmo a crer numa tentativa de releitura. A diferença primordial está na questão do abandono afetivo da mãe, que em Marriage Story inexiste.
O plus e o que em muitas tomadas dá o gás às cenas são as atuações de Laura Dern (Jurassic Park - 1993), que não à toa lhe rendeu o Oscar de melhor atriz coadjuvante e de Adam Driver e Scarlett Johansson (também indicados a melhor ator e atriz) com uma química formidável. Vale a pena.
Primeiro filme de Spielberg a chegar aos cinemas, o longa foi um dos precursores do "carsploitation". O interessante é ver como algumas marcas registradas de S.S. já estão lá, como o famoso "Spielberg face" e o "reflection shot". A temática de problemas familiares, também recorrente em seus filmes, é o mote principal e dá pra ver que já havia o domínio de suas tomadas peculiares e ângulos complexos. Fora isso, um tanto desinteressante e arrastado. Poderia tranquilamente ter uns 30 mintos a menos.
"Call me by your name" tem mérito como filme. Inclusive por abordar um romance gay sem a tragédia mortal que costuma impregnar tais iniciativas. Além disso, merecem reconhecimento as belíssimas locações, a fotografia afiada do tailandês Sayombhu Mukdeeprom, a produção certeira, reconstituindo fidedignamente a época (anos 80) e a trilha sonora, com direito ao maravilhoso Sufjan Stevens.
Entretanto, tem coisas erradas que não estão certas aqui. Atuações forçadas, assim como os diálogos pra lá de pretensiosos. Chega a ser irritante o retrato, insistente, de uma improvável burguesia de cultura superior que aceita e incentiva, sem qualquer grilo, a homossexualidade do seu único filho em plena década de 1980. Uma família que de norte americana não tem nada, aliás. Vai entender. Fora tudo isso, a química entre Hammer e Chalamet simplesmente não rolou.
A mão de Guadagnino continua boa, mas desta vez o resultado é mais pedante do que em "Io Sono L'amore" ( Um Sonho de Amor - 2009) e muito menos visceral do que em "Melissa P." (100 Escovadas Antes de Dormir - 2006).
Edit 1: Chamalet reencarnando um "jovem Patrick Dempsey" foi divertido Edit 2: A mosca bem chata na cena final, idem Edit 3: Espero que Hammer não tenha mordido ninguém da equipe durante as filmagens
Steve (Elliott) Smith é um desses artistas que você ama a obra e por consequência ama parte dele. Genuíno, profundo, intenso. Trilha sonora da minha juventude. Quantas e quantas noites desvendando suas magníficas canções, muitas vezes me encontrando nelas, outras vezes encontrando pessoas que fizeram parte da minha vida. Pura arte, em estado bruto. É exatamente como seu amigo e parceiro de banda,Tony Lash, diz no filme: não é surpresa que com o passar dos anos as pessoas sigam descobrindo e se comovendo com sua música.
Procurei por anos o documentário "Searching For Elliott Smith", dirigido por Gil Reyes, que precedeu este. Ainda quero assistir. Mas fiquei muito satisfeito em conseguir ver "Heaven Adores You". Trabalho bem feito, com sensibilidade e precisão. Tecnicamente, idem, à altura do nosso querido e eterno Elliott. Emocionante.
Só vale mesmo pelo Harris Dickinson (Malévola, 2019), ele é mesmo uma graça. Nem vou comentar sobre os outros aspectos do filme (enredo, superficialidade das personagens, desfecho, etc), pois outros comentários aqui já me contemplaram. Agora, colocar um inglês cheio de sotaque no papel de um suburbano do Brooklyn forçou demais.
Embora o trabalho online com o coletivo Chad, Matt & Rob seja mais do que digno de nota na cena independente norte-americana, sendo sucedido pela produtora Radio Silence, que justificou prêmios como o do Toronto International Film Festival com Southbound (2016), este Ready Or Not é o primeiro vôo mais alto para a dupla Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett. O filme foi premiado no festival Fantasia 2019. O mote do filme é bem bacana e o mais legal é resgatar o gênero "comedy-horror", em baixa desde que a franquia Scary Movie exauriu o segmento. No entanto, a produção da Fox-Searchlight (subsidiária da Disney) deixa a desejar e isso talvez explique a cara de "TV" e o baixo aproveitamento deste elenco que, mesmo mediano, é de longe o melhor com o qual a Radio Silence já teve a oportunidade de trabalhar. Destaque para a intensidade de Samara Weaving e a presença de Andie MacDowell. Filme bom para assistir num fim de noite. Curto, divertido e com boas pitadas "trash". Detalhe: notem o feixe de luz de preenchimento que parece ter refletido e até pensei que era um microfone em 34'26".
Scarygirl
3.3 4 Assista AgoraQuem tem mais de 30 anos e é ligado no universo geek com certeza aguardou ansioso pelo longa da Scarygirl. Uma geração inteira de gamers de Internet que piravam nos jogos, primeiro na finada plataforma Flash (2009), e depois no Xbox 360 e no PS3 (2012).
Antes dos games, a trajetória da personagem Arkie, criada pelo talentoso quadrinista australiano baseado no Canadá, Nathan Jurevicius, começou na premiada graphic novel "Scarygirl", de 2001. Daí para virar um culto underground, com direito aos famosos bonequinhos de vinil, foi rápido.
Acontece que para todos os admiradores da Scarygirl, o longa provavelmente é decepcionante. Para além de devanear na história original, o desenvolvimento dos diálogos peca demais pela excessiva simplificação, o que pode até ser tomado como subestimação da capacidade intelectual das crianças de hoje em dia. De fato, neste.ponto a impressão que dá é que os diálogos foram escritos em 2009, quando boatos da pré produção do longa começaram a surgir.
Na parte visual a coisa melhora, tentando manter a proposta psicodélica dos quadrinhos, embora de forma muito mais palatável ao público em geral. A animação é de encher os olhos de crianças e também de adultos de coração jovem. Destaque para a sequência de time lapse, na qual a arte me lembrou o brilhante ilustrador carioca Flávio Colin. Ponto negativo em especial para o visual de Arkie, muito amaciado para o maisntream (menos consturas na boca, sem o osso exposto no lugar do braço esquerdo, etc).
Embora o texto tenha ficado meio tolo e o visual demasiado "pixarizado", é uma hora e meia de bom entretenimento para os pequenos, mesmo podendo não ser da mesma forma para os adultos que eventualmente os acompanham. Já para o fã clube, tomates podem decolar.
Obs.: Além de não creditar a co-direcão de Tania Vincent, o elenco de dubladores aqui no Filmow está errado. Segue a lista correta:
Jillian Nguyen. Arkie
Remy Hii. Bunniguru
Sam Neill. Dr. Maybee
Rob Collins. Blister
Tim Minchin. Chihoohoo
Anna Torv. The Keeper
Liv Hewson. Bugeye
Deborah Mailman. Treedweller
Agente Stone
3.0 144 Assista AgoraIa assistir, mas.depois dela divulgar sua opinião sobre o conflito na Palestina vou boicotar qualquer filme no qual ela esteja. #FreePalestine
Sede Assassina
3.4 161 Assista AgoraOlha, tô achando que deveriam mudar o nome desse site para "Odiow". Que fixação é essa de tanta gente em atirar excremento em qualquer filme só porque sim?
Sede Assassina (To Catch a Killer, EUA, 2023) é um desses pontos fora da curva das plataformas de streaming, que cada vez mais empurram toda sorte de porcarias/plágios/adaptações medíocres e cobram pelo conteúdo realmente relevante. E isso não é por acaso, pois seu DNA explica muito o crescente interesse e burburinho das audiências.
Primeiro porque é dirigido pelo argentino Damián Szifron, que assina a direção e roteiro de um dos filmes mais bem sucedidos da história do cinema hermano, o excelente Relatos Selvagens (Relatos Selvajes, Argentina, 2014), produzido por Pedro Almodóvar e indicado ao Oscar em 2015 (quem não lembra da cena do casamento?).
Segundo: foi escrito por Szifron em parceria com o produtor e roteirista inglês Jonathan Wakeham, responsável pelo festival de comédia LOCO (London Comedy Film Festival), o que com certeza fez a diferença sobretudo nos diálogos acima da média do texto.
E, finalmente, porque o longa marca a volta triunfal de Shailene Woodley (The Descendants, EUA, 2011) que andava sumida e quase desistiu da carreira depois do fiasco de "Snowden", de Oliver Stone, em 2016. A trajetória dessa boa atriz, que iniciou ainda mirim, é cheia de altos e baixos. Desde a indicação ao Oscar em The Descendants, passando por encarnar Beatrice 'Tris' na fracassada adaptação da saga Divergente/Insurgente/Convergente (best seller da escritora Veronica Roth), até o sucesso da ótima Big Little Lies, da HBO. Woodley rouba a cena em Sede Assassina com uma presença colossal e uma profundidade inéditas em sua carreira.
O filme não será um grandioso sucesso, até porque é bem restrito ao seu gênero, mas vale sim cada minuto, principalmente para os amantes de um bom suspense policial.
Entre Mulheres
3.7 262Finalmente assisti ao vencedor do OSCAR de melhor roteiro adaptado, "Entre Mulheres" (Women Talking, Dir. Sarah Polley – EUA, 2023).
Baseado no best seller da escritora canadense Miriam Toews, inspirado em fatos reais ocorridos entre 2005 e 2009 na comunidade menonita de Manitoba, na Bolívia, esse filme é aterrador e importante de tantos jeitos diferentes que acabei considerando ele IMPRESCINDÍVEL, embora muito pesado.
O longa, de texto fortíssimo e fotografia e atmosfera densas, alterna o sublime e o contemplativo das relações e cenários com o drama vivido pelas mulheres. Não falo mais para não dar spoiler. Só vendo!
A Mãe
3.1 170 Assista AgoraBem dirigido, Niki Caro entrega. A edição errou, mas a atuação de J. Lo é ótima para a proposta. Gostei porque remete aos emblemáticos filmes de ação e vingança dos anos 80/90, mas com uma mulher no papel da vingadora. O que garantiu as três estrelas foi a trilha final ser com a musa eterna divina maravilhosa Kate Bush. Vale assistir como passatempo.
Carrie, a Estranha
3.7 1,4K Assista AgoraRevendo pela terceira vez a genialidade de um afiadissimo De Palma que ainda iria melhorar até o seu auge na Nova Hollywood, com Vestida Para Matar (Dressed to Kill, de 1980) e sua obra prima, Scarface (1984). Infinitamente superior ao remake de 2013, essa versão original tem tomadas fantásticas, com Brian estabelecendo sua linguagem cinematográfica que conta as histórias sobretudo visualmente, gerando uma integração com o espectador numa técnica que remete à sua maior influência: Alfred Hitchcock.
A crueza dos anos 70 deixa a atmosfera ainda mais sinistra, o que fez este filme envelhecer estupendamente bem. A maestria na administração das pulsões de medo e morte e a oscilação entre terror, humor, drama e lirismo, que procura retratar psicologicamente as nuances da adolescência, tema recorrente na obra de Stephen King, são trabalhadas de forma brilhante, numa das melhores adaptações para as telas de sua obra já filmadas. De quebra, o filme ainda discute religião, famílias muito controladoras e até mesmo feminismo.
E quem não tomou susto na cena final é porque não estava prestando atenção.😂👏
The Seven Faces of Jane
2.1 2Um "exercício de curso de cinema" feito por pessoas com dinheiro e influência para produzir algo relevante, mas que preferiram jogar essa bomba na tela. Entre os culpados, a sobrinha do Coppola, a filha do John Cassavetes e a própria Jacobs, que pariu as sequências inicial e final procurando "amarrar" essa vaca que mesmo assim vai para o brejo de forma retumbante.
Cada uma das sequências foi escrita e dirigida por um condutor sem que qualquer um soubesse o que viria antes ou depois. Privilegiar a forma em detrimento do conteúdo não poderia ter um resultado mais desastroso.
A sequência de Iluma é a mais interessante, embora cinematograficamente detestável, por conter a crítica social e quase que ridicularizar a presença canastrona de Jacobs. Tirando isso o resto chega a ser constrangedor e também exasperante, à medida que quando você pensa ter encontrado pé, perde a cabeça e vice versa.
Se é válido como experiência, por outro lado deixou no mundo um filme que foi bem mais prazeroso de fazer do que de assistir.
O Último Sacramento
3.1 137 Assista AgoraNada mais aterrorizante que o fanatismo na vida real. Esse filme é perturbador, mas necessário.
Caça Invisível
2.1 164 Assista AgoraUma bomba chupada e piorada de "Triggerman", filme fraco de Ti West de 2007.
Corações Gelados
3.1 16 Assista AgoraReinventando o road movie. Vale a pena conferir.
Infidelidade
3.4 483 Assista AgoraPara mim um dos melhores filmes de Adrian Lyne. Interessante como diversos elementos dessa refilmagem do clássico de 1969, La Femme Infidèle (do mestre da Nouvelle Vague Claude Chabrol) estão no filme que marca seu retorno à Direção depois de 22 anos, o mediano Deep Water (Águas Profundas), de 2022.
A traição feminina contumaz, a violência contida, a cena da banheira, o crime passional durante uma chuva torrencial. Tudo está em ambos os filmes. Fiquei pensando no que ligaria, na mente de Lyne, a obra de Chabrol com a novela de suspense de Patricia Highsmith e acho que ainda vou descobrir.
Voltando ao Infidelidade, o que mais valoriza este e os outros filmes de Lyne são as cenas pungentes, típicas de comerciais de televisão dos anos 80, berço da técnica de Lyne. A atuação impecável de Lane e a regularidade de Gere casaram, assim como a química entre ambos. A marca registrada de Lyne, o uso da luz natural, caiu como uma luva em diversos momentos proporcionando uma profundidade à sua mise-en-scène, enxuta, objetiva e até mesmo mordaz e me fez lembrar de como ele também utiliza este recurso de forma primorosa em Lolita - 1997.
O final, o que mais costuma justificar reclamações, é tributo de Lyne ao original e na minha opinião, muito melhor dramaticamente e melhor conduzido que o mesmo. A carga emocional deste filme é de tirar o fôlego, uma pena não se ver isso com tanta frequência nos lançamentos atuais
Águas Profundas
2.5 364 Assista AgoraDifícil dizer exatamente o que não decepciona nesta adaptação do conto escrito pela célebre novelista Patrícia Highsmith, autora do clássico "O Talentoso Ripley", que ganhou duas adaptações no cinema, uma em 1960, com Alain Delon no papel título e uma 1999, com Matt Damon como protagonista. Sem ter lido o thriller previamente, tentei detectar o núcleo da "tolice" a que muitos críticos e espectadores se referiram ao desdenhar o longa dirigido pelo ancião Adrian Lyne (Proposta Indecente - 1993), especialista em filmes com personagens sexualmente carregadas.
Primeiramente, talvez a transposição de uma situação que era escandalosa em 1957, quando o livro de Highsmith foi publicado, não tenha a mesma força na nossa época na qual relacionamentos líquidos e não normativos são cada vez mais naturalizados.
Refletindo, passo a achar que existe um problema de ritmo, que começa muito bem e trabalha de forma brilhante a subjetividade e o sugestionamento do que é e do que não é, sobretudo em relação à enigmática personagem de Affleck. Na segunda parte do filme as coisas ficam explícitas e na minha opinião isso estragou a atmosfera (muito bonita visualmente inclusive, com a fotografia utilizando luz natural, marca registrada de Lyne).
De Armas, de beleza estonteante e hipnótica, parece uma Marilyn Monroe muito vulgar e entediada, o que em alguns momentos funciona muito bem, mas em outros, sobretudo nos 10 minutos finais, confunde. A metáfora dos caracóis também não foi explorada a contento, ficando muito sutil, o que poderia acrescentar uma camada psicológica que, na minha opinião, agregaria valor. A química entre Affleck e De Armas é plástica e impessoal demais até para a caracterização proposta, afinal um homem capaz de matar por ciúme deve certamente possuir algo de passional na intimidade com o objeto de seu desejo, mas isso aparece de forma muito incipiente. O que intriga ainda mais, se considerar que o casal de atores começou a namorar no set de Deep Water.
Enfim, o filme sequer chega perto do nível que Lyne atingiu com 9½ Semanas de Amor, Infidelidade e Lolita, por exemplo e ao final, mesmo não sendo um filme exatamente ruim, a sensação é de frustração e de que o título acaba caindo como uma ironia à superficialidade de "poça d'água" que entrega.
Vingança Solitária
1.9 52 Assista AgoraCredo!
Shin Godzilla
3.6 153 Assista AgoraA população quase pereceu por causa do monstro. A burocracia estatal japonesa.
Mães Paralelas
3.7 411Três estrelas pela atuação de Penélope Cruz (Melhor Atriz no Festival Internacional de Cinema de Veneza 2021). Como já foi dito aqui, é tudo muito superficial e gratuito. A sensação é a de um Almodóvar pasteurizado e processado para uma geração de Cancelinos e Lacreanes que não digere nada visceral. Ok, sem tirar do filme sua dimensão psicológica, de analogia entre duas mães, duas nações, uma que morre, outra que segue, etc. Acontece que toda a parábola cai no hiato com o habitual cânone Sirkiano de Almodóvar (ainda que com sua característica originalidade, embora muito menos intenso) e reaparece de forma um tanto arrogante, forçando a conclusão de uma "imersão" no abismo de um drama coletivo. Esse toque apoteótico que o ingrediente de fundo pretende não funcionou pra mim. Deve ser porque sou brasileiro. No meu país pessoas que lutam contra as injustiças são executadas sem qualquer cerimônia em plena luz do dia hoje. Não precisa ir buscar na década de 1940.
Assistido em 19/2/2022 na Netflix
História de um Casamento
4.0 1,9K Assista AgoraSe você entender do que se trata o Mumblecore, movimento do qual faz parte o diretor Noah Baumbach, o filme fica melhor, mas é um grande filme mesmo para quem não está a par desse tipo de informação. O que eu quero dizer é que ele próprio se sustenta, afinal estamos falando de quatro indicações e uma premiação no Oscar de 2020., incluindo indicação de melhor Direção.
Impossível não lembrar se Kramer Vs Kramer (1979) devido às diversas semelhanças da trama, inclusive pela caracterização de Harry muito semelhante à do menino Billy do longa dirigido por Robert Benton, o que pode levar até mesmo a crer numa tentativa de releitura. A diferença primordial está na questão do abandono afetivo da mãe, que em Marriage Story inexiste.
O plus e o que em muitas tomadas dá o gás às cenas são as atuações de Laura Dern (Jurassic Park - 1993), que não à toa lhe rendeu o Oscar de melhor atriz coadjuvante e de Adam Driver e Scarlett Johansson (também indicados a melhor ator e atriz) com uma química formidável. Vale a pena.
Assistido em 25/4/2021 na Netflix
Louca Escapada
3.4 78Primeiro filme de Spielberg a chegar aos cinemas, o longa foi um dos precursores do "carsploitation". O interessante é ver como algumas marcas registradas de S.S. já estão lá, como o famoso "Spielberg face" e o "reflection shot". A temática de problemas familiares, também recorrente em seus filmes, é o mote principal e dá pra ver que já havia o domínio de suas tomadas peculiares e ângulos complexos. Fora isso, um tanto desinteressante e arrastado. Poderia tranquilamente ter uns 30 mintos a menos.
Assistido em 4/4/2021 via Telecine Play
Por Trás da Inocência
1.8 203Todos que participaram disso deveriam ser presos! Rs
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista Agora"Call me by your name" tem mérito como filme. Inclusive por abordar um romance gay sem a tragédia mortal que costuma impregnar tais iniciativas. Além disso, merecem reconhecimento as belíssimas locações, a fotografia afiada do tailandês Sayombhu Mukdeeprom, a produção certeira, reconstituindo fidedignamente a época (anos 80) e a trilha sonora, com direito ao maravilhoso Sufjan Stevens.
Entretanto, tem coisas erradas que não estão certas aqui. Atuações forçadas, assim como os diálogos pra lá de pretensiosos. Chega a ser irritante o retrato, insistente, de uma improvável burguesia de cultura superior que aceita e incentiva, sem qualquer grilo, a homossexualidade do seu único filho em plena década de 1980. Uma família que de norte americana não tem nada, aliás. Vai entender. Fora tudo isso, a química entre Hammer e Chalamet simplesmente não rolou.
A mão de Guadagnino continua boa, mas desta vez o resultado é mais pedante do que em "Io Sono L'amore" ( Um Sonho de Amor - 2009) e muito menos visceral do que em "Melissa P." (100 Escovadas Antes de Dormir - 2006).
Edit 1: Chamalet reencarnando um "jovem Patrick Dempsey" foi divertido
Edit 2: A mosca bem chata na cena final, idem
Edit 3: Espero que Hammer não tenha mordido ninguém da equipe durante as filmagens
Heaven Adores You
4.2 17Steve (Elliott) Smith é um desses artistas que você ama a obra e por consequência ama parte dele. Genuíno, profundo, intenso. Trilha sonora da minha juventude. Quantas e quantas noites desvendando suas magníficas canções, muitas vezes me encontrando nelas, outras vezes encontrando pessoas que fizeram parte da minha vida. Pura arte, em estado bruto. É exatamente como seu amigo e parceiro de banda,Tony Lash, diz no filme: não é surpresa que com o passar dos anos as pessoas sigam descobrindo e se comovendo com sua música.
Procurei por anos o documentário "Searching For Elliott Smith", dirigido por Gil Reyes, que precedeu este. Ainda quero assistir. Mas fiquei muito satisfeito em conseguir ver "Heaven Adores You". Trabalho bem feito, com sensibilidade e precisão. Tecnicamente, idem, à altura do nosso querido e eterno Elliott. Emocionante.
Beijos Proibidos
4.1 138 Assista AgoraAssisti ontem de novo depois de 13 anos! Lembrei que aprendi a passar a manteiga na torrada com a Christine! ❤
Ratos de Praia
3.0 236Só vale mesmo pelo Harris Dickinson (Malévola, 2019), ele é mesmo uma graça. Nem vou comentar sobre os outros aspectos do filme (enredo, superficialidade das personagens, desfecho, etc), pois outros comentários aqui já me contemplaram. Agora, colocar um inglês cheio de sotaque no papel de um suburbano do Brooklyn forçou demais.
Tomb Raider: A Origem
3.2 943 Assista AgoraSó posso enumerar dois motivos para assistir isso:
1) Alicia
2) Vikander
Casamento Sangrento
3.5 948 Assista AgoraEmbora o trabalho online com o coletivo Chad, Matt & Rob seja mais do que digno de nota na cena independente norte-americana, sendo sucedido pela produtora Radio Silence, que justificou prêmios como o do Toronto International Film Festival com Southbound (2016), este Ready Or Not é o primeiro vôo mais alto para a dupla Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett. O filme foi premiado no festival Fantasia 2019.
O mote do filme é bem bacana e o mais legal é resgatar o gênero "comedy-horror", em baixa desde que a franquia Scary Movie exauriu o segmento. No entanto, a produção da Fox-Searchlight (subsidiária da Disney) deixa a desejar e isso talvez explique a cara de "TV" e o baixo aproveitamento deste elenco que, mesmo mediano, é de longe o melhor com o qual a Radio Silence já teve a oportunidade de trabalhar. Destaque para a intensidade de Samara Weaving e a presença de Andie MacDowell.
Filme bom para assistir num fim de noite. Curto, divertido e com boas pitadas "trash". Detalhe: notem o feixe de luz de preenchimento que parece ter refletido e até pensei que era um microfone em 34'26".