Belíssima crítica social de Jacques Tati, que usa de seu humor extremamente detalhista e sutil para contrapor a tecnologia (fria, asséptica e segregadora) com a humanidade (calorosa, suja e barulhenta). Imagino o que Tati faria nos dias de hoje, em que a internet transformou o vício e o uso indiscriminado da tecnologia em padrão de uma sociedade "civilizada".
Basicamente uma sucessão de sketches do atrapalhado e adorável Mr. Hulot por um balneário francês. Algumas partes envelheceram bastante, mas na maioria das vezes o humor charmoso e delicado de Jacques Tati está lá para nos encantar. Para se ver com leveza de espírito.
Achei bem bobo na primeira vez que assisti. Mas revendo agora no cinema em um colorido lindo e já acostumado com o estilo de Jacques Tati, se tornou um dos meus favoritos. Mesmo que tenha algumas autênticas (e hilárias) cenas de humor pastelão, não é um filme na qual se deva esperar gargalhadas o tempo todo, o humor de Tati mora nos detalhes.Sutileza, despretensão e poesia definem este filme.
Lindo no que concerne a música, mas aquela peça de ficção que criaram para enaltecer a figura de Yoko Ono, pelamor... Segundo o documentário:
Foi Yoko que salvou John de uma depressão profunda e o guiou rumo a iluminação (esquecendo convenientemente que ambos afundaram na heroína por anos. Vício que deixava John paranoico e desagradável e ajudou muito a azedar a amizade entre os Beatles).
O amor entre os dois foi puro, mágico e inocente como em um conto de fadas (para que falar que John era casado e Yoko o perseguiu ostensivamente por meses a fio, não é mesmo?)
Foi Yoko que escreveu "Imagine", foi a letrista da carreira solo e ideóloga musical de John (forçação de barra absurda, distorcendo uma fala do cara. Ele diz que que devia ter dado créditos a Yoko pela música "Imagine" porque pegou alguns versos de um livro dela, só isso. Aliás, isso não era nenhuma novidade no método de composição de John, a letra de "A Day In The Life", por exemplo, foi inspirada em manchetes de um tabloide).
Yoko foi rejeitada por fãs dos Beatles por pura xenofobia (bem, acredito que esse sentimento xenófobo tenha mesmo um peso no ódio de muita gente em relação a companheira de John Lennon, assim como é um absurdo creditar o fim da banda unicamente a ela. Mas... é óbvio que Yoko Ono ajudou a colocar lenha na fogueira impondo sua presença nos estúdios de gravação, se intrometendo petulantemente no processo criativo e dando palpites mesmo tendo zero talento musical e sem saber tocar sequer um pandeiro, querendo participar das músicas na marra, enchendo o saco de todo mundo e não fazendo um mínimo esforço, muito pelo contrário, para ajudar a abrandar a tensão entre Lennon e McCartney. Claro que os fãs sabem de tudo isso, são fatos bem conhecidos, daí querer reduzir essas pessoas a um simples bando de xenófobos chega a ser mau-caratismo).
Enfim... Documentário (gravações do disco Imagine) excelente. Ficção (peça de propaganda da Yoko) pff.
Muito bom, usando um roteiro "simples" e personagens quase cartunescos, Spike Lee manda seu recado: o preconceito e o ódio racial, seja de onde for (de brancos contra negros, negros contra brancos, "americanos" contra latinos e asiáticos), além de extremamente estúpido, não pode gerar outra coisa que não mais ódio, injustiça e violência.
Jesusamado, pensei que nunca fosse terminar esse troço. O livro de Neil Gaiman daria uma excelente temporada única, mas como nos dias de hoje todo seriado tem que ter pelo menos umas cinco temporadas para fidelizar cliente de streaming, resolveram inventar mais um monte de coisa e tornar tudo o mais arrastado possível. Se o livro O Chefão de Mario Puzo tivesse sido lançado na atualidade, tenho certeza que fariam uma série de nove temporadas mais alguns spin offs. Sem chances de encarar uma próxima.
Se Iñárritu fosse músico, seria um daqueles virtuosos da guitarra ao estilo Yngwie Malmsteen ou Steve Vai, mais preocupados em mostrar para a plateia o quanto são bons no que fazem do que em entretê-la. Mas até que esse "exibicionismo técnico" (como alguém definiu perfeitamente aqui nos comentários) encaixou lindamente nesse filme, um épico de vingança passado em um ambiente inóspito. Iñárritu força a barra e exagera no gore de vez em quando, mas o filme é excelente, com destaque para a belíssima paisagem e aquele fucking urso extremamente assustador.
Que coisa bizarra! Mais um documentário para a lista "mais estranho do que a ficção". Aliás, qualquer roteiro de ficção com uma trama dessas seria logo descartado por ser implausível demais. Sobre o filme:
[/spoiler]Pelo que pude perceber, o pedófilo (carinhosamente alcunhado de "B.") à medida que foi conhecendo aquela família, notou uma enorme frustração sexual na vida do casal (inclusive uma homossexualidade reprimida do pai), bolou um plano de seduzir ambos para que se apaixonassem por ele e assim manipulá-los e garantir acesso livre à sua presa. Óbvio que os pais agiram de forma totalmente equivocada, mas era um casal já de meia-idade, vivendo em uma comunidade pequena, religiosa e fechada, de repente encontram uma pessoa nova, alegre, extrovertida e boa de lábia... o depoimento da mãe, semi-embevecida ao falar de seus encontros amorosos com o cara, mesmo depois de já passadas décadas, dá uma ideia de como aquele maluco os tinha nas mãos. Enfim, não estou tentando justificar as ações de ninguém, apenas tentando entender o que se passava na cabeça dos pais naquele momento, a ponto de serem praticamente coniventes com as ações do abusador. E esse cartaz, hein? Tudo é muito esquisito nesse filme.
Receita de tortura: pegue um amontoado de frases aleatórias de palestras ao estilo TED, adicione uma animação tão tremida a ponto de causar vertigem, misture bem e por fim junte tudo em um filme de 97 minutos.
A mais linda animação em stop motion que já vi. Wes Anderson caprichou demais, a arte é maravilhosa, vemos aqui uma obsessão quase doentia com a perfeição que salta aos olhos. Recomendo assistir na melhor resolução de imagem possível, porque o filme merece. Sobre a história... a narrativa é beem mais lenta do que as frenéticas animações contemporâneas (é bom que se tenha isso em mente), e mesmo que emocione em vários momentos, gostava mais quando estava centrada na gangue de cachorros, que foi praticamente esquecida assim que os humanos (longe do carisma dos dogs, na minha opinião) entraram em cena.
Legalzinho, apesar do elenco com James Stewart e Margaret Sullavan, é Felix Bressart (a cara do Groucho Marx) quem rouba as cenas com seu jeito dócil e engraçado.
Sensacional! Vice joga uma luz sobre a obscura e execrável figura de Dick Cheney, o mentor da "Guerra ao Terror" que os EUA promoveu no Afeganistão e Iraque, causou imenso sofrimento a milhares de pessoas, possibilitou o surgimento do Estado Islâmico e deixa seu rastro de destruição até hoje. Inocentes morreram aos montes, mas Satã descansa com seu coração novo em folha, enquanto as petrolíferas americanas vão muito bem, obrigado. E eu me pergunto se a relação Cheney/Bush serviu de inspiração para um certo "superministro da economia" chegar ao poder...
Meu Tio
4.1 115Belíssima crítica social de Jacques Tati, que usa de seu humor extremamente detalhista e sutil para contrapor a tecnologia (fria, asséptica e segregadora) com a humanidade (calorosa, suja e barulhenta). Imagino o que Tati faria nos dias de hoje, em que a internet transformou o vício e o uso indiscriminado da tecnologia em padrão de uma sociedade "civilizada".
As Férias do Sr. Hulot
3.8 44Basicamente uma sucessão de sketches do atrapalhado e adorável Mr. Hulot por um balneário francês. Algumas partes envelheceram bastante, mas na maioria das vezes o humor charmoso e delicado de Jacques Tati está lá para nos encantar. Para se ver com leveza de espírito.
Carrossel da Esperança
3.9 20Achei bem bobo na primeira vez que assisti. Mas revendo agora no cinema em um colorido lindo e já acostumado com o estilo de Jacques Tati, se tornou um dos meus favoritos. Mesmo que tenha algumas autênticas (e hilárias) cenas de humor pastelão, não é um filme na qual se deva esperar gargalhadas o tempo todo, o humor de Tati mora nos detalhes.Sutileza, despretensão e poesia definem este filme.
Chernobyl
4.7 1,4K Assista AgoraExcelente, o hype é real. A série é tão curtinha que sobra tempo até para ler "Vozes de Tchernóbil" como complemento.
John e Yoko: Só o Céu como Testemunha
4.1 40 Assista AgoraLindo no que concerne a música, mas aquela peça de ficção que criaram para enaltecer a figura de Yoko Ono, pelamor...
Segundo o documentário:
Foi Yoko que salvou John de uma depressão profunda e o guiou rumo a iluminação (esquecendo convenientemente que ambos afundaram na heroína por anos. Vício que deixava John paranoico e desagradável e ajudou muito a azedar a amizade entre os Beatles).
O amor entre os dois foi puro, mágico e inocente como em um conto de fadas (para que falar que John era casado e Yoko o perseguiu ostensivamente por meses a fio, não é mesmo?)
Foi Yoko que escreveu "Imagine", foi a letrista da carreira solo e ideóloga musical de John (forçação de barra absurda, distorcendo uma fala do cara. Ele diz que que devia ter dado créditos a Yoko pela música "Imagine" porque pegou alguns versos de um livro dela, só isso. Aliás, isso não era nenhuma novidade no método de composição de John, a letra de "A Day In The Life", por exemplo, foi inspirada em manchetes de um tabloide).
Yoko foi rejeitada por fãs dos Beatles por pura xenofobia (bem, acredito que esse sentimento xenófobo tenha mesmo um peso no ódio de muita gente em relação a companheira de John Lennon, assim como é um absurdo creditar o fim da banda unicamente a ela. Mas... é óbvio que Yoko Ono ajudou a colocar lenha na fogueira impondo sua presença nos estúdios de gravação, se intrometendo petulantemente no processo criativo e dando palpites mesmo tendo zero talento musical e sem saber tocar sequer um pandeiro, querendo participar das músicas na marra, enchendo o saco de todo mundo e não fazendo um mínimo esforço, muito pelo contrário, para ajudar a abrandar a tensão entre Lennon e McCartney. Claro que os fãs sabem de tudo isso, são fatos bem conhecidos, daí querer reduzir essas pessoas a um simples bando de xenófobos chega a ser mau-caratismo).
Enfim...
Documentário (gravações do disco Imagine) excelente.
Ficção (peça de propaganda da Yoko) pff.
Belas Maldições (1ª Temporada)
4.1 230 Assista AgoraDepois de American Gods, quero passar bem longe.
Faça a Coisa Certa
4.2 398Muito bom, usando um roteiro "simples" e personagens quase cartunescos, Spike Lee manda seu recado: o preconceito e o ódio racial, seja de onde for (de brancos contra negros, negros contra brancos, "americanos" contra latinos e asiáticos), além de extremamente estúpido, não pode gerar outra coisa que não mais ódio, injustiça e violência.
Gata em Teto de Zinco Quente
4.1 207 Assista AgoraLavação de roupa suja com muito estilo.
Deuses Americanos (1ª Temporada)
4.1 515 Assista AgoraJesusamado, pensei que nunca fosse terminar esse troço. O livro de Neil Gaiman daria uma excelente temporada única, mas como nos dias de hoje todo seriado tem que ter pelo menos umas cinco temporadas para fidelizar cliente de streaming, resolveram inventar mais um monte de coisa e tornar tudo o mais arrastado possível.
Se o livro O Chefão de Mario Puzo tivesse sido lançado na atualidade, tenho certeza que fariam uma série de nove temporadas mais alguns spin offs.
Sem chances de encarar uma próxima.
O Rei da Comédia
4.0 366 Assista AgoraMais um ótimo filme da dupla Scorsese/De Niro. Rupert Pupkin é um Travis Bickle que queria ser comediante.
Eles Vivem
3.7 736 Assista AgoraUma maravilha do cinema B, e uma crítica nada velada ao capitalismo neoliberal adotado por Reagan nos anos 80.
Beijos Proibidos
4.1 138 Assista AgoraBelo, simples e cômico, mais uma pérola do mestre François Truffaut.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraAdorei aquela casa com livros espalhados por todos os lados.
Desejos Proibidos
3.9 27 Assista AgoraUm dos filmes mais elegantes da história do cinema. Madame de... é a Anna Karenina de Max Ophüls.
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraSe Iñárritu fosse músico, seria um daqueles virtuosos da guitarra ao estilo Yngwie Malmsteen ou Steve Vai, mais preocupados em mostrar para a plateia o quanto são bons no que fazem do que em entretê-la. Mas até que esse "exibicionismo técnico" (como alguém definiu perfeitamente aqui nos comentários) encaixou lindamente nesse filme, um épico de vingança passado em um ambiente inóspito.
Iñárritu força a barra e exagera no gore de vez em quando, mas o filme é excelente, com destaque para a belíssima paisagem e aquele fucking urso extremamente assustador.
Sequestrada à Luz do Dia
3.4 226 Assista AgoraQue coisa bizarra! Mais um documentário para a lista "mais estranho do que a ficção".
Aliás, qualquer roteiro de ficção com uma trama dessas seria logo descartado por ser implausível demais. Sobre o filme:
[/spoiler]Pelo que pude perceber, o pedófilo (carinhosamente alcunhado de "B.") à medida que foi conhecendo aquela família, notou uma enorme frustração sexual na vida do casal (inclusive uma homossexualidade reprimida do pai), bolou um plano de seduzir ambos para que se apaixonassem por ele e assim manipulá-los e garantir acesso livre à sua presa.
Óbvio que os pais agiram de forma totalmente equivocada, mas era um casal já de meia-idade, vivendo em uma comunidade pequena, religiosa e fechada, de repente encontram uma pessoa nova, alegre, extrovertida e boa de lábia... o depoimento da mãe, semi-embevecida ao falar de seus encontros amorosos com o cara, mesmo depois de já passadas décadas, dá uma ideia de como aquele maluco os tinha nas mãos.
Enfim, não estou tentando justificar as ações de ninguém, apenas tentando entender o que se passava na cabeça dos pais naquele momento, a ponto de serem praticamente coniventes com as ações do abusador.
E esse cartaz, hein? Tudo é muito esquisito nesse filme.
[spoiler]
Lenny
4.0 45Excelente atuação de Dustin Hoffman.
Acordar para a Vida
4.3 789Receita de tortura: pegue um amontoado de frases aleatórias de palestras ao estilo TED, adicione uma animação tão tremida a ponto de causar vertigem, misture bem e por fim junte tudo em um filme de 97 minutos.
Ninotchka
4.1 113 Assista AgoraTão datado que já virou fóssil.
Se a Rua Beale Falasse
3.7 284 Assista AgoraBelo e reflexivo, mas muito lento e inconstante.
Ilha dos Cachorros
4.2 655A mais linda animação em stop motion que já vi. Wes Anderson caprichou demais, a arte é maravilhosa, vemos aqui uma obsessão quase doentia com a perfeição que salta aos olhos. Recomendo assistir na melhor resolução de imagem possível, porque o filme merece.
Sobre a história... a narrativa é beem mais lenta do que as frenéticas animações contemporâneas (é bom que se tenha isso em mente), e mesmo que emocione em vários momentos, gostava mais quando estava centrada na gangue de cachorros, que foi praticamente esquecida assim que os humanos (longe do carisma dos dogs, na minha opinião) entraram em cena.
A Loja da Esquina
4.2 70 Assista AgoraLegalzinho, apesar do elenco com James Stewart e Margaret Sullavan, é Felix Bressart (a cara do Groucho Marx) quem rouba as cenas com seu jeito dócil e engraçado.
Homem-Aranha: No Aranhaverso
4.4 1,5K Assista AgoraCaramba, que espetáculo visual! Não via uma animação tão impactante assim desde Akira.
Vice
3.5 488 Assista AgoraSensacional! Vice joga uma luz sobre a obscura e execrável figura de Dick Cheney, o mentor da "Guerra ao Terror" que os EUA promoveu no Afeganistão e Iraque, causou imenso sofrimento a milhares de pessoas, possibilitou o surgimento do Estado Islâmico e deixa seu rastro de destruição até hoje.
Inocentes morreram aos montes, mas Satã descansa com seu coração novo em folha, enquanto as petrolíferas americanas vão muito bem, obrigado.
E eu me pergunto se a relação Cheney/Bush serviu de inspiração para um certo "superministro da economia" chegar ao poder...