Eu só achei estranho a premissa do filme. O comandante de um submarino manda tripulantes descerem numa comunidade esquimó no gélido Canadá pra encontrar um posto de troca e comercio e trazer combustível. COMBUSTÍVEL?!?!?! Até onde eu sei combustível de submarino é urânio altamente enriquecido. Como é que esse povo ia encontrar isso no meio do nada? Hahaha Mas fora isso achei o filme muito bom, coeso, objetivo, com destaque para as atuações de Laurence Olivier e Anton Walbrook.
- Claro, eu já estava esquecendo, você não pôde ler um jornal em mais de um ano. - O que você quer dizer? Já aconteceu? - Claro que aconteceu. Maior que a última. - "Nom di dieu!" Quem está lutando? - Todo mundo. - Quem começou? - Os alemães, é claro. Marcharam nos poloneses em setembro de 1939. - Nossa! Pensei que todos os poloneses fossem no Canadá.
Essa piada só funciona no inglês! Hahaha Pq acompanhando a legenda me passou despercebido. Só fui sacar na segunda vez que vi! hue
O filme começa e já dá um show com uma fotografia onírica e com enquadramentos que remetem a relação homem/natureza. Dá a impressão que vai ser um daqueles filmes independentes com pouco diálogo e muito simbolismo. Tipo um Era uma Vez em Anatólia. De repente muda pra um suspense investigativo com vários suspeitos pra um crime. Até um bordel que lembra o One Eyed Jack's de Twin Peaks aparece, com figurinos e trilha sonora quase idênticos (acho tentaram fazer uma referencia). Depois um drama pesado com o sofrimento da protagonista diante da morte dos animais. Não precisava esfregar essa militância na cara do espectador, Okja faz isso de maneira mais leve e ao mesmo tempo envolvente. Depois a direção tenta acelerar a trama com mais agilidade na edição e cortes rápidos ritmados pela trilha sonora, mais ou menos como fazem Wes Anderson e Martin Scorsese. Começam a inserir informações do passado dos personagens em volta da protagonista de maneira bem preguiçosa e as vezes você não sabe se são memórias ou imaginações. É uma bagunça danada!
E o final mano!? Huehue Não acreditei que a trama pudesse ser tão previsível. Fiquei esperando mais uma reviravolta e nada. Quando o velho com as bombas e o garoto com seu laptop de James Bond entraram em ação eu passei a ver o final como algo simbólico/alegórico por que convenhamos né? Além de ser absurdo, o pior nesse final é que o terrorismo vence. Repudio todo tipo de violência contra os animais e sei que praticamente toda a cidade merecia algum tipo de punição, mas como a própria protagonista diz "Violência não traz ninguém de volta da morte."
Me pareceu que essa vingança era mais pela morte de suas cachorras do que pelos animais mortos nas caças. Isso não fica muito claro! O que fica claro é que eles triunfaram. Foram para um paraíso onde até as cachorras "voltaram da morte." Nada muito diferente de um extremista islâmico que mata por uma causa, dita, nobre e ganha suas 72 virgens no paraíso. É brochante saber que um filme desse foi dirigido por uma mulher polonesa com o passado ligado ao holocausto, e que, cuja mãe recebeu a medalha de Justos entre as Nações e participou da Revolta de Varsóvia. A única esperança que me resta é o sumiço da protagonista nos últimos segundo. Talvez aquilo seja uma maneira simbólica de dizer que ela perdeu aquele paraíso e não teve um final tão feliz. Mas isso seria só um palpite!
Se querem ganhar o Oscar com esse filme boa sorte! Se bem que pode não ser tão difícil já que academia adora filme com personagem que sofreu com a Segunda Guerra.
A galera que tá focando no conteúdo e não conseguiu sacar, ou não liga, para o que o filme tem de mais óbvio; a) ele não quer te convencer de nada e deixa isso bem claro; b) o filme é baseado em vários manifestos, então quando ele cita a "decadência" do capitalismo (Já li por aí nego chamando o diretor de analfabeto político por isso) é simplesmente um mendigo citando o Manifesto Comunista, nada mais; c) se ele parece repetitivo, e com razão, é por quê todo manifesto tem um tom cagador de regra mesmo (apesar de que o texto é todo direcionado ao papel do artista no que tange originalidade e evolução da arte).
Pra ser sincero eu não gostei de algumas atuações, como a roqueira, mas entendo quando a galera baba pela Cate. O trabalho, em linhas gerais, foi positivo. Mas o ator é o último a ser responsabilizado pelo conteúdo e abordagem de um filme. Muitos atuam sem concordar com o texto. Não sei se esse foi o caso, talvez a Cate compartilhe as ideias, talvez não, mas ela só é responsável pela sua atuação. Como no documentário Unity, onde aparece um aviso que o conteúdo é de responsabilidade do autor e em seguida vários artistas famosos narram um texto que defende essas idéias, como o veganismo como único meio de salvação da humanidade. Um monte de ator carnista teve que narrar "go vegan".
Aqui o texto deixa claro que tá cagando pra forma do filme: "Ideias podem ser obras de arte. Na arte conceitual, a ideia ou conceito é o aspecto mais importante da obra. Quando um artista usa uma forma conceitual de arte significa que o planejamento e as decisões são feitos de antemão, e a execução é um caso superficial. A ideia se torna uma máquina que faz a arte. Esse tipo de arte não é teórico ou ilustração de teorias. É intuitivo e sem propósito. Não importa a forma que a obra de arte possa assumir, ela deve começar com uma ideia. A aparência não é tão importante. É com o processo de concepção e realização que o artista deve se preocupar. Uma vez dada, pelo artista, a realidade física, a obra fica aberta à percepção de todos, inclusive do artista."
Daí a primeira reação que a galera tem é chamar o cara de pretensioso. Calma! O texto já vem com um escudo pra esse tipo de comentário quando ele aceita que pode provocar esse tipo de reação. Mas no fim, a obra acaba ficando pesada e indigesta pelo problema da fluidez. Como não existe um arco ou enredo já fica difícil acompanhar sem se entediar e ainda por cima as ideias acabam por ser sempre muito parecidas. Apesar disso a abordagem, a ideia, como é dito no filme, foi cativante. Toda vez que alguém tenta fazer algo fora da casinha nego pira e chama de pretensioso. Haneke, Tarr, Bergman, Tarkovisky e muitos outros já sofreram muito com isso.
Caso queiram a lista de manifestos presentes no filme:
1. Prologue Burning fuse Karl Marx / Friedrich Engels, Manifesto of the Communist Party (1848) Tristan Tzara, Dada Manifesto 1918[7] (1918) Philippe Soupault, Literature and the Rest (1920)
2. Situationism Homeless man Lucio Fontana, White Manifesto (1946) John Reed Club of New York, Draft Manifesto (1932) Constant Nieuwenhuys, Manifesto (1948) Alexander Rodchenko, Manifesto of Suprematists and Non-Objective Painters (1919) Guy Debord, Situationist Manifesto (1960)
3. Futurism Broker Filippo Tommaso Marinetti, The Foundation and Manifesto of Futurism (1909) Giacomo Balla / Umberto Boccioni / Carlo Carrà / Luigi Russolo / Gino Severini, Manifesto of the Futurist Painters (1910) Guillaume Apollinaire, The Futurist Antitradition (1913) Dziga Vertov, WE: Variant of a Manifesto (1922)
4. Architecture Worker in a garbage incineration plant Bruno Taut, Down with Seriousism! (1920) Bruno Taut, Daybreak (1921) Antonio Sant'Elia, Manifesto of Futurist Architecture (1914) Coop Himmelb(l)au, Architecture Must Blaze (1980) Robert Venturi, Non-Straightforward Architecture: A Gentle Manifesto (1966)
5. Vorticism / Blue Rider / Abstract Expressionism CEO at a private party Wassily Kandinsky / Franz Marc, "Preface to the Blue Rider Almanac" (1912) Barnett Newman, The Sublime is Now (1948) Wyndham Lewis, Manifesto (1914)
6. Stridentism / Creationism Tattooed punk Manuel Maples Arce, A Strident Prescription (1921) Vicente Huidobro, We Must Create (1922) Naum Gabo / Antoine Pevsner, The Realist Manifesto (1920)
7. Suprematism / Constructivism Scientist Naum Gabo / Antoine Pevsner, The Realistic Manifesto (1920) Kazimir Malevich, Suprematist Manifesto (1916) Olga Rozanova, Cubism, Futurism, Suprematism (1917) Alexander Rodchenko, Manifesto of Suprematists and Non-Objective Painters (1919)
8. Dadaism Funeral speaker Tristan Tzara, Dada Manifesto 1918 (1918) Tristan Tzara, Manifesto of Monsieur Aa the Antiphilosopher (1920) Francis Picabia, Dada Cannibalistic Manifesto (1920) Georges Ribemont-Dessaignes, The Pleasures of Dada (1920) Georges Ribemont-Dessaignes, To the Public (1920) Paul Éluard, Five Ways to Dada Shortage or two Words of Explanation (1920) Louis Aragon, Dada Manifesto (1920) Richard Huelsenbeck, First German Dada Manifesto (1918)
9. Surrealism / Spatialism Puppeteer André Breton, Manifesto of Surrealism (1924) André Breton, Second Manifesto of Surrealism (1929) Lucio Fontana, White Manifesto (1946)
10. Pop Art Conservative mother with family (Andrew Upton and their children, Dash, Roman, Iggy Claes Oldenburg, I am for an Art... (1961) 11. Fluxus / Merz / Performance Choreographer Yvonne Rainer, No Manifesto (1965) Emmett Williams, Philip Corner, John Cage, Dick Higgins, Allen Bukoff, Larry Miller, Eric Andersen, Tomas Schmit, Ben Vautier (1963–1978), George Maciunas, Fluxus Manifesto (1963) Mierle Laderman Ukeles, Maintenance Art Manifesto (1969) Kurt Schwitters, The Merz Stage (1919)
12. Conceptual Art / Minimalism Newsreader and reporter Sol LeWitt, Paragraphs on Conceptual Art (1967) Sol LeWitt, Sentences on Conceptual Art (1969) Sturtevant, Shifting Mental Structures (1999) Sturtevant, Man is Double Man is Copy Man is Clone (2004) Adrian Piper, Idea, Form, Context (1969)
13. Film / Epilogue Teacher Stan Brakhage, Metaphors on Vision (1963) Jim Jarmusch, Golden Rules of Filmmaking (2002) Lars von Trier / Thomas Vinterberg, Dogma 95 (1995) Werner Herzog, Minnesota Declaration (1999) Lebbeus Woods, Manifesto (1993) – Epilogue
Um filme com roteiro simples e pouco diálogo em que tempo passa voando. Quando acabou eu pensei que estava na metade. Desenvolvimento dinâmico da trama. Na cena da van em que ela pergunta se ele tinha voltado a se encontrar com a amante depois que eles terminaram, a reação que ela tem define o clima da obra. Podia ter terminado ali.
Ele mente e diz que não, e ela, que estava chorando, simplesmente limpa as lágrimas e pergunta ao motorista se já estavam prontos para partir, como quem diz "ele não mudou nada, melhor focar na minha carreira". Mas acho que a sequência dessa cena é produtiva pois mostra que ainda assim ela tentou reatar mas ele foi frio, e também por nos entregar mais uma cena de sexo estranha e poética (se é que aquilo pode ser chamado de cena de sexo rs) como no filme anterior.
Ps.: O comentário da Jacqueline Barbosa logo a baixo é espetacular, e me economizou um bom tempo.
São personagens completamente deslocados socialmente. O inquilino tenta se aproximar de mulheres no metrô, na locadora, mas é exitante. A única que ele toma coragem é a vizinha, mas na hora H... (talvez por quê ela seja a mulher do diretor na vida real haha). Já o personagem principal é de dar pena, ele tem uma cena de sexo no início que é obscura, fora de foco e no plano de fundo que é tão fria e triste que faz a solidão parecer preferível. Quando começamos a conhecer seus problemas familiares já estamos tão inertes quanto ele. Ao final do filme aquele desfecho no aeroporto é de cortar o coração.
Achei engraçado como o ele usa filmes de arte (Tarkovsky) para evitar contato com o inquilino, o que os torna mais distantes. Numa cena, logo antes de pisar na ratoeira, ele troca de canal só pra pra fazer o inquilino deixar o local. Detalhe que ele poem Andrei Rublev! Dá pra reconhecer pela trilha sonora que é a cena em que
os três monges pram num celeiro para se proteger da chuva, e um arlequim ou "Skomorokh", começa seus números humorísticos com comentários sociais e deboches ao boiardo. Daí Kiril some por uns instantes e é visto conversando com guardas, minutos depois os guardas aparecem e prendem o arlequim, que poem a culpa em Andrei Rublev no fim do filme.
Essa tarefa que o garotinho tem, de conservar um ovo intacto por quarenta dias, me fez lembrar o processo de purificação antes de entrar no quarto da Zona em Stalker (1979). Ambas as situações são como um teste ou uma prova pela qual o personagem deve passar para provar o que realmente deseja. Provar qual é sua grande meta e propósito na vida. E o fato de o garotinho desse filme ter uma meta tão singela é o que o torna um personagem tão cativante.
Vale também notar que o filme que estão gravando é A Pequena Cidade, obra anterior do diretor. Ao menos a cena se assemelha bastante.
Vai pros favoritos sem fazer curva! Esse filme me fez sentir que minha vida ta passando tão depressa. Assisti-lo foi prazeroso e ao mesmo tempo deu uma sensação de desamparo. Difícil explicar! Me fez lembrar quando assisti Morangos Silvestres pela primeira vez. Aaah que vontade de desver e só pra ver de novo pela primeira vez! Hahaha
"Às vezes, imagino como seria se ao invés de uma cabeça opaca, as pessoas tivessem um monitor onde eu pudesse ler seus pensamentos." — Essa frase é o coração do filme.
Sabendo que a obra é baseada em fatos reais, chego a conclusão que Haneke em momento algum tenta analisar ou explicar por quê as pessoas cometem suicídio. Por isso a falta de um arco dramático. Por quê na vida real é assim, ninguém espera e quando acontece ninguém consegue achar justificativa, ou se colocar na pele da pessoa e saber exatamente o que a levou a tal ponto. O filme é mais uma tentativa de reproduzir uma sensação de desolação diante de uma atitude absurda dos pais, do que contar uma estória com início, meio e fim pré-estabelecidos.
É uma pena que uma personagem tão legal como Lola tenha essa continuação tão preguiçosa. A intenção de Demy era que o filme fosse, guardadas as devidas proporções, um Europa '51 sobre Los Angeles. Não chega nem perto! Repetem-se alguns padrões de filmes anteriores, como o de sempre ter alguém indo ou voltando da guerra. Apesar de não ter o personagem da "mamãe gente boa". Já o personagem central, assim como o rapaz de "Lola (1961)" é, além de machista, um homem infantil e incerto de si. Largou o emprego, largou a arquitetura, não tem 100 pratas no bolso pra pagar suas contas, deve quase todos que conhece e está prestes a perder o carro pelas dívidas. Ele não sabe se assume um compromisso sério com a mulher com quem vive, não quer se casar nem ter filhos, que são os objetivos dela, mas sente ciúmes do contato dela com outros homens. Ela segura as pontas da casa e o primeiro empréstimo que ele consegue ao invés de sanar suas dividas, usa para perseguir a primeira mulher que vê na rua: Lola.
Se no filme Lola de 1961 esse tipo de personagem evolui, cresce e aprende com a "rejeição" dela, aqui ao final do filme Demy parece endorsar esse comportamento. O cara conquista a mina com uma cantada que parece letra de pagode do Thiaguinho, tipo "você já deu pra todo mundo, pode dar pra mim também." Talvez Demy estava em busca de um filme que refletisse as incertezas dos jovens da época, aquela transição entre anos 60 e 70, aquela instabilidade politica da guerra fria, aquela "geração Woodstock". Mas não precisava premiar um personagem babaca ao final do filme pra isso. Tudo bem que ela vai embora, mas é triste vê-lo usar uma de sua mais belas criações no cinema que foi Lola como troféu para o garotão indeciso. Imagino que a próxima mulher que ele encontrar pela frente substituirá o que ele sentia por Lola, assim como Lola substituiu o que ele sentia por Gloria.
Não é à toa que nem sua esposa Agnès Varda, achava grandes coisas dessa película.
Como as pessoas podem levar a sério um que filme que não se leva a sério em momento algum? É óbvio que várias situações não são realistas como a maneira como ele consegue viajar pro Brasil. É óbvio que são inseridos estereótipos, mas de maneira irreverente, chegando a ao absurdo (vide Belmondo à la Tarzan). Em momento algum o filme tenta passar um retrato fidedigno da sociedade brasileira. É apenas uma aventura inofensiva com uma donzela em perigo. Aceitem!
O macaco Péricles entra na tempestade, Mark Wahlberg vai atrás dele e a nave Oberon vai atrás do Mark Wahlberg. Mark Wahlberg cai num planeta em que a Oberon também caiu logo em seguida. Mas a diferença é que para Mark Wahlberg o tempo avançou relativamente levando-o para o futuro já a Oberon caiu e envelheceu junto com o planeta, que por sua vez foi dominado pelos macacos cobaias da própria Oberon. Péricles ficou perambulando no espaço até o final do filme. O que foi pouco tempo pra ele foram séculos para nave e os cobaias. Por ser o macaco mais inteligente de todos na tripulação as lendas de Péricles foram passadas de geração em geração lhe dando status de deidade. O que explica sua chegada ser confundida com o retorno de um tal deus Semos.
No final do filme enquanto Mark Wahlberg viaja pra terra de volta no tempo na sonda de Péricles o General Thade dá um jeito de sair de onde ficou preso e consertar a Oberon, ou talvez consertar aquela sonda do Mark Wahlberg que ficou debaixo d'água (acredito mais nessa hipótese). Talvez tenha levado anos pra isso enquanto Mark Wahlberg viajava de volta em um curto espaço de tempo. Então General Thade viaja através da tempestade, volta no tempo e vai parar nos EUA numa era pré Guerra Civil, e como bom soldado que é, lidera os exércitos e fica com a fama de "emancipador" que pertencia a Lincoln, o que explica a estátua.
Agora, ele pode ter simplesmente lutado com humanos (o que acho pouco provável) pela abolição da escravatura, e posteriormente os macacos liderados por ele evoluíram e tomaram conta do mundo (não sei como ele os ensinou a falar). Ou ele pode ter voltado no tempo pra uma era bem anterior a Guerra Civil e ter assumido o comando dos macacos, que evoluíram gradativamente se rebelaram contra humanos e a própria Guerra Civil ter sido lutada entre humanos e macacos. Daí três séculos depois Mark Wahlberg volta e da de cara com aquela estátua. Enfim, de qualquer forma o filme não explica como os macacos desenvolveram a fala em tão pouco tempo. A sensação que fica é de que foi uma tentativa desesperada de superar o final surpreendente do filme de 1968.
Se esse filme não aparecer entre os indicados ao Oscar ano que vem eu troco de nome. Pode anotar aí, comentário no dia 06/10/2017. Não sei se ganha nem se vai ser indicado em todas essas categorias, mas pelo menos uma dessas eu garanto:
Melhor filme (o mais difícil); Melhor Direção (o segundo mais difícil); Melhor Edição (o terceiro mais difícil); Melhor Roteiro (tem mais chance); Melhor Ator (Jeremy é branco então deve rolar tbm); Mixagem ou Edição de som (os dois que eu mais acredito).
Primeiramente, isso nem é um documentário. Tá mais pra um exercício estético do que informativo. Priorizando imagens e não dados.
Segundamente, como é bom queimar a língua com cinema!!! O único motivo que eu tinha pra assistir esse filme é que era de um grande diretor, não esperava nada dele. Aliás, já estava esperando que fosse superficial como todos seus filmes pós A Arvore da Vida, mas nem o fato de ser um tema repetido na filmografia do Malick (tempo), nem a narração que pouco acrescenta (se não tivesse talvez o resultado fosse o mesmo) tiram o impacto final dessa obra.
Quanto a narração, cuja primeira fala é "Mãe", eu interpreto como uma oração ao desconhecido e não simplesmente à "mãe natureza" ou a "Deus". Uma oração a tudo aquilo que possivelmente existiu antes e depois do inicio e do fim do filme, antes e depois do tempo.
O filosofo chinês Zhuang Zhou sonhou que era uma borboleta e quando acordou pensou que talvez agora ele fosse um homem no sonho de uma borboleta. Gosto do conteúdo que o filme tráz, da ideia de um japonês falando sua língua na Coréia e todo mundo entendendo. Na hora eu nem percebi mas isso tem um significado importante. Em sonhos a gente consegue se comunicar até com animais então idioma é irrelevante. Mas não dá pra dizer que gostei do filme. É muito irregular com um roteiro acidentado. Personagens muito burros, como foi dito aqui em baixo. Tem o mesmo defeito de O Arco, apresenta uma premissa e se prende nela sem muito desenvolvimento se tornando algo repetitivo. Fora outros defeitos que já foram muito bem exemplificados aqui em baixo. Porem a cena final é algo de outro mundo. Talvez um dia eu dê outra chance pra esse filme só por causa dessa cena, talvez ele melhore em minha opinião. Mas ela não conseguiu salvar o filme dessa vez.
Como é que alguém pode chamar a Cléo de mimada? Ela pode até ser egoísta e superficial no início por valorizar tanto a beleza ("Feiura é uma espécie de morte... Enquanto eu for linda, estou mais viva do que os outros."), mas não acho que o drama que ela passou seja algo simples. Acho uma questão existencialista, portanto, universal. Caramba era a vida dela em jogo. Vai fazer um exame de HIV e esperar o resultado por exemplo. Mesmo que você não tenha uma vida sexual ativa, uma hora você acaba ficando ansioso pelo resultado.
Pensamos que ela seja mimada por que no inicio vemos o filme através dos olhos de quem tá ao redor dela. Muita gente ao redor tratando-a como estrelinha. Depois passamos a vê-la mais observadora. Como quando observa um casal discutindo em um café, um homem engolindo um sapo (literalmente hue), um outro furando o braço e etc... Quando você tá pra morrer essas coisas ganham mais importância.
Ela podia até ser superficial, mas o importante aqui é a transformação da personagem, que a senhora do tarô já havia indicado que iria acontecer quando ela conhecesse um jovem. Nessa transformação o soldado foi fundamental, pois ele a ajuda a enxergar melhor seu próprio egoísmo. E que personagem surreal, amigos!!! Não é surpresa ter sido escrito por uma mulher e ser interpretado pelo homem que a deu sua primeira filha alguns anos antes do lançamento do filme. Quem dera fosse mais comum que nós homens tivéssemos toda sua sensibilidade.
60 minutos de um velho asqueroso atirando flechas em quem se aproxima de uma garota de 16 anos que ele mantem cativa há 10, e com quem pretende se casar em breve. O filme não evolui e fica nisso até os 20 minutos finais onde o diretor coloca boas doses de simbolismo, abstração e espiritualidade pra agradar sua fanbase de pseudo intelectuais, que afirmam que se caso você não gostou, é por quê não entendeu. Essa deveria ser a sinopse do filme.
Como é chato ler tanto "é pra poucos", "não é pra qualquer um", "tem assistir sem preconceito", "tem que ver de mente aberta", como se quem não gostasse do resultado final não fosse capaz de perceber que a proposta do diretor é ousada, é pra incomodar, mas que ao mesmo tempo ele quer que você enxergue além da superfície para perceber que ele retrata emoção sobre a razão em seus personagens.
Porém não adianta vir com teorias e interpretações budistas pois mesmo com elas o filme é fraco. Temas claramente repetidos em sua filmografia. Até o dispositivo da mudez do protagonista já foi melhor explorado (A Ilha e Casa Vazia). Aliás, esse dispositivo parece ser o que mais impressiona a galera. Parece que o Kim inventou isso, como se fosse sua caligrafia cinematográfica (Imagino a decepção quando descobrirem A Ilha Nua).
Adoro o cinema do Kim e acho "A Ilha", "Primavera, Verão..." e "Casa Vazia" verdadeiras obras-primas. Mas aqui, mesmo assistindo "sem preconceito" e de "mente aberta" os defeitos evidentes da obra se sobressaem.
Apesar de não gostar muito dos aspectos técnicos como montagem, edição e movimentos de câmera, acho que a maneira como o roteiro foi se desenrolando me cativou bastante. Um filme com uma porção de personagens e que, com apenas 100 minutos, no final você consegue distinguir um do outro e qual a função de cada um na trama. Surpresa boa!
Mundo em Caos
2.7 250 Assista AgoraO enredo tem uma semelhança absurda do o jogo Outriders.
Bumblebee
3.5 537Melhor filme da franquia é um spin-off. Isso já diz muita coisa haha
A História de Marie e Julien
3.9 9Mal consegui me concentrar quando percebi que a Emmanuelle Béart era a cara da Nicole Aniston.
Invasão de Bárbaros
3.9 9 Assista AgoraEu só achei estranho a premissa do filme. O comandante de um submarino manda tripulantes descerem numa comunidade esquimó no gélido Canadá pra encontrar um posto de troca e comercio e trazer combustível. COMBUSTÍVEL?!?!?! Até onde eu sei combustível de submarino é urânio altamente enriquecido. Como é que esse povo ia encontrar isso no meio do nada? Hahaha Mas fora isso achei o filme muito bom, coeso, objetivo, com destaque para as atuações de Laurence Olivier e Anton Walbrook.
- Claro, eu já estava esquecendo, você não pôde ler um jornal em mais de um ano.
- O que você quer dizer? Já aconteceu?
- Claro que aconteceu. Maior que a última.
- "Nom di dieu!" Quem está lutando?
- Todo mundo.
- Quem começou?
- Os alemães, é claro. Marcharam nos poloneses em setembro de 1939.
- Nossa! Pensei que todos os poloneses fossem no Canadá.
Essa piada só funciona no inglês! Hahaha Pq acompanhando a legenda me passou despercebido. Só fui sacar na segunda vez que vi! hue
Rastros
3.2 46O filme começa e já dá um show com uma fotografia onírica e com enquadramentos que remetem a relação homem/natureza. Dá a impressão que vai ser um daqueles filmes independentes com pouco diálogo e muito simbolismo. Tipo um Era uma Vez em Anatólia. De repente muda pra um suspense investigativo com vários suspeitos pra um crime. Até um bordel que lembra o One Eyed Jack's de Twin Peaks aparece, com figurinos e trilha sonora quase idênticos (acho tentaram fazer uma referencia). Depois um drama pesado com o sofrimento da protagonista diante da morte dos animais. Não precisava esfregar essa militância na cara do espectador, Okja faz isso de maneira mais leve e ao mesmo tempo envolvente. Depois a direção tenta acelerar a trama com mais agilidade na edição e cortes rápidos ritmados pela trilha sonora, mais ou menos como fazem Wes Anderson e Martin Scorsese. Começam a inserir informações do passado dos personagens em volta da protagonista de maneira bem preguiçosa e as vezes você não sabe se são memórias ou imaginações. É uma bagunça danada!
E o final mano!? Huehue Não acreditei que a trama pudesse ser tão previsível. Fiquei esperando mais uma reviravolta e nada. Quando o velho com as bombas e o garoto com seu laptop de James Bond entraram em ação eu passei a ver o final como algo simbólico/alegórico por que convenhamos né? Além de ser absurdo, o pior nesse final é que o terrorismo vence. Repudio todo tipo de violência contra os animais e sei que praticamente toda a cidade merecia algum tipo de punição, mas como a própria protagonista diz "Violência não traz ninguém de volta da morte."
Me pareceu que essa vingança era mais pela morte de suas cachorras do que pelos animais mortos nas caças. Isso não fica muito claro! O que fica claro é que eles triunfaram. Foram para um paraíso onde até as cachorras "voltaram da morte." Nada muito diferente de um extremista islâmico que mata por uma causa, dita, nobre e ganha suas 72 virgens no paraíso. É brochante saber que um filme desse foi dirigido por uma mulher polonesa com o passado ligado ao holocausto, e que, cuja mãe recebeu a medalha de Justos entre as Nações e participou da Revolta de Varsóvia. A única esperança que me resta é o sumiço da protagonista nos últimos segundo. Talvez aquilo seja uma maneira simbólica de dizer que ela perdeu aquele paraíso e não teve um final tão feliz. Mas isso seria só um palpite!
Se querem ganhar o Oscar com esse filme boa sorte! Se bem que pode não ser tão difícil já que academia adora filme com personagem que sofreu com a Segunda Guerra.
Manifesto
3.7 116A galera que tá focando no conteúdo e não conseguiu sacar, ou não liga, para o que o filme tem de mais óbvio; a) ele não quer te convencer de nada e deixa isso bem claro; b) o filme é baseado em vários manifestos, então quando ele cita a "decadência" do capitalismo (Já li por aí nego chamando o diretor de analfabeto político por isso) é simplesmente um mendigo citando o Manifesto Comunista, nada mais; c) se ele parece repetitivo, e com razão, é por quê todo manifesto tem um tom cagador de regra mesmo (apesar de que o texto é todo direcionado ao papel do artista no que tange originalidade e evolução da arte).
Pra ser sincero eu não gostei de algumas atuações, como a roqueira, mas entendo quando a galera baba pela Cate. O trabalho, em linhas gerais, foi positivo. Mas o ator é o último a ser responsabilizado pelo conteúdo e abordagem de um filme. Muitos atuam sem concordar com o texto. Não sei se esse foi o caso, talvez a Cate compartilhe as ideias, talvez não, mas ela só é responsável pela sua atuação. Como no documentário Unity, onde aparece um aviso que o conteúdo é de responsabilidade do autor e em seguida vários artistas famosos narram um texto que defende essas idéias, como o veganismo como único meio de salvação da humanidade. Um monte de ator carnista teve que narrar "go vegan".
Aqui o texto deixa claro que tá cagando pra forma do filme: "Ideias podem ser obras de arte. Na arte conceitual, a ideia ou conceito é o aspecto mais importante da obra. Quando um artista usa uma forma conceitual de arte significa que o planejamento e as decisões são feitos de antemão, e a execução é um caso superficial. A ideia se torna uma máquina que faz a arte. Esse tipo de arte não é teórico ou ilustração de teorias. É intuitivo e sem propósito. Não importa a forma que a obra de arte possa assumir, ela deve começar com uma ideia. A aparência não é tão importante. É com o processo de concepção e realização que o artista deve se preocupar. Uma vez dada, pelo artista, a realidade física, a obra fica aberta à percepção de todos, inclusive do artista."
Daí a primeira reação que a galera tem é chamar o cara de pretensioso. Calma! O texto já vem com um escudo pra esse tipo de comentário quando ele aceita que pode provocar esse tipo de reação. Mas no fim, a obra acaba ficando pesada e indigesta pelo problema da fluidez. Como não existe um arco ou enredo já fica difícil acompanhar sem se entediar e ainda por cima as ideias acabam por ser sempre muito parecidas. Apesar disso a abordagem, a ideia, como é dito no filme, foi cativante. Toda vez que alguém tenta fazer algo fora da casinha nego pira e chama de pretensioso. Haneke, Tarr, Bergman, Tarkovisky e muitos outros já sofreram muito com isso.
Caso queiram a lista de manifestos presentes no filme:
1. Prologue Burning fuse
Karl Marx / Friedrich Engels, Manifesto of the Communist Party (1848)
Tristan Tzara, Dada Manifesto 1918[7] (1918)
Philippe Soupault, Literature and the Rest (1920)
2. Situationism Homeless man
Lucio Fontana, White Manifesto (1946)
John Reed Club of New York, Draft Manifesto (1932)
Constant Nieuwenhuys, Manifesto (1948)
Alexander Rodchenko, Manifesto of Suprematists and Non-Objective Painters (1919)
Guy Debord, Situationist Manifesto (1960)
3. Futurism Broker
Filippo Tommaso Marinetti, The Foundation and Manifesto of Futurism (1909)
Giacomo Balla / Umberto Boccioni / Carlo Carrà / Luigi Russolo / Gino Severini, Manifesto of the Futurist Painters (1910)
Guillaume Apollinaire, The Futurist Antitradition (1913)
Dziga Vertov, WE: Variant of a Manifesto (1922)
4. Architecture Worker in a garbage incineration plant
Bruno Taut, Down with Seriousism! (1920)
Bruno Taut, Daybreak (1921)
Antonio Sant'Elia, Manifesto of Futurist Architecture (1914)
Coop Himmelb(l)au, Architecture Must Blaze (1980)
Robert Venturi, Non-Straightforward Architecture: A Gentle Manifesto (1966)
5. Vorticism / Blue Rider / Abstract Expressionism CEO at a private party
Wassily Kandinsky / Franz Marc, "Preface to the Blue Rider Almanac" (1912)
Barnett Newman, The Sublime is Now (1948)
Wyndham Lewis, Manifesto (1914)
6. Stridentism / Creationism Tattooed punk
Manuel Maples Arce, A Strident Prescription (1921)
Vicente Huidobro, We Must Create (1922)
Naum Gabo / Antoine Pevsner, The Realist Manifesto (1920)
7. Suprematism / Constructivism Scientist
Naum Gabo / Antoine Pevsner, The Realistic Manifesto (1920)
Kazimir Malevich, Suprematist Manifesto (1916)
Olga Rozanova, Cubism, Futurism, Suprematism (1917)
Alexander Rodchenko, Manifesto of Suprematists and Non-Objective Painters (1919)
8. Dadaism Funeral speaker
Tristan Tzara, Dada Manifesto 1918 (1918)
Tristan Tzara, Manifesto of Monsieur Aa the Antiphilosopher (1920)
Francis Picabia, Dada Cannibalistic Manifesto (1920)
Georges Ribemont-Dessaignes, The Pleasures of Dada (1920)
Georges Ribemont-Dessaignes, To the Public (1920)
Paul Éluard, Five Ways to Dada Shortage or two Words of Explanation (1920)
Louis Aragon, Dada Manifesto (1920)
Richard Huelsenbeck, First German Dada Manifesto (1918)
9. Surrealism / Spatialism Puppeteer
André Breton, Manifesto of Surrealism (1924)
André Breton, Second Manifesto of Surrealism (1929)
Lucio Fontana, White Manifesto (1946)
10. Pop Art Conservative mother with family
(Andrew Upton and their children, Dash, Roman, Iggy Claes Oldenburg, I am for an Art... (1961)
11. Fluxus / Merz / Performance Choreographer
Yvonne Rainer, No Manifesto (1965)
Emmett Williams, Philip Corner, John Cage, Dick Higgins, Allen Bukoff, Larry Miller, Eric Andersen, Tomas Schmit, Ben Vautier (1963–1978), George Maciunas, Fluxus Manifesto (1963)
Mierle Laderman Ukeles, Maintenance Art Manifesto (1969)
Kurt Schwitters, The Merz Stage (1919)
12. Conceptual Art / Minimalism Newsreader and reporter
Sol LeWitt, Paragraphs on Conceptual Art (1967)
Sol LeWitt, Sentences on Conceptual Art (1969)
Sturtevant, Shifting Mental Structures (1999)
Sturtevant, Man is Double Man is Copy Man is Clone (2004)
Adrian Piper, Idea, Form, Context (1969)
13. Film / Epilogue Teacher
Stan Brakhage, Metaphors on Vision (1963)
Jim Jarmusch, Golden Rules of Filmmaking (2002)
Lars von Trier / Thomas Vinterberg, Dogma 95 (1995)
Werner Herzog, Minnesota Declaration (1999)
Lebbeus Woods, Manifesto (1993) – Epilogue
Climas
3.6 21Um filme com roteiro simples e pouco diálogo em que tempo passa voando. Quando acabou eu pensei que estava na metade. Desenvolvimento dinâmico da trama. Na cena da van em que ela pergunta se ele tinha voltado a se encontrar com a amante depois que eles terminaram, a reação que ela tem define o clima da obra. Podia ter terminado ali.
Ele mente e diz que não, e ela, que estava chorando, simplesmente limpa as lágrimas e pergunta ao motorista se já estavam prontos para partir, como quem diz "ele não mudou nada, melhor focar na minha carreira". Mas acho que a sequência dessa cena é produtiva pois mostra que ainda assim ela tentou reatar mas ele foi frio, e também por nos entregar mais uma cena de sexo estranha e poética (se é que aquilo pode ser chamado de cena de sexo rs) como no filme anterior.
Ps.: O comentário da Jacqueline Barbosa logo a baixo é espetacular, e me economizou um bom tempo.
Distante
3.7 32São personagens completamente deslocados socialmente. O inquilino tenta se aproximar de mulheres no metrô, na locadora, mas é exitante. A única que ele toma coragem é a vizinha, mas na hora H... (talvez por quê ela seja a mulher do diretor na vida real haha). Já o personagem principal é de dar pena, ele tem uma cena de sexo no início que é obscura, fora de foco e no plano de fundo que é tão fria e triste que faz a solidão parecer preferível. Quando começamos a conhecer seus problemas familiares já estamos tão inertes quanto ele. Ao final do filme aquele desfecho no aeroporto é de cortar o coração.
Achei engraçado como o ele usa filmes de arte (Tarkovsky) para evitar contato com o inquilino, o que os torna mais distantes. Numa cena, logo antes de pisar na ratoeira, ele troca de canal só pra pra fazer o inquilino deixar o local. Detalhe que ele poem Andrei Rublev! Dá pra reconhecer pela trilha sonora que é a cena em que
os três monges pram num celeiro para se proteger da chuva, e um arlequim ou "Skomorokh", começa seus números humorísticos com comentários sociais e deboches ao boiardo. Daí Kiril some por uns instantes e é visto conversando com guardas, minutos depois os guardas aparecem e prendem o arlequim, que poem a culpa em Andrei Rublev no fim do filme.
Nuvens de Maio
3.9 4Já dá pra notar aqui um flerte com Tarkovsky que se confirmaria em Distante (2002), próximo filme do diretor.
Essa tarefa que o garotinho tem, de conservar um ovo intacto por quarenta dias, me fez lembrar o processo de purificação antes de entrar no quarto da Zona em Stalker (1979). Ambas as situações são como um teste ou uma prova pela qual o personagem deve passar para provar o que realmente deseja. Provar qual é sua grande meta e propósito na vida. E o fato de o garotinho desse filme ter uma meta tão singela é o que o torna um personagem tão cativante.
Memórias de Ontem
4.1 234Vai pros favoritos sem fazer curva! Esse filme me fez sentir que minha vida ta passando tão depressa. Assisti-lo foi prazeroso e ao mesmo tempo deu uma sensação de desamparo. Difícil explicar! Me fez lembrar quando assisti Morangos Silvestres pela primeira vez. Aaah que vontade de desver e só pra ver de novo pela primeira vez! Hahaha
O Sétimo Continente
4.0 174 Assista Agora"Às vezes, imagino como seria se ao invés de uma cabeça opaca, as pessoas tivessem um monitor onde eu pudesse ler seus pensamentos." — Essa frase é o coração do filme.
Sabendo que a obra é baseada em fatos reais, chego a conclusão que Haneke em momento algum tenta analisar ou explicar por quê as pessoas cometem suicídio. Por isso a falta de um arco dramático. Por quê na vida real é assim, ninguém espera e quando acontece ninguém consegue achar justificativa, ou se colocar na pele da pessoa e saber exatamente o que a levou a tal ponto. O filme é mais uma tentativa de reproduzir uma sensação de desolação diante de uma atitude absurda dos pais, do que contar uma estória com início, meio e fim pré-estabelecidos.
O Segredo Íntimo de Lola
3.5 3É uma pena que uma personagem tão legal como Lola tenha essa continuação tão preguiçosa. A intenção de Demy era que o filme fosse, guardadas as devidas proporções, um Europa '51 sobre Los Angeles. Não chega nem perto! Repetem-se alguns padrões de filmes anteriores, como o de sempre ter alguém indo ou voltando da guerra. Apesar de não ter o personagem da "mamãe gente boa". Já o personagem central, assim como o rapaz de "Lola (1961)" é, além de machista, um homem infantil e incerto de si. Largou o emprego, largou a arquitetura, não tem 100 pratas no bolso pra pagar suas contas, deve quase todos que conhece e está prestes a perder o carro pelas dívidas. Ele não sabe se assume um compromisso sério com a mulher com quem vive, não quer se casar nem ter filhos, que são os objetivos dela, mas sente ciúmes do contato dela com outros homens. Ela segura as pontas da casa e o primeiro empréstimo que ele consegue ao invés de sanar suas dividas, usa para perseguir a primeira mulher que vê na rua: Lola.
Se no filme Lola de 1961 esse tipo de personagem evolui, cresce e aprende com a "rejeição" dela, aqui ao final do filme Demy parece endorsar esse comportamento.
O cara conquista a mina com uma cantada que parece letra de pagode do Thiaguinho,
tipo "você já deu pra todo mundo, pode dar pra mim também." Talvez Demy estava em busca de um filme que refletisse as incertezas dos jovens da época, aquela transição entre anos 60 e 70, aquela instabilidade politica da guerra fria, aquela "geração Woodstock". Mas não precisava premiar um personagem babaca ao final do filme pra isso. Tudo bem que ela vai embora, mas é triste vê-lo usar uma de sua mais belas criações no cinema que foi Lola como troféu para o garotão indeciso. Imagino que a próxima mulher que ele encontrar pela frente substituirá o que ele sentia por Lola, assim como Lola substituiu o que ele sentia por Gloria.
Não é à toa que nem sua esposa Agnès Varda, achava grandes coisas dessa película.
O Homem do Rio
3.5 22Como as pessoas podem levar a sério um que filme que não se leva a sério em momento algum? É óbvio que várias situações não são realistas como a maneira como ele consegue viajar pro Brasil. É óbvio que são inseridos estereótipos, mas de maneira irreverente, chegando a ao absurdo (vide Belmondo à la Tarzan). Em momento algum o filme tenta passar um retrato fidedigno da sociedade brasileira. É apenas uma aventura inofensiva com uma donzela em perigo. Aceitem!
Trash Humpers
3.0 105 Assista AgoraSó vim aqui ler os comentários "não gostou pq não entendeu" EHUHEUH
Planeta dos Macacos
3.0 621 Assista AgoraEsse filme é muito ruim, mas consegue ser melhor que todas as quatro sequências do clássico original.
O que eu entendi:
O macaco Péricles entra na tempestade, Mark Wahlberg vai atrás dele e a nave Oberon vai atrás do Mark Wahlberg. Mark Wahlberg cai num planeta em que a Oberon também caiu logo em seguida. Mas a diferença é que para Mark Wahlberg o tempo avançou relativamente levando-o para o futuro já a Oberon caiu e envelheceu junto com o planeta, que por sua vez foi dominado pelos macacos cobaias da própria Oberon. Péricles ficou perambulando no espaço até o final do filme. O que foi pouco tempo pra ele foram séculos para nave e os cobaias. Por ser o macaco mais inteligente de todos na tripulação as lendas de Péricles foram passadas de geração em geração lhe dando status de deidade. O que explica sua chegada ser confundida com o retorno de um tal deus Semos.
No final do filme enquanto Mark Wahlberg viaja pra terra de volta no tempo na sonda de Péricles o General Thade dá um jeito de sair de onde ficou preso e consertar a Oberon, ou talvez consertar aquela sonda do Mark Wahlberg que ficou debaixo d'água (acredito mais nessa hipótese). Talvez tenha levado anos pra isso enquanto Mark Wahlberg viajava de volta em um curto espaço de tempo. Então General Thade viaja através da tempestade, volta no tempo e vai parar nos EUA numa era pré Guerra Civil, e como bom soldado que é, lidera os exércitos e fica com a fama de "emancipador" que pertencia a Lincoln, o que explica a estátua.
Agora, ele pode ter simplesmente lutado com humanos (o que acho pouco provável) pela abolição da escravatura, e posteriormente os macacos liderados por ele evoluíram e tomaram conta do mundo (não sei como ele os ensinou a falar). Ou ele pode ter voltado no tempo pra uma era bem anterior a Guerra Civil e ter assumido o comando dos macacos, que evoluíram gradativamente se rebelaram contra humanos e a própria Guerra Civil ter sido lutada entre humanos e macacos. Daí três séculos depois Mark Wahlberg volta e da de cara com aquela estátua. Enfim, de qualquer forma o filme não explica como os macacos desenvolveram a fala em tão pouco tempo. A sensação que fica é de que foi uma tentativa desesperada de superar o final surpreendente do filme de 1968.
Sob a Sombra
3.4 338 Assista AgoraNem sabia que a Jane Fonda tinha sido personal trainer huehue
Terra Selvagem
3.8 594 Assista AgoraSe esse filme não aparecer entre os indicados ao Oscar ano que vem eu troco de nome. Pode anotar aí, comentário no dia 06/10/2017. Não sei se ganha nem se vai ser indicado em todas essas categorias, mas pelo menos uma dessas eu garanto:
Melhor filme (o mais difícil);
Melhor Direção (o segundo mais difícil);
Melhor Edição (o terceiro mais difícil);
Melhor Roteiro (tem mais chance);
Melhor Ator (Jeremy é branco então deve rolar tbm);
Mixagem ou Edição de som (os dois que eu mais acredito).
La Pointe Courte
3.9 34 Assista AgoraE eu que pensava que aquele quadro com os rostos se encaixando (um de frente e o outro de perfil) tinha sido invenção do Bergman em Persona.
Voyage of Time: Life's Journey
3.6 44Primeiramente, isso nem é um documentário. Tá mais pra um exercício estético do que informativo. Priorizando imagens e não dados.
Segundamente, como é bom queimar a língua com cinema!!! O único motivo que eu tinha pra assistir esse filme é que era de um grande diretor, não esperava nada dele. Aliás, já estava esperando que fosse superficial como todos seus filmes pós A Arvore da Vida, mas nem o fato de ser um tema repetido na filmografia do Malick (tempo), nem a narração que pouco acrescenta (se não tivesse talvez o resultado fosse o mesmo) tiram o impacto final dessa obra.
Quanto a narração, cuja primeira fala é "Mãe", eu interpreto como uma oração ao desconhecido e não simplesmente à "mãe natureza" ou a "Deus". Uma oração a tudo aquilo que possivelmente existiu antes e depois do inicio e do fim do filme, antes e depois do tempo.
Dream
3.6 61O filosofo chinês Zhuang Zhou sonhou que era uma borboleta e quando acordou pensou que talvez agora ele fosse um homem no sonho de uma borboleta. Gosto do conteúdo que o filme tráz, da ideia de um japonês falando sua língua na Coréia e todo mundo entendendo. Na hora eu nem percebi mas isso tem um significado importante. Em sonhos a gente consegue se comunicar até com animais então idioma é irrelevante. Mas não dá pra dizer que gostei do filme. É muito irregular com um roteiro acidentado. Personagens muito burros, como foi dito aqui em baixo. Tem o mesmo defeito de O Arco, apresenta uma premissa e se prende nela sem muito desenvolvimento se tornando algo repetitivo. Fora outros defeitos que já foram muito bem exemplificados aqui em baixo. Porem a cena final é algo de outro mundo. Talvez um dia eu dê outra chance pra esse filme só por causa dessa cena, talvez ele melhore em minha opinião. Mas ela não conseguiu salvar o filme dessa vez.
Cléo das 5 às 7
4.2 199 Assista AgoraComo é que alguém pode chamar a Cléo de mimada? Ela pode até ser egoísta e superficial no início por valorizar tanto a beleza ("Feiura é uma espécie de morte... Enquanto eu for linda, estou mais viva do que os outros."), mas não acho que o drama que ela passou seja algo simples. Acho uma questão existencialista, portanto, universal. Caramba era a vida dela em jogo. Vai fazer um exame de HIV e esperar o resultado por exemplo. Mesmo que você não tenha uma vida sexual ativa, uma hora você acaba ficando ansioso pelo resultado.
Pensamos que ela seja mimada por que no inicio vemos o filme através dos olhos de quem tá ao redor dela. Muita gente ao redor tratando-a como estrelinha. Depois passamos a vê-la mais observadora. Como quando observa um casal discutindo em um café, um homem engolindo um sapo (literalmente hue), um outro furando o braço e etc... Quando você tá pra morrer essas coisas ganham mais importância.
Ela podia até ser superficial, mas o importante aqui é a transformação da personagem, que a senhora do tarô já havia indicado que iria acontecer quando ela conhecesse um jovem. Nessa transformação o soldado foi fundamental, pois ele a ajuda a enxergar melhor seu próprio egoísmo. E que personagem surreal, amigos!!! Não é surpresa ter sido escrito por uma mulher e ser interpretado pelo homem que a deu sua primeira filha alguns anos antes do lançamento do filme. Quem dera fosse mais comum que nós homens tivéssemos toda sua sensibilidade.
O Arco
3.9 7860 minutos de um velho asqueroso atirando flechas em quem se aproxima de uma garota de 16 anos que ele mantem cativa há 10, e com quem pretende se casar em breve. O filme não evolui e fica nisso até os 20 minutos finais onde o diretor coloca boas doses de simbolismo, abstração e espiritualidade pra agradar sua fanbase de pseudo intelectuais, que afirmam que se caso você não gostou, é por quê não entendeu. Essa deveria ser a sinopse do filme.
Como é chato ler tanto "é pra poucos", "não é pra qualquer um", "tem assistir sem preconceito", "tem que ver de mente aberta", como se quem não gostasse do resultado final não fosse capaz de perceber que a proposta do diretor é ousada, é pra incomodar, mas que ao mesmo tempo ele quer que você enxergue além da superfície para perceber que ele retrata emoção sobre a razão em seus personagens.
Porém não adianta vir com teorias e interpretações budistas pois mesmo com elas o filme é fraco. Temas claramente repetidos em sua filmografia. Até o dispositivo da mudez do protagonista já foi melhor explorado (A Ilha e Casa Vazia). Aliás, esse dispositivo parece ser o que mais impressiona a galera. Parece que o Kim inventou isso, como se fosse sua caligrafia cinematográfica (Imagino a decepção quando descobrirem A Ilha Nua).
Adoro o cinema do Kim e acho "A Ilha", "Primavera, Verão..." e "Casa Vazia" verdadeiras obras-primas. Mas aqui, mesmo assistindo "sem preconceito" e de "mente aberta" os defeitos evidentes da obra se sobressaem.
Em Ritmo de Fuga
4.0 1,9K Assista AgoraA garçonete lembra a Shelly de Twin Peaks! Tanto a estória da personagem como aparência das atrizes.
Bem-Vindos
4.0 47Apesar de não gostar muito dos aspectos técnicos como montagem, edição e movimentos de câmera, acho que a maneira como o roteiro foi se desenrolando me cativou bastante. Um filme com uma porção de personagens e que, com apenas 100 minutos, no final você consegue distinguir um do outro e qual a função de cada um na trama. Surpresa boa!