Vamos lá, o meu relato é de um fã apaixonado pela obra de Michael Jackson. Desde que me entendo como um ser pensante. Foi muito difícil assistir;
- Michael Jackson foi declarado inocente de todas as acusações perante a Lei. É um Fato!
- O documentário coloca no centro 2 personagens emblemáticos. Que no decorrer dos anos apresentaram outras versões. A dúvida do que é dito por eles é recorrente para aqueles que de alguma forma acompanham a carreira de Michael Jackson;
- Confesso que é um olhar contundente sobre as ramificações do abuso infantil, e de como ele é complexo, perigoso e ardiloso. Lança a luz sobre algo que precisamos falar sobre;
- Por outro lado, Wade Robson e James Safechuck - São confusos em seus depoimentos, e seus familiares igualmente. É um show Bizarro. No qual, não é possível separar fantasia de realidade. Talvez, tenham puro interesse financeiro em todo o FreakShow que é relatado, e que se baseia apenas em relatos.Tudo é lançado no mar de suposições. Não há evidencias;
- Michael Jackson não tenho dúvidas foi "The Greatest Showman" que existiu na Terra, no entanto, não tinha um comportamento adequado e não se comportava da maneira que deveria. Um homem adulto não deve dormir com crianças que não sejam suas proles, e em hipótese alguma os pais destas crianças deveriam permitir que isso ocorresse. Ou, seja... é uma sucessão de erros de ambas as partes. A Fama e o dinheiro foram facilitadores para que permitissem algo inconcebível.
- Nunca me permiti pensar friamente sobre, pois não queria ruir a imagem que tenho de um dos meus maiores ídolos, estou em um beco sem saída. Michael Jackson Gênio, ou Michael Jackson Pedófilo. Separar o Homem do Mito, talvez seja uma tarefa que tenha que lidar a partir de Hoje. Parte de mim quer acreditar na sua inocência, alegar que não teve infância, trabalhou muito, pai bateu nele, etc - Contudo, (Hoje) não consigo imaginar uma pureza de um homem com mais de 30 anos dormindo com meninos de 10 anos na mesma cama. Desculpa, não dá...
Provavelmente um dos filmes mais desagradáveis, perturbadores e necessários que assisti.A violência e a brutalidade em exibição aqui são tão cruas e implacáveis - Certa hora senti como se eu pudesse vomitar a qualquer momento. Eu esperava que isso fosse intenso, mas nada poderia me preparar para isso. A diretora Kathryn Bigelow certamente consegue evocar uma forte resposta emocional de seu público.
A manutenção da tensão por um longo período é rara, e isso por si só é louvável. Claro, a trama não é um mero exercício de tensão. A política aqui é clara. Os cidadãos negros na cidade americana de Detroit sentem que têm uma arma apontada para eles em todos os momentos - a brutalidade policial é um problema tão desenfreado que se torna uma expectativa de qualquer encontro com um oficial. É dito alto e claro: a criminalidade policial deve ser tratada como qualquer outra criminalidade. O abuso e o assassinato são atos criminosos, e usar um distintivo não pode desculpar isso, os cidadãos negros de Detroit não mereceram o tratamento que foram submetidos.
A câmera de Bigelow ocasionalmente se sente pouco simpática com seus assuntos. Começa como uma lição imersiva de segregação, antes de se transformar em uma longa peça de invasão, onde somos mantidos em cativeiro e observamos inertes sem poder fazer absolutamente nada. É a lição elementar de suspense de Hitchcock: dar ao público uma informação que um lado desse conflito não possui só que nunca será descoberto, levando a uma escalada de atos violentos. É um filme afiado, brutal, violento e inquietante do início ao fim. A resolução é um lembrete do pesadelo do racismo sistemático. Um dos melhores filmes de 2017.
É um filme permeado por confrontos e forças de oposição: Tradição versus Modernidade, Heterossexualidade versus Homossexualidade. No centro da trama há uma história de amor complexa, muito mais ampla permeada por um conflito cultural.
O que se segue é uma exploração intrincada e íntima da masculinidade. No qual, a própria idéia de masculinidade é questionada. O espectador provavelmente tentará julgar os personagens em alguns momentos, mas o filme reflete o julgamento típico ocidental e nos faz perceber que não é apenas algo que podemos condenar e julgar.
Inquietante a estréia do cineasta John Trengove, se revela um exame fascinante e pungente de gênero, classe e sexualidade em um lugar onde a modernidade e a tradição podem ser irreconciliáveis.
É um drama de tribunal que infelizmente é completamente relevante nos dias de hoje ao tratar com muito ceticismo o sexismo e o racismo. É um clássico drama de tribunal, focado em um caso singular.
É uma jogada inteligente quando você tem muito espaço para cobrir a vida de alguém, e faz a opção em retratar um episodio. É fácil pensar em Thurgood Marshall como um dos maiores advogados do século XX, o primeiro negro da Suprema Corte Americana e um dos responsáveis por acabar com a segregação racial nas escolas públicas americanas na década de 50.
É, portanto, uma figura histórica dos direitos civis americanos. E ninguém poderia melhor interpretá-lo que Chadwick Boseman que possui em sua filmografia três personagens históricos em três biografias de alto perfil que também são ícones do movimento (Jackie Robinson, e James Brown). Não é apenas algo que o ator gosta ou é competente, mas realiza com habilidade. É um ator tão habilidoso, é tão diferente e inesperado quanto suas encarnações de Robinson e James Brown foram antes. O fato de Boseman realmente não compartilhar quaisquer características físicas com Marshall não é uma distração, como Boseman fez no passado, captura um espírito ou uma essência dessa pessoa - mesmo que sua personalidade não seja amplamente conhecida - e entrega em seu retrato essa personalidade real.
O filme é genuíno na sua tentativa de retratar todas as facetas da vida de um homem que se esforçou para mudanças admiráveis. E em poucas cenas curtas, nós aprendemos quem é Thurgood Marshall: um advogado encantador e poético que não recuou diante do fracasso, da violência ou do racismo.
Quem diria que um filme de "Ação" dentro de uma sala de aula poderia ser tão divertido?
A acumulação de tensão é criada de forma inteligente que é possível sentir o pânico subindo apenas no passar de respostas através de uma borracha ou ver o tempo acelerar ao resolver problemas de matemática. No contexto social, o filme é capaz de discutir questões de classe, oportunidades acadêmicas desiguais que inevitavelmente podem se transformar em corrupção moral. É uma prova que tramas sobre colegiais não precisam ser estúpidas e sem sentido.
A trama cria um retrato evocativo de um assassino em série perdendo a memória - o filme mergulha primeiro na história com o personagem principal, o que significa que estamos freqüentemente tão desorientados quanto ele, e este aspecto funciona de forma brilhante. Faz perguntas sobre como podemos ter certeza do que sabemos e de quem somos.
No entanto, se enrosca em seu próprio mistério, empurrando sua credibilidade já esticada para um ponto de ruptura sem volta. Para os fãs de Thrillers Coreanos - Há certo charme com estilo exagerado, quase uma HQ. É um filme que pode ser apreciado em muitos níveis diferentes.
Nunca pensei em toda a vida haver um filme de ação baseado em um jogo de tabuleiro asiático chamado Baduk (GO). Ainda não compreendo completamente o jogo. No papel é um filme ousado porque observar indivíduos que volta e meia colocam pedras na cor preta e branca em um tabuleiro dramaticamente não é nada emocionante.
Mas, conseguem contornar essa dificuldade em algo no mínimo intrigante com alguns momentos de suspense genuíno e vingança visceral. No entanto, o plano de vingança de Tae-seok é ridiculamente complicado com recompensas simplistas. Todavia, é um filme de vingança de respeito.
Kiyoshi Kurosawa vai para a França por uma ambiciosa tentativa de transpor as noções do horror romântico do século 19 para o cenário contemporâneo.
Modela um romance fantasmático, no qual o mundo exterior parece desaparecer para os amantes centrais, deixando o vazio para preencher o espaço. Trágico, somente na medida em que o amor nunca pode existir realmente neste mundo, está em serviço para finalmente recuperar o próprio destino.
"A morte é uma ilusão". Assim que alguém reconhecer o fim, torna-se verdade. Pura poesia.
É um conto doloroso baseado na verdadeira história de Colin Warner que foi condenado injustamente como cúmplice de assassinato e condenado a passar mais de 20 anos atrás das grades. A trama não suaviza qualquer detalhe de Warner ou sua vida. Nós o vemos roubar carros nos primeiros minutos, mas é claro que ainda somos simpáticos quando ele é parado pela polícia. O diretor Matt Ruskin entende a natureza complicada dos seres humanos e confia em sua audiência para conhecer também. A lista de pontos fortes continua, mas não estragarei.
O diretor Ruskin identifica sutilmente problemas sistêmicos com o sistema de justiça criminal americano que levou e exacerbou essa tragédia, assim como outros como ele, da polícia, da intimidação para coagir as testemunhas em falsos depoimentos, a incapacidade de muitos defensores públicos para representar adequadamente seus clientes devido ao número excessivo de casos.
O diretor não apenas comenta o que acontece durante a investigação e o processo de julgamento, também faz declarações convincentes sobre os horrores da prisão. O grande problema é que passam 20 anos, e sentimos o peso no ritmo da narrativa. O ator Lakeith Stanfield confere uma performance poderosa, da sua postura física aos seus olhos mortos, você vê um homem que teve seu coração e alma repetidamente rasgado injustamente.
O local ao qual pertencemos é uma questão existencial que é imensamente difícil de responder para adultos e talvez até mais difícil para crianças. No entanto, Todd Haynes, em toda sua sabedoria continua encontrar novas maneiras de transformar emoções complicadas em peças de arte altamente imersivas.
Essencialmente, trata-se de um filme sobre os laços que nos une. Duas historias interligadas entre 1927 e 1977, uma configuração temporal, no qual há uma quantidade inumerável de histórias de mudança.São 50 longos anos, mas o rápido progresso do século XX, para o bem e para o mal, torna as duas culturas e sociedades quase irreconhecíveis umas para as outras. Isto é tão evidente no meio do Cinema como qualquer outra área: no primeiro, os anos gloriosos do Cinema mudo estavam próximos do fim, no último, o auge da Liberdade da Nova Hollywood e por fim, o preto e branco é substituído por cores vivas.
É uma trama mágica tão mergulhada e inspirada por um amor permanente de tantas coisas, incluindo museus, histórias, estranhos, e uma Cidade que nunca dorme. É um belo mosaico de imagens. Uma jóia verdadeiramente subestimada de 2017.
É uma história de uma Rapper improvável que tenta escapar dos limites de sua pequena cidade. Soa familiar? - Provavelmente, há muito aqui que já foi visto antes, mas, crucialmente, o filme está sozinho e faz isso em seus próprios termos.
No centro uma protagonista curiosa que sonha com uma vida melhor ao seguir sua paixão - Rap/ Hip-Hop. A protagonista-chave é uma garota "Grande" e branca, não tem a imagem típica de uma estrela de Hip-Hop. É uma idéia interessante que permite que temas de abuso e bullying, bem como o padrão de "superar as expectativas" sejam abordados na trama.
É uma trama bem resolvida que deixa uma sensação boa. Há algo diferente no filme na maneira que retrata as dificuldades de se esforçar para ir além do que as pessoas esperam de si mesmas. É um sopro de ar fresco. A trilha sonora é excelente e as rimas das canções originais são inteligentes, se simplistas às vezes, são cativantes. Visualmente é brilhante, com um toque particular proveniente das seqüências de sonhos. Merecia ter tido um reconhecimento melhor. Um dos melhores filmes de 2017.
A heroína do título, interpretada por Jasmine Trinca confere um desempenho obstinado. Ela é apaixonada e formidável apesar dos obstáculos que continuam sendo jogados no caminho, lutando desesperadamente para arrastar todos a sua volta para uma vida melhor.
O roteiro faz questão de reforçar seus personagens em caricaturas. O melodrama rapidamente perde o caminho. Pelo menos, a escrita é divertida, e entrega alguns momentos de riso.
Excelente documentário sobre a grande cantora de Soul, Sharon Jones. Sua carreira e batalha contra o câncer são retratados de forma inspiradora. É profundamente emocionante, e evidente que a música é fantástica.
Conferir o documentário após, desafortunadamente o falecimento dela em Novembro de 2016 adiciona uma camada de melancolia a tudo que é brilhante no filme.
O título de Mudbound não poderia ser mais claro: de uma forma ou de outra, todos acabaremos na lama eventualmente. É um drama intenso que consegue ser incrivelmente épico e dolorosamente íntimo. É sobre as coisas que mantêm as pessoas separadas e as juntam.
Um extenso conto de segregação racial. O cenário do filme reflete um momento perturbador na história dos EUA, quando os homens brancos obrigaram seus estados a contornar a 14ª Emenda da Constituição Americana criando leis que consideravam pessoas de cor, ou negras "iguais, mas separadas", resultando em racismo sistematizado que durou até 1964 (no papel).
Oferece mais do que um drama de direitos civis. A trama explora a raça, a classe e a misoginia, conscientes de seu impacto em uma escala individual, em um mundo à beira da mudança, mas em um ambiente isolado demais para sentir qualquer uma dessas mudanças. O uso da narração dá a este filme sua voz única - uma maneira de apresentar esses personagens que, em sua maior parte, mantêm silêncio em sua dor neste ambiente duro e supressivo. É literário, mas executado perfeitamente.
Estabelece a diretora Dee Rees como uma voz a ser ouvida, pois é uma produção rara onde as técnicas literárias e cinematográficas não estão em desacordo umas com as outras, onde, de fato, se envolvem e se complementam de maneiras que são gratificantes para o espectador. Retrato de um país complexo e contraditório. Sua resolução é dolorosa, trágica, inevitável e ainda esperançosa. Celebra a resiliência e a empatia diante da violência. É um bálsamo muito necessário para esses tempos violentamente antagônicos e altamente tribais.
Enquanto admiro muito os filmes que abordam temáticas controversas, Layla M. é nada menos que decepcionante. É um filme que aspira muito e realiza pouco, devido à sua investigação inadequada sobre a natureza da radicalização e a caricatura plena que realiza de seus personagens.
Apresenta outra visão direta de como alguém poderia encontrar-se lutando por uma causa, mas, a trama se perde dentro dela sem nada para falar. É tratado mais como um passeio em uma montanha-russa virtual. Claro, você entende de onde os sentimentos provêm, mas dentro, sabe do perigo simplesmente por ser um perigo
A trama é verdadeiramente uma viagem diabólica ou um pesadelo de néon através de uma série tumultuosos eventos, onde os lugares mais brilhantes são os mais sombrios, e as pessoas mais significativas são as mais perigosas. Robert Pattinson em uma elogiosa performance, no qual consegue injetar coração e alma em um personagem incomumente diferente que na verdade é um saco de sujeira.
Sem dúvida, rouba o show. Apresenta um caráter fantástico, quase paradoxal, que é impulsionado por um amor legítimo por seu irmão, mas não pode abster-se de ir mais e mais longe no horrível buraco de coelho que ele cavou para si mesmo. O resultado não é apenas realista, mas um dos personagens mais interessantes e credivelmente defeituosos que vi na tela em algum momento. Facilmente um dos melhores filmes do ano de 2017.
É um filme repleto de desejo, prazer e destruição. É ao mesmo tempo surreal e hipnótico. Ocupa um equilíbrio curioso entre o fantástico e o “Super Real”. É uma trama com três personagens em seu centro que traz a mistura de horror, mistério e se desenrola na linha escura do sexo e violência em um ritmo lento. Compreendi da seguinte forma: Quando se enfrenta a crueldade e a violência do nosso dia a da parece ser mais fácil lidar com ela criando um ser sobrenatural, pois a realidade com toda a sua ironia é inacreditável.
Ninguém é tão diferente um do outro quando se trata de suas necessidades e é realmente nós que entramos no caminho da destruição tão necessária às vezes. Ou seja, nós somos responsáveis por nossa desumanidade. É um filme aberto para diversas interpretações. Embora lhe falte coesão, compensa com sua crítica sagaz sobre as relações humanas.
Equilibrando a tragédia iminente com humor e uma procissão de personagens auxiliares, o filme mostra uma impressionante coleção de personagens femininas fortes. Talvez, tenha muitas reviravoltas, mas é um drama que faz um esforço para retratar o quanto o conceito de família mudou, mais do que nunca, a forma como uma família é composta não é mais aquela que insiste o imaginário coletivo: mamãe, papai e filhos. Juntos, todos são mais fortes. Pode ser agridoce, mas é um retrato comovente.
É fascinante que, apesar de todas as nossas realizações técnicas, ainda existem vastas partes da Terra que não foram conquistadas ou tocadas pela nossa ambição. E ainda mais curioso que grande parte de nossa fascinação reside em pensar em um futuro repleto de engenhocas ou nas desventuras de residir em um contexto repleto de tecnologia, e esquecemos as maravilhas dos aventureiros da vida real do aqui e agora.
Fico feliz com a retomada de tramas como essa. É a velha história de Homem versus Natureza baseado em fatos reais. Daniel Radcliffe é ótimo e continua melhorando a cada filme que faz. É um trabalho competente, no entanto, não é memorável.
É um Thriller erótico com "T" maiúsculo de tesão. Filmado em interiores parisienses, acolhe toda a claustrofobia, horror corporal e pesadelos sexuais pseudo-freudianos presentes em toda a filmografia de François Ozon. As influências de Alfred Hitchcock nunca foram difíceis de detectar em seus trabalhos. Mas aqui ele remete Brian De Palma e David Cronenberg. A trama pode ser vista como uma descoberta de autodescobertas em dois níveis - a personagem principal descobrindo-se e descobrindo o homem que ela ama.
Tematicamente, a narrativa trata dos aspectos de manipulação, amor, romance, engano, auto descoberta, dualismo e psicopatia. Os dois últimos temas criam uma mistura dramática que engana o público e nos faz acreditar que os personagens estão absolutamente loucos.
O diretor impressionantemente mantém a trama imprevisível, o que é difícil de conseguir nos dias de hoje. No fim, o filme é uma fantasia não de satisfação sexual, mas a realização sexual, e talvez nenhum diretor que não seja Ozon teria a imaginação e a audácia para realizá-la.
É um documentário bem editado e organizado que tem tarefa difícil retratar um dos maiores ícones de Hollywood. Não é o que chamaríamos de um olhar crítico sobre o trabalho de Spielberg, ninguém, seja colegas diretores, atores ou produtores, ou mesmo críticos, tem qualquer coisa a não ser elogios à ele, afinal, mudou em diversos aspectos a indústria do Cinema.
O que é justo o bastante, desde que você entenda que é um grupo de pessoas, sentadas ao redor, dizendo coisas agradáveis sobre um cara legal. Nós também conseguimos ouvir muito do próprio homem, mas não é nada que não conheçamos. É bom ouvir sobre sua vida, e ver algumas das coisas que fazia mesmo quando criança, mas, pessoalmente, à medida que as coisas se movem ao longo de seus filmes iniciais e divertidos, a história, como os filmes, para mim pelo menos, torna-se menos interessante.
Eu entendo o quão difícil deve ser abranger uma carreira de 40 anos em um longa-metragem, mas às vezes parece ser um documento sobre E.T. e a Lista de Schindler e não sobre o cara que os criou. Ainda assim, definitivamente vale a pena assistir.
Este filme é violento como o inferno, o que significa que não é para os fracos. A direção de S. Craig Zahler é visceral.
A ultraviolência aqui exposta é absolutamente incrível; cada soco, pressão de osso quebrado e arrastado no concreto soa dolorosamente real, e eu encontrei-me olhando longe da tela em muitas ocasiões. Sob toda a violência, no entanto há humanidade no centro de sua história; um homem que está disposto a entrar nas profundezas do inferno para se certificar que sua esposa e filho tenham um futuro. Vince Vaughn com toda a sua presença e silencio confere o tom da trama.
O diretor Zahler estabeleceu uma mistura tão distinta de violência e drama, e mal posso esperar para ver qual é a sua próxima jogada. Este é sem dúvidas, um dos filmes mais ousados e brutais do ano.
O filme tem uma multiplicidade de problemas que podem ser escolhidos de forma interminável, mas sua pura audácia é uma anomalia fascinante nos dias atuais e reverte todos os equívocos em uma megalomania divertida de se conferir. Existem vários filmes dentro deste filme que são mais interessantes e envolventes que a trama central. É um conto trivial de um homem e uma mulher lutando pelo que é certo enquanto se apaixonam no espaço.
O ator Dane DeHaan é um equívoco de escalação, além de sua inexpressividade. Ele é explicitamente referido como um "Bad Boy" e um "Lady-killer", nenhuma destas características as quais eu jamais evocaria para descrevê-lo visto sua performance. Outro tropeço é a química, ou falta dela com a atriz Cara Delevingne. O diálogo para variar é estranho, mas existe um senso de humor de Star Wars que as vezes funciona. É visualmente impactante em alguns momentos e em outros nem tanto. Contudo, existe um poder bruto e imaginativo na forma como Luc Besson produz todos os elementos criativos de Valerian. Desde as multidões de espécies exóticas e a obsessão com as tecnologias do futuro. É um filme que se vê uma paixão por tudo aquilo que é exposto. Só o tempo dirá se ele será cultuado ou eternamente incompreendido.
Deixando Neverland
3.4 246Vamos lá, o meu relato é de um fã apaixonado pela obra de Michael Jackson. Desde que me entendo como um ser pensante. Foi muito difícil assistir;
- Michael Jackson foi declarado inocente de todas as acusações perante a Lei. É um Fato!
- O documentário coloca no centro 2 personagens emblemáticos. Que no decorrer dos anos apresentaram outras versões. A dúvida do que é dito por eles é recorrente para aqueles que de alguma forma acompanham a carreira de Michael Jackson;
- Confesso que é um olhar contundente sobre as ramificações do abuso infantil, e de como ele é complexo, perigoso e ardiloso. Lança a luz sobre algo que precisamos falar sobre;
- Por outro lado, Wade Robson e James Safechuck - São confusos em seus depoimentos, e seus familiares igualmente. É um show Bizarro. No qual, não é possível separar fantasia de realidade. Talvez, tenham puro interesse financeiro em todo o FreakShow que é relatado, e que se baseia apenas em relatos.Tudo é lançado no mar de suposições. Não há evidencias;
- Michael Jackson não tenho dúvidas foi "The Greatest Showman" que existiu na Terra, no entanto, não tinha um comportamento adequado e não se comportava da maneira que deveria. Um homem adulto não deve dormir com crianças que não sejam suas proles, e em hipótese alguma os pais destas crianças deveriam permitir que isso ocorresse. Ou, seja... é uma sucessão de erros de ambas as partes. A Fama e o dinheiro foram facilitadores para que permitissem algo inconcebível.
- Nunca me permiti pensar friamente sobre, pois não queria ruir a imagem que tenho de um dos meus maiores ídolos, estou em um beco sem saída. Michael Jackson Gênio, ou Michael Jackson Pedófilo. Separar o Homem do Mito, talvez seja uma tarefa que tenha que lidar a partir de Hoje. Parte de mim quer acreditar na sua inocência, alegar que não teve infância, trabalhou muito, pai bateu nele, etc - Contudo, (Hoje) não consigo imaginar uma pureza de um homem com mais de 30 anos dormindo com meninos de 10 anos na mesma cama. Desculpa, não dá...
Eu preciso Ressignificar Michael Jackson ponto.
Clímax
3.6 1,1K Assista AgoraO-U-T-R-A-G-E-O-U-S!
Detroit em Rebelião
4.0 193 Assista AgoraProvavelmente um dos filmes mais desagradáveis, perturbadores e necessários que assisti.A violência e a brutalidade em exibição aqui são tão cruas e implacáveis - Certa hora senti como se eu pudesse vomitar a qualquer momento. Eu esperava que isso fosse intenso, mas nada poderia me preparar para isso. A diretora Kathryn Bigelow certamente consegue evocar uma forte resposta emocional de seu público.
A manutenção da tensão por um longo período é rara, e isso por si só é louvável. Claro, a trama não é um mero exercício de tensão. A política aqui é clara. Os cidadãos negros na cidade americana de Detroit sentem que têm uma arma apontada para eles em todos os momentos - a brutalidade policial é um problema tão desenfreado que se torna uma expectativa de qualquer encontro com um oficial. É dito alto e claro: a criminalidade policial deve ser tratada como qualquer outra criminalidade. O abuso e o assassinato são atos criminosos, e usar um distintivo não pode desculpar isso, os cidadãos negros de Detroit não mereceram o tratamento que foram submetidos.
A câmera de Bigelow ocasionalmente se sente pouco simpática com seus assuntos. Começa como uma lição imersiva de segregação, antes de se transformar em uma longa peça de invasão, onde somos mantidos em cativeiro e observamos inertes sem poder fazer absolutamente nada. É a lição elementar de suspense de Hitchcock: dar ao público uma informação que um lado desse conflito não possui só que nunca será descoberto, levando a uma escalada de atos violentos. É um filme afiado, brutal, violento e inquietante do início ao fim. A resolução é um lembrete do pesadelo do racismo sistemático. Um dos melhores filmes de 2017.
Os Iniciados
3.6 47 Assista AgoraÉ um filme permeado por confrontos e forças de oposição: Tradição versus Modernidade, Heterossexualidade versus Homossexualidade. No centro da trama há uma história de amor complexa, muito mais ampla permeada por um conflito cultural.
O que se segue é uma exploração intrincada e íntima da masculinidade. No qual, a própria idéia de masculinidade é questionada. O espectador provavelmente tentará julgar os personagens em alguns momentos, mas o filme reflete o julgamento típico ocidental e nos faz perceber que não é apenas algo que podemos condenar e julgar.
Inquietante a estréia do cineasta John Trengove, se revela um exame fascinante e pungente de gênero, classe e sexualidade em um lugar onde a modernidade e a tradição podem ser irreconciliáveis.
Marshall: Igualdade e Justiça
3.8 130 Assista AgoraÉ um drama de tribunal que infelizmente é completamente relevante nos dias de hoje ao tratar com muito ceticismo o sexismo e o racismo. É um clássico drama de tribunal, focado em um caso singular.
É uma jogada inteligente quando você tem muito espaço para cobrir a vida de alguém, e faz a opção em retratar um episodio. É fácil pensar em Thurgood Marshall como um dos maiores advogados do século XX, o primeiro negro da Suprema Corte Americana e um dos responsáveis por acabar com a segregação racial nas escolas públicas americanas na década de 50.
É, portanto, uma figura histórica dos direitos civis americanos. E ninguém poderia melhor interpretá-lo que Chadwick Boseman que possui em sua filmografia três personagens históricos em três biografias de alto perfil que também são ícones do movimento (Jackie Robinson, e James Brown). Não é apenas algo que o ator gosta ou é competente, mas realiza com habilidade. É um ator tão habilidoso, é tão diferente e inesperado quanto suas encarnações de Robinson e James Brown foram antes. O fato de Boseman realmente não compartilhar quaisquer características físicas com Marshall não é uma distração, como Boseman fez no passado, captura um espírito ou uma essência dessa pessoa - mesmo que sua personalidade não seja amplamente conhecida - e entrega em seu retrato essa personalidade real.
O filme é genuíno na sua tentativa de retratar todas as facetas da vida de um homem que se esforçou para mudanças admiráveis. E em poucas cenas curtas, nós aprendemos quem é Thurgood Marshall: um advogado encantador e poético que não recuou diante do fracasso, da violência ou do racismo.
Gênios do Mal
4.0 82 Assista AgoraQuem diria que um filme de "Ação" dentro de uma sala de aula poderia ser tão divertido?
A acumulação de tensão é criada de forma inteligente que é possível sentir o pânico subindo apenas no passar de respostas através de uma borracha ou ver o tempo acelerar ao resolver problemas de matemática. No contexto social, o filme é capaz de discutir questões de classe, oportunidades acadêmicas desiguais que inevitavelmente podem se transformar em corrupção moral. É uma prova que tramas sobre colegiais não precisam ser estúpidas e sem sentido.
Memória de um Assassino
4.0 81 Assista AgoraA trama cria um retrato evocativo de um assassino em série perdendo a memória - o filme mergulha primeiro na história com o personagem principal, o que significa que estamos freqüentemente tão desorientados quanto ele, e este aspecto funciona de forma brilhante. Faz perguntas sobre como podemos ter certeza do que sabemos e de quem somos.
No entanto, se enrosca em seu próprio mistério, empurrando sua credibilidade já esticada para um ponto de ruptura sem volta. Para os fãs de Thrillers Coreanos - Há certo charme com estilo exagerado, quase uma HQ. É um filme que pode ser apreciado em muitos níveis diferentes.
Jogada Divina
3.5 26Nunca pensei em toda a vida haver um filme de ação baseado em um jogo de tabuleiro asiático chamado Baduk (GO). Ainda não compreendo completamente o jogo. No papel é um filme ousado porque observar indivíduos que volta e meia colocam pedras na cor preta e branca em um tabuleiro dramaticamente não é nada emocionante.
Mas, conseguem contornar essa dificuldade em algo no mínimo intrigante com alguns momentos de suspense genuíno e vingança visceral. No entanto, o plano de vingança de Tae-seok é ridiculamente complicado com recompensas simplistas. Todavia, é um filme de vingança de respeito.
O Segredo da Câmara Escura
2.6 7 Assista AgoraKiyoshi Kurosawa vai para a França por uma ambiciosa tentativa de transpor as noções do horror romântico do século 19 para o cenário contemporâneo.
Modela um romance fantasmático, no qual o mundo exterior parece desaparecer para os amantes centrais, deixando o vazio para preencher o espaço. Trágico, somente na medida em que o amor nunca pode existir realmente neste mundo, está em serviço para finalmente recuperar o próprio destino.
"A morte é uma ilusão". Assim que alguém reconhecer o fim, torna-se verdade. Pura poesia.
Crown Heights
3.6 20 Assista AgoraÉ um conto doloroso baseado na verdadeira história de Colin Warner que foi condenado injustamente como cúmplice de assassinato e condenado a passar mais de 20 anos atrás das grades. A trama não suaviza qualquer detalhe de Warner ou sua vida. Nós o vemos roubar carros nos primeiros minutos, mas é claro que ainda somos simpáticos quando ele é parado pela polícia. O diretor Matt Ruskin entende a natureza complicada dos seres humanos e confia em sua audiência para conhecer também. A lista de pontos fortes continua, mas não estragarei.
O diretor Ruskin identifica sutilmente problemas sistêmicos com o sistema de justiça criminal americano que levou e exacerbou essa tragédia, assim como outros como ele, da polícia, da intimidação para coagir as testemunhas em falsos depoimentos, a incapacidade de muitos defensores públicos para representar adequadamente seus clientes devido ao número excessivo de casos.
O diretor não apenas comenta o que acontece durante a investigação e o processo de julgamento, também faz declarações convincentes sobre os horrores da prisão. O grande problema é que passam 20 anos, e sentimos o peso no ritmo da narrativa. O ator Lakeith Stanfield confere uma performance poderosa, da sua postura física aos seus olhos mortos, você vê um homem que teve seu coração e alma repetidamente rasgado injustamente.
Sem Fôlego
3.0 76 Assista AgoraO local ao qual pertencemos é uma questão existencial que é imensamente difícil de responder para adultos e talvez até mais difícil para crianças. No entanto, Todd Haynes, em toda sua sabedoria continua encontrar novas maneiras de transformar emoções complicadas em peças de arte altamente imersivas.
Essencialmente, trata-se de um filme sobre os laços que nos une. Duas historias interligadas entre 1927 e 1977, uma configuração temporal, no qual há uma quantidade inumerável de histórias de mudança.São 50 longos anos, mas o rápido progresso do século XX, para o bem e para o mal, torna as duas culturas e sociedades quase irreconhecíveis umas para as outras. Isto é tão evidente no meio do Cinema como qualquer outra área: no primeiro, os anos gloriosos do Cinema mudo estavam próximos do fim, no último, o auge da Liberdade da Nova Hollywood e por fim, o preto e branco é substituído por cores vivas.
É uma trama mágica tão mergulhada e inspirada por um amor permanente de tantas coisas, incluindo museus, histórias, estranhos, e uma Cidade que nunca dorme. É um belo mosaico de imagens. Uma jóia verdadeiramente subestimada de 2017.
Patti Cake$
3.6 33É uma história de uma Rapper improvável que tenta escapar dos limites de sua pequena cidade. Soa familiar? - Provavelmente, há muito aqui que já foi visto antes, mas, crucialmente, o filme está sozinho e faz isso em seus próprios termos.
No centro uma protagonista curiosa que sonha com uma vida melhor ao seguir sua paixão - Rap/ Hip-Hop. A protagonista-chave é uma garota "Grande" e branca, não tem a imagem típica de uma estrela de Hip-Hop. É uma idéia interessante que permite que temas de abuso e bullying, bem como o padrão de "superar as expectativas" sejam abordados na trama.
É uma trama bem resolvida que deixa uma sensação boa. Há algo diferente no filme na maneira que retrata as dificuldades de se esforçar para ir além do que as pessoas esperam de si mesmas. É um sopro de ar fresco. A trilha sonora é excelente e as rimas das canções originais são inteligentes, se simplistas às vezes, são cativantes. Visualmente é brilhante, com um toque particular proveniente das seqüências de sonhos. Merecia ter tido um reconhecimento melhor. Um dos melhores filmes de 2017.
Lucky
3.2 17A heroína do título, interpretada por Jasmine Trinca confere um desempenho obstinado. Ela é apaixonada e formidável apesar dos obstáculos que continuam sendo jogados no caminho, lutando desesperadamente para arrastar todos a sua volta para uma vida melhor.
O roteiro faz questão de reforçar seus personagens em caricaturas. O melodrama rapidamente perde o caminho. Pelo menos, a escrita é divertida, e entrega alguns momentos de riso.
Miss Sharon Jones!
4.2 6Excelente documentário sobre a grande cantora de Soul, Sharon Jones. Sua carreira e batalha contra o câncer são retratados de forma inspiradora. É profundamente emocionante, e evidente que a música é fantástica.
Conferir o documentário após, desafortunadamente o falecimento dela em Novembro de 2016 adiciona uma camada de melancolia a tudo que é brilhante no filme.
Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi
4.1 322 Assista AgoraO título de Mudbound não poderia ser mais claro: de uma forma ou de outra, todos acabaremos na lama eventualmente. É um drama intenso que consegue ser incrivelmente épico e dolorosamente íntimo. É sobre as coisas que mantêm as pessoas separadas e as juntam.
Um extenso conto de segregação racial. O cenário do filme reflete um momento perturbador na história dos EUA, quando os homens brancos obrigaram seus estados a contornar a 14ª Emenda da Constituição Americana criando leis que consideravam pessoas de cor, ou negras "iguais, mas separadas", resultando em racismo sistematizado que durou até 1964 (no papel).
Oferece mais do que um drama de direitos civis. A trama explora a raça, a classe e a misoginia, conscientes de seu impacto em uma escala individual, em um mundo à beira da mudança, mas em um ambiente isolado demais para sentir qualquer uma dessas mudanças. O uso da narração dá a este filme sua voz única - uma maneira de apresentar esses personagens que, em sua maior parte, mantêm silêncio em sua dor neste ambiente duro e supressivo. É literário, mas executado perfeitamente.
Estabelece a diretora Dee Rees como uma voz a ser ouvida, pois é uma produção rara onde as técnicas literárias e cinematográficas não estão em desacordo umas com as outras, onde, de fato, se envolvem e se complementam de maneiras que são gratificantes para o espectador. Retrato de um país complexo e contraditório. Sua resolução é dolorosa, trágica, inevitável e ainda esperançosa. Celebra a resiliência e a empatia diante da violência. É um bálsamo muito necessário para esses tempos violentamente antagônicos e altamente tribais.
Layla M.
3.4 21 Assista AgoraEnquanto admiro muito os filmes que abordam temáticas controversas, Layla M. é nada menos que decepcionante. É um filme que aspira muito e realiza pouco, devido à sua investigação inadequada sobre a natureza da radicalização e a caricatura plena que realiza de seus personagens.
Apresenta outra visão direta de como alguém poderia encontrar-se lutando por uma causa, mas, a trama se perde dentro dela sem nada para falar. É tratado mais como um passeio em uma montanha-russa virtual. Claro, você entende de onde os sentimentos provêm, mas dentro, sabe do perigo simplesmente por ser um perigo
Bom Comportamento
3.8 393A trama é verdadeiramente uma viagem diabólica ou um pesadelo de néon através de uma série tumultuosos eventos, onde os lugares mais brilhantes são os mais sombrios, e as pessoas mais significativas são as mais perigosas. Robert Pattinson em uma elogiosa performance, no qual consegue injetar coração e alma em um personagem incomumente diferente que na verdade é um saco de sujeira.
Sem dúvida, rouba o show. Apresenta um caráter fantástico, quase paradoxal, que é impulsionado por um amor legítimo por seu irmão, mas não pode abster-se de ir mais e mais longe no horrível buraco de coelho que ele cavou para si mesmo. O resultado não é apenas realista, mas um dos personagens mais interessantes e credivelmente defeituosos que vi na tela em algum momento. Facilmente um dos melhores filmes do ano de 2017.
A Região Selvagem
3.2 52 Assista AgoraÉ um filme repleto de desejo, prazer e destruição. É ao mesmo tempo surreal e hipnótico. Ocupa um equilíbrio curioso entre o fantástico e o “Super Real”. É uma trama com três personagens em seu centro que traz a mistura de horror, mistério e se desenrola na linha escura do sexo e violência em um ritmo lento. Compreendi da seguinte forma: Quando se enfrenta a crueldade e a violência do nosso dia a da parece ser mais fácil lidar com ela criando um ser sobrenatural, pois a realidade com toda a sua ironia é inacreditável.
Ninguém é tão diferente um do outro quando se trata de suas necessidades e é realmente nós que entramos no caminho da destruição tão necessária às vezes. Ou seja, nós somos responsáveis por nossa desumanidade. É um filme aberto para diversas interpretações. Embora lhe falte coesão, compensa com sua crítica sagaz sobre as relações humanas.
Seu Amor Faz a Água do Banho Ferver
4.2 25Equilibrando a tragédia iminente com humor e uma procissão de personagens auxiliares, o filme mostra uma impressionante coleção de personagens femininas fortes. Talvez, tenha muitas reviravoltas, mas é um drama que faz um esforço para retratar o quanto o conceito de família mudou, mais do que nunca, a forma como uma família é composta não é mais aquela que insiste o imaginário coletivo: mamãe, papai e filhos. Juntos, todos são mais fortes. Pode ser agridoce, mas é um retrato comovente.
Na Selva
3.5 229 Assista AgoraÉ fascinante que, apesar de todas as nossas realizações técnicas, ainda existem vastas partes da Terra que não foram conquistadas ou tocadas pela nossa ambição. E ainda mais curioso que grande parte de nossa fascinação reside em pensar em um futuro repleto de engenhocas ou nas desventuras de residir em um contexto repleto de tecnologia, e esquecemos as maravilhas dos aventureiros da vida real do aqui e agora.
Fico feliz com a retomada de tramas como essa. É a velha história de Homem versus Natureza baseado em fatos reais. Daniel Radcliffe é ótimo e continua melhorando a cada filme que faz. É um trabalho competente, no entanto, não é memorável.
O Amante Duplo
3.3 109É um Thriller erótico com "T" maiúsculo de tesão. Filmado em interiores parisienses, acolhe toda a claustrofobia, horror corporal e pesadelos sexuais pseudo-freudianos presentes em toda a filmografia de François Ozon. As influências de Alfred Hitchcock nunca foram difíceis de detectar em seus trabalhos. Mas aqui ele remete Brian De Palma e David Cronenberg. A trama pode ser vista como uma descoberta de autodescobertas em dois níveis - a personagem principal descobrindo-se e descobrindo o homem que ela ama.
Tematicamente, a narrativa trata dos aspectos de manipulação, amor, romance, engano, auto descoberta, dualismo e psicopatia. Os dois últimos temas criam uma mistura dramática que engana o público e nos faz acreditar que os personagens estão absolutamente loucos.
O diretor impressionantemente mantém a trama imprevisível, o que é difícil de conseguir nos dias de hoje. No fim, o filme é uma fantasia não de satisfação sexual, mas a realização sexual, e talvez nenhum diretor que não seja Ozon teria a imaginação e a audácia para realizá-la.
Spielberg
4.1 54É um documentário bem editado e organizado que tem tarefa difícil retratar um dos maiores ícones de Hollywood. Não é o que chamaríamos de um olhar crítico sobre o trabalho de Spielberg, ninguém, seja colegas diretores, atores ou produtores, ou mesmo críticos, tem qualquer coisa a não ser elogios à ele, afinal, mudou em diversos aspectos a indústria do Cinema.
O que é justo o bastante, desde que você entenda que é um grupo de pessoas, sentadas ao redor, dizendo coisas agradáveis sobre um cara legal. Nós também conseguimos ouvir muito do próprio homem, mas não é nada que não conheçamos. É bom ouvir sobre sua vida, e ver algumas das coisas que fazia mesmo quando criança, mas, pessoalmente, à medida que as coisas se movem ao longo de seus filmes iniciais e divertidos, a história, como os filmes, para mim pelo menos, torna-se menos interessante.
Eu entendo o quão difícil deve ser abranger uma carreira de 40 anos em um longa-metragem, mas às vezes parece ser um documento sobre E.T. e a Lista de Schindler e não sobre o cara que os criou. Ainda assim, definitivamente vale a pena assistir.
Confronto no Pavilhão 99
3.7 219 Assista AgoraEste filme é violento como o inferno, o que significa que não é para os fracos. A direção de S. Craig Zahler é visceral.
A ultraviolência aqui exposta é absolutamente incrível; cada soco, pressão de osso quebrado e arrastado no concreto soa dolorosamente real, e eu encontrei-me olhando longe da tela em muitas ocasiões. Sob toda a violência, no entanto há humanidade no centro de sua história; um homem que está disposto a entrar nas profundezas do inferno para se certificar que sua esposa e filho tenham um futuro. Vince Vaughn com toda a sua presença e silencio confere o tom da trama.
O diretor Zahler estabeleceu uma mistura tão distinta de violência e drama, e mal posso esperar para ver qual é a sua próxima jogada. Este é sem dúvidas, um dos filmes mais ousados e brutais do ano.
Valerian e a Cidade dos Mil Planetas
3.1 580 Assista AgoraO filme tem uma multiplicidade de problemas que podem ser escolhidos de forma interminável, mas sua pura audácia é uma anomalia fascinante nos dias atuais e reverte todos os equívocos em uma megalomania divertida de se conferir. Existem vários filmes dentro deste filme que são mais interessantes e envolventes que a trama central. É um conto trivial de um homem e uma mulher lutando pelo que é certo enquanto se apaixonam no espaço.
O ator Dane DeHaan é um equívoco de escalação, além de sua inexpressividade. Ele é explicitamente referido como um "Bad Boy" e um "Lady-killer", nenhuma destas características as quais eu jamais evocaria para descrevê-lo visto sua performance. Outro tropeço é a química, ou falta dela com a atriz Cara Delevingne. O diálogo para variar é estranho, mas existe um senso de humor de Star Wars que as vezes funciona. É visualmente impactante em alguns momentos e em outros nem tanto. Contudo, existe um poder bruto e imaginativo na forma como Luc Besson produz todos os elementos criativos de Valerian. Desde as multidões de espécies exóticas e a obsessão com as tecnologias do futuro. É um filme que se vê uma paixão por tudo aquilo que é exposto. Só o tempo dirá se ele será cultuado ou eternamente incompreendido.