interessante. Sendo aquele tipo de filme em que desde os minutos iniciais já ficamos sabendo de muita coisa, acabamos não criando muitas expectativas quanto ao desfecho da estória, coisa que muitos acharam meio "apagadinho". Eu até que o achei bem forte, mais especificamente no sentido psicológico. O que achei bem bacana foi o conflito do personagem consigo mesmo. Aquela luta dele entre pecar e se punir e sua relutância ao cometer alguns dos crimes, onde ele ficava naquela tensão de faço/nãofaçoporquesoutãofracoquantoaporradeumzémerdinha e ainda assim acabava fazendo de qualquer jeito, sem se preocupar com os vestígios deixados para trás. O que me satisfez no previsível final, foi a mudança de personalidade dele, do tolo em conflito existencial a aceitação completa (o que nos leva a deliciosa frase que dá nome ao longa). Admito que a ideia em si poderia ser bem melhor trabalhada e assim talvez o filme ganhasse mais alguns minutos e tivesse uma execução mais encaixadinha, menos brusca. De qualquer forma, valeu a sessão.
Não é novidade que uma das bases nutricionais da imprensa é a exploração da desgraça alheia. Às vezes, forçados pelo que nos é cotidiano, acabamos deixando esse lado negativo dos meios de comunicação em plena obscuridade, e é aí que uma boa sessão com filmes como esse e o recente "O Abutre" faz a diferença, nos fazendo lembrar que o que é vendido pela mídia está relacionado diretamente com um dos males que sempre teimamos em alimentar: a apreciação da dor. Dos outros, é claro. E isso se dá pelo fato de que talvez isso nos faça sentir menos piores quanto a nossa própria condição miserável de simplesmente existir numa sociedade que claramente preza pela autodestruição inevitável.
Não sou um grande fã de filmes de terror, mas sempre que algum trailer me chama a atenção faço questão de dar uma chance. Foi esse o caso. E não me arrependo. A ideia em si não é das melhores (oh, a virgem que dá a luz a cria do capeta! Quanta originalidade!), mas até que prende e flui bem durante algum tempo, só que depois tudo desaba e se torna injustificado. Vazio ou, no minimo, excessivamente vago. Fica o gancho para uma improvável sequência, mas é basicamente mais um daqueles casos em que muito é prometido e pouco é cumprido. Infelizmente.
Simplesmente desnecessário, considerando que já havia uma outra adaptação bastante razoável (Thunderball). Lógico que foi ótimo rever o Connery como 007, mas me entristeceu ver um roteiro cheio de furos e exageros descabidos.
Já comentei aqui um punhado de vezes, mas como acabei de ler Reparação, o livro do Ian McEwan que inspirou esse filme, me senti meio que obrigado a comentar de novo, então, lá vem spoiler!
A primeira parte do filme é bastante fiel ao livro, podendo-se até dizer que quase tudo que há em um há no outro. O "quase" é pela Emily, a mãe de Cee e Briony, que no livro é um tanto mais presente e cuja quase inércia educadora (enxaquecas, enxaquecas) acaba reforçando um pouco a personalidade sonhadora e, como vimos, destrutiva, da pequena Briony. Já a segunda parte... Aí a coisa muda de nível. A situação de Robbie na França durante a vexaminosa evacuação das forças armadas inglesas é bem mais explorada e o coloca não apenas numa fuga quase segura como vemos no filme, mas em uma desesperada e caótica fuga sob fogo aéreo germânico, com cenas simplesmente memoráveis. A simplificação dessa parte da obra talvez tenha sido por questões orçamentárias mesmo, ou coisa do tipo, sei lá. Há outra grande diferença também quanto ao final. No filme, Briony chega a publicar seu livro, mas na obra literária não, já que o casal Marshall ainda se encontra vivo e, portanto, lançá-lo seria apenas uma tentativa de falir uma editora graças a processos judiciais financeiramente incontornáveis. Ah, rola também um lindo encontro dela com vários familiares (seu irmão Leon, um dos gêmeos Quincey e outros tantos) na antiga mansão.
Enfim, acho que é isso. Então fica a dica aí: dêem uma olhada no livro, pois mesmo tendo visto o belíssimo filme de Joe Wright, imagino que vocês irão apreciá-lo.
Não é excepcional, mas cumpre seu papel. Há personagens fracos e fortes (Markham e Diana, respectivamente, por exemplo), mas como o foco é a investigação independente realizada pelo Sir John, ambos acabam exercendo apenas um papel secundário, principalmente Diana, aquela que num primeiro momento parece ser a protagonista e acaba se tornando uma coadjuvante em sua própria história. Sir John não é um personagem tipicamente forte, mas também não se caracteriza como aqueles outros tantos claramente sem conteúdo que vemos no longa, e é isso que o diferencia, que o torna naturalmente humano, que o torna um semelhante, alguém que por seus próprios motivos decide ajudar uma "quase" desconhecida, e que o faz com seus próprios meios, a sua maneira. Hichtcock conduz a trama de forma inteligente, com alguns deslizes, é óbvio, mas consegue, de forma geral, nos contar uma boa história de uma maneira interessante. Há algumas cenas meio enfadonhas, mas absolutamente "superáveis", e que, aliadas às demais, desembocam em uma sequência final belíssima e até hoje marcante e inigualável para o gênero. É notável também ver que há elementos em Murder! que aparentemente foram utilizados com maestria em 12 Angry Men, do Sidney Lumet. Querem saber do que se trata? Assistam. Simples assim. Ah, e para aqueles que pegaram uma versão problemática do filme, fica aí a tradução do conteúdo da carta que o Fane deixa antes de sua apresentação no circo. Olha o Spoiler aí, gente!
"As duas mulheres estão paradas, encarando uma a outra em um silêncio mortal. Elas estão tão perdidas na tensão do momento que não ouvem o assassino entrar na sala, sem fazer barulho, pela porta dupla. A mulher assassinada, nesse instante, vai falar. O assassino pula para a frente. Ele joga a primeira mulher para o lado. Ela fica atordoada pela queda, mas ele não percebe. Furioso, ele ataca a outra mulher com o atiçador. Ela cai perto da lareira. Está morta. Ele quase desmaia com a visão do sangue. Ele bebe o conhaque, e então vê a outra mulher começar a se mexer. Ele tem que fugir... Pela janela dos fundos. Um salto ou dois. E, finalmente, uma escalada para o camarim do teatro (isso explica a pia quebrada). Mas como voltar para casa sem levantar suspeitas? Uma ideia. O uniforme policial que ele usou no palco. Ele caminha para casa como um assassino. Um assassino de impulso. O silêncio da boca de uma mulher que sabia seu segredo e iria revelá-lo para a mulher que ele ousou amar."
Ótima trama. Adorei o bom uso do jogo de tempo (a "bagunça" de flashbacks, melhor dizendo), mas ficaria ainda mais interessante se tivessem deixado de lado os avisos que indicavam o momento no qual a cena se encaixava. Fora isso, tudo delicioso. Inclusive a atuação do Seymour, a qual podemos resumir bem em nove letras: I-M-P-E-C-Á-V-E-L.
Tenho um apego especial por esse filme. Tanto pelo formato - um só espaço, com tomadas longas e contínuas -, como pelo conteúdo em si. É quase impossível para quem tenha lido Crime e Castigo não perceber que Rope é uma grande homenagem do Alfred a Dostoiévski e seu Rodion Romanovitch Raskolnikov, com sua teoria de seres ordinários e extraordinários ("Stop playing Crime and Punishment, Rupert", diz Brandon, numa maravilhosa interpretação de John Dall). Dá até para dizer que o Phillip é o Ródia de Rope. E como em uma boa e encantadora homenagem, temos um ótimo roteiro aliado a ótimas atuações, à belíssima fotografia e à direção quase sempre impecável do Sr. Hitchcock. Resumindo: Janet ❤.
Lembro de ter assistido no SBT há um bom tempo e até ter gostado. Não conhecia o personagem nem o mundo criado pelo McFarlane. Revendo hoje, percebo que é claramente mais um daqueles casos em que tentam promover um personagem/produto com uma produção de baixo custo abarrotada de defeitos especiais e péssimas atuações (excetuando-se John Leguizamo e seu ótimo Violador) e com um roteiro que resume tanto algo ao ponto de deixar certas coisas vagas quando não completamente sem sentido. Entendo que considerando que Spawn nunca foi tão popular assim e consequentemente não justificaria um grande investimento por parte do estúdio, até que eles conseguiram fazer um filme razoável. É compreensível também que até hoje não tenha rolado continuação. Continuar algo que não deu lá muito certo seria tolice, não? Talvez um reboot ou algo do tipo, mas eu só imagino Spawn sendo adaptado daqui a uns bons anos, seja cinema ou TV mesmo. Quem sabe HBO, né? Seria lindo.
Uma ótima e bem explorada ideia. Poderia ser melhor, é claro, mas cumpre seu papel ao explicitar, respeitadas as proporções, uma verdade conhecida, mas por muitos ignorada: o tesão pelo trágico/violento/sádico, que faz com que coisas como Brasil "Datena" Urgente, Cidade Alerta e a franquia Jogos Mortais, por exemplo, continuem cativando tanto público.
O filme que confirmou minha "teoria": Timothy Dalton foi um James Bond muito foda! Sério, sem dar muita brecha para o lado cômico do personagem que havíamos visto em tantos outros filmes da série, principalmente nos estrelados por meu tão querido Roger Moore, ótimo nas cenas de ação e com um jeitão bem convincente de agente secreto britânico. O que mais poderíamos querer? Uma trama centrada e sem muitos exageros (exceto por aquela sequência final "insane but very cool" com a carreta, é claro). E, na medida do possível, considerando todas as peculiaridades da série e o apego dos produtores pelo superlativo, conseguimos bem isso. Resta dizer, pelo menos é o que eu acho, que o Dalton teria rendido mais uns bons filmes da franquia e, provavelmente, teria sido um 007 tão bom quanto o Pierce Brosnan caso fosse ele o bam-bam-bam de GoldenEye. Resumindo: patê de Del Toro.
É fácil entender o porquê de The Living Daylights não ter sido bem aceito pelo público: é um filme mais sério, ao contrário de alguns dos seus antecessores com o Moore. Se pensarmos no sucesso do James Bond do Pierce Brosnan (que, apesar disso, de quatro filmes apenas o primeiro, GoldenEye, conseque realmente ser levado a sério), percebemos que o único erro dos produtores e do Dalton, obviamente, foi abrir mão da comicidade, que, de certa forma, era justamente o que vinha atraindo tanta gente nos outros filmes. Se pensarmos na trama, veremos que temos aqui uma das mais "pé no chão" de toda a série, deixando de lado toda aquela megalomania quase sempre presente nos enredos de 007. Sendo assim, admito: Timothy Dalton conseguiu. Me cativou. É uma pena que, diante daquela crise da UA, ele não tenha permanecido no papel por mais algum tempo, não tendo chance de aperfeiçoar o personagem e sua interpretação dele. Talvez se o tivesse tido, a série pudesse ter seguido por outros caminhos. Ah, e tem o A-Ha na trilha sonora, né? Como não amar?
Segundo drama biográfico musical dirigido pelo Clint e uma ótima viagem pela loucura que era "ser artista" nos anos 1960/70. Admito que sempre que vejo que o filme é do Eastwood a expectativa vai lá pro alto e isso acaba, uma e outra vez, prejudicando um pouco sua apreciação de uma forma geral. Não foi o caso de Jersey Boys. Talvez pelo fato de eu não ser muito fã de biografias musicais e tê-lo encarado basicamente como um drama, pude aproveitar cada minuto, cada canção, cada nuance da obra sem me perder nas frescurices daqueles que adoram brincar de críticos profissionais. Obviamente, Jersey Boys, bem como Bird (de 1988), será um daqueles filmes que ficam meio escanteados na filmografia do diretor. Lamento por aqueles que, inadvertidamente ou por puro desconhecimento cultural, o deixaram/deixarão de lado. E me regozijo por ver que um dos meus diretores mais queridos segue firme e forte aos 84 anos nos trazendo filmes cada vez mais ricos e deliciosos. Ao infinito e além, Mr. Clint! E resumindo: The Four Seasons ❤.
Há tempos eu não via um thriller tão empolgante. Meio previsível, eu sei (Oh! O Ben não era o Ben!), mas cumpre bem o seu papel e, de "brinde", temos uma trilha sonora nada surpreendente, mas muito gostosinha. Só achei um tanto estranho um thriller psicológico de 400 páginas ser adaptado em apenas pouco mais de 90 minutos e ainda por um diretor/roteirista quase desconhecido, apesar de ter acertado a mão em Um Homem Misterioso. Imagino que tenha suprimido muita coisa, talvez o lado mais abstrato da obra, mas como não li não sei, e assim digo que como filme é bem satisfatório. Ah, e ver a Nicole nua logo nos primeiros minutos já deixa qualquer um encantado¹²³.
¹ Isso se não foi uma dublê de corpo. ² Se bem que o que vale é a intenção. ³ E a imaginação, é claro, haha.
Clooney... Sempre deixando um filme naturalmente tenso ainda mais tenso com sua já típica atuação impecável, seja em comédia, romance, drama etc. O Anton Corbijn, quase um desconhecido (hoje não tanto assim por causa de O Homem Mais Procurado), conduziu muito bem a trama e utilizou mistério e previsibilidade na medida certa, criando um longa delicioso, que não surpreende tanto quanto promete, mas cativa do início ao fim.
De vez em quando em me surpreendo. Há tempos não via um filme recente do Keanu Reeves, mas acabei dando uma chance a John Wick. E aí... C-A-R-A-L-H-O! Que filme foda! Ótima fotografia, roteiro bem "costuradinho", ótimas atuações e um puta climão de HQ (em todos os sentidos, como enquadramento, cenas de ação, cortes e etc). Simplesmente me apaixonei. E assim, com esse filme, Chad Stahelski conseguiu criar um personagem no nível dos mais machos do universo (Machete, Stallone e Chuck Norris) e uma franquia que prometem. E que venha... De Volta ao Jogo 2? Admito, péssima escolha de título a que fizeram por aqui. Poderiam ao menos ter deixado algo como John Wick: De Volta ao Jogo, né? Mas como aqui não se pensa muito em possibilidade futuras... E resumindo esse comentário vastamente prolixo em apenas uma palavra: Continental ❤.
Minha expectativa era bem baixa quanto a esse filme (vi Sonâmbulos semana passada, então...), mas até que me surpreendeu. Boa trilha sonora, uma trama simples mas relativamente bem conduzida e um final bem aceitável. Para variar, como a maioria das obras do King, a coisa sobrenatural em si não é explicada, mas visto que ela não é necessariamente "protagonista" na estória, podemos relevar. E quanto ao Hurt, ele ia até a Prefeitura de Gatlin, mas acabou encontrando a escola. Dá para entender como ele conseguiu sair da rodovia e ir parar bem no meio do milharal, né? Acho até que ele só conseguiu voltar ao celeiro após o incêndio no milharal por causa do Job, haha.
Na Próxima, Acerto o Coração
3.2 80 Assista Agorainteressante. Sendo aquele tipo de filme em que desde os minutos iniciais já ficamos sabendo de muita coisa, acabamos não criando muitas expectativas quanto ao desfecho da estória, coisa que muitos acharam meio "apagadinho". Eu até que o achei bem forte, mais especificamente no sentido psicológico. O que achei bem bacana foi o conflito do personagem consigo mesmo. Aquela luta dele entre pecar e se punir e sua relutância ao cometer alguns dos crimes, onde ele ficava naquela tensão de faço/nãofaçoporquesoutãofracoquantoaporradeumzémerdinha e ainda assim acabava fazendo de qualquer jeito, sem se preocupar com os vestígios deixados para trás. O que me satisfez no previsível final, foi a mudança de personalidade dele, do tolo em conflito existencial a aceitação completa (o que nos leva a deliciosa frase que dá nome ao longa). Admito que a ideia em si poderia ser bem melhor trabalhada e assim talvez o filme ganhasse mais alguns minutos e tivesse uma execução mais encaixadinha, menos brusca. De qualquer forma, valeu a sessão.
A Montanha dos Sete Abutres
4.4 246 Assista AgoraNão é novidade que uma das bases nutricionais da imprensa é a exploração da desgraça alheia. Às vezes, forçados pelo que nos é cotidiano, acabamos deixando esse lado negativo dos meios de comunicação em plena obscuridade, e é aí que uma boa sessão com filmes como esse e o recente "O Abutre" faz a diferença, nos fazendo lembrar que o que é vendido pela mídia está relacionado diretamente com um dos males que sempre teimamos em alimentar: a apreciação da dor. Dos outros, é claro. E isso se dá pelo fato de que talvez isso nos faça sentir menos piores quanto a nossa própria condição miserável de simplesmente existir numa sociedade que claramente preza pela autodestruição inevitável.
Na Porta do Diabo
2.1 114Não sou um grande fã de filmes de terror, mas sempre que algum trailer me chama a atenção faço questão de dar uma chance. Foi esse o caso. E não me arrependo. A ideia em si não é das melhores (oh, a virgem que dá a luz a cria do capeta! Quanta originalidade!), mas até que prende e flui bem durante algum tempo, só que depois tudo desaba e se torna injustificado. Vazio ou, no minimo, excessivamente vago. Fica o gancho para uma improvável sequência, mas é basicamente mais um daqueles casos em que muito é prometido e pouco é cumprido. Infelizmente.
007: Nunca Mais Outra Vez
3.3 74 Assista AgoraSimplesmente desnecessário, considerando que já havia uma outra adaptação bastante razoável (Thunderball). Lógico que foi ótimo rever o Connery como 007, mas me entristeceu ver um roteiro cheio de furos e exageros descabidos.
Cortina Rasgada
3.4 126 Assista AgoraUma ótima trama (bondiana?) em um filme que peca pelos exageros. Só.
Desejo e Reparação
4.1 1,5K Assista AgoraJá comentei aqui um punhado de vezes, mas como acabei de ler Reparação, o livro do Ian McEwan que inspirou esse filme, me senti meio que obrigado a comentar de novo, então, lá vem spoiler!
A primeira parte do filme é bastante fiel ao livro, podendo-se até dizer que quase tudo que há em um há no outro. O "quase" é pela Emily, a mãe de Cee e Briony, que no livro é um tanto mais presente e cuja quase inércia educadora (enxaquecas, enxaquecas) acaba reforçando um pouco a personalidade sonhadora e, como vimos, destrutiva, da pequena Briony. Já a segunda parte... Aí a coisa muda de nível. A situação de Robbie na França durante a vexaminosa evacuação das forças armadas inglesas é bem mais explorada e o coloca não apenas numa fuga quase segura como vemos no filme, mas em uma desesperada e caótica fuga sob fogo aéreo germânico, com cenas simplesmente memoráveis. A simplificação dessa parte da obra talvez tenha sido por questões orçamentárias mesmo, ou coisa do tipo, sei lá. Há outra grande diferença também quanto ao final. No filme, Briony chega a publicar seu livro, mas na obra literária não, já que o casal Marshall ainda se encontra vivo e, portanto, lançá-lo seria apenas uma tentativa de falir uma editora graças a processos judiciais financeiramente incontornáveis. Ah, rola também um lindo encontro dela com vários familiares (seu irmão Leon, um dos gêmeos Quincey e outros tantos) na antiga mansão.
Assassinato
3.4 34 Assista AgoraNão é excepcional, mas cumpre seu papel. Há personagens fracos e fortes (Markham e Diana, respectivamente, por exemplo), mas como o foco é a investigação independente realizada pelo Sir John, ambos acabam exercendo apenas um papel secundário, principalmente Diana, aquela que num primeiro momento parece ser a protagonista e acaba se tornando uma coadjuvante em sua própria história. Sir John não é um personagem tipicamente forte, mas também não se caracteriza como aqueles outros tantos claramente sem conteúdo que vemos no longa, e é isso que o diferencia, que o torna naturalmente humano, que o torna um semelhante, alguém que por seus próprios motivos decide ajudar uma "quase" desconhecida, e que o faz com seus próprios meios, a sua maneira. Hichtcock conduz a trama de forma inteligente, com alguns deslizes, é óbvio, mas consegue, de forma geral, nos contar uma boa história de uma maneira interessante. Há algumas cenas meio enfadonhas, mas absolutamente "superáveis", e que, aliadas às demais, desembocam em uma sequência final belíssima e até hoje marcante e inigualável para o gênero. É notável também ver que há elementos em Murder! que aparentemente foram utilizados com maestria em 12 Angry Men, do Sidney Lumet. Querem saber do que se trata? Assistam. Simples assim. Ah, e para aqueles que pegaram uma versão problemática do filme, fica aí a tradução do conteúdo da carta que o Fane deixa antes de sua apresentação no circo. Olha o Spoiler aí, gente!
"As duas mulheres estão paradas, encarando uma a outra em um silêncio mortal. Elas estão tão perdidas na tensão do momento que não ouvem o assassino entrar na sala, sem fazer barulho, pela porta dupla. A mulher assassinada, nesse instante, vai falar. O assassino pula para a frente. Ele joga a primeira mulher para o lado. Ela fica atordoada pela queda, mas ele não percebe. Furioso, ele ataca a outra mulher com o atiçador. Ela cai perto da lareira. Está morta. Ele quase desmaia com a visão do sangue. Ele bebe o conhaque, e então vê a outra mulher começar a se mexer. Ele tem que fugir... Pela janela dos fundos. Um salto ou dois. E, finalmente, uma escalada para o camarim do teatro (isso explica a pia quebrada). Mas como voltar para casa sem levantar suspeitas? Uma ideia. O uniforme policial que ele usou no palco. Ele caminha para casa como um assassino. Um assassino de impulso. O silêncio da boca de uma mulher que sabia seu segredo e iria revelá-lo para a mulher que ele ousou amar."
Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto
3.7 331Ótima trama. Adorei o bom uso do jogo de tempo (a "bagunça" de flashbacks, melhor dizendo), mas ficaria ainda mais interessante se tivessem deixado de lado os avisos que indicavam o momento no qual a cena se encaixava. Fora isso, tudo delicioso. Inclusive a atuação do Seymour, a qual podemos resumir bem em nove letras: I-M-P-E-C-Á-V-E-L.
007 Contra Spectre
3.3 1,0K Assista Agora"007 Contra SPECTRE"? Ah, te fode, Sony/Columbia/MGM.
Intocáveis
4.4 4,1K Assista AgoraSimples assim: ❤.
Festim Diabólico
4.3 885 Assista AgoraTenho um apego especial por esse filme. Tanto pelo formato - um só espaço, com tomadas longas e contínuas -, como pelo conteúdo em si. É quase impossível para quem tenha lido Crime e Castigo não perceber que Rope é uma grande homenagem do Alfred a Dostoiévski e seu Rodion Romanovitch Raskolnikov, com sua teoria de seres ordinários e extraordinários ("Stop playing Crime and Punishment, Rupert", diz Brandon, numa maravilhosa interpretação de John Dall). Dá até para dizer que o Phillip é o Ródia de Rope. E como em uma boa e encantadora homenagem, temos um ótimo roteiro aliado a ótimas atuações, à belíssima fotografia e à direção quase sempre impecável do Sr. Hitchcock. Resumindo: Janet ❤.
Loucademia de Polícia
3.4 377 Assista AgoraDa série "filmes que amávamos quando crianças e adoramos quando adultos".
Intriga Internacional
4.1 348 Assista AgoraUma ótima trama aliada a ótimas atuações e uma excelente trilha sonora. Do que se trata? Hitchcock, é claro.
Spawn: O Soldado do Inferno
2.8 398 Assista AgoraLembro de ter assistido no SBT há um bom tempo e até ter gostado. Não conhecia o personagem nem o mundo criado pelo McFarlane. Revendo hoje, percebo que é claramente mais um daqueles casos em que tentam promover um personagem/produto com uma produção de baixo custo abarrotada de defeitos especiais e péssimas atuações (excetuando-se John Leguizamo e seu ótimo Violador) e com um roteiro que resume tanto algo ao ponto de deixar certas coisas vagas quando não completamente sem sentido. Entendo que considerando que Spawn nunca foi tão popular assim e consequentemente não justificaria um grande investimento por parte do estúdio, até que eles conseguiram fazer um filme razoável. É compreensível também que até hoje não tenha rolado continuação. Continuar algo que não deu lá muito certo seria tolice, não? Talvez um reboot ou algo do tipo, mas eu só imagino Spawn sendo adaptado daqui a uns bons anos, seja cinema ou TV mesmo. Quem sabe HBO, né? Seria lindo.
O Abutre
4.0 2,5K Assista AgoraUma ótima e bem explorada ideia. Poderia ser melhor, é claro, mas cumpre seu papel ao explicitar, respeitadas as proporções, uma verdade conhecida, mas por muitos ignorada: o tesão pelo trágico/violento/sádico, que faz com que coisas como Brasil "Datena" Urgente, Cidade Alerta e a franquia Jogos Mortais, por exemplo, continuem cativando tanto público.
007: Permissão Para Matar
3.4 150 Assista AgoraO filme que confirmou minha "teoria": Timothy Dalton foi um James Bond muito foda! Sério, sem dar muita brecha para o lado cômico do personagem que havíamos visto em tantos outros filmes da série, principalmente nos estrelados por meu tão querido Roger Moore, ótimo nas cenas de ação e com um jeitão bem convincente de agente secreto britânico. O que mais poderíamos querer? Uma trama centrada e sem muitos exageros (exceto por aquela sequência final "insane but very cool" com a carreta, é claro). E, na medida do possível, considerando todas as peculiaridades da série e o apego dos produtores pelo superlativo, conseguimos bem isso. Resta dizer, pelo menos é o que eu acho, que o Dalton teria rendido mais uns bons filmes da franquia e, provavelmente, teria sido um 007 tão bom quanto o Pierce Brosnan caso fosse ele o bam-bam-bam de GoldenEye. Resumindo: patê de Del Toro.
007: Marcado para a Morte
3.4 138 Assista AgoraÉ fácil entender o porquê de The Living Daylights não ter sido bem aceito pelo público: é um filme mais sério, ao contrário de alguns dos seus antecessores com o Moore. Se pensarmos no sucesso do James Bond do Pierce Brosnan (que, apesar disso, de quatro filmes apenas o primeiro, GoldenEye, conseque realmente ser levado a sério), percebemos que o único erro dos produtores e do Dalton, obviamente, foi abrir mão da comicidade, que, de certa forma, era justamente o que vinha atraindo tanta gente nos outros filmes. Se pensarmos na trama, veremos que temos aqui uma das mais "pé no chão" de toda a série, deixando de lado toda aquela megalomania quase sempre presente nos enredos de 007. Sendo assim, admito: Timothy Dalton conseguiu. Me cativou. É uma pena que, diante daquela crise da UA, ele não tenha permanecido no papel por mais algum tempo, não tendo chance de aperfeiçoar o personagem e sua interpretação dele. Talvez se o tivesse tido, a série pudesse ter seguido por outros caminhos. Ah, e tem o A-Ha na trilha sonora, né? Como não amar?
Jersey Boys - Em Busca da Música
3.6 166 Assista AgoraSegundo drama biográfico musical dirigido pelo Clint e uma ótima viagem pela loucura que era "ser artista" nos anos 1960/70. Admito que sempre que vejo que o filme é do Eastwood a expectativa vai lá pro alto e isso acaba, uma e outra vez, prejudicando um pouco sua apreciação de uma forma geral. Não foi o caso de Jersey Boys. Talvez pelo fato de eu não ser muito fã de biografias musicais e tê-lo encarado basicamente como um drama, pude aproveitar cada minuto, cada canção, cada nuance da obra sem me perder nas frescurices daqueles que adoram brincar de críticos profissionais. Obviamente, Jersey Boys, bem como Bird (de 1988), será um daqueles filmes que ficam meio escanteados na filmografia do diretor. Lamento por aqueles que, inadvertidamente ou por puro desconhecimento cultural, o deixaram/deixarão de lado. E me regozijo por ver que um dos meus diretores mais queridos segue firme e forte aos 84 anos nos trazendo filmes cada vez mais ricos e deliciosos. Ao infinito e além, Mr. Clint! E resumindo: The Four Seasons ❤.
Encalhados
3.2 360 Assista grátisE quando a Keira morde o lábios... ❤¿❤
Antes de Dormir
3.4 763 Assista AgoraHá tempos eu não via um thriller tão empolgante. Meio previsível, eu sei (Oh! O Ben não era o Ben!), mas cumpre bem o seu papel e, de "brinde", temos uma trilha sonora nada surpreendente, mas muito gostosinha. Só achei um tanto estranho um thriller psicológico de 400 páginas ser adaptado em apenas pouco mais de 90 minutos e ainda por um diretor/roteirista quase desconhecido, apesar de ter acertado a mão em Um Homem Misterioso. Imagino que tenha suprimido muita coisa, talvez o lado mais abstrato da obra, mas como não li não sei, e assim digo que como filme é bem satisfatório. Ah, e ver a Nicole nua logo nos primeiros minutos já deixa qualquer um encantado¹²³.
¹ Isso se não foi uma dublê de corpo.
² Se bem que o que vale é a intenção.
³ E a imaginação, é claro, haha.
Ajuste Final
3.9 116 Assista AgoraCoen, Coen, Coen... Seus insanos. ❤
Um Homem Misterioso
2.8 219 Assista AgoraClooney... Sempre deixando um filme naturalmente tenso ainda mais tenso com sua já típica atuação impecável, seja em comédia, romance, drama etc. O Anton Corbijn, quase um desconhecido (hoje não tanto assim por causa de O Homem Mais Procurado), conduziu muito bem a trama e utilizou mistério e previsibilidade na medida certa, criando um longa delicioso, que não surpreende tanto quanto promete, mas cativa do início ao fim.
John Wick: De Volta ao Jogo
3.8 1,8K Assista AgoraDe vez em quando em me surpreendo. Há tempos não via um filme recente do Keanu Reeves, mas acabei dando uma chance a John Wick. E aí... C-A-R-A-L-H-O! Que filme foda! Ótima fotografia, roteiro bem "costuradinho", ótimas atuações e um puta climão de HQ (em todos os sentidos, como enquadramento, cenas de ação, cortes e etc). Simplesmente me apaixonei. E assim, com esse filme, Chad Stahelski conseguiu criar um personagem no nível dos mais machos do universo (Machete, Stallone e Chuck Norris) e uma franquia que prometem. E que venha... De Volta ao Jogo 2? Admito, péssima escolha de título a que fizeram por aqui. Poderiam ao menos ter deixado algo como John Wick: De Volta ao Jogo, né? Mas como aqui não se pensa muito em possibilidade futuras... E resumindo esse comentário vastamente prolixo em apenas uma palavra: Continental ❤.
Colheita Maldita
3.1 494 Assista AgoraMinha expectativa era bem baixa quanto a esse filme (vi Sonâmbulos semana passada, então...), mas até que me surpreendeu. Boa trilha sonora, uma trama simples mas relativamente bem conduzida e um final bem aceitável. Para variar, como a maioria das obras do King, a coisa sobrenatural em si não é explicada, mas visto que ela não é necessariamente "protagonista" na estória, podemos relevar. E quanto ao Hurt, ele ia até a Prefeitura de Gatlin, mas acabou encontrando a escola. Dá para entender como ele conseguiu sair da rodovia e ir parar bem no meio do milharal, né? Acho até que ele só conseguiu voltar ao celeiro após o incêndio no milharal por causa do Job, haha.