A Kristen não é do tipo de atrizes que eu costumo gostar, que tem mais visceralidade e entrega dramática. Mas ela vem mostrando que de fato é uma boa atriz. E essa personagem foi feita (acho que literalmente falando, já que se trata de seu segundo trabalho com o diretor) pra ela. O filme é daquele tipo que passeia entre vários gêneros, então não é fácil catalogá-lo. Tem momentos muito tensos e aborda temas muito interessantes como o desejo pelo proibido. Por fim, ele é cheio de sugestividade, característica que não nos entrega um filme fácil e narrativamente fechadinho. O que pra mim é ótimo na maioria das vezes.
A poesia está nas coisas simples, no dia a dia, no movimento das cidades, pelas ruas, nas pessoas. É sobre isso que esse filme fala. Ele é cheio de singelezas. O personagen que dá nome ao filme, e que também é o nome da cidade é motorista de ônibus. Os diálogos entre os passageiros, o "vazio" na rotina, tudo aqui é mostrado de forma que ganha uma importãncia que não se encontra nos filmes mais comuns. E gêmeos, gêmeos tem uma importância simbólica aqui.
Xavier Dolan repete o que vem fazendo em todos os seus filmes: personagens problemáticas, mágoa e verborragia. Mas nesse filme ele leva isso a um nível quase insuportável. Chega ser um teste de paciência. 90% são os personagens gritando um com o outro. Só agressão mútua. 10% são closes e enquadramentos super estilizados à la Dolan. Gosto muito do trabalho do diretor como um todo, e acho ele bastante promissor, mas aqui temos um dos seus trabalhos menos interessantes.
Interessante por não endeusar a artista Laerte, ou o seu trabalho, mas mostrar que ela é gente como a gente, que precisa reformar a casa, fazer depilação, tem problemas na vida sexual.
Apesar de envolver temas um pouco tensos - transexualidade, transfobia e como assumir-se trans pode afetar na sua vida pessoal e profissional - o documentário flui de forma muito leve com trechos de entrevistas, conversas das diretoras com ela e tirinhas suas.
"- Tu acha que um corpo fica resolvido? - Eu acho que dificilmente um corpo fica resolvido pra todo o sempre (...) - E tu acha que um corpo pode ficar completo? - Não. E o desenho também não. A gente tá sempre em processo de mudança"
Scorsese é mestre. Isso é fato. Então até um filme médio dele é ótimo se comparado com outros. Esse filme traz questionamentos interessantes sobre fé, deus, e mártires. A cinematografia é excepcional, com imagens que parecem quadros do século 17, época em que se passa a trama. Mas a história é longa demais, um tanto arrastada, e o Andrew Garfield ainda não me convenceu.
Mais um filme em que Almodóvar trata de sexualidades "não-normativas". Uma travesti, uma criança que é abusada por um padre, todas essas questões são tratadas nesse filme. é interessante por que é uma história dentro da outra, e é muito instigante ir descobrindo o que realmente é verdade e o que não é. Até o atual momento Almodóvar não é um dos meus diretores preferidos, afinal não amo nenhum dos seus filmes, mas o que com certeza amo é a sua estética e a sua estrutura narrativa, ambas extremamente ricas.
Assistido na exposição El Deseo: O Apaixonante Cinema de Pedro Almodóvar, instalada na Caixa Cultural de Recife. (Logo após teve debate O Cinema de Pedro Almodóvar, que foi ótimo também.) Lançado quando Almodóvar estava terminando de gravar Hable Con Ella, esse documentário explica como a carreira do diretor se deu, como se inpirou e participou da Movida Madreleña, como a sua mãe foi a sua maior musa inpiradora, como viver em um ambiente predominantemente feminino influenciou na criação de suas personagens mulheres. Tem a participação de Antonio Banderas, Penélope Cruz, Woody Allen e John Waters, que apesar de ser influencia para Almodóvar, deixa claro o seu fascínio pelo diretor espanhol. Ótimo para que já é fã e para quem está conhecendo agora ou se interessa pela sua filmografia,
O que o diretor e roteirista faz aqui é genial: usar a questão racial de forma nada óbvia para criar uma trama de terror. As escolhas das "saídas" para as problemáticas são excelentes. Os atores estão muito bem escalados e o menino do black mirror é perfeito. Mas o melhor desse filme é o final. Estou me prendendo pra não falar mais do que devo. Mas sério, apenas assista e contemple. O MEU GÊNERO TERROR TÁ VIVO!!!
Todos o atores estão muito bem, a fotografia, ambientação de época, figurino, designe de produção, tudo impecável. O problema é o CGI que algumas vezes é penoso, mas isso é raro. Não consegui me envolver muito na história como aconteceu com os outros filmes da franquia, mas veremos o que vem por aí nos próximos filmes. Tem um alto valor de entretenimento e serve pra matar a saudades desse universo maravilhoso criado por J.K. .
Winfred é um senhor super bem humorado que adora incorporar personagens para criar o riso que vai visitar a sua filha Ines, que é seu total oposto: Super centrada e focada no trabalho, muito pragmática. Esse encontro gera várias situações extremamente bizarras e igualmente interessantes.
Os comentários mais assertivos em relação a esse filme são os que dizem que é difícil falar sobre ele. Não é simples tentar classificá-lo num gênero. Ele passeia entre o drama e a comédia com uma facilidade muito grande, nos trazendo situações que de tão absurdas e exageradas nos fazem enxergar coisas do nosso dia a dia e repensá-las. Winfred é um velhinho daqueles que nós queríamos que fosse nosso avó.
Conta a história e acompanha a vida de Owen, um jovem autista que encontrou nos filmes da Disney uma forma de se expressar para com as pessoas.
O filme tenta mostrar a forma como as pessoas autistas veem o mundo e como nós vemos elas. Acompanha o difícil amadurecimento do Owen, que tem 23 anos e a sua independência, que mesmo lenta e talvez não tão abrangente como a de pessoas não-autistas, é tão necessária quanto. Muito interessante também que o cinema como uma forma de linguagem para contar histórias serviu de maneira crucial para ele se comunicar com o mundo e poder contar a sua própria história.
Mais um reconto, com algumas alterações, da história de Romeu e Julieta. Só que aqui os personagens são aborígines da ilha de Tanna, em Vanuatu. Os atores são os próprios moradores da tribo, o que compromete bastante a qualidade do filme, mas em contrapartida imprime um tanto de veracidade a mais.
Após o fim da Segunda Guerra um grupo de jovens alemães, é obrigado a cavar 2 milhões de minas terrestres com as próprias mãos. É agoniante ficar esperando ver a próxima bomba a ser estourada e quem será a próxima vítima. A tensão é muito bem trabalhada nesse filme. O impacto que a bomba tem sobre esses meninos também é mostrado de forma muito fededigna numa cena em especial extremamente difícil de assistir. Uma guerra nunca termina quando as bandeiras brancas são hasteadas. Numa guerra, ninguém é vencedor. Todos são perdedores. Forte, amargo e preciso nos tempos atuais.
É bom ver como as animações estão mudando. Nada de príncipe, par romântico, princesa padrão. Moana é forte, determinada e cacheada. A dublagem do Dwayne Johnson está perfeita, e a melhor música é a dele. O clipe é um show à parte. Muito bonita a forma como a natureza é retratada e a mensagem de preservação é passada.
Os primeiros nomes que me vieram à mente foram os óbvios Fred Astaire, Genne Kelly, Judy Garland e Debbie Reynolds. A homenagem aos musicais clássicos é feita de forma muito bonita e sem parecer em momento algum que está imitando o homenageado ou de alguma forma se prendendo à referência feita. O ponto alto do filme é a química dos dois atores principais. A Emma Stone, mesmo levando o Oscar injustamente, tem bastante carisma e o Ryan Gosling é um amorzinho. A história de amor contada não tem grandes feitos narrativos nem, em momento algum, se propõe a isso. Bonita e leve. Radiante. As cores primárias dos figurinos, a cinematografia sempre onírica e os números musicais bem orquestrados com planos sequência igualmente executados passam todo aquele clima de conto de fadas. A magia do cinema acontecendo na vida dos peronagens. Por fim, não morri de amores como muita gente mas sim, de fato é um filme muito bem feito. Mas ainda prefiro Moonlight.
Uma daquelas historinhas de velhinhos ranzinzas, devido às coisas que viveu, que vão mudando de humor conforme alguém específico vai entrando nas suas vidas e fazendo-os lembrar de coisas boas do passado e a amolecer o coração. Um filme bonito, bem gostosinho de ver.
Vencedor do Oscar em Filme Estrangeiro. Um casal se muda para um novo apartamento e lá um episódio envolvendo a esposa afetará de diversas formas as suas vidas. Esse filme fala sobre como cada pessoa reagem a um ato de violência de maneiras diferentes. Aqui o conceito de justiça, vingança e "castigo divino" é colocado em debate. O pequeno problema do filme foi mostrar demais a peça que os dois estão apresentando, fazendo-o ficar por vezes desinteressante. O papel do diretor é bem feito, dando uma montagem fluída e ágil.
Apesar do nome essa animação não é feita para crianças. Os assuntos abordados aqui são bem pesados. Mesmo que a beleza do stop motion suavize um pouco. Mas não consegui me envolver com o filme. Não sei se o problema estava em mim ou nele. Talvez reveja mais pra frente pra atestar isso
Uma mulher de cinquenta e poucos anos que nasceu nos anos 20 tenta entender e absorver as constantes mudanças que ocorrem no mundo e com o seu filho adolescente, em meados dos anos 70. Temas como o feminismo, a cultura punk, a maternidade são tratados aqui. Os personagens são muito interessantes e a forma em que eles estão relacionados também. Os diálogos são feitos de forma bastante orgânica. Pelo menos na maioria deles. O coral da menstruação é ótimo. Mas sabe quando falta um Q a mais, que você não sabe o que é mas sabe que está faltando?
Mais um filme selo Studio Ghibli de qualidade. O sentimento que ele me passou e pode resumi-lo seria paz. A beleza das imagens, os tons muito limpos e nunca chamativos demais e a falta de diálogos, falta essa nunca sentida, fazem desse filme uma obra de arte a ser contemplada. A intenção do longa não é te fazer endentê-lo e sim senti-lo. E isso ele faz muito bem.
Um misto de ótimas cenas de ação e um roteiro chato e cheio de momentos bregas. A homenagem que fazem pra Full Metal Jacket é bem legal. Mas ainda não foi dessa fez que o Mel Gibson ressuscitou. Porém já deu pra dar uma esquentada boa.
Um filme genérico sobre três grandes mulheres genias da matemática e negras que em pleno auge da segregação racial americana quebram vários muros sociais. Exemplo de quando o filme não está a altura da história por trás mas que vale por levar ela ao público.
Agora eu choro por tudo. Juro que não era assim. Mas mesmo que não fosse, impossível não rolar uma lágrima vendo esse filme, em particular o primeiro e o terceiro ato. A veracidade é tão grande que parece mesmo que estamos vendo um menino perdido, abandonado, sofrendo e sendo negligenciado por todos em volta. O reencontro (ou não) do personagem principal com a sua família também é mostrado de uma forma muito bonita e tocante. E o monólogo da Nicole Kidman, que junto com o ator mirim indiano são a melhores coisas desse filme, vai te fazer chorar bastante e pensar sobre várias questões em relação à adoção, filhos e o nosso papel no mundo. Tarefa muito bem feita pelo roteirista. O probleminha aqui é o recheio. A parte do filme que está entre estabelecer personagens e sua história e o desfecho deles é confusa e um tanto morna. A fotografia nos dá umas imagens bonitas da Índia mas nada que mereça grandes destaques.
Um homem que ao perder o seu irmão precisa voltar para a sua cidade natal e se defrontar com os fantasmas do passado. Sem entrar no assunto Casey Affleck Agresssor, falando apenas do seu trabalho no filme: a precisão da sua atuação é espantosa. A devastação no olhar e a melancolia de um homem que carrega uma culpa maior que a sua existência e que está vivendo mesmo sem motivos para isso são passados com uma veracidade muito grande. A Michelle Williams também é outro monstro. O seu diálogo com o Casey é de deixar o espectador com o lenço pingando. Esse filme passeia entre o trágico dilacerante e o humor que não soaa menos que negro. Talvez por que a vida seja assim, essa digressão de tons. A trilha sonora, na sua maioria composta por música clássica, só reafirma o tom fúnebre desse filme. Esta não é uma película fácil de assistir e com certeza você não sairá dela se sentindo muito bem, mas não deixará de ser uma experiência cinematográfica - no âmbito do estudo de personagem - que valerá muito a pena..
Personal Shopper
3.1 384 Assista AgoraA Kristen não é do tipo de atrizes que eu costumo gostar, que tem mais visceralidade e entrega dramática. Mas ela vem mostrando que de fato é uma boa atriz. E essa personagem foi feita (acho que literalmente falando, já que se trata de seu segundo trabalho com o diretor) pra ela.
O filme é daquele tipo que passeia entre vários gêneros, então não é fácil catalogá-lo.
Tem momentos muito tensos e aborda temas muito interessantes como o desejo pelo proibido. Por fim, ele é cheio de sugestividade, característica que não nos entrega um filme fácil e narrativamente fechadinho. O que pra mim é ótimo na maioria das vezes.
Paterson
3.9 353 Assista AgoraA poesia está nas coisas simples, no dia a dia, no movimento das cidades, pelas ruas, nas pessoas. É sobre isso que esse filme fala.
Ele é cheio de singelezas. O personagen que dá nome ao filme, e que também é o nome da cidade é motorista de ônibus. Os diálogos entre os passageiros, o "vazio" na rotina, tudo aqui é mostrado de forma que ganha uma importãncia que não se encontra nos filmes mais comuns. E gêmeos, gêmeos tem uma importância simbólica aqui.
PS. Adorei o crossover com Moonrise Kingdom.
É Apenas o Fim do Mundo
3.5 302 Assista AgoraXavier Dolan repete o que vem fazendo em todos os seus filmes: personagens problemáticas, mágoa e verborragia. Mas nesse filme ele leva isso a um nível quase insuportável.
Chega ser um teste de paciência. 90% são os personagens gritando um com o outro. Só agressão mútua. 10% são closes e enquadramentos super estilizados à la Dolan.
Gosto muito do trabalho do diretor como um todo, e acho ele bastante promissor, mas aqui temos um dos seus trabalhos menos interessantes.
Laerte-se
4.0 184Interessante por não endeusar a artista Laerte, ou o seu trabalho, mas mostrar que ela é gente como a gente, que precisa reformar a casa, fazer depilação, tem problemas na vida sexual.
Apesar de envolver temas um pouco tensos - transexualidade, transfobia e como assumir-se trans pode afetar na sua vida pessoal e profissional - o documentário flui de forma muito leve com trechos de entrevistas, conversas das diretoras com ela e tirinhas suas.
"- Tu acha que um corpo fica resolvido?
- Eu acho que dificilmente um corpo fica resolvido pra todo o sempre (...)
- E tu acha que um corpo pode ficar completo?
- Não. E o desenho também não. A gente tá sempre em processo de mudança"
Silêncio
3.8 576Scorsese é mestre. Isso é fato. Então até um filme médio dele é ótimo se comparado com outros.
Esse filme traz questionamentos interessantes sobre fé, deus, e mártires.
A cinematografia é excepcional, com imagens que parecem quadros do século 17, época em que se passa a trama.
Mas a história é longa demais, um tanto arrastada, e o Andrew Garfield ainda não me convenceu.
Má Educação
4.2 1,1K Assista AgoraMais um filme em que Almodóvar trata de sexualidades "não-normativas". Uma travesti, uma criança que é abusada por um padre, todas essas questões são tratadas nesse filme. é interessante por que é uma história dentro da outra, e é muito instigante ir descobrindo o que realmente é verdade e o que não é. Até o atual momento Almodóvar não é um dos meus diretores preferidos, afinal não amo nenhum dos seus filmes, mas o que com certeza amo é a sua estética e a sua estrutura narrativa, ambas extremamente ricas.
Tudo Sobre o Desejo: O Apaixonante Cinema de Pedro Almodóvar
4.2 7Assistido na exposição El Deseo: O Apaixonante Cinema de Pedro Almodóvar, instalada na Caixa Cultural de Recife. (Logo após teve debate O Cinema de Pedro Almodóvar, que foi ótimo também.)
Lançado quando Almodóvar estava terminando de gravar Hable Con Ella, esse documentário explica como a carreira do diretor se deu, como se inpirou e participou da Movida Madreleña, como a sua mãe foi a sua maior musa inpiradora, como viver em um ambiente predominantemente feminino influenciou na criação de suas personagens mulheres.
Tem a participação de Antonio Banderas, Penélope Cruz, Woody Allen e John Waters, que apesar de ser influencia para Almodóvar, deixa claro o seu fascínio pelo diretor espanhol. Ótimo para que já é fã e para quem está conhecendo agora ou se interessa pela sua filmografia,
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraO que o diretor e roteirista faz aqui é genial: usar a questão racial de forma nada óbvia para criar uma trama de terror.
As escolhas das "saídas" para as problemáticas são excelentes.
Os atores estão muito bem escalados e o menino do black mirror é perfeito.
Mas o melhor desse filme é o final. Estou me prendendo pra não falar mais do que devo. Mas sério, apenas assista e contemple.
O MEU GÊNERO TERROR TÁ VIVO!!!
Animais Fantásticos e Onde Habitam
4.0 2,2K Assista AgoraEstamos de volta ao mundo mágico.
Todos o atores estão muito bem, a fotografia, ambientação de época, figurino, designe de produção, tudo impecável. O problema é o CGI que algumas vezes é penoso, mas isso é raro.
Não consegui me envolver muito na história como aconteceu com os outros filmes da franquia, mas veremos o que vem por aí nos próximos filmes.
Tem um alto valor de entretenimento e serve pra matar a saudades desse universo maravilhoso criado por J.K. .
As Faces de Toni Erdmann
3.8 257 Assista AgoraWinfred é um senhor super bem humorado que adora incorporar personagens para criar o riso que vai visitar a sua filha Ines, que é seu total oposto: Super centrada e focada no trabalho, muito pragmática. Esse encontro gera várias situações extremamente bizarras e igualmente interessantes.
Os comentários mais assertivos em relação a esse filme são os que dizem que é difícil falar sobre ele.
Não é simples tentar classificá-lo num gênero. Ele passeia entre o drama e a comédia com uma facilidade muito grande, nos trazendo situações que de tão absurdas e exageradas nos fazem enxergar coisas do nosso dia a dia e repensá-las.
Winfred é um velhinho daqueles que nós queríamos que fosse nosso avó.
Vida, Animada
3.9 59Conta a história e acompanha a vida de Owen, um jovem autista que encontrou nos filmes da Disney uma forma de se expressar para com as pessoas.
O filme tenta mostrar a forma como as pessoas autistas veem o mundo e como nós vemos elas. Acompanha o difícil amadurecimento do Owen, que tem 23 anos e a sua independência, que mesmo lenta e talvez não tão abrangente como a de pessoas não-autistas, é tão necessária quanto.
Muito interessante também que o cinema como uma forma de linguagem para contar histórias serviu de maneira crucial para ele se comunicar com o mundo e poder contar a sua própria história.
Tanna
3.3 73 Assista AgoraMais um reconto, com algumas alterações, da história de Romeu e Julieta. Só que aqui os personagens são aborígines da ilha de Tanna, em Vanuatu.
Os atores são os próprios moradores da tribo, o que compromete bastante a qualidade do filme, mas em contrapartida imprime um tanto de veracidade a mais.
Terra de Minas
4.2 260 Assista AgoraApós o fim da Segunda Guerra um grupo de jovens alemães, é obrigado a cavar 2 milhões de minas terrestres com as próprias mãos.
É agoniante ficar esperando ver a próxima bomba a ser estourada e quem será a próxima vítima. A tensão é muito bem trabalhada nesse filme.
O impacto que a bomba tem sobre esses meninos também é mostrado de forma muito fededigna numa cena em especial extremamente difícil de assistir.
Uma guerra nunca termina quando as bandeiras brancas são hasteadas.
Numa guerra, ninguém é vencedor. Todos são perdedores.
Forte, amargo e preciso nos tempos atuais.
P.S. O Louis Hofmann é um lindo
Moana: Um Mar de Aventuras
4.1 1,5KÉ bom ver como as animações estão mudando. Nada de príncipe, par romântico, princesa padrão. Moana é forte, determinada e cacheada.
A dublagem do Dwayne Johnson está perfeita, e a melhor música é a dele. O clipe é um show à parte.
Muito bonita a forma como a natureza é retratada e a mensagem de preservação é passada.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraOs primeiros nomes que me vieram à mente foram os óbvios Fred Astaire, Genne Kelly, Judy Garland e Debbie Reynolds. A homenagem aos musicais clássicos é feita de forma muito bonita e sem parecer em momento algum que está imitando o homenageado ou de alguma forma se prendendo à referência feita.
O ponto alto do filme é a química dos dois atores principais. A Emma Stone, mesmo levando o Oscar injustamente, tem bastante carisma e o Ryan Gosling é um amorzinho.
A história de amor contada não tem grandes feitos narrativos nem, em momento algum, se propõe a isso. Bonita e leve. Radiante.
As cores primárias dos figurinos, a cinematografia sempre onírica e os números musicais bem orquestrados com planos sequência igualmente executados passam todo aquele clima de conto de fadas. A magia do cinema acontecendo na vida dos peronagens.
Por fim, não morri de amores como muita gente mas sim, de fato é um filme muito bem feito. Mas ainda prefiro Moonlight.
Um Homem Chamado Ove
4.2 382 Assista AgoraUma daquelas historinhas de velhinhos ranzinzas, devido às coisas que viveu, que vão mudando de humor conforme alguém específico vai entrando nas suas vidas e fazendo-os lembrar de coisas boas do passado e a amolecer o coração.
Um filme bonito, bem gostosinho de ver.
O Apartamento
3.9 257 Assista AgoraVencedor do Oscar em Filme Estrangeiro.
Um casal se muda para um novo apartamento e lá um episódio envolvendo a esposa afetará de diversas formas as suas vidas.
Esse filme fala sobre como cada pessoa reagem a um ato de violência de maneiras diferentes. Aqui o conceito de justiça, vingança e "castigo divino" é colocado em debate.
O pequeno problema do filme foi mostrar demais a peça que os dois estão apresentando, fazendo-o ficar por vezes desinteressante.
O papel do diretor é bem feito, dando uma montagem fluída e ágil.
Minha Vida de Abobrinha
4.2 284 Assista AgoraApesar do nome essa animação não é feita para crianças. Os assuntos abordados aqui são bem pesados. Mesmo que a beleza do stop motion suavize um pouco.
Mas não consegui me envolver com o filme. Não sei se o problema estava em mim ou nele. Talvez reveja mais pra frente pra atestar isso
Mulheres do Século XX
4.0 415 Assista AgoraUma mulher de cinquenta e poucos anos que nasceu nos anos 20 tenta entender e absorver as constantes mudanças que ocorrem no mundo e com o seu filho adolescente, em meados dos anos 70.
Temas como o feminismo, a cultura punk, a maternidade são tratados aqui.
Os personagens são muito interessantes e a forma em que eles estão relacionados também.
Os diálogos são feitos de forma bastante orgânica. Pelo menos na maioria deles.
O coral da menstruação é ótimo.
Mas sabe quando falta um Q a mais, que você não sabe o que é mas sabe que está faltando?
A Tartaruga Vermelha
4.1 392 Assista AgoraMais um filme selo Studio Ghibli de qualidade. O sentimento que ele me passou e pode resumi-lo seria paz.
A beleza das imagens, os tons muito limpos e nunca chamativos demais e a falta de diálogos, falta essa nunca sentida, fazem desse filme uma obra de arte a ser contemplada.
A intenção do longa não é te fazer endentê-lo e sim senti-lo. E isso ele faz muito bem.
Até o Último Homem
4.2 2,0K Assista AgoraUm misto de ótimas cenas de ação e um roteiro chato e cheio de momentos bregas.
A homenagem que fazem pra Full Metal Jacket é bem legal.
Mas ainda não foi dessa fez que o Mel Gibson ressuscitou. Porém já deu pra dar uma esquentada boa.
Estrelas Além do Tempo
4.3 1,5K Assista AgoraUm filme genérico sobre três grandes mulheres genias da matemática e negras que em pleno auge da segregação racial americana quebram vários muros sociais. Exemplo de quando o filme não está a altura da história por trás mas que vale por levar ela ao público.
Lion: Uma Jornada para Casa
4.3 1,9K Assista AgoraAgora eu choro por tudo. Juro que não era assim. Mas mesmo que não fosse, impossível não rolar uma lágrima vendo esse filme, em particular o primeiro e o terceiro ato. A veracidade é tão grande que parece mesmo que estamos vendo um menino perdido, abandonado, sofrendo e sendo negligenciado por todos em volta. O reencontro (ou não) do personagem principal com a sua família também é mostrado de uma forma muito bonita e tocante.
E o monólogo da Nicole Kidman, que junto com o ator mirim indiano são a melhores coisas desse filme, vai te fazer chorar bastante e pensar sobre várias questões em relação à adoção, filhos e o nosso papel no mundo. Tarefa muito bem feita pelo roteirista.
O probleminha aqui é o recheio. A parte do filme que está entre estabelecer personagens e sua história e o desfecho deles é confusa e um tanto morna.
A fotografia nos dá umas imagens bonitas da Índia mas nada que mereça grandes destaques.
Manchester à Beira-Mar
3.8 1,4K Assista AgoraUm homem que ao perder o seu irmão precisa voltar para a sua cidade natal e se defrontar com os fantasmas do passado.
Sem entrar no assunto Casey Affleck Agresssor, falando apenas do seu trabalho no filme: a precisão da sua atuação é espantosa. A devastação no olhar e a melancolia de um homem que carrega uma culpa maior que a sua existência e que está vivendo mesmo sem motivos para isso são passados com uma veracidade muito grande. A Michelle Williams também é outro monstro. O seu diálogo com o Casey é de deixar o espectador com o lenço pingando.
Esse filme passeia entre o trágico dilacerante e o humor que não soaa menos que negro. Talvez por que a vida seja assim, essa digressão de tons. A trilha sonora, na sua maioria composta por música clássica, só reafirma o tom fúnebre desse filme.
Esta não é uma película fácil de assistir e com certeza você não sairá dela se sentindo muito bem, mas não deixará de ser uma experiência cinematográfica - no âmbito do estudo de personagem - que valerá muito a pena..