"Não mexa com quem tá quieto" ou "Passe-me o papel higiênico" rsrs Este filme tailandês não é algo que se deva ignorar mas também está longe de ser um grande filme de terror e mistério. Para mim, o problema não é exatamente os clichês (não é fácil ser original) e sim a apresentação contínua deles para o filme durar o tempo estipulado. Há alguns sustos, dá pra causar medo e ansiedade, porém o roteiro se apoia demasiadamente em variações de uma situação que se prolonga além da conta até o desfecho (que pelo menos é interessante). Acho que o elenco não estava bem. Um filme bom pra assistir quando queremos ver o que já vimos em várias produções, pois consegue manter a atenção pelo menos nas cenas mais decisivas.
"O quarto de Jack" é um filme que evolui de forma bem diferente de tantos outros que abordam situações semelhantes, e isso pra mim foi um ponto positivo. Me lembrou até de Hitchcock e seu clássico "Psicose" (claro, guardadas as devidas proporções)
inclusive quando explora relações familiares e até parece que nada acontece (a adaptação de mãe e filho à nova vida)
mas é exatamente aí que reside a essência da história: para onde caminhará essa adaptação ? Nem sempre o que parece bom será realmente bom. Antes disso já tinha havido outra adaptação, embora tenebrosa.
Há alguns personagens que dão a entender que terão um papel mais decisivo na história, e isso também pode desapontar espectadores. Mas a própria vida é assim mesmo, basta usarmos a memória. O que não me agradou tanto é quando o filme "namora" com a pieguice mas, felizmente, logo retorna aos trilhos. E um destaque para o elenco afinado e excelente: Brie Larson, Joan Allen, William H. Macy (grande ator subaproveitado) e, é claro, a ótima revelação mirim Jacob Tremblay.
Uma história que dá porradas cinematográficas nos negacionistas (do coronavírus, do aquecimento global e por aí vai). Uma excelente premissa com vários momentos realmente envolventes e que não abranda a gravidade do problema (gostei muito do final). Ou seja, é um filme mais do que necessário. Há a exposição de uma mídia (e de seu público) que opta pela vulgarização dos fatos, minimizando-os e tornando-os mais um espetáculo para quem preferiu aposentar o cérebro. É a América ridicularizando a América (como faz muito bem "Os Simpsons" há tantos anos).
Porém entendo que o desenvolvimento do filme (com mais de 2 horas de duração embora com boa cadência) remexeu em muita coisa, foi ferino em algumas, mas poderia ter sido bem mais proveitoso se tivesse sido mais eficiente no tom adotado para suas exposições. Me pareceu que o aspecto humorístico, em sua oscilação entre o tosco (nada contra) e o humor negro (tudo a favor) deixou um pouco a desejar, ousando em certos momentos e pouco criativo em outros, como se precisasse apelar para esquemas mais fáceis - e não precisava. Gostei do desempenho do Di Caprio, equilibrou-se muito bem num personagem entre o trágico e o cômico, já.a Meryl Streep (inegavelmente uma das grandes estrelas da telona) não me pareceu muito à vontade interpretando uma presidenta-dondoca-fútil-gananciosa. Meryl pode render muito mais.
Ou seja, embora o tempero deixe a desejar, a refeição merece ser desfrutada.
Mais um filme sul-coreano que dá gosto de assistir. É mirabolante, sim, porém construído de modo a causar vários impactos durante seu desenvolvimento. E consegue. Tem uma cadência mais lenta do que muitos exemplares do gênero porém mantém um bom ritmo, e a construção do suspense é bem legal. E a vilã me convenceu rsrs. Quando vai chegando ao final já vai ficando mais parecido com tantos outros filmes do gênero, aí vem a clichezada. Mas isso não estraga o prazer de assisti-lo. Gostei mais do "segundo final".
Embora isso não aconteceu, quando terminei de assistir a esse filme me deu a impressão de que só tinha ouvido gritos. Isso é porque "Shock Corridor" não economiza na "intensidade" de suas cenas, não raro exagerando nas tintas. A premissa é simples e boa: um ambicioso jornalista que topa tudo por um prêmio, até fingir que é louco em meio aos loucos de verdade (e esses, apesar do empenho dos atores, soam estereotipados, até quando mostram lampejos de lucidez). O desfecho é previsível, uma "mudança anunciada". O que é muito interessante no filme (e que, a princípio, pode parecer que está "enchendo linguiça" para ganhar tempo, mas não é nada disso) é a exibição das "feridas americanas" (racismo, guerras, ameaça nuclear, etc) que pode até dá a entender que o roteiro é só um pretexto para escarafunchar essas feridas que teimam em permanecer vivas. Quanto a isso, "Shock Corridor" não poupa críticas, até mesmo em relação aos "tratamentos" psiquiátricos executados na época (e isso aproxima o filme do posterior - e excelente - "Um estranho no ninho".
Embora eu tenha gostado mais de outro trabalho do diretor ("Cão branco") exatamente por ser mais franco e direto, achei que "Shock Corridor" ainda impressiona, conseguindo mobilizar emocionalmente o espectador.
Dos filmes baseados na obra da "dama do crime" que já assisti não achei "The Murder of Roger Ackroyd" uma das histórias mais instigantes. E também não consegui ter empatia suficiente pelos personagens. Mas, em se tratando de Agatha Christie, não dá pra não esperar avidamente pelo desfecho da história.
Um Mário Bava anos 60 com uma fotografia em cores vivas sendo "invadidas" pelo negro, achei muito boa. A história é convencional mas é relativamente bem conduzida e atiça nossa curiosidade. Há um exagero dramático misturado com canastrices mas que causa até um efeito positivo no final das contas. Legalzinho.
Pois é, a morte é quem dá significado à vida. Guillermo del Toro adaptou o clássico "Pinóquio" em stop motion, e o desfile de imagens é impressionante. Há pontos em comum com a clássica animação da Disney (uma de minhas favoritas) porém está longe de ser uma imitação. Aqui temos um Pinóquio rebelde, não raramente mal educado e escandaloso, um pestinha, ou melhor, um "garoto" sentimental recoberto por espinhos (me lembrou o "Mogli", outro personagem inesquecível). Gepeto não é aquele velhinho bondoso 100% do tempo, em algumas ocasiões é mal humorado, rude e inconsequente, ou seja, apenas um ser humano numa história que tem seus momentos de doçura como também de uma crueldade espantosa. Algumas ideias interessantes como a presença do Duce patético (que não foi bem explorada) e a loucura fascista que assolou a Itália e causou tantas desgraças. Aliás, uma das coisas que me incomodaram foi o tratamento dado aos coadjuvantes, achei simplista e esses personagens poderiam ter marcado uma presença mais vigorosa. Outro fator que não achei tão bom foi o ritmo do filme, não o senti como uma dinâmica natural na passagem de algumas situações. E as canções me pareceram que simplesmente "estavam lá", sem uma justificativa maior para sua presença.
Como também a evitação de um final feliz mais convencional que habita tantos filmes, com a ilusão infantil de que"vai ser pra sempre".
Crianças também precisam absorver e dar significado à transitoriedade da vida com suas inevitáveis perdas, afinal elas não vivem isoladas em uma redoma.
O filme de Guillermo del Toro pode não se tornar um clássico do gênero mas pra mim foi um bom sopro de criatividade.
Prefiro o Jim Carrey em papeis dramáticos como no ótimo "Brilho eterno de uma mente sem lembranças". Neste "Número 23" achei que ele se saiu bem, assim como o elenco em geral, principalmente a Virginia Madsen. Quanto ao filme, apesar do bom ritmo, pra mim tornou-se maçante a certa altura. E o plot twist, bem, é uma reviravolta que se pretendeu ser mais incrível do que realmente é, e comigo infelizmente não funcionou. Achei um filme bem mediano mas não deixa de ser um entretenimento razoável e despertar a curiosidade do espectador.
Gosto de filmes que não explicam tudo e deixam que o espectador "participe" de sua elaboração teorizando sobre os significados da obra. Contudo "Kill list" é o tipo de filme que eu desejei que nos desse maiores explicações. Digo isso porque não vi na história justificativa suficiente para deixar interrogações, ou talvez seus concebedores acharam que isso elevaria a qualidade da obra... De qualquer modo achei o filme bom de assistir, mesmo em sua longa "construção de personagens"
(a propósito, o casal de protagonistas que briga como cão e gato também exibe uma intimidade/cumplicidade/confiança bem rara ?!)
Há várias coisas, de conflitos familiares à cenas supertensas com assassinos de aluguel, descambando para um desfecho que, se por um lado faz o espectador arregalar mais os olhos, por outro lado introduz um tema que eu, pessoalmente, achei meio forçação de barra. Preferia que se mantivesse o tema de pessoas aparentemente comuns (se é que isso existe de fato) realizando ações incomuns, e suas variadas consequências. Mas isso é questão de gosto pois, apesar de ressalvas, "Kill list" é bom de ver quando se quer desfrutar de um filme que, em alguns momentos, vai lhe despertar muita atenção e emoções desconfortáveis.
Como diz a música: nem luxo nem lixo. Se for somente cumprir a função de entretenimento, o filme até que consegue. Há algumas cenas interessantes e o final é tenso. Achei a proposta legal mas se desenvolve como um roteiro anêmico preenchido por lugares-comuns,
Não se deve esperar superficialidade/banalidade do cineasta de "Corra!" e "Nós!", e sim simbolismos e referências. "Não! Não olhe!" é mais uma produção cuja história "mais concreta" serve de suporte para suas metáforas e críticas nas tais "camadas" que o filme contém. O que pra mim ficou mais visível foi um desvelamento de uma "sociedade do espetáculo": há várias menções à Oprah Winfrey, ao cinema, à fama, à espetacularização da vida, juntamente com suas consequências decepcionantes, tolas ou trágicas
(tem momentos que humanos e não humanos até parecem ridículos quando "se estudam")
. E é lógico que muita coisa poderia ser dita ou especulada sobre este filme.
Apesar disso não assisti "Nope" com prazer ou mesmo curiosidade, tal como aconteceu com os filmes anteriores do diretor. Achei ótima a fotografia e gostei do desempenho do elenco, principalmente da dupla de protagonistas. Mas o transcorrer da história não me cativou o suficiente, e em certos momentos torci para que o filme acabasse logo. Pode ter sido uma dificuldade minha de sintonizar melhor com a obra, admito. Mas "Nope" me fez sentir saudades dos outros trabalhos do Jordan.
Em vários momentos esse filme me pareceu mais um documentário sobre uma seita ancestral ou uma comunidade alternativa. Devido a esse estranhamento minha curiosidade me fez aguentar mais de 2 horas de "preparação climática" já bem previsível. As imagens incríveis também facilitaram minha provação. No final das contas, até que gostei da experiência como contemplação mas, como história, não vi nada demais.
E Fredric March conseguiu seu Oscar na pele do médico que tentou separar seu lado obscuro de suas virtudes cavalheirescas. A clássica história de terror, nos dias de hoje, ainda dá panos pras mangas ao expor um maniqueísmo mais idealizado do que real, e parece que essa visão dualista está sempre a se renovar. O filme tão antigo ainda funciona bem com seus momentos de medo e tensão. O clímax é bem interessante.
Eu só retiraria umas poucas cenas dispensáveis na construção da história, assim o filme seria mais uniforme, penso eu. De resto... PUXA VIDA ! Há tempos um filme não me perturbava tanto, nesse terror/suspense realista, angustiante, avassalador, desesperador. É difícil encontrar palavras para descrever o que o filme desperta. Uma história que se desenvolve torturando lentamente o espectador, só insinuando que algo macabro iria acontecer, e quando acontece... haja nervos e coração pra aguentar aquele desfecho.
Um filme de baixo orçamento, creio eu, que coloca no chinelo dezenas de superproduções americanas clichês e de conteúdo vazio ou ridículo.
É fácil criticar a ingenuidade do casal protagonista pois já sabemos que estamos assistindo a um filme de terror. Porém na vida prática seríamos tão precavidos assim ? Pois, apesar das excentricidades, o casal demoníaco não dava mostras de que seria tão perigoso, pelo menos em grande parte da história.
E o arremate final ("Porque vocês deixaram") é um golpe impiedoso que atinge qualquer pessoa, em qualquer época e em qualquer lugar.
A Marvel fez aquela mistura: um sabor de passado nas imagens em preto e branco mescladas com personagens estilo quadrinhos. E dá-lhe falas pronunciadas dramaticamente por personalidades clichês, lutas, porradas... Claro que há várias cenas de tensão que não deixam o espectador adormecer, o que auxilia um pouco o roteiro simplista. Mas não achei o bastante para tornar "O lobisomem na noite" um filme memorável, pelo menos para mim.
Uma das primeiras adaptações do clássico livro de Mary Shelley, esse "Frankenstein" dos anos 30 ainda funciona bem. Apesar das interpretações muito dramáticas do elenco e de se evitar explorar melhor certos temas como o cientista desafiando Deus e a rejeição popular ao que é diferente (a opção maior é pelo entretenimento) o filme nos dá belos momentos de apreensão, principalmente em sua reta final. Achei também que a criatura não é explorada o suficiente em sua dubiedade, aliás nem tem muitos momentos em cena. Mas ainda vale muito a pena assistir.
O filme que influenciou o que o cinema iria fazer daí por diante em relação ao nobre da Transilvânia. Esse Drácula sem longos caninos (e com dentadas apenas sugeridas), pode ter aterrorizado as plateias da época. Eu, particularmente, não achei que o filme tenha envelhecido muito bem, em comparação com outros até mais antigos, o elenco também não ajudou muito. PORÉM... aquele olhar satânico do Bela Lugosi ainda consegue arrancar calafrios, é a própria encarnação da maldade. Isso já valeria assistir a "Drácula".
Início de "sessão da tarde", descamba para o trash, arrisca explicações psicológicas apressadas e humor negro... "As vozes" tem de tudo um pouco, não o faz com muita maestria porém garante uma história divertida e que não cansa. É um filme que, se não atinge um humor sarcástico do tipo que nos intriga e faz pensar, também não é somente um "arranca gargalhadas" barato. Tem suas qualidades embora eu não deixe de lamentar como poderia ter ido mais longe como, por exemplo, nos diálogos entre os animais que renderiam momentos de embates mais desconcertantes. Porém "As vozes" sempre retorna às ideias de consumo mais fácil. Achei o final muito bom e de certo modo provocativo. E também preferia que a escolha do ator principal tivesse sido mais criteriosa. Em suma: não achei ótimo mas é uma boa diversão.
Paixões alopradas, sexo, violência e um fanatismo religioso tão avassalador que até parece surreal. O filme de Antônio Campos mescla esses ingredientes para nos revelar os podres dos habitantes de uma cidadezinha que parece feita de encomenda para um desfile de atrocidades. Alguns personagens são a encarnação do próprio mal enquanto outros portam tanta ingenuidade que parecem ter vindo de outra dimensão (e a ingenuidade pode andar de braços dados com a tragédia). "O Diabo de Cada Dia" é um daqueles filmes com voz retumbante que prendem o espectador na cadeira até seu final. Mas também achei que parece maior do que é. Há personagens com seus dramas pessoais que vão se cruzando no decorrer da trama,e algumas vezes isso me pareceu forçado. E há tantos eventos que um estudo mais aprofundado de certos personagens fica a dever (o personagem do Robert Pattinson, por exemplo, cai no clichê, e isso é lamentável pois o ator já demonstrou capacidade para muito mais).
Além disso senti aquele casal de serial killers como um filme invadindo outro.
A impressão que tive é que o filme ficou entre uma exposição simples e crua da brutalidade mesclada com distorções da fé e um estudo mais sagaz de personalidades opressoras e oprimidas. Não que isso fosse necessariamente um problema porém não achei que "O diabo de cada dia" caminhou nesse meio termo sem dar seus escorregões. Contudo, de modo geral, o filme é interessante e tem seus momentos de bom cinema.
a sua insistência em descobrir algum tipo de fidelidade/solidariedade no cachorro doido Simone
. A autodepreciação do nosso protagonista em certos momentos é de revirar o estômago. "Dogman" não é uma obra-prima do cinema italiano. Alonga-se sem necessidade e também achei que poderia dar mais atenção aos coadjuvantes. Contudo seu desfecho
Reviravoltas podem deixar um filme muito mais interessante e deixar o espectador com atenção redobrada para acompanhar a história. Mas não é sempre que funcionam e deixam a obra mais completa e complexa. Neste "Medo da verdade" não achei as mudanças tão incríveis assim, pareceram alterações porque "filmes assim têm que surpreender sempre", além de não conseguirem anular diálogos sofríveis de personagens rasos. Ed Harris até que se destacou porém Morgan Freeman (um ótimo ator) foi muito subaproveitado e me pareceu com muito pouca vontade de atuar, infelizmente. O início do filme foi promissor, também gostei do final que renunciou a um moralismo clichê (tão batido em filmes assim) porém o desenvolvimento... achei que o excesso de enfeites tornou medíocre algo que podia ser bem melhor.
Um filme simpaticozinho que serve bem para preencher um tempinho livre. Algumas vezes beira o ridículo com certas cenas absurdas e interpretações caricatas, mas não é um filme chato. Pelo menos eu gostei de assistir, manteve-me atento, tinha sempre que me lembrar que é uma produção de 2012, e não um antigo filme da Hammer da qual sou fã (rsrs).
Espíritos: A Morte Está ao Seu Lado
3.5 832 Assista Agora"Não mexa com quem tá quieto" ou "Passe-me o papel higiênico" rsrs
Este filme tailandês não é algo que se deva ignorar mas também está longe de ser um grande filme de terror e mistério. Para mim, o problema não é exatamente os clichês (não é fácil ser original) e sim a apresentação contínua deles para o filme durar o tempo estipulado. Há alguns sustos, dá pra causar medo e ansiedade, porém o roteiro se apoia demasiadamente em variações de uma situação que se prolonga além da conta até o desfecho (que pelo menos é interessante). Acho que o elenco não estava bem. Um filme bom pra assistir quando queremos ver o que já vimos em várias produções, pois consegue manter a atenção pelo menos nas cenas mais decisivas.
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista Agora"O quarto de Jack" é um filme que evolui de forma bem diferente de tantos outros que abordam situações semelhantes, e isso pra mim foi um ponto positivo. Me lembrou até de Hitchcock e seu clássico "Psicose" (claro, guardadas as devidas proporções)
pois nos faz crer que certa situação se prolongará até próximo do final da história mas, de repente... dá uma guinada que nos surpreende.
inclusive quando explora relações familiares e até parece que nada acontece (a adaptação de mãe e filho à nova vida)
Há alguns personagens que dão a entender que terão um papel mais decisivo na história, e isso também pode desapontar espectadores. Mas a própria vida é assim mesmo, basta usarmos a memória. O que não me agradou tanto é quando o filme "namora" com a pieguice mas, felizmente, logo retorna aos trilhos. E um destaque para o elenco afinado e excelente: Brie Larson, Joan Allen, William H. Macy (grande ator subaproveitado) e, é claro, a ótima revelação mirim Jacob Tremblay.
Não Olhe para Cima
3.7 1,9K Assista AgoraUma história que dá porradas cinematográficas nos negacionistas (do coronavírus, do aquecimento global e por aí vai). Uma excelente premissa com vários momentos realmente envolventes e que não abranda a gravidade do problema (gostei muito do final). Ou seja, é um filme mais do que necessário. Há a exposição de uma mídia (e de seu público) que opta pela vulgarização dos fatos, minimizando-os e tornando-os mais um espetáculo para quem preferiu aposentar o cérebro. É a América ridicularizando a América (como faz muito bem "Os Simpsons" há tantos anos).
Porém entendo que o desenvolvimento do filme (com mais de 2 horas de duração embora com boa cadência) remexeu em muita coisa, foi ferino em algumas, mas poderia ter sido bem mais proveitoso se tivesse sido mais eficiente no tom adotado para suas exposições. Me pareceu que o aspecto humorístico, em sua oscilação entre o tosco (nada contra) e o humor negro (tudo a favor) deixou um pouco a desejar, ousando em certos momentos e pouco criativo em outros, como se precisasse apelar para esquemas mais fáceis - e não precisava. Gostei do desempenho do Di Caprio, equilibrou-se muito bem num personagem entre o trágico e o cômico, já.a Meryl Streep (inegavelmente uma das grandes estrelas da telona) não me pareceu muito à vontade interpretando uma presidenta-dondoca-fútil-gananciosa. Meryl pode render muito mais.
Ou seja, embora o tempero deixe a desejar, a refeição merece ser desfrutada.
A Ligação
3.6 511 Assista AgoraMais um filme sul-coreano que dá gosto de assistir. É mirabolante, sim, porém construído de modo a causar vários impactos durante seu desenvolvimento. E consegue. Tem uma cadência mais lenta do que muitos exemplares do gênero porém mantém um bom ritmo, e a construção do suspense é bem legal. E a vilã me convenceu rsrs. Quando vai chegando ao final já vai ficando mais parecido com tantos outros filmes do gênero, aí vem a clichezada. Mas isso não estraga o prazer de assisti-lo. Gostei mais do "segundo final".
Paixões que Alucinam
4.2 83 Assista AgoraEmbora isso não aconteceu, quando terminei de assistir a esse filme me deu a impressão de que só tinha ouvido gritos. Isso é porque "Shock Corridor" não economiza na "intensidade" de suas cenas, não raro exagerando nas tintas. A premissa é simples e boa: um ambicioso jornalista que topa tudo por um prêmio, até fingir que é louco em meio aos loucos de verdade (e esses, apesar do empenho dos atores, soam estereotipados, até quando mostram lampejos de lucidez). O desfecho é previsível, uma "mudança anunciada". O que é muito interessante no filme (e que, a princípio, pode parecer que está "enchendo linguiça" para ganhar tempo, mas não é nada disso) é a exibição das "feridas americanas" (racismo, guerras, ameaça nuclear, etc) que pode até dá a entender que o roteiro é só um pretexto para escarafunchar essas feridas que teimam em permanecer vivas. Quanto a isso, "Shock Corridor" não poupa críticas, até mesmo em relação aos "tratamentos" psiquiátricos executados na época (e isso aproxima o filme do posterior - e excelente - "Um estranho no ninho".
Embora eu tenha gostado mais de outro trabalho do diretor ("Cão branco") exatamente por ser mais franco e direto, achei que "Shock Corridor" ainda impressiona, conseguindo mobilizar emocionalmente o espectador.
The Murder of Roger Ackroyd
3.5 3Dos filmes baseados na obra da "dama do crime" que já assisti não achei "The Murder of Roger Ackroyd" uma das histórias mais instigantes. E também não consegui ter empatia suficiente pelos personagens. Mas, em se tratando de Agatha Christie, não dá pra não esperar avidamente pelo desfecho da história.
Seis Mulheres Para o Assassino
3.9 89Um Mário Bava anos 60 com uma fotografia em cores vivas sendo "invadidas" pelo negro, achei muito boa. A história é convencional mas é relativamente bem conduzida e atiça nossa curiosidade. Há um exagero dramático misturado com canastrices mas que causa até um efeito positivo no final das contas. Legalzinho.
Pinóquio
4.2 541 Assista AgoraPois é, a morte é quem dá significado à vida. Guillermo del Toro adaptou o clássico "Pinóquio" em stop motion, e o desfile de imagens é impressionante. Há pontos em comum com a clássica animação da Disney (uma de minhas favoritas) porém está longe de ser uma imitação. Aqui temos um Pinóquio rebelde, não raramente mal educado e escandaloso, um pestinha, ou melhor, um "garoto" sentimental recoberto por espinhos (me lembrou o "Mogli", outro personagem inesquecível). Gepeto não é aquele velhinho bondoso 100% do tempo, em algumas ocasiões é mal humorado, rude e inconsequente, ou seja, apenas um ser humano numa história que tem seus momentos de doçura como também de uma crueldade espantosa. Algumas ideias interessantes como a presença do Duce patético (que não foi bem explorada) e a loucura fascista que assolou a Itália e causou tantas desgraças. Aliás, uma das coisas que me incomodaram foi o tratamento dado aos coadjuvantes, achei simplista e esses personagens poderiam ter marcado uma presença mais vigorosa. Outro fator que não achei tão bom foi o ritmo do filme, não o senti como uma dinâmica natural na passagem de algumas situações. E as canções me pareceram que simplesmente "estavam lá", sem uma justificativa maior para sua presença.
Mas o resultado final achei bem positivo.
A associação do boneco de madeira com o Cristo de madeira foi um achado, salientando o sofrimento dos incompreendidos/rejeitados.
Como também a evitação de um final feliz mais convencional que habita tantos filmes, com a ilusão infantil de que"vai ser pra sempre".
O filme de Guillermo del Toro pode não se tornar um clássico do gênero mas pra mim foi um bom sopro de criatividade.
Número 23
3.4 1,7K Assista AgoraPrefiro o Jim Carrey em papeis dramáticos como no ótimo "Brilho eterno de uma mente sem lembranças". Neste "Número 23" achei que ele se saiu bem, assim como o elenco em geral, principalmente a Virginia Madsen. Quanto ao filme, apesar do bom ritmo, pra mim tornou-se maçante a certa altura. E o plot twist, bem, é uma reviravolta que se pretendeu ser mais incrível do que realmente é, e comigo infelizmente não funcionou.
Achei um filme bem mediano mas não deixa de ser um entretenimento razoável e despertar a curiosidade do espectador.
Kill List
3.3 198Gosto de filmes que não explicam tudo e deixam que o espectador "participe" de sua elaboração teorizando sobre os significados da obra. Contudo "Kill list" é o tipo de filme que eu desejei que nos desse maiores explicações. Digo isso porque não vi na história justificativa suficiente para deixar interrogações, ou talvez seus concebedores acharam que isso elevaria a qualidade da obra... De qualquer modo achei o filme bom de assistir, mesmo em sua longa "construção de personagens"
(a propósito, o casal de protagonistas que briga como cão e gato também exibe uma intimidade/cumplicidade/confiança bem rara ?!)
Há várias coisas, de conflitos familiares à cenas supertensas com assassinos de aluguel, descambando para um desfecho que, se por um lado faz o espectador arregalar mais os olhos, por outro lado introduz um tema que eu, pessoalmente, achei meio forçação de barra. Preferia que se mantivesse o tema de pessoas aparentemente comuns (se é que isso existe de fato) realizando ações incomuns, e suas variadas consequências. Mas isso é questão de gosto pois, apesar de ressalvas, "Kill list" é bom de ver quando se quer desfrutar de um filme que, em alguns momentos, vai lhe despertar muita atenção e emoções desconfortáveis.
A Maldição
3.1 62 Assista AgoraComo diz a música: nem luxo nem lixo. Se for somente cumprir a função de entretenimento, o filme até que consegue. Há algumas cenas interessantes e o final é tenso. Achei a proposta legal mas se desenvolve como um roteiro anêmico preenchido por lugares-comuns,
inclusive com "sustos em sonhos
Não! Não Olhe!
3.5 1,3K Assista AgoraNão se deve esperar superficialidade/banalidade do cineasta de "Corra!" e "Nós!", e sim simbolismos e referências. "Não! Não olhe!" é mais uma produção cuja história "mais concreta" serve de suporte para suas metáforas e críticas nas tais "camadas" que o filme contém. O que pra mim ficou mais visível foi um desvelamento de uma "sociedade do espetáculo": há várias menções à Oprah Winfrey, ao cinema, à fama, à espetacularização da vida, juntamente com suas consequências decepcionantes, tolas ou trágicas
(a cena do chimpanzé é uma das melhores)
(tem momentos que humanos e não humanos até parecem ridículos quando "se estudam")
Apesar disso não assisti "Nope" com prazer ou mesmo curiosidade, tal como aconteceu com os filmes anteriores do diretor. Achei ótima a fotografia e gostei do desempenho do elenco, principalmente da dupla de protagonistas. Mas o transcorrer da história não me cativou o suficiente, e em certos momentos torci para que o filme acabasse logo. Pode ter sido uma dificuldade minha de sintonizar melhor com a obra, admito. Mas "Nope" me fez sentir saudades dos outros trabalhos do Jordan.
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraEm vários momentos esse filme me pareceu mais um documentário sobre uma seita ancestral ou uma comunidade alternativa. Devido a esse estranhamento minha curiosidade me fez aguentar mais de 2 horas de "preparação climática" já bem previsível. As imagens incríveis também facilitaram minha provação. No final das contas, até que gostei da experiência como contemplação mas, como história, não vi nada demais.
O Médico e o Monstro
4.0 66E Fredric March conseguiu seu Oscar na pele do médico que tentou separar seu lado obscuro de suas virtudes cavalheirescas. A clássica história de terror, nos dias de hoje, ainda dá panos pras mangas ao expor um maniqueísmo mais idealizado do que real, e parece que essa visão dualista está sempre a se renovar. O filme tão antigo ainda funciona bem com seus momentos de medo e tensão. O clímax é bem interessante.
As Virgens Impacientes
3.5 1Uma divertida e apimentada comédia retratando maliciosamente a sexualidade numa Inglaterra antes do moralismo puritano vitoriano.
Não Fale o Mal
3.6 667Eu só retiraria umas poucas cenas dispensáveis na construção da história, assim o filme seria mais uniforme, penso eu. De resto... PUXA VIDA ! Há tempos um filme não me perturbava tanto, nesse terror/suspense realista, angustiante, avassalador, desesperador. É difícil encontrar palavras para descrever o que o filme desperta. Uma história que se desenvolve torturando lentamente o espectador, só insinuando que algo macabro iria acontecer, e quando acontece... haja nervos e coração pra aguentar aquele desfecho.
Um filme de baixo orçamento, creio eu, que coloca no chinelo dezenas de superproduções americanas clichês e de conteúdo vazio ou ridículo.
É fácil criticar a ingenuidade do casal protagonista pois já sabemos que estamos assistindo a um filme de terror. Porém na vida prática seríamos tão precavidos assim ? Pois, apesar das excentricidades, o casal demoníaco não dava mostras de que seria tão perigoso, pelo menos em grande parte da história.
E o arremate final ("Porque vocês deixaram") é um golpe impiedoso que atinge qualquer pessoa, em qualquer época e em qualquer lugar.
Um filme sensacional.
Lobisomem na Noite
3.5 200 Assista AgoraA Marvel fez aquela mistura: um sabor de passado nas imagens em preto e branco mescladas com personagens estilo quadrinhos. E dá-lhe falas pronunciadas dramaticamente por personalidades clichês, lutas, porradas... Claro que há várias cenas de tensão que não deixam o espectador adormecer, o que auxilia um pouco o roteiro simplista. Mas não achei o bastante para tornar "O lobisomem na noite" um filme memorável, pelo menos para mim.
Frankenstein
4.0 284 Assista AgoraUma das primeiras adaptações do clássico livro de Mary Shelley, esse "Frankenstein" dos anos 30 ainda funciona bem. Apesar das interpretações muito dramáticas do elenco e de se evitar explorar melhor certos temas como o cientista desafiando Deus e a rejeição popular ao que é diferente (a opção maior é pelo entretenimento) o filme nos dá belos momentos de apreensão, principalmente em sua reta final. Achei também que a criatura não é explorada o suficiente em sua dubiedade, aliás nem tem muitos momentos em cena. Mas ainda vale muito a pena assistir.
Drácula
3.9 295 Assista AgoraO filme que influenciou o que o cinema iria fazer daí por diante em relação ao nobre da Transilvânia. Esse Drácula sem longos caninos (e com dentadas apenas sugeridas), pode ter aterrorizado as plateias da época. Eu, particularmente, não achei que o filme tenha envelhecido muito bem, em comparação com outros até mais antigos, o elenco também não ajudou muito. PORÉM... aquele olhar satânico do Bela Lugosi ainda consegue arrancar calafrios, é a própria encarnação da maldade. Isso já valeria assistir a "Drácula".
As Vozes
3.2 340Início de "sessão da tarde", descamba para o trash, arrisca explicações psicológicas apressadas e humor negro... "As vozes" tem de tudo um pouco, não o faz com muita maestria porém garante uma história divertida e que não cansa. É um filme que, se não atinge um humor sarcástico do tipo que nos intriga e faz pensar, também não é somente um "arranca gargalhadas" barato. Tem suas qualidades embora eu não deixe de lamentar como poderia ter ido mais longe como, por exemplo, nos diálogos entre os animais que renderiam momentos de embates mais desconcertantes. Porém "As vozes" sempre retorna às ideias de consumo mais fácil. Achei o final muito bom e de certo modo provocativo. E também preferia que a escolha do ator principal tivesse sido mais criteriosa. Em suma: não achei ótimo mas é uma boa diversão.
O Diabo de Cada Dia
3.8 1,0K Assista AgoraPaixões alopradas, sexo, violência e um fanatismo religioso tão avassalador que até parece surreal. O filme de Antônio Campos mescla esses ingredientes para nos revelar os podres dos habitantes de uma cidadezinha que parece feita de encomenda para um desfile de atrocidades. Alguns personagens são a encarnação do próprio mal enquanto outros portam tanta ingenuidade que parecem ter vindo de outra dimensão (e a ingenuidade pode andar de braços dados com a tragédia). "O Diabo de Cada Dia" é um daqueles filmes com voz retumbante que prendem o espectador na cadeira até seu final. Mas também achei que parece maior do que é. Há personagens com seus dramas pessoais que vão se cruzando no decorrer da trama,e algumas vezes isso me pareceu forçado. E há tantos eventos que um estudo mais aprofundado de certos personagens fica a dever (o personagem do Robert Pattinson, por exemplo, cai no clichê, e isso é lamentável pois o ator já demonstrou capacidade para muito mais).
Além disso senti aquele casal de serial killers como um filme invadindo outro.
Dogman
3.7 113 Assista AgoraSimples e bom, cru como a vida. O que mais me irritou no Marcello foi
a sua insistência em descobrir algum tipo de fidelidade/solidariedade no cachorro doido Simone
"Dogman" não é uma obra-prima do cinema italiano. Alonga-se sem necessidade e também achei que poderia dar mais atenção aos coadjuvantes. Contudo seu desfecho
(a violência e a frustração/solidão)
Medo da Verdade
3.7 456 Assista AgoraReviravoltas podem deixar um filme muito mais interessante e deixar o espectador com atenção redobrada para acompanhar a história. Mas não é sempre que funcionam e deixam a obra mais completa e complexa. Neste "Medo da verdade" não achei as mudanças tão incríveis assim, pareceram alterações porque "filmes assim têm que surpreender sempre", além de não conseguirem anular diálogos sofríveis de personagens rasos. Ed Harris até que se destacou porém Morgan Freeman (um ótimo ator) foi muito subaproveitado e me pareceu com muito pouca vontade de atuar, infelizmente. O início do filme foi promissor, também gostei do final que renunciou a um moralismo clichê (tão batido em filmes assim) porém o desenvolvimento... achei que o excesso de enfeites tornou medíocre algo que podia ser bem melhor.
O Corvo
3.5 998Um filme simpaticozinho que serve bem para preencher um tempinho livre. Algumas vezes beira o ridículo com certas cenas absurdas e interpretações caricatas, mas não é um filme chato. Pelo menos eu gostei de assistir, manteve-me atento, tinha sempre que me lembrar que é uma produção de 2012, e não um antigo filme da Hammer da qual sou fã (rsrs).