Álex de la Iglesia nos entregou um suspense com pinceladas de humor negro, com elementos de drama e ainda aponta para o preconceito de classe social. Para mim o que funcionou melhor foi o suspense, pois a história consegue aguçar nossa curiosidade para saber o destino dos personagens e o que realmente está acontecendo. Os outros aspectos abordados não tiveram um desenvolvimento tão bom, assim eu penso. No conjunto achei um filme bastante interessante, porém em seus detalhes (do roteiro, dos diálogos, das transições das ações) bem que poderia ter recebido um tratamento melhor, assim seria mais convincente.
Que legal quando o cinema brazuca produz filmes que chegam a impressionar. "Morto não fala" está longe de ser um clássico do terror, há uma história que parece ser um terror psicológico, descamba para clichês do gênero, exibe algumas cenas de gore, mergulha sofrivelmente no drama, estende-se em demasia, porém... para um país sem muita tradição nesse tipo de história, até que se sai bem, envolvendo o espectador pelo menos durante metade da história.
Daniel de Oliveira tenta dar uma identidade ao seu perturbado personagem, tem seus bons momentos mas pra mim faltou mais consistência, principalmente na transição entre uma interpretação mais contida e seus momentos mais exacerbados (achei que ele se saiu melhor no segundo caso). Porém pra mim quem marcou mesmo presença foi a Fabiula Nascimento, que nem tem tanto tempo em cena mas não desperdiçou suas aparições. O filme também poderia, assim penso, ter investido mais em sua brasilidade, pois a certa altura isso parece se esvanecer. E o final, bem, respeito quem gostou mas nesse caso eu acharia melhor uma conclusão mais concreta.
"Morto não fala" tem suas limitações mas, por ser um produto nacional em uma área ainda pouco explorada, merece ser visto e prestigiado.
Com um orçamento baixo e um elenco carismático, "Host" consegue criar medo e suspense melhor do que muitos "filmes endinheirados" e com excesso de efeitos especiais. A trama é a mais simples possível mas nem por isso o filme é enfadonho, muito pelo contrário. Só acho que deveria ser mais longo pois as interferências do sobrenatural aparecem muito rápido, como se estivessem esperando o menor sinal de invocação. Essa passagem da diversão das garotas para o medo poderia ser trabalhada com mais calma e cuidado, e isso valorizaria o clímax da história. Mas vale a pena assistir.
Um círculo de preconceitos e estereótipos. Devido à duração do filme e o grande número de pessoas em cena, imagino que seria difícil fugir de personagens mais ou menos padronizados e simplistas para fazerem o espectador amá-los ou odiá-los baseando-se em uma rápida apresentação. Mas não deixo de lamentar a falta de uma melhor construção de tipos e contradições que confundiriam nossos posicionamentos.
O elenco se esforça, alguns personagens soam mais convincentes, outros não. Mas é inegável que "Circle" causa uma tensão crescente em quem o assiste, ficamos ansiosos para conhecer o final, e isso é um mérito diante de uma história em um só cenário cuja ação é substituída por diálogos (infelizmente nem sempre criativos).
E eu, particularmente, não vi nenhuma necessidade naquela cena final, a proposta do filme não precisava disso. Algumas vezes uma situação inexplicável é uma vantagem.
Um filme que ensaia uma pegada mais realista mas não deixa de cair em lugares comuns de produções similares. A ideia é ótima, pessoas "comuns", de várias idades e tipos físicos (em vez de um grupo de adolescentes padronizados que começam a morrer), um clima de apreensão que vai se avolumando até a certeza de que uma grande tragédia iria acontecer. Embora os personagens não sejam suficientemente desenvolvidos e não escapem de clichês, o filme até tem seus momentos interessantes ao exibir as reações dos mesmos, da incredulidade ao desespero violento. Dá pra imaginar como nos comportaríamos em situação semelhante ao precisar tomar decisões estando no limite da insanidade. Mas daí vem o frenesi sangrento que já vimos em zilhões de filmes estilo "pipoca e sangue". E o título em português só confirma isso.
"The belko experiment" poderia ter sido um ótimo drama e/ou um ótimo thriller, até tenta, algumas vezes até consegue, mas deixa a desejar, em parte por causa de vários diálogos óbvios ou forçados, em parte porque seu lado "crítica social" é deixado para trás. Porém o que mais me incomodou no filme foi aquele final que pra mim foi totalmente não convincente. Ainda bem que alguns personagens coadjuvantes, embora com pouco tempo na tela, conseguiram transmitir razoavelmente bem aquela descida ao inferno.
Em vez de um "filme tradicional" sobre a vida de um dos mais importantes pintores da História, "Com amor, Van Gogh" opta por apresentar fatos e personagens presentes na vida do artista através de uma investigação sobre as circunstâncias de sua morte, ao estilo dos filmes detetivescos. Certamente isso foi um trunfo do roteiro para manter a curiosidade do espectador embora eu tenha achado que, a certa altura, a trama tenha perdido um pouco do seu brilho e ficado até cansativa, mas que se redime no ótimo final.
Porém, em se tratando do esplendor visual, "Com amor Van Gogh" é daqueles filmes que, a cada uma de suas imagens, ficamos embevecidos e felizes por termos o privilégio de assistir a um verdadeiro desfile de apuro artístico. Sei que deu muito trabalho para essa realização, e por isso até se perdoa o desenvolvimento de uma história que nem sempre acompanha o brilhantismo de seus fantásticos quadros.
Poderia ter sido um filme espetacular dado o tema em questão. Porém, enquanto assistia, me dava a impressão de que portas se abriam mas logo se fechavam, impedindo-nos de ver o rico conteúdo interior (me veio à mente essa comparação). É tudo uma questão de gosto pessoal, pois cada filme tem o direito de exibir o que quiser do jeito que bem entender. Mas me frustrou um pouco. Destaque para uma bela e terrível cena de um cavalo e seu montador que nunca vou esquecer (pra mim valeu pelo filme inteiro).
Frases de efeito, interpretações emocionalmente exageradas (comuns na época), situações clichê e um elenco que poderia ser melhor. Apesar de tudo isso assisti "Moonrise" com interesse, gostei da fotografia e o roteiro tenta não dar monotonia à trama. Porém, o aspecto do filme que considero melhor é o seu final,
"À Prova de Morte" não tem um roteiro muito elaborado como o também tarantinesco "Pulp fiction" ou falas inspiradas como em "Bastardos inglórios". Na verdade, achei vários diálogos desnecessários, o que fez parte do filme parecer um desperdício de tempo para o que realmente interessa. E, na minha opinião, isso fez o filme irregular, com tantas "preparações para a ação" se estendendo em demasia. Por outro lado, há sempre o elemento surpresa mesmo nas passagens mais banais, o que me deixou atento o tempo inteiro. E as cenas mais violentas trouxeram uma tensão incrível e, até certo ponto, imprevisível
como uma catarse feminina diante dos históricos usos e abusos de mulheres por parte dos homens.
Com sua "segunda parte" bem melhor do que a primeira, este filme não é considerado um dos melhores do diretor, porém não posso negar que achei bastante interessante. E Kurt Russell não é um ator ruim mas bem que a escolha para o papel de vilão poderia ter sido melhor.
Bette Davis não conseguiu o papel de protagonista em "...E o vento levou". Daí mergulhou de cabeça em "Jezebel" que estreou antes do filme mais famoso. As semelhanças entre as histórias são gritantes: ambientação no sul dos Estados Unidos numa época de muita tensão entre o norte industrializado e o sul escravagista; protagonistas ricas e mimadas, superegocêntricas e manipuladoras dos homens; transformação do caráter dessas protagonistas; histórias carregadas de melodrama. É bem visível que "Jezebel" teve um orçamento mais baixo do que o seu "rival", mesmo assim sua produção é bastante caprichada, com detalhes visuais de encher os olhos. E também achei que "Jezebel", hoje, está mais datado e com uma dramaticidade nos diálogos que nem sempre é fácil de engolir.
Bette Davis era Bette Davis, sua personalidade era inconfundível e fazia qualquer filme reduzir-se a ela (vide "A Malvada", "O que teria acontecido a Baby Jane?" e o pouco conhecido "Pérfida"). Então nada mais natural do que a estrela ofuscar até a um ator consagrado como Henry Fonda. Por isso é que, mesmo com as mudanças exageradas que o roteiro trouxe e com atitudes pouco críveis de alguns personagens, se tivermos boa vontade, podemos ver "Jezebel" como uma espécie de "clássico do cinema" antigo.
"A ladra" me pareceu um filme ingênuo quando visto hoje. O início prometia porém achei o desenvolvimento do roteiro forçado e personagens pouco carismáticos. Sei que um filme tão antigo responde às demandas daquela época mas já vi outros mais antigos do que este que responderam melhor à passagem do tempo. Mas tem seus momentos interessantes que valem uma visita.
Personagens, situações e diálogos clichês para tirar um sarro dos zilhões de filmes de terror que usam e abusam da clichezada. E com direito a personagens ícones do mundo sobrenatural, figurões sádicos controlando tudo e reality show. Achei legal mas nem tanto assim, as "soluções" encontradas para ironizar filmes do gênero me pareceram mais como um amontoado de coisas do que um deboche inteligente. O final pelo menos não decepciona. E que bom rever a eterna musa de "Allien".
A premissa é boa, as cenas de tensão e suspense valem muito a pena, mas... pra quê fizeram um filme tão longo se funcionaria bem melhor com uma meia hora a menos? Os flashbacks quebram a dinâmica da narrativa, tornando o filme enfadonho. Penso que as "explicações" para as interações amorosas da personagem poderiam surgir de outro recurso para a manutenção do clima nervoso daquela situação inusitada. Apesar disso "Jogo perigoso" não deixa de ser um drama/suspense interessante e ainda conta com uma entrega ao papel da atriz Carla Gugino.
A trilogia "Jurassic Park" trouxe novidades, agradou bastante, explorou o tema até se tornar repetitivo... Daí que fazer um novo filme sobre a tal ilha dos dinossauros e ficar memorável seria necessária uma abordagem bem criativa e inovações no roteiro. Que nada! Apostaram na mesmice e "Jurassic World" não mostrou identidade própria, catando situações vistas e revistas e com "soluções" parecidas. O fiapo de história é tolo, os diálogos pobres e ainda há tentativas de fazer humor com tiradas sem graça. Não consegui ter empatia pelos personagens e até os momentos de tensão e suspense não chegam a ser bem trabalhados como no primeiro filme. Há os dinossauros, é claro, e sempre vale a pena vê-los em ação. Mas os bichos pré-históricos mereciam receber um melhor tratamento.
Com exceção de alguns momentos que não acrescentam grande coisa à história, achei que "Rua Cloverfield, 10" é um bom filme de mistério e suspense, do tipo que nos mantém presos na cadeira até seu final. Também achei que os melhores momentos do filme estão no decorrer da trama, e não em seu final
(e não é porque o final remete ao "outro Cloverfield").
Apenas penso que o desfecho não fez jus a toda a tensão criada no decorrer da história e me pareceu uma peça estranha, mesmo sabendo que seria inevitável esta outra abordagem. Mas não chega a comprometer muito as qualidades da história que traz um John Goodman convincentemente ameaçador. Uma boa pedida.
Um homem que é só bondade e dedicação (no limite do absurdo) e seu amigo imaginário projeção de si mesmo. Um filme que tem a presença do astro James Stewart (que achei bem aquém de sua capacidade). E uma história bem comportada que não ousa ir a extremos. Diverte, sim, mas como eu gostaria que tivesse ido além disso...
Um dos maiores tabus como a necrofilia, para ser traduzido em um filme que pretendesse ir além do óbvio, precisaria receber alta dose de criatividade. E não é isso o que se vê em "Nekromantik". E a produção precária não serve como desculpa. No final das contas e devido à falta de densidade da história e personagens, temos um festival de cenas feitas de encomenda só para provocarem choque e repugnância. Pelo menos isso o filme consegue fazer.
Adaptação de um dos melhores livros que já li, esta animação tem seus bons momentos, eu diria até que na maior parte do tempo. Porém, sendo uma história que inicia parecendo destinada às crianças e que vai se tornando cada vez mais séria e angustiante, penso que faltou um melhor encadeamento dos fatos. E os "alívios cômicos" não funcionaram, pelo menos pra mim. Mas vale - e muito - apresentar a um público mais amplo a incrível e ácida crítica que George Orwell realizou em relação ao totalitarismo.
Faz lembrar "Os garotos perdidos" (que é bem melhor). Achei que o roteiro e os diálogos deste "Quando chega a escuridão" são tolos e o final foi uma grande forçação de barra.
Uma boa diversão assim como o primeiro filme. As situações absurdas provocam riso, e não medo. E a canastrice do elenco caiu como uma luva no roteiro movido à alucinação.
Pois é. Famílias felizes podem surgir de onde menos se espera, até nos excluídos das benesses sociais. E este filme nos mostra que a felicidade não se liga necessariamente à honestidade. Polêmico. O fato é que essa produção japonesa nos apresenta uma "família" que sabe administrar suas crises sem abalar sua harmonia. E também acho muito difícil não gostar daqueles personagens que não cansam de esbanjar afeto e companheirismo.
O filme de Hirokazu Koreeda me agradou muito mostrando o cotidiano de uma família um tanto fora dos padrões que a sociedade prescreve. Meu único porém é em relação à duração. Acho que 2 horas já seria tempo suficiente pra transmitir tudo o que a trama precisava. De resto tive o prazer de assistir a um filme fantástico.
Os irmãos Cohen não decepcionam quando se trata de uma trama intrincada e cheia de surpresas. E "Onde os fracos não tem vez" torce e retorce sobre si mesmo deixando o espectador esperando situações climáticas a qualquer momento. E, quando acontecem, nem sempre se desenrolam como prevemos. Javier Bardem, sem dúvida, tem a grande performance do filme, ele consegue ser realmente assustador mesmo quando se aproxima da estereotipia. Se o final do filme não me agradou de todo, seu desenvolvimento certamente atiçou bastante meu interesse.
A ideia é boa, mergulha no surrealismo, mas o desenvolvimento, para mim, não faz jus ao material que se tem em mãos. O filme opta por um caminho seguro e bajulador, desperdiçando o que poderia ser um filme bem mais intrigante. Dustin Hoffman tem um desempenho ok, o que não é surpresa, e achei que a Emma Thompson não conseguiu criar uma personagem convincente. O que é uma pena pois quem a viu em "Howard's End" sabe que se trata de uma grande atriz.
O Bar
3.2 569Álex de la Iglesia nos entregou um suspense com pinceladas de humor negro, com elementos de drama e ainda aponta para o preconceito de classe social. Para mim o que funcionou melhor foi o suspense, pois a história consegue aguçar nossa curiosidade para saber o destino dos personagens e o que realmente está acontecendo. Os outros aspectos abordados não tiveram um desenvolvimento tão bom, assim eu penso. No conjunto achei um filme bastante interessante, porém em seus detalhes (do roteiro, dos diálogos, das transições das ações) bem que poderia ter recebido um tratamento melhor, assim seria mais convincente.
Morto Não Fala
3.4 384 Assista AgoraQue legal quando o cinema brazuca produz filmes que chegam a impressionar. "Morto não fala" está longe de ser um clássico do terror, há uma história que parece ser um terror psicológico, descamba para clichês do gênero, exibe algumas cenas de gore, mergulha sofrivelmente no drama, estende-se em demasia, porém... para um país sem muita tradição nesse tipo de história, até que se sai bem, envolvendo o espectador pelo menos durante metade da história.
Daniel de Oliveira tenta dar uma identidade ao seu perturbado personagem, tem seus bons momentos mas pra mim faltou mais consistência, principalmente na transição entre uma interpretação mais contida e seus momentos mais exacerbados (achei que ele se saiu melhor no segundo caso). Porém pra mim quem marcou mesmo presença foi a Fabiula Nascimento, que nem tem tanto tempo em cena mas não desperdiçou suas aparições. O filme também poderia, assim penso, ter investido mais em sua brasilidade, pois a certa altura isso parece se esvanecer. E o final, bem, respeito quem gostou mas nesse caso eu acharia melhor uma conclusão mais concreta.
"Morto não fala" tem suas limitações mas, por ser um produto nacional em uma área ainda pouco explorada, merece ser visto e prestigiado.
Cuidado Com Quem Chama
3.4 630Com um orçamento baixo e um elenco carismático, "Host" consegue criar medo e suspense melhor do que muitos "filmes endinheirados" e com excesso de efeitos especiais. A trama é a mais simples possível mas nem por isso o filme é enfadonho, muito pelo contrário. Só acho que deveria ser mais longo pois as interferências do sobrenatural aparecem muito rápido, como se estivessem esperando o menor sinal de invocação. Essa passagem da diversão das garotas para o medo poderia ser trabalhada com mais calma e cuidado, e isso valorizaria o clímax da história. Mas vale a pena assistir.
Circle
3.0 683 Assista AgoraUm círculo de preconceitos e estereótipos. Devido à duração do filme e o grande número de pessoas em cena, imagino que seria difícil fugir de personagens mais ou menos padronizados e simplistas para fazerem o espectador amá-los ou odiá-los baseando-se em uma rápida apresentação. Mas não deixo de lamentar a falta de uma melhor construção de tipos e contradições que confundiriam nossos posicionamentos.
O elenco se esforça, alguns personagens soam mais convincentes, outros não. Mas é inegável que "Circle" causa uma tensão crescente em quem o assiste, ficamos ansiosos para conhecer o final, e isso é um mérito diante de uma história em um só cenário cuja ação é substituída por diálogos (infelizmente nem sempre criativos).
E eu, particularmente, não vi nenhuma necessidade naquela cena final, a proposta do filme não precisava disso. Algumas vezes uma situação inexplicável é uma vantagem.
Dia de Trabalho Mortal
3.1 309Um filme que ensaia uma pegada mais realista mas não deixa de cair em lugares comuns de produções similares. A ideia é ótima, pessoas "comuns", de várias idades e tipos físicos (em vez de um grupo de adolescentes padronizados que começam a morrer), um clima de apreensão que vai se avolumando até a certeza de que uma grande tragédia iria acontecer. Embora os personagens não sejam suficientemente desenvolvidos e não escapem de clichês, o filme até tem seus momentos interessantes ao exibir as reações dos mesmos, da incredulidade ao desespero violento. Dá pra imaginar como nos comportaríamos em situação semelhante ao precisar tomar decisões estando no limite da insanidade. Mas daí vem o frenesi sangrento que já vimos em zilhões de filmes estilo "pipoca e sangue". E o título em português só confirma isso.
"The belko experiment" poderia ter sido um ótimo drama e/ou um ótimo thriller, até tenta, algumas vezes até consegue, mas deixa a desejar, em parte por causa de vários diálogos óbvios ou forçados, em parte porque seu lado "crítica social" é deixado para trás. Porém o que mais me incomodou no filme foi aquele final que pra mim foi totalmente não convincente. Ainda bem que alguns personagens coadjuvantes, embora com pouco tempo na tela, conseguiram transmitir razoavelmente bem aquela descida ao inferno.
Com Amor, Van Gogh
4.3 1,0K Assista AgoraEm vez de um "filme tradicional" sobre a vida de um dos mais importantes pintores da História, "Com amor, Van Gogh" opta por apresentar fatos e personagens presentes na vida do artista através de uma investigação sobre as circunstâncias de sua morte, ao estilo dos filmes detetivescos. Certamente isso foi um trunfo do roteiro para manter a curiosidade do espectador embora eu tenha achado que, a certa altura, a trama tenha perdido um pouco do seu brilho e ficado até cansativa, mas que se redime no ótimo final.
Porém, em se tratando do esplendor visual, "Com amor Van Gogh" é daqueles filmes que, a cada uma de suas imagens, ficamos embevecidos e felizes por termos o privilégio de assistir a um verdadeiro desfile de apuro artístico. Sei que deu muito trabalho para essa realização, e por isso até se perdoa o desenvolvimento de uma história que nem sempre acompanha o brilhantismo de seus fantásticos quadros.
Cavalos e Homens
3.4 9Poderia ter sido um filme espetacular dado o tema em questão. Porém, enquanto assistia, me dava a impressão de que portas se abriam mas logo se fechavam, impedindo-nos de ver o rico conteúdo interior (me veio à mente essa comparação). É tudo uma questão de gosto pessoal, pois cada filme tem o direito de exibir o que quiser do jeito que bem entender. Mas me frustrou um pouco. Destaque para uma bela e terrível cena de um cavalo e seu montador que nunca vou esquecer (pra mim valeu pelo filme inteiro).
Ao Cair da Noite
3.8 7 Assista AgoraFrases de efeito, interpretações emocionalmente exageradas (comuns na época), situações clichê e um elenco que poderia ser melhor. Apesar de tudo isso assisti "Moonrise" com interesse, gostei da fotografia e o roteiro tenta não dar monotonia à trama. Porém, o aspecto do filme que considero melhor é o seu final,
sem apelo à tragédia como "solução" do caso, como fizeram (e ainda fazem) muitos filmes hollywoodianos que lidam com moralidade e contradições.
À Prova de Morte
3.9 2,0K Assista Agora"À Prova de Morte" não tem um roteiro muito elaborado como o também tarantinesco "Pulp fiction" ou falas inspiradas como em "Bastardos inglórios". Na verdade, achei vários diálogos desnecessários, o que fez parte do filme parecer um desperdício de tempo para o que realmente interessa. E, na minha opinião, isso fez o filme irregular, com tantas "preparações para a ação" se estendendo em demasia. Por outro lado, há sempre o elemento surpresa mesmo nas passagens mais banais, o que me deixou atento o tempo inteiro. E as cenas mais violentas trouxeram uma tensão incrível e, até certo ponto, imprevisível
(como a segunda perseguição na estrada que durou bem mais do que eu esperava)
como uma catarse feminina diante dos históricos usos e abusos de mulheres por parte dos homens.
Jezebel
3.9 111Bette Davis não conseguiu o papel de protagonista em "...E o vento levou". Daí mergulhou de cabeça em "Jezebel" que estreou antes do filme mais famoso. As semelhanças entre as histórias são gritantes: ambientação no sul dos Estados Unidos numa época de muita tensão entre o norte industrializado e o sul escravagista; protagonistas ricas e mimadas, superegocêntricas e manipuladoras dos homens; transformação do caráter dessas protagonistas; histórias carregadas de melodrama. É bem visível que "Jezebel" teve um orçamento mais baixo do que o seu "rival", mesmo assim sua produção é bastante caprichada, com detalhes visuais de encher os olhos. E também achei que "Jezebel", hoje, está mais datado e com uma dramaticidade nos diálogos que nem sempre é fácil de engolir.
Bette Davis era Bette Davis, sua personalidade era inconfundível e fazia qualquer filme reduzir-se a ela (vide "A Malvada", "O que teria acontecido a Baby Jane?" e o pouco conhecido "Pérfida"). Então nada mais natural do que a estrela ofuscar até a um ator consagrado como Henry Fonda. Por isso é que, mesmo com as mudanças exageradas que o roteiro trouxe e com atitudes pouco críveis de alguns personagens, se tivermos boa vontade, podemos ver "Jezebel" como uma espécie de "clássico do cinema" antigo.
A Ladra
3.7 17"A ladra" me pareceu um filme ingênuo quando visto hoje. O início prometia porém achei o desenvolvimento do roteiro forçado e personagens pouco carismáticos. Sei que um filme tão antigo responde às demandas daquela época mas já vi outros mais antigos do que este que responderam melhor à passagem do tempo. Mas tem seus momentos interessantes que valem uma visita.
O Segredo da Cabana
3.0 3,2K Assista AgoraPersonagens, situações e diálogos clichês para tirar um sarro dos zilhões de filmes de terror que usam e abusam da clichezada. E com direito a personagens ícones do mundo sobrenatural, figurões sádicos controlando tudo e reality show. Achei legal mas nem tanto assim, as "soluções" encontradas para ironizar filmes do gênero me pareceram mais como um amontoado de coisas do que um deboche inteligente. O final pelo menos não decepciona. E que bom rever a eterna musa de "Allien".
Jogo Perigoso
3.5 1,1K Assista AgoraA premissa é boa, as cenas de tensão e suspense valem muito a pena, mas... pra quê fizeram um filme tão longo se funcionaria bem melhor com uma meia hora a menos? Os flashbacks quebram a dinâmica da narrativa, tornando o filme enfadonho. Penso que as "explicações" para as interações amorosas da personagem poderiam surgir de outro recurso para a manutenção do clima nervoso daquela situação inusitada. Apesar disso "Jogo perigoso" não deixa de ser um drama/suspense interessante e ainda conta com uma entrega ao papel da atriz Carla Gugino.
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
3.6 3,0K Assista AgoraA trilogia "Jurassic Park" trouxe novidades, agradou bastante, explorou o tema até se tornar repetitivo... Daí que fazer um novo filme sobre a tal ilha dos dinossauros e ficar memorável seria necessária uma abordagem bem criativa e inovações no roteiro. Que nada! Apostaram na mesmice e "Jurassic World" não mostrou identidade própria, catando situações vistas e revistas e com "soluções" parecidas. O fiapo de história é tolo, os diálogos pobres e ainda há tentativas de fazer humor com tiradas sem graça. Não consegui ter empatia pelos personagens e até os momentos de tensão e suspense não chegam a ser bem trabalhados como no primeiro filme. Há os dinossauros, é claro, e sempre vale a pena vê-los em ação. Mas os bichos pré-históricos mereciam receber um melhor tratamento.
Rua Cloverfield, 10
3.5 1,9KCom exceção de alguns momentos que não acrescentam grande coisa à história, achei que "Rua Cloverfield, 10" é um bom filme de mistério e suspense, do tipo que nos mantém presos na cadeira até seu final. Também achei que os melhores momentos do filme estão no decorrer da trama, e não em seu final
(e não é porque o final remete ao "outro Cloverfield").
Meu Amigo Harvey
4.2 131 Assista AgoraUm homem que é só bondade e dedicação (no limite do absurdo) e seu amigo imaginário projeção de si mesmo. Um filme que tem a presença do astro James Stewart (que achei bem aquém de sua capacidade). E uma história bem comportada que não ousa ir a extremos. Diverte, sim, mas como eu gostaria que tivesse ido além disso...
Nekromantik
2.9 235Um dos maiores tabus como a necrofilia, para ser traduzido em um filme que pretendesse ir além do óbvio, precisaria receber alta dose de criatividade. E não é isso o que se vê em "Nekromantik". E a produção precária não serve como desculpa. No final das contas e devido à falta de densidade da história e personagens, temos um festival de cenas feitas de encomenda só para provocarem choque e repugnância. Pelo menos isso o filme consegue fazer.
A Revolução Dos Bichos
3.8 111Adaptação de um dos melhores livros que já li, esta animação tem seus bons momentos, eu diria até que na maior parte do tempo. Porém, sendo uma história que inicia parecendo destinada às crianças e que vai se tornando cada vez mais séria e angustiante, penso que faltou um melhor encadeamento dos fatos. E os "alívios cômicos" não funcionaram, pelo menos pra mim. Mas vale - e muito - apresentar a um público mais amplo a incrível e ácida crítica que George Orwell realizou em relação ao totalitarismo.
Xeque-Mate
3.9 510 Assista AgoraA trama histérica e cheia de surpresas faz desse filme uma boa diversão. E ainda conta com "coadjuvantes de luxo" como Bem Kingsley e Morgan Freeman.
Quando Chega A Escuridão
3.3 133Faz lembrar "Os garotos perdidos" (que é bem melhor). Achei que o roteiro e os diálogos deste "Quando chega a escuridão" são tolos e o final foi uma grande forçação de barra.
Uma Noite Alucinante 2
3.8 711 Assista AgoraUma boa diversão assim como o primeiro filme. As situações absurdas provocam riso, e não medo. E a canastrice do elenco caiu como uma luva no roteiro movido à alucinação.
Assunto de Família
4.2 400 Assista AgoraPois é. Famílias felizes podem surgir de onde menos se espera, até nos excluídos das benesses sociais. E este filme nos mostra que a felicidade não se liga necessariamente à honestidade. Polêmico. O fato é que essa produção japonesa nos apresenta uma "família" que sabe administrar suas crises sem abalar sua harmonia. E também acho muito difícil não gostar daqueles personagens que não cansam de esbanjar afeto e companheirismo.
O filme de Hirokazu Koreeda me agradou muito mostrando o cotidiano de uma família um tanto fora dos padrões que a sociedade prescreve. Meu único porém é em relação à duração. Acho que 2 horas já seria tempo suficiente pra transmitir tudo o que a trama precisava. De resto tive o prazer de assistir a um filme fantástico.
Onde os Fracos Não Têm Vez
4.1 2,4K Assista AgoraOs irmãos Cohen não decepcionam quando se trata de uma trama intrincada e cheia de surpresas. E "Onde os fracos não tem vez" torce e retorce sobre si mesmo deixando o espectador esperando situações climáticas a qualquer momento. E, quando acontecem, nem sempre se desenrolam como prevemos. Javier Bardem, sem dúvida, tem a grande performance do filme, ele consegue ser realmente assustador mesmo quando se aproxima da estereotipia. Se o final do filme não me agradou de todo, seu desenvolvimento certamente atiçou bastante meu interesse.
Mais Estranho que a Ficção
3.9 603A ideia é boa, mergulha no surrealismo, mas o desenvolvimento, para mim, não faz jus ao material que se tem em mãos. O filme opta por um caminho seguro e bajulador, desperdiçando o que poderia ser um filme bem mais intrigante. Dustin Hoffman tem um desempenho ok, o que não é surpresa, e achei que a Emma Thompson não conseguiu criar uma personagem convincente. O que é uma pena pois quem a viu em "Howard's End" sabe que se trata de uma grande atriz.