O título em português pode até nos induzir a acreditar que veremos uma daquelas histórias policiais de desaparecimentos misteriosos. Mas o filme de Milos Forman vai muito além do óbvio. No rescaldo da contracultura e da "geração paz e amor", este filme de desenvolvimento imprevisível despeja sua "ácida malandragem" por mais de 90 minutos, sempre nos atordoando com o que vem a seguir. E tem pelo menos uma cena memorável envolvendo os "tradicionais conservadores da moral e dos bons costumes".
"Taking off" não tem medo de exagerar nas atitudes dos personagens, que gritam histericamente ou fazem grandes maluquices em momentos mais inoportunos. Ainda bem que naquela época se podia fazer filmes assim, sem limites para o atrevimento. Uma ótima surpresa. Adorei.
Este filme que deu início à famosa franquia, visto hoje, depois de uma enxurrada de histórias semelhantes, até me pareceu simplista demais. E também penso que não envelheceu muito bem, ao contrário de outros até mais antigos. Mas vale a diversão e tem a Jamie Lee Curtis que se tornaria uma ótima atriz.
Achei uma comédia razoável. Mas com o tema escolhido merecia um roteiro ainda melhor, mais ácido no humor. Também compartilho da opinião de que o final do filme deixou a desejar.
Uma boa ideia posta em um filme cuja condução achei irregular. Temos uma construção de trama arrastada, com cenas que se alongam sem necessidade, como se o filme tivesse obrigação de preencher a duração estabelecida. Quando vai se aproximando do final melhora consideravelmente, mas não achei que isso compensou os pontos negativos. De qualquer forma, é daqueles filmes que fazemos questão de assistir até o final devido à curiosidade de descobrir o que afinal está acontecendo. E gostei da participação especial do Bob Hoskins.
Para dar trabalho aos neurônios. História interessante, rocambolesca, até melhor que vários filmes de alto orçamento. Há uma "história de amor" que se revela decisiva para o enredo mas que pra mim foi absolutamente não convincente. E bem que poderia ter um melhor elenco...
Esse filme fez eu me importar muito mais com o que poderia acontecer com a médica (se ela seria vítima de violência) do que com o crime e a identidade da "garota desconhecida". Achei a Adele Haenel convincente em seu papel. Um bom filme sobre a culpa, e seria melhor se não fosse tão desnecessariamente longo.
"Bacurau" tem tintas de sonho, fantasia e idealização de união grupal para combater um inimigo astuto e perigoso (tipo gregos versus persas). E é uma mistureba de drama, ação, suspense, também tem gore e "momentos a la Tarantino". E foi muito aclamado por público e crítica, inclusive fora do Brasil. Faz uma denúncia por vezes seca e áspera, por vezes malandra e debochada (que pra mim são os melhores momentos do filme) da intolerância étnica e do totalitarismo predador norte-americano sobre o que é considerado "cultura inferior" (com a conivência de políticos fdp locais, obviamente). Gostei de "Bacurau" quando se torna mais franco e direto, o que combina melhor com o caldeirão emocional caminhando para o transbordamento. Mas o filme também pretende ser sutil, insinuar coisas, abrir-se para interpretações. E, sinceramente, não curti tanto esses momentos. Além do mais há muitos personagens tão interessantes (de crianças a idosos), desfilando rapidamente pela história, que achei uma pena não serem mais desenvolvidos. Sem falar nas situações que dão a impressão de que serão parte importante da trama mas se encerram em seguida (parece que a intenção do filme em grande parte é fazer recortes da vida e deixar o espectador se virar rsrs).
A prata da casa Sonia Braga dá o ar de sua graça. São poucas cenas com ela mas é sempre um prazer rever "Dona Flor - Gabriela", uma atriz que, em qualquer circunstância, nunca passa despercebida. Há vários atores com performances marcantes, como Silvero Pereira com seu estranho e curioso Lunga, o herói banhado a sangue. Mas para mim o grande destaque ficou com o Udo Kier e sua mistura de perversidade com desequilíbrio mental.
Em termos de filmes nacionais que fizeram sucesso no exterior continuo preferindo o antigo e excelente "O pagador de promessas". Porém "Bacurau" realmente tem seus méritos e merece ser visto e, principalmente, discutido. Nosso sofrido Brasil não pode ter "vocação para vira-lata" ad infinitum.
Um "quase ótimo" filme bizarro com cara de Festival Sundance. Uma das coisas boas do filme é que ele não provoca apenas um sentimento no espectador, pois sua protagonista Pauline, apesar de rejeitada em casa e na escola, está bem longe de ser aquela frágil garota que sofre bullying, chora e não reage. Pauline não é uma pessoa exatamente má, está mais pra deslocada em seu meio social, porém ela é capaz de cometer atrocidades (nas fantasias e na prática) até "em nome do amor". Portanto, provoca desde sentimento de pena a asco. Ponto positivo.
Não achei necessária a apresentação de uma configuração familiar tão caricata, com uma mãe que parece que a qualquer momento ia sair voando montada numa vassoura. Para mim, esse aspecto não funcionou nem como drama nem terror, muito menos sátira.
Bem melhores são os momentos em que as duas irmãs, aparentemente tão diferentes, interagem, e Pauline não descarrega na irmã sua frustração por esta ser a filha preferida. Como também gostei das conversas com um deus que "talvez exista" e, principalmente, do final sem conclusão que deve ter desagradado a muita gente
O que vi como pontos negativos foram as fantasias um tanto repetitivas da protagonista bem como a falta de uma melhor transição entre os acontecimentos. E também, claro, de uma participação maior de Malcolm MsDowell, o eterno Alex de "Laranja mecânica". A presença dele no filme se deveu mais pela importância de seu nome do que por um papel significativo.
Udo Kier, ator que está ótimo no brasileiro "Bacurau", não tem muita chance de mostrar seu talento nesta esquisita imersão no personagem de "O médico e o monstro". "Dr. Jekyll e as Mulheres" é daqueles filmes que parece que nos trarão momentos muito chocantes e polêmicos, como "Singapore Sling", por exemplo (guardadas as devidas proporções). Bem, não chega a nada disso, a história apresentada pelo diretor do também esquisito "La Bête" é arrastada e seu clímax é duvidoso, mas não me arrependo de ter dado uma conferida.
Esse estilo “found footage”, em certos casos, pode funcionar muito bem ao acrescentar mais ansiedade e confusão no espectador, como nos casos de "Cloverfield" e "REC". Porém, em um filme dividido em 5 episódios, na minha opinião, com o tempo fica cansativo e até irritante. Mas gosto é gosto.
Não vi em "V/H/S" alguma história realmente fantástica, há lugares-comuns e previsibilidade. Mas isso não significa necessariamente que um filme é ruim, vai depender da habilidade da direção, elenco, edição... No final das contas, achei um filme razoável, que consegue entreter e até provocar nervosismo. A história de que mais gostei foi a de Emily e sua conversa online com seu "amigo". E a que achei mais sem graça foi a "trama principal" que é entremeada pelas demais. Um filme que dá pra assistir sem ter grandes pretensões.
Uma animação francesa de fundo moralizante e muito boa, necessária nesses tempos regressivos de rótulos idiotas, intolerâncias e cretinices sem tamanho. Personagens bem carismáticos, drama e humor na medida certa. Gostei bastante.
Se é do Krzysztof Kieslowski então não pode ser coisa ruim. "Não amarás" não chega a provocar o soco no estômago de "Não matarás" (do mesmo diretor) mas é um filme no qual percebemos logo como foi realizado com cuidado e criatividade. Me pareceu um mar calmo que a qualquer momento pode produzir um maremoto. É a história de um amor platônico de um rapaz bem jovem por uma mulher madura, vivida, descrente da felicidade e que redescobre as sutilezas afetivas de alguém que poderia ser seu filho. É o embate entre duas criaturas trôpegas, maltratadas pela vida e até certo ponto desajeitadas em conduzir seu próprio destino. Ótimo filme do mestre polonês.
Um thriller dos anos 80 bastante curioso, um tanto histérico e que vale a pena ser assistido pois a trama tem seus bons momentos (várias vezes intensificando-os demais). Colin Firth toma conta do filme com seu tipo paranoico-possessivo, realmente o ator consegue chamar atenção. Já o ator Hart Bochner, fazendo caras e bocas para incorporar um "sedutor misterioso", não me convenceu nem um pouco. "Apartamento Zero" tem seus altos e baixos, aborda alguns temas incômodos na época, presta homenagem ao cinema... bem, não achei um filme ótimo mas também penso que consegue capturar nossa atenção até seu final.
Um personagem já icônico adaptado mais uma vez, e agora o filme se desenrola sob a perspectiva da vítima. Como era de se esperar, cheio de efeitos especiais e mudanças na trama pra agradar o espectador que acha que, para um filme ser bom, precisa conter reviravoltas, mesmo se forem um tanto forçadas. Achei uma diversão razoável e gostei de Elisabeth Moss vivendo a esposa oprimida.
Acho que este é o primeiro filme paraguaio que assisto, e tive uma boa surpresa. Inicia de modo parecido com certos filmes brasileiros que expõem a pobreza na tensa linha entre a honestidade e a delinquência. Mas aí vemos uma mudança e "7 caixas" vai começando a se parecer com filmes frenéticos de ação e fuga, e que me lembrou "Corra, Lola, corra!". É como se o roteiro não confiasse no sucesso de um filme que permanecesse em um "realismo mais cotidiano" e preferisse apostar na aventura. Senti como algo estranho porém, no final das contas, o resultado final pra mim foi proveitoso.
Uma relação de apego (até certo ponto patológica) entre dois irmãos fora dos "padrões morais convencionais". Um filme sempre tenso, por vezes angustiante, que gostei bastante de ter visto.
Este filme da diretora Lynne Ramsay me causou uma ótima surpresa semelhante a que tive com "A Bruxa". Além de um simples "filme de gênero", "Você Nunca Esteve Realmente Aqui" é um verdadeiro estudo psicológico de personagem, no caso o perturbado/perturbador assassino de aluguel Joe (Joaquin Phoenix, em brilhante atuação, mostrando que é um dos melhores atores da atualidade). Há brutalidade, violência, assassinatos, sim, porém o que seria apenas um pano de fundo para as cenas de ação (e personalidade de Joe). converte-se no que é melhor explorado na trama. E não podemos reclamar de hermetismo pois as angústias do personagem estão ali, à vista.
E não falta criatividade (a "interação" de Joe com o assassino de sua mãe à beira da morte foi um verdadeiro achado).
Um filme que, no seu início, não desperta muito entusiasmo. Mas quando nos predispomos a assistir até seu final percebemos o quanto difere das historiazinhas produzidas aos montes pra saciar nossa sede de didatismo e violência.
Filme que me divertiu. Se não exigirmos muita coerência da história e curtirmos uma trama meio amalucada de mistério e suspense, podemos ter em "Comunhão" um ótimo entretenimento.
Um filme que eu comecei a apreciar melhor somente dias depois de tê-lo assistido, provavelmente pela forma de "costura" entre terror e drama. O espectador desavisado, até certa altura da história, imagina que a trama é sobre conflitos entre classes sociais, ou preconceito racial, ou uma paixão que desafia os "padrões convencionais". Bem, não deixa de ter tudo isso, mas a "primeira parte" de "As boas maneiras" meio que eleva uma relação amorosa a um mundo particular criado pelas protagonistas, e até a imagem noturna da cidade adquire feições mágicas. Enquanto isso, uma gravidez inesperada prepara o espectador para os momentos febris e cruéis da "segunda parte" da história.
Pra mim o que constituiu um problema é o desenvolvimento da trama antes desses momentos de terror. Não achei necessário o filme ser tão longo, isso diluiu a apresentação dos choques entre as duas mulheres.
E seria mesmo preciso aquela cena em que Clara vai até um bar receber uma cantada feminina? A sexualidade da personagem não precisaria desse tipo de apresentação, assim penso eu.
E ainda tem momentos em que o filme "vira um musical" e, nesse aspecto, só achei muito boa a cena musical final. Quanto aos momentos de tensão e terror "As boas maneiras" mergulha num "terror mais convencional", digamos, mas não deixam de ser muito boas e angustiantes. E aquele final... realmente dá pra comover.
Com momentos muito inspirados de Isabél Zuaa e aquele sorriso encantador da Marjorie Estiano, "As boas maneiras", apesar de seus defeitos, é interessantíssimo. E ainda conta com uma participação especial da ótima cantora Cida Moreira.
Na época em que foi lançado este filme provavelmente conquistou muitos fãs. Mas visto hoje me pareceu ingênuo. Apesar disso tem algumas cenas cômicas que ainda provocam boas risadas.
Gostei bastante do desenvolvimento e do desfecho. O ator Jakob Cedergren segura a onda praticamente sozinho e muito bem. E o filme mostra que aquilo que não vemos pode causar mais apreensão do que o que é visto.
Procura Insaciável
4.0 20O título em português pode até nos induzir a acreditar que veremos uma daquelas histórias policiais de desaparecimentos misteriosos. Mas o filme de Milos Forman vai muito além do óbvio. No rescaldo da contracultura e da "geração paz e amor", este filme de desenvolvimento imprevisível despeja sua "ácida malandragem" por mais de 90 minutos, sempre nos atordoando com o que vem a seguir. E tem pelo menos uma cena memorável envolvendo os "tradicionais conservadores da moral e dos bons costumes".
"Taking off" não tem medo de exagerar nas atitudes dos personagens, que gritam histericamente ou fazem grandes maluquices em momentos mais inoportunos. Ainda bem que naquela época se podia fazer filmes assim, sem limites para o atrevimento. Uma ótima surpresa. Adorei.
Halloween: A Noite do Terror
3.7 1,2K Assista AgoraEste filme que deu início à famosa franquia, visto hoje, depois de uma enxurrada de histórias semelhantes, até me pareceu simplista demais. E também penso que não envelheceu muito bem, ao contrário de outros até mais antigos. Mas vale a diversão e tem a Jamie Lee Curtis que se tornaria uma ótima atriz.
A Morte Te Dá Parabéns
3.3 1,5K Assista AgoraEsse "feitiço do tempo" em outro tempo até que diverte e causa ansiedade.
Há uma reviravolta final que pra mim foi superforçada
Perfeitos Desconhecidos
3.4 193Achei uma comédia razoável. Mas com o tema escolhido merecia um roteiro ainda melhor, mais ácido no humor. Também compartilho da opinião de que o final do filme deixou a desejar.
A Passagem
3.5 421 Assista AgoraUma boa ideia posta em um filme cuja condução achei irregular. Temos uma construção de trama arrastada, com cenas que se alongam sem necessidade, como se o filme tivesse obrigação de preencher a duração estabelecida. Quando vai se aproximando do final melhora consideravelmente, mas não achei que isso compensou os pontos negativos. De qualquer forma, é daqueles filmes que fazemos questão de assistir até o final devido à curiosidade de descobrir o que afinal está acontecendo. E gostei da participação especial do Bob Hoskins.
Lapso Temporal
3.2 394 Assista AgoraPara dar trabalho aos neurônios. História interessante, rocambolesca, até melhor que vários filmes de alto orçamento. Há uma "história de amor" que se revela decisiva para o enredo mas que pra mim foi absolutamente não convincente. E bem que poderia ter um melhor elenco...
A Garota Desconhecida
3.2 112 Assista AgoraEsse filme fez eu me importar muito mais com o que poderia acontecer com a médica (se ela seria vítima de violência) do que com o crime e a identidade da "garota desconhecida". Achei a Adele Haenel convincente em seu papel. Um bom filme sobre a culpa, e seria melhor se não fosse tão desnecessariamente longo.
Bacurau
4.3 2,7K Assista Agora"Bacurau" tem tintas de sonho, fantasia e idealização de união grupal para combater um inimigo astuto e perigoso (tipo gregos versus persas). E é uma mistureba de drama, ação, suspense, também tem gore e "momentos a la Tarantino". E foi muito aclamado por público e crítica, inclusive fora do Brasil. Faz uma denúncia por vezes seca e áspera, por vezes malandra e debochada (que pra mim são os melhores momentos do filme) da intolerância étnica e do totalitarismo predador norte-americano sobre o que é considerado "cultura inferior" (com a conivência de políticos fdp locais, obviamente). Gostei de "Bacurau" quando se torna mais franco e direto, o que combina melhor com o caldeirão emocional caminhando para o transbordamento. Mas o filme também pretende ser sutil, insinuar coisas, abrir-se para interpretações. E, sinceramente, não curti tanto esses momentos. Além do mais há muitos personagens tão interessantes (de crianças a idosos), desfilando rapidamente pela história, que achei uma pena não serem mais desenvolvidos. Sem falar nas situações que dão a impressão de que serão parte importante da trama mas se encerram em seguida (parece que a intenção do filme em grande parte é fazer recortes da vida e deixar o espectador se virar rsrs).
A prata da casa Sonia Braga dá o ar de sua graça. São poucas cenas com ela mas é sempre um prazer rever "Dona Flor - Gabriela", uma atriz que, em qualquer circunstância, nunca passa despercebida. Há vários atores com performances marcantes, como Silvero Pereira com seu estranho e curioso Lunga, o herói banhado a sangue. Mas para mim o grande destaque ficou com o Udo Kier e sua mistura de perversidade com desequilíbrio mental.
Em termos de filmes nacionais que fizeram sucesso no exterior continuo preferindo o antigo e excelente "O pagador de promessas". Porém "Bacurau" realmente tem seus méritos e merece ser visto e, principalmente, discutido. Nosso sofrido Brasil não pode ter "vocação para vira-lata" ad infinitum.
Excision
3.3 246Um "quase ótimo" filme bizarro com cara de Festival Sundance. Uma das coisas boas do filme é que ele não provoca apenas um sentimento no espectador, pois sua protagonista Pauline, apesar de rejeitada em casa e na escola, está bem longe de ser aquela frágil garota que sofre bullying, chora e não reage. Pauline não é uma pessoa exatamente má, está mais pra deslocada em seu meio social, porém ela é capaz de cometer atrocidades (nas fantasias e na prática) até "em nome do amor". Portanto, provoca desde sentimento de pena a asco. Ponto positivo.
Não achei necessária a apresentação de uma configuração familiar tão caricata, com uma mãe que parece que a qualquer momento ia sair voando montada numa vassoura. Para mim, esse aspecto não funcionou nem como drama nem terror, muito menos sátira.
Bem melhores são os momentos em que as duas irmãs, aparentemente tão diferentes, interagem, e Pauline não descarrega na irmã sua frustração por esta ser a filha preferida. Como também gostei das conversas com um deus que "talvez exista" e, principalmente, do final sem conclusão que deve ter desagradado a muita gente
O que vi como pontos negativos foram as fantasias um tanto repetitivas da protagonista bem como a falta de uma melhor transição entre os acontecimentos. E também, claro, de uma participação maior de Malcolm MsDowell, o eterno Alex de "Laranja mecânica". A presença dele no filme se deveu mais pela importância de seu nome do que por um papel significativo.
Dr. Jekyll e as Mulheres
3.2 7Udo Kier, ator que está ótimo no brasileiro "Bacurau", não tem muita chance de mostrar seu talento nesta esquisita imersão no personagem de "O médico e o monstro". "Dr. Jekyll e as Mulheres" é daqueles filmes que parece que nos trarão momentos muito chocantes e polêmicos, como "Singapore Sling", por exemplo (guardadas as devidas proporções). Bem, não chega a nada disso, a história apresentada pelo diretor do também esquisito "La Bête" é arrastada e seu clímax é duvidoso, mas não me arrependo de ter dado uma conferida.
V/H/S
3.0 747 Assista AgoraEsse estilo “found footage”, em certos casos, pode funcionar muito bem ao acrescentar mais ansiedade e confusão no espectador, como nos casos de "Cloverfield" e "REC". Porém, em um filme dividido em 5 episódios, na minha opinião, com o tempo fica cansativo e até irritante. Mas gosto é gosto.
Não vi em "V/H/S" alguma história realmente fantástica, há lugares-comuns e previsibilidade. Mas isso não significa necessariamente que um filme é ruim, vai depender da habilidade da direção, elenco, edição... No final das contas, achei um filme razoável, que consegue entreter e até provocar nervosismo. A história de que mais gostei foi a de Emily e sua conversa online com seu "amigo". E a que achei mais sem graça foi a "trama principal" que é entremeada pelas demais. Um filme que dá pra assistir sem ter grandes pretensões.
Um Monstro em Paris
3.7 99 Assista AgoraUma animação francesa de fundo moralizante e muito boa, necessária nesses tempos regressivos de rótulos idiotas, intolerâncias e cretinices sem tamanho. Personagens bem carismáticos, drama e humor na medida certa. Gostei bastante.
Não Amarás
4.2 297 Assista AgoraSe é do Krzysztof Kieslowski então não pode ser coisa ruim. "Não amarás" não chega a provocar o soco no estômago de "Não matarás" (do mesmo diretor) mas é um filme no qual percebemos logo como foi realizado com cuidado e criatividade. Me pareceu um mar calmo que a qualquer momento pode produzir um maremoto. É a história de um amor platônico de um rapaz bem jovem por uma mulher madura, vivida, descrente da felicidade e que redescobre as sutilezas afetivas de alguém que poderia ser seu filho. É o embate entre duas criaturas trôpegas, maltratadas pela vida e até certo ponto desajeitadas em conduzir seu próprio destino. Ótimo filme do mestre polonês.
Apartamento Zero
3.7 7Um thriller dos anos 80 bastante curioso, um tanto histérico e que vale a pena ser assistido pois a trama tem seus bons momentos (várias vezes intensificando-os demais). Colin Firth toma conta do filme com seu tipo paranoico-possessivo, realmente o ator consegue chamar atenção. Já o ator Hart Bochner, fazendo caras e bocas para incorporar um "sedutor misterioso", não me convenceu nem um pouco. "Apartamento Zero" tem seus altos e baixos, aborda alguns temas incômodos na época, presta homenagem ao cinema... bem, não achei um filme ótimo mas também penso que consegue capturar nossa atenção até seu final.
O Homem Invisível
3.8 2,0K Assista AgoraUm personagem já icônico adaptado mais uma vez, e agora o filme se desenrola sob a perspectiva da vítima. Como era de se esperar, cheio de efeitos especiais e mudanças na trama pra agradar o espectador que acha que, para um filme ser bom, precisa conter reviravoltas, mesmo se forem um tanto forçadas. Achei uma diversão razoável e gostei de Elisabeth Moss vivendo a esposa oprimida.
7 Caixas
3.9 189 Assista AgoraAcho que este é o primeiro filme paraguaio que assisto, e tive uma boa surpresa. Inicia de modo parecido com certos filmes brasileiros que expõem a pobreza na tensa linha entre a honestidade e a delinquência. Mas aí vemos uma mudança e "7 caixas" vai começando a se parecer com filmes frenéticos de ação e fuga, e que me lembrou "Corra, Lola, corra!". É como se o roteiro não confiasse no sucesso de um filme que permanecesse em um "realismo mais cotidiano" e preferisse apostar na aventura. Senti como algo estranho porém, no final das contas, o resultado final pra mim foi proveitoso.
Bom Comportamento
3.8 392Uma relação de apego (até certo ponto patológica) entre dois irmãos fora dos "padrões morais convencionais". Um filme sempre tenso, por vezes angustiante, que gostei bastante de ter visto.
Aterrorizados
3.0 253Acho que vale a pena dar uma conferida mas passa longe de ser um filme memorável.
Você Nunca Esteve Realmente Aqui
3.6 521 Assista AgoraEste filme da diretora Lynne Ramsay me causou uma ótima surpresa semelhante a que tive com "A Bruxa". Além de um simples "filme de gênero", "Você Nunca Esteve Realmente Aqui" é um verdadeiro estudo psicológico de personagem, no caso o perturbado/perturbador assassino de aluguel Joe (Joaquin Phoenix, em brilhante atuação, mostrando que é um dos melhores atores da atualidade). Há brutalidade, violência, assassinatos, sim, porém o que seria apenas um pano de fundo para as cenas de ação (e personalidade de Joe). converte-se no que é melhor explorado na trama. E não podemos reclamar de hermetismo pois as angústias do personagem estão ali, à vista.
E não falta criatividade (a "interação" de Joe com o assassino de sua mãe à beira da morte foi um verdadeiro achado).
Um filme que, no seu início, não desperta muito entusiasmo. Mas quando nos predispomos a assistir até seu final percebemos o quanto difere das historiazinhas produzidas aos montes pra saciar nossa sede de didatismo e violência.
Comunhão
3.5 141 Assista AgoraFilme que me divertiu. Se não exigirmos muita coerência da história e curtirmos uma trama meio amalucada de mistério e suspense, podemos ter em "Comunhão" um ótimo entretenimento.
As Boas Maneiras
3.5 647 Assista AgoraUm filme que eu comecei a apreciar melhor somente dias depois de tê-lo assistido, provavelmente pela forma de "costura" entre terror e drama. O espectador desavisado, até certa altura da história, imagina que a trama é sobre conflitos entre classes sociais, ou preconceito racial, ou uma paixão que desafia os "padrões convencionais". Bem, não deixa de ter tudo isso, mas a "primeira parte" de "As boas maneiras" meio que eleva uma relação amorosa a um mundo particular criado pelas protagonistas, e até a imagem noturna da cidade adquire feições mágicas. Enquanto isso, uma gravidez inesperada prepara o espectador para os momentos febris e cruéis da "segunda parte" da história.
Pra mim o que constituiu um problema é o desenvolvimento da trama antes desses momentos de terror. Não achei necessário o filme ser tão longo, isso diluiu a apresentação dos choques entre as duas mulheres.
E seria mesmo preciso aquela cena em que Clara vai até um bar receber uma cantada feminina? A sexualidade da personagem não precisaria desse tipo de apresentação, assim penso eu.
E ainda tem momentos em que o filme "vira um musical" e, nesse aspecto, só achei muito boa a cena musical final. Quanto aos momentos de tensão e terror "As boas maneiras" mergulha num "terror mais convencional", digamos, mas não deixam de ser muito boas e angustiantes. E aquele final... realmente dá pra comover.
Com momentos muito inspirados de Isabél Zuaa e aquele sorriso encantador da Marjorie Estiano, "As boas maneiras", apesar de seus defeitos, é interessantíssimo. E ainda conta com uma participação especial da ótima cantora Cida Moreira.
Abbott e Costello Encontram Frankenstein
3.6 15 Assista AgoraNa época em que foi lançado este filme provavelmente conquistou muitos fãs. Mas visto hoje me pareceu ingênuo. Apesar disso tem algumas cenas cômicas que ainda provocam boas risadas.
Culpa
3.9 355 Assista AgoraGostei bastante do desenvolvimento e do desfecho. O ator Jakob Cedergren segura a onda praticamente sozinho e muito bem. E o filme mostra que aquilo que não vemos pode causar mais apreensão do que o que é visto.
Blood Moon
2.8 8Filme com alguns interessantes momentos de suspense mas, infelizmente, o roteiro e o elenco deixaram muito a desejar, assim eu penso.