Enredo metalinguístico, a fascinação que o cinema desperta nas pessoas, a necessidade que temos de por vezes sonhar acordados, fugindo de uma realidade crua, pesada e destituída de experiências excitantes, a ingenuidade do personagem de Jeff Daniels,
todos esses são ingredientes que se misturam, resultando em um filme altamente simpático. Ótimo ponta pé inicial para quem se aventurar à extensa filmografia do Woody Allen.
O sucesso de Poder Sem Limites, com sua trama sobre adolescentes que têm de lidar com a responsabilidade de adquirir e usar superpoderes, encaixada na estética de "gravação caseira", continua fazendo escola. Só que aqui, mesmo com o riquíssimo plot da viagens temporais, peca nas situações forçadas e nas coincidências descabidas (um projeto de máquina do tempo descoberta e construída por garotos? Assaltar facilmente laboratórios com equipamentos tecnológicos de ponta? Ah, sei...); por ter dois terços (mais do que o necessário) focados nos testes com a máquina do tempo, e não nas consequências das ações em si; além do found footage que não convence. Pelo menos os bons efeitos especiais e a terça parte, que lembra Efeito Borboleta, compensam o tempo investido.
Tecnicamente primoroso e realista, com grande trabalho de atuação de todo o elenco. Impossível não se importar com cada um dos soldados incumbidos da missão suicida de resgatar um único. No todo, a longa duração não cansa, apesar de que a defesa constante do patriotismo (refletida por exemplo na música heroica do John Williams) possivelmente desagrade a alguns. Grande exemplar dos anos 90!
Sem dúvida, o filme mais difícil de Lynch. Além do típico clima onírico que permeia toda a sua obra, várias narrativas se fragmentam e "tentam" se conectar com resultado mais ou menos aleatório. A sugestão é: ler meia dúzia de análises sobre o filme na internet, e revê-lo após uma semana (o lapso de tempo como forma de "limpar" a percepção de preconceitos oriundos da primeira conferida).
Elenco estelar em um western convencional. A obsessão de Earp pela união familiar é até mostrada com acerto, mas quem rouba mesmo a cena é o Dennis Quaid, em grande atuação (daquelas em que o ator perde bastante peso para encarnar o personagem, além de intenso trabalho corporal), e isso faz valer a conferida. Ou nem tanto, afinal são três loooooongas horas.
Filme engraçadíssimo, que investe certeiramente nas maquiagens, muito bem utilizadas, numa história assumidamente fantástica. De resto, uma crítica bem humorada sobre o culto à beleza e à juventude (condizente com a Hollywood atual).
Um dos mais inventivos e metalinguísticos filmes dos anos 90. Referenciando diretamente Lovecraft e com ecos de Jack Finney (Os Invasores de Corpos - que de resto, é uma constante nas obras de Carpenter), a trama constrói um clima de obsessão e paranoia que se intensifica, conforme se encaminha para o final. Os 15 minutos finais são perturbadores e desnorteadores, ao estilo dos melhores episódios do seriado sessentista Além da Imaginação!
Eis um filme sobre movimento. Seja através da edição vertiginosa, ou por determinadas cenas intencionalmente aceleradas (muito presentes no início, quando chegamos a ficar desconcertados com esse recurso), ou ainda, por praticamente ser uma ininterrupta sequência de perseguição de duas horas de duração. E a cada segmento, capotamento, explosão, bizarrice e loucura (sim, este também é um filme sobre loucura, mais especificamente aquela que tomou conta dos últimos sobreviventes de uma hecatombe apocalíptica), somos cada vez mais envolvidos por um turbilhão de bem esquematizadas e planejadas sequências que, mal a nossa cognição termina de processar, e já é engatada uma próxima muito mais surtada e inesperada.
E daí que o Mel Gibson não voltou? E daí que o papel da Charlize Theron é importantíssimo para a trama (importantíssimo não quer dizer necessariamente que seja maior do que o Max, como dizem muitos)? E daí que estão paranoicamente chamando o filme de feminista? Desde já, o melhor filme de ação dos últimos anos!! (cotação: 5,5/5 - sim, essa é a minha nota).
Começa como um filme sobre o (re)despertar sexual de uma mulher, prossegue com uma ênfase moralista sobre a ambivalência de sentimentos experimentados pela personagem (entre a sexualidade e a culpa), e termina lá pelas tantas como uma
. Pode-se dizer que tal mudança de tom é um dos pontos que depõem contra o filme. Contudo, uma coisa não se pode negar: a direção preza pela utilização abundante de elementos estéticos, tornado a narrativa elegante e segura.
"Cada criança tem suas próprias capacidades, seus desejos, seus sonhos. (...) Cedo ou tarde irão aprender. Cada um em seu ritmo".
De forma sensível o filme narra e, ao mesmo tempo, desmistifica o que taxativamente chamamos de "criança problema". Ao invés de mera estigmatização (outras designações comuns são "a criança desinteressada", "a preguiçosa", etc), a trama analisa a influência de fatores biológicos, psicológicos (desmotivação, estima baixa, depressão) e sociais (falta de incompreensão da família, por exemplo) na gênese das dificuldades de aprendizagem no âmbito escolar. Afora as canções bollywoodianas que deixam o filme um tantinho mais longo do que deveria, é um achado de verdadeiro valor pedagógico. Obrigatório como recurso problematizador e reflexivo da sociedade (a atual, em se tratando de uma problemática tão presente e universal).
Este aqui é o embrião do que seria anos depois a obra prima (pelo menos considerada por muitos) de David Lynch, Cidade dos Sonhos, e talvez por esse motivo, sejam estruturados de maneira tão similar: uma narrativa inicialmente construída em tom sufocante (pontuado por uma pesada trilha de fundo), indicando um caminho na trama que chega a um ponto de ruptura que é totalmente desconstruído a partir da "colisão" com outra linha narrativa, que se entrelaça (ou não!) com a primeira, mais a frente. Em acréscimo, elementos oníricos, personagens bizarros e relações doentias são frequentemente apresentados em tela como pista, ou pior, como distrações que contribuem com a sensação de desnorteamento do espectador.
São filmes difíceis, é verdade, que devem ser interpretados a cada cena, a cada interação entre os personagens. Isso é cinema de qualidade!
Filme bem feito, com cenas lindíssimas e tomadas magníficas. A ótima reconstituição de época não abre concessões para o passado violento dos Estados Unidos, e nisso reside a maior força do filme. Peca apenas por ser muito longo, especialmente em certas cenas que visivelmente se estendem além do que deveriam (a exemplo de outro filme dirigido por Cimino, O Franco Atirador, que se arrasta no segmento da festa de casamento).
Filme assertivo em analisar o amor a partir de sua desconstrução, inseguranças inerentes, e tudo que de melancólico e soturno uma relação amorosa pode conter. Na forma, além de visualmente bonito, resgata elementos de dois exemplares fortes que trabalham com o mesmo tema: 500 Dias com Ela (se apropriando e reforçando o pessimismo sobre a longevidade do amor, que paira sobre certos relacionamentos) e Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (com um inequívoco pé bem fincado no fantástico). E claro, o sempre bem vindo final em aberto, sujeito a interpretações várias, confere um toque a mais de singularidade para este inesperado - e esnobado - filme.
A câmera nervosa de Sodenbergh e a ágil edição sugerem um senso de urgência totalmente condizente com a proposta do filme: uma corrida contra o tempo para realizar o roubo impossível. Matt Damon tem uma participação mais funcional aqui, há vários recursos visuais bacanas, e a piada metalinguística com a Julia Roberts é uma das coisas mais engraçadas vistas em um filme nos anos 2000 (por si só já vale todo o filme). Exceto pelo final apressado, é um filme mais bem resolvido que o primeiro.
Nem só de efeitos especiais um filme é feito. Este conto de fadas espacial não foge à regra, com um roteiro repleto de clichês e inconsistências que beiram o constrangedor. Em suma, ruim de doer!
O filme mais pé no chão de David Lynch também é o mais emocional, por mais estranha que possa parecer esta afirmativa. O tema envelhecimento é muito presente, pontuado fortemente pelos olhos marejados e olhar perdido (de memórias) de Alvin, e sua vontade de rever o irmão. O que se descortina a partir da atípica premissa é quase um road movie, que não tem pressa para se desenvolver (o que é totalmente condizente com o envelhecer e o seu transcorrer em um ritmo sensivelmente mais lento), e em que o indivíduo se prova maior do que as vicissitudes de distância, idade, impedimentos físicos, de recursos, etc. Comovente e sensível história, pouco recomendada para quem geralmente não se permite sentir e refletir.
"Não serei o que querem que eu seja... e eu não tenho medo de ser o que quero ser".
Essa fala é a tônica desta interessante cinebiografia, que apresenta a figura do lutador Cassius Clay como um defensor firme, inflexível e inabalável de suas próprias convicções ideológicas e religiosas. Tangencialmente são abordadas a sua crítica à guerra do Vietnã, dificuldades de relacionamento do primeiro casamento, conflitos culturais e raciais, dentre outros. Em outras palavras, trata-se de um filme afinado com a contextualização histórica, e preciso no enfoque sobre a vida de uma grande personalidade do boxe.
Atuações fantásticas de todo o elenco, em uma obra cujo ápice é alcançado no "teatral" ato final, repleto de fortes revelações (que enfraquecem se o livro tiver ter sido lido antes, mas que mesmo assim mantêm o espectador sempre atento). Boa adaptação!
Filme que nunca fica só nas "ameaças", e que em cada sequência de ação não abre concessões para os seus personagens. Nesse sentido, ele é seco e brutal. As sequências de ação lembram o melhor de outro intenso diretor, John Woo, na sua produtiva fase chinesa. A atriz Anne Parillaud tem uma atuação visceral e esquizofrênica. Vale a conferida!
A Rosa Púrpura do Cairo
4.1 590 Assista AgoraEnredo metalinguístico, a fascinação que o cinema desperta nas pessoas, a necessidade que temos de por vezes sonhar acordados, fugindo de uma realidade crua, pesada e destituída de experiências excitantes, a ingenuidade do personagem de Jeff Daniels,
o final melancólico,
Projeto Almanaque
3.4 550 Assista AgoraO sucesso de Poder Sem Limites, com sua trama sobre adolescentes que têm de lidar com a responsabilidade de adquirir e usar superpoderes, encaixada na estética de "gravação caseira", continua fazendo escola. Só que aqui, mesmo com o riquíssimo plot da viagens temporais, peca nas situações forçadas e nas coincidências descabidas (um projeto de máquina do tempo descoberta e construída por garotos? Assaltar facilmente laboratórios com equipamentos tecnológicos de ponta? Ah, sei...); por ter dois terços (mais do que o necessário) focados nos testes com a máquina do tempo, e não nas consequências das ações em si; além do found footage que não convence. Pelo menos os bons efeitos especiais e a terça parte, que lembra Efeito Borboleta, compensam o tempo investido.
O Resgate do Soldado Ryan
4.2 1,7K Assista AgoraTecnicamente primoroso e realista, com grande trabalho de atuação de todo o elenco. Impossível não se importar com cada um dos soldados incumbidos da missão suicida de resgatar um único. No todo, a longa duração não cansa, apesar de que a defesa constante do patriotismo (refletida por exemplo na música heroica do John Williams) possivelmente desagrade a alguns. Grande exemplar dos anos 90!
Império dos Sonhos
3.8 433Sem dúvida, o filme mais difícil de Lynch. Além do típico clima onírico que permeia toda a sua obra, várias narrativas se fragmentam e "tentam" se conectar com resultado mais ou menos aleatório. A sugestão é: ler meia dúzia de análises sobre o filme na internet, e revê-lo após uma semana (o lapso de tempo como forma de "limpar" a percepção de preconceitos oriundos da primeira conferida).
Wyatt Earp
3.5 67 Assista AgoraElenco estelar em um western convencional. A obsessão de Earp pela união familiar é até mostrada com acerto, mas quem rouba mesmo a cena é o Dennis Quaid, em grande atuação (daquelas em que o ator perde bastante peso para encarnar o personagem, além de intenso trabalho corporal), e isso faz valer a conferida. Ou nem tanto, afinal são três loooooongas horas.
A Morte lhe Cai Bem
3.7 714 Assista AgoraFilme engraçadíssimo, que investe certeiramente nas maquiagens, muito bem utilizadas, numa história assumidamente fantástica. De resto, uma crítica bem humorada sobre o culto à beleza e à juventude (condizente com a Hollywood atual).
À Beira da Loucura
3.6 403 Assista AgoraUm dos mais inventivos e metalinguísticos filmes dos anos 90. Referenciando diretamente Lovecraft e com ecos de Jack Finney (Os Invasores de Corpos - que de resto, é uma constante nas obras de Carpenter), a trama constrói um clima de obsessão e paranoia que se intensifica, conforme se encaminha para o final. Os 15 minutos finais são perturbadores e desnorteadores, ao estilo dos melhores episódios do seriado sessentista Além da Imaginação!
Grandes Olhos
3.8 1,1K Assista grátisTim Burton deveria fazer mais filmes assim (leia-se longe da parceria com Depp).
O Albergue
3.0 1,2K Assista AgoraNão merece a fama de "terror pesado" que tem!
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista AgoraEis um filme sobre movimento. Seja através da edição vertiginosa, ou por determinadas cenas intencionalmente aceleradas (muito presentes no início, quando chegamos a ficar desconcertados com esse recurso), ou ainda, por praticamente ser uma ininterrupta sequência de perseguição de duas horas de duração. E a cada segmento, capotamento, explosão, bizarrice e loucura (sim, este também é um filme sobre loucura, mais especificamente aquela que tomou conta dos últimos sobreviventes de uma hecatombe apocalíptica), somos cada vez mais envolvidos por um turbilhão de bem esquematizadas e planejadas sequências que, mal a nossa cognição termina de processar, e já é engatada uma próxima muito mais surtada e inesperada.
E daí que o Mel Gibson não voltou? E daí que o papel da Charlize Theron é importantíssimo para a trama (importantíssimo não quer dizer necessariamente que seja maior do que o Max, como dizem muitos)? E daí que estão paranoicamente chamando o filme de feminista? Desde já, o melhor filme de ação dos últimos anos!! (cotação: 5,5/5 - sim, essa é a minha nota).
MAX ROCKATANSKY VIVE!
Infidelidade
3.4 483 Assista AgoraComeça como um filme sobre o (re)despertar sexual de uma mulher, prossegue com uma ênfase moralista sobre a ambivalência de sentimentos experimentados pela personagem (entre a sexualidade e a culpa), e termina lá pelas tantas como uma
trama de assassinato
Como Estrelas na Terra
4.4 794"Cada criança tem suas próprias capacidades, seus desejos, seus sonhos. (...) Cedo ou tarde irão aprender. Cada um em seu ritmo".
De forma sensível o filme narra e, ao mesmo tempo, desmistifica o que taxativamente chamamos de "criança problema". Ao invés de mera estigmatização (outras designações comuns são "a criança desinteressada", "a preguiçosa", etc), a trama analisa a influência de fatores biológicos, psicológicos (desmotivação, estima baixa, depressão) e sociais (falta de incompreensão da família, por exemplo) na gênese das dificuldades de aprendizagem no âmbito escolar. Afora as canções bollywoodianas que deixam o filme um tantinho mais longo do que deveria, é um achado de verdadeiro valor pedagógico. Obrigatório como recurso problematizador e reflexivo da sociedade (a atual, em se tratando de uma problemática tão presente e universal).
Estrada Perdida
4.1 469 Assista AgoraEste aqui é o embrião do que seria anos depois a obra prima (pelo menos considerada por muitos) de David Lynch, Cidade dos Sonhos, e talvez por esse motivo, sejam estruturados de maneira tão similar: uma narrativa inicialmente construída em tom sufocante (pontuado por uma pesada trilha de fundo), indicando um caminho na trama que chega a um ponto de ruptura que é totalmente desconstruído a partir da "colisão" com outra linha narrativa, que se entrelaça (ou não!) com a primeira, mais a frente. Em acréscimo, elementos oníricos, personagens bizarros e relações doentias são frequentemente apresentados em tela como pista, ou pior, como distrações que contribuem com a sensação de desnorteamento do espectador.
São filmes difíceis, é verdade, que devem ser interpretados a cada cena, a cada interação entre os personagens. Isso é cinema de qualidade!
Deus Não Está Morto
2.8 1,4K Assista AgoraPremissa interessante, mas o teor panfletário diminuem brutalmente o atrativo do filme.
O Portal do Paraíso
3.8 47 Assista AgoraFilme bem feito, com cenas lindíssimas e tomadas magníficas. A ótima reconstituição de época não abre concessões para o passado violento dos Estados Unidos, e nisso reside a maior força do filme. Peca apenas por ser muito longo, especialmente em certas cenas que visivelmente se estendem além do que deveriam (a exemplo de outro filme dirigido por Cimino, O Franco Atirador, que se arrasta no segmento da festa de casamento).
Eu Estava Justamente Pensando em Você
3.6 371 Assista AgoraFilme assertivo em analisar o amor a partir de sua desconstrução, inseguranças inerentes, e tudo que de melancólico e soturno uma relação amorosa pode conter. Na forma, além de visualmente bonito, resgata elementos de dois exemplares fortes que trabalham com o mesmo tema: 500 Dias com Ela (se apropriando e reforçando o pessimismo sobre a longevidade do amor, que paira sobre certos relacionamentos) e Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (com um inequívoco pé bem fincado no fantástico). E claro, o sempre bem vindo final em aberto, sujeito a interpretações várias, confere um toque a mais de singularidade para este inesperado - e esnobado - filme.
Doze Homens e Outro Segredo
3.4 367 Assista AgoraA câmera nervosa de Sodenbergh e a ágil edição sugerem um senso de urgência totalmente condizente com a proposta do filme: uma corrida contra o tempo para realizar o roubo impossível. Matt Damon tem uma participação mais funcional aqui, há vários recursos visuais bacanas, e a piada metalinguística com a Julia Roberts é uma das coisas mais engraçadas vistas em um filme nos anos 2000 (por si só já vale todo o filme). Exceto pelo final apressado, é um filme mais bem resolvido que o primeiro.
A Lenda do Zorro
3.0 217 Assista AgoraTão despretensioso que chega a ser bobo. Bom apenas como matinê descompromissada de domingo.
O Destino de Júpiter
2.5 1,3K Assista AgoraNem só de efeitos especiais um filme é feito. Este conto de fadas espacial não foge à regra, com um roteiro repleto de clichês e inconsistências que beiram o constrangedor. Em suma, ruim de doer!
Uma História Real
4.2 298O filme mais pé no chão de David Lynch também é o mais emocional, por mais estranha que possa parecer esta afirmativa. O tema envelhecimento é muito presente, pontuado fortemente pelos olhos marejados e olhar perdido (de memórias) de Alvin, e sua vontade de rever o irmão. O que se descortina a partir da atípica premissa é quase um road movie, que não tem pressa para se desenvolver (o que é totalmente condizente com o envelhecer e o seu transcorrer em um ritmo sensivelmente mais lento), e em que o indivíduo se prova maior do que as vicissitudes de distância, idade, impedimentos físicos, de recursos, etc. Comovente e sensível história, pouco recomendada para quem geralmente não se permite sentir e refletir.
Ali
3.6 173 Assista Agora"Não serei o que querem que eu seja... e eu não tenho medo de ser o que quero ser".
Essa fala é a tônica desta interessante cinebiografia, que apresenta a figura do lutador Cassius Clay como um defensor firme, inflexível e inabalável de suas próprias convicções ideológicas e religiosas. Tangencialmente são abordadas a sua crítica à guerra do Vietnã, dificuldades de relacionamento do primeiro casamento, conflitos culturais e raciais, dentre outros. Em outras palavras, trata-se de um filme afinado com a contextualização histórica, e preciso no enfoque sobre a vida de uma grande personalidade do boxe.
Assassinato no Expresso Oriente
3.7 189 Assista AgoraAtuações fantásticas de todo o elenco, em uma obra cujo ápice é alcançado no "teatral" ato final, repleto de fortes revelações (que enfraquecem se o livro tiver ter sido lido antes, mas que mesmo assim mantêm o espectador sempre atento). Boa adaptação!
Nikita: Criada para Matar
3.5 120 Assista AgoraFilme que nunca fica só nas "ameaças", e que em cada sequência de ação não abre concessões para os seus personagens. Nesse sentido, ele é seco e brutal. As sequências de ação lembram o melhor de outro intenso diretor, John Woo, na sua produtiva fase chinesa. A atriz Anne Parillaud tem uma atuação visceral e esquizofrênica. Vale a conferida!
Onze Homens e um Segredo
3.8 645 Assista AgoraDivertido.