Acreditar que existe um propósito na existência é importante para uma sociedade. Do ponto de vista coletivo, quando nada tem sentido, qualquer ação deixa de ser passível de julgamento. Bela obra.
Uma forma bastante original de demonstrar a relação polícia e racismo nos EUA. O final é muito bonito e simbólico, bem como os acontecimentos que decorreram dele. Este filme com certeza merecia ter recebido mais atenção da temporada de premiações. Ficarei de olho nos próximos trabalhos da Jodie Turner-Smith, me impressionei muito.
Só achei estranho as cenas dos protestos intercaladas com os protagonistas transando no carro. Não entendi muito bem qual foi o objetivo com este tipo de montagem.
Faço parte do grupo de pessoas que quis assistir este filme unicamente pela elogiada atuação do Willem Dafoe. Caso esse seja seu caso, te encorajo fortemente a também assisti-lo, recebendo de brinde uma fotografia linda através de uma câmera frenética e dinâmica.
Tive a curiosidade em assistir esse filme por ter recebido a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1958 e ser soviético, pois acho que nunca havia assistido um filme da URSS antes. Infelizmente, não me agradou muito. Considerei muitas cenas exageradamente dramáticas. Cito duas:
- a cena onde o Mark diz que ama a Veronika e aparentemente a estupra (como fica subentendido) devido a negação dela, onde tudo ocorre em meio a um caos com ataques aéreos, com ela correndo, sendo impedida e quebrando um vidro depois, com uma música bastante dramática ao fundo. Aqui entra uma questão de gosto pessoal, mas uma cena mais crua teria me impactado mais;
- a cena da morte de Boris, onde ele é baleado entre aquelas árvores após salvar um amigo e leva um tempo considerável a cair no chão, onde em seguida as árvores filmadas de baixo se intercalam com cenas do casamento entre a Veronika e o Mark, uma montagem que me incomodou também.
Sinto que esse filme procurou ao máximo me fazer sentir a tristeza que permeia a história, enquanto eu preferiria receber elementos que me possibilitassem experienciá-la por mim mesmo. Além disso há coincidências no roteiro que me incomodaram um pouco,
como a criança que a Veronika salva justamente se chamar Boris e a cena na enfermaria onde os homens condenam a ex-companheira de um dos soldados feridos que o trocou por outro homem enquanto ele estava no campo de batalha, o que se aproxima muito da situação da Veronika (mesmo que eu creio que ela tenha se casado por vergonha pelo estupro, que eu supus ter ocorrido).
A beleza da fotografia do filme é indiscutível, as cenas de multidão, tanto no início quanto no fim do filme, são muito bem executadas e relação com as cegonhas também é interessante, porém esse longa não se tornou memorável para mim.
A maneira como essa filme trata a nudez feminina foi o que mais me chamou a atenção. Anos 60 e seios sendo mostrados sem tabu, como somente mais uma parte do corpo humano.
Safe merece um lugar especial na filmografia hollywoodiana dos anos 90, tendo uma direção bastante padrão para essa década e ao mesmo tempo um roteiro tão diferenciado. Eu diria que esse filme trata com originalidade uma temática um pouco "gasta", que seria esse adoecimento físico e mental em uma sociedade capitalista, individualista e sem grandes propósitos em fugir de uma vida óbvia. A atuação da Julianne Moore é precisa, muito mais convincente e orgânica do que em "Still Alice", na minha opinião.
Interessante perceber o como ela vai piorando fisicamente e ficando cada vez mais fraca ao longo do filme, mesmo estando em um lugar "melhor". Destaco duas cenas da segunda parte: quando a Carol e familiares veem a casa do Peter Dunning, que tem uma vida bastante luxuosa paga por pacientes que ele trata repetindo frases de autoajuda; e o discurso que a Carol faz quando recebe o bolo de aniversário, um amontoado de palavras-chave e ideias vazias que ela só repete e no fundo não parece entender verdadeiramente o que significam.
A cena do Harry encontrando a Cynthia no campo de batalha é cômica, não conseguia acreditar que ninguém achou aquilo meio exagerado enquanto elaboravam o roteiro (esse trecho, inclusive, não consta no conto homônimo do Hemingway ao qual o filme se baseia).
A cena do jogo de tênis em que todos os expectadores viram a cabeça de um lado para o outro acompanhando a bola e a câmera aproxima no rosto estático do Bruno encarando o Guy é icônica.
Gosto dos filmes antigos de Hollywood pela falta de pretensão (aos olhos de hoje) e diálogos um pouco caricatos. Me entretém e geralmente não exige uma grande atenção e reflexão. "Rain" me pegou de surpresa. Bastante profundo no que se propõe, feito antes da onda de censura dos bons costumes vigorar na Hollywood da época. Sigo refletindo sobre ele. Há uma frase de uma organização ambientalista que se aplica bem à Sadie Thompson: "You can't control what is wild".
Creio que gostei deste filme por me identificar com essa necessidade de abandonar tudo e só sair por aí. A relação entre o casal é muito bem construída e te deixa com vontade de conhecer alguém que te entenda e diga as coisas certas nas horas certas. Algumas coisas são bem desnecessárias
(acho difícil que pessoas em plenas condições mentais matem e queimem alguém e consigam se recuperar disso em seguida ou que dois jovens consigam enganar a polícia dessa maneira)
Se é para fazer um filme de ficção científica, que seja no mínimo um absurdo a altura deste. Estava completamente imerso, tendo a certeza de que se tornaria um dos favoritos da vida, mas aquele
Filme ruim, clichê, novela das 8, mas a mensagem que passa é bonita e acho que é bastante importante para o contexto venezuelano, onde os direitos LGBT são bem limitados, mesmo comparados à realidade sul-americana. Entretanto, meu senso crítico não permite que eu ignore as atuações ruins, os diálogos mal construídos, reações exageradas dos personagens, as coincidências também exageradas que fogem à realidade (
A Delírio encontra justamente o cara que ela gostava quando adolescente, depois a mesma do nada assume o programa de televisão, aleatoriamente um cara filma o médico homossexual sendo espancado, a mina dá o fora no Armando justamente em frente ao pôster com a foto do cara que ele usava no chat, dentre outras
). Mas na sessão de cinema em que vi esse filme, todo mundo ria das piadas óbvias e saiu sorrindo no final. Talvez eu que seja muito chato.
Filme bastante estranho. A Julie do início nada tem a ver com a Julie da segunda parte. A sensação é que não é somente uma mudança de hábitos decorrentes do trauma do baile, mas sim como se fossem duas pessoas diferentes, de personalidades completamente distintas. Além disso, a história é chata. Vale somente pela atuação magistral de Bette Davis.
Ao longo do desenrolar da história (ou do dia em que ela é retratada) eu achei bacana de acompanhar, mas nada incrível, inclusive estava um pouco incomodado com a falta de centralidade da trama, me dava a impressão de que era apenas um monte de personagens para lá e para cá. Até acontecer o último ato, para onde tudo culmina. Me pegou de surpresa de uma maneira positiva e me fez ficar vidrado. Bastante impactante e bem executado o encerramento.
Porém, teria gostado mais se ele tivesse encerrado com aquele homem com deficiência mental colocando a foto do Malcolm X e do Luther King na parede da pizzaria seguido pelos textos dos mesmos antes dos créditos. Faria bastante sentido, pois acabou sendo feita uma coisa que eles desaprovam em seus escritos para que a sua imagem de representatividade negra fosse pendurada no estabelecimento, deixando bem claras (ou escuras) as discussões que o Spike Lee queria provocar.
As Harmonias de Werckmeister
4.3 94Acreditar que existe um propósito na existência é importante para uma sociedade. Do ponto de vista coletivo, quando nada tem sentido, qualquer ação deixa de ser passível de julgamento. Bela obra.
Queen & Slim
4.3 298 Assista AgoraUma forma bastante original de demonstrar a relação polícia e racismo nos EUA. O final é muito bonito e simbólico, bem como os acontecimentos que decorreram dele. Este filme com certeza merecia ter recebido mais atenção da temporada de premiações. Ficarei de olho nos próximos trabalhos da Jodie Turner-Smith, me impressionei muito.
Só achei estranho as cenas dos protestos intercaladas com os protagonistas transando no carro. Não entendi muito bem qual foi o objetivo com este tipo de montagem.
No Portal da Eternidade
3.8 348 Assista AgoraFaço parte do grupo de pessoas que quis assistir este filme unicamente pela elogiada atuação do Willem Dafoe. Caso esse seja seu caso, te encorajo fortemente a também assisti-lo, recebendo de brinde uma fotografia linda através de uma câmera frenética e dinâmica.
Quando Voam as Cegonhas
4.3 72Tive a curiosidade em assistir esse filme por ter recebido a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1958 e ser soviético, pois acho que nunca havia assistido um filme da URSS antes. Infelizmente, não me agradou muito. Considerei muitas cenas exageradamente dramáticas. Cito duas:
- a cena onde o Mark diz que ama a Veronika e aparentemente a estupra (como fica subentendido) devido a negação dela, onde tudo ocorre em meio a um caos com ataques aéreos, com ela correndo, sendo impedida e quebrando um vidro depois, com uma música bastante dramática ao fundo. Aqui entra uma questão de gosto pessoal, mas uma cena mais crua teria me impactado mais;
- a cena da morte de Boris, onde ele é baleado entre aquelas árvores após salvar um amigo e leva um tempo considerável a cair no chão, onde em seguida as árvores filmadas de baixo se intercalam com cenas do casamento entre a Veronika e o Mark, uma montagem que me incomodou também.
Sinto que esse filme procurou ao máximo me fazer sentir a tristeza que permeia a história, enquanto eu preferiria receber elementos que me possibilitassem experienciá-la por mim mesmo. Além disso há coincidências no roteiro que me incomodaram um pouco,
como a criança que a Veronika salva justamente se chamar Boris e a cena na enfermaria onde os homens condenam a ex-companheira de um dos soldados feridos que o trocou por outro homem enquanto ele estava no campo de batalha, o que se aproxima muito da situação da Veronika (mesmo que eu creio que ela tenha se casado por vergonha pelo estupro, que eu supus ter ocorrido).
A beleza da fotografia do filme é indiscutível, as cenas de multidão, tanto no início quanto no fim do filme, são muito bem executadas e relação com as cegonhas também é interessante, porém esse longa não se tornou memorável para mim.
BoJack Horseman (6ª Temporada)
4.6 296 Assista AgoraIncrível como tudo se conecta nessa temporada. Os diálogos do último episódio são perfeitos.
"It was nice while it lasted."
Onibaba: A Mulher Demônio
4.1 115A maneira como essa filme trata a nudez feminina foi o que mais me chamou a atenção. Anos 60 e seios sendo mostrados sem tabu, como somente mais uma parte do corpo humano.
Joias Brutas
3.7 1,1K Assista AgoraNão acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder.
O Padre e a Moça
3.9 51"Não sei se é o Demônio mesmo ou se é Deus que tá no meu corpo."
Mal do Século
3.6 98 Assista AgoraSafe merece um lugar especial na filmografia hollywoodiana dos anos 90, tendo uma direção bastante padrão para essa década e ao mesmo tempo um roteiro tão diferenciado. Eu diria que esse filme trata com originalidade uma temática um pouco "gasta", que seria esse adoecimento físico e mental em uma sociedade capitalista, individualista e sem grandes propósitos em fugir de uma vida óbvia. A atuação da Julianne Moore é precisa, muito mais convincente e orgânica do que em "Still Alice", na minha opinião.
Interessante perceber o como ela vai piorando fisicamente e ficando cada vez mais fraca ao longo do filme, mesmo estando em um lugar "melhor". Destaco duas cenas da segunda parte: quando a Carol e familiares veem a casa do Peter Dunning, que tem uma vida bastante luxuosa paga por pacientes que ele trata repetindo frases de autoajuda; e o discurso que a Carol faz quando recebe o bolo de aniversário, um amontoado de palavras-chave e ideias vazias que ela só repete e no fundo não parece entender verdadeiramente o que significam.
Don't F**k With Cats: Uma Caçada Online
4.2 326 Assista AgoraComo eu vim parar nesse documentário? Deus eu só tenho seis anos.
As Neves do Kilimanjaro
3.4 20 Assista AgoraEnfadonho.
A cena do Harry encontrando a Cynthia no campo de batalha é cômica, não conseguia acreditar que ninguém achou aquilo meio exagerado enquanto elaboravam o roteiro (esse trecho, inclusive, não consta no conto homônimo do Hemingway ao qual o filme se baseia).
Pacto Sinistro
4.1 292 Assista AgoraPara mim, mais do que o roteiro, os pontos fortes desse filme são edição e direção. Impecáveis.
A cena do jogo de tênis em que todos os expectadores viram a cabeça de um lado para o outro acompanhando a bola e a câmera aproxima no rosto estático do Bruno encarando o Guy é icônica.
O Pecado Da Carne
3.9 15 Assista AgoraGosto dos filmes antigos de Hollywood pela falta de pretensão (aos olhos de hoje) e diálogos um pouco caricatos. Me entretém e geralmente não exige uma grande atenção e reflexão. "Rain" me pegou de surpresa. Bastante profundo no que se propõe, feito antes da onda de censura dos bons costumes vigorar na Hollywood da época. Sigo refletindo sobre ele. Há uma frase de uma organização ambientalista que se aplica bem à Sadie Thompson: "You can't control what is wild".
Encurralado
3.9 432 Assista AgoraUma aula de direção (nos dois sentidos).
Odödliga
3.6 18Creio que gostei deste filme por me identificar com essa necessidade de abandonar tudo e só sair por aí. A relação entre o casal é muito bem construída e te deixa com vontade de conhecer alguém que te entenda e diga as coisas certas nas horas certas. Algumas coisas são bem desnecessárias
(a história da irmã da Em, por exemplo, por mim nem colocava)
(acho difícil que pessoas em plenas condições mentais matem e queimem alguém e consigam se recuperar disso em seguida ou que dois jovens consigam enganar a polícia dessa maneira)
Violent
3.8 9Filme lindo. Parece um sonho. O final é sensacional.
Viagens Alucinantes
3.7 186Se é para fazer um filme de ficção científica, que seja no mínimo um absurdo a altura deste. Estava completamente imerso, tendo a certeza de que se tornaria um dos favoritos da vida, mas aquele
final clichê, com o Eddie falando "I love you, Emily" estragou toda a proposta do filme
Azul e Não Tão Rosa
3.7 36Filme ruim, clichê, novela das 8, mas a mensagem que passa é bonita e acho que é bastante importante para o contexto venezuelano, onde os direitos LGBT são bem limitados, mesmo comparados à realidade sul-americana. Entretanto, meu senso crítico não permite que eu ignore as atuações ruins, os diálogos mal construídos, reações exageradas dos personagens, as coincidências também exageradas que fogem à realidade (
A Delírio encontra justamente o cara que ela gostava quando adolescente, depois a mesma do nada assume o programa de televisão, aleatoriamente um cara filma o médico homossexual sendo espancado, a mina dá o fora no Armando justamente em frente ao pôster com a foto do cara que ele usava no chat, dentre outras
Quem Tem Medo de Virginia Woolf?
4.3 497 Assista Agora"Violence! Violence!"
Uma Mulher Fantástica
4.1 422 Assista AgoraLindo. A cena da dança ao som de "Queen" do Matthew Herbert é primorosa. Execução, mensagem e música lindas.
Jezebel
3.9 111Filme bastante estranho. A Julie do início nada tem a ver com a Julie da segunda parte. A sensação é que não é somente uma mudança de hábitos decorrentes do trauma do baile, mas sim como se fossem duas pessoas diferentes, de personalidades completamente distintas. Além disso, a história é chata. Vale somente pela atuação magistral de Bette Davis.
A Noite Americana
4.3 188- Já tomei minha decisão. Vou abandonar a minha carreira.
- Boa ideia. Abandone sua carreira. ~sai sorrindo
Um Balde de Sangue
3.7 23 Assista AgoraAssisti no cinema chapado. Baita experiência e baita filme. Mescla de engraçado e macabro.
Faça a Coisa Certa
4.2 398Ao longo do desenrolar da história (ou do dia em que ela é retratada) eu achei bacana de acompanhar, mas nada incrível, inclusive estava um pouco incomodado com a falta de centralidade da trama, me dava a impressão de que era apenas um monte de personagens para lá e para cá. Até acontecer o último ato, para onde tudo culmina. Me pegou de surpresa de uma maneira positiva e me fez ficar vidrado. Bastante impactante e bem executado o encerramento.
Porém, teria gostado mais se ele tivesse encerrado com aquele homem com deficiência mental colocando a foto do Malcolm X e do Luther King na parede da pizzaria seguido pelos textos dos mesmos antes dos créditos. Faria bastante sentido, pois acabou sendo feita uma coisa que eles desaprovam em seus escritos para que a sua imagem de representatividade negra fosse pendurada no estabelecimento, deixando bem claras (ou escuras) as discussões que o Spike Lee queria provocar.