É uma das piores adaptações de livros que eu já vi, se limita a fazer um resumo do original e o enfraquece. Isso, por si só, não faria do filme ruim, mas seu roteiro mal construído o sepulta. É tudo apressado demais e as relações e situações não têm tempo de desenvolverem apropriadamente.
Dois quesitos o tiram da mediocridade completa: a atuação de John Hurt, que transborda uma revolta adormecida e, depois, um sofrimento tão intenso que gela a espinha; e a fotografia de Roger Deakins, aterradora como sempre.
Não se trata de uma mera revolta do oprimido contra o opressor. É o desejo visceral por justiça que consome a alma de qualquer pessoa incomodada com o conservadorismo mesquinho e excludente.
O desfecho controverso do filme demonstra isso: é óbvio que um atentado não trará qualquer solução. Só que esse não é seu propósito. Ele é simplesmente a tradução em tela do sentimento daquele que foi humilhado tantas vezes e tá com a faca entre os dentes.
Daquele tipo de filme ótimo de ver no cinema, em que a imersão da tela grande não te permite deixar passar os detalhes da história.
O que Boy from Heaven tem de melhor é mesmo seu roteiro, cheio de nuances e pequenas surpresas - ainda que com algumas saídas fáceis aqui e ali. Todo o resto do filme trabalha ao seu redor de forma, em geral, competente.
instigante pela maneira como trata uma história de amor adolescente, mas de clima um tanto gélido demais, a ponto de eu perder gradativamente o interesse até a excelente sequência final.
Vi esse filme ser classificado por aí como um "crime drama". Talvez seja meu momento pessoal no meio dessa eleição desgraçada, mas vi muito mais discurso e política do que uma narrativa criminal.
A começar pelo fato de que a história é propositalmente muito obtusa. O que acontece com os personagens importa menos do que a ideia que os fatos narrados passam. Manto de Gemas é um atestado do que há de pior no subdesenvolvimento: um Estado ausente, que provoca um mal estar social crônico quase impossível de superar e que sufoca a população comum.
Em termos estéticos, incrível esta ser a primeira direção de Natalia Lopéz. Demonstra uma linguagem muito madura, um controle realmente soberbo sobre o que é filmado. Adoro especialmente o uso do som e o clima geral de pesadelo - este último, apoiado pela excelente cinematografia.
Conduzido de forma muito íntima por Carla Simón, Alcarràs se sustenta por duas horas por meio de micro conflitos que envolvem os choques geracionais, de gênero e ideais entre os membros da família. À princípio, não parece querer chegar em algum lugar específico e leva o espectador a conhecer seus personagens de forma despretensiosa.
O tom mais político do argumento inicial, no entanto, é retomado aos poucos e o roteiro revela, sempre muito sutil, o conflito central. Quando ele finalmente atinge um possível ponto de inflexão, já não há mais o que filmar - afinal, a vida comum não é feita de tramas mirabolantes.
Por mais que eu desejasse uma história mais bem construída, da apresentação dos personagens ao desenvolvimento geral da trama, Aladdin tem muitos momentos e qualidade marcantes que sustentam o todo.
O destaque óbvio é o Gênio, engraçadíssimo e dono da maioria dos melhores momentos visuais e textuais do filme. Jasmin e Aladdin também compartilham algumas cenas lindas.
Por mais bonito que seja Branca de Neve, tem um salto técnico muito notável em Pinóquio. Não só pela beleza da animação, mas pela criatividade das gags visuais e de outros momentos marcantes - como a transformação das crianças em burros.
A narrativa em si, muito picotada, não se sustenta tão bem. E o moralismo rígido demais não desce legal em 2022.
Dá pra dizer que é um dos filmes mais importantes e revolucionários da história. A qualidade da animação impressiona e deve ter deixado as pessoas maravilhadas em 1937.
E, diferente de algumas outras animações dessa primeira fase da Disney, a história é verdadeiramente gostosa de acompanhar. O filme passa super rápido, com ajuda crucial dos Anões, que são muito marcantes e distintos entre si.
Nope confirma a habilidade de Jordan Peele em criar tensão a partir da comédia, humor a partir do terror. A forma como ele transita bem entre esses gêneros - e tudo o que está entre eles - é qualquer coisa. Nesse sentido, texto e condução muito refinados e que sustentam bem a história (bastante) obtusa.
Notei um esforço do diretor para criar uma obra que coloca o entretenimento, se não à frente, ao menos em pé de igualdade ao seu discurso. Acho, no entanto, que ele falha em construir a narrativa ao redor de suas ideias, como fez tão bem em Get Out e Us, o que por fim empobrece o todo e coloca Nope abaixo do restante de sua filmografia.
The Batman é a versão mais multifacetada e profunda de uma história desse personagem no cinema.
Sem grande perfumaria visual, mas mantendo uma visão muito coesa do universo a ser trabalhado, o filme nos dá um vislumbre da mais degradada metrópole possível, onde a violência política tornou-se resposta e a corrupção é a única coisa que a move. A brilhante decupagem do Charada, associando-o a terrores da era da informação, evidencia o quanto esta Gotham está próxima do que o mundo vive atualmente.
De negativo, só uma solução ou outra conveniente demais e um fim mais prolongado que o necessário.
É louvável a tentativa de descontruir essa imbecilidade que é o multiverso. Funciona melhor, porém. quando é feito com a sátira. E por mais que o filme tenha momentos comediosos, são ocasionais demais pra formarem uma unidade.
Falando pelo que ele é, vi muito malabarismo pra pouco mais de duas horas, e o todo não se sustenta por tão desconectado do espectador que acaba sendo. Não me importei com quase nada da trama e a lógica interna era falha ou me sobrecarregava. E o fim familiar contrasta de forma muito amarga com a porralouquice do restante.
Doutor Estranho tem praticamente todas os excessos e imbecilidades das produções da Marvel Studios, mas a criatividade visual acima da média e o bom elenco dão um caldo interessante.
É divertido e menos pretencioso que um Vingadores da vida. Até eu, que não sou muito chegado nos filmes da produtora, consegui curtir.
Resnais e o roteirista Robbe-Grillet abandonam quaisquer convenções narrativas formais e reduzem a estrutura do filme a um emaranhado de passagens e repetições. O ano passado em Marienbad opera como um sonho, ou uma tentativa de colar memórias escassas de um tempo distante.
Debaixo de sua casca hermética, há um corpo cheio de emoção e significado. O ano passado em Marienbad é sinônimo de onirismo no cinema e não carrega sua fama de vanguardista à toa.
Outro triste exemplo de filme do Welles massacrado pela edição forçada por executivos, dessa vez, da Columbia. Aparentemente, o corte inicial tinha cerca de uma hora a mais, tempo suficiente para consertar o ritmo quebrado e o enredo apressado que assistimos no corte de cinema.
Apesar disso, como qualquer filme dirigido por Orson Welles, o trabalho de câmera é estonteante. Do que sobrou do roteiro em tela, os diálogos se destacam e são um ótimo fio condutor da tensão entre os personagens.
Um dos filmes mais bonitos e bem filmados que já vi. Atalante tem muita alma, uma poesia sobre o amor imperfeito de pessoas reais. Sua versatilidade narrativa encanta, e sua linguagem é tão moderna que é difícil acreditar que se trata de um filme de 1934.
Jean Vigo era de fato um visionário, sua morte precoce é uma pena inestimável.
Drive My Car é praticamente um poema filmado de três horas sobre o luto. De natureza existencialista e detalhista, é um filme que convida o espectador a olhar para si mesmo - creio ser difícil apreciá-lo de forma superficial demais, só acompanhando a narrativa. Dentro de sua ideia, é emocionalmente complexo e lindamente executado.
Os elementos essenciais do cinema de ação do Michael Mann estão aqui, mas de forma bem mais crua. 14 anos depois, ele os aperfeiçoaria em Heat.
Há certo desequilíbrio narrativo em Thief. Os núcleos que lidam com as relações pessoais do Frank, embora funcionais, não são tão interessantes de assistir quanto as sequências de roubos e os diálogos da "parte" criminosa da trama.
A primeira metade é de um filme modesto que abusa dos clichês, mas ainda é bem conduzido.e agradável.
CODA só ganha força mesmo na metade final, quando o conflito real é apresentado e as situações familiares passam a ter mais peso. Foi bem difícil conter a choradeira em uns dois momentos do ato final.
Dois destaques sustentam o filme: a direção do Spielberg, que não deixa cair o ritmo e compõe grandes números musicais, e a presença intensa da Ariana DeBose.
Repete alguns problemas do filme de 1965 e é menos inspirado em várias passagens. Há também um desequilíbrio no casting, com a metade porto riquenha do elenco bem melhor.
Um filme gostoso de assistir. De visual e trilha aconchegantes e personagens carismáticos. PTA segue filmando como poucos de sua geração e os atores se dão surpreendentemente bem - especialmente a estreante Alana Haim.
O roteiro, no entanto, é sinceramente uma merda. Cheio de furos, um grave problema de continuidade, personagens que aparecem e se vão sem motivo plausível e uma conclusão vinda do absoluto nada.
Quase um 'buddy movie' de estrutura bem convencional e soluções de roteiro um tanto óbvias. Ghostbusters brilha nos seus momentos mais nonsense - da tal lenda suméria na NY dos anos 1980 a "Yes, it's true. This man has no dick".
E Bill Murray, né? Quando esse cara atuou mal na vida?
Uma meditação exuberante sobre a face selvagem do capitalismo, em que a dominância, e não o progresso, é o objetivo final.
Mas mais que isso, é sobre um país que se afastava de seu passado fundamentalista e supersticioso, dos cowboys e de disputas internas, em direção à potência global que se desenhava.
Como se todas suas qualidades não o bastassem, tem ainda uma das melhores interpretações de um protagonista masculino da história do cinema.
Um noir cuja figura do anti-herói é sua razão de existir. Ray distorce o personagem de Bogart - e a nossa expectativa quanto a ele - de tal forma que terminamos o filme com tantas dúvidas quanto Laurel Gray durante o ato final.
E é impossível deixar passar a metalinguagem inserida aqui, nada incidental.
1984
3.7 545 Assista AgoraÉ uma das piores adaptações de livros que eu já vi, se limita a fazer um resumo do original e o enfraquece. Isso, por si só, não faria do filme ruim, mas seu roteiro mal construído o sepulta. É tudo apressado demais e as relações e situações não têm tempo de desenvolverem apropriadamente.
Dois quesitos o tiram da mediocridade completa: a atuação de John Hurt, que transborda uma revolta adormecida e, depois, um sofrimento tão intenso que gela a espinha; e a fotografia de Roger Deakins, aterradora como sempre.
Se...
3.9 170Não se trata de uma mera revolta do oprimido contra o opressor. É o desejo visceral por justiça que consome a alma de qualquer pessoa incomodada com o conservadorismo mesquinho e excludente.
O desfecho controverso do filme demonstra isso: é óbvio que um atentado não trará qualquer solução. Só que esse não é seu propósito. Ele é simplesmente a tradução em tela do sentimento daquele que foi humilhado tantas vezes e tá com a faca entre os dentes.
Garoto Dos Céus
3.6 10Daquele tipo de filme ótimo de ver no cinema, em que a imersão da tela grande não te permite deixar passar os detalhes da história.
O que Boy from Heaven tem de melhor é mesmo seu roteiro, cheio de nuances e pequenas surpresas - ainda que com algumas saídas fáceis aqui e ali. Todo o resto do filme trabalha ao seu redor de forma, em geral, competente.
Deixa Ela Entrar
4.0 1,6Kinstigante pela maneira como trata uma história de amor adolescente, mas de clima um tanto gélido demais, a ponto de eu perder gradativamente o interesse até a excelente sequência final.
Manto de Gemas
2.8 7Vi esse filme ser classificado por aí como um "crime drama". Talvez seja meu momento pessoal no meio dessa eleição desgraçada, mas vi muito mais discurso e política do que uma narrativa criminal.
A começar pelo fato de que a história é propositalmente muito obtusa. O que acontece com os personagens importa menos do que a ideia que os fatos narrados passam. Manto de Gemas é um atestado do que há de pior no subdesenvolvimento: um Estado ausente, que provoca um mal estar social crônico quase impossível de superar e que sufoca a população comum.
Em termos estéticos, incrível esta ser a primeira direção de Natalia Lopéz. Demonstra uma linguagem muito madura, um controle realmente soberbo sobre o que é filmado. Adoro especialmente o uso do som e o clima geral de pesadelo - este último, apoiado pela excelente cinematografia.
Alcarràs
3.6 26 Assista AgoraConduzido de forma muito íntima por Carla Simón, Alcarràs se sustenta por duas horas por meio de micro conflitos que envolvem os choques geracionais, de gênero e ideais entre os membros da família. À princípio, não parece querer chegar em algum lugar específico e leva o espectador a conhecer seus personagens de forma despretensiosa.
O tom mais político do argumento inicial, no entanto, é retomado aos poucos e o roteiro revela, sempre muito sutil, o conflito central. Quando ele finalmente atinge um possível ponto de inflexão, já não há mais o que filmar - afinal, a vida comum não é feita de tramas mirabolantes.
Aladdin
4.0 726 Assista AgoraPor mais que eu desejasse uma história mais bem construída, da apresentação dos personagens ao desenvolvimento geral da trama, Aladdin tem muitos momentos e qualidade marcantes que sustentam o todo.
O destaque óbvio é o Gênio, engraçadíssimo e dono da maioria dos melhores momentos visuais e textuais do filme. Jasmin e Aladdin também compartilham algumas cenas lindas.
Pinóquio
3.6 423 Assista AgoraPor mais bonito que seja Branca de Neve, tem um salto técnico muito notável em Pinóquio. Não só pela beleza da animação, mas pela criatividade das gags visuais e de outros momentos marcantes - como a transformação das crianças em burros.
A narrativa em si, muito picotada, não se sustenta tão bem. E o moralismo rígido demais não desce legal em 2022.
Branca de Neve e os Sete Anões
3.8 711Dá pra dizer que é um dos filmes mais importantes e revolucionários da história. A qualidade da animação impressiona e deve ter deixado as pessoas maravilhadas em 1937.
E, diferente de algumas outras animações dessa primeira fase da Disney, a história é verdadeiramente gostosa de acompanhar. O filme passa super rápido, com ajuda crucial dos Anões, que são muito marcantes e distintos entre si.
Não! Não Olhe!
3.5 1,3K Assista AgoraNope confirma a habilidade de Jordan Peele em criar tensão a partir da comédia, humor a partir do terror. A forma como ele transita bem entre esses gêneros - e tudo o que está entre eles - é qualquer coisa. Nesse sentido, texto e condução muito refinados e que sustentam bem a história (bastante) obtusa.
Notei um esforço do diretor para criar uma obra que coloca o entretenimento, se não à frente, ao menos em pé de igualdade ao seu discurso. Acho, no entanto, que ele falha em construir a narrativa ao redor de suas ideias, como fez tão bem em Get Out e Us, o que por fim empobrece o todo e coloca Nope abaixo do restante de sua filmografia.
Batman
4.0 1,9K Assista AgoraThe Batman é a versão mais multifacetada e profunda de uma história desse personagem no cinema.
Sem grande perfumaria visual, mas mantendo uma visão muito coesa do universo a ser trabalhado, o filme nos dá um vislumbre da mais degradada metrópole possível, onde a violência política tornou-se resposta e a corrupção é a única coisa que a move. A brilhante decupagem do Charada, associando-o a terrores da era da informação, evidencia o quanto esta Gotham está próxima do que o mundo vive atualmente.
De negativo, só uma solução ou outra conveniente demais e um fim mais prolongado que o necessário.
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista AgoraÉ louvável a tentativa de descontruir essa imbecilidade que é o multiverso. Funciona melhor, porém. quando é feito com a sátira. E por mais que o filme tenha momentos comediosos, são ocasionais demais pra formarem uma unidade.
Falando pelo que ele é, vi muito malabarismo pra pouco mais de duas horas, e o todo não se sustenta por tão desconectado do espectador que acaba sendo. Não me importei com quase nada da trama e a lógica interna era falha ou me sobrecarregava. E o fim familiar contrasta de forma muito amarga com a porralouquice do restante.
Típico filme interessante, mas não muito bom.
Doutor Estranho
4.0 2,2K Assista AgoraDoutor Estranho tem praticamente todas os excessos e imbecilidades das produções da Marvel Studios, mas a criatividade visual acima da média e o bom elenco dão um caldo interessante.
É divertido e menos pretencioso que um Vingadores da vida. Até eu, que não sou muito chegado nos filmes da produtora, consegui curtir.
O Ano Passado em Marienbad
4.2 156 Assista AgoraResnais e o roteirista Robbe-Grillet abandonam quaisquer convenções narrativas formais e reduzem a estrutura do filme a um emaranhado de passagens e repetições. O ano passado em Marienbad opera como um sonho, ou uma tentativa de colar memórias escassas de um tempo distante.
Debaixo de sua casca hermética, há um corpo cheio de emoção e significado. O ano passado em Marienbad é sinônimo de onirismo no cinema e não carrega sua fama de vanguardista à toa.
A Dama de Shanghai
4.0 103 Assista AgoraOutro triste exemplo de filme do Welles massacrado pela edição forçada por executivos, dessa vez, da Columbia. Aparentemente, o corte inicial tinha cerca de uma hora a mais, tempo suficiente para consertar o ritmo quebrado e o enredo apressado que assistimos no corte de cinema.
Apesar disso, como qualquer filme dirigido por Orson Welles, o trabalho de câmera é estonteante. Do que sobrou do roteiro em tela, os diálogos se destacam e são um ótimo fio condutor da tensão entre os personagens.
O Atalante
4.1 60 Assista AgoraUm dos filmes mais bonitos e bem filmados que já vi. Atalante tem muita alma, uma poesia sobre o amor imperfeito de pessoas reais. Sua versatilidade narrativa encanta, e sua linguagem é tão moderna que é difícil acreditar que se trata de um filme de 1934.
Jean Vigo era de fato um visionário, sua morte precoce é uma pena inestimável.
Drive My Car
3.8 385 Assista AgoraDrive My Car é praticamente um poema filmado de três horas sobre o luto. De natureza existencialista e detalhista, é um filme que convida o espectador a olhar para si mesmo - creio ser difícil apreciá-lo de forma superficial demais, só acompanhando a narrativa. Dentro de sua ideia, é emocionalmente complexo e lindamente executado.
Profissão, Ladrão
3.9 74Os elementos essenciais do cinema de ação do Michael Mann estão aqui, mas de forma bem mais crua. 14 anos depois, ele os aperfeiçoaria em Heat.
Há certo desequilíbrio narrativo em Thief. Os núcleos que lidam com as relações pessoais do Frank, embora funcionais, não são tão interessantes de assistir quanto as sequências de roubos e os diálogos da "parte" criminosa da trama.
No Ritmo do Coração
4.1 754 Assista AgoraA primeira metade é de um filme modesto que abusa dos clichês, mas ainda é bem conduzido.e agradável.
CODA só ganha força mesmo na metade final, quando o conflito real é apresentado e as situações familiares passam a ter mais peso. Foi bem difícil conter a choradeira em uns dois momentos do ato final.
Amor, Sublime Amor
3.4 355 Assista AgoraDois destaques sustentam o filme: a direção do Spielberg, que não deixa cair o ritmo e compõe grandes números musicais, e a presença intensa da Ariana DeBose.
Repete alguns problemas do filme de 1965 e é menos inspirado em várias passagens. Há também um desequilíbrio no casting, com a metade porto riquenha do elenco bem melhor.
Licorice Pizza
3.5 597Um filme gostoso de assistir. De visual e trilha aconchegantes e personagens carismáticos. PTA segue filmando como poucos de sua geração e os atores se dão surpreendentemente bem - especialmente a estreante Alana Haim.
O roteiro, no entanto, é sinceramente uma merda. Cheio de furos, um grave problema de continuidade, personagens que aparecem e se vão sem motivo plausível e uma conclusão vinda do absoluto nada.
Os Caça-Fantasmas
3.7 733 Assista AgoraQuase um 'buddy movie' de estrutura bem convencional e soluções de roteiro um tanto óbvias. Ghostbusters brilha nos seus momentos mais nonsense - da tal lenda suméria na NY dos anos 1980 a "Yes, it's true. This man has no dick".
E Bill Murray, né? Quando esse cara atuou mal na vida?
Sangue Negro
4.3 1,2K Assista AgoraUma meditação exuberante sobre a face selvagem do capitalismo, em que a dominância, e não o progresso, é o objetivo final.
Mas mais que isso, é sobre um país que se afastava de seu passado fundamentalista e supersticioso, dos cowboys e de disputas internas, em direção à potência global que se desenhava.
Como se todas suas qualidades não o bastassem, tem ainda uma das melhores interpretações de um protagonista masculino da história do cinema.
No Silêncio da Noite
4.1 79 Assista AgoraUm noir cuja figura do anti-herói é sua razão de existir. Ray distorce o personagem de Bogart - e a nossa expectativa quanto a ele - de tal forma que terminamos o filme com tantas dúvidas quanto Laurel Gray durante o ato final.
E é impossível deixar passar a metalinguagem inserida aqui, nada incidental.