Existe uma conexão forte, e, ao fim sinto que o principal tema está relacionado a duas pessoas muito sensíveis ao sexo que acabam não conseguindo se resolver com elas mesmas. O que mais me frusta é que tudo o que ocorre ao redor de Marianne e Connell é extremamente estereotipado e mal explorado. O irmão dela, por exemplo, não tem uma linha que não seja para despejar ódio. Nem as piores pessoas são assim. A namorada que Connell faz durante a série é apenas um dispositivo pras intenções do roteiro, nunca uma pessoa real. Esses fatores fazem com que toda interação que não seja entre Connell e Marianne seja desinteressante, o que torna a separação deles quase injustificável.
Fala sério, são oito episódios de aproximadamente uma hora e a Maeve toma uma decisão importantíssima depois de um diálogo de dois minutos. Antes, estava decidida que ia fazer o contrário.
Não acho sua decisão errada de forma alguma, porém deveria ter sido melhor trabalhada.
Essa temporada tem meu episódio favorito da série até aqui (02x06). Nele, há maior envolvimento íntimo com os personagens, um minimalismo que faz bem. Pena que exista tanta dificuldade em trazer mais momentos como esse. De modo geral, há um distanciamento muito grande das peças que movem o jogo. A ponto de serem vistas realmente como peças, e não pessoas de carne e osso. Paradoxos, teorias, apocalipses, outros mundos. No meio de tudo isso, falta uma conexão emocional. O mínimo de carisma.
Todos os personagens desse filme são relativamente jovens. A ponto de ainda terem a possibilidade de mudar de ideia No amor, especialmente. É uma fase passageira, experimental e selvagem, em que provavelmente se acumularão as experiências mais marcantes.
Ao mesmo tempo que há uma linha que liga todos dentro da história, cada um tem uma personalidade radicalmente diferente. O que funciona melhor para um está longe de ser a melhor ideia para outro. Kar-Wai mostrou, durante a carreira, que gosta de mesclar narrativas e sentimentos, mas não me recordo de um filme que tenha tocado nestes pontos com tamanha fluidez.
"O que você gostaria de ver quando sua vida chegar ao fim?". Essa frase, extremamente teenager, é uma marca importante para explicar a fase que os personagens estão vivendo, englobando sensações e questionamentos comuns para quem ainda não descobriu qual caminho seguir. Uma obra-prima logo na começo da carreira.
"Aconteceram tantas coisas de uma vez, é impossível compreender todas".
Me parece um filme bastante pessoal. As perguntas que os personagens fazem uns aos outros são, possivelmente, dúvidas do próprio Kiyoshi Kurosawa. Ele nos convida a experimentar sua percepção e seus palpites a respeito do desconhecido. E cria imagens fascinantes, fabulosas, das melhores do cinema de horror.
Contextualizado, tudo aqui parece fazer muito sentido. A explosão da tecnologia, a recente virada do milênio. São muitas mudanças em um ritmo difícil de acompanhar. A próxima delas, segundo Kurosawa, seria algo parecido com a que temos nesta obra. A falência da matéria, o surgimento de uma nova forma de percepção, a morte quase que como uma libertação. Os corpos passageiros, definitivamente. Obra-prima pra ver e rever.
Acredito que poucos títulos sejam tão adequados quanto o desta obra. O vento bate em diferentes intensidades, leva partes importantes de nós e é fundamental buscar forças naquilo que fica.
Ainda que essas inevitáveis mudanças apareçam com o tempo, Scarlett nunca deixa de ser ela mesma. Com várias versões e atitudes diferentes de acordo com o contexto. Porém, mantendo a coerência. É provavelmente a grande protagonista do cinema americano.
Os demais personagens jamais a alcançam. Mas, de modo geral, o texto dá muitas oportunidades para que a maioria apresente diferentes facetas. Nesse sentido, é definitivamente um filme muito a frente de seu tempo.
Não acho possível desconsiderar os argumentos que consideram esta uma obra racista, mas não consigo deixar de ver como um reducionismo e uma falta de percepção sobre o registro histórico feito por esse filme. Ele claramente escolhe uma versão, porém vejo diversas possibilidades de discussão sobre a ótica do próprio Fleming. E a abordagem com viés político não é exatamente o foco. É tudo sobre Scarlett.
No fim, fica a mensagem da eterna insatisfação. "Sempre sonhos, nunca a realidade", disse Scarlett. Mas amanhã é um novo dia. E o que você fará com ele?
Pensa numa pessoa que cresceu assistindo Spielberg e conseguiu extrair direitinho muitas coisas presentes em seus melhores filmes.
Não vou esquecer da cena em que os jovens se veem diante de algo inimaginável e olham aquilo com paixão, sem medo ou horror. Aceitando que talvez seja a hora de algo novo.
Um filme pequeno e modesto, mas, acima de tudo, bem especial.
Existem umas três facetas de um mesmo Malcolm X neste filme. Também há um Spike Lee muito versátil, indo de um flerte com o gênero gangster até a biografia da forma mais clássica possível.
Se existem potenciais defeitos, provavelmente nem lembrarei deles em breve, já que são quase anulados por esse casamento entre uma grande composição de personagem, uma direção inventiva e o contexto histórico que grita por si só. É um dos grandes dos anos 90. E os Estados Unidos continuam a mesma coisa.
Eu até entendo as eventuais problematizações aqui, mas não estaria sendo honesto se dissesse que encontrei qualquer coisa que tenha atrapalhado minha experiência. Ao contrário, vejo um amadurecimento gigantesco por parte do realizador em enxergar uma passagem problemática de sua trajetória e passar lições bem válidas.
Temos muito, também, sobre o que é um documentário e a forma de conduzi-lo. Sobre a hora certa de fazer um filme e o respeito com as histórias. Eu já estava adorando praticamente tudo, aí o João Moreira Salles lança aquele texto nos dez minutos finais e coloca Yasujiro Ozu na tela. Chega. Pegue todo o meu amor e leve
É até difícil falar sobre esse filme sem dizer algumas coisas que pareçam óbvias demais.
A extensão do ódio e do horror que perpassa entre as gerações. Os ensinamentos que vem de pessoas que claramente não são os melhores exemplos. E, ainda assim, uma faísca de esperança com personagens autênticos que desafiam um pouco a lógica em que estão inseridos.
Dessa forma, a maior parte das pessoas vai crescendo, levando muito do que há de ruim para quem vem depois. Tudo isso já foi feito no cinema em algum momento. Mas, aqui, temos uma maestria rara. Fiz as pazes com Haneke.
Vejo que o excesso de informações descontextualizadas na etapa inicial acaba impedindo que o filme seja ainda melhor. E compromete o primeiro contato com os personagens, com quem só há maior aproximação em um segundo momento.
Após resolver esse problema e assumir um estilo mais simplista, Da 5 Bloods se mantém em crescente até a última cena. Nunca vi um Spike Lee tão competente e ousado em cenas de ação. E existem, aqui, pelo menos uns três ou quatro momentos realmente memoráveis.
Fascinante como esse filme estabeleceu (e previu?) as tendências de nosso cenário político ao longo de seis décadas. E ainda traçou um perfil de comportamento da sociedade despolitizada, como podemos ver na cena mais brilhante do filme.
"O que essas pessoas tão legais fizeram para vocês?".
Essa é a frase. Talvez por estar surpreso ou envolvido demais com a trama na primeira vez que assisti, alguns pequenos recortes não foram percebidos da forma que deveriam. Além desse destaque, são três ou quatro cenas/diálogos que aparecem ainda mais fortes.
É definitivamente um filme completo e preciso, sem que pareça calculado ou planejado demais. Obra-prima todinha.
Acerta em tantos pontos que tenho até medo de ser vago por aqui. Vejo como um dos melhores filmes recentes na construção e no desenvolvimento de personagens. Celebra a arte além da beleza da imagem, mas também com a relevância histórica no período que antecedeu as fotografias. Nos momentos mais desoladores, deixa sempre uma ponta de esperança, uma fagulha de carinho que vem com as memórias.
Se Marianne não conseguia fazer Heloise sorrir, o filme mostrou a receita. É tão clichê que dá até vergonha de escrever. Mas, é isso. Estamos aqui apenas esperando por algo assim.
Sobre ações e consequências fortes. Dilemas, violência e, principalmente, muito cuidado e respeito pelos personagens. Parece algo que Michael Mann faria nos anos 90 (com algumas atualizações, evidentemente).
S. Craig Zahler provavelmente é um fenômeno e, se tivermos sorte, o ritmo não vai cair. Vida longa.
É tudo meio brega e cafona, mas o filme assume isso e não larga. Até a união das mulheres, que seria algo supostamente empoderador, surge e termina com uma tiração de sarro.
Cathy Yan tinha a tarefa de deixar Margot Robbie à vontade para brincar com a Arlequina (assim como Reynolds em Deadpool), e, de modo geral, ela conseguiu cumprir. A ação cartunesca acompanhada da música pulsante, embora não seja original, é convidativa para o tipo de filme que se…
Não vejo problema no fato de um filme ser derivado. Mas, nesse caso, é necessário que ele apresente pelo menos algum diferencial na realização.
Em Harriet, após a cena em que a personagem é aplaudida após um discurso (duvido que isso seja spoiler), só fiquei aguardando o letreiro no final com a frase: "Racism is bad. Don't be racist".
Me senti vendo um filme recente que olha para o despertar feminino na Checoslováquia dos anos 60. Emulando, já sabendo de toda a história. É absurdo que tenha realmente sido filmado naquela época, visto que está narrativamente e estilisticamente algumas décadas além de seu tempo.
Enfim, acho que a importância disso aqui não cabe em texto nenhum.
Muito sobre o sentimento de dever cumprido. Os mais velhos visitam os mais jovens para saber como eles estão. O contrário acontece quando algo não está certo.
Como parece difícil realizar uma pausa para reencontrar uma lembrança, sair do círculo. 'Era Uma Vez Em Tóquio' é todo completo e expõe as relações familiares de uma maneira forte e muito madura. Nunca cai total para a melancolia, já que praticamente se nega a sair do realismo puro.
Esse é um devastado Japão pós-guerra e Ozu conseguiu organizar seu filme de uma maneira quase que surreal, com um olhar amplo e realmente impressionante, milagroso. Talvez eu só esteja emocionado e toda essa história está quente na minha cabeça. Mas não lembro de ter sentido nada parecido com isso em nenhum outro momento. Se, hoje, me perguntarem qual é o melhor filme que eu já assisti, eu direi Era Uma Vez Em Tóquio.
Acho que o filme enfraquece um pouco na tentativa de se explicar demais e dar um jeito de deixar tudo 'bem acabado'. Gosto do incômodo que ele traz de início e vejo a primeira meia hora como realmente muito boa. Mas são dois filmes, basicamente.
Bastante potencial no diretor Carlo Mirabella-Davis. Ficar de olho.
Normal People
4.4 437Existe uma conexão forte, e, ao fim sinto que o principal tema está relacionado a duas pessoas muito sensíveis ao sexo que acabam não conseguindo se resolver com elas mesmas. O que mais me frusta é que tudo o que ocorre ao redor de Marianne e Connell é extremamente estereotipado e mal explorado. O irmão dela, por exemplo, não tem uma linha que não seja para despejar ódio. Nem as piores pessoas são assim. A namorada que Connell faz durante a série é apenas um dispositivo pras intenções do roteiro, nunca uma pessoa real. Esses fatores fazem com que toda interação que não seja entre Connell e Marianne seja desinteressante, o que torna a separação deles quase injustificável.
Sex Education (3ª Temporada)
4.3 431 Assista AgoraGostei muito que essa temporada abriu o leque pra todo mundo. Seia uma nota até bem maior se não fosse pelo final:
Fala sério, são oito episódios de aproximadamente uma hora e a Maeve toma uma decisão importantíssima depois de um diálogo de dois minutos. Antes, estava decidida que ia fazer o contrário.
Não acho sua decisão errada de forma alguma, porém deveria ter sido melhor trabalhada.
Dark (2ª Temporada)
4.5 897Essa temporada tem meu episódio favorito da série até aqui (02x06). Nele, há maior envolvimento íntimo com os personagens, um minimalismo que faz bem. Pena que exista tanta dificuldade em trazer mais momentos como esse. De modo geral, há um distanciamento muito grande das peças que movem o jogo. A ponto de serem vistas realmente como peças, e não pessoas de carne e osso.
Paradoxos, teorias, apocalipses, outros mundos. No meio de tudo isso, falta uma conexão emocional. O mínimo de carisma.
Dias Selvagens
3.8 72Todos os personagens desse filme são relativamente jovens. A ponto de ainda terem a possibilidade de mudar de ideia No amor, especialmente. É uma fase passageira, experimental e selvagem, em que provavelmente se acumularão as experiências mais marcantes.
Ao mesmo tempo que há uma linha que liga todos dentro da história, cada um tem uma personalidade radicalmente diferente. O que funciona melhor para um está longe de ser a melhor ideia para outro. Kar-Wai mostrou, durante a carreira, que gosta de mesclar narrativas e sentimentos, mas não me recordo de um filme que tenha tocado nestes pontos com tamanha fluidez.
"O que você gostaria de ver quando sua vida chegar ao fim?". Essa frase, extremamente teenager, é uma marca importante para explicar a fase que os personagens estão vivendo, englobando sensações e questionamentos comuns para quem ainda não descobriu qual caminho seguir. Uma obra-prima logo na começo da carreira.
Kairo
3.4 163"Aconteceram tantas coisas de uma vez, é impossível compreender todas".
Me parece um filme bastante pessoal. As perguntas que os personagens fazem uns aos outros são, possivelmente, dúvidas do próprio Kiyoshi Kurosawa. Ele nos convida a experimentar sua percepção e seus palpites a respeito do desconhecido. E cria imagens fascinantes, fabulosas, das melhores do cinema de horror.
Contextualizado, tudo aqui parece fazer muito sentido. A explosão da tecnologia, a recente virada do milênio. São muitas mudanças em um ritmo difícil de acompanhar. A próxima delas, segundo Kurosawa, seria algo parecido com a que temos nesta obra. A falência da matéria, o surgimento de uma nova forma de percepção, a morte quase que como uma libertação. Os corpos passageiros, definitivamente. Obra-prima pra ver e rever.
...E o Vento Levou
4.3 1,4K Assista AgoraAcredito que poucos títulos sejam tão adequados quanto o desta obra. O vento bate em diferentes intensidades, leva partes importantes de nós e é fundamental buscar forças naquilo que fica.
Ainda que essas inevitáveis mudanças apareçam com o tempo, Scarlett nunca deixa de ser ela mesma. Com várias versões e atitudes diferentes de acordo com o contexto. Porém, mantendo a coerência. É provavelmente a grande protagonista do cinema americano.
Os demais personagens jamais a alcançam. Mas, de modo geral, o texto dá muitas oportunidades para que a maioria apresente diferentes facetas. Nesse sentido, é definitivamente um filme muito a frente de seu tempo.
Não acho possível desconsiderar os argumentos que consideram esta uma obra racista, mas não consigo deixar de ver como um reducionismo e uma falta de percepção sobre o registro histórico feito por esse filme. Ele claramente escolhe uma versão, porém vejo diversas possibilidades de discussão sobre a ótica do próprio Fleming. E a abordagem com viés político não é exatamente o foco. É tudo sobre Scarlett.
No fim, fica a mensagem da eterna insatisfação. "Sempre sonhos, nunca a realidade", disse Scarlett. Mas amanhã é um novo dia. E o que você fará com ele?
A Vastidão da Noite
3.5 574 Assista AgoraPensa numa pessoa que cresceu assistindo Spielberg e conseguiu extrair direitinho muitas coisas presentes em seus melhores filmes.
Não vou esquecer da cena em que os jovens se veem diante de algo inimaginável e olham aquilo com paixão, sem medo ou horror. Aceitando que talvez seja a hora de algo novo.
Um filme pequeno e modesto, mas, acima de tudo, bem especial.
Malcolm X
4.1 267 Assista AgoraExistem umas três facetas de um mesmo Malcolm X neste filme. Também há um Spike Lee muito versátil, indo de um flerte com o gênero gangster até a biografia da forma mais clássica possível.
Se existem potenciais defeitos, provavelmente nem lembrarei deles em breve, já que são quase anulados por esse casamento entre uma grande composição de personagem, uma direção inventiva e o contexto histórico que grita por si só. É um dos grandes dos anos 90. E os Estados Unidos continuam a mesma coisa.
Santiago
4.1 134Eu até entendo as eventuais problematizações aqui, mas não estaria sendo honesto se dissesse que encontrei qualquer coisa que tenha atrapalhado minha experiência. Ao contrário, vejo um amadurecimento gigantesco por parte do realizador em enxergar uma passagem problemática de sua trajetória e passar lições bem válidas.
Temos muito, também, sobre o que é um documentário e a forma de conduzi-lo. Sobre a hora certa de fazer um filme e o respeito com as histórias. Eu já estava adorando praticamente tudo, aí o João Moreira Salles lança aquele texto nos dez minutos finais e coloca Yasujiro Ozu na tela. Chega. Pegue todo o meu amor e leve
A Fita Branca
4.0 756 Assista AgoraÉ até difícil falar sobre esse filme sem dizer algumas coisas que pareçam óbvias demais.
A extensão do ódio e do horror que perpassa entre as gerações. Os ensinamentos que vem de pessoas que claramente não são os melhores exemplos. E, ainda assim, uma faísca de esperança com personagens autênticos que desafiam um pouco a lógica em que estão inseridos.
Dessa forma, a maior parte das pessoas vai crescendo, levando muito do que há de ruim para quem vem depois. Tudo isso já foi feito no cinema em algum momento. Mas, aqui, temos uma maestria rara. Fiz as pazes com Haneke.
Destacamento Blood
3.8 448 Assista AgoraVejo que o excesso de informações descontextualizadas na etapa inicial acaba impedindo que o filme seja ainda melhor. E compromete o primeiro contato com os personagens, com quem só há maior aproximação em um segundo momento.
Após resolver esse problema e assumir um estilo mais simplista, Da 5 Bloods se mantém em crescente até a última cena. Nunca vi um Spike Lee tão competente e ousado em cenas de ação. E existem, aqui, pelo menos uns três ou quatro momentos realmente memoráveis.
Terra em Transe
4.1 286 Assista AgoraFascinante como esse filme estabeleceu (e previu?) as tendências de nosso cenário político ao longo de seis décadas. E ainda traçou um perfil de comportamento da sociedade despolitizada, como podemos ver na cena mais brilhante do filme.
Pequenos Incêndios Por Toda Parte
4.3 526 Assista AgoraA forma que essa série tenta introduzir debates sociais é ofensiva. Como trama, nem tudo se perde. No mais, não consigo considerar praticamente nada.
Huang Lu em uma das piores atuações que eu já vi na vida.
Os Pássaros
3.9 1,1KRevisão.
"Pássaros não atacam humanos sem motivos", disse o humano que ataca os pássaros sem motivos.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraRevisão.
"O que essas pessoas tão legais fizeram para vocês?".
Essa é a frase. Talvez por estar surpreso ou envolvido demais com a trama na primeira vez que assisti, alguns pequenos recortes não foram percebidos da forma que deveriam. Além desse destaque, são três ou quatro cenas/diálogos que aparecem ainda mais fortes.
É definitivamente um filme completo e preciso, sem que pareça calculado ou planejado demais. Obra-prima todinha.
Retrato de uma Jovem em Chamas
4.4 899 Assista AgoraAcerta em tantos pontos que tenho até medo de ser vago por aqui. Vejo como um dos melhores filmes recentes na construção e no desenvolvimento de personagens. Celebra a arte além da beleza da imagem, mas também com a relevância histórica no período que antecedeu as fotografias. Nos momentos mais desoladores, deixa sempre uma ponta de esperança, uma fagulha de carinho que vem com as memórias.
Se Marianne não conseguia fazer Heloise sorrir, o filme mostrou a receita. É tão clichê que dá até vergonha de escrever. Mas, é isso. Estamos aqui apenas esperando por algo assim.
Justiça Brutal
3.7 153 Assista AgoraSobre ações e consequências fortes. Dilemas, violência e, principalmente, muito cuidado e respeito pelos personagens. Parece algo que Michael Mann faria nos anos 90 (com algumas atualizações, evidentemente).
S. Craig Zahler provavelmente é um fenômeno e, se tivermos sorte, o ritmo não vai cair. Vida longa.
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa
3.4 1,4KÉ tudo meio brega e cafona, mas o filme assume isso e não larga. Até a união das mulheres, que seria algo supostamente empoderador, surge e termina com uma tiração de sarro.
Cathy Yan tinha a tarefa de deixar Margot Robbie à vontade para brincar com a Arlequina (assim como Reynolds em Deadpool), e, de modo geral, ela conseguiu cumprir. A ação cartunesca acompanhada da música pulsante, embora não seja original, é convidativa para o tipo de filme que se…
Harriet: O Caminho Para a Liberdade
3.7 217 Assista AgoraNão vejo problema no fato de um filme ser derivado. Mas, nesse caso, é necessário que ele apresente pelo menos algum diferencial na realização.
Em Harriet, após a cena em que a personagem é aplaudida após um discurso (duvido que isso seja spoiler), só fiquei aguardando o letreiro no final com a frase: "Racism is bad. Don't be racist".
Amores Expressos
4.2 355 Assista AgoraDeixe que façam marcas em você.
As Pequenas Margaridas
4.2 267 Assista AgoraMe senti vendo um filme recente que olha para o despertar feminino na Checoslováquia dos anos 60. Emulando, já sabendo de toda a história. É absurdo que tenha realmente sido filmado naquela época, visto que está narrativamente e estilisticamente algumas décadas além de seu tempo.
Enfim, acho que a importância disso aqui não cabe em texto nenhum.
Era uma Vez em Tóquio
4.4 187 Assista AgoraMuito sobre o sentimento de dever cumprido. Os mais velhos visitam os mais jovens para saber como eles estão. O contrário acontece quando algo não está certo.
Como parece difícil realizar uma pausa para reencontrar uma lembrança, sair do círculo. 'Era Uma Vez Em Tóquio' é todo completo e expõe as relações familiares de uma maneira forte e muito madura. Nunca cai total para a melancolia, já que praticamente se nega a sair do realismo puro.
Esse é um devastado Japão pós-guerra e Ozu conseguiu organizar seu filme de uma maneira quase que surreal, com um olhar amplo e realmente impressionante, milagroso. Talvez eu só esteja emocionado e toda essa história está quente na minha cabeça. Mas não lembro de ter sentido nada parecido com isso em nenhum outro momento. Se, hoje, me perguntarem qual é o melhor filme que eu já assisti, eu direi Era Uma Vez Em Tóquio.
Devorar
3.7 366 Assista AgoraAcho que o filme enfraquece um pouco na tentativa de se explicar demais e dar um jeito de deixar tudo 'bem acabado'. Gosto do incômodo que ele traz de início e vejo a primeira meia hora como realmente muito boa. Mas são dois filmes, basicamente.
Bastante potencial no diretor Carlo Mirabella-Davis. Ficar de olho.
A Noite
4.2 102A cena de Lidia caminhando por Milão.
Sem saber o que procura nem ter muita ideia de onde ir. Sem alguém para conversar. Só não quer voltar para casa.
Ao chegar, Giovanni pergunta onde estava e ela sequer responde. A conversa acaba. Não importa mais.