“Bohemian Rhapsody” faz história com prêmios no Globo de Ouro”
A 76ª edição do evento premiou o longa com a estatueta de Melhor Filme de Drama, uma categoria onde também concorriam Pantera Negra, Infiltrado na Klan, Nasce Uma Estrela e Se a Rua Beale Falasse.
Já Rami Malek, que interpretou Mercury com muito louvor, levou para casa o prêmio de Melhor Ator em Filme de Drama, batendo Bradley Cooper, Willem Dafoe e mais.
Poderoso, hein? Brian May e Roger Taylor, do Queen, estiveram na premiação ao lado de Malek e outros atores do elenco para receber as estatuetas. Em uma coletiva de imprensa após o evento, o ator agradeceu Freddie Mercury pela “aventura de sua vida” e ainda disse que o único objetivo do filme era honrar o cantor.
"Roma", elogiadíssimo filme do mexicano Alfonso Cuarón para a Netflix, foi duplamente premiado no Globo de Ouro 2019, que aconteceu neste domingo (6): ele foi premiado nas categorias de filme estrangeiro e diretor.
Em um discurso bilíngue, em inglês e em espanhol, o cineasta exaltou o poder do cinema para construir pontes entre diversas realidades e agradeceu a sua família, ao México e à Netflix, reconhecendo também o trabalho de seu elenco.
Inspirada pela infância de Cuarón, "Roma" acompanha a história de Cleo, empregada de uma família abastada em Roma, bairro da Cidade do México. O filme levou o Leão de Ouro no Festival de Veneza e é um dos favoritos para a disputa de Oscar de melhor filme estrangeiro.
No Globo de Ouro, o longa competiu com "Shoplifters" (Japão), "Capernaum" (Líbano), "Girl" (Bélgica) e "Never Look Away" (Alemanha).
Apesar de contar com bons atores e uma ambientação bacana da Buenos Aires dos anos 60, é infinitamente inferior a “Munich”, outro sobre as operações de caçadas do Mossad. Ainda assim é bastante válido por retratar um fato histórico, ao que parece, com bastante fidelidade.
O filme: Apesar e alguns flashbacks mostrarem cenas reais dos horrores de Holocausto em alguns momentos tive a impressão de que o longa tentou humanizar ou justificar a um monstro e isso me incomodou. Parece ser que Adolf Eichmann realmente era um cara frio que manteve até o final o discursinho infame de que se limitou a fazer o que lhe mandavam, mas, mesmo sendo assim, quando se trata de uma das maiores atrocidades da humanidade não consigo digerir o papel de advogado do diabo que o filme fez em alguns momentos. Seja como for, não é uma falha do filme e sim uma intolerância minha. Lendo sobre encontrei o seguinte relato em uma entrevista: “Ao pesquisar a história verdadeira da Operação Finale, descobrimos que o agente da Mossad, Peter Malkin, de fato teve conversas com Eichmann após a captura de Eichmann. Em seu livro de 2002, The Argentina Journal, Malkin descreve como foi ficar cara a cara com o homem que foi o grande responsável pelos assassinatos de seus próprios familiares e milhões de outros. "Quem é aquele homem deitado na cama de ferro? O que ele significa para mim?" Malkin ponderou. Ele observou que Eichmann "não parecia um monstro", o que o surpreendeu. Ele se forçou a conversar com Eichmann, sobre o qual ele comentou: "Por muito tempo um agente talentoso, eu estava finalmente me tornando um ser humano". Suas conversas com Eichmann o ajudaram a perceber que o ex-nazista não era um monstro, mas um ser humano, o que dificultou ainda mais a compreensão das ações de Eichmann durante a guerra. Malkin mais tarde comentou que "um monstro pode ser desculpado por seu comportamento ... O problema não é como um monstro poderia fazê-lo, mas como um ser humano o fazia".“
Curiosidade: É amplamente conhecido o fato de que muitos nazistas se refugiaram na Argentina depois da rendição da Alemanha e consequente fim da Segunda Guerra. Também é óbvio que incluso nos dias atuais, tanto mais nos anos 60, ainda existem muitos simpatizantes do nazismo, de outra forma Eichmann não teria conseguido escapar da Alemanha, mas me surpreendeu ver cenas de argentinos fazendo a saudação nazi em reuniões de nazistas e a bandeira com a suástica pendurada em plena Buenos Aires.
Os espetáculos com animais marinhos começam necessariamente com sua caça, sequestro, matança de outros de sua família/grupo que não se deixaram capturar e confinamento.
É preciso que fique claro que a manutenção de animais em cativeiro só existe porque é rentável e o que faz que essa prática cruel e assassina seja rentável são os ingressos pagos por pessoas como eu e como você que visitam a aquários, zoológicos, rodeios, touradas, etc. Não se pode seguir aceitando justificativas mesquinhas e ignorantes. Não são lugares alegres, bucólicos e seguros, não são tradições inquebrantáveis, não são educativos.
Não existe nenhum registro de que uma Orca na natureza, em seu habitat, em estado selvagem, tenha atacado a um ser humano jamais. Tilikum, a estrela de Blackfish, foi sequestrado ainda bebê e mantido em um tanque por décadas. Atacou e matou a três pessoas antes de morrer precocemente como ocorre com todos os mamíferos marinhos privados de liberdade. Algumas baleias em confinamento incluso morrem em decorrência de incidentes violentos com outras Orcas, outra situação igualmente jamais documentada na natureza. Está cientificamente provado que as Orcas são super inteligentes e intrinsicamente sociais, o comportamento violento é consequência do estresse físico e mental que impomos a esses animais ao mantê-los confinados. Somos o animal mais selvagem, cruel e assassino de todo o reino.
Gosto especialmente de filmes que tentam plasmar os mistérios da mente humana, no caso, as histórias que inventamos para nós mesmos pra sobreviver à situações traumáticas que ainda não sabemos enfrentar. Nossos mecanismos de autodefesa. O assunto em si já me parece fascinante, quando bem roteirizado e interpretado, resulta em um filme que, no mínimo, não deixa o espectador indiferente. Não frustrou minhas expetativas em absoluto.
Pontos fortes... os dramas psicológicos parecem feitos à medida para Jessica Biel, e a Kaya Scodeelario está perfeita no papel de adolescente traumatizada/problemática/rebelde. Fez um tête-à-tête muito digno com lady Biel e seu talento natural pra provocar-nos empatia. Se termina “The Sinner” igual que “Emanuel and the truth of the fishes” (o título original é tão mais poético)... querendo entrar na série e no filme pra abraçar e ajudar à Cora e à Linda. Emanuel soube fazer isso de forma sublime.
Quem/o que são as tais criaturas? De onde saíram? O que pretendem? Ok... sabe-se lá porquê quem os vê fica imediatamente louco, mas porque a reação é suicida-se? Por que os pássaros os notam? Por que os que já eram loucos não são afetados de nenhuma maneira e por que passam a colaborar com às tais criaturas?
Esses filminhos de terror que não se dão sequer o trabalhinho de dar porquês básicos a nada tomam o espectador por idiota, só pode. Tanta gente boa no elenco pra isso! Que desperdício! John Malkovich!!!! Me pergunto se foi fiel ao best seller no qual está baseado, se o livro é também essa coisa sem pé nem cabeça. E que falta de originalidade! Em um não se deve fazer barulho, em outro não se deve olhar... francamente, tomam os espectadores por imbecis. Pra ser bem generosa, é, no mínimo, forçadíssimo. Mais de duas horas desperdiçadas. 2,5 estrelinhas exclusivamente pelo elenco.
Demorei tanto, mas casualmente escolhi um dia ideal pra assistir esse amorzinho de filme.
“As garotas que com ele crescerem já não sonharão com uma vida de frágil princesa ou com um príncipe encantado.” Verdade, Jessica! Cheio de mensagens metafóricas poderosíssimas. Super de acordo com teu comentário. Amei.
Filme simples, singelo, político, social, poético. Distopia em forma de fábula recheada de simbolismos. O bem, a bondade, a pureza, o mal, o egoísmo, a crueldade, a exploração, o marginal.
Lazzaro é a Geni de Alice Rohrwacher. Lazzaro não cabe nesse nosso mundo.
“Forrest Gump”, “Dogville”, “Ensaio sobre a Cegueira”, “Lazzaro Felice”... .. o cinema nos mostrando o óbvio, a fórmula do ser humano deu errado.
Fiquei pensando... a quem poderíamos comparar Tancredi nos dias de hoje? Acho que é o personagem mais ambíguo, mais difícil de analisar.
“Os humanos são como animais. Você os liberta e percebem que são escravos, presos na miséria deles. Agora sofrem, mas não sabem... “
Li em algum lugar que o pano de fundo do melhor roteiro em Cannes e prêmio especial do júri do Festival de Sitges é baseado em uma história real ocorrida nas proximidades de Roma na década de 80. Então, uma mulher (nada nobre) da nobreza manteve camponeses da zona de Inviolata trabalhando em condições análogas à escravidão. Não consegui confirmar se isso é verdade, mas não me estranharia, ocorre na atualidade no nosso Brasil mais profundo, na produção têxtil por todo o mundo etc etc etc.
“O realismo é uma aspiração à verdade, e a verdade sempre é bela.” Do livro “Esculpir o Tempo”, do escritor e cineasta Tarkovski.
Em “Eu, Daniel Blake” a realidade é bela, comovente, dramática e triste.
Bonito filme sobre amizade, solidariedade, empatia, nobreza, generosidade, dignidade e também (muito) sobre impotência, crueldade, egoísmo, insensibilidade e a burocracia que anula e torna invisível. É sobre seres humanos e a desumanidade do Sistema. Sobre o neoliberalismo de ferro, facilmente reconhecível em qualquer outro. Nosso inclusive e mais.
“No Festival de Cannes, Ken Loach e sua equipe foram recebidos com uma ovação de 15 minutos, depois da exibição oficial do longa.” Entre vários outros prêmios foi a segunda Palma de Ouro do diretor. Tudo merecidíssimo.
Cinema/Denúncia. Deveria ser de assistência obrigatória aos críticos do Bolsa Família e outros programas de assistência social. A todos os que são levianos em seus julgamentos.
Se não puder ou não quiser ajudar, “Seja [pelo menos] gentil, porque todo mundo enfrenta uma batalha”, do filme “Extraordinário”.
“Bird Box é um filme de suspense pós-apocalíptico...” não é o gênero que mais gosto, mas tem a John Malkovich que gosto muito e não vejo há tempos. Pra lista dos que quero ver.
Acho que os fãs dos superestimados filmes de super-heróis, superexplosões e supertiroteios dirão que "Roma" é um filme superestimado. Não sou técnica, mas acho que “Roma” é o que os que realmente entendem do tema classificam de “tecnicamente perfeito”. Fato é que não é para todos os públicos. Não é um filme de fácil digestão, não é simples entretenimento, não é um passatempo.
É sobre homens. Sobre mulheres. Sobre questões sociais e raciais tão comuns também no nosso país... “é como se fosse da família”.
Do título alguns dirão que é sobre a Roma de Rômulo, de Remo e da loba que os preservou de todo mal. Outros dirão que é sobre outra forma de... ¿amor? (amor ao contrário). Nada disso.
É sobre a vida de umas pessoas nos históricos anos 70 em um dos bairros mais suntuosos (então) e emblemáticos (desde então) da capital mexicana. O mesmo bairro onde cresceu Cuarón e onde foi rodado o filme. Colônia Roma, mais precisamente Roma Sur.
Apesar das muito boas críticas recebidas por todo o mundo e das várias indicações e prêmios conquistados, não é um filme que eu recomendaria indistintamente. São 135 minutos dos quais 92 são contidos. Um lento caminhar até a catarse. Como aquela breve cena em “slow motion” que antecede à catástrofes, só que bem bem longa.
DEDICATÓRIA: “Cuarón dedica o filme a "Libo", que é como ele e sua família chamam Liboria Rodríguez, uma mulher de origem indígena que começou a trabalhar com eles quando o diretor tinha só 9 meses e cuja história de vida serve de base para a história. Rodríguez, que veio da aldeia de Tepelmeme no Estado de Oaxaca, cuidou desde então das crianças da família de Cuarón, como muitas empregadas domésticas que tiveram um papel central na vida dos filhos de muitas famílias da América Latina. Segundo o diretor, à medida que ele cresceu, se deu conta de que Libo também era uma pessoa que tinha necessidades, conflitos e uma vida própria, e não era alguém que só lavava sua roupa ou preparava sua comida. Foi nela e em seu papel na família que ele se inspirou para escrever o roteiro, de cuja cenas os atores só tomavam conhecimento no mesmo dia da filmagem.”
AVIÕES: “Em vez de usar estúdios de filmagens, Cuarón decidiu rodar seu longa em uma casa em Roma, que foi reconfigurada meticulosamente para que se parecesse com o local onde cresceu. Roma fica próximo de um dos corredores aéreos pelo qual passam centenas de aviões que cruzam diariamente os céus da Cidade do México para aterrissar em seu aeroporto internacional, por isso, são uma presença constante no céu do bairro... e de quase toda a cidade. Por isso, os aviões não estão apenas na abertura e no encerremento do longa, mas seu som permeia todo o desenrolar da trama. Mas isso é apenas uma parte da explicação. Há também um fato autobiográfico: Cuarón era fascinado por aviões e sonhava em ser piloto quando era pequeno (o ator que interpreta o diretor quando criança conta isso a sua babá). Além disso, há uma conotação simbólica. Cuarón contou que as aeronaves cruzando o céu do México transmitem a ideia de que as situações que os personagens atravessavam são transitórias e que há um universo que vai além de seus contextos pessoais.”
HOMENAGENS: “Em uma das cenas, as crianças vão com a babá ver “Sem Rumo no Espaço” (1969), um dos filmes favoritos do diretor quando criança e que lhe serviu de inspiração para “Gravidade”. Há uma cena de parto similar à que ocorre no filme “Filhos da Esperança”, e, como em “E Sua Mãe Também”, a mãe conta aos filhos em um bar ao ar livre próximo da praia que seu pai os abandonou. Nos créditos de Roma, aparece o mantra "Shantih Shantih Shantih" (Paz, paz, paz), que também aparece em “Filhos da Esperança”.”
Gravidade, Cuáron - 2013 Filhos da Esperança, Cuarón - 2006 E Sua Mãe Também, Cuarón – 2001
PROTESTOS ESTUDANTIS: “Um dos elementos que a crítica mais tem aclamado é a cuidadosa recriação de época, não apenas pelos cenários, vestuários e programas de televisão, mas pela forma tangencial com que apresenta contextos sociais do México nos anos 1970. Uma das cenas mais dramáticas mostra a matança de estudantes conhecida como o massacre de Corpus Christi ou "Halconazo", que ocorreu em 10 de junho de 1971 e que ainda é hoje um dos eventos mais tristes da história do país. O incidente começou como um protesto estudantil pela libertação de presos políticos e por mais investimentos em educação, e terminou como um banho de sangue quando o governo enviou soldados treinados pela CIA, de um grupo paramilitar financiado pelo Estado e conhecido como "Los Halcones", para reprimi-los. De acordo com versões de alguns sobreviventes, a princípio, os paramilitares usaram bastões e varas de bambu empregados na arte marcial japonesa kendo, como o usado por um dos personagens do filme em seu treinamento, mas, depois, foram usadas armas de fogo. O fato do namorado de Cleo praticar o kendo em um local distante no Estado do México e se referir aos treinamentos também deixa em aberto uma possível referência aos grupos paramilitares. O massacre de Corpus Christi deixou 120 estudantes mortos, de acordo com registros oficiais, mas acredita-se que o número de vítimas possa ter sido ainda maior. O acontecimento é retratado de forma hiper-realista no filme em uma das suas cenas mais comoventes, na qual novamente as desigualdades sociais marcam o desenrolar da trama.”
Filme biográfico que conta a história da atriz tcheca Ludmila Babková com o Ministro de Propaganda Nazi, Joseph Goebbels. Uma dessas joias que se descobre graças à Netflix e ao meu fascínio por tudo o que envolve este terrível período da história da humanidade.
Comecei a assisti-lo despretensiosamente, sem ler nada mais do que o que consta na breve sinopse do próprio canal de streaming, e talvez por isso foi uma muito grata surpresa. Desconhecia a existência do filme tanto quanto a interessante história que, pelo que li a posteriori, parece ser bastante fiel à realidade.
É um filme cheio de detalhes e de dados secundários que enriquece sobremaneira a trama. Por exemplo, em um momento, logo ao princípio do longa, o Führer diz à Lida que ao vê-la lembrou-se de uma mulher que foi muito importante em sua vida e cuja morte o entristeceu muito. Não a nomeia, mas provavelmente seja uma referência a outra interessante passagem dos bastidores do nazismo, Geli Raubal, sobrinha de Hittler, que se suicidou aos vinte e poucos anos quando começaram a surgir rumores de que mantinha um caso amoroso com seu tio Adolf.
Enfim, “Lida Babková” tem um roteiro correto que conta com ótimos intérpretes principais e secundários, além de uma muito boa ambientação. Vale muito.
Além de ser um bom filme, com um drama familiar fictício comovente, tem o grandíssimo mérito de tocar um tema real que precisa ser contado, recontado e requetecontado para que no futuro ninguém possa ter a desfaçatez de dizer que não sabia o que aconteceu e continua acontecendo na África. “O jardineiro fiel”, maravilhoso, mostra outra vertente das malezas que ocorrem por esta parte do planeta (quem duvida do poder da indústria farmacêutica e de que o relatado na ficção possa perfeitamente ter acontecido ou estar acontecendo de verdade?). E tem também “Diamante de Sangue”, e tantos outros.
É tão absurdamente comum que as mesmas pessoas que se chocam com as barbáries da segunda guerra ignorem completamente os horrores vividos em Ruanda, Serra Leoa, Bósnia, Iraque, Síria, Líbano, Faixa de Gaza, etc etc etc. É tão comum incluso serem contra a ONU e dizerem sandices sobre os Direitos Humanos, coisa que sempre aguçou minha curiosidade... a que espécie pertencem esses mentecaptos que se dizem contra os Direitos Humanos?
Lembro ter lido lá pelo começo dos anos 90 uma longa reportagem no “El País-España” sobre o rapto de crianças para compor milícias em Serra Leoa. Foi meu primeiro contata com esse horror. Essas guerrilhas paramilitares invadiam, destruíam e assassinavam à aldeias inteiras, mantendo com vida apenas as crianças. Faziam cortes rasos no coro cabeludo das crianças sequestradas, introduziam nesses cortes cocaína e as armavam até os dentes. Estas crianças, sequestradas depois de assistir ao assassinato (algumas vezes também ao estupro) de suas mães e à destruição de suas casas, drogadas e armadas, se transformavam em novos “soldados” enlouquecidos, que viriam a fazer o mesmo com outras crianças de outras aldeias. O choque fez com que eu quisesse saber mais e descobri que coisas semelhantes vinham acontecendo há tempos também no Congo, em Angola, Etiópia, Burundi, Libéria, Sudão, Ruanda, Uganda... Parece ser que só mesmo o dinheiro desperta a consciência de governos ocidentais.
“O Caderno de Sara” fala do tal contan, mistura de minerais da qual se extrai outros minerais, entre eles o nióbio que parece ser que temos também (em Roraima e no Amapá), e o tântalo, muito usado na indústria de aparelhos eletrônicos portáteis. Importante, mas não é petróleo então não interessa o suficiente como para que governantes de países ricos e poderosos intervenham e façam algo pelos inocentes que estão sendo cruelmente dizimados por conta de uma guerra civil alimentada pela luta pela posse das minas. A ONU estima que só no Congo já morreram, como consequência dessa disputa, mais de 4 milhões de pessoas. E segue.
Gosto desses filmes que retratam o comum, a vida como ela é.
O título pode confundir. Não é uma comédinha romântica, é de quando o amor pelo outro se esgota e só sobra o amor pelo amor, pelo sentimento. “Blue Valentine – a love story” é uma desconcertante, triste e sensível descrição do tão recorrente deterioro de relações amorosas.
Ilusão, amor, afeto, desgaste, resignação, apatia, decadência, desamor, dor, desespero, desamparo, desolação em seis anos. Os flashbacks amplificam a pena e a sensação de que justamente o que os uniu ao princípio - a descontração, a leveza, a simplicidade - os distanciou ao final. E não há culpados, só vítimas.
Filme sincero, convincente, amargo e dolorido e que me emocionou muito mais que Kubrick em “Eyes wide shut”, que tem meio que a mesma pegada. Ryan Gosling super funcionou com Michelle Williams que está tão bem quanto sempre. Química perfeita.
♫ Você sempre magoa a quem ama, aqueles que não devia magoar. Sempre pega a rosa mais doce e a esmaga até as pétalas caírem. Sempre parte o coração mais gentil com palavras impensadas que não pode retirar. Então, se eu parti seu coração ontem à noite, é porque eu te amo mais que tudo.
Menção especial para o claquêzinho fofo da Michelle Williams para a versão de “You Always Hurt The One You Love” do Ryan Gosling.
Vale digerir o que assistimos vendo os créditos até o final. Bom filme.
Eu amo Freddie Mercury e talvez por isso ao princípio tive muitas reservas sobre Rami Malek. Temia não conseguir "entrar" no filme devido à caricata caracterização dele que vi em alguns vídeos promocionais. Mesmo em um filme espetacular seria frustrante não conseguir "enxergar" ao Freddie Mercury. Bem, no último terço do longa Rami Malek o "incorpora" num grau que a partir de certa cena
quando Freddie conta aos demais integrantes da banda que contraiu o vírus HIV
não consegui mais conter as lágrimas. Tão constrangedor quanto apaixonante. Bom, antes de continuar com minha tietagem (ao filme) devo advertir que não devem dar lá muita credibilidade à minha opinião porque Live Aid para mim foi mítico, apoteótico mesmo, e creio que as razões de sua realização são dos motivos mais lindos dentre os existentes para reunir a tantos seres humanos. Sem falar nas apresentações do Queen, na inteiração que tinham com o público, sempre emocionantes. Quem viu algo de sua passagem pelo Rio sabe bem do que falo, no Live Aid não foi diferente.
Há umas quantas inexatidões cronológicas (certamente pensadas), e que em nada interferem na verdade da história como um todo.
Enfim, o filme é dos que te deixa sem palavras por algum tempo depois de terminar, e o final é um show a parte, absolutamente vibrante. Obra de arte linda e emocionante sem sequer aprofundar nos demônios, nos momentos mais escuros ou na doença do vocalista da banda. Quem for assistir esperando ver algo disso se decepcionará. O foco me pareceu ser apresentar-nos o passo a passo de como nasceu um mito, toda a trajetória. Vi muita gente reclamando disso, de o filme não ter aprofundado em aspectos importantes da vida de Freddie Mercury. Sobre isso penso que: 1. É um filme sobre a banda, não só sobre Freddie Mercury; 2. Foram mais de duas horas de duração, uma biografia detalhada necessitaria no mínimo uma série. Penso que o foco do filme é o dom, o talento, a dádiva, e tudo isso foi mostrado de forma impecável. Tenho certeza de que o assistirei muitas vezes mais. __________________
"Bohemian Rhapsody" concorre a duas categorias da edição 2019 do Globo de Ouro:
- Melhor filme – Drama - Rami Malek, Melhor ator de filme - Drama
Tem algo de sátira e eu ri em vários momentos, mas é muito mais uma assustadora crítica social do que uma comédia.
Algum que outro mentecapto (leia-se "Eduardos Costa" da vida), verá como uma crítica direta ao presidente eleito em 2018 no Brasil, sem atentar-se de que o filme é de 2016 e baseado em um livro cuja primeira publicação é de 2012. Isso não impede, claro, que as inúmeras semelhanças entre o longa e toda a desgraça que aconteceu nas últimas eleições presidenciais brasileiras (e estadunidenses, e húngaras, e polonesas...), sejam mais que óbvias e evidentes.
Em 1933, ninguém precisou de discurso nenhum. O povo elegeu um líder que deixou claro para todos quais eram seus planos. Os alemães me escolheram.
---- Você é um monstro.
Eu sou? Então é bom você culpar também aqueles que elegeram esse monstro. Todos eram monstros? Eram todos pessoas normais que decidiram escolher uma pessoa diferente das outras para poder confiar o destino do país. Vai fazer o que, Sawatzki? Impedir as eleições?
---- Não, mas vou impedir você.
Você nunca se perguntou por que as pessoas me seguem? É porque, no fundo, elas são como eu. Têm os mesmos valores.
, a questão da intersexualidade em si foi tratada com muito tato e respeito. E por falar em intersexualidade, é uma pena que os trailers, as sinopses e o próprio título já trouxessem essa informação. Preferiria tê-la descoberto lá pelo equador do filme, quando a questão vem à tona por primeira vez de forma clara.
Dei uma revirada na internet pra saber sobre a ocorrência de casos como o de Alex e é de 1 em cada 660 pessoas! A frequência fez com que me parecesse ainda mais incrível que esse assunto seja tão raramente abordado.
Que filme elegante, sóbrio e necessário! A iniciação da vida sexual dos filhos já é, muitas vezes, um tema que alguns pais têm dificuldade em tratar, me pergunto quantos, sem encontrar-se na situação, já pararam para pensar em questões como que a identidade sexual (inclusa física) de seu rebento pode não ser algo que venha “pronto de fábrica”.
E que relação linda a que têm pai e filho (Kraken e Alex)! Quanta lucidez em meio a tantas dúvidas, quanta cumplicidade, quanta diferença se comparamos com a relação de Alvaro e o verme de seu pai.
XXY me pareceu uma ode ao respeito ao direito que cada um tem de escolher. Mais que respeito às diferenças, mostra o respeito que merece e têm direito as pessoas que escolhem ser, ou continuar sendo, diferentes. Compreensão, aceitação, respeito.
Sobre Ricardo Darín já se disse tudo então me limitarei a contar que Inés Efrón é uma grata descoberta. Não era um papel fácil e a garota (que posteriormente descobri não ser tão garota quando seu personagem, mas que sim interpretava um de seus primeiros papéis) deu conta do recado lindamente.
Enfim, reitero aqui meu amor a “los hermanos”, neste caso mais concretamente “a la hermana”, Lucía Puenzo.
"Não crie expectativas, crie porcos. Se tudo der errado, pelo menos você tem bacon." ... não sei de quem é a tão verdadeira máxima. Esperava tão tão mais! Expectativa é mesmo uma @$#&@$
* Que bom estar tendo cada dia mais Adriana Ugarte.
* Terminou sendo uma bonita homenagem à Bimba Bosé, que já estava bastante doente e acabou falecendo meses após a estreia do filme.
"Julieta" é talvez o menos “almodovariano” dos filmes de Almodóvar. Provavelmente o mais comum, o menos ousado, o mais convencional, o menos irreverente, o mais trivial, o menos provocador, o nada perturbador. Não é o típico, mas um Almodóvar é sempre um Almodóvar. Suas cores continuam sendo lindas (a cenas desde a janela do trem são poesia) e suas eternas homenagens às mulheres, por meio de tantos protagonismos femininos, são sempre comoventes. Mulheres jovens e mulheres idosas, mulheres que amam homens e mulheres que amam mulheres, mulheres cis e mulheres trans, mulheres espanholas e mulheres estrangeiras, mulheres lindas - mais ou menos convencionais... Todas elas “Chicas Almodóvar”, dele que é todo um “lord” 💛❤
Adriana Ugarte “Julieta” Alaska “Pepi, Luci, Bom e Outras Garotas de Montão” Amparo Soler Leal “O Que Eu Fiz Para Merecer Isto?” Ana Fernandez “Fale com Ela” Anabel Alonso “Kika” Ángela Molina “Carne trêmula” e "Abraços partidos” Anna Lizará "De salto alto" Antonia San Juan "Tudo sobre Minha Mãe" Assumpta Serna "Matador" Bárbara Lennie "A Pele que Habito" Beatriz Santiago "Fale com Ela" Bibiana Fernández "Matador", "A Lei do Desejo", "De salto alto" e "Kika" Bimba Bosé "Julieta" Blanca Parés "Julieta" Blanca Portillo "Volver" e "Abraços partidos" Blanca Suárez "A Pele que Habito" e "Os Amantes Passageiros" Candela Peña "Tudo sobre Minha Mãe" Carmen Elías "A Flor do Meu Segredo" Carmen Machi "Fale com Ela", "Abraços partidos" e "Os Amantes Passageiros" Carmen Maura "Pepi, Luci, Bom e Outras Garotas de Montão", "Maus Hábitos", “O Que Eu Fiz Para Merecer Isto?”, “Matador", "A Lei do Desejo", "Mulheres à beira de um ataque de nervos" e "Volver" Cayetana Guillén-Cuervo "Tudo sobre Minha Mãe" Cecilia Roth " Pepi, Luci, Bom e Outras Garotas de Montão", "Labirinto de paixões", "Maus Hábitos", “O Que Eu Fiz Para Merecer Isto?”, "Tudo sobre Minha Mãe" e "Os Amantes Passageiros" Charo López "Kika" Chus Lampreave "Maus Hábitos", “O Que Eu Fiz Para Merecer Isto?”, "Matador", "Mulheres à beira de um ataque de nervos", "A Flor do Meu Segredo", "Fale com Ela" e "Volver" Cristina Marcos "De salto alto" Cristina Sánchez Pascual "Labirinto de paixões" e "Maus Hábitos" Elena Anaya "Fale com Ela" e "A Pele que Habito" Leonor Watling "Fale com Ela" e "Má Educação" Emma Suárez "Julieta" Eva Cobo "Matador" Francesca Neri "Carne trêmula" Francisca Caballero “O Que Eu Fiz Para Merecer Isto?”, "Mulheres à beira de um ataque de nervos", "Ata-me!" e "Kika" Geraldine Chaplin "Fale com Ela" Helga Liné "Labirinto de paixões" e "A Lei do Desejo" Inma Cuesta "Julieta" Julieta Serrano "Pepi, Luci, Bom e Outras Garotas de Montão", "Maus Hábitos", "Matador", "Mulheres à beira de um ataque de nervos" e "Ata-me!" Kira Miró "Abraços partidos" Kiti Mánver "Pepi, Luci, Bom e Outras Garotas de Montão", “O Que Eu Fiz Para Merecer Isto?”, "Mulheres à beira de um ataque de nervos" e "A Flor do Meu Segredo" Laya Martí "Os Amantes Passageiros" Loles León " Mulheres à beira de um ataque de nervos", "Ata-me!" e "Fale com Ela" Manuela Velasco "A Lei do Desejo" María Barranco "Mulheres à beira de um ataque de nervos" e "Ata-me!" Mariam Bachir "Julieta" Marisa Paredes "Maus Hábitos", "De salto alto", "A Flor do Meu Segredo" e "Tudo sobre Minha Mãe" Mary Carrill "Maus Hábitos" Michelle Jenner "Julieta" Míriam Díaz Aroca "De salto alto" Nathalie Poza "Julieta" Neus Sanz "Volver" Ofelia Angélica "Labirinto de paixões" Paz Vega "Fale com Ela" e "Os Amantes Passageiros" Penélope Cruz "Carne trêmula", "Tudo sobre Minha Mãe", "Volver", "Abraços partidos" e "Os Amantes Passageiros" Pepa Aniorte "Volver" Petra Martínez "Má Educação" Pilar Castro "Julieta" Rosa María Sardá "Tudo sobre Minha Mãe" Rossy de Palma "A Lei do Desejo", "Mulheres à beira de um ataque de nervos", "Ata-me!", "Kika", "A Flor do Meu Segredo", "Abraços partidos" e "Julieta" Sara Jiménez "Julieta" Verónica Forqué “O Que Eu Fiz Para Merecer Isto?”, "Matador" e "Kika" Victoria Abril "Ata-me!", "De salto alto" e "Kika" Yolanda Ramos "Volver"
Dificilmente deixo um filme pela metade, mas esse realmente não conseguiu me prender. Sequer o avaliarei porque, pela nota que ele tem, certamente foi coisa minha. Não quero ser injusta com o filme, mas realmente não gostei.
Filme do tipo “utilidade pública”, dos que deveriam ser exibidos no primeiro ano do ensino médio, para os alunos e para os pais dos alunos.
Este poema/metáfora define:
“Uma borboleta brevemente sufocada na mucosidade de sua própria metamorfose, aprisionada pela bainha membranosa de suas próprias asas subdesenvolvidas e apertada na escuridão do estreito casulo de sua própria criação, para, pensando que a morte é inevitável, e prepara-se para morrer na absoluta solidão da casca torcida. Uma rachadura aparece, uma luz fina, irregular que une o mundo interno com o externo. Uma borboleta brevemente paralisada pela iminência da morte descobre que a vida é possível.”
É lento, mas isso não incomoda. Tem a velocidade exata pra que o espectador sinta o tamanho da dor do abandono. O tempo exato de Julia, porque não existe tempo exato pra refazer-se, pra reinventar-se. Cada pessoa tem o seu.
Revendo. Não sei se era outro momento meu, mas dessa vez me pareceu muito mais triste.
É bonito e profundo. Tem pedaços lindos...
“Você merece coisa melhor que alguém acampada numa encruzilhada tentando enxergar o caminho. Qualquer caminho. O amor exige muito e eu tenho muito pouco para dar. Nem sei se com esse pouco se faz vida..."
Ana Paula Arósio convence totalmente, chega a dar vontade de colocá-la no colo, não fosse o tamanho da amargura e da rispidez. Mentira! Da vontade de qualquer jeito rs. Fez lembrar à Anna (Juliette Binoche) em “A Espera”, maravilhosamente angustiantes.
Bohemian Rhapsody
4.1 2,2K Assista Agora“Bohemian Rhapsody” faz história com prêmios no Globo de Ouro”
A 76ª edição do evento premiou o longa com a estatueta de Melhor Filme de Drama, uma categoria onde também concorriam Pantera Negra, Infiltrado na Klan, Nasce Uma Estrela e Se a Rua Beale Falasse.
Já Rami Malek, que interpretou Mercury com muito louvor, levou para casa o prêmio de Melhor Ator em Filme de Drama, batendo Bradley Cooper, Willem Dafoe e mais.
Poderoso, hein? Brian May e Roger Taylor, do Queen, estiveram na premiação ao lado de Malek e outros atores do elenco para receber as estatuetas. Em uma coletiva de imprensa após o evento, o ator agradeceu Freddie Mercury pela “aventura de sua vida” e ainda disse que o único objetivo do filme era honrar o cantor.
Do site “Tenho Mais Discos Que Amigos”
Roma
4.1 1,4K Assista Agora"Roma", elogiadíssimo filme do mexicano Alfonso Cuarón para a Netflix, foi duplamente premiado no Globo de Ouro 2019, que aconteceu neste domingo (6): ele foi premiado nas categorias de filme estrangeiro e diretor.
Em um discurso bilíngue, em inglês e em espanhol, o cineasta exaltou o poder do cinema para construir pontes entre diversas realidades e agradeceu a sua família, ao México e à Netflix, reconhecendo também o trabalho de seu elenco.
Inspirada pela infância de Cuarón, "Roma" acompanha a história de Cleo, empregada de uma família abastada em Roma, bairro da Cidade do México. O filme levou o Leão de Ouro no Festival de Veneza e é um dos favoritos para a disputa de Oscar de melhor filme estrangeiro.
No Globo de Ouro, o longa competiu com "Shoplifters" (Japão), "Capernaum" (Líbano), "Girl" (Bélgica) e "Never Look Away" (Alemanha).
UOL, em São Paulo 07/01/2019 - 01h00
Operação Final
3.6 118 Assista AgoraApesar de contar com bons atores e uma ambientação bacana da Buenos Aires dos anos 60, é infinitamente inferior a “Munich”, outro sobre as operações de caçadas do Mossad. Ainda assim é bastante válido por retratar um fato histórico, ao que parece, com bastante fidelidade.
O filme: Apesar e alguns flashbacks mostrarem cenas reais dos horrores de Holocausto em alguns momentos tive a impressão de que o longa tentou humanizar ou justificar a um monstro e isso me incomodou.
Parece ser que Adolf Eichmann realmente era um cara frio que manteve até o final o discursinho infame de que se limitou a fazer o que lhe mandavam, mas, mesmo sendo assim, quando se trata de uma das maiores atrocidades da humanidade não consigo digerir o papel de advogado do diabo que o filme fez em alguns momentos.
Seja como for, não é uma falha do filme e sim uma intolerância minha. Lendo sobre encontrei o seguinte relato em uma entrevista: “Ao pesquisar a história verdadeira da Operação Finale, descobrimos que o agente da Mossad, Peter Malkin, de fato teve conversas com Eichmann após a captura de Eichmann. Em seu livro de 2002, The Argentina Journal, Malkin descreve como foi ficar cara a cara com o homem que foi o grande responsável pelos assassinatos de seus próprios familiares e milhões de outros. "Quem é aquele homem deitado na cama de ferro? O que ele significa para mim?" Malkin ponderou. Ele observou que Eichmann "não parecia um monstro", o que o surpreendeu. Ele se forçou a conversar com Eichmann, sobre o qual ele comentou: "Por muito tempo um agente talentoso, eu estava finalmente me tornando um ser humano". Suas conversas com Eichmann o ajudaram a perceber que o ex-nazista não era um monstro, mas um ser humano, o que dificultou ainda mais a compreensão das ações de Eichmann durante a guerra. Malkin mais tarde comentou que "um monstro pode ser desculpado por seu comportamento ... O problema não é como um monstro poderia fazê-lo, mas como um ser humano o fazia".“
Curiosidade: É amplamente conhecido o fato de que muitos nazistas se refugiaram na Argentina depois da rendição da Alemanha e consequente fim da Segunda Guerra. Também é óbvio que incluso nos dias atuais, tanto mais nos anos 60, ainda existem muitos simpatizantes do nazismo, de outra forma Eichmann não teria conseguido escapar da Alemanha, mas me surpreendeu ver cenas de argentinos fazendo a saudação nazi em reuniões de nazistas e a bandeira com a suástica pendurada em plena Buenos Aires.
Blackfish: Fúria Animal
4.4 456Os espetáculos com animais marinhos começam necessariamente com sua caça, sequestro, matança de outros de sua família/grupo que não se deixaram capturar e confinamento.
É preciso que fique claro que a manutenção de animais em cativeiro só existe porque é rentável e o que faz que essa prática cruel e assassina seja rentável são os ingressos pagos por pessoas como eu e como você que visitam a aquários, zoológicos, rodeios, touradas, etc. Não se pode seguir aceitando justificativas mesquinhas e ignorantes. Não são lugares alegres, bucólicos e seguros, não são tradições inquebrantáveis, não são educativos.
Não existe nenhum registro de que uma Orca na natureza, em seu habitat, em estado selvagem, tenha atacado a um ser humano jamais.
Tilikum, a estrela de Blackfish, foi sequestrado ainda bebê e mantido em um tanque por décadas. Atacou e matou a três pessoas antes de morrer precocemente como ocorre com todos os mamíferos marinhos privados de liberdade. Algumas baleias em confinamento incluso morrem em decorrência de incidentes violentos com outras Orcas, outra situação igualmente jamais documentada na natureza. Está cientificamente provado que as Orcas são super inteligentes e intrinsicamente sociais, o comportamento violento é consequência do estresse físico e mental que impomos a esses animais ao mantê-los confinados. Somos o animal mais selvagem, cruel e assassino de todo o reino.
A Grande Ilusão
3.5 366 Assista grátisGosto especialmente de filmes que tentam plasmar os mistérios da mente humana, no caso, as histórias que inventamos para nós mesmos pra sobreviver à situações traumáticas que ainda não sabemos enfrentar. Nossos mecanismos de autodefesa.
O assunto em si já me parece fascinante, quando bem roteirizado e interpretado, resulta em um filme que, no mínimo, não deixa o espectador indiferente. Não frustrou minhas expetativas em absoluto.
Pontos fortes... os dramas psicológicos parecem feitos à medida para Jessica Biel, e a Kaya Scodeelario está perfeita no papel de adolescente traumatizada/problemática/rebelde. Fez um tête-à-tête muito digno com lady Biel e seu talento natural pra provocar-nos empatia. Se termina “The Sinner” igual que “Emanuel and the truth of the fishes” (o título original é tão mais poético)... querendo entrar na série e no filme pra abraçar e ajudar à Cora e à Linda. Emanuel soube fazer isso de forma sublime.
Caixa de Pássaros
3.4 2,3K Assista AgoraRoteiro preguiçoso.
Quem/o que são as tais criaturas? De onde saíram? O que pretendem?
Ok... sabe-se lá porquê quem os vê fica imediatamente louco, mas porque a reação é suicida-se? Por que os pássaros os notam? Por que os que já eram loucos não são afetados de nenhuma maneira e por que passam a colaborar com às tais criaturas?
Esses filminhos de terror que não se dão sequer o trabalhinho de dar porquês básicos a nada tomam o espectador por idiota, só pode. Tanta gente boa no elenco pra isso! Que desperdício! John Malkovich!!!!
Me pergunto se foi fiel ao best seller no qual está baseado, se o livro é também essa coisa sem pé nem cabeça. E que falta de originalidade! Em um não se deve fazer barulho, em outro não se deve olhar... francamente, tomam os espectadores por imbecis. Pra ser bem generosa, é, no mínimo, forçadíssimo. Mais de duas horas desperdiçadas.
2,5 estrelinhas exclusivamente pelo elenco.
Frozen: Uma Aventura Congelante
3.9 3,0K Assista AgoraDemorei tanto, mas casualmente escolhi um dia ideal pra assistir esse amorzinho de filme.
“As garotas que com ele crescerem já não sonharão com uma vida de frágil princesa ou com um príncipe encantado.”
Verdade, Jessica! Cheio de mensagens metafóricas poderosíssimas. Super de acordo com teu comentário. Amei.
“Tamanho do pé?” ..... como você pode casar com um cara sem nem saber o tamanho do pé dele?
😂😂😂😂
Lazzaro Felice
4.1 217 Assista AgoraFilme simples, singelo, político, social, poético. Distopia em forma de fábula recheada de simbolismos. O bem, a bondade, a pureza, o mal, o egoísmo, a crueldade, a exploração, o marginal.
Lazzaro é a Geni de Alice Rohrwacher. Lazzaro não cabe nesse nosso mundo.
“Forrest Gump”, “Dogville”, “Ensaio sobre a Cegueira”, “Lazzaro Felice”... .. o cinema nos mostrando o óbvio, a fórmula do ser humano deu errado.
Fiquei pensando... a quem poderíamos comparar Tancredi nos dias de hoje? Acho que é o personagem mais ambíguo, mais difícil de analisar.
“Os humanos são como animais. Você os liberta e percebem que são escravos, presos na miséria deles. Agora sofrem, mas não sabem... “
Li em algum lugar que o pano de fundo do melhor roteiro em Cannes e prêmio especial do júri do Festival de Sitges é baseado em uma história real ocorrida nas proximidades de Roma na década de 80. Então, uma mulher (nada nobre) da nobreza manteve camponeses da zona de Inviolata trabalhando em condições análogas à escravidão. Não consegui confirmar se isso é verdade, mas não me estranharia, ocorre na atualidade no nosso Brasil mais profundo, na produção têxtil por todo o mundo etc etc etc.
Eu, Daniel Blake
4.3 533 Assista Agora“O realismo é uma aspiração à verdade, e a verdade sempre é bela.” Do livro “Esculpir o Tempo”, do escritor e cineasta Tarkovski.
Em “Eu, Daniel Blake” a realidade é bela, comovente, dramática e triste.
Bonito filme sobre amizade, solidariedade, empatia, nobreza, generosidade, dignidade e também (muito) sobre impotência, crueldade, egoísmo, insensibilidade e a burocracia que anula e torna invisível. É sobre seres humanos e a desumanidade do Sistema. Sobre o neoliberalismo de ferro, facilmente reconhecível em qualquer outro. Nosso inclusive e mais.
“No Festival de Cannes, Ken Loach e sua equipe foram recebidos com uma ovação de 15 minutos, depois da exibição oficial do longa.” Entre vários outros prêmios foi a segunda Palma de Ouro do diretor. Tudo merecidíssimo.
Cinema/Denúncia. Deveria ser de assistência obrigatória aos críticos do Bolsa Família e outros programas de assistência social. A todos os que são levianos em seus julgamentos.
Se não puder ou não quiser ajudar, “Seja [pelo menos] gentil, porque todo mundo enfrenta uma batalha”, do filme “Extraordinário”.
Caixa de Pássaros
3.4 2,3K Assista Agora“Bird Box é um filme de suspense pós-apocalíptico...” não é o gênero que mais gosto, mas tem a John Malkovich que gosto muito e não vejo há tempos. Pra lista dos que quero ver.
Roma
4.1 1,4K Assista AgoraAcho que os fãs dos superestimados filmes de super-heróis, superexplosões e supertiroteios dirão que "Roma" é um filme superestimado. Não sou técnica, mas acho que “Roma” é o que os que realmente entendem do tema classificam de “tecnicamente perfeito”. Fato é que não é para todos os públicos. Não é um filme de fácil digestão, não é simples entretenimento, não é um passatempo.
É sobre homens.
Sobre mulheres.
Sobre questões sociais e raciais tão comuns também no nosso país... “é como se fosse da família”.
Do título alguns dirão que é sobre a Roma de Rômulo, de Remo e da loba que os preservou de todo mal. Outros dirão que é sobre outra forma de... ¿amor? (amor ao contrário). Nada disso.
É sobre a vida de umas pessoas nos históricos anos 70 em um dos bairros mais suntuosos (então) e emblemáticos (desde então) da capital mexicana. O mesmo bairro onde cresceu Cuarón e onde foi rodado o filme. Colônia Roma, mais precisamente Roma Sur.
Apesar das muito boas críticas recebidas por todo o mundo e das várias indicações e prêmios conquistados, não é um filme que eu recomendaria indistintamente. São 135 minutos dos quais 92 são contidos. Um lento caminhar até a catarse. Como aquela breve cena em “slow motion” que antecede à catástrofes, só que bem bem longa.
Curiosidades que dão ainda mais valor ao filme:
DEDICATÓRIA: “Cuarón dedica o filme a "Libo", que é como ele e sua família chamam Liboria Rodríguez, uma mulher de origem indígena que começou a trabalhar com eles quando o diretor tinha só 9 meses e cuja história de vida serve de base para a história. Rodríguez, que veio da aldeia de Tepelmeme no Estado de Oaxaca, cuidou desde então das crianças da família de Cuarón, como muitas empregadas domésticas que tiveram um papel central na vida dos filhos de muitas famílias da América Latina. Segundo o diretor, à medida que ele cresceu, se deu conta de que Libo também era uma pessoa que tinha necessidades, conflitos e uma vida própria, e não era alguém que só lavava sua roupa ou preparava sua comida.
Foi nela e em seu papel na família que ele se inspirou para escrever o roteiro, de cuja cenas os atores só tomavam conhecimento no mesmo dia da filmagem.”
AVIÕES: “Em vez de usar estúdios de filmagens, Cuarón decidiu rodar seu longa em uma casa em Roma, que foi reconfigurada meticulosamente para que se parecesse com o local onde cresceu. Roma fica próximo de um dos corredores aéreos pelo qual passam centenas de aviões que cruzam diariamente os céus da Cidade do México para aterrissar em seu aeroporto internacional, por isso, são uma presença constante no céu do bairro... e de quase toda a cidade. Por isso, os aviões não estão apenas na abertura e no encerremento do longa, mas seu som permeia todo o desenrolar da trama. Mas isso é apenas uma parte da explicação. Há também um fato autobiográfico: Cuarón era fascinado por aviões e sonhava em ser piloto quando era pequeno (o ator que interpreta o diretor quando criança conta isso a sua babá). Além disso, há uma conotação simbólica. Cuarón contou que as aeronaves cruzando o céu do México transmitem a ideia de que as situações que os personagens atravessavam são transitórias e que há um universo que vai além de seus contextos pessoais.”
HOMENAGENS: “Em uma das cenas, as crianças vão com a babá ver “Sem Rumo no Espaço” (1969), um dos filmes favoritos do diretor quando criança e que lhe serviu de inspiração para “Gravidade”. Há uma cena de parto similar à que ocorre no filme “Filhos da Esperança”, e, como em “E Sua Mãe Também”, a mãe conta aos filhos em um bar ao ar livre próximo da praia que seu pai os abandonou. Nos créditos de Roma, aparece o mantra "Shantih Shantih Shantih" (Paz, paz, paz), que também aparece em “Filhos da Esperança”.”
Gravidade, Cuáron - 2013
Filhos da Esperança, Cuarón - 2006
E Sua Mãe Também, Cuarón – 2001
PROTESTOS ESTUDANTIS: “Um dos elementos que a crítica mais tem aclamado é a cuidadosa recriação de época, não apenas pelos cenários, vestuários e programas de televisão, mas pela forma tangencial com que apresenta contextos sociais do México nos anos 1970. Uma das cenas mais dramáticas mostra a matança de estudantes conhecida como o massacre de Corpus Christi ou "Halconazo", que ocorreu em 10 de junho de 1971 e que ainda é hoje um dos eventos mais tristes da história do país. O incidente começou como um protesto estudantil pela libertação de presos políticos e por mais investimentos em educação, e terminou como um banho de sangue quando o governo enviou soldados treinados pela CIA, de um grupo paramilitar financiado pelo Estado e conhecido como "Los Halcones", para reprimi-los. De acordo com versões de alguns sobreviventes, a princípio, os paramilitares usaram bastões e varas de bambu empregados na arte marcial japonesa kendo, como o usado por um dos personagens do filme em seu treinamento, mas, depois, foram usadas armas de fogo. O fato do namorado de Cleo praticar o kendo em um local distante no Estado do México e se referir aos treinamentos também deixa em aberto uma possível referência aos grupos paramilitares. O massacre de Corpus Christi deixou 120 estudantes mortos, de acordo com registros oficiais, mas acredita-se que o número de vítimas possa ter sido ainda maior. O acontecimento é retratado de forma hiper-realista no filme em uma das suas cenas mais comoventes, na qual novamente as desigualdades sociais marcam o desenrolar da trama.”
Lída Baarová
3.5 36Filme biográfico que conta a história da atriz tcheca Ludmila Babková com o Ministro de Propaganda Nazi, Joseph Goebbels. Uma dessas joias que se descobre graças à Netflix e ao meu fascínio por tudo o que envolve este terrível período da história da humanidade.
Comecei a assisti-lo despretensiosamente, sem ler nada mais do que o que consta na breve sinopse do próprio canal de streaming, e talvez por isso foi uma muito grata surpresa. Desconhecia a existência do filme tanto quanto a interessante história que, pelo que li a posteriori, parece ser bastante fiel à realidade.
É um filme cheio de detalhes e de dados secundários que enriquece sobremaneira a trama. Por exemplo, em um momento, logo ao princípio do longa, o Führer diz à Lida que ao vê-la lembrou-se de uma mulher que foi muito importante em sua vida e cuja morte o entristeceu muito. Não a nomeia, mas provavelmente seja uma referência a outra interessante passagem dos bastidores do nazismo, Geli Raubal, sobrinha de Hittler, que se suicidou aos vinte e poucos anos quando começaram a surgir rumores de que mantinha um caso amoroso com seu tio Adolf.
Enfim, “Lida Babková” tem um roteiro correto que conta com ótimos intérpretes principais e secundários, além de uma muito boa ambientação. Vale muito.
O Caderno de Sara
2.9 53Além de ser um bom filme, com um drama familiar fictício comovente, tem o grandíssimo mérito de tocar um tema real que precisa ser contado, recontado e requetecontado para que no futuro ninguém possa ter a desfaçatez de dizer que não sabia o que aconteceu e continua acontecendo na África. “O jardineiro fiel”, maravilhoso, mostra outra vertente das malezas que ocorrem por esta parte do planeta (quem duvida do poder da indústria farmacêutica e de que o relatado na ficção possa perfeitamente ter acontecido ou estar acontecendo de verdade?). E tem também “Diamante de Sangue”, e tantos outros.
É tão absurdamente comum que as mesmas pessoas que se chocam com as barbáries da segunda guerra ignorem completamente os horrores vividos em Ruanda, Serra Leoa, Bósnia, Iraque, Síria, Líbano, Faixa de Gaza, etc etc etc. É tão comum incluso serem contra a ONU e dizerem sandices sobre os Direitos Humanos, coisa que sempre aguçou minha curiosidade... a que espécie pertencem esses mentecaptos que se dizem contra os Direitos Humanos?
Lembro ter lido lá pelo começo dos anos 90 uma longa reportagem no “El País-España” sobre o rapto de crianças para compor milícias em Serra Leoa. Foi meu primeiro contata com esse horror. Essas guerrilhas paramilitares invadiam, destruíam e assassinavam à aldeias inteiras, mantendo com vida apenas as crianças. Faziam cortes rasos no coro cabeludo das crianças sequestradas, introduziam nesses cortes cocaína e as armavam até os dentes. Estas crianças, sequestradas depois de assistir ao assassinato (algumas vezes também ao estupro) de suas mães e à destruição de suas casas, drogadas e armadas, se transformavam em novos “soldados” enlouquecidos, que viriam a fazer o mesmo com outras crianças de outras aldeias. O choque fez com que eu quisesse saber mais e descobri que coisas semelhantes vinham acontecendo há tempos também no Congo, em Angola, Etiópia, Burundi, Libéria, Sudão, Ruanda, Uganda...
Parece ser que só mesmo o dinheiro desperta a consciência de governos ocidentais.
“O Caderno de Sara” fala do tal contan, mistura de minerais da qual se extrai outros minerais, entre eles o nióbio que parece ser que temos também (em Roraima e no Amapá), e o tântalo, muito usado na indústria de aparelhos eletrônicos portáteis. Importante, mas não é petróleo então não interessa o suficiente como para que governantes de países ricos e poderosos intervenham e façam algo pelos inocentes que estão sendo cruelmente dizimados por conta de uma guerra civil alimentada pela luta pela posse das minas. A ONU estima que só no Congo já morreram, como consequência dessa disputa, mais de 4 milhões de pessoas. E segue.
Carmen & Lola
3.6 7 Assista Agora8 indicações aos Prêmios Goya:
Melhor filme
Melhor atriz coadjuvante
Carolina Yuste
Melhor direção
Arantxa Echeverría
Melhor ator revelação
Moreno Borja
Melhor atriz revelação
Zaira Romero
Melhor atriz revelação
Rosy Rodriguez
Melhor roteiro original
Arantxa Echeverría
Melhor canção
Paco de la Rosa “Me vas a extrañar”
Namorados para Sempre
3.6 2,5K Assista AgoraGosto desses filmes que retratam o comum, a vida como ela é.
O título pode confundir. Não é uma comédinha romântica, é de quando o amor pelo outro se esgota e só sobra o amor pelo amor, pelo sentimento. “Blue Valentine – a love story” é uma desconcertante, triste e sensível descrição do tão recorrente deterioro de relações amorosas.
Ilusão, amor, afeto, desgaste, resignação, apatia, decadência, desamor, dor, desespero, desamparo, desolação em seis anos.
Os flashbacks amplificam a pena e a sensação de que justamente o que os uniu ao princípio - a descontração, a leveza, a simplicidade - os distanciou ao final. E não há culpados, só vítimas.
Filme sincero, convincente, amargo e dolorido e que me emocionou muito mais que Kubrick em “Eyes wide shut”, que tem meio que a mesma pegada.
Ryan Gosling super funcionou com Michelle Williams que está tão bem quanto sempre. Química perfeita.
♫ Você sempre magoa a quem ama, aqueles que não devia magoar.
Sempre pega a rosa mais doce e a esmaga até as pétalas caírem.
Sempre parte o coração mais gentil com palavras impensadas que não pode retirar.
Então, se eu parti seu coração ontem à noite, é porque eu te amo mais que tudo.
Menção especial para o claquêzinho fofo da Michelle Williams para a versão de “You Always Hurt The One You Love” do Ryan Gosling.
Vale digerir o que assistimos vendo os créditos até o final. Bom filme.
Bohemian Rhapsody
4.1 2,2K Assista AgoraEu amo Freddie Mercury e talvez por isso ao princípio tive muitas reservas sobre Rami Malek. Temia não conseguir "entrar" no filme devido à caricata caracterização dele que vi em alguns vídeos promocionais. Mesmo em um filme espetacular seria frustrante não conseguir "enxergar" ao Freddie Mercury. Bem, no último terço do longa Rami Malek o "incorpora" num grau que a partir de certa cena
quando Freddie conta aos demais integrantes da banda que contraiu o vírus HIV
Bom, antes de continuar com minha tietagem (ao filme) devo advertir que não devem dar lá muita credibilidade à minha opinião porque Live Aid para mim foi mítico, apoteótico mesmo, e creio que as razões de sua realização são dos motivos mais lindos dentre os existentes para reunir a tantos seres humanos. Sem falar nas apresentações do Queen, na inteiração que tinham com o público, sempre emocionantes. Quem viu algo de sua passagem pelo Rio sabe bem do que falo, no Live Aid não foi diferente.
Há umas quantas inexatidões cronológicas (certamente pensadas), e que em nada interferem na verdade da história como um todo.
Enfim, o filme é dos que te deixa sem palavras por algum tempo depois de terminar, e o final é um show a parte, absolutamente vibrante. Obra de arte linda e emocionante sem sequer aprofundar nos demônios, nos momentos mais escuros ou na doença do vocalista da banda. Quem for assistir esperando ver algo disso se decepcionará. O foco me pareceu ser apresentar-nos o passo a passo de como nasceu um mito, toda a trajetória. Vi muita gente reclamando disso, de o filme não ter aprofundado em aspectos importantes da vida de Freddie Mercury. Sobre isso penso que: 1. É um filme sobre a banda, não só sobre Freddie Mercury; 2. Foram mais de duas horas de duração, uma biografia detalhada necessitaria no mínimo uma série. Penso que o foco do filme é o dom, o talento, a dádiva, e tudo isso foi mostrado de forma impecável.
Tenho certeza de que o assistirei muitas vezes mais.
__________________
"Bohemian Rhapsody" concorre a duas categorias da edição 2019 do Globo de Ouro:
- Melhor filme – Drama
- Rami Malek, Melhor ator de filme - Drama
Ele Está de Volta
3.8 683Tem algo de sátira e eu ri em vários momentos, mas é muito mais uma assustadora crítica social do que uma comédia.
Algum que outro mentecapto (leia-se "Eduardos Costa" da vida), verá como uma crítica direta ao presidente eleito em 2018 no Brasil, sem atentar-se de que o filme é de 2016 e baseado em um livro cuja primeira publicação é de 2012. Isso não impede, claro, que as inúmeras semelhanças entre o longa e toda a desgraça que aconteceu nas últimas eleições presidenciais brasileiras (e estadunidenses, e húngaras, e polonesas...), sejam mais que óbvias e evidentes.
Em 1933, ninguém precisou de discurso nenhum. O povo elegeu um líder que deixou claro para todos quais eram seus planos. Os alemães me escolheram.
---- Você é um monstro.
Eu sou? Então é bom você culpar também aqueles que elegeram esse monstro. Todos eram monstros? Eram todos pessoas normais que decidiram escolher uma pessoa diferente das outras para poder confiar o destino do país. Vai fazer o que, Sawatzki? Impedir as eleições?
---- Não, mas vou impedir você.
Você nunca se perguntou por que as pessoas me seguem? É porque, no fundo, elas são como eu. Têm os mesmos valores.
XXY
3.8 507 Assista AgoraOs argentinos são mestres em trazer às telonas, de forma delicada e sutil, temas que necessitam ganhar luz. Apesar de ter uma cena fortíssima
quando Alex quase foi estuprado na praia
Dei uma revirada na internet pra saber sobre a ocorrência de casos como o de Alex e é de 1 em cada 660 pessoas! A frequência fez com que me parecesse ainda mais incrível que esse assunto seja tão raramente abordado.
Que filme elegante, sóbrio e necessário!
A iniciação da vida sexual dos filhos já é, muitas vezes, um tema que alguns pais têm dificuldade em tratar, me pergunto quantos, sem encontrar-se na situação, já pararam para pensar em questões como que a identidade sexual (inclusa física) de seu rebento pode não ser algo que venha “pronto de fábrica”.
E que relação linda a que têm pai e filho (Kraken e Alex)! Quanta lucidez em meio a tantas dúvidas, quanta cumplicidade, quanta diferença se comparamos com a relação de Alvaro e o verme de seu pai.
“Que alívio. Eu tinha medo que você fosse gay.”
XXY me pareceu uma ode ao respeito ao direito que cada um tem de escolher. Mais que respeito às diferenças, mostra o respeito que merece e têm direito as pessoas que escolhem ser, ou continuar sendo, diferentes. Compreensão, aceitação, respeito.
Sobre Ricardo Darín já se disse tudo então me limitarei a contar que Inés Efrón é uma grata descoberta. Não era um papel fácil e a garota (que posteriormente descobri não ser tão garota quando seu personagem, mas que sim interpretava um de seus primeiros papéis) deu conta do recado lindamente.
Enfim, reitero aqui meu amor a “los hermanos”, neste caso mais concretamente “a la hermana”, Lucía Puenzo.
P.S.:
“Nos fomos de Buenos Aires para estar longe desse tipo de gente e agora acontece de estarmos todos sentados na mesma mesa.”
.... Será que nunca haverá um lugar suficientemente afastado pra que estejamos suficientemente longe dessa classe de gente?
Sete Vidas
4.0 1,8K Assista Agora"Não crie expectativas, crie porcos. Se tudo der errado, pelo menos você tem bacon." ... não sei de quem é a tão verdadeira máxima. Esperava tão tão mais! Expectativa é mesmo uma @$#&@$
Julieta
3.8 530 Assista Agora♫ Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo.
* Que bom estar tendo cada dia mais Adriana Ugarte.
* Terminou sendo uma bonita homenagem à Bimba Bosé, que já estava bastante doente e acabou falecendo meses após a estreia do filme.
"Julieta" é talvez o menos “almodovariano” dos filmes de Almodóvar. Provavelmente o mais comum, o menos ousado, o mais convencional, o menos irreverente, o mais trivial, o menos provocador, o nada perturbador. Não é o típico, mas um Almodóvar é sempre um Almodóvar. Suas cores continuam sendo lindas (a cenas desde a janela do trem são poesia) e suas eternas homenagens às mulheres, por meio de tantos protagonismos femininos, são sempre comoventes. Mulheres jovens e mulheres idosas, mulheres que amam homens e mulheres que amam mulheres, mulheres cis e mulheres trans, mulheres espanholas e mulheres estrangeiras, mulheres lindas - mais ou menos convencionais... Todas elas “Chicas Almodóvar”, dele que é todo um “lord” 💛❤
Adriana Ugarte “Julieta”
Alaska “Pepi, Luci, Bom e Outras Garotas de Montão”
Amparo Soler Leal “O Que Eu Fiz Para Merecer Isto?”
Ana Fernandez “Fale com Ela”
Anabel Alonso “Kika”
Ángela Molina “Carne trêmula” e "Abraços partidos”
Anna Lizará "De salto alto"
Antonia San Juan "Tudo sobre Minha Mãe"
Assumpta Serna "Matador"
Bárbara Lennie "A Pele que Habito"
Beatriz Santiago "Fale com Ela"
Bibiana Fernández "Matador", "A Lei do Desejo", "De salto alto" e "Kika"
Bimba Bosé "Julieta"
Blanca Parés "Julieta"
Blanca Portillo "Volver" e "Abraços partidos"
Blanca Suárez "A Pele que Habito" e "Os Amantes Passageiros"
Candela Peña "Tudo sobre Minha Mãe"
Carmen Elías "A Flor do Meu Segredo"
Carmen Machi "Fale com Ela", "Abraços partidos" e "Os Amantes Passageiros"
Carmen Maura "Pepi, Luci, Bom e Outras Garotas de Montão", "Maus Hábitos", “O Que Eu Fiz Para Merecer Isto?”, “Matador", "A Lei do Desejo", "Mulheres à beira de um ataque de nervos" e "Volver"
Cayetana Guillén-Cuervo "Tudo sobre Minha Mãe"
Cecilia Roth " Pepi, Luci, Bom e Outras Garotas de Montão", "Labirinto de paixões", "Maus Hábitos", “O Que Eu Fiz Para Merecer Isto?”, "Tudo sobre Minha Mãe" e "Os Amantes Passageiros"
Charo López "Kika"
Chus Lampreave "Maus Hábitos", “O Que Eu Fiz Para Merecer Isto?”, "Matador", "Mulheres à beira de um ataque de nervos", "A Flor do Meu Segredo", "Fale com Ela" e "Volver"
Cristina Marcos "De salto alto"
Cristina Sánchez Pascual "Labirinto de paixões" e "Maus Hábitos"
Elena Anaya "Fale com Ela" e "A Pele que Habito"
Leonor Watling "Fale com Ela" e "Má Educação"
Emma Suárez "Julieta"
Eva Cobo "Matador"
Francesca Neri "Carne trêmula"
Francisca Caballero “O Que Eu Fiz Para Merecer Isto?”, "Mulheres à beira de um ataque de nervos", "Ata-me!" e "Kika"
Geraldine Chaplin "Fale com Ela"
Helga Liné "Labirinto de paixões" e "A Lei do Desejo"
Inma Cuesta "Julieta"
Julieta Serrano "Pepi, Luci, Bom e Outras Garotas de Montão", "Maus Hábitos", "Matador", "Mulheres à beira de um ataque de nervos" e "Ata-me!"
Kira Miró "Abraços partidos"
Kiti Mánver "Pepi, Luci, Bom e Outras Garotas de Montão", “O Que Eu Fiz Para Merecer Isto?”, "Mulheres à beira de um ataque de nervos" e "A Flor do Meu Segredo"
Laya Martí "Os Amantes Passageiros"
Loles León " Mulheres à beira de um ataque de nervos", "Ata-me!" e "Fale com Ela"
Manuela Velasco "A Lei do Desejo"
María Barranco "Mulheres à beira de um ataque de nervos" e "Ata-me!"
Mariam Bachir "Julieta"
Marisa Paredes "Maus Hábitos", "De salto alto", "A Flor do Meu Segredo" e "Tudo sobre Minha Mãe"
Mary Carrill "Maus Hábitos"
Michelle Jenner "Julieta"
Míriam Díaz Aroca "De salto alto"
Nathalie Poza "Julieta"
Neus Sanz "Volver"
Ofelia Angélica "Labirinto de paixões"
Paz Vega "Fale com Ela" e "Os Amantes Passageiros"
Penélope Cruz "Carne trêmula", "Tudo sobre Minha Mãe", "Volver", "Abraços partidos" e "Os Amantes Passageiros"
Pepa Aniorte "Volver"
Petra Martínez "Má Educação"
Pilar Castro "Julieta"
Rosa María Sardá "Tudo sobre Minha Mãe"
Rossy de Palma "A Lei do Desejo", "Mulheres à beira de um ataque de nervos", "Ata-me!", "Kika", "A Flor do Meu Segredo", "Abraços partidos" e "Julieta"
Sara Jiménez "Julieta"
Verónica Forqué “O Que Eu Fiz Para Merecer Isto?”, "Matador" e "Kika"
Victoria Abril "Ata-me!", "De salto alto" e "Kika"
Yolanda Ramos "Volver"
O Grande Circo Místico
2.2 139Que nota média ruim 🤔
Amarga Sinfonia de Auschwitz
4.0 46Dificilmente deixo um filme pela metade, mas esse realmente não conseguiu me prender.
Sequer o avaliarei porque, pela nota que ele tem, certamente foi coisa minha. Não quero ser injusta com o filme, mas realmente não gostei.
Pariah
4.0 138Filme do tipo “utilidade pública”, dos que deveriam ser exibidos no primeiro ano do ensino médio, para os alunos e para os pais dos alunos.
Este poema/metáfora define:
“Uma borboleta brevemente sufocada na mucosidade de sua própria metamorfose, aprisionada pela bainha membranosa de suas próprias asas subdesenvolvidas e apertada na escuridão do estreito casulo de sua própria criação, para, pensando que a morte é inevitável, e prepara-se para morrer na absoluta solidão da casca torcida. Uma rachadura aparece, uma luz fina, irregular que une o mundo interno com o externo. Uma borboleta brevemente paralisada pela iminência da morte descobre que a vida é possível.”
Não conhecia 🎶 Sparlhia Swa 🇯🇲
Amei 🖤💛💚
Como Esquecer
3.6 659 Assista AgoraÉ lento, mas isso não incomoda. Tem a velocidade exata pra que o espectador sinta o tamanho da dor do abandono. O tempo exato de Julia, porque não existe tempo exato pra refazer-se, pra reinventar-se. Cada pessoa tem o seu.
Revendo. Não sei se era outro momento meu, mas dessa vez me pareceu muito mais triste.
É bonito e profundo. Tem pedaços lindos...
“Você merece coisa melhor que alguém acampada numa encruzilhada tentando enxergar o caminho. Qualquer caminho. O amor exige muito e eu tenho muito pouco para dar. Nem sei se com esse pouco se faz vida..."
Ana Paula Arósio convence totalmente, chega a dar vontade de colocá-la no colo, não fosse o tamanho da amargura e da rispidez.
Mentira! Da vontade de qualquer jeito rs.
Fez lembrar à Anna (Juliette Binoche) em “A Espera”, maravilhosamente angustiantes.