A lição é óbvia e está aí, porém, a construção da narrativa me deixou confuso. Primeiro que, na minha opinião fecal, todos os garotos parecem iguais, física e psicologicamente. Depois, tentaram uma história de múltiplos personagens que no meu entendimento não deu certo. Por fim, apesar de entender o viés voltado à crítica aos princípios deturpados do cristianismo, o fato de focarem nos agressores e não nas vítimas me incomodou bastante. Eu preferia que tivessem contado sob o ponto de vista da Donatella do que desses bando de adolescentes, brancos, ricos, mimados. Filmes assim, sob o olhar do agressor, é o que mais tem. E muito melhores. Que tal começar a contar a história das vítimas?
Filme interessante fundamentado no uso dos silêncios como elemento narrativo. Adoro isso. Em uma pintura, por exemplo, é recomendado que deixemos um "respiro", um espaço para os olhos descansarem após o impacto da obra. Isso é usado aqui: o filme bate e recua, bate e recua, até sobrar apenas o vazio como resultado desse desgaste. Particularmente, eu tiraria uns vinte minutos contemplativos. PORÉM, entendo seu uso dentro dessa proposta mais metafórica sobre equilíbrio, morte, decisões... a corda bamba que rege nossas vidas.
É um bom filme? Não. É descartável? Nem um pouco. Foi divertido? Mais ou menos.
Para mim, a maior questão de "Amigas de Sorte" é que eu não consegui imergir em algumas situações. Particularmente, eu nunca gostei daqueles filmes "besteirol" que Hollywood nos enfiou goela abaixo durante décadas. O fato deste aqui seguir esse mesmo princípio destruiu minha imersão na turma. Ao meu ver, foi cheio de barrigas e meio repetitivo em certos pontos.
PORÉM, dizer que o filme "e uma completa porcaria" já é demais. As pessoas aceitam o lixo estrangeiro jogado em nossas cabeças e não aceitam quando nós mesmos fazemos esse besteirol, ao nosso modo? Ora, faça-me o favor!
Costumo brigar muito no Wattpad porque muitos por lá tendem a escrever histórias mirabolantes, muitas sem pé nem cabeça, ao invés de focarem na vida real, banal, comum. E "Bendito fruto" mostra exatamente isso: como a banalidade é instigante e aconchegante. Que filme gostoso de assistir. É simples, mas não simplório. E, melhor ainda, foge daquele tom dramalhão se novelas e consegue falar sobre tudo o que se propõe sem cair na pieguice. Ao final, me senti tão bem, tão reconfortado, tão brasileiro, exatamente porque aqui temos identificação, pertencimento, vida que se assemelha a das pessoas que vemos ao redor. Isso é único.
Sério, eu estou desnorteado até agora, meia hora após o término. O que foi isso? Eu comecei de boca aberta, mão no queixo, encantado com o teatro de bonecos, e terminei do mesmo jeito, sobrecenho franzido, a mente girando e girando e girando... E o interessante é que uma das raras vezes em que isso aconteceu foi no filme "Her", também dirigido por Spike Jonze. Assim, é tão complexo, tão intrigante, tão bizarro, tão... tão tudo, que fica até difícil dizer, expor algo em palavras. Só aplaudo essa capacidade de me fazer sentir. Estou embasbacado.
Revi hoje (19/05/2023), pela terceira vez, e é impressionante como o filme continua tocante, sensível e mágico. Não, não é um esplendor narrativo e a história é até boba. Contudo, sabe aquela sensação de ser transportado, transportada, para a realidade defendida pela trama? A sensação de se imaginar nessa loja e brincar? No fundo, no fundo, tenhamos sensatez, somos crianças ainda. A diferença é que a sociedade e suas imposições que nos fazem correr e chorar com a cabeça no travesseiro impõe que a "vida adulta" seja sinônimo de ansiedade, correria e angústia. Não é. E filmes como "A Loja Mágica de Brinquedos" são uma lembrança disso: por favor, volte a sonhar.
As soluções visuais são impressionantes e até mesmo a trilha orquestrada. A paleta de cores é um destaque a parte. Mas, por favor, né? Há uma incongruência em zumbis usando preservativo. Tudo bem, pode ser uma metáfora de como um morto-vivo não está imune à "verdadeira morte" que foi o HIV na comunidade gay. Eu entendo isso. Porém, por uma questão prática, esse detalhe me tirou da imersão no filme. Já imaginou um zumbi daquele parando para colocar camisinha? Sério. Sem contar que, como dizia Elke Maravilha, acho que sou um esteta. Eu gosto da beleza, gosto de ver o que eu acho ser belo. Há uma beleza técnica aqui, mas não de roteiro, na minha opinião fecal. Choca, enoja, impacta, mas, no final das contas, não passa disso.
Falta mais substância, porém, não achei ruim. É interessante porque mostra quão ridícula pode ser a falta de noção ao se criar os filhos desse jeito, como se o dinheiro nunca fosse acabar. Ficou a lição.
Por um lado, gosto de filmes que desconstroem esportes sabidamente focados em ideais de brutalidade e de masculinidade. Isso é um ganho e faz refletir sobre esses papéis - e o quanto são frágeis e sem sentido. Somado a isso, a fotografia e a trilha sonora são um show.
Por outro lado... Que filme longo. 😐 Chega a ser enfadonho em certos momentos. Não há exatamente "barrigas", cenas inteiras sem nexo, mas sim pequenos trechos alongados que me deixaram cansado.
Pelo menos, a construção dos personagens é interessante e percebi a linha de amadurecimento de todos, com as consequências de suas escolhas aparecendo só final do filme.
Eu sei que pedir esmero de um filme pornô é demais, beira a hipocrisia. Porém, quando esse mesmo filme se vende quase como "cult", o mínimo que se espera é algo diferenciado. François Sagat não consegue atuar nem andando feito alguém perdido... 🤦🏻
Importante na mensagem, maçante na prática. Creio que serve mais como introdução do que exatamente como um direcionamento mais profundo sobre o assunto. Confesso que em certas partes minha mente vagou longe. Acaba que os depoimentos são repetitivos e, sinceramente, apesar de mostrarem as consequências, deu a sensação de que "há lá suas vantagens, sabe?".
O massa de trabalhar com escrita é poder enxergar os filmes para além da capa, mergulhando no roteiro. É interessante como houve um encaixe de peças do começo ao final, o que deu unidade à trama. A metáfora sobre a torneira, por exemplo, é sutil, silenciosa e direta, sendo um daqueles momentos que "dizem tudo".
Acredito que muitas pessoas se debruçam sobre produções hollywoodianas, sempre à espera de um arrebatamento cinematográfico, com plot twists à lá M. Night Shayamalan a cada filme ou o esplendor de um Martin Scorcese, e nesse esperar não veem a beleza de filmes que simplesmente retratam um adolescente mexicano de Guadalajara enfrentando essa coisa que chamamos de vida.
"Háblame de Ti" me ganhou por conseguir ir além da obviedade do "drama teen gay" que tanto vemos. O que tive aqui foi algo (um pouco) mais profundo sobre relações familiares. E perceba: a questão da sexualidade é pano de fundo, não trama principal. É um recado de que nós somos muito, muito, mais do que apenas pessoas LGBTQIA+
Talvez o filme peque por não ter a regionalidade de um "Hombres de Piel Dura", longa também mexicano que mergulha muito mais em questões culturais e sociais do país. Nesse sentido, "Háblame de Ti" beira a generalidade, pois, se trocarmos a nacionalidade e pudermos atores falando inglês, será um filme hollywoodiano qualquer, sem nada de seu país de origem.
Mesmo assim, não é. A mensagem que fica é bonita e, sabendo que é um filme independente feito com essa qualidade, esse esmero, aplaudo. O cinema tende, ainda hoje, a retratar a realidade gay sempre com tons mais sombrios, mesmo em um filme teen. Saber que adolescentes terão a oportunidade de ter um filme que traga uma visão mais serena e otimista (algo que não tive), me deixa feliz.
Tem uma mensagem ali? Sem dúvida. Eu seria hipócrita se não admitisse. A mistura entre o lado político e a arte, o erotismo e a vida banal, a tentativa de deixar o outro, seguir em frente, mas ainda se ver impregnado de memórias e cheiros e gostos de uma vida que parece estar a uma esticada das mãos, porém, desvanece dia após dia. A mensagem está ali. A mensagem, apenas. Para mim, o pacote foi tedioso, maçante e pedante.
Eu afundei de um jeito que foi bonito. Kkkkk Gostei do argumento do filme. Apesar de, cientificamente, eu não fazer ideia se o que foi mostrado faz algum sentido. Mas só de ter Nicole Kidman correndo de um lado para o outro, relevo questões científicas e a obviedade do roteiro. Valeu a pena. Foi um bom passatempo.
Engraçado que as pessoas pensam que toda história gay precisa ter caras com o estereótipo à lá Instagram cujo final, se não for triste, precisa ser brilhante. Vai entender... "Hombres de piel dura" me surpreendeu por criticar exatamente esses estereótipos, mergulhando para além do óbvio e mostrando que os "homens de pele dura", brutos, machos, têm muito a esconder por baixo dessa casaca de brutalidade. O filme mostra uma obviedade que não parece tão óbvia para muitos: há gays em todos os lugares e há os mais diversos tipos de sexualidade. Isso sem contar a questão religiosa trazida pelo filme. Eu vi e vejo isso acontecer. Conheço um padre que teve um relacionamento durante 6 anos com um diácono enquanto esteve em uma igreja aqui no interior do Maranhão. Veja para além, abra a mente, mergulhe nas camadas, saia da bolha, e verá como o filme cospe uma realidade que não está tão longe assim. Por fim, o filme mostra que os "homens de pele dura" não são apenas os machões que pegam no saco e coçam, mas também o "viad*nho" que precisa enfrentar o mundo para ser que é. E, meus amigos e minhas amigas, ISSO sim é ter pele dura: peitar o mundo para ser quem se é.
Tentei gostar, ainda mais por causa da paleta de cores e da luz que são estonteantes. Porém, não deu. Roteiro confuso, trama atropelada, motivações dos personagens sem base. Decepcionante.
Meio entediante, apesar de trazer diálogos muito bem construídos. O tédio foi motivado, creio, pela incapacidade de imergir na mente dessa autora revolucionária que foi Anaïs Nin. No filme, talvez em uma tentativa de dazê-la mais pueril, fiquei com a impressão de terem jogado tudo para a June, como se ela, no seu esplendor libertário, fosse a "gota que faltava" para o caldeirão de Anaïs transbordar. E não é bem assim. Anaïs já vinha de uma vivência anterior, com experiências. Creio que faltou ousadia.
Imagine que você pode contar uma piada em 5 versos e decide "dar uma engrossada" e contar em 50. Foi o que senti aqui. O filme é engraçado, porém, senti que algumas partes foram esticadas demais, valorizadas demais, o que criou as chamadas "barrigas" no roteiro. Os atores são muito bons, a trama funciona, mas, na minha opinião fecal, a montagem/edição foi falha. É uma pena. Adoro filmes, séries, novelas, que me abracem com o regionalismo aqui do Nordeste, mas isso não significa que devemos aceitar qualquer coisa em prol da representatividade, né?
Foi, foi, foi... me prendeu. Eu não esperava nada, pensei que seria "mais um drama gay teen" e, ainda bem!, quebrei a cara. "Clube de Geografia" quebra com a premissa de que "todo filme LGBTQIA+ pende para o trágico". Aqui, o que vi foi uma história que traz reflexões importantes, trabalha os clichês, envolve e, principalmente, tem camadas. Coroando tudo, o final que me deixou com um sorriso no rosto. Valeu a pena.
Animação simples (dentro dos padrões das grandes animações japonesas), mas que mostra como, mesmo na "simplicidade", a escola de animação japonesa consegue uma trama serena, profunda e que abraça o público. "Okko e os espíritos" mergulha em reflexões que vão além do mero entretenimento e ensinam sobre superação, empatia e a capacidade de seguir em frente apesar dos fardos. Bonito anime
Ao longo de todo o filme apenas uma ideia me ocorreu: sério que esse filme foi indicado a MELHOR filme? Sério mesmo? Só porque pegou referências já usadas em outras dezenas de filmes e livros e fez uma crítica social? Sinceramente, me pareceu muito, muito, pedante. Sem contar que a tal "cena polêmica" que "enojou as pessoas" não tem nada demais. Deve ter enojado quem vive na bolha e só assiste a filmes "tranquilos" e que tragam tudo mastigado. Pois, sim, "Triângulo da Tristeza" é mastigado.
Aqui e ali há sugestões e metáforas, mas no geral é um filme enfadonho que quer ser cult. Para tanto, joga referências sociológicas, critica o capitalismo, as redes sociais, os padrões de beleza, a indústria da guerra, o sistema de proletariado... Em outras palavras, joga na tela o pacote de assuntos que a "galera" do Twitter ama discutir deitada em seus sofás dentro de suas bolhas de proteção. Tempere com um punhado de escatologia e, BINGO!, adorarão o filme como a quintessência da década. Ora, por favor!
Se você quer uma crítica social contundente e dilacerante, fique com "O Senhor das Moscas", "A Fortaleza", "Ensaio sobre a Cegueira", "Pixote", "O Poço". Isso é uma crítica social estapeante. "Triângulo da Tristeza" é perfumaria embalada em seda cara.
Que bomba... E naoyme venha com a desculpinha de "ah, baixo orçamento". É só abrir o YouTube e ver que é sim possível fazer algo de qualidade com pouco dinheiro. Começa tendo um roteiro decente e com diálogos que vão além da doutrinação. Horrível, horrível. Cenografia, efeitos, atuações, proposta, plot,.trama, curva dramática, tudo,.tudo, horrível. Se fizeram esse filme com o intuito de atrair mais pessoas para a doutrina espírita, erraram feio. Sem contar que confundiram serenidade com melancolia. Isso deixou a experiência aínda mais enfadonha. Um saco!
Eu fiquei encantado e isso me ganhou. Meses atrás, quando li uma crítica sobre o filme, o jornalista mencionou que é "um conto de fadas para adultos" e foi o que encontrei aqui. Eu fiquei embasbacado pela trama, pensando no que eu faria e deixei minha mente fluir. sem contar, claro, Idris Elba e a (hipnotizante, como sempre) Tilda Swinton. CONTUDO, o terço final do filme foi me deixando meio "nhé", sabe? A força narrativa do começo, que me pegou e flagrei-me até de boca aberta, sorrindo feito idiota, isso se perdeu a medida que o final se aproximava. Apesar de que, dentro do contexto da história, esse sentimento pode ser uma brincadeira dos roteiristas com o fato de que nossa vida humana é tão medíocre, tão banal, que se torna enfadonha diante da grandiosidade milenar de um gênio. Fiquei com essa questão latejando na alma.
Camadas, camadas e mais camadas. Achei interessante mostrar como, mesmo em um país onde uma pessoa transgênero tem maior acolhimento, não é um debate simples. "Girl" é um filme que machuca. Machuca a personagem, machuca quem assiste, machuca a noção de uma sociedade como a nossa que quer "curar" as pessoas. Quantas Laras, agora, não estão por aí, sem perspectiva? Quantas Laras nós, aqui no Brasil, não jogamos na sarjeta?
P.S: a entrega de Victor Polster ao papel é louvável.
Garotos de Bem
2.7 76 Assista AgoraA lição é óbvia e está aí, porém, a construção da narrativa me deixou confuso. Primeiro que, na minha opinião fecal, todos os garotos parecem iguais, física e psicologicamente. Depois, tentaram uma história de múltiplos personagens que no meu entendimento não deu certo. Por fim, apesar de entender o viés voltado à crítica aos princípios deturpados do cristianismo, o fato de focarem nos agressores e não nas vítimas me incomodou bastante. Eu preferia que tivessem contado sob o ponto de vista da Donatella do que desses bando de adolescentes, brancos, ricos, mimados. Filmes assim, sob o olhar do agressor, é o que mais tem. E muito melhores. Que tal começar a contar a história das vítimas?
L'acrobate
2.8 7Filme interessante fundamentado no uso dos silêncios como elemento narrativo. Adoro isso. Em uma pintura, por exemplo, é recomendado que deixemos um "respiro", um espaço para os olhos descansarem após o impacto da obra. Isso é usado aqui: o filme bate e recua, bate e recua, até sobrar apenas o vazio como resultado desse desgaste. Particularmente, eu tiraria uns vinte minutos contemplativos. PORÉM, entendo seu uso dentro dessa proposta mais metafórica sobre equilíbrio, morte, decisões... a corda bamba que rege nossas vidas.
Amigas de Sorte
2.4 15É um bom filme? Não.
É descartável? Nem um pouco.
Foi divertido? Mais ou menos.
Para mim, a maior questão de "Amigas de Sorte" é que eu não consegui imergir em algumas situações. Particularmente, eu nunca gostei daqueles filmes "besteirol" que Hollywood nos enfiou goela abaixo durante décadas. O fato deste aqui seguir esse mesmo princípio destruiu minha imersão na turma. Ao meu ver, foi cheio de barrigas e meio repetitivo em certos pontos.
PORÉM, dizer que o filme "e uma completa porcaria" já é demais. As pessoas aceitam o lixo estrangeiro jogado em nossas cabeças e não aceitam quando nós mesmos fazemos esse besteirol, ao nosso modo? Ora, faça-me o favor!
Bendito Fruto
2.8 21 Assista AgoraCostumo brigar muito no Wattpad porque muitos por lá tendem a escrever histórias mirabolantes, muitas sem pé nem cabeça, ao invés de focarem na vida real, banal, comum. E "Bendito fruto" mostra exatamente isso: como a banalidade é instigante e aconchegante. Que filme gostoso de assistir. É simples, mas não simplório. E, melhor ainda, foge daquele tom dramalhão se novelas e consegue falar sobre tudo o que se propõe sem cair na pieguice. Ao final, me senti tão bem, tão reconfortado, tão brasileiro, exatamente porque aqui temos identificação, pertencimento, vida que se assemelha a das pessoas que vemos ao redor. Isso é único.
Quero Ser John Malkovich
4.0 1,4K Assista AgoraSério, eu estou desnorteado até agora, meia hora após o término. O que foi isso? Eu comecei de boca aberta, mão no queixo, encantado com o teatro de bonecos, e terminei do mesmo jeito, sobrecenho franzido, a mente girando e girando e girando... E o interessante é que uma das raras vezes em que isso aconteceu foi no filme "Her", também dirigido por Spike Jonze. Assim, é tão complexo, tão intrigante, tão bizarro, tão... tão tudo, que fica até difícil dizer, expor algo em palavras. Só aplaudo essa capacidade de me fazer sentir. Estou embasbacado.
A Loja Mágica de Brinquedos
3.2 263 Assista AgoraRevi hoje (19/05/2023), pela terceira vez, e é impressionante como o filme continua tocante, sensível e mágico. Não, não é um esplendor narrativo e a história é até boba. Contudo, sabe aquela sensação de ser transportado, transportada, para a realidade defendida pela trama? A sensação de se imaginar nessa loja e brincar? No fundo, no fundo, tenhamos sensatez, somos crianças ainda. A diferença é que a sociedade e suas imposições que nos fazem correr e chorar com a cabeça no travesseiro impõe que a "vida adulta" seja sinônimo de ansiedade, correria e angústia. Não é. E filmes como "A Loja Mágica de Brinquedos" são uma lembrança disso: por favor, volte a sonhar.
L.A. Zombie
2.0 48As soluções visuais são impressionantes e até mesmo a trilha orquestrada. A paleta de cores é um destaque a parte. Mas, por favor, né? Há uma incongruência em zumbis usando preservativo. Tudo bem, pode ser uma metáfora de como um morto-vivo não está imune à "verdadeira morte" que foi o HIV na comunidade gay. Eu entendo isso. Porém, por uma questão prática, esse detalhe me tirou da imersão no filme. Já imaginou um zumbi daquele parando para colocar camisinha? Sério. Sem contar que, como dizia Elke Maravilha, acho que sou um esteta. Eu gosto da beleza, gosto de ver o que eu acho ser belo. Há uma beleza técnica aqui, mas não de roteiro, na minha opinião fecal. Choca, enoja, impacta, mas, no final das contas, não passa disso.
Jorginho Guinle - $ó Se Vive uma Vez
2.3 21Falta mais substância, porém, não achei ruim. É interessante porque mostra quão ridícula pode ser a falta de noção ao se criar os filhos desse jeito, como se o dinheiro nunca fosse acabar. Ficou a lição.
Ao Seu Lado
3.0 75 Assista AgoraPor um lado, gosto de filmes que desconstroem esportes sabidamente focados em ideais de brutalidade e de masculinidade. Isso é um ganho e faz refletir sobre esses papéis - e o quanto são frágeis e sem sentido. Somado a isso, a fotografia e a trilha sonora são um show.
Por outro lado... Que filme longo. 😐 Chega a ser enfadonho em certos momentos. Não há exatamente "barrigas", cenas inteiras sem nexo, mas sim pequenos trechos alongados que me deixaram cansado.
Pelo menos, a construção dos personagens é interessante e percebi a linha de amadurecimento de todos, com as consequências de suas escolhas aparecendo só final do filme.
Incubus
2.8 1Eu sei que pedir esmero de um filme pornô é demais, beira a hipocrisia. Porém, quando esse mesmo filme se vende quase como "cult", o mínimo que se espera é algo diferenciado. François Sagat não consegue atuar nem andando feito alguém perdido... 🤦🏻
Tome Suas Pílulas
3.5 66 Assista AgoraImportante na mensagem, maçante na prática. Creio que serve mais como introdução do que exatamente como um direcionamento mais profundo sobre o assunto. Confesso que em certas partes minha mente vagou longe. Acaba que os depoimentos são repetitivos e, sinceramente, apesar de mostrarem as consequências, deu a sensação de que "há lá suas vantagens, sabe?".
Conte-me Sobre Você
3.1 9 Assista AgoraO massa de trabalhar com escrita é poder enxergar os filmes para além da capa, mergulhando no roteiro. É interessante como houve um encaixe de peças do começo ao final, o que deu unidade à trama. A metáfora sobre a torneira, por exemplo, é sutil, silenciosa e direta, sendo um daqueles momentos que "dizem tudo".
Acredito que muitas pessoas se debruçam sobre produções hollywoodianas, sempre à espera de um arrebatamento cinematográfico, com plot twists à lá M. Night Shayamalan a cada filme ou o esplendor de um Martin Scorcese, e nesse esperar não veem a beleza de filmes que simplesmente retratam um adolescente mexicano de Guadalajara enfrentando essa coisa que chamamos de vida.
"Háblame de Ti" me ganhou por conseguir ir além da obviedade do "drama teen gay" que tanto vemos. O que tive aqui foi algo (um pouco) mais profundo sobre relações familiares. E perceba: a questão da sexualidade é pano de fundo, não trama principal. É um recado de que nós somos muito, muito, mais do que apenas pessoas LGBTQIA+
Talvez o filme peque por não ter a regionalidade de um "Hombres de Piel Dura", longa também mexicano que mergulha muito mais em questões culturais e sociais do país. Nesse sentido, "Háblame de Ti" beira a generalidade, pois, se trocarmos a nacionalidade e pudermos atores falando inglês, será um filme hollywoodiano qualquer, sem nada de seu país de origem.
Mesmo assim, não é. A mensagem que fica é bonita e, sabendo que é um filme independente feito com essa qualidade, esse esmero, aplaudo. O cinema tende, ainda hoje, a retratar a realidade gay sempre com tons mais sombrios, mesmo em um filme teen. Saber que adolescentes terão a oportunidade de ter um filme que traga uma visão mais serena e otimista (algo que não tive), me deixa feliz.
Homem ao Banho
2.6 71Tem uma mensagem ali? Sem dúvida. Eu seria hipócrita se não admitisse. A mistura entre o lado político e a arte, o erotismo e a vida banal, a tentativa de deixar o outro, seguir em frente, mas ainda se ver impregnado de memórias e cheiros e gostos de uma vida que parece estar a uma esticada das mãos, porém, desvanece dia após dia. A mensagem está ali. A mensagem, apenas. Para mim, o pacote foi tedioso, maçante e pedante.
Invasores
3.1 393 Assista AgoraEu afundei de um jeito que foi bonito. Kkkkk Gostei do argumento do filme. Apesar de, cientificamente, eu não fazer ideia se o que foi mostrado faz algum sentido. Mas só de ter Nicole Kidman correndo de um lado para o outro, relevo questões científicas e a obviedade do roteiro. Valeu a pena. Foi um bom passatempo.
Hombres de piel dura
2.5 11Engraçado que as pessoas pensam que toda história gay precisa ter caras com o estereótipo à lá Instagram cujo final, se não for triste, precisa ser brilhante. Vai entender... "Hombres de piel dura" me surpreendeu por criticar exatamente esses estereótipos, mergulhando para além do óbvio e mostrando que os "homens de pele dura", brutos, machos, têm muito a esconder por baixo dessa casaca de brutalidade. O filme mostra uma obviedade que não parece tão óbvia para muitos: há gays em todos os lugares e há os mais diversos tipos de sexualidade. Isso sem contar a questão religiosa trazida pelo filme. Eu vi e vejo isso acontecer. Conheço um padre que teve um relacionamento durante 6 anos com um diácono enquanto esteve em uma igreja aqui no interior do Maranhão. Veja para além, abra a mente, mergulhe nas camadas, saia da bolha, e verá como o filme cospe uma realidade que não está tão longe assim. Por fim, o filme mostra que os "homens de pele dura" não são apenas os machões que pegam no saco e coçam, mas também o "viad*nho" que precisa enfrentar o mundo para ser que é. E, meus amigos e minhas amigas, ISSO sim é ter pele dura: peitar o mundo para ser quem se é.
Mundos Paralelos
2.9 6Tentei gostar, ainda mais por causa da paleta de cores e da luz que são estonteantes. Porém, não deu. Roteiro confuso, trama atropelada, motivações dos personagens sem base. Decepcionante.
Henry & June: Delírios Eróticos
3.6 94Meio entediante, apesar de trazer diálogos muito bem construídos. O tédio foi motivado, creio, pela incapacidade de imergir na mente dessa autora revolucionária que foi Anaïs Nin. No filme, talvez em uma tentativa de dazê-la mais pueril, fiquei com a impressão de terem jogado tudo para a June, como se ela, no seu esplendor libertário, fosse a "gota que faltava" para o caldeirão de Anaïs transbordar. E não é bem assim. Anaïs já vinha de uma vivência anterior, com experiências. Creio que faltou ousadia.
Bem-Vinda a Quixeramobim
3.2 99 Assista AgoraImagine que você pode contar uma piada em 5 versos e decide "dar uma engrossada" e contar em 50. Foi o que senti aqui. O filme é engraçado, porém, senti que algumas partes foram esticadas demais, valorizadas demais, o que criou as chamadas "barrigas" no roteiro. Os atores são muito bons, a trama funciona, mas, na minha opinião fecal, a montagem/edição foi falha. É uma pena. Adoro filmes, séries, novelas, que me abracem com o regionalismo aqui do Nordeste, mas isso não significa que devemos aceitar qualquer coisa em prol da representatividade, né?
Clube de Geografia
3.3 123Foi, foi, foi... me prendeu. Eu não esperava nada, pensei que seria "mais um drama gay teen" e, ainda bem!, quebrei a cara. "Clube de Geografia" quebra com a premissa de que "todo filme LGBTQIA+ pende para o trágico". Aqui, o que vi foi uma história que traz reflexões importantes, trabalha os clichês, envolve e, principalmente, tem camadas. Coroando tudo, o final que me deixou com um sorriso no rosto. Valeu a pena.
Okko e os Espíritos
3.6 7Animação simples (dentro dos padrões das grandes animações japonesas), mas que mostra como, mesmo na "simplicidade", a escola de animação japonesa consegue uma trama serena, profunda e que abraça o público. "Okko e os espíritos" mergulha em reflexões que vão além do mero entretenimento e ensinam sobre superação, empatia e a capacidade de seguir em frente apesar dos fardos. Bonito anime
Triângulo da Tristeza
3.6 733 Assista AgoraAo longo de todo o filme apenas uma ideia me ocorreu: sério que esse filme foi indicado a MELHOR filme? Sério mesmo? Só porque pegou referências já usadas em outras dezenas de filmes e livros e fez uma crítica social? Sinceramente, me pareceu muito, muito, pedante. Sem contar que a tal "cena polêmica" que "enojou as pessoas" não tem nada demais. Deve ter enojado quem vive na bolha e só assiste a filmes "tranquilos" e que tragam tudo mastigado. Pois, sim, "Triângulo da Tristeza" é mastigado.
Aqui e ali há sugestões e metáforas, mas no geral é um filme enfadonho que quer ser cult. Para tanto, joga referências sociológicas, critica o capitalismo, as redes sociais, os padrões de beleza, a indústria da guerra, o sistema de proletariado... Em outras palavras, joga na tela o pacote de assuntos que a "galera" do Twitter ama discutir deitada em seus sofás dentro de suas bolhas de proteção. Tempere com um punhado de escatologia e, BINGO!, adorarão o filme como a quintessência da década. Ora, por favor!
Se você quer uma crítica social contundente e dilacerante, fique com "O Senhor das Moscas", "A Fortaleza", "Ensaio sobre a Cegueira", "Pixote", "O Poço". Isso é uma crítica social estapeante. "Triângulo da Tristeza" é perfumaria embalada em seda cara.
Deixe-me Viver
3.1 17Que bomba... E naoyme venha com a desculpinha de "ah, baixo orçamento". É só abrir o YouTube e ver que é sim possível fazer algo de qualidade com pouco dinheiro. Começa tendo um roteiro decente e com diálogos que vão além da doutrinação. Horrível, horrível. Cenografia, efeitos, atuações, proposta, plot,.trama, curva dramática, tudo,.tudo, horrível. Se fizeram esse filme com o intuito de atrair mais pessoas para a doutrina espírita, erraram feio. Sem contar que confundiram serenidade com melancolia. Isso deixou a experiência aínda mais enfadonha. Um saco!
Era Uma Vez um Gênio
3.5 160 Assista AgoraEu fiquei encantado e isso me ganhou. Meses atrás, quando li uma crítica sobre o filme, o jornalista mencionou que é "um conto de fadas para adultos" e foi o que encontrei aqui. Eu fiquei embasbacado pela trama, pensando no que eu faria e deixei minha mente fluir. sem contar, claro, Idris Elba e a (hipnotizante, como sempre) Tilda Swinton. CONTUDO, o terço final do filme foi me deixando meio "nhé", sabe? A força narrativa do começo, que me pegou e flagrei-me até de boca aberta, sorrindo feito idiota, isso se perdeu a medida que o final se aproximava. Apesar de que, dentro do contexto da história, esse sentimento pode ser uma brincadeira dos roteiristas com o fato de que nossa vida humana é tão medíocre, tão banal, que se torna enfadonha diante da grandiosidade milenar de um gênio. Fiquei com essa questão latejando na alma.
Girl
3.8 160 Assista AgoraCamadas, camadas e mais camadas. Achei interessante mostrar como, mesmo em um país onde uma pessoa transgênero tem maior acolhimento, não é um debate simples. "Girl" é um filme que machuca. Machuca a personagem, machuca quem assiste, machuca a noção de uma sociedade como a nossa que quer "curar" as pessoas. Quantas Laras, agora, não estão por aí, sem perspectiva? Quantas Laras nós, aqui no Brasil, não jogamos na sarjeta?
P.S: a entrega de Victor Polster ao papel é louvável.