Amei já no primeiro episódio, mas esperava só mais um thriller com uma mulher de meia idade obcecada e louca (um estereótipo misógino que não nego que me fascina como ficção). Mas a série se desdobra em camadas de honestidade e complexidade que desmonta todo esse esquema óbvio. Richard Gadd traz também nuances corajosas sobre a questão do abuso sexual, sem se reduzir às platitudes militantes, mas mostrando todas as contradições e ambiguidades na relação da vítima com o abusador, jamais deixando de reconhecer as implicações do seu próprio desejo em tudo que sofre.
Um dos relatos autobiográficos mais difíceis e sinceros que já vi.
Um filme simples, sem um grande clímax, as coisas vão acontecendo sem alarde, está quase no fim, e parece que nada transcorreu. Mas de repente você está chorando, sem saber por quê. A mágica tradicional de Miyazaki de comunicar nos detalhes. Uma gracinha. Também me emocionaram as referências sutis a vários outros personagens de outros filmes, como a bruxa idosa do Castelo Animado, o próprio menino de Totoro, o bebê de Yubaba.
Uma série irretocável. As referências são todas muito bem costuradas e o final é épico. O que mais me perturba no entanto é perceber que mesmo diante de um retrato tão escandaloso da burguesia, o público já domesticado se atém pouco às questões políticas que a série suscita e não se abala com o absurdo da nossa realidade esfregado na cara. E é por isso que os Ushers da vida real permitem que mesmo uma série com elementos tão radicais seja financiada.
Prometeu muito mais do que entregou. Faz até um bom retrato da tensão entre as classes C e D no mercado de trabalho, é também interessante o clima de apatia que permeia todo o filme (rompido apenas em momentos breves mas luminosos de interação entre a empregada e a filha do casal protagonista), mas o clímax de terror que o filme parece anunciar desde o início não chega. Parece um Polanski broxa.
Em relação ao primeiro, aprofunda bastante o humor negro, ousa ir bem mais além, o que é um ponto muito positivo. As atuações também são perfeitas, principalmente da Joan Cusack (jurei que era a Winona Ryder). O ponto alto é o teatro no acampamento, impagável haha
Gosto da direção do Carpenter e o conceito é bem promissor (não tão revolucionário quanto se proponha - talvez para a época), mas o desenvolvimento não foi muito longe, os personagens são ruins e o elenco é péssimo.
Episódico, digressivo, um pesadelo filmado, Forrest Gump depressivo, o filme que Kafka teria dirigido. Ao mesmo tempo, um mergulho psicológico em um homem castrado e um retrato da decadência social estadunidense. Um filme ambicioso e verdadeiramente singular, onde Ari Aster rompe totalmente os modelos de gênero que antes só subvertia.
Brandon tem uma sensibilidade especial para materializar as multiplicidades sob as identidades. Fiquei em dúvida até o último segundo sobre quanto havia gostado do filme, mas as cenas finais ressignificam toda a trama com um impacto irresistível. A atuação do Christopher Abbott expressa brilhantemente toda a ambiguidade do personagem, de um modo que você consegue quase ver a outra atriz por trás dele.
Um retrato brutal da implacabilidade da elite, da pulsão de morte, do colonialismo, da desintegração da identidade. Ao contrário do que muitos dizem, não vejo excesso algum nas doses cavalares de surrealismo, sexo e violência. Como numa montanha-russa, somos lançados num passeio cada vez mais vertiginoso, acompanhando o processo de descentramento do próprio protagonista, e a direção sabe provocar no espectador essas sensações da forma mais visceral. Uma bela e terrível imagem do samsara.
"Ele me conectou com tudo que eu sentia, porque se eu não estivesse lá, aquele som jamais existiria. Isso me faz lembrar que eu não sou só uma peça sozinha, sem destino nesse lugar, mas que eu sou parte de um todo. E eu gosto muito do meu som conectado com tudo."
Uma narrativa muito bem estruturada. Todos os pequenos elementos conduzem a trama para uma conclusão muito coesa do desenvolvimento do protagonista. O filho do Stephen King aprendeu muito bem com o pai a arte do drama com fachada de terror.
Bom filme. Talvez se não soubesse do hype e de que foi distribuído pela A24, tivesse curtido mais, pois esperei algo muito original, e foi um terror sobrenatural convencional.
Chega a ser inacreditável que este filme é do mesmo diretor de O Nascimento de uma Nação. De amigo da Ku Klux Klan, em 2 anos, Griffith se torna diretor favorito de Lênin e a principal inspiração dos cineastas soviéticos, tanto pelo conteúdo quanto pela forma. A imagem da Eternal Mother é uma das metáforas mais belas do cinema e o segmento da Dear One por si só já daria um filme belíssimo, um retrato visceral e extremamente didático da precarização da classe trabalhadora e sua queda na marginalidade.
Uma das melhores séries brasileiras. Acho todos os personagens ao mesmo tempo detestáveis (exceto a Mila, é claro) e humanizados. Show de atuações, trilha sonora. Embora com algumas inverossimilhanças (realmente, os dois maridos podiam ter uma profissão um pouco mais condizente com a realidade social), de resto mostra bem a realidade da classe média emergente da Barra.
A atmosfera me lembrou muito Repulsion e Pearl. O vazio interior da personagem permeia toda a série, através um trabalho muito cuidadoso de direção que estabelece bem esse tom e a atuação inexpressiva da protagonista.
Bebê Rena
4.1 497 Assista AgoraAmei já no primeiro episódio, mas esperava só mais um thriller com uma mulher de meia idade obcecada e louca (um estereótipo misógino que não nego que me fascina como ficção). Mas a série se desdobra em camadas de honestidade e complexidade que desmonta todo esse esquema óbvio. Richard Gadd traz também nuances corajosas sobre a questão do abuso sexual, sem se reduzir às platitudes militantes, mas mostrando todas as contradições e ambiguidades na relação da vítima com o abusador, jamais deixando de reconhecer as implicações do seu próprio desejo em tudo que sofre.
Um dos relatos autobiográficos mais difíceis e sinceros que já vi.
Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar
4.2 993 Assista AgoraUm filme simples, sem um grande clímax, as coisas vão acontecendo sem alarde, está quase no fim, e parece que nada transcorreu. Mas de repente você está chorando, sem saber por quê. A mágica tradicional de Miyazaki de comunicar nos detalhes. Uma gracinha. Também me emocionaram as referências sutis a vários outros personagens de outros filmes, como a bruxa idosa do Castelo Animado, o próprio menino de Totoro, o bebê de Yubaba.
A Queda da Casa de Usher
3.9 287 Assista AgoraUma série irretocável. As referências são todas muito bem costuradas e o final é épico. O que mais me perturba no entanto é perceber que mesmo diante de um retrato tão escandaloso da burguesia, o público já domesticado se atém pouco às questões políticas que a série suscita e não se abala com o absurdo da nossa realidade esfregado na cara. E é por isso que os Ushers da vida real permitem que mesmo uma série com elementos tão radicais seja financiada.
Trabalhar Cansa
3.6 209Prometeu muito mais do que entregou. Faz até um bom retrato da tensão entre as classes C e D no mercado de trabalho, é também interessante o clima de apatia que permeia todo o filme (rompido apenas em momentos breves mas luminosos de interação entre a empregada e a filha do casal protagonista), mas o clímax de terror que o filme parece anunciar desde o início não chega. Parece um Polanski broxa.
Mahou Shoujo Madoka Magika Movie 4
2.8 2Como assim em 10 anos ainda não fizeram esse final?
Corpo Fechado
3.7 1,3K Assista AgoraEsperava Fragmentado, recebeu Marvel.
A Menina que Matou os Pais: A Confissão
3.1 218 Assista AgoraO melhor dos três filmes.
A Família Addams 2
3.5 382 Assista AgoraEm relação ao primeiro, aprofunda bastante o humor negro, ousa ir bem mais além, o que é um ponto muito positivo. As atuações também são perfeitas, principalmente da Joan Cusack (jurei que era a Winona Ryder). O ponto alto é o teatro no acampamento, impagável haha
Scanners: Sua Mente Pode Destruir
3.5 251A trilha sonora e a sequência final são absolutamente incríveis.
Eles Vivem
3.7 731 Assista AgoraGosto da direção do Carpenter e o conceito é bem promissor (não tão revolucionário quanto se proponha - talvez para a época), mas o desenvolvimento não foi muito longe, os personagens são ruins e o elenco é péssimo.
Beau Tem Medo
3.2 411 Assista AgoraEpisódico, digressivo, um pesadelo filmado, Forrest Gump depressivo, o filme que Kafka teria dirigido. Ao mesmo tempo, um mergulho psicológico em um homem castrado e um retrato da decadência social estadunidense. Um filme ambicioso e verdadeiramente singular, onde Ari Aster rompe totalmente os modelos de gênero que antes só subvertia.
Possessor
3.4 302 Assista AgoraBrandon tem uma sensibilidade especial para materializar as multiplicidades sob as identidades. Fiquei em dúvida até o último segundo sobre quanto havia gostado do filme, mas as cenas finais ressignificam toda a trama com um impacto irresistível. A atuação do Christopher Abbott expressa brilhantemente toda a ambiguidade do personagem, de um modo que você consegue quase ver a outra atriz por trás dele.
Piscina Infinita
3.0 360 Assista AgoraUm retrato brutal da implacabilidade da elite, da pulsão de morte, do colonialismo, da desintegração da identidade. Ao contrário do que muitos dizem, não vejo excesso algum nas doses cavalares de surrealismo, sexo e violência. Como numa montanha-russa, somos lançados num passeio cada vez mais vertiginoso, acompanhando o processo de descentramento do próprio protagonista, e a direção sabe provocar no espectador essas sensações da forma mais visceral. Uma bela e terrível imagem do samsara.
Sorria
3.1 845 Assista AgoraA trama é clichê e as atuações são fracas, mas a atmosfera macabra é bem construída.
Marcel a Concha de Sapatos
3.8 104 Assista Agora"Sabe por que eu sorrio tanto? Porque vale a pena."
Marcel a Concha de Sapatos
3.8 104 Assista Agora"Ele me conectou com tudo que eu sentia, porque se eu não estivesse lá, aquele som jamais existiria. Isso me faz lembrar que eu não sou só uma peça sozinha, sem destino nesse lugar, mas que eu sou parte de um todo. E eu gosto muito do meu som conectado com tudo."
O Telefone Preto
3.5 1,0K Assista AgoraUma narrativa muito bem estruturada. Todos os pequenos elementos conduzem a trama para uma conclusão muito coesa do desenvolvimento do protagonista. O filho do Stephen King aprendeu muito bem com o pai a arte do drama com fachada de terror.
O Escândalo
3.6 459 Assista AgoraAdoro o estilo ficção documental.
Fale Comigo
3.6 966 Assista AgoraBom filme. Talvez se não soubesse do hype e de que foi distribuído pela A24, tivesse curtido mais, pois esperei algo muito original, e foi um terror sobrenatural convencional.
Oppenheimer
4.0 1,1KChato pacarai.
Intolerância
4.0 108 Assista AgoraChega a ser inacreditável que este filme é do mesmo diretor de O Nascimento de uma Nação. De amigo da Ku Klux Klan, em 2 anos, Griffith se torna diretor favorito de Lênin e a principal inspiração dos cineastas soviéticos, tanto pelo conteúdo quanto pela forma.
A imagem da Eternal Mother é uma das metáforas mais belas do cinema e o segmento da Dear One por si só já daria um filme belíssimo, um retrato visceral e extremamente didático da precarização da classe trabalhadora e sua queda na marginalidade.
Os Outros (1ª Temporada)
4.0 256Uma das melhores séries brasileiras. Acho todos os personagens ao mesmo tempo detestáveis (exceto a Mila, é claro) e humanizados. Show de atuações, trilha sonora. Embora com algumas inverossimilhanças (realmente, os dois maridos podiam ter uma profissão um pouco mais condizente com a realidade social), de resto mostra bem a realidade da classe média emergente da Barra.
Escola Base - Um Repórter Enfrenta o Passado
3.6 32Muito digno esse repórter.
Enxame
3.8 96 Assista AgoraA atmosfera me lembrou muito Repulsion e Pearl. O vazio interior da personagem permeia toda a série, através um trabalho muito cuidadoso de direção que estabelece bem esse tom e a atuação inexpressiva da protagonista.