Apesar da importância histórica, não é o primeiro filme em seu estilo. Filmes de monstros já existiam, como, por exemplo, Lost World de 1925. Entretanto, King Kong possui alguns pontos interessantes para a história do cinema e do gênero. Por exemplo, e principalmente, trás uma personalidade ao monstro da narrativa, colocando o como personagem e gerando simpatia do público pela criatura que normalmente seria tida como bestial. E, quando Kong encontra seu destino no final do filme, não há como deixar de se sentir triste pelo final da criatura. O filme é tão importante que todos nos conhecemos sua trama, mesmo que não tenha sido baseada em outro material, como um livro, por exemplo, se tratando de um roteiro original. Meu maior problema com o filme é a primeira meia hora, em que pouca coisa acontece. Certo, não iria querer que o filme já começasse na ação, mas podia muito bem preencher a primeira meia hora com personagens ou falas mais memoráveis. A coisa fica boa mesmo quando chegam na ilha e os personagens são mortos como moscas, sem dó nenhuma, algo bem drástico para o cinema da época, incluindo a forma gráfica e explícita que nos é mostrado. Bom, os efeitos são muito bons para a época em que foi lançado, meu único problema é com o King mesmo, podiam ter feito um gorila um pouco mais simpático. No final, temos duas cenas antológicas para o cinema, a briga contra o tiranossauro (que é longa e bem orquestrada) e a famosa cena do Empire State. Não vou reclamar de dinossauros, humanos, lagartos e gorilas gigantes na mesma ilha não ter muito sentido, mas que poderiam ter tentado ter uma ilha com mais sentido, poderiam. No final, a conclusão do cineasta que capturou o Kong foi basicamente "o erro do Kong foi amar demais" rs. Nota: 8.9.
O filme é perturbador exatamente pela forma seca como apresenta seus temas perturbadores. Sem pintar com cores bucólicas para contrastar (como em Lolita de 1997) ou sem tratar de forma hollywoodiana, tecendo críticas óbvias ou contando com um universo que conspira para punir vilões e agressores. Aqui o tema é abordado de forma complexa e realista, sem se preocupar em apontar a maldade das atitudes que vemos por serem obviamente repulsivas. É um filme que apenas retrata as situações horrendas e as consequências psicológicas delas nos seus personagens, deixando que o público receba o impacto por si só. Bem executado e pouco conhecido, realmente não é um filme para qualquer um pelo seu pesado conteúdo e pela forma seca e realista com que esse conteúdo é tratado. Enfim, é um filme com uma atmosfera esquisita. Ela é carregada, mas não exageradamente o suficiente para fazer jus às atrocidades expostas pela narrativa. Quase como se utilizasse a direção de um coming of age em um roteiro com traços de Lolita, mas sem disfarçar seu conteúdo com a visão do abusador, mas sim tratando se das consequências psicológicas. E, como tal, a questão psicológica não "berra" suas origens, é contida, apagada por memórias que os personagens tentam suprimir, enquanto a narrativa as expõe de forma crua. Nota: 8.5.
"Deshi, Deshi, Basara Basara". O Cavaleiro das Trevas Ressurge padece em duas questões: uma é querer (com razão) fazer jus à qualidade de seu antecessor, e a outra é o fato de possuir o dever de encerrar uma trilogia de forma bombástica, uma questão que também se relaciona a uma das minhas maiores ressalvas dessa trilogia, que é a falta de foco no Batman. O primeiro filme é um filme de origem, focado na transformação de Bruce Wayne no Batman. O segundo tem como seu destaque o Coringa. E o terceiro Gotham é o foco, sendo o Batman um acessório do roteiro ao longo dos três filmes, não tendo o destaque justo que a figura encapuzada deveria ter como protagonista. Quero dizer, tivemos um filme de origem, seguido de um segundo filme de enfrentamento vilão x herói, para um terceiro filme de conclusão e não tão focado no herói de rua, mas sim em uma narrativa de proporções distópicas e épicas. Gotham é colocada em foco, mas, não só isso, temos um filme em que Gotham é colocada em posição quase fantasiosa, em um estado de sítio de grandes proporções para termos uma conclusão épica. Com isso, a narrativa se afoga e foca nessa proposta megalomaníaca para, como já disse, fazer jus ao conceito de desfecho épico da convenção de trilogias. A primeira metade é quase morosa, focada na preparação para a ação épica que se desenrolará na segunda metade. A qualidade do segundo filme acaba sendo culpada por essa quase morosidade. A cena de abertura é um bom exemplo. Seria uma cena fantástica (e é forma como foi gravada é bem feita), mas acaba padecendo se comparada com a abertura da cena do filme anterior. O mesmo vale para a cena na bolsa de valores e a posterior perseguição, que não se compara com a perseguição que ocorria no segundo filme. De toda forma, Bane é um bom vilão, e a rima com o primeiro filme também é boa para fazer jus ao conceito de trilogia. A ação continua de qualidade, junto com as boas montagens de fatos ocorrendo em paralelo (característica marcante do diretor), e a trilha de Hans Zimmer continua fantástica. Também gostei da forma que conseguiram incluir a Mulher-Gato em um filme de conclusão, sem soar como algo forçado para agradar os fãs, embora talvez vejamos pouco da Mulher-Gato na ativa.
Pode ser algo que várias pessoas vão torcer o nariz, mas adoraria uma continuação com o Robin e com o Batman de Bale, que teria sobrevivido, e dirigida pelo próprio Nolan. Ainda havia muito a se explorar em relação ao personagem, e não sei o motivo de terem pensado em uma trilogia fechada. Na verdade, acredito que tenha sido a necessidade de iniciar um projeto de filme da Liga da Justiça nos moldes dos Vingadores. Aliás, o final aberto rima com o da HQ Piada Mortal, em que, impossibilitado de matar um personagem diretamente, pois precisamos dele para continuações, o matamos de forma dúbia, sem deixar muito claro o que aconteceu, deixando a critério do telespectador responder. E, confesso gostar da ideia de que o Bruce escapou usando o piloto automático, enquanto o Batman morreu de vez, libertando, assim, Bruce do fardo de ser o Batman. Bom, alguns pontos negativos estão a forma como Blake descobre ser Bruce o Batman, a vilã do filme, que não sei por qual motivo achei meio claro que seria vilã (alguma coisa na cara da atriz, sei lá) e o tão reclamado retorno de Bruce para a Gotham City sitiada. Entendo que a ideia ali eja dar uma cena de impacto, mas deixar o retorno sem explicação em prol de um pequeno espetáculo, buscando criar uma cena impactante, causa o efeito reverso. Seria melhor um retorno explicativo mesmo, mostrando como Bruce conseguiu voltar à Gotham (esse retorno sem explicações é, aliás, mais um exemplo de que tratar Nolan como um diretor expositivo é algo injusto)
. No final, na minha opinião, é melhor que Begins e inferior a Cavaleiro das Trevas, mas não deixa de ser um excelente filme e encerramento de trilogia. Nota: 8.7.
Hollywood demorou, mas aprendeu a tratar dignamente as revisões, continuações e remakes dos filmes do passado. E Blade Runner 2049 se esforça muita para fazer jus ao estilo do original, enquanto busca agradar aos fãs, sem ceder por completo ao modo atual de fazer blockbusters. Quero dizer, a ação sci-fi não era a proposta do filme original, se tratando mais de um filme de investigação noir se passando num mundo futurista. Buscou-se manter a mesma proposta e o mesmo ritmo narrativo, mesmo que atualmente exige-se mais cenas de ação (a bem verdade, na época do lançamento original essa já era uma exigência frequente em filmes de massa) e assim aqui temos um pouco mais de ação que a obra original, embora esforce-se para manter o mesmo ritmo. Entretanto, por mais que busque se aproximar do filme original (e o faz de forma louvável), Blade Runner 2049 ainda acerta em ser uma das raras (diria raríssimas) continuações que pouco ou quase nada “remakiza” a trama do filme anterior. Em verdade, a maioria das continuações possui pelo menos o mesmo esqueleto narrativo, algo que Blade Runner 2049 também consegue fugir, tendo sua condução narrativa própria. Também corajosa e deveras arriscada é a decisão de colocar um replicante como protagonista. Em mim o efeito imediato foi o de parar de me importar com o destino do protagonista, afinal, ele não é humano. Mas, essa discussão de real, humano, etc é o cerne temático dessa franquia. E Ryan Gosling é eficiente em sua interpretação contida, meio robótica, mas não artificial. Não sei o que o ator tem, que ele consegue ser inexpressivo de um modo que soa como uma boa atuação, e não como falta de competência em atuar. E a discussão em torno da realidade das coisas é interessante nesse filme, ainda mais em relação à Joi, que passa uma sensação de personagem que realmente ama o protagonista e, naquela que para mim é a melhor cena do longa, é revelado que o carinho da personagem não passava de mera programação padrão, que seria igual em quaisquer dos modelos que o protagonista tivesse adquirido da Joi. E, aqui entra outro questionamento, em relação aos replicantes e sua programação e em que medida poderíamos considera-los como humanos. Sobre a fotografia e a trilha sonora, basta dizer que são impecáveis. E, mesmo com todo esse esforço, com todo respeito ao material original, com toda a qualidade técnica e artística e com toda riqueza temática não consegui gostar o suficiente do filme. Fiquei muito na dúvida se dava a nota 8 ou a nota 9 e o motivo é bem simples. Falta ao roteiro e ao filme como um todo apenas uma coisa, mas uma coisa deveras essencial: coesão narrativa. São muitas ideias, muitos conceitos, muitos personagens, muitos temas, muitos questionamentos e quase nenhuma coesão ou relação entre toda essa parafernália. Um ótimo exemplo disso é o personagem de Jared Leto, que possui uma longa e ótima introdução, um longo discurso e no final quase não possui participação ou desenvolvimento ao longo da narrativa. A questão é que, no final, a trama não foi bem amarrada em torno das várias boas ideias, quase como se esse filme fosse apenas uma primeira parte introdutória para dar brecha a um desenvolvimento de conceitos que ocorreriam em filmes posteriores. E essa falta de coesão se torna um pecado ainda maior ao perceber que acaba sendo a culpada de um grande potencial desperdiçado. Faz até a sensação de que o filme ainda não iria acabar, fiquei surpreso ao perceber que a cena de ação na água era a cena de ação climática. Achei que ainda teria mais filme para amarrar melhor todas as questões. Nota: 8.5.
Achei Pearl bem superior a X, e vários são os motivos. Primeiro, a tão falada atuação de Mia Goth, que, sem brincadeiras, foi completamente injustiçada pelo Oscar. Já é repetitiva essa reclamação de que as premiações no geral consideram apenas um nicho cinematográfico, algo que já passou da hora de ser mudado, pois produções de qualidade e empenho é encontrado em quaisquer dos gêneros cinematográficos. Não conheço uma pessoa que não tenha elogiado a atuação da Mia e os gagás da Academia devem despertar logo para o fato de que Cinema é um conceito amplo. Enfim, a trama aqui é mais interessante do que em X não só por não ser um copia e cola de outro filme (no caso, X pegava muita coisa de Massacre da Serra Elétrica), mas justamente por causa da construção bem feita em torno da protagonista, seja nos seus sonhos, seja em seus transtornos, seja no contexto socialmente árido em que ela vive. Mas, não só isso, temos aqui um filme que é de origem, algo que costuma gerar roteiros fracos, mas aqui temos uma boa construção da personagem, e de uma forma que o filme funciona mesmo para quem não viu X, bem como para quem já viu e ficou curioso com a origem da personagem. Além disso, há vários paralelos pequenos com o outro filme, como o tema sexual ser um dos motes da produção, incluindo os filmes pornográficos, como também a menção ao fator X. As mortes continuam bem feitas, como Ti West costuma fazer, o cenário da fazenda e a reconstrução da época também são bem feitos (reconstruir e homenagear outras épocas é especialidade do diretor), pecando apenas na pouca aparição de Harold. Não só vemos pouco do personagem, como pouco sabemos das questões que envolvem
ele aceitar a Pearl como uma psicopata e tentar conviver com isso. Quero dizer, ela tinha matado a irmã do Harold e ele não só manteve isso em segredo da família como perdoou. Talvez ele odiasse a irmã, sei lá.
Enfim, o filme errou um pouco apenas nessa questão, mas possui diversos acertos, incluindo também algumas experimentações, como na cena do monólogo ou na cena final. Nota: 9.0.
Basicamente repete os mesmos erros do segundo, principalmente nos ataques abruptos e sem tensão, as atuações cafonas, a condução caótica, os efeitos horrendos. Mas, acho esse ligeiramente superior, não sei se por acostumar com a qualidade questionável da produção, ou se por esse daqui ter uma edição ligeiramente melhor. Aliás, porque os crocodilos seguiram eles até o supermercado, que já era bem longe da água? Bom, pelo menos o filme ganha pontos no humor (in)voluntário de boa qualidade, na personagem metida a fodona que tem bons momentos e na explosão do posto de gasolina. Nota: 6.4.
Uhm, vou ter que rever algum dia para poder comentar com mais propriedade. Mas, já dá para adiantar que o filme é muito bom em construir cenas de tensão/assustadoras, como a maioria dos filmes de j-horror da época o faziam. Já não me assusto mais com filmes de terror tem um bom tempo, mas esse daqui chegou bem perto. Gosto como o começo do filme já passa uma sensação de que ele está no meio, jogando já o telespectador na trama sem muitas apresentações. E é bem legal o modo como o filme vai entrando numa espiral de loucura bem gradualmente, até que toma uma exponencial e quando você percebe você já está totalmente perdido na trama sem nem mesmo saber quando você se perdeu. Realmente é interessante dar uma reassistida tendo o final em mente, e, assim, acredito que ficará mais fácil de compreender o filme. Nota: 9.1.
Luccas Neto baguncou a timeline do Luccasverso aqui. Os outros filmes se passam na infância, o terceiro dá o gancho para o Roxteen, e esse daqui eles são da Roxteen, não mais do universo infantil. Vai entender. Mas, enfim, os filmes do Luccas realmente tem se parecido mais com filmes de verdade e não com vídeo do youtube improvisados (se ignorarmos a cena bizarra em que borraram o rosto das pessoas para não ter problemas com direito de imagem), até que chega no ato final e mais uma vez temos uma gincana que fica péssima como cena climática. Mas, aos poucos, os filmes tem acertado. Esse foi o desfecho da quarta fase do Universo Expandido Luccas Neto, e espero que a quinta fase também não seja composta de meras continuações que exploram ideias já repetidas (como hotel, mapa do tesouro, acampamentos, Natal, etc). Nota: 5.8.
Eu realmente não consigo identificar o problema dessa franquia. Os filmes não são ruins, mas não deixam de dar a sensação de que faltou algo. E é esse algo que eu não consigo identificar com clareza. No primeiro filme, achei que era os elementos e fan service, pois se afastava demais da trama de Harry Potter. Aí no segundo filmes fomos entupidos com fan service, e mesmo assim a sensação de que faltava a magia (figurativamente) de HP continuava. Comecei a acreditar que era o fato dos roteiros da J.K. serem repletos de subtramas e funcionarem melhor como livro do que como filme. Entretanto, nesse terceiro filme, temos um roteiro um pouco mais polido, e a sensação de que faltou algo para termos uma boa obra cinematográfica continuou. O filme é visualmente interessante, entrega fan service, entrega as criaturas que dão título ao filme (das quais eu gosto, tenho inclusive o livro Animais Fantásticos e Onde Habitam), tem boas atuações e boa trilha, tem um roteiro que aborda tramas políticas de forma interessante, como o segundo o fazia. Nesse aqui temos a divulgação pessoal, a imprensa e as fake news, tema atual. Então, qual será o motivo para essa franquia não funcionar, e mesmo corrigindo os erros dos filmes anteriores, fica cada vez mais sem graça? Acredito que o problema principal esteja relacionado ao protagonista e aos personagens. Parece que os protagonistas não nos empolgam como acontecia em HP. Mesmo dando um substrato, boas personalidades, etc. Newton Scamander é um ótimo personagem, mas não suficiente para carregar protagonismos. Outro ponto que acredito ser o problema é a ideia de que essa franquia na verdade é sobre Dumbledore x Grindewald, mas não foi iniciada como tal. A franquia é sobre o conflito entre esses dois bruxos, mas eles não nos foram e não são os personagens principais. Talvez, se desde o início Dumbledore estivesse presente, as coisas poderiam ter sido diferentes. Sou um fã da franquia, assisti todos os filmes no cinema (exceto o primeiro) e mesmo assim não animei de ir assistir a este último, o que é algo que já demonstra o quanto essa frnaquia não consegue despertar o interesse mesmo nos fãs inveterados. E, apesar de propor motivos para isso, continuo não entendendo a razão dessa franquia não empolgar, pois, na teoria e na execução ela está bem longe de ser ruim. E, confesso, mesmo assim estou curioso para a famosa batalha Dubledore x Grindewald, e pelos dois filmes que teriamos após esse, se passando durante a Segunda Guerra Mundial. Aliás, importante falear também que os três filmes da franquia tiveram clímax sem graça. O desse aqui, então, é bem esquisito, expositivo, com uma mise-en-scène estranhamente montada/conduzida. Nota: 7.4.
Sorority Row foi lançado já num ano em que os slashers vinham perdendo força, pouco antes de serem renovados por Wes Craven e o seu A Hora do Pesadelo. E, como tal, ainda é um exemplar focado em vilões não sobrenaturais, evento traumático no passado e uma reviravolta final. Como slasher do final da primeira geração, poderia ser mais imaginativo e tentar fugir da fórmula que havia dominado o subgênero na época. Entretanto, o filme consegue ser bom nos outros pontos, sendo um slasher injustiçado por sua pouca fama (acredito que nem saiu em VHS no Brasil). A trama pega a ideia do assassinato acidental (provavelmente do livro Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado, lançado em 1973), misturando com as adolescentes de fraternidade. As mortes são rápidas e na maioria das vezes offscreen (não sei se houve alguma censura) e talvez por ter mortes fracas não seja tão badalado, mas compensa nas sequências de perseguição e na cena final, incluindo também a boa cena envolvendo a fantasia de bobo da corte. Nota: 7.5.
Promete, constroi e é zeloso em grande parte da sua narrativa, para um terceiro ato que não faz jus e não surpreende. Ou seja, é um filme que até vale a pena assistir, mas sem grandes expectativas. O principal problema é essa questão da expectativa, que o próprio filme vai lentamente construindo, mas, no fundo, toda a trama e seu desenrolar vai se tornando óbvio e seu desenlace não empolga, sendo um filme bem esquecível. No final, a melhor parte é mesmo a criativa capa do filme. Nota: 6.8.
Lembro como esse filme teve uma divulgação massiva e foi bastante comentado (incluindo por causa do meme "Prometheus? Agora tem que cumprir"), muito por trazer a volta a franquia Alien depois de anos (excluindo, claro, os dois filmes de Alien vs. Predador), sendo o último filme o Alien 4 de 1997. Entretanto, é aqui que reside um dos erros da produção. Se passar no universo do Alien é basicamente irrelevante. Não há elementos suficientes para justificar estar inserido no mesmo universo, exceto por referências bem pontuais e, com isso, por melhor que o filme seja, acaba causando frustração. Eu mesmo me lembrava como se houvesse mais presença do Alien nesse filme, e me frustrei de novo revendo o filme atualmente. A impressão que passa é que tinham um roteiro sobre a origem da humanidade baseado na ideia de "Eram os Deuses Astronautas?", mas acharam que não era suficiente para chamar o público e como Ridley Scott estava envolvido resolveram inserir essa ideia de se passar no universo do Alien. Ou, o contrário, queriam fazer um filme do Alien baseado na busca pelas origens da humanidade, mas se perderam no roteiro e o Alien ficou em último plano. Trama mesmo tenta inserir algumas reviravoltas para se mostrar mais interessante, mas são reviravoltas que parecem que estão lá apenas para isso, para tentar demonstrar que existe um roteiro. As atuações são boas, a produção toda é impecável, com efeitos, fotografia e design de produção bonitos, e, no fim, é um filme visualmente estonteante. Mas possui alguns probleminhas que incomodam, além dos que já citei. Os desleixos com a segurança da equipe são incompreensíveis vinda de uma equipe que deveria ter sido muito bem treinada, mas que trata a própria vida com pouco zelo. Tudo poderia ter sido evitado se tratassem tudo ali com cuidado. Quero dizer, não passou pela cabeça da equipe que podiam ser contaminados com alguma doença alienígena para a qual não temos anticorpos? Ou radiação? Ou qualquer outro perigo para o qual não temos conhecimentos? Enfim, outro grande problema é que o filme deixa lacunas gigantescas em sua trama para serem explorados numa continuação que, infelizmente, nunca aconteceu. Teria mais sentido se essa continuação estivesse certa, em pré-produção, mas, no final, ficamos completamente sem respostas porque os produtores resolveram deixar ganchos narrativos, gerando um filme que parece acabar antes do tempo. Bom, pelo menos a ação é boa e possui cenas de violência gráfica e, mesmo com todos esses defeitos foi, à época que lançou, o terceiro melhor da franquia. Nota: 8.2.
Uma proposta interessante, mas a execução foi bem aquém. Ele tenta trazer aquela atmosfera que está bem típica no terror atual, inspirada em Hereditário e outras produções da A24, em que temos takes longos de espaços vazios, fotografia desbotada e escura, foco em paralelos psicológicos, etc. A produção até emula bem essas elementos, mas falta inspiração, alguns diferenciais, e, como eu disse, a execução é morosa e deixa a desejar. Ponto positivo é ir investindo na sugestão grande parte da produção. Nota: 6.9.
Não sei, as pessoas parecem que botam uma viseira quando assistem esse filme e enxergam o que lhes convém, apagando fatos e discussões que o filme joga frontalmente ao telespectador. Não queria entrar no mérito dessa discussão, mas ela parece ter tomado proporções enormes, com argumentação sem sentido, em que você deve escolher quem está certo ou que está errado, quando o propósito do filme nunca foi esse. O filme expõe uma situação em que ambos são algozes, vítimas, culpados e inocentes, dentro de escolhas, contextos e influências. No início isso é deixado às claras ao estabelecer que os dois personagens são frutos de seu meio. O protagonista (com o qual me identifico, diga-se de passagem), influenciado por filmes e livros que idealizam o romance perfeito e a descoberta de uma alma gêmea, e a própria idealizam de possíveis candidatas, criando esperança e ilusão, e potencializando ainda mais quando não somos correspondidos. Sim, me identifico como o protagonista assim como me identificava com Ted Mosby, personagem bem semelhante, ainda mais pela aparente noetissexualidade (atração pelos gostos e opiniões). O filme aborda muito bem essa ideia de idealização e busca pela "The One", e como isso gera expectativas ilusórias que partem ainda mais o coração quando não são correspondidas. Por outro lado, temos a Summer, que, devido a questões de sua vida pessoal, não acredita, em princípio, em relacionamentos fechados, casamento, etc. Em verdade, talvez até os tema, evitando assim se machucar. Essas bases são estabelecidas COM CLAREZA e mesmo assim parte do público parece querer ignora-las. Temos, assim, a formação de um típico casal de opostos, embora, nesse caso, cabe ao lado masculino a ilusão de um relacionamento de "conto de fadas" e que a bela princesa escolhida aparecerá para ele, enquanto o lado feminino é mais descompromissado. E, aqui, chegamos em outro ponto que gera discussão. Summer deixou absolutamente claro que não queria um namoro com Tom. Bom, muitas pessoas falam que por esse motivo o protagonista estava errado e se ele se lidiu "foi porque ele quis", algo que me deixa até enojado. Como já falei, foi estabelecido no início do filme que ele foi influenciado pelo seu meio, e daí veio sua propensão a se iludir. Outro ponto: por mais que Summer se negasse a assumir um relacionamento sério com Tom em termos, na prática, era exatamente isso que eles eram. Ela não saia com outros, ela agia, em praticamente todos as suas formas, como uma namorada, algo que com certeza alimentou a ilusão em nosso protagonista. Mas, mais uma vez, não temos vilões e não dá para colocar Summer como vilã por agir desse modo. Enfim, o filme é um estudo sobre dois lados, um que se ilude baseado numa ideia de um relacionamento com uma escolhida idealizada, e do outro, oposto, a personagem que evita compromissos com medo de se machucar. E, foi nessa questão que o relacionamento não funcionou. Pessoas diferentes. As expectativas exageradas do protagonista funcionaram ainda mais como motor para assustar Summer com relação a um relacionamento sério. Por outro lado, não é explicado muito, mas o noivo dela
provavelmente era mais contido em relação a isso, e por essa razão ela se sentiu segura em assumir algo com ele e não com Tom
. Bom, acabou que por toda essa discussão descerebrada que vi na internet, pouco comentei do filme em si. A produção aborda questões de relacionamento de forma ótima, com criativade nas montagens, situações, etc, sem se descolar de um tipo de relação bem real e que muitos de nos vamos nos identifcar, pensando em pessoas que passaram por nossas vidas, ou mesmo nos fazendo refletir sobre nos mesmos. E que não devemos ser como o protagonista, que, no final, aparentemente, não aprendeu muita coisa. A primeira vez que assisti esse filme, aliás, eu não gostei nem um pouco, mas foram por duas cenas em específico que me fizeram assistir o resto da produção com certa má vontade. Uma delas foi a frase que a irmã do protagonista fala que só porque alguém gosta das mesmas coisas que você não significa que ela é sua alma gêmea. Bom, como um noetissexual que colocava, desde minha adolescência, o gosto das crushs em primeiro lugar, discordei totalmente dessa frase. O outro motivo foi terem errado quais foram as duas músicas compostas pelo Ringo para Os Beatles (Pigs é do George Harrison). Como erraram isso? Só pesquisar na internet. Na época, eu estava no auge da minha beatlemania e esse erro me titou toalmente do filme. Bom, acabou que por toda essa discussão descerebrada que vi na internet, pouco comentei do filme em si. A produção aborda questões de relacionamento de forma ótima, com criativade nas montagens, situações, etc, sem se descolar de um tipo de relação bem real e que muitos de nos vamos nos identifcar, pensando em pessoas que passaram por nossas vidas, ou mesmo nos fazendo refletir sobre nos mesmos. E que não devemos ser como o protagonista, que, no final, aparentemente, não aprendeu muita coisa. Se tem algo que é padrão em nos, iludidos amorosos, é a teimosia. Nota: 9.2.
"Porque ele é o herói que Gotham merece, mas não o que ela precisa agora". Por uma imensa sorte, assisti esse filme no cinema. Eu era novo, tinha apenas 12 anos, mas minha mãe me levou mesmo eu não tendo tanto interesse assim. Imaginem, eu não era de assistir filmes pesados, e não tinha expectativas de que um filme de super-herói fosse tão sério e pesado, então fui jogado ao chão enquanto era bombardeado pelas cenas tensas, pela presença do Coringa e por uma morte abrupta em uma explosão (completamente fora do estilo de mortes eufenisticas de outras produções de heróis na época), ou pela ótima cena inicial, que me deixou em surtos. Aliás, essa cena inicial com certeza acaba sendo um dos grandes motivos desse filme ter sido idolatrado como foi/é. Ela já desarma o público, que pede mais presença do Coringa, e é atendido. Primeiramente, tenho que dizer que esse filme é o grande responsável pelo sucesso do UCM e pelo fracasso do Universo DC no cinema. Enquanto a Marvel planejava terreno para seu universo expandido, a DC se viu atada e impedida de fazer o mesmo, pois o Batman de Nolan era estrondoso sucesso, mas não se encaixava na ideia de um universo compartilhado, então a DC "entrou no jogo" com atraso, e por isso investiu direto no universo expandido, ao invés de ir implementado-o aos poucos com filmes de origem medianos, como a Marvel fez. Aliás, se a DC tivese optado por colocar esses filmes de origem em atraso, provavelmente também teria naufragado, então a conclusão que se chega é que o universo expandido DC demorou para acontecer por culpa do Batman de Nolan, e por isso não deu certo. Claro, isso não é culpa do filme e não gosto menos dele por essa razão, estou apenas expondo um fato. Bom, depois de um Batman Begins seco e com algumas decepções, Nolan aqui está mais à vontade para imprimir seu estilo e explorar as situações que lhe agrada. Entretanto, por mais que tenha fama de arrogante, não podemos negar que ele deu atenção a algumas críticas dos fãs, como o Batman "duro" e pouco ágil, que agora protagoniza lutas mais dinâmicas, sob a justificativa que agora possui um traje mais flexível (antes não conseguia nem girar o pescoço, parecia um robozão). O roteiro, com Jonathan Nolan, entrega frase de efeito memoráveis, que se entranharam no imaginário popular anos antes dos memes serem algo como são hoje em dia, e mesmo assim continuam servindo de material memístico até os dias de hoje. E, acredito que o motivo dessas frases de efeito serem tão impactantes é o fato de que elas se repetem de forma curiosa e pouco percepitível. A primeira metade do filme é meio morosa e repetitiva, com pouca ação e muito blá blá blá, e é no meio desse blá blá blá que estão as grandes falas do filme, mas que só são notadas ao serem repetidas no ato final (Harvey cita o fato dele fazer a própria sorte, já não me lembro quem fala sobre morrer herói no início, mas também é dito brevemente), e talvez por esse motivo tenham causado tanto impacto. Sobre a marcante atuação de Heath Ledger, pouco se há para comentar que já não tenha sido dito, sendo uma das atuações mais analisadas da história. Continuo achando que foi sim, excelente, mas sempre reafirmo que interpretar personagens loucos e com habilidade criativa na atuação quase sempre vai gerar atuações marcantes, e o status lendário que o Coringa de Heath Ledger atingiu beira o exagero. Já sobre o personagem em si há bastante coisa a se comentar. Primeiro, a proposta da trilogia de Nolan era soar não só sombria, mas realista em princípio, gastando tempo para justificar habilidades de luta, poderes, motivações e "fantasia" (no sentido de fantástico) que tivessem lastro no mundo real. E, não é preciso pensar muito para perceber que um Coringa realista parece quase impossível de se executar. E, realmente, o Coringa destoa bastante do realismo de Batman Begins, em sua loucura injustificada aliada a uma genialidade de criar planos, sua quase onipresença, e sua capacidade de previsão de movimentos e seu status de entidade (não possui registros, RG, nome, etc) criam algo quadrinesco, mas que, é tão bem executado, que acaba não sendo um problema, mesmo se afastando da proposta da trilogia, pois gera tão bons momentos e um personagem tão marcante, que ninguém reclama ou sente essa fuga do tom proposto para a trilogia. E, mesmo assim, é tentado dar uma "explicação não explicativa" para o Coringa "alguns homens só querem ver o circo pegar fogo". Mas, como disse, isso também não é um defeito em si. Alguns quadrinhos de heróis passaram a ter um tom mais adulto e sombrio nos anos 1980, entre outros, na HQ de Frank Miller Cavaleiro das Trevas. Entretanto, só com esse filme que isso chegou ao cinema. E, outra grande influência para o segundo filme da trilogia está na história Piada Mortal, que parece ter tido enorme influência em todas as caracterizações do Coringa para o cinema. A ideia, por exemplo, do personagem contar várias origens diferentes para si (outro grande momento da narrativa) vem de Piada Mortal, por exemplo. O conceito de personagens que se completam e dependem um do outro também está incluido nessa ideia. Enfim, o Coringa aqui foi marcante e ajudou a consagrar ainda mais o status de maior vilão de HQs da história. E, cabe ressaltar, as outras atuações também são boas no geral. A trilha sonora é ótima (sempre vou reclamar das trilhas pobres da UCM), os efeitos igualmente (o duas caras funciona) e a ação bem orquestrada, coreografada e conduzida, inclusive nas perseguições de veículos e no uso de efeitos práticos. Achei que faltou um embate final mais forte entre herói e vilão, o filme ficou ausente dessa briga direta entre os rivais, seja batman x coringa, seja batman x duas caras, mas mesmo assim seria esquisito imaginar esses embates e porradaria mano a mano no filme do Nolan. Falando nisso, ainda acredito que não seja o filme de super-herói perfeito, como alguns clamam, embora esteja num top 5 de melhores. Possui, sim, alguns defeitinhos, mas são, em sua maioria, quase irrelevantes em comparação com os grandes momentos do filme. Já comentei da onipresença e capacidade de previsão do Coringa e a ausência desse embate climático mais forte. Mas, também temos algo típico do Nolan, que é a exposição excessiva. Não costumo, aliás, concordar que essa exposição é negativa em outras produções do diretor, como muitas pessoas costumam reclamar. Mas, nesse Cavaleiro das Trevas a exposição narrativa é exagerada ao extremo. A todo momento somos bombardeados com "cavaleiro branco de Gotham", Gotham depende de Harvey para combater os bandidos e prosperar", "Harvey não pode cair, é a esperança de uma Gotham melhor", "eu acredito em Harvey Dent" e etc, sendo o primeiro ato bem moroso e repetitivo. Apesar de um pouco unidimensional em sua ideia (uma cidade não pode ser tão una e previsível) até interessante essa trama que trata Gotham como um personagem, que pode ser direcionada, e é ela que motiva grande parte das decisões dos personagens, trazendo todo o desenvolvimento do Harvey Dent. A trama que decorre após a
falsa morte de Gordon é beeeeem confusa e atabalhoada. Primeiro, que Gordon fingir sua morte faz pouco sentido e nem é tão bem explicada. Aí, as coisas ficam ainda mais complicadas, pois Bruce decide se entregar, mas Harvey resolve também fingir algo, se passando pelo Batman e contando que o Batman iria lhe salvar. Aí, não só o Batman vai salva-lo, como Gordon também entra na jogada, embora, aparentemente, nem Harvey, nem Batman sabiam sobre o Gordon, e nem é explicado o motivo dele se meter na situação. Capturar o Coringa, talvez? Mas ele sabia que o Harvey estava fingindo e que o Batman ia aparecer? Ou não? E, como se não bastasse, o Coringa ainda tinha, no meio desse caos todo, planejado ser pego, enquanto orquestrava o sequestro do Harvey, que estava fingindo ser o Batman, e da Rachel.
Enfim, caótico e quase forçado. Também acho toda aquela trama do Japão desnecessária, cria uma "barriga" narrativa com pouco propósito. Mas, no fim, o épico epitáfio final, com o corte seco para os créditos, a narração e trilha demonstram que é um dos melhores filmes de heróis já feito, independente desses defeitinhos. Cabe ainda citar o ótimo jump scare em uma das cenas, a discussão ética sobre a invasão de privacidade e os fins justificarem os meios, e as questões que envolvem o limiar entre ações que podem "quebrar" uma pessoa e fazê-la "coringar". A conclusão final do filme, em que Batman se sacrifica em prol de Gotham também é ótima. "Ou se morre como herói, ou vive-se o bastante para se tornar o vilão". Mais uma rima perfeita do filme. Nota: 9.9.
Tem alguns méritos, como popularizar o gore extremo no terror francês, abrir caminho para Alexandre Aja realizar mais produções, além de ser beneficiado pelo baixo orçamento, que gera um filme "sujo" em seus aspectos cinematográficos, condizente com a proposta de violência. Lembro de ter ouvido falar pela primeira vez e ter comprado o DVD às cegas, sems aber se era realmente bom, apenas porque a edição do DVD nacional é ótima e também porque parecia ser realmente um excelente filme. Entretanto, apenas o primeiro ato fez jus às expectativas. O segundo sucumbe a "mais do mesmo", e perde um pouco de ritmo, embora, apesar disso, continuava sendo um ótimo filme. Entretanto, a reviravolta final e imperdoável, ridícula, e uma das piores reviravoltas em um filme de terror. No geral, reviravoltas no final do filme podem até soarem boas, mas assistindo uma segunda vez acabam por fragilizar o roteiro com falhas. Mas, no caso de Alta Tensão, essa reviravolta já destroi a lógica do filme sem precisar de uma segunda assistida, o que já demonstra o quanto ela é ruim (acho que só a reviravolta de A Forca 2 é pior). Enfim, não vou me delongar expondo os detalhes sem sentido, que aumentaram agora que vi o filme uma segunda vez, pois seria uma longa lista. Basta citar, por exemplo, a cena em que o caminhoneiro aparece, se bem me recordo pela primeira vez, usando uma cabeça decapitada como "brinquedo", e como ela não tem o menor sentido na reviravolta. Parace que o final foi pensado do nada, para tentar salvar um roteiro que começava bem e caminhava cada vez mais para o lugar comum. Nota: 6.6.
A cena incial é muito bem feita, demonstrando que a ação é bem melhor do que aquela sem sal que o David Yates empregava nos filmes de Harry Potter. Entretanto, eu tinha sentido falta de algo no primeiro Animais Fantásticos, e eu acreditava que era o ar europeu da franquia Harry Potter (e talvez um pouco mais de referências à franquia). Mas, foi inserido mais elementos de fan service, como Hogwarts, ou Dumbledore, além de se passar na Europa, e mesmo assim continua a sensação de que faltou algo. É ligeiramente inferior ao filme anterior, mas é um bom filme de todo modo. O grande ponto é que a trama sabe tratar questões políticas de um modo pertinente. Fica bem clara a mensagem anti-conservadora, ao mesmo tempo que é tecida crítica à forma, por vezes violenta, intolerante, ou pouco inteligente que alguns setores progressistas adotam, e que apenas servem de "munição" para incetivar ainda mais o lado consevador. Aqui, parece claro que os protagonistas estão do lado certo, o qual apoia o casamento entre trouxas e bruxos e a não superioridade de um pelo outro. Entretanto, a crítica está no fato de que, apesar de estarem do lado certo, algumas pessoas optam por agirem de forma agressiva contra aqueles que estão do lado errado, o que acaba por servir como ponto que justifica os que estão do lado errado de defenderem suas ideias (o chamado, de forma irônica na internet, de "ódio do bem"). Desse modo, por mais que os protagonistas estejam com a razão, o trato dado por eles aos que não estão com a razão acaba por angariar mais adeptos à Grindewald. Claro, é uma linha fina entre aceitar ideias absurdas e intolerantes, ou calar tais ideias e trata-las com a mesma intolerância sob o risco de ser subjugada por elas. Devemos tolerar que ideias nazistas sejam expostas? Combatê-las "na porrada" é efetivo? Ou nos coloca no mesmo nível deles, justificando que adiquiram mais adeptos? Enfim, essa trama política, embora não explorada a fundo, é suficiente para propor reflexão e melhorar bastante o filme como um todo. Entretanto, continua aqui alguns problemas de roteiro, pois J.K. mais uma vez parece estar escrevendo um livro e não um roteiro de cinema, inserindo muitas sub-tramas que têm que ser explicadas a fundo (a questão do Creedence, dos Lestrange, etc) e que geram apenas confusão na trama. Outro ponto pavoroso é o arco da Queenie, completamente sem explicação, ainda mais se considerarmos se tratar de uma personagem que lê mentes. Talvez Grindewald seja um oclumente poderoso, mas só o fato dele ocultar os pensamentos já seria suficiente para que a Queenie desconfiasse. Outro ponto problemático é a cena clímax, que surge do nada e não passa a impressão de ser exatamente o clímax, deixando um vazio. Nota: 7.3.
Eu tinha dado nota máxima para todos os filmes da franquia, mas esse último, infelizmente, possui um ou dois problemas que me incomodaram suficientemente para abaixar um ponto na nota. Mas, mesmo assim, continua sendo um excelente exemplar no gênero terror. Primeiramente, fiquei confuso com isso daqui. É um continuação do remake? Continuação da série? Outro remake/reboot? Vai funcionar se passar fora das cabanas ou de cidadezinhas do interior e sem o Ash? Para essa última pergunta, considerei que realmente seria bom inovar na locação, afinal, seria interessante ver os demônios em outros ambientes que não fossem o da série/filmes. Mas, a pergunta da natureza do filme (reboot/remake/continuação?) ainda martelava, e a resposta é dada durante o filme, embora eu ainda não tenha chegado à conclusão se é uma boa ou má ideia. Aparentemente
existem três volumes do necronomicon, ou seja, o desse filme seria um volume, o do remake de 2013 outro volume e o último volume o que envolve o Ash. Acho que essa poderia até ser uma boa decisão, se acontecesse um filme renunindo todos os personagens e os três volumes.
Claro, no primeiro ato fiquei só me questionando a natureza do filme e que ele, por essa razão, soava um pouco inútil, mas dadas as explicações, essa sensação passou. Um ponto curioso é que são poucas as referências ao orignal. No contexto atual, os filmes adoram extrapolar na quantidade de referências aos materiais originais e, aqui, temos basicamente apenas a referência na cena inicial, que é bem legal aliás. Assim como no filme de 2013, temos a ausência do humor, que é bem mais explorado nas partes 2 e 3 e na série. Parece que Evil Dead e humor só vão funcionar juntos se tiverem o Bruce Campbell para dosar esse humor. Aliás, esse filme possui muitas semelhanças com o remake de 2013. Não semelhanças narrativas, mas sim no modo como trata a franquia. Resolve dar mais dimensionalidade ao personagens, é mais sombrio, com ausência de humor e bom gore, além de um demônio "chefão" no final, além da história do passado de base (a cena inicial do de 2013, os padres nesse de 2023, que, aliás, geraria um ótimo filme prequel). Essa repetição do de 2013, inclusive em alguns pontos que considerei como "erros" no filme de 2013, foi o que me incomodou e me impediu de repetir novamente a nota 10 na franquia. Bom, o gore é excelente (não é melhor que o de 2013), as cenas de ação e terror são bem conduzidas e alucinantes como não devem deixar de ser na franquia. Entretanto, achei um filme escuro por demais, essa sempre foi uma franquia visualmente mais clara, (a parte 3 é bem escura também, se bem me lembro), inclusive a fotografia do original e do de 2013 são excelentes, já a desse aqui eu acho que deixou um pouco a desejar. Outro ponto é que eu tive ressalvas quanto ao demônio no filme de 2013, e o mesmo erro é colocado aqui,
sendo inserido aquele mega demônio de 3 cabeças como chefe final, sendo que seria mais interessante um final meio semelhante ao da trilogia original, envolvendo os objetos dos apartementos ou da garagem
. Outra questão a se comentar é que, no geral, os personagens que morrem ou são possuídos são cascas vazias narrativas. Um bando de adolescentes nos originais, cidadãos aleatórios de cidadezinhas interioranas na série. Evil Dead costuma focar no terror pelo terror, não adcionando muito substrato aos personagens que vão morrer exatamente porque o foco não é sentirmos pena, torcermos ou nos preocuparmos com sua mortes, e sim assistir as sequências alucinantes de terror puro, quase como uma casa assombrada de um parque de diversões. Assim, esse filme extrapola algo que acontecia no de 2013, que dava algum background e motivação para os personagens, ao invés de deixá-los como cascas vazias. E a coisa é ainda pior aqui, pois se trata de membros de uma família para a qual é dado um primeiro ato de construção e de identificação do público para ospersonagens, algo que não costuma acontecer na franquia. E, pior, temos uma criança aqui. Não costumo ter ressalvas para crianças nos filmes de terror, mas, pela primeira vez na minha vida, achei um pouco apelativo a presença de uma criança. De todo modo, essa identificação e contrução da personalidade dos personagens não é algo ruim, mas ajudou, junto com o fato de não se passar numa cabana e não ter o Ash, e me tirar a sensação de estar assistindo um exemplar da franquia Evil Dead. Bom, o que importa é que o filme é muito bom naquilo que se propõe e não está tão aquém dos outros exemplares da franquia. Nota: 9.4.
Filme genérico, sem grandes atrativos e que, por ser óbvio desde o início, acaba por passar bem devagar, justamente por sabermos quase todos os rumos que a trama irá tomar. O único jeito de quebrar essa mesmice era com uma decisão narrativa drástica, mas como toda decisão narrativa desse tempo, acaba, por vezes, em expor fragilidades da trama do que em enriquecê-la. E é exatamente isso que acontece com a
inesperada, é verdade, mas incondizente com o resto do estilo do filme. De resto, pelo menos, o filme é eficiente no seu gênero, nas coreografias e músicas, além do romance, clichê, mas que funciona. Nota: 6.9.
O Ron Perlman DE NOVO? Quantos filmes esse cara fez? Não é possível, bagaceira de ação sim, bagaceira de ação nem esse cara aparece. Mas, enfim, é um filme de ação acertadinho, com tudo no lugar. Mas falta aquele algo a mais, o filme simplesmente faz tudo correto, mas de forma básica. Parece que o roteiro foi gerado por uma I.A. de tão genérico. Não só o roteiro, aliás, a ação, as locações, o vilão (meio difícil engolir um médico com a cara do Ron Perlman e pinta de vilão cafona genérico, mas, enfim), tudo é bem básico, mas bem feito. É um filme, digamos, neutro em se gênero de ação, e que só valeria ser visto por fãs ávidos desse gênero. Nota: 6.7.
James Gunn é o único diretor da Marvel que sabe dar carga dramática nos seus filmes. Joss Whedon esconde as fragilidades do filme com o humor, Taika Waititi é só humor. Os irmãos Russo pegaram filmes já grandiosos para dirigirem (tirando Capitão América 2). E, os outros diretores que apareceram estavam apenas cumprindo as ordens dos produtores para entregarem os filmes episódicos ou de origem. Assim, James Gunn consegue entregar uma trilogia própria para seus personagens, mas que ainda está inserida no contexto da história do UCM, sem, entretanto, abandonar seu estilo próprio e sucumbir aos enlatados episódicos que, querendo ou não, foram necessários para a contrução do UCM. Assim, James Gunn, mais uma vez, entrega um dos melhores filmes do UCM. Ainda com a proposta de lançar um filme com a vibe oitentista em um contexto atual, de filmes sóbrios e realistas. E, confesso, não consigo dizer qual dos 3 é o melhor da trilogia. O primeiro foi eficiente em estabelecer os Guardiões, que não eram conhecidos do grande público, além de trazer as melhores músicas dos 3 e um humor que funciona muito bem. Além disso, trazia aquele universo irreverente e colorido, típico dos anos 1980, em contraponto com a sobriedade que domina Hollywood atualmente. A segunda parte trazia o mesmo humor eficiente, mas cenas de ação melhores e uma boa trama. Agora, essa terceira parte é a mais problemática das 3, mas, mesmo assim, tenho a sensação de que ela é melhor, exatamente porque o filme sempre consegue sobrepor esses problemas e entregar um bom material. Inicialmente, cabe ressaltar que James Gunn parece um dos poucos da Marvel preocupado em entregar um filme com identidade própria. Um dos, talvez o maior, na verdade, absurdo do UCM, e que bizarramente é pouquíssimo comentado, é que as produções tem uma trilha sonora porca. Apenas os Guardiões e os Vingadores possuem uma música tema, mas, como é o UCM, todo mundo é conivente com essa preguiça de criar temas. E, Guardiões da Galáxia 3 talvez tenha a melhor trilha sonora orquestrada do UCM (a cena da fuga do Rocket tem uma trilha fantástica, por exemplo). Aliás, a trilha sonora em relação às músicas mesmo continua boa, como todos esperavam, mas continuo preferindo as do Volume 1 e Volume 2. Mas, temos aqui Come And Get Your Love de novo, e sempre vou adorar quando referenciam a minha cena preferida do UCM, que é a cena inicial do primeiro Guardiões, uma daquelas cenas que quebra a expectativa de forma a extrapolar não só o filme, mas o contexto em que ele foi feito. E, quais são os quase problemas do filme? Bom, temos a falta de protagonismo de Quill. O conflito dele nesse filme se resume a Gamora, e a ela apenas, e nisso ele acaba dividindo a cena de igual para igual com os outros Guardiões, algo que não acontecia, principalmente na segunda parte, em que ele era o foco. Assim, Rocket é o foco do filme, ao mesmo tempo em que ele quase só aparece em flashbacks, gerando uma estrutura narrativa bizarra em que o protagonista (que é o Rocket) é desenvolvido sem estar presente. E, aqui que temos um dos vários exemplos em que Guardiões 3 erra e acerta. Em relação à Gamora, por exemplo, tudo é feito como de praxe, mas a decisão de não reavivar ainda o romance dela com Quill é muito mais interessante, do que focar nele e na sua tentativa de reconquista-la. Relegar o Quill a um co-protagonismo acabou por salvar sua trama com Gamora. Da mesma forma, por mais que Rocket seja um protagonista “ausente” no presente da narrativa, os flashbacks contando de sua vida enriquecem o filme, trazendo um tom extremamente triste, pois o sofrimento dos pobres bichinhos de teste é muito bem construído (acho que nada na Marvel tinha uma atmosfera tão triste como aquelas gaiolas, em contraponto com animais fofos, mas deformados e doloridos, e que, mesmo assim, encontravam alegria na companhia um do outro).
E, mais uma vez, são flashbacks, então, a todo tempo, temos a certeza de que eles irão morrer, mas, se isso poderia ser, a princípio, um problema, acaba por nos deixar mais ansiosos e deprimidos ao observar a alegria dos personagens, alegria que já sabemos que será destruída. E, a reação de Rocket com a morte de uma delas talvez seja o momento dramaticamente mais forte e triste de todo o UCM
. E, é nisso que James Gunn se destaca entre os demais, como já citei. Joss Whedon e Taika Waititi podem ser bem eficientes na construção do humor, os irmãos Russo sabem muito bem fazer ação, mas é apenas James Gunn que consegue trazer tudo isso aliado à um contexto dramático, apenas ele busca fazer (ou apenas ele SABE fazer) filmes do UCM com carga dramática, ao invés de esconder a fragilidade narrativa com piadas e ação, James Gunn usa seu talento para explorar essas fragilidades e transforma-las em cinema, em sentimento, em um tom épico. Podemos até dizer que Guerra Infinita e Ultimato tinham esse tom e essa dramaticidade, mas isso é mais pela escala cinematográfica (vários heróis em tela, conclusão dessa fase do UCM, etc), do que por talento na direção. Claro, Guardiões 3 possui, ainda assim, alguns problemas que as outras partes não possuíam. Entretanto, a carga dramática nesse filme me faz considerar se ele não é realmente superior aos outros 2. Bom, o principal problema aqui, para mim, é que James Gunn queria entregar um filme mais pesado e triste. Entretanto, isso vai de encontro à natureza do UCM e dos próprios Guardiões e da proposta oitentista, destruindo a expectativa do público. Se, por um lado, as cenas que envolvem Rocket são tensas e cruas, não só as de flashback, como as atuais com o personagem na beira da morte, por outro lado os Guardiões parecem não se importar tanto assim com tal urgência, fazendo piadinhas o tempo todo ao invés de focar. E, sabendo dessa fragilidade, James Gunn recorre a um recurso fácil, mas frágil e expositivo, fazendo com que, depois de piadinhas, os personagens bombardeiem a urgência da situação (“temos tantas horas, depois disso Rocket morre”, etc), num recurso para que se possa fazer as piadas sem abater, assim, a carga dramática da situação. Até funciona, mas é um recurso pouco elegante. Outro grande problema foi que precisavam abarcar muita coisa em um filme só. Não só narrativamente, mas emocionalmente. Assim, algumas situações críticas acabam não tendo o respiro e reflexão necessários. Os tiros que Drax toma parecem a princípio gravíssimos, mas, na próxima cena, é como se nada tivesse acontecido e quase não é comentado. O ataque de Adão no início parece servir só para lesionar o Rocket, quase não sendo comentado, com o Adão pulando aqui e ali, sem ser um personagem discutido a fundo pelos outros personagens.
Além disso, a morte da mãe dele parecia que ia servir a algum propósito, mas é logo esquecida. A Contra-Terra é destruída, mas praticamente não tem comentários sobre
. Aliás, é tanta coisa no roteiro, que a própria Contra-Terra, que é um conceito bem legal, praticamente não é explorada em seu potencial. Outro ponto, esse filme entrega boas cenas de ação, inclusive a do corredor, que talvez seja a melhor do UCM. Os filmes da Marvel, praticamente todos, possuem cenas de ação porcas (e, por algum motivo, isso é ignorado pela crítica), pouquíssimas cenas de ação do UCM não consistem de pancadaria generalizada entre heróis e vilões (ou, mais comumente, entre heróis e heróis) repleta de um milhão de cortes a cada soco, mas aqui temos uma cena de luta realmente orquestrada. Entretanto, infelizmente, faltou na cena final uma luta mais elaborada com o vilão principal do filme, mesmo que a cena de batalha final seja boa como um todo. Aliás, considero esse um dos melhores vilões do UCM, talvez top 3. Mais uma vez, os filmes da Marvel, na maioria das vezes, possuem dificuldades em criar emoções pelo dramático, sempre apelando para humor. Isso enfraquece os vilões, com poucas exceções (como Thanos e Loki). Assim, é James Gunn que consegue criar um vilão do qual o único sentimento que nos gera é ódio, algo bem clássico dos vilões oitentistas, que, na maioria das vezes, não possuíam essa exigência de tridimensionalidade dos filmes atuais. O vilão do primeiro filme, Ronan, por exemplo, se encaixava nessa descrição, mas acaba sendo esquecível, não só por ser genérico, mas pela ausência de criar essa repulsa e ódio por ele, diferente de como acontece em Guardiões 3. Mais um exemplo que James Gunn entrega filmes com identidade própria, com elementos que geralmente são fracos nu UCM (boa ação, boa trilha, bons vilões). Aliás, cabe citar, esse tom mais dramático e triste já na musica inical. Afinal, estamos na conclusão de uma trilogia, ela deve ser mais pesada (Taika estragou tudo em Ragnarok e ninguém vai me convencer do contrário). Mas, mesmo assim, o diretor peca em alguns momentos em que falta sutileza e temos uma canastrice do cinema oitentista exagerada. Isso era condizente com as duas primeiras partes, mas nessa parte 3 ele quase perde a mão em alguns momentos (
espírito do Yondu, por exemplo, ou a cena do além no estilo de Harry Potter 7 parte 2, bem desnecessárias
). Outro ponto a comentar, é: "em que momento os Guardiões deixaram de ser heróis de moral dúbia?". O primeiro filme não terminava com eles falando em fazer "um pouco dos dois" (heroismo e bandidagem)? Perdi ou esqueci de alguma coisa? Em que momento eles se tornaram tão morais? Bom, no final, o filme, na minha opinião, está no top 5 do UCM com certeza. E, tenho que admitir, por mais que os boatos de que aqui se encerraria a jornada dos Guardiões, eu não estava preparado ainda para me despedir deles (especialmente da Mantis), e ainda não sentia que era aqui que essa despedida deveria acontecer. Assim,
Até disfarça bem suas limitações orçamentárias no inicio, mas a medida que o filme vai passando ele começa a se perder. Nas primeiras cenas a fotografia escura, o clima amador, a direção, etc, indicam que vamos ter um filme climático e sério, mas que depois do primeiro ato começa a perder um pouco de qualidade, com muitos closes e uma história que toma alguns rumos sem sentido, incluindo a reviravolta, que não gostei muito, e a sequência final, que não é tão boa assim. Em resumo, começa bem e vai decaindo. Nota: 6.5.
Começa bem, a cena inicial dá a impressão de que vamos assistir um filme bem dirigido e que consegue construir situações inventivas e dinâmicas no meio dos filmes de terror com perseguições. Entretanto, o que se segue no segundo e terceiro atos são várias situações que já vimos em outros filmes. A produção perde ritmo ao nos deixar de entregar qualquer coisa que chame a atenção ou que tire esse filme do mar de outras produções de baixo orçamento semelhantes, fazendo desse um exemplar inferior ao segundo filme apesar de, mesmo assim, ter seu charme como produção de baixo orçamento. Aliás, assisti o segundo filme sem saber da existência desse primeiro. Dando uma lida no meu comentário do segundo filme, vejo que ele possuia o mesmo problema, começa bem, mas depois fica repetitivo. A diferença que faz a parte 2 ser ligeiramente melhor é que ela até possui boas atenções no contexto de um filme de baixo orçamento. Nota: 6.7.
Não é ruim, sabe aproveitar bem as situações porpostas pela trama, fazendo algumas paródias até relevantes em relação ao ganho e à perda de dinheiro. O humor dessas situações consegue ser eficiente também (não é um filme hilário, mas é minimamente engraçado), inclusive os atores, que dão para o gasto. Claro, durante grande parte da produção temos um apinhado de clichês, mas isso não é nenhuma surpresa. No final, soa muito como um filme do Adam Sandler, já posso até imaginar o remake de Hollywood colocando o ator no papel principal. Nota: 6.7.
King Kong
3.8 194 Assista AgoraApesar da importância histórica, não é o primeiro filme em seu estilo. Filmes de monstros já existiam, como, por exemplo, Lost World de 1925. Entretanto, King Kong possui alguns pontos interessantes para a história do cinema e do gênero. Por exemplo, e principalmente, trás uma personalidade ao monstro da narrativa, colocando o como personagem e gerando simpatia do público pela criatura que normalmente seria tida como bestial. E, quando Kong encontra seu destino no final do filme, não há como deixar de se sentir triste pelo final da criatura.
O filme é tão importante que todos nos conhecemos sua trama, mesmo que não tenha sido baseada em outro material, como um livro, por exemplo, se tratando de um roteiro original.
Meu maior problema com o filme é a primeira meia hora, em que pouca coisa acontece. Certo, não iria querer que o filme já começasse na ação, mas podia muito bem preencher a primeira meia hora com personagens ou falas mais memoráveis. A coisa fica boa mesmo quando chegam na ilha e os personagens são mortos como moscas, sem dó nenhuma, algo bem drástico para o cinema da época, incluindo a forma gráfica e explícita que nos é mostrado.
Bom, os efeitos são muito bons para a época em que foi lançado, meu único problema é com o King mesmo, podiam ter feito um gorila um pouco mais simpático. No final, temos duas cenas antológicas para o cinema, a briga contra o tiranossauro (que é longa e bem orquestrada) e a famosa cena do Empire State. Não vou reclamar de dinossauros, humanos, lagartos e gorilas gigantes na mesma ilha não ter muito sentido, mas que poderiam ter tentado ter uma ilha com mais sentido, poderiam.
No final, a conclusão do cineasta que capturou o Kong foi basicamente "o erro do Kong foi amar demais" rs.
Nota: 8.9.
Mistérios da Carne
4.1 975 Assista AgoraO filme é perturbador exatamente pela forma seca como apresenta seus temas perturbadores. Sem pintar com cores bucólicas para contrastar (como em Lolita de 1997) ou sem tratar de forma hollywoodiana, tecendo críticas óbvias ou contando com um universo que conspira para punir vilões e agressores. Aqui o tema é abordado de forma complexa e realista, sem se preocupar em apontar a maldade das atitudes que vemos por serem obviamente repulsivas. É um filme que apenas retrata as situações horrendas e as consequências psicológicas delas nos seus personagens, deixando que o público receba o impacto por si só. Bem executado e pouco conhecido, realmente não é um filme para qualquer um pelo seu pesado conteúdo e pela forma seca e realista com que esse conteúdo é tratado.
Enfim, é um filme com uma atmosfera esquisita. Ela é carregada, mas não exageradamente o suficiente para fazer jus às atrocidades expostas pela narrativa. Quase como se utilizasse a direção de um coming of age em um roteiro com traços de Lolita, mas sem disfarçar seu conteúdo com a visão do abusador, mas sim tratando se das consequências psicológicas. E, como tal, a questão psicológica não "berra" suas origens, é contida, apagada por memórias que os personagens tentam suprimir, enquanto a narrativa as expõe de forma crua.
Nota: 8.5.
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
4.2 6,4K Assista Agora"Deshi, Deshi, Basara Basara".
O Cavaleiro das Trevas Ressurge padece em duas questões: uma é querer (com razão) fazer jus à qualidade de seu antecessor, e a outra é o fato de possuir o dever de encerrar uma trilogia de forma bombástica, uma questão que também se relaciona a uma das minhas maiores ressalvas dessa trilogia, que é a falta de foco no Batman.
O primeiro filme é um filme de origem, focado na transformação de Bruce Wayne no Batman. O segundo tem como seu destaque o Coringa. E o terceiro Gotham é o foco, sendo o Batman um acessório do roteiro ao longo dos três filmes, não tendo o destaque justo que a figura encapuzada deveria ter como protagonista. Quero dizer, tivemos um filme de origem, seguido de um segundo filme de enfrentamento vilão x herói, para um terceiro filme de conclusão e não tão focado no herói de rua, mas sim em uma narrativa de proporções distópicas e épicas. Gotham é colocada em foco, mas, não só isso, temos um filme em que Gotham é colocada em posição quase fantasiosa, em um estado de sítio de grandes proporções para termos uma conclusão épica. Com isso, a narrativa se afoga e foca nessa proposta megalomaníaca para, como já disse, fazer jus ao conceito de desfecho épico da convenção de trilogias.
A primeira metade é quase morosa, focada na preparação para a ação épica que se desenrolará na segunda metade. A qualidade do segundo filme acaba sendo culpada por essa quase morosidade. A cena de abertura é um bom exemplo. Seria uma cena fantástica (e é forma como foi gravada é bem feita), mas acaba padecendo se comparada com a abertura da cena do filme anterior. O mesmo vale para a cena na bolsa de valores e a posterior perseguição, que não se compara com a perseguição que ocorria no segundo filme. De toda forma, Bane é um bom vilão, e a rima com o primeiro filme também é boa para fazer jus ao conceito de trilogia.
A ação continua de qualidade, junto com as boas montagens de fatos ocorrendo em paralelo (característica marcante do diretor), e a trilha de Hans Zimmer continua fantástica. Também gostei da forma que conseguiram incluir a Mulher-Gato em um filme de conclusão, sem soar como algo forçado para agradar os fãs, embora talvez vejamos pouco da Mulher-Gato na ativa.
Pode ser algo que várias pessoas vão torcer o nariz, mas adoraria uma continuação com o Robin e com o Batman de Bale, que teria sobrevivido, e dirigida pelo próprio Nolan. Ainda havia muito a se explorar em relação ao personagem, e não sei o motivo de terem pensado em uma trilogia fechada. Na verdade, acredito que tenha sido a necessidade de iniciar um projeto de filme da Liga da Justiça nos moldes dos Vingadores. Aliás, o final aberto rima com o da HQ Piada Mortal, em que, impossibilitado de matar um personagem diretamente, pois precisamos dele para continuações, o matamos de forma dúbia, sem deixar muito claro o que aconteceu, deixando a critério do telespectador responder. E, confesso gostar da ideia de que o Bruce escapou usando o piloto automático, enquanto o Batman morreu de vez, libertando, assim, Bruce do fardo de ser o Batman.
Bom, alguns pontos negativos estão a forma como Blake descobre ser Bruce o Batman, a vilã do filme, que não sei por qual motivo achei meio claro que seria vilã (alguma coisa na cara da atriz, sei lá) e o tão reclamado retorno de Bruce para a Gotham City sitiada. Entendo que a ideia ali eja dar uma cena de impacto, mas deixar o retorno sem explicação em prol de um pequeno espetáculo, buscando criar uma cena impactante, causa o efeito reverso. Seria melhor um retorno explicativo mesmo, mostrando como Bruce conseguiu voltar à Gotham (esse retorno sem explicações é, aliás, mais um exemplo de que tratar Nolan como um diretor expositivo é algo injusto)
No final, na minha opinião, é melhor que Begins e inferior a Cavaleiro das Trevas, mas não deixa de ser um excelente filme e encerramento de trilogia.
Nota: 8.7.
Blade Runner 2049
4.0 1,7K Assista AgoraHollywood demorou, mas aprendeu a tratar dignamente as revisões, continuações e remakes dos filmes do passado. E Blade Runner 2049 se esforça muita para fazer jus ao estilo do original, enquanto busca agradar aos fãs, sem ceder por completo ao modo atual de fazer blockbusters.
Quero dizer, a ação sci-fi não era a proposta do filme original, se tratando mais de um filme de investigação noir se passando num mundo futurista. Buscou-se manter a mesma proposta e o mesmo ritmo narrativo, mesmo que atualmente exige-se mais cenas de ação (a bem verdade, na época do lançamento original essa já era uma exigência frequente em filmes de massa) e assim aqui temos um pouco mais de ação que a obra original, embora esforce-se para manter o mesmo ritmo.
Entretanto, por mais que busque se aproximar do filme original (e o faz de forma louvável), Blade Runner 2049 ainda acerta em ser uma das raras (diria raríssimas) continuações que pouco ou quase nada “remakiza” a trama do filme anterior. Em verdade, a maioria das continuações possui pelo menos o mesmo esqueleto narrativo, algo que Blade Runner 2049 também consegue fugir, tendo sua condução narrativa própria.
Também corajosa e deveras arriscada é a decisão de colocar um replicante como protagonista. Em mim o efeito imediato foi o de parar de me importar com o destino do protagonista, afinal, ele não é humano. Mas, essa discussão de real, humano, etc é o cerne temático dessa franquia. E Ryan Gosling é eficiente em sua interpretação contida, meio robótica, mas não artificial. Não sei o que o ator tem, que ele consegue ser inexpressivo de um modo que soa como uma boa atuação, e não como falta de competência em atuar.
E a discussão em torno da realidade das coisas é interessante nesse filme, ainda mais em relação à Joi, que passa uma sensação de personagem que realmente ama o protagonista e, naquela que para mim é a melhor cena do longa, é revelado que o carinho da personagem não passava de mera programação padrão, que seria igual em quaisquer dos modelos que o protagonista tivesse adquirido da Joi. E, aqui entra outro questionamento, em relação aos replicantes e sua programação e em que medida poderíamos considera-los como humanos. Sobre a fotografia e a trilha sonora, basta dizer que são impecáveis.
E, mesmo com todo esse esforço, com todo respeito ao material original, com toda a qualidade técnica e artística e com toda riqueza temática não consegui gostar o suficiente do filme. Fiquei muito na dúvida se dava a nota 8 ou a nota 9 e o motivo é bem simples. Falta ao roteiro e ao filme como um todo apenas uma coisa, mas uma coisa deveras essencial: coesão narrativa. São muitas ideias, muitos conceitos, muitos personagens, muitos temas, muitos questionamentos e quase nenhuma coesão ou relação entre toda essa parafernália. Um ótimo exemplo disso é o personagem de Jared Leto, que possui uma longa e ótima introdução, um longo discurso e no final quase não possui participação ou desenvolvimento ao longo da narrativa. A questão é que, no final, a trama não foi bem amarrada em torno das várias boas ideias, quase como se esse filme fosse apenas uma primeira parte introdutória para dar brecha a um desenvolvimento de conceitos que ocorreriam em filmes posteriores. E essa falta de coesão se torna um pecado ainda maior ao perceber que acaba sendo a culpada de um grande potencial desperdiçado. Faz até a sensação de que o filme ainda não iria acabar, fiquei surpreso ao perceber que a cena de ação na água era a cena de ação climática. Achei que ainda teria mais filme para amarrar melhor todas as questões.
Nota: 8.5.
Pearl
3.9 1,0KAchei Pearl bem superior a X, e vários são os motivos. Primeiro, a tão falada atuação de Mia Goth, que, sem brincadeiras, foi completamente injustiçada pelo Oscar. Já é repetitiva essa reclamação de que as premiações no geral consideram apenas um nicho cinematográfico, algo que já passou da hora de ser mudado, pois produções de qualidade e empenho é encontrado em quaisquer dos gêneros cinematográficos. Não conheço uma pessoa que não tenha elogiado a atuação da Mia e os gagás da Academia devem despertar logo para o fato de que Cinema é um conceito amplo.
Enfim, a trama aqui é mais interessante do que em X não só por não ser um copia e cola de outro filme (no caso, X pegava muita coisa de Massacre da Serra Elétrica), mas justamente por causa da construção bem feita em torno da protagonista, seja nos seus sonhos, seja em seus transtornos, seja no contexto socialmente árido em que ela vive. Mas, não só isso, temos aqui um filme que é de origem, algo que costuma gerar roteiros fracos, mas aqui temos uma boa construção da personagem, e de uma forma que o filme funciona mesmo para quem não viu X, bem como para quem já viu e ficou curioso com a origem da personagem.
Além disso, há vários paralelos pequenos com o outro filme, como o tema sexual ser um dos motes da produção, incluindo os filmes pornográficos, como também a menção ao fator X. As mortes continuam bem feitas, como Ti West costuma fazer, o cenário da fazenda e a reconstrução da época também são bem feitos (reconstruir e homenagear outras épocas é especialidade do diretor), pecando apenas na pouca aparição de Harold. Não só vemos pouco do personagem, como pouco sabemos das questões que envolvem
ele aceitar a Pearl como uma psicopata e tentar conviver com isso. Quero dizer, ela tinha matado a irmã do Harold e ele não só manteve isso em segredo da família como perdoou. Talvez ele odiasse a irmã, sei lá.
Nota: 9.0.
Pânico no Lago 3
1.7 142 Assista AgoraBasicamente repete os mesmos erros do segundo, principalmente nos ataques abruptos e sem tensão, as atuações cafonas, a condução caótica, os efeitos horrendos. Mas, acho esse ligeiramente superior, não sei se por acostumar com a qualidade questionável da produção, ou se por esse daqui ter uma edição ligeiramente melhor. Aliás, porque os crocodilos seguiram eles até o supermercado, que já era bem longe da água? Bom, pelo menos o filme ganha pontos no humor (in)voluntário de boa qualidade, na personagem metida a fodona que tem bons momentos e na explosão do posto de gasolina.
Nota: 6.4.
Kairo
3.4 165Uhm, vou ter que rever algum dia para poder comentar com mais propriedade. Mas, já dá para adiantar que o filme é muito bom em construir cenas de tensão/assustadoras, como a maioria dos filmes de j-horror da época o faziam. Já não me assusto mais com filmes de terror tem um bom tempo, mas esse daqui chegou bem perto.
Gosto como o começo do filme já passa uma sensação de que ele está no meio, jogando já o telespectador na trama sem muitas apresentações. E é bem legal o modo como o filme vai entrando numa espiral de loucura bem gradualmente, até que toma uma exponencial e quando você percebe você já está totalmente perdido na trama sem nem mesmo saber quando você se perdeu. Realmente é interessante dar uma reassistida tendo o final em mente, e, assim, acredito que ficará mais fácil de compreender o filme.
Nota: 9.1.
Luccas Neto em: Acampamento de Férias 4 - O Desafio …
3.3 2 Assista AgoraLuccas Neto baguncou a timeline do Luccasverso aqui. Os outros filmes se passam na infância, o terceiro dá o gancho para o Roxteen, e esse daqui eles são da Roxteen, não mais do universo infantil. Vai entender. Mas, enfim, os filmes do Luccas realmente tem se parecido mais com filmes de verdade e não com vídeo do youtube improvisados (se ignorarmos a cena bizarra em que borraram o rosto das pessoas para não ter problemas com direito de imagem), até que chega no ato final e mais uma vez temos uma gincana que fica péssima como cena climática. Mas, aos poucos, os filmes tem acertado. Esse foi o desfecho da quarta fase do Universo Expandido Luccas Neto, e espero que a quinta fase também não seja composta de meras continuações que exploram ideias já repetidas (como hotel, mapa do tesouro, acampamentos, Natal, etc).
Nota: 5.8.
Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore
3.3 572Eu realmente não consigo identificar o problema dessa franquia. Os filmes não são ruins, mas não deixam de dar a sensação de que faltou algo. E é esse algo que eu não consigo identificar com clareza. No primeiro filme, achei que era os elementos e fan service, pois se afastava demais da trama de Harry Potter. Aí no segundo filmes fomos entupidos com fan service, e mesmo assim a sensação de que faltava a magia (figurativamente) de HP continuava. Comecei a acreditar que era o fato dos roteiros da J.K. serem repletos de subtramas e funcionarem melhor como livro do que como filme. Entretanto, nesse terceiro filme, temos um roteiro um pouco mais polido, e a sensação de que faltou algo para termos uma boa obra cinematográfica continuou.
O filme é visualmente interessante, entrega fan service, entrega as criaturas que dão título ao filme (das quais eu gosto, tenho inclusive o livro Animais Fantásticos e Onde Habitam), tem boas atuações e boa trilha, tem um roteiro que aborda tramas políticas de forma interessante, como o segundo o fazia. Nesse aqui temos a divulgação pessoal, a imprensa e as fake news, tema atual. Então, qual será o motivo para essa franquia não funcionar, e mesmo corrigindo os erros dos filmes anteriores, fica cada vez mais sem graça?
Acredito que o problema principal esteja relacionado ao protagonista e aos personagens. Parece que os protagonistas não nos empolgam como acontecia em HP. Mesmo dando um substrato, boas personalidades, etc. Newton Scamander é um ótimo personagem, mas não suficiente para carregar protagonismos. Outro ponto que acredito ser o problema é a ideia de que essa franquia na verdade é sobre Dumbledore x Grindewald, mas não foi iniciada como tal. A franquia é sobre o conflito entre esses dois bruxos, mas eles não nos foram e não são os personagens principais. Talvez, se desde o início Dumbledore estivesse presente, as coisas poderiam ter sido diferentes.
Sou um fã da franquia, assisti todos os filmes no cinema (exceto o primeiro) e mesmo assim não animei de ir assistir a este último, o que é algo que já demonstra o quanto essa frnaquia não consegue despertar o interesse mesmo nos fãs inveterados. E, apesar de propor motivos para isso, continuo não entendendo a razão dessa franquia não empolgar, pois, na teoria e na execução ela está bem longe de ser ruim. E, confesso, mesmo assim estou curioso para a famosa batalha Dubledore x Grindewald, e pelos dois filmes que teriamos após esse, se passando durante a Segunda Guerra Mundial. Aliás, importante falear também que os três filmes da franquia tiveram clímax sem graça. O desse aqui, então, é bem esquisito, expositivo, com uma mise-en-scène estranhamente montada/conduzida.
Nota: 7.4.
Assassinatos na Fraternidade Secreta
3.2 72Sorority Row foi lançado já num ano em que os slashers vinham perdendo força, pouco antes de serem renovados por Wes Craven e o seu A Hora do Pesadelo. E, como tal, ainda é um exemplar focado em vilões não sobrenaturais, evento traumático no passado e uma reviravolta final. Como slasher do final da primeira geração, poderia ser mais imaginativo e tentar fugir da fórmula que havia dominado o subgênero na época. Entretanto, o filme consegue ser bom nos outros pontos, sendo um slasher injustiçado por sua pouca fama (acredito que nem saiu em VHS no Brasil). A trama pega a ideia do assassinato acidental (provavelmente do livro Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado, lançado em 1973), misturando com as adolescentes de fraternidade. As mortes são rápidas e na maioria das vezes offscreen (não sei se houve alguma censura) e talvez por ter mortes fracas não seja tão badalado, mas compensa nas sequências de perseguição e na cena final, incluindo também a boa cena envolvendo a fantasia de bobo da corte.
Nota: 7.5.
Vigiados
2.6 367 Assista AgoraPromete, constroi e é zeloso em grande parte da sua narrativa, para um terceiro ato que não faz jus e não surpreende. Ou seja, é um filme que até vale a pena assistir, mas sem grandes expectativas. O principal problema é essa questão da expectativa, que o próprio filme vai lentamente construindo, mas, no fundo, toda a trama e seu desenrolar vai se tornando óbvio e seu desenlace não empolga, sendo um filme bem esquecível. No final, a melhor parte é mesmo a criativa capa do filme.
Nota: 6.8.
Prometheus
3.1 3,4K Assista AgoraLembro como esse filme teve uma divulgação massiva e foi bastante comentado (incluindo por causa do meme "Prometheus? Agora tem que cumprir"), muito por trazer a volta a franquia Alien depois de anos (excluindo, claro, os dois filmes de Alien vs. Predador), sendo o último filme o Alien 4 de 1997. Entretanto, é aqui que reside um dos erros da produção. Se passar no universo do Alien é basicamente irrelevante. Não há elementos suficientes para justificar estar inserido no mesmo universo, exceto por referências bem pontuais e, com isso, por melhor que o filme seja, acaba causando frustração. Eu mesmo me lembrava como se houvesse mais presença do Alien nesse filme, e me frustrei de novo revendo o filme atualmente. A impressão que passa é que tinham um roteiro sobre a origem da humanidade baseado na ideia de "Eram os Deuses Astronautas?", mas acharam que não era suficiente para chamar o público e como Ridley Scott estava envolvido resolveram inserir essa ideia de se passar no universo do Alien. Ou, o contrário, queriam fazer um filme do Alien baseado na busca pelas origens da humanidade, mas se perderam no roteiro e o Alien ficou em último plano.
Trama mesmo tenta inserir algumas reviravoltas para se mostrar mais interessante, mas são reviravoltas que parecem que estão lá apenas para isso, para tentar demonstrar que existe um roteiro. As atuações são boas, a produção toda é impecável, com efeitos, fotografia e design de produção bonitos, e, no fim, é um filme visualmente estonteante. Mas possui alguns probleminhas que incomodam, além dos que já citei. Os desleixos com a segurança da equipe são incompreensíveis vinda de uma equipe que deveria ter sido muito bem treinada, mas que trata a própria vida com pouco zelo. Tudo poderia ter sido evitado se tratassem tudo ali com cuidado. Quero dizer, não passou pela cabeça da equipe que podiam ser contaminados com alguma doença alienígena para a qual não temos anticorpos? Ou radiação? Ou qualquer outro perigo para o qual não temos conhecimentos?
Enfim, outro grande problema é que o filme deixa lacunas gigantescas em sua trama para serem explorados numa continuação que, infelizmente, nunca aconteceu. Teria mais sentido se essa continuação estivesse certa, em pré-produção, mas, no final, ficamos completamente sem respostas porque os produtores resolveram deixar ganchos narrativos, gerando um filme que parece acabar antes do tempo. Bom, pelo menos a ação é boa e possui cenas de violência gráfica e, mesmo com todos esses defeitos foi, à época que lançou, o terceiro melhor da franquia.
Nota: 8.2.
Espíritos Obscuros
2.7 187 Assista AgoraUma proposta interessante, mas a execução foi bem aquém. Ele tenta trazer aquela atmosfera que está bem típica no terror atual, inspirada em Hereditário e outras produções da A24, em que temos takes longos de espaços vazios, fotografia desbotada e escura, foco em paralelos psicológicos, etc. A produção até emula bem essas elementos, mas falta inspiração, alguns diferenciais, e, como eu disse, a execução é morosa e deixa a desejar. Ponto positivo é ir investindo na sugestão grande parte da produção.
Nota: 6.9.
(500) Dias com Ela
4.0 5,7K Assista AgoraNão sei, as pessoas parecem que botam uma viseira quando assistem esse filme e enxergam o que lhes convém, apagando fatos e discussões que o filme joga frontalmente ao telespectador. Não queria entrar no mérito dessa discussão, mas ela parece ter tomado proporções enormes, com argumentação sem sentido, em que você deve escolher quem está certo ou que está errado, quando o propósito do filme nunca foi esse. O filme expõe uma situação em que ambos são algozes, vítimas, culpados e inocentes, dentro de escolhas, contextos e influências.
No início isso é deixado às claras ao estabelecer que os dois personagens são frutos de seu meio. O protagonista (com o qual me identifico, diga-se de passagem), influenciado por filmes e livros que idealizam o romance perfeito e a descoberta de uma alma gêmea, e a própria idealizam de possíveis candidatas, criando esperança e ilusão, e potencializando ainda mais quando não somos correspondidos. Sim, me identifico como o protagonista assim como me identificava com Ted Mosby, personagem bem semelhante, ainda mais pela aparente noetissexualidade (atração pelos gostos e opiniões). O filme aborda muito bem essa ideia de idealização e busca pela "The One", e como isso gera expectativas ilusórias que partem ainda mais o coração quando não são correspondidas.
Por outro lado, temos a Summer, que, devido a questões de sua vida pessoal, não acredita, em princípio, em relacionamentos fechados, casamento, etc. Em verdade, talvez até os tema, evitando assim se machucar.
Essas bases são estabelecidas COM CLAREZA e mesmo assim parte do público parece querer ignora-las. Temos, assim, a formação de um típico casal de opostos, embora, nesse caso, cabe ao lado masculino a ilusão de um relacionamento de "conto de fadas" e que a bela princesa escolhida aparecerá para ele, enquanto o lado feminino é mais descompromissado.
E, aqui, chegamos em outro ponto que gera discussão. Summer deixou absolutamente claro que não queria um namoro com Tom. Bom, muitas pessoas falam que por esse motivo o protagonista estava errado e se ele se lidiu "foi porque ele quis", algo que me deixa até enojado. Como já falei, foi estabelecido no início do filme que ele foi influenciado pelo seu meio, e daí veio sua propensão a se iludir. Outro ponto: por mais que Summer se negasse a assumir um relacionamento sério com Tom em termos, na prática, era exatamente isso que eles eram. Ela não saia com outros, ela agia, em praticamente todos as suas formas, como uma namorada, algo que com certeza alimentou a ilusão em nosso protagonista. Mas, mais uma vez, não temos vilões e não dá para colocar Summer como vilã por agir desse modo.
Enfim, o filme é um estudo sobre dois lados, um que se ilude baseado numa ideia de um relacionamento com uma escolhida idealizada, e do outro, oposto, a personagem que evita compromissos com medo de se machucar. E, foi nessa questão que o relacionamento não funcionou. Pessoas diferentes. As expectativas exageradas do protagonista funcionaram ainda mais como motor para assustar Summer com relação a um relacionamento sério. Por outro lado, não é explicado muito, mas o noivo dela
provavelmente era mais contido em relação a isso, e por essa razão ela se sentiu segura em assumir algo com ele e não com Tom
Bom, acabou que por toda essa discussão descerebrada que vi na internet, pouco comentei do filme em si. A produção aborda questões de relacionamento de forma ótima, com criativade nas montagens, situações, etc, sem se descolar de um tipo de relação bem real e que muitos de nos vamos nos identifcar, pensando em pessoas que passaram por nossas vidas, ou mesmo nos fazendo refletir sobre nos mesmos. E que não devemos ser como o protagonista, que, no final, aparentemente, não aprendeu muita coisa.
A primeira vez que assisti esse filme, aliás, eu não gostei nem um pouco, mas foram por duas cenas em específico que me fizeram assistir o resto da produção com certa má vontade. Uma delas foi a frase que a irmã do protagonista fala que só porque alguém gosta das mesmas coisas que você não significa que ela é sua alma gêmea. Bom, como um noetissexual que colocava, desde minha adolescência, o gosto das crushs em primeiro lugar, discordei totalmente dessa frase. O outro motivo foi terem errado quais foram as duas músicas compostas pelo Ringo para Os Beatles (Pigs é do George Harrison). Como erraram isso? Só pesquisar na internet. Na época, eu estava no auge da minha beatlemania e esse erro me titou toalmente do filme.
Bom, acabou que por toda essa discussão descerebrada que vi na internet, pouco comentei do filme em si. A produção aborda questões de relacionamento de forma ótima, com criativade nas montagens, situações, etc, sem se descolar de um tipo de relação bem real e que muitos de nos vamos nos identifcar, pensando em pessoas que passaram por nossas vidas, ou mesmo nos fazendo refletir sobre nos mesmos. E que não devemos ser como o protagonista, que, no final, aparentemente, não aprendeu muita coisa. Se tem algo que é padrão em nos, iludidos amorosos, é a teimosia.
Nota: 9.2.
Batman: O Cavaleiro das Trevas
4.5 3,8K Assista Agora"Porque ele é o herói que Gotham merece, mas não o que ela precisa agora".
Por uma imensa sorte, assisti esse filme no cinema. Eu era novo, tinha apenas 12 anos, mas minha mãe me levou mesmo eu não tendo tanto interesse assim. Imaginem, eu não era de assistir filmes pesados, e não tinha expectativas de que um filme de super-herói fosse tão sério e pesado, então fui jogado ao chão enquanto era bombardeado pelas cenas tensas, pela presença do Coringa e por uma morte abrupta em uma explosão (completamente fora do estilo de mortes eufenisticas de outras produções de heróis na época), ou pela ótima cena inicial, que me deixou em surtos. Aliás, essa cena inicial com certeza acaba sendo um dos grandes motivos desse filme ter sido idolatrado como foi/é. Ela já desarma o público, que pede mais presença do Coringa, e é atendido.
Primeiramente, tenho que dizer que esse filme é o grande responsável pelo sucesso do UCM e pelo fracasso do Universo DC no cinema. Enquanto a Marvel planejava terreno para seu universo expandido, a DC se viu atada e impedida de fazer o mesmo, pois o Batman de Nolan era estrondoso sucesso, mas não se encaixava na ideia de um universo compartilhado, então a DC "entrou no jogo" com atraso, e por isso investiu direto no universo expandido, ao invés de ir implementado-o aos poucos com filmes de origem medianos, como a Marvel fez. Aliás, se a DC tivese optado por colocar esses filmes de origem em atraso, provavelmente também teria naufragado, então a conclusão que se chega é que o universo expandido DC demorou para acontecer por culpa do Batman de Nolan, e por isso não deu certo. Claro, isso não é culpa do filme e não gosto menos dele por essa razão, estou apenas expondo um fato.
Bom, depois de um Batman Begins seco e com algumas decepções, Nolan aqui está mais à vontade para imprimir seu estilo e explorar as situações que lhe agrada. Entretanto, por mais que tenha fama de arrogante, não podemos negar que ele deu atenção a algumas críticas dos fãs, como o Batman "duro" e pouco ágil, que agora protagoniza lutas mais dinâmicas, sob a justificativa que agora possui um traje mais flexível (antes não conseguia nem girar o pescoço, parecia um robozão). O roteiro, com Jonathan Nolan, entrega frase de efeito memoráveis, que se entranharam no imaginário popular anos antes dos memes serem algo como são hoje em dia, e mesmo assim continuam servindo de material memístico até os dias de hoje. E, acredito que o motivo dessas frases de efeito serem tão impactantes é o fato de que elas se repetem de forma curiosa e pouco percepitível. A primeira metade do filme é meio morosa e repetitiva, com pouca ação e muito blá blá blá, e é no meio desse blá blá blá que estão as grandes falas do filme, mas que só são notadas ao serem repetidas no ato final (Harvey cita o fato dele fazer a própria sorte, já não me lembro quem fala sobre morrer herói no início, mas também é dito brevemente), e talvez por esse motivo tenham causado tanto impacto.
Sobre a marcante atuação de Heath Ledger, pouco se há para comentar que já não tenha sido dito, sendo uma das atuações mais analisadas da história. Continuo achando que foi sim, excelente, mas sempre reafirmo que interpretar personagens loucos e com habilidade criativa na atuação quase sempre vai gerar atuações marcantes, e o status lendário que o Coringa de Heath Ledger atingiu beira o exagero.
Já sobre o personagem em si há bastante coisa a se comentar. Primeiro, a proposta da trilogia de Nolan era soar não só sombria, mas realista em princípio, gastando tempo para justificar habilidades de luta, poderes, motivações e "fantasia" (no sentido de fantástico) que tivessem lastro no mundo real. E, não é preciso pensar muito para perceber que um Coringa realista parece quase impossível de se executar. E, realmente, o Coringa destoa bastante do realismo de Batman Begins, em sua loucura injustificada aliada a uma genialidade de criar planos, sua quase onipresença, e sua capacidade de previsão de movimentos e seu status de entidade (não possui registros, RG, nome, etc) criam algo quadrinesco, mas que, é tão bem executado, que acaba não sendo um problema, mesmo se afastando da proposta da trilogia, pois gera tão bons momentos e um personagem tão marcante, que ninguém reclama ou sente essa fuga do tom proposto para a trilogia. E, mesmo assim, é tentado dar uma "explicação não explicativa" para o Coringa "alguns homens só querem ver o circo pegar fogo". Mas, como disse, isso também não é um defeito em si.
Alguns quadrinhos de heróis passaram a ter um tom mais adulto e sombrio nos anos 1980, entre outros, na HQ de Frank Miller Cavaleiro das Trevas. Entretanto, só com esse filme que isso chegou ao cinema. E, outra grande influência para o segundo filme da trilogia está na história Piada Mortal, que parece ter tido enorme influência em todas as caracterizações do Coringa para o cinema. A ideia, por exemplo, do personagem contar várias origens diferentes para si (outro grande momento da narrativa) vem de Piada Mortal, por exemplo. O conceito de personagens que se completam e dependem um do outro também está incluido nessa ideia. Enfim, o Coringa aqui foi marcante e ajudou a consagrar ainda mais o status de maior vilão de HQs da história. E, cabe ressaltar, as outras atuações também são boas no geral.
A trilha sonora é ótima (sempre vou reclamar das trilhas pobres da UCM), os efeitos igualmente (o duas caras funciona) e a ação bem orquestrada, coreografada e conduzida, inclusive nas perseguições de veículos e no uso de efeitos práticos. Achei que faltou um embate final mais forte entre herói e vilão, o filme ficou ausente dessa briga direta entre os rivais, seja batman x coringa, seja batman x duas caras, mas mesmo assim seria esquisito imaginar esses embates e porradaria mano a mano no filme do Nolan.
Falando nisso, ainda acredito que não seja o filme de super-herói perfeito, como alguns clamam, embora esteja num top 5 de melhores. Possui, sim, alguns defeitinhos, mas são, em sua maioria, quase irrelevantes em comparação com os grandes momentos do filme. Já comentei da onipresença e capacidade de previsão do Coringa e a ausência desse embate climático mais forte. Mas, também temos algo típico do Nolan, que é a exposição excessiva. Não costumo, aliás, concordar que essa exposição é negativa em outras produções do diretor, como muitas pessoas costumam reclamar. Mas, nesse Cavaleiro das Trevas a exposição narrativa é exagerada ao extremo. A todo momento somos bombardeados com "cavaleiro branco de Gotham", Gotham depende de Harvey para combater os bandidos e prosperar", "Harvey não pode cair, é a esperança de uma Gotham melhor", "eu acredito em Harvey Dent" e etc, sendo o primeiro ato bem moroso e repetitivo. Apesar de um pouco unidimensional em sua ideia (uma cidade não pode ser tão una e previsível) até interessante essa trama que trata Gotham como um personagem, que pode ser direcionada, e é ela que motiva grande parte das decisões dos personagens, trazendo todo o desenvolvimento do Harvey Dent.
A trama que decorre após a
falsa morte de Gordon é beeeeem confusa e atabalhoada. Primeiro, que Gordon fingir sua morte faz pouco sentido e nem é tão bem explicada. Aí, as coisas ficam ainda mais complicadas, pois Bruce decide se entregar, mas Harvey resolve também fingir algo, se passando pelo Batman e contando que o Batman iria lhe salvar. Aí, não só o Batman vai salva-lo, como Gordon também entra na jogada, embora, aparentemente, nem Harvey, nem Batman sabiam sobre o Gordon, e nem é explicado o motivo dele se meter na situação. Capturar o Coringa, talvez? Mas ele sabia que o Harvey estava fingindo e que o Batman ia aparecer? Ou não? E, como se não bastasse, o Coringa ainda tinha, no meio desse caos todo, planejado ser pego, enquanto orquestrava o sequestro do Harvey, que estava fingindo ser o Batman, e da Rachel.
Também acho toda aquela trama do Japão desnecessária, cria uma "barriga" narrativa com pouco propósito.
Mas, no fim, o épico epitáfio final, com o corte seco para os créditos, a narração e trilha demonstram que é um dos melhores filmes de heróis já feito, independente desses defeitinhos.
Cabe ainda citar o ótimo jump scare em uma das cenas, a discussão ética sobre a invasão de privacidade e os fins justificarem os meios, e as questões que envolvem o limiar entre ações que podem "quebrar" uma pessoa e fazê-la "coringar". A conclusão final do filme, em que Batman se sacrifica em prol de Gotham também é ótima. "Ou se morre como herói, ou vive-se o bastante para se tornar o vilão". Mais uma rima perfeita do filme.
Nota: 9.9.
Alta Tensão
3.5 572Tem alguns méritos, como popularizar o gore extremo no terror francês, abrir caminho para Alexandre Aja realizar mais produções, além de ser beneficiado pelo baixo orçamento, que gera um filme "sujo" em seus aspectos cinematográficos, condizente com a proposta de violência.
Lembro de ter ouvido falar pela primeira vez e ter comprado o DVD às cegas, sems aber se era realmente bom, apenas porque a edição do DVD nacional é ótima e também porque parecia ser realmente um excelente filme. Entretanto, apenas o primeiro ato fez jus às expectativas. O segundo sucumbe a "mais do mesmo", e perde um pouco de ritmo, embora, apesar disso, continuava sendo um ótimo filme. Entretanto, a reviravolta final e imperdoável, ridícula, e uma das piores reviravoltas em um filme de terror. No geral, reviravoltas no final do filme podem até soarem boas, mas assistindo uma segunda vez acabam por fragilizar o roteiro com falhas. Mas, no caso de Alta Tensão, essa reviravolta já destroi a lógica do filme sem precisar de uma segunda assistida, o que já demonstra o quanto ela é ruim (acho que só a reviravolta de A Forca 2 é pior). Enfim, não vou me delongar expondo os detalhes sem sentido, que aumentaram agora que vi o filme uma segunda vez, pois seria uma longa lista. Basta citar, por exemplo, a cena em que o caminhoneiro aparece, se bem me recordo pela primeira vez, usando uma cabeça decapitada como "brinquedo", e como ela não tem o menor sentido na reviravolta.
Parace que o final foi pensado do nada, para tentar salvar um roteiro que começava bem e caminhava cada vez mais para o lugar comum.
Nota: 6.6.
Animais Fantásticos - Os Crimes de Grindelwald
3.5 1,1K Assista AgoraA cena incial é muito bem feita, demonstrando que a ação é bem melhor do que aquela sem sal que o David Yates empregava nos filmes de Harry Potter. Entretanto, eu tinha sentido falta de algo no primeiro Animais Fantásticos, e eu acreditava que era o ar europeu da franquia Harry Potter (e talvez um pouco mais de referências à franquia). Mas, foi inserido mais elementos de fan service, como Hogwarts, ou Dumbledore, além de se passar na Europa, e mesmo assim continua a sensação de que faltou algo. É ligeiramente inferior ao filme anterior, mas é um bom filme de todo modo.
O grande ponto é que a trama sabe tratar questões políticas de um modo pertinente. Fica bem clara a mensagem anti-conservadora, ao mesmo tempo que é tecida crítica à forma, por vezes violenta, intolerante, ou pouco inteligente que alguns setores progressistas adotam, e que apenas servem de "munição" para incetivar ainda mais o lado consevador. Aqui, parece claro que os protagonistas estão do lado certo, o qual apoia o casamento entre trouxas e bruxos e a não superioridade de um pelo outro. Entretanto, a crítica está no fato de que, apesar de estarem do lado certo, algumas pessoas optam por agirem de forma agressiva contra aqueles que estão do lado errado, o que acaba por servir como ponto que justifica os que estão do lado errado de defenderem suas ideias (o chamado, de forma irônica na internet, de "ódio do bem"). Desse modo, por mais que os protagonistas estejam com a razão, o trato dado por eles aos que não estão com a razão acaba por angariar mais adeptos à Grindewald. Claro, é uma linha fina entre aceitar ideias absurdas e intolerantes, ou calar tais ideias e trata-las com a mesma intolerância sob o risco de ser subjugada por elas. Devemos tolerar que ideias nazistas sejam expostas? Combatê-las "na porrada" é efetivo? Ou nos coloca no mesmo nível deles, justificando que adiquiram mais adeptos?
Enfim, essa trama política, embora não explorada a fundo, é suficiente para propor reflexão e melhorar bastante o filme como um todo. Entretanto, continua aqui alguns problemas de roteiro, pois J.K. mais uma vez parece estar escrevendo um livro e não um roteiro de cinema, inserindo muitas sub-tramas que têm que ser explicadas a fundo (a questão do Creedence, dos Lestrange, etc) e que geram apenas confusão na trama. Outro ponto pavoroso é o arco da Queenie, completamente sem explicação, ainda mais se considerarmos se tratar de uma personagem que lê mentes. Talvez Grindewald seja um oclumente poderoso, mas só o fato dele ocultar os pensamentos já seria suficiente para que a Queenie desconfiasse. Outro ponto problemático é a cena clímax, que surge do nada e não passa a impressão de ser exatamente o clímax, deixando um vazio.
Nota: 7.3.
A Morte do Demônio: A Ascensão
3.3 821 Assista AgoraEu tinha dado nota máxima para todos os filmes da franquia, mas esse último, infelizmente, possui um ou dois problemas que me incomodaram suficientemente para abaixar um ponto na nota. Mas, mesmo assim, continua sendo um excelente exemplar no gênero terror.
Primeiramente, fiquei confuso com isso daqui. É um continuação do remake? Continuação da série? Outro remake/reboot? Vai funcionar se passar fora das cabanas ou de cidadezinhas do interior e sem o Ash? Para essa última pergunta, considerei que realmente seria bom inovar na locação, afinal, seria interessante ver os demônios em outros ambientes que não fossem o da série/filmes. Mas, a pergunta da natureza do filme (reboot/remake/continuação?) ainda martelava, e a resposta é dada durante o filme, embora eu ainda não tenha chegado à conclusão se é uma boa ou má ideia. Aparentemente
existem três volumes do necronomicon, ou seja, o desse filme seria um volume, o do remake de 2013 outro volume e o último volume o que envolve o Ash. Acho que essa poderia até ser uma boa decisão, se acontecesse um filme renunindo todos os personagens e os três volumes.
Um ponto curioso é que são poucas as referências ao orignal. No contexto atual, os filmes adoram extrapolar na quantidade de referências aos materiais originais e, aqui, temos basicamente apenas a referência na cena inicial, que é bem legal aliás. Assim como no filme de 2013, temos a ausência do humor, que é bem mais explorado nas partes 2 e 3 e na série. Parece que Evil Dead e humor só vão funcionar juntos se tiverem o Bruce Campbell para dosar esse humor.
Aliás, esse filme possui muitas semelhanças com o remake de 2013. Não semelhanças narrativas, mas sim no modo como trata a franquia. Resolve dar mais dimensionalidade ao personagens, é mais sombrio, com ausência de humor e bom gore, além de um demônio "chefão" no final, além da história do passado de base (a cena inicial do de 2013, os padres nesse de 2023, que, aliás, geraria um ótimo filme prequel). Essa repetição do de 2013, inclusive em alguns pontos que considerei como "erros" no filme de 2013, foi o que me incomodou e me impediu de repetir novamente a nota 10 na franquia.
Bom, o gore é excelente (não é melhor que o de 2013), as cenas de ação e terror são bem conduzidas e alucinantes como não devem deixar de ser na franquia. Entretanto, achei um filme escuro por demais, essa sempre foi uma franquia visualmente mais clara, (a parte 3 é bem escura também, se bem me lembro), inclusive a fotografia do original e do de 2013 são excelentes, já a desse aqui eu acho que deixou um pouco a desejar.
Outro ponto é que eu tive ressalvas quanto ao demônio no filme de 2013, e o mesmo erro é colocado aqui,
sendo inserido aquele mega demônio de 3 cabeças como chefe final, sendo que seria mais interessante um final meio semelhante ao da trilogia original, envolvendo os objetos dos apartementos ou da garagem
Outra questão a se comentar é que, no geral, os personagens que morrem ou são possuídos são cascas vazias narrativas. Um bando de adolescentes nos originais, cidadãos aleatórios de cidadezinhas interioranas na série. Evil Dead costuma focar no terror pelo terror, não adcionando muito substrato aos personagens que vão morrer exatamente porque o foco não é sentirmos pena, torcermos ou nos preocuparmos com sua mortes, e sim assistir as sequências alucinantes de terror puro, quase como uma casa assombrada de um parque de diversões. Assim, esse filme extrapola algo que acontecia no de 2013, que dava algum background e motivação para os personagens, ao invés de deixá-los como cascas vazias. E a coisa é ainda pior aqui, pois se trata de membros de uma família para a qual é dado um primeiro ato de construção e de identificação do público para ospersonagens, algo que não costuma acontecer na franquia. E, pior, temos uma criança aqui. Não costumo ter ressalvas para crianças nos filmes de terror, mas, pela primeira vez na minha vida, achei um pouco apelativo a presença de uma criança. De todo modo, essa identificação e contrução da personalidade dos personagens não é algo ruim, mas ajudou, junto com o fato de não se passar numa cabana e não ter o Ash, e me tirar a sensação de estar assistindo um exemplar da franquia Evil Dead. Bom, o que importa é que o filme é muito bom naquilo que se propõe e não está tão aquém dos outros exemplares da franquia.
Nota: 9.4.
Ela Dança, Eu Danço
3.4 606 Assista AgoraFilme genérico, sem grandes atrativos e que, por ser óbvio desde o início, acaba por passar bem devagar, justamente por sabermos quase todos os rumos que a trama irá tomar. O único jeito de quebrar essa mesmice era com uma decisão narrativa drástica, mas como toda decisão narrativa desse tempo, acaba, por vezes, em expor fragilidades da trama do que em enriquecê-la. E é exatamente isso que acontece com a
morte do Skinny,
Nota: 6.9.
O Vingador Implacável
2.5 1O Ron Perlman DE NOVO? Quantos filmes esse cara fez? Não é possível, bagaceira de ação sim, bagaceira de ação nem esse cara aparece. Mas, enfim, é um filme de ação acertadinho, com tudo no lugar. Mas falta aquele algo a mais, o filme simplesmente faz tudo correto, mas de forma básica. Parece que o roteiro foi gerado por uma I.A. de tão genérico. Não só o roteiro, aliás, a ação, as locações, o vilão (meio difícil engolir um médico com a cara do Ron Perlman e pinta de vilão cafona genérico, mas, enfim), tudo é bem básico, mas bem feito. É um filme, digamos, neutro em se gênero de ação, e que só valeria ser visto por fãs ávidos desse gênero.
Nota: 6.7.
Guardiões da Galáxia: Vol. 3
4.2 811 Assista AgoraJames Gunn é o único diretor da Marvel que sabe dar carga dramática nos seus filmes. Joss Whedon esconde as fragilidades do filme com o humor, Taika Waititi é só humor. Os irmãos Russo pegaram filmes já grandiosos para dirigirem (tirando Capitão América 2). E, os outros diretores que apareceram estavam apenas cumprindo as ordens dos produtores para entregarem os filmes episódicos ou de origem. Assim, James Gunn consegue entregar uma trilogia própria para seus personagens, mas que ainda está inserida no contexto da história do UCM, sem, entretanto, abandonar seu estilo próprio e sucumbir aos enlatados episódicos que, querendo ou não, foram necessários para a contrução do UCM.
Assim, James Gunn, mais uma vez, entrega um dos melhores filmes do UCM. Ainda com a proposta de lançar um filme com a vibe oitentista em um contexto atual, de filmes sóbrios e realistas. E, confesso, não consigo dizer qual dos 3 é o melhor da trilogia. O primeiro foi eficiente em estabelecer os Guardiões, que não eram conhecidos do grande público, além de trazer as melhores músicas dos 3 e um humor que funciona muito bem. Além disso, trazia aquele universo irreverente e colorido, típico dos anos 1980, em contraponto com a sobriedade que domina Hollywood atualmente. A segunda parte trazia o mesmo humor eficiente, mas cenas de ação melhores e uma boa trama. Agora, essa terceira parte é a mais problemática das 3, mas, mesmo assim, tenho a sensação de que ela é melhor, exatamente porque o filme sempre consegue sobrepor esses problemas e entregar um bom material.
Inicialmente, cabe ressaltar que James Gunn parece um dos poucos da Marvel preocupado em entregar um filme com identidade própria. Um dos, talvez o maior, na verdade, absurdo do UCM, e que bizarramente é pouquíssimo comentado, é que as produções tem uma trilha sonora porca. Apenas os Guardiões e os Vingadores possuem uma música tema, mas, como é o UCM, todo mundo é conivente com essa preguiça de criar temas. E, Guardiões da Galáxia 3 talvez tenha a melhor trilha sonora orquestrada do UCM (a cena da fuga do Rocket tem uma trilha fantástica, por exemplo). Aliás, a trilha sonora em relação às músicas mesmo continua boa, como todos esperavam, mas continuo preferindo as do Volume 1 e Volume 2. Mas, temos aqui Come And Get Your Love de novo, e sempre vou adorar quando referenciam a minha cena preferida do UCM, que é a cena inicial do primeiro Guardiões, uma daquelas cenas que quebra a expectativa de forma a extrapolar não só o filme, mas o contexto em que ele foi feito.
E, quais são os quase problemas do filme? Bom, temos a falta de protagonismo de Quill. O conflito dele nesse filme se resume a Gamora, e a ela apenas, e nisso ele acaba dividindo a cena de igual para igual com os outros Guardiões, algo que não acontecia, principalmente na segunda parte, em que ele era o foco. Assim, Rocket é o foco do filme, ao mesmo tempo em que ele quase só aparece em flashbacks, gerando uma estrutura narrativa bizarra em que o protagonista (que é o Rocket) é desenvolvido sem estar presente. E, aqui que temos um dos vários exemplos em que Guardiões 3 erra e acerta. Em relação à Gamora, por exemplo, tudo é feito como de praxe, mas a decisão de não reavivar ainda o romance dela com Quill é muito mais interessante, do que focar nele e na sua tentativa de reconquista-la. Relegar o Quill a um co-protagonismo acabou por salvar sua trama com Gamora. Da mesma forma, por mais que Rocket seja um protagonista “ausente” no presente da narrativa, os flashbacks contando de sua vida enriquecem o filme, trazendo um tom extremamente triste, pois o sofrimento dos pobres bichinhos de teste é muito bem construído (acho que nada na Marvel tinha uma atmosfera tão triste como aquelas gaiolas, em contraponto com animais fofos, mas deformados e doloridos, e que, mesmo assim, encontravam alegria na companhia um do outro).
E, mais uma vez, são flashbacks, então, a todo tempo, temos a certeza de que eles irão morrer, mas, se isso poderia ser, a princípio, um problema, acaba por nos deixar mais ansiosos e deprimidos ao observar a alegria dos personagens, alegria que já sabemos que será destruída. E, a reação de Rocket com a morte de uma delas talvez seja o momento dramaticamente mais forte e triste de todo o UCM
E, é nisso que James Gunn se destaca entre os demais, como já citei. Joss Whedon e Taika Waititi podem ser bem eficientes na construção do humor, os irmãos Russo sabem muito bem fazer ação, mas é apenas James Gunn que consegue trazer tudo isso aliado à um contexto dramático, apenas ele busca fazer (ou apenas ele SABE fazer) filmes do UCM com carga dramática, ao invés de esconder a fragilidade narrativa com piadas e ação, James Gunn usa seu talento para explorar essas fragilidades e transforma-las em cinema, em sentimento, em um tom épico. Podemos até dizer que Guerra Infinita e Ultimato tinham esse tom e essa dramaticidade, mas isso é mais pela escala cinematográfica (vários heróis em tela, conclusão dessa fase do UCM, etc), do que por talento na direção.
Claro, Guardiões 3 possui, ainda assim, alguns problemas que as outras partes não possuíam. Entretanto, a carga dramática nesse filme me faz considerar se ele não é realmente superior aos outros 2. Bom, o principal problema aqui, para mim, é que James Gunn queria entregar um filme mais pesado e triste. Entretanto, isso vai de encontro à natureza do UCM e dos próprios Guardiões e da proposta oitentista, destruindo a expectativa do público. Se, por um lado, as cenas que envolvem Rocket são tensas e cruas, não só as de flashback, como as atuais com o personagem na beira da morte, por outro lado os Guardiões parecem não se importar tanto assim com tal urgência, fazendo piadinhas o tempo todo ao invés de focar. E, sabendo dessa fragilidade, James Gunn recorre a um recurso fácil, mas frágil e expositivo, fazendo com que, depois de piadinhas, os personagens bombardeiem a urgência da situação (“temos tantas horas, depois disso Rocket morre”, etc), num recurso para que se possa fazer as piadas sem abater, assim, a carga dramática da situação. Até funciona, mas é um recurso pouco elegante.
Outro grande problema foi que precisavam abarcar muita coisa em um filme só. Não só narrativamente, mas emocionalmente. Assim, algumas situações críticas acabam não tendo o respiro e reflexão necessários. Os tiros que Drax toma parecem a princípio gravíssimos, mas, na próxima cena, é como se nada tivesse acontecido e quase não é comentado. O ataque de Adão no início parece servir só para lesionar o Rocket, quase não sendo comentado, com o Adão pulando aqui e ali, sem ser um personagem discutido a fundo pelos outros personagens.
Além disso, a morte da mãe dele parecia que ia servir a algum propósito, mas é logo esquecida. A Contra-Terra é destruída, mas praticamente não tem comentários sobre
Outro ponto, esse filme entrega boas cenas de ação, inclusive a do corredor, que talvez seja a melhor do UCM. Os filmes da Marvel, praticamente todos, possuem cenas de ação porcas (e, por algum motivo, isso é ignorado pela crítica), pouquíssimas cenas de ação do UCM não consistem de pancadaria generalizada entre heróis e vilões (ou, mais comumente, entre heróis e heróis) repleta de um milhão de cortes a cada soco, mas aqui temos uma cena de luta realmente orquestrada. Entretanto, infelizmente, faltou na cena final uma luta mais elaborada com o vilão principal do filme, mesmo que a cena de batalha final seja boa como um todo. Aliás, considero esse um dos melhores vilões do UCM, talvez top 3. Mais uma vez, os filmes da Marvel, na maioria das vezes, possuem dificuldades em criar emoções pelo dramático, sempre apelando para humor. Isso enfraquece os vilões, com poucas exceções (como Thanos e Loki). Assim, é James Gunn que consegue criar um vilão do qual o único sentimento que nos gera é ódio, algo bem clássico dos vilões oitentistas, que, na maioria das vezes, não possuíam essa exigência de tridimensionalidade dos filmes atuais. O vilão do primeiro filme, Ronan, por exemplo, se encaixava nessa descrição, mas acaba sendo esquecível, não só por ser genérico, mas pela ausência de criar essa repulsa e ódio por ele, diferente de como acontece em Guardiões 3. Mais um exemplo que James Gunn entrega filmes com identidade própria, com elementos que geralmente são fracos nu UCM (boa ação, boa trilha, bons vilões).
Aliás, cabe citar, esse tom mais dramático e triste já na musica inical. Afinal, estamos na conclusão de uma trilogia, ela deve ser mais pesada (Taika estragou tudo em Ragnarok e ninguém vai me convencer do contrário). Mas, mesmo assim, o diretor peca em alguns momentos em que falta sutileza e temos uma canastrice do cinema oitentista exagerada. Isso era condizente com as duas primeiras partes, mas nessa parte 3 ele quase perde a mão em alguns momentos (
espírito do Yondu, por exemplo, ou a cena do além no estilo de Harry Potter 7 parte 2, bem desnecessárias
Bom, no final, o filme, na minha opinião, está no top 5 do UCM com certeza. E, tenho que admitir, por mais que os boatos de que aqui se encerraria a jornada dos Guardiões, eu não estava preparado ainda para me despedir deles (especialmente da Mantis), e ainda não sentia que era aqui que essa despedida deveria acontecer. Assim,
uma conclusão em que eles permanecem vivos é boa, deixando espaço para futuras aparições
Nota: 9.3.
Bethany: A Amiga Imaginária
2.1 17 Assista AgoraAté disfarça bem suas limitações orçamentárias no inicio, mas a medida que o filme vai passando ele começa a se perder. Nas primeiras cenas a fotografia escura, o clima amador, a direção, etc, indicam que vamos ter um filme climático e sério, mas que depois do primeiro ato começa a perder um pouco de qualidade, com muitos closes e uma história que toma alguns rumos sem sentido, incluindo a reviravolta, que não gostei muito, e a sequência final, que não é tão boa assim. Em resumo, começa bem e vai decaindo.
Nota: 6.5.
Bunnyman
1.8 19Começa bem, a cena inicial dá a impressão de que vamos assistir um filme bem dirigido e que consegue construir situações inventivas e dinâmicas no meio dos filmes de terror com perseguições. Entretanto, o que se segue no segundo e terceiro atos são várias situações que já vimos em outros filmes. A produção perde ritmo ao nos deixar de entregar qualquer coisa que chame a atenção ou que tire esse filme do mar de outras produções de baixo orçamento semelhantes, fazendo desse um exemplar inferior ao segundo filme apesar de, mesmo assim, ter seu charme como produção de baixo orçamento.
Aliás, assisti o segundo filme sem saber da existência desse primeiro. Dando uma lida no meu comentário do segundo filme, vejo que ele possuia o mesmo problema, começa bem, mas depois fica repetitivo. A diferença que faz a parte 2 ser ligeiramente melhor é que ela até possui boas atenções no contexto de um filme de baixo orçamento.
Nota: 6.7.
Pobre Família Rica, Quando a Sorte Acaba
2.7 7 Assista AgoraNão é ruim, sabe aproveitar bem as situações porpostas pela trama, fazendo algumas paródias até relevantes em relação ao ganho e à perda de dinheiro. O humor dessas situações consegue ser eficiente também (não é um filme hilário, mas é minimamente engraçado), inclusive os atores, que dão para o gasto. Claro, durante grande parte da produção temos um apinhado de clichês, mas isso não é nenhuma surpresa. No final, soa muito como um filme do Adam Sandler, já posso até imaginar o remake de Hollywood colocando o ator no papel principal.
Nota: 6.7.