Achei a escolha do título do filme incorreta. Creio que ele poderia se chamar "Arlequina: Se Jogando na Cidade". A maior parte da história é baseada nisso:
* Arlequina como narradora; * Arlequina rompe com o Coringa e muda de local (na HQ, ela vai para Nova Iorque); * Arlequina participa da competição de patins extrema, quebrando narizes e braços; * Arlequina tem um castor imaginário; * Uma legião de mercenários caçam Arlequina, pois tem uma recompensa gigantesca pela cabeça dela;
Já Aves de Rapina é uma equipe que começou pequena. Apenas Oráculo e Canário Negro. Começou com o estilo do roteirista Chuck Dixon, mas quem marcou época foi a Gail Simone. Ela utilizava os seguintes personagens: Oráculo, Canário Negro, Caçadora e Lady Falcão Negro. O estilo das histórias eram leves e a interação entre elas era a fórmula do sucesso dessa série. Tinham missões complexas, por vezes em vários países, e planos que exigiam coordenação de equipe. O que mais me incomodou no filme foi o potencial desperdiçado. Entrarei em detalhes a seguir.
René Montoya. Ela começou nas HQs como uma personagem secundária. Ela fazia parceria com Bullock, outro policial. Foi por conta do Greg Rucka que ela ganhou uma personalidade própria. Isso aconteceu na série GCPD, no incrível arco "Meia Vida", que inclusive ganhou o Eisner Award, o Oscar dos quadrinhos. No filme, ela é basicamente uma policial veterana lésbica que bebe além da conta. Montoya não era rodeada apenas por policiais escrotos no departamento de polícia de Gotham. Tinha o Bullock, tinha o Macheknzie, a Sarah Gordon, o James Gordon, a Stacey. Diversas pessoas multifacetadas e humanas. E não apenas um bando de babacas. Tudo ficou superficial e simplificado demais no filme. Victor Zsasz. Nas HQs, ele é um psicopata (ou sociopata) que afundou no nilismo. A vida não tem sentido algum. O seu único propósito é matar outras pessoas e se marcar. Fora isso, mais nada. Ele por si só já seria um ótimo vilão para um filme. No filme, ele virou um mero capanga. E parece ter um tipo de "crush" não resolvido com o Máscara Negra. Canário/Dinah Lance. No filme ela não ficou tão ruim. Mas acho que ela poderia ter sido melhor desenvolvida. Parece que a colocaram apenas para usar os poderes dela em uma parte específica do filme. Fora isso, ela poderia ser uma outra personagem. Até mesmo poderia ser uma incrível Lady Falcão Negro, que atuava como piloto na série Aves de Rapina. Cassandra Cain. Nas HQs, ela é filha de um assassino profissional. Aprendeu a lutar desde cedo. E sequer aprendeu a falar. Matou pela primeira vez com uns cinco anos de idade. No filme, é uma ladra que, SEM MOTIVO APARENTE, decide engolir um diamante. O roteiro forçou nessa parte. Ela poderia muito bem ter outro nome. Tipo Lillie Claw, ou coisa do tipo. Não teria feito diferença no filme.
Já a Arlequina e Caçadora ficaram excelentes. Não devem nada às HQs. O Máscara Negra está tolerável. Eu acho que esse filme poderia ficar muito melhor se tivessem algumas alterações:
* Nome do filme: "Arlequina: Se Jogando na Cidade" ou "Arlequina: Sereias de Gotham", caso façam questão das outras personagens famosas. * Muda o nome da Cassandra Cain para Lillie Claw. * Muda o nome da Dinah Lance para Zinda Blade. Ao invés do grito na cena final, ela poderia apertar um símbolo de falcão. Ela então chamaria uma nave de cor preta que pareceria o batmóvel de asas. Com metralhadoras giratórias e sistemas controlados remotamente. No começo do filme ela não precisaria de ser cantora. Poderia servir o Máscara Negra de outra forma. O trocadilho do cara chamando de "my little bird" e tudo mais seria mantido, pois ela é a Lady Falcão Negro. * Muda o nome da René Montoya para Diana Mendez.
Sei que pode parecer apenas perfeccionismo de um leitor de HQs. Mas o próprio fato de usarem o nome "Aves de Rapina" faz a referência às HQs. Sempre existe a opção de criarem personagens novos e histórias novas. Toda adaptação de alguma mídia pode gerar esse tipo de comparação. Fora isso, o filme é mediano. Boa fotografia, cenas de ação legais, roteiro bem básico. Adaptação que ignorou muita coisa das HQs. Para quem nunca leu a HQ, todo o filme pode ser muito mais agradável.
Esse filme pode sim justificar a avaliação tão baixa que ele tem. Quase todo aspecto dele é terrível. Dá vergonha alheia pelos profissionais que tiveram participação no processo. Pegaram alguns conceitos do primeiro filme, e o utilizaram da pior maneira possível. Tentarei dar alguns exemplos.
Stanley Ipkiss era uma pessoa muito passiva com relação a própria vida. O começo do filme mostra bem isso. E cada interação com cada personagem teria uma consequência depois. Até mesmo ele vendo o desenho animado do lobo. Já em "Filho do Máskara", o objetivo do desenhista frustrado é ganhar mais do que a mulher dele. O objetivo da esposa seria ter um filho. São objetivos muito rasos. Tem também uma diferença na questão da motivação dos dois. Pelo que eu lembro, Stanley não era fã de usar a Máskara. Ficava sempre dividido, pois sabia que era muito arriscado. Já na continuação, a máscara é basicamente do cachorro. Ele a acha magicamente no rio. Ele a esconde. E ele é quem a mais a utiliza. O cara que (supostamente) é o protagonista não é forçado a tomar decisões. Tudo simplesmente acontece na frente dele. Outra diferença é sobre o uso dos efeitos especiais. No primeiro filme, os momentos da aparição do Máskara não eram tão frequentes. O foco também estava em como Ipkiss iria lidar com isso depois. Na continuação, as cenas "malucas" acontecem frequentemente. Pianos sendo arrastados. Cachorro brigando com criança. Esse exagero reduz o valor de tudo, pois não se torna mais especial; se torna banal. No final, o desenhista frustrado solta uma frase para o cachorro-Maskara. Solta outra frase para o filho do Loki, Solta outra frase para Odin. As frases surgem apenas da cabeça de um roteirista muito preguiçoso, que imagina ter resolvido situações num passe de mágica. Não parece nada natural e de acordo com a história. Outra ausência muito sentida é o Jim Carrey. Não dá para notar tanto a contribuição que ele deu para o personagem sem olhar como foi esse novo Máskara. Ele tenta ser engraçadão e lúdico, mas é apenas forçado e patético. Até mesmo a escolha para a cena musical mostra como isso ficou patético. No primeiro filme, o Máskara estava em um clube que um mafioso frequentaria na década de 30, o famoso Coco Bongo. O tipo de lugar que o Stanley nunca entraria, pois era para pessoas selecionadas. O estilo meio jazz estava rolando e tal. Máskara assumiu as rédeas e mudou tudo. Tudo feito com espontaneidade. Mas, em termos de roteiro, o aproximou da Cameron Dias e o tornou um alvo para os mafiosos do filme. Já na continuação, a festa era uma mera festa de Haloween. Não optaram por apenas mostrar uma festa tediosa. O chefão da empresa teve de falar que a festa estava chata. Os figurantes tiveram de vaiar a banda no palco. Aí o Máskara decide trocar tudo. E começa um tipo de medley que é vergonhoso. Variam os estilos, com a música parecida.
Eu poderia até passar mais um tempo comentando sobre como esse filme jogou dinheiro no ralo, sepultou uma possível franquia e é um exemplo claro de roteiro ruim. Mas vou parar aqui por enquanto. Esse não é um filme ruim que fica bom. É apenas um filme ruim.
Baita filme com o carimbo dos anos 80. Bruce Leeroy é um personagem interessante. Me lembra um pouco Connor Queen, filho do Arqueiro Verde. Pois ele foi criado desde criança em um templo e tudo mais. Bruce é um peixe fora d'água. A ambientação do filme mescla filmes de Kung Fu com os bairros de Nova York. O protagonista e o antagonista divergem muito com relação ao uso da violência. E também sobre quem exatamente seria o mestre. O irmão pequeno do Leeroy também é um baita personagem. Um baita contraste com o irmão mais velho.
Eu ainda me pergunto como diabos ele conseguiu chegar tão rápido até onde a moça quase foi sequestrada. Ou ele pegou um atalho, ou ele corre muito rápido. Mais até que um carro.
Vi esse filme em uma turbulência terrível. Era um longo voo noturno. Mas fiquei tão imerso durante os 105 minutos de duração que nem notei. Mergulhei na história por identificação. Parte do meu passado ressoou com o que era apresentado ali. Da presença invisível, constante e por vezes sufocante da família. Da vontade de buscar uma voz própria, agindo na contramão do que os familiares consideram correto. Ter momentos únicos com as pessoas mais velhas da família. Não é exatamente a nostalgia de quando você era pequeno. O que me pareceu mais intenso foi o período mais intenso e derradeiro. Justamente quando os avós ou bisavós estão no final de sua jornada. De longas conversas entre internações de hospital. Da desconfortável sensação de que aquela pode ser a última conversa que você tem com um membro da família.
Enquanto o filme se desenrolava, eu sabia que Coco eventualmente falaria algo. Afinal, o filme originalmente tem o nome dela. Ela seria a chave da mudança. Da resolução do dilema. Mesmo sabendo disso, fui atingido por como o momento foi montado. A música começa a tocar suavemente. O silêncio na dublagem. O foco central na Coco. Algo irá acontecer. Quando ela começa a falar, parecia que eu era parte da família dele.
A música tem um papel fundamental nesse filme. Todas as canções foram essenciais na história. Ela foi poderosa nessa condução. A canção "Remember me" tem dois significados distintos durante o filme. Já tenho uma boa dose de experiência com os filmes da Pixar. Eles são muito bons no que fazem. E, conforme esse filme pode atestar, o alto padrão não foi quebrado com o tempo. Na verdade, acho que eles estão melhorando com o tempo. Eu aguardei várias semanas antes de digitar essas palavras. Estava muito impactado pela experiência. E, enquanto digito agora, tudo retorna. As lembranças misturadas. Do filme e da vida pessoal. Da música e das falas. Do roteiro e da minha modesta vida. Tudo forma uma amálgama difícil de ser digerida. Por conta disso, esse texto não terá a amplitude que eu desejava. Afinal, esse filme se tornou o meu favorito, e foi avaliado com nota máxima. Coco se tornou parte da minha vida.
Pensando aqui com meus botões, ainda não sei bem o que me motivou a assistir esse filme. Ele tem um péssimo roteiro. Atuações sofríveis. Nada nele parece marcante. O motivador pode ter sido curiosidade. Mesmo com tantos atributos negativos, como esse filme conseguiu atrair a atenção de tantas pessoas? Não se trata de ir pelo caminho mais fácil. De rotular como um mero lixo. De se sentir superior por gostar de coisas refinadas. Isso me parece uma atitude esnobe. E meu interesse está mais no que está por trás do fenômeno. Eu tentei ver o filme sob o ponto de vista das emoções. É algo bem sutil e complexo. Imagino que o livro tenha uma carga ainda maior nesse quesito. A melhor analogia que eu consigo fazer para esse filme é que ela é uma versão feminina daquela série da Emmanuele. Aqueles filmes soft porn. Que, em um passado distante, era um recurso para material com pouca história e nudez não frontal. Sem contar um peitinho ali e acolá. Era focado no público masculino. Histórias sofríveis e atuações péssimas. Mesmo assim, atraía a atenção do público. Há, contudo, uma distinção. O filme do Gray tem mais história, e menos sexo. Há a construção emocional antes do ato em si. No Emannuele, pelo que minha memória atesta, era quase nada de história, e sexo rolando direto. Está claro que todo elemento no filme orbita em torno da protagonista. O Gray aparece somente tem espaço nas interações com ela. Os outros figurantes do filme apenas atestam como o Mr. Gray é uma pessoa incrível, fascinante, rica, poderosa e cativante. Eu rio toda vez que o filme tenta mostrar o que diabos o empresário bem sucedido faz. Atuação na área de minério? Metalúrgica? Tecnologia agrícola sustentável para erradicar a fome? Usam termos vagos, rasos, pueris. Ele seria um homem de negócios ocupado que se ocupa fazendo negócios, pois negocia negócios e se ocupa com isso. As características do personagem poderiam ecoar na escolha de atuação profissional dele. Se ele é preocupado com controle, ele poderia vender soluções tecnológicas de segurança. Ou algo do tipo. Mas não foi tratado nada nesse aspecto. Assisti o filme inteiro. Consegui notar as nuances emocionais. Somente me perdi na parte final. Foquei menos nas palavras e mais na parte não verbal e tons vocais. Não me empolguei, contudo, para ver as continuações. Somente essas duas longas horas me bastaram.
De todos os filmes do Rambo, esse foi o que teve mais alterações no personagem em si. Explico a seguir. Pelo que eu lembro de cabeça, os filmes do Rambo sempre tinham um padrão bem estabelecido. O primeiro dele era que o protagonista sempre buscava a paz. Queria apenas ficar no canto dele, tranquilo. O segundo padrão era que John sempre era convencido a ingressar em missões. Essas missões sempre envolviam outras pessoas. Em Rambo 1, John atendeu a um último pedido de um amigo. Foi perseguido, e reagiu a isso da única maneira que conseguia. Se eu lembro bem, apenas uma pessoa foi morta por ele. No Rambo 2, ele voltou para um cenário de guerra. A missão era de resgate. Já Rambo 3 eu lembrava pouca coisa de cabeça. Era basicamente ele em um cavalo. Andando por aí no deserto. E meio que ajudando a Al Qaeda. Tive de pesquisar para ver qual era o motivador. Era uma missão de resgate, novamente. O tal Coronel estava no meio do Afeganistão. De Rambo 4 eu não lembrava muito, também. Sei que era bem violento. Tinha o meme dele dando joia, ao usar o armamento pesado. E era no sudoeste asiático. E ele pilotava um barco. Ao pesquisar, lembrei a trama. Ele estava querendo ficar de boas, lidando com cobras. Tem um grupo humanitário que pede a ajuda dele, para efetuar uma travessia. O grupo é sequestrado, e Rambo vai no resgate deles. No final do filme, ele retorna para a fazenda da família. Provavelmente ficará em paz. Pelo menos por um tempo. Esse filme atual começa de maneira promissora. Mostra o fim da paz na fazenda Rambo. A empregada da família, a sua neta, e John. A ameaça dessa vez é o cartel mexicano. A menina é sequestrada, John vai até lá. Até o fim. Tudo estava no rumo de mais uma nova continuação. Provavelmente no mesmo nível de Rambo 4. E estaria longe de ser o lixo que foi Rambo 3.
Mas aí teve a morte da menina. O filme ainda não estava no final. Pela minha memória, em nenhum momento John atuou buscando vingança. Quem fez isso foi Paul Kersey no filme Desejo de Matar 3. O filme todo poderia adequadamente se chamar Desejo de Matar 4. Algum ente querido da família é morto. Pelo que eu lembro, Paul Kersey já tinha perdido a esposa, a filha, e, no terceiro filme, perdeu um amigo. Ele sempre revida matando geral. O filme em si é divertido por ter a alma da década de 80. A violência e os personagens rasos fazem parte disso. O único fator que me incomodou de verdade foi essa alteração no personagem. Prefiro que John fiquei realmente descansando na sua fazenda repleta de cadáveres e explodida. Deixem-no descansando ali. Sem mais vingança.
Os trailers empolgaram. O visual realmente é deslumbrante. Parece que estamos vendo um documentário nas savanas do continente africano. Sob certo aspecto, me lembra um pouco os avanços que o filme Avatar trouxe. É bastante inovação na parte técnica. Mas, em termos de história, é basicamente a versão original, da década de 90. O desenho antigo tinha uma palheta de cores mais vibrantes, que não são encontradas num ambiente natural. As expressões faciais também se perderam nesse processo. Os leões e animais digitalizados ficaram menos "humanos" nesse aspecto. Deu para notar a preocupação que o diretor da versão nova teve com movimentações corporais que fossem mais realistas. Na minha cabeça, eu conseguia ver claramente como era a movimentação no desenho, originalmente. Lembro da exata forma do Scar segurando o ratinho por entre seus dedos, com movimentos calculados. Na versão atual, ele dá um bote rápido, tal como um felino. E olha que eu fazem mais de vinte e cinco anos que eu vi Rei Leão pela última vez. Mesmo sendo um remake, tem sim algumas diferenças em relação ao original. São bem sutis, mas existem. O que eu achei meio irritante foi o Timão fazendo uso de metalinguagem. Uma alteração positiva foi a troca da dança havaiana pela simples apresentação, na hora que Timão e Pumba distraíram as hienas. A visão desse filme implica no hiper realismo. E isso não veio de graça. Perde-se bastante da carga emocional original por conta disso (uso de cores, movimentação fluída, expressões humanizadas). A visão do Walt Disney antigamente era voltada para o encantamento da plateia. O uso de novas histórias era algo constante. Se apenas a computação gráfica é suficiente para esse encantamento, creio que eu estaria fora do público alvo. Quando Branca de Neve fez sucesso bem antigamente, os estúdios não se preocuparam em fazer três sequências para a história. E muito menos pensaram em um filme solo do Dunga. Hoje, a Disney reutiliza o seu vasto acervo, com remakes e reinterpretações de tudo o que já tem lugar e é reconhecido pelo público. É certamente muito mais fácil trabalhar com o que já é conhecido. O difícil é criar novos personagens, novas histórias, e recriar o encantamento nas pessoas. Até agora, para mim, o saldo tem sido negativo com relação aos remakes da Disney. Dumbo foi uma grande decepção. Rei Leão foi tecnicamente muito bem feito. Mas as versões originais são infinitamente melhores. Daqui a 30 anos, elas provavelmente ainda terão espaço na minha memória afetiva. Os remakes serão apenas uma nota de rodapé.
Talvez a ideia de lançarem o filme possa ter a ver com o sucesso de Bohemian Rhapsody. Mas Rocketman segue outra linha, bem diferente. Como não poderia deixar de ser, a trilha sonora é espetacular. Usa uma linguagem que é onírica. Ou resultado de uma alucinação. Não tenta ser um documentário. Parece mais uma ópera musical, mostrando os pontos baixos e muito baixos de Elton John. Fala sobre auto aceitação, autenticidade, e cultivar a gratidão e o perdão. Sem isso, apenas estamos perdidos.
Quando Toy Story 3 foi lançado, havia o comentário de que aquele filme talvez não fosse necessário. A Pixar mostrou que era muito necessária. Agora, apareceu Toy Story 4. Será que era realmente necessário? Eu diria que sim.
A história foi expandida. Novos personagens. E alguns personagens foram expandidos e reformulados. Foi um filme diferente na parte de vilão. Normalmente, os vilões de Toy Story sempre tem um castigo, e param de ser uma ameaça. Nesse, a vilã atinge o seu plano. E isso acaba se tornando uma jornada particular para ela. Ela deixa de se tornar vilã. Uma variação do Lotso e do Mineiro. E também uma inversão conceitual do Woody. Ambos são da mesma época. São brinquedos velhos. Onde Woody teve abundância, ela teve escassez. Outro item que mudou bastante foram as escaladas do roteiro. A história sempre apelava para o que estava em jogo. A tensão crescia, e sempre era aumentada. Ficou assim durante boa parte do filme. E, por meio de uma simples frase, a mudança ocorre. A tensão se dissolve como se nunca houvesse existido. A impressão que fica é que tudo ficará bem. Tudo mudou e ficou diferente. Mas todos ficarão bem. Woody completou a sua transição, para uma nova fase.
Há um certo tipo de "maldição" com relação a filmes baseados em jogos de videogame. Geralmente o resultado é uma completa catástrofe. Detetive Pikachu poderia ter o mesmo destino, pois tem a história baseada em um jogo para Nintendo DS. O trailer já mostrou algum potencial. Felizmente esse filme não sofreu esse impacto. Considero a história bem divertida. O roteiro é básico, mas bem enxuto. Como é uma história de detetive, a história é montada aos poucos, à medida que aparecem novas informações. Já entre os atores, Ryan Reynolds rouba a cena. O filme talvez poderia desagradar alguém que: 1) gosta absurdamente de Pokémon ou 2) gosta bastante do jogo. No meu caso, eu apenas joguei Pokémon Go. E foi incrível notar as diversas criaturas das primeiras gerações interagindo. O filme passa a sensação de ser um mundo amplo, e não apenas exibindo itens aleatórios para que os fãs fiquem satisfeitos. Até mesmo detalhes como o celular estranho que o protagonista usa logo no começo mostram as características desse lugar. Um dos motivos do filme ter dado certo é que o jogo original era basicamente uma história de detetive. A tecnologia permite que os Pokémon possam ser utilizados livremente. Tendo a história correta, a franquia tem tudo para gerar diversos outros filmes.
Uma década de filmes. Filmes que se conectam, com cronologias. Pegaram um modo que era comum nas HQs e o fizeram em forma de filme. Vez ou outra, nas HQs, sempre surgem as mega sagas. Eventos que interconectam diversos títulos, se prolongando por meses. E contam com diversos personagens. Pois conseguiram aplicar esse conceito também para os filmes. Arcos longos que se conectam, por meio de fases. E, por mais longo que seja a mega-saga, ela sempre tem um fim. Esse filme de agora é como acabar uma série longa de livros. Sensação agridoce, pois há o fim, mas também há o contentamento por ter observado a história completa.
Os finais para os três personagens mais antigos do universo Marvel foram muito dignos. Thor sofreu uma involução, e poderá ser quem quiser. Mas provavelmente não será mais o Deus do Trovão que governa Asgard. O Homem de ferro foi o elemento chave para a esperança de reverter o cenário criado por Thanos. Consegui notar como os diretores foram malandros no salto temporal. Tony Stark agora tem uma família. Isso ampliou a carga emocional, no momento da perda. Já a do Capitão América foi algo que fez completo sentido. A cena dele na década de 70 a poucos centímetros da Agente Carter foi muito significativa. Ali ficou claro que, assim que possível Steve Rogers sabia o que fazer. Ele sempre foi uma pessoa deslocada no tempo. Prosseguiu mesmo assim. E fez uma escolha. Um cenário sem aventuras com alienígenas. Uma vida com altos e baixos. Longe do futuro tecnológico. Mas perto da pessoa que ele amava. Quando começou a cena do Capitão devolvendo as gemas, eu sabia o que ele iria fazer. A viagem dele era só de ida. Já a Viúva Negra foi uma perda sentida. Eu li a fase dela escrita pelo magistral Greg Rucka, na saudosa série mensal Marvel Max. E sempre esperei por um filme solo dela, feito naqueles moldes. Quando as equipes foram atribuídas para coletar as jóias, eu já notei a grande dúvida. Quem seria sacrificado para se obter a joia da alma? Natasha, filha de Ivan, se sacrificou serenamente. Ela já atuava como líder da equipe, num cenário trágico pós Thanos. Consegui notar que deram um baita upgrade em vários personagens. A Capitã Marvel ficou um nível hiper apelação. Dr. Strange foi reconhecido pela monja como o melhor de nós, aquele que não poderia estar errado. E o Capitão América se provou digno de usar o martelo do Thor. Me lembrou a cena icônica do Superman com o escudo do Capitão América e o martelo do Thor em LJA x Vingadores. No final, eles fizeram uma passagem de bastão. De Thor para Valquíria. Do Capitão América para Falcão Negro. Nesse caso eu imaginava que seria o Soldado Invernal. E (provavelmente) Homem de Ferro para Pepper Pots+Peter Parker. E também um protagonismo para Pantera Negra e Cia, Guardiões da Galáxia e Capitã Marvel. Deixar os papéis mais ou menos equilibrados é extremamente complexo. Ainda mais se considerarmos o tanto de personagens.
O encadernado foi encerrado. Agora me resta aguardar as próximas fases, os próximos volumes. E as próximas sagas.
Shazam foi o tipo de filme que eu esperava. Uma reposta bem elaborada da DC ao fenômeno Deadpool. Feito para o público infantil, mas ainda assim válido enquanto filme de super-herói. A própria premissa não tem como escapar muito disso. Uma criança que adquire poderes poderia facilmente se desenrolar em uma história assim. Que tem todos os traços do clássico "Quero ser grande".
A cena do teclado gigante parece ser um tipo de referência. O tema central (isolamento x família) foi bem desenvolvido. A jornada de aprendizado do herói, também. Acho inclusive que ficou melhor do que o da Carol Danvers. As referências das HQs até que foram bem posicionadas. Quem já leu "Reino do amanhã" sabe o quanto é perigoso aquele vermezinho logo no começo do filme. E lembro bem do Freddy participando das histórias do Superboy nos anos 90. A Mary Marvel também se consagrou aparecendo na LJA cômica do Griffen. Até mesmo o Adão Negro é citado discretamente, ao comentar sobre um campeão que foi rejeitado.
Para mim, os melhores filmes da série Rocky são o I, o II e o IV, nessa ordem. Sempre achei muito legal aquele clima de guerra fria, o impacto da perda do Apolo Creed. Os treinamentos distintos. "I must break you". Mesmo com momentos "galhofa", era hiper divertido de se ver. Um detalhe legal do Creed I era justamente o legado do Apolo. Assim que saí da sala de cinema, já fiquei com a dúvida. Como será que andava Ivan Drago, a pessoa que matou Apolo Creed? Qual seria a reação de Adonis, caso o reencontrasse? Eu meio que imaginava o caminho óbvio a ser seguido. Ivan teria um filho. Ambos lutariam. Era o esperado. O que eu imaginava, contudo, era algo distinto. Assim como Apolo era rival do Rocky e se tornou amigo, eu imaginei um roteiro onde Drago iria ter a sua redenção, eventualmente treinando Adonis. Ousado e viajado, mas ao menos escaparia do caminho mais provável.
Creed II conseguiu ser uma excelente continuação para Creed. E, ao mesmo tempo, se tornou um sucessor espiritual do Rocky IV. O roteiro segue as etapas mais prováveis do filme. E segue o modelo do Rocky IV. Primeira luta nos EUA com derrota e com equipe do Apolo. Segunda luta na Rússia com vitória e equipe do Rocky e do Apolo. A única diferença é que Adonis ficou vivo. Dolph Lundgren rouba a cena com seu personagem. Sai o brutamontes sem expressão, e entra o senhor amargurado. Ivan Drago tem a sua redenção, mas não da forma que eu havia imaginado. Foi mil vezes melhor. Aquela derrota mudou a vida dele. Se tornou um pária para sua nação. Criou um filho com base no ódio e na falta de amor. Amarraram, de maneira genial, a cena da toalha em ambos os filmes. Ivan Drago obteve sua redenção. Notou o que era importante. Por qual motivo seu filho deveria subir naquele ringue. Logo depois de ter visto Creed II, imaginei que tipo de continuação poderia ter. O caminho mais provável indica um filho do Clubber Lang (Jazz Lang?), repetindo o filme Rocky III. Ou, indo em uma direção ousada, mostrar o paradeiro do Tommy, vindo diretamente de Rocky V, o Filme Do Qual Queremos Esquecer.
Sinceramente, torço para que o eventual Creed III demore para vir. Se vier, que surpreenda com mais uma história memorável. E não com uma continuação que mande a franquia para o buraco.
Bohemian Rapsody é um baita filme. Só a trilha sonora e as histórias já dariam um bom filme. A atuação de Rami Malek, contudo, levam tudo a outro patamar. Quem viu Mr. Robot nunca imaginaria que ele pudesse interpretar um Freddy Mercury decente. Pois os papéis eram muito distintos entre si. De um lado, era um hacker hiper inteligente e anti social. Do outro, era um artista expansivo, altamente criativo e comunicativo. Rami se superou nessa.
A estratégia desse filme é a mesma que Detona Ralph. Usam elementos de nostalgia com uma história bem básica. O destaque fica para a ambientação criada. Dessa vez, as risadas na sessão vinham das referências. Aparecia o prédio da Google. As pessoas davam uma risada. A parte do Spam também gerou esse resultado. A graça estava em como algo que você conhece é retratado. Segue a lógica do South Park mostrando o Trump, os Simpsons mostrando Minecraft ou Family Guy falando sobre os assédios em Hollywood. Fora isso, é uma história sobre amizade.
Revi recentemente, e a minha avaliação continua a mesma de anos atrás. 5/5 estrelas. Foi bom para relembrar alguns detalhes. --- "Esqueça que há lugares no mundo que não são feitas de pedra. Que há algo dentro que eles não podem chegar, que não podem tocar. Que é seu." (Andy Dufresne) "O que você está falando?" (Red) "Esperança". (Andy Dufresne)
Preston tem 11 anos. Ele e a agente do governo negociam um prazo em anos. Ela começa com o valor 10. Ou seja, ela iria revê-lo com 21 anos. Mas a negociação é encerrada no meio do caminho. O valor fica 6. Ou seja, com 17 anos. Isso daria uma baita polêmica, com o politicamente correto. "Pedofilia", "imagina se fosse uma menina e um agente do governo!", e tal.
Fora isso, o filme é um bom exemplar de educação financeira. Quando o filme foi passando, eu só pensava em como ele gastou toda a grana. Mesmo para os custos dos produtos na década de 1990, ele gastou demais. E isso é coerente com a visão de uma criança, pois um milhão de dólares era quase um valor infinito para ele.
Efeitos especiais incríveis. Captura de movimentos para os animais. A expressividade. Lembra do Gollum? Pois é. História bem básica. Dividido entre A e B. Começa tentando ser A. Depois vai para B. Nota que, no final das contas, é AB ao mesmo tempo. Segue as etapas da Jornada do Herói e tal. Não li o livro original. Não vi a versão em desenho animado da Disney. E, julgando apenas pelo filme, não me deu interesse de buscar os originais.
O começo do filme Brinquedo Assasino 3 mostra Andy já adolescente no exército. É citado rapidamente que a mãe dele está internada em uma instituição psiquiátrica. Ao ter essa informação, eu meio que imaginei um spin off. Onde Chucky passaria lá para visitar a mãe do Andy. Foi meio nessa linha que Don Mancini escolheu para mais um filme da série Chucky. Ao ver as informações de antes do filme, imaginei o boneco assassino se infiltrando no asilo. Um psiquiatra iria usar o boneco para efeitos de terapia. E as mortes iriam acontecer. Em paralelo, Andy iria enfrentar Tilly, do lado de fora da casa de malucos. Tudo promissor, para quem é fã da série.
Mas aí fomos surpreendidos novamente. O autor quis dar um novo rumo para a série. Chucky agora é tipo um vírus chikungunya. Se espalha por diversos bonecos e várias pessoas. Foi um movimento ousado. Se for bem trabalhado nos filmes posteriores, pode render coisas boas. Caso contrário, é uma pá de cal na franquia. O retorno do Andy foi positivo para mim. A cena pós crédito do outro filme foi bem curta. Com esse filme, foi possível notar como a vida do Sr. Barcklay foi afetada pelos três primeiros filmes. Ele tem literalmente esqueletos no armário. Na verdade, tem uma cabeça viva do Chucky escondida em um cofre, mas é meio parecido. Algo que o filme não mostrou é o que mais Andy fez em todos esses anos. Pelo que mostraram, ele basicamente fez curso de tiro, se isolou numa cabana no Alaska e teve encontros frustrados no Tinder. O filme acaba de maneira trágica, no estilo do filme anterior. Andy está em uma enrascada. A protagonista agora se tornou Chucky. Isso é até "poético", pois a atriz Fiona Dourif, é justamente filha de Brad Dourif, que fez o Charles Lee Ray e faz a voz do Chucky. PS1: Destaque para a cena pós créditos. Enfim, a irmã adotiva do Andy apareceu! Apenas três personagens da série antiga conheciam a verdadeira identidade do Chucky: Andy, a mãe do Andy, a irmã adotiva do Andy e o policial do primeiro filme. PS2: O valor no ebay para o Good Guy Doll do modelo do Chucky deve estar extremamente caro nesse universo dos filmes. Chuckys em todo o lugar! PS3: Troféu "momento forçado", para quando Nica voltou a andar. Vudu é pra jacú, realmente. PS4: Quando apareceu um Good Guy doll com cabelo curto, eu pensei na hora: "Olha só, o Andy também aprendeu o lance vodoo de clonar a alma em um boneco". Já pensei que Chucky e Andy iriam brigar, na forma de bonecos. Não sei se fico frustrado por não ter sido assim, ou aliviado por tamanha tosquice não virar realidade.
Esse filme tenta ser, ao mesmo tempo, uma sequência e um reinício. Conta com um membro da família Ocean. Tem um plano dentro do plano. Tem reviravolta. É um filme clássico de heist. O começo do filme mostra o recrutamento das integrantes da equipe. Cada uma contribuindo com um pedaço. No geral, acho que chega muito perto do primeiro filme. Tem a mesma linguagem e tudo mais.
SLADE CRAVEN (leia gritando) é um rock star. Decide fazer um show nos ares. Mas não imagina que uma trama satânica pode por a vida de todos em risco. Esse filme é joia rara. Pelo menos na parte de roteiro mal feito, atuações desengonçadas e cenários zoados. Vale a pena ser visto sem expectativas. Algumas cenas que valem a pena ser citadas:
- Slade Craven batalha com seu sósia. Ele o tranca no banheiro do avião. Pega um carrinho de serviço de bordo, e simplesmente coloca na frente da porta. Acho que isso não iria segurar ninguém, mas parece ter efeito. Pois o sósia satanista não aparece mais no filme. - Note como, durante o show, os metaleiros ficam sentadinhos e comportados. Parece que eles estão no auditório do Programa Livre. Custava eles fazerem uma roda do "bate cabeça", e pularem feito admiradores do Death Metal? - O hacker com seu Filght Simulator + comanche. Ajudando SLADE CRAVEN a pousar o avião. - O contador de visualizações só chegava a dez milhões. Depois disso, ficava piscando. Parece ser uma meta máxima imaginada por eles. Foi muito atencioso da equipe da TV Web colocar um contador e uma tela dentro do avião. Ajudou o plano dos satanistas. - O plano satânico era o sacrifício de um falso profeta numa região amaldiçoada, com dez mil almas. Isso se traduziu em pegar o avião do SLADE CRAVEN (falso profeta), com uma audiência Web de dez milhões de pessoas (dez milhões de almas), e jogar em uma igreja. A igreja era tão cabulosa que nem mesmo o Papa quis sobrevoar lá de avião. - Todo mundo conseguia falar com todo mundo nesse filme. Me lembrou os tempos áureos da CTU no seriado 24 horas.
Eu achei esse filme por meio dos malucos do Red Letter Media. Como eles mesmo diriam: "Very cool".
A galera de personagens é vasta. Muitos personagens, mas todos são superficiais. Suas motivações mudam drasticamente com motivos fracos. Eu acho improvável que alguém consiga elencar todos os personagens que aparecem no filme. E, além disso, consigam definir cada um deles por meio da personalidade deles, e não pela aparência física ou por algo que eles façam. Nesse aspecto, é como Rogue One. Com relação à história, me lembra muito Toy Story, só que feito de maneira mais corrida. Aos pontos que eu identifiquei em comum:
1. Os humanos x animais no Pets; Humanos x brinquedos em Toy Story. Eles conversam entre si. Mas a produção da Pixar optou por mostrar que os brinquedos se comunicavam apenas quando não tinha nenhum humano por perto. Isso até mesmo foi explorado em certa parte do primeiro filme. Em Pets, eles falam um idioma universal, que não seria compreendido pelos humanos. 2. Um cachorro era feliz. Até que veio um novo cachorro. Em Toy Story, Woody era feliz. Até que chegou Buzz, um novo brinquedo. O personagem mais antigo fica com ciúmes do novo, e isso coloca o roteiro em andamento. 3. Em Toy Story, Buzz entra em uma crise existencial, ao descobrir que ele é apenas um brinquedo feito em série. Woody o auxilia, pois eles tem de voltar para casa. Woody eventualmente iria se retratar com o seu grupo, pois mentiu e manipulou os outros brinquedos, por conta do ciúme. Em Pets, não notei mudanças significativas dos personagens principais. O cachorro pequeno é salvo pela poodle, que meio que do nada gostava dele. Ele ora quer abandonar o cachorro grande, ora corre, vítima das situações do filme. Poucas vezes é dado a ele uma opção clara. Trair a confiança do cachorro grande para se salvar, ou se arriscar em nome da amizade. Já o cachorro grande tinha se perdido. Mas descobre que o dono dele morreu. E rapidamente já foge dali. No final do filme, já parece se esquecer completamente do antigo dono. A trama se estica toda, ficando pouco factível. 4. Em Toy Story 3, o vilão era um brinquedo abandonado. A história dele é contada de maneira a gerar algum tipo de identificação. Esse abandono é a fonte do ressentimento dele. Como "castigo", ele é atado a um destino trágico. Em Pets, o "vilão" é o coelho. Que também é um animal abandonado. Durante quase todo o filme, ele falava da maneira descolada dele. Simplesmente citaram que um mago o abandonou. E no final, ele é adotado por uma garota. Um vilão raso que é que convertido em um abraço. Parece que os atos irresponsáveis dele geraram uma recompensa positiva.
Ver o filme com expectativas baixíssimas me ajudou na avaliação. O filme conta com um CGI que me lembrou os anos 90. O filme tem muitas cenas que ficaram engraçadas, embora não me pareça ter sido o efeito desejado pela equipe. Roteiro muito básico, e com inúmeras "coincidências fortuitas", pois o filme tinha de avançar. É o tipo de filme que pode deixar passando na TV, em uma tarde de domingo, enquanto a família bate um papo.
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa
3.4 1,4KAchei a escolha do título do filme incorreta. Creio que ele poderia se chamar "Arlequina: Se Jogando na Cidade". A maior parte da história é baseada nisso:
* Arlequina como narradora;
* Arlequina rompe com o Coringa e muda de local (na HQ, ela vai para Nova Iorque);
* Arlequina participa da competição de patins extrema, quebrando narizes e braços;
* Arlequina tem um castor imaginário;
* Uma legião de mercenários caçam Arlequina, pois tem uma recompensa gigantesca pela cabeça dela;
Já Aves de Rapina é uma equipe que começou pequena. Apenas Oráculo e Canário Negro. Começou com o estilo do roteirista Chuck Dixon, mas quem marcou época foi a Gail Simone. Ela utilizava os seguintes personagens: Oráculo, Canário Negro, Caçadora e Lady Falcão Negro. O estilo das histórias eram leves e a interação entre elas era a fórmula do sucesso dessa série. Tinham missões complexas, por vezes em vários países, e planos que exigiam coordenação de equipe.
O que mais me incomodou no filme foi o potencial desperdiçado. Entrarei em detalhes a seguir.
René Montoya. Ela começou nas HQs como uma personagem secundária. Ela fazia parceria com Bullock, outro policial. Foi por conta do Greg Rucka que ela ganhou uma personalidade própria. Isso aconteceu na série GCPD, no incrível arco "Meia Vida", que inclusive ganhou o Eisner Award, o Oscar dos quadrinhos. No filme, ela é basicamente uma policial veterana lésbica que bebe além da conta. Montoya não era rodeada apenas por policiais escrotos no departamento de polícia de Gotham. Tinha o Bullock, tinha o Macheknzie, a Sarah Gordon, o James Gordon, a Stacey. Diversas pessoas multifacetadas e humanas. E não apenas um bando de babacas. Tudo ficou superficial e simplificado demais no filme.
Victor Zsasz. Nas HQs, ele é um psicopata (ou sociopata) que afundou no nilismo. A vida não tem sentido algum. O seu único propósito é matar outras pessoas e se marcar. Fora isso, mais nada. Ele por si só já seria um ótimo vilão para um filme. No filme, ele virou um mero capanga. E parece ter um tipo de "crush" não resolvido com o Máscara Negra.
Canário/Dinah Lance. No filme ela não ficou tão ruim. Mas acho que ela poderia ter sido melhor desenvolvida. Parece que a colocaram apenas para usar os poderes dela em uma parte específica do filme. Fora isso, ela poderia ser uma outra personagem. Até mesmo poderia ser uma incrível Lady Falcão Negro, que atuava como piloto na série Aves de Rapina.
Cassandra Cain. Nas HQs, ela é filha de um assassino profissional. Aprendeu a lutar desde cedo. E sequer aprendeu a falar. Matou pela primeira vez com uns cinco anos de idade. No filme, é uma ladra que, SEM MOTIVO APARENTE, decide engolir um diamante. O roteiro forçou nessa parte. Ela poderia muito bem ter outro nome. Tipo Lillie Claw, ou coisa do tipo. Não teria feito diferença no filme.
Já a Arlequina e Caçadora ficaram excelentes. Não devem nada às HQs. O Máscara Negra está tolerável.
Eu acho que esse filme poderia ficar muito melhor se tivessem algumas alterações:
* Nome do filme: "Arlequina: Se Jogando na Cidade" ou "Arlequina: Sereias de Gotham", caso façam questão das outras personagens famosas.
* Muda o nome da Cassandra Cain para Lillie Claw.
* Muda o nome da Dinah Lance para Zinda Blade. Ao invés do grito na cena final, ela poderia apertar um símbolo de falcão. Ela então chamaria uma nave de cor preta que pareceria o batmóvel de asas. Com metralhadoras giratórias e sistemas controlados remotamente. No começo do filme ela não precisaria de ser cantora. Poderia servir o Máscara Negra de outra forma. O trocadilho do cara chamando de "my little bird" e tudo mais seria mantido, pois ela é a Lady Falcão Negro.
* Muda o nome da René Montoya para Diana Mendez.
Sei que pode parecer apenas perfeccionismo de um leitor de HQs. Mas o próprio fato de usarem o nome "Aves de Rapina" faz a referência às HQs. Sempre existe a opção de criarem personagens novos e histórias novas. Toda adaptação de alguma mídia pode gerar esse tipo de comparação.
Fora isso, o filme é mediano. Boa fotografia, cenas de ação legais, roteiro bem básico. Adaptação que ignorou muita coisa das HQs. Para quem nunca leu a HQ, todo o filme pode ser muito mais agradável.
O Filho do Máskara
1.8 370 Assista AgoraEsse filme pode sim justificar a avaliação tão baixa que ele tem. Quase todo aspecto dele é terrível. Dá vergonha alheia pelos profissionais que tiveram participação no processo. Pegaram alguns conceitos do primeiro filme, e o utilizaram da pior maneira possível. Tentarei dar alguns exemplos.
Stanley Ipkiss era uma pessoa muito passiva com relação a própria vida. O começo do filme mostra bem isso. E cada interação com cada personagem teria uma consequência depois. Até mesmo ele vendo o desenho animado do lobo. Já em "Filho do Máskara", o objetivo do desenhista frustrado é ganhar mais do que a mulher dele. O objetivo da esposa seria ter um filho. São objetivos muito rasos. Tem também uma diferença na questão da motivação dos dois. Pelo que eu lembro, Stanley não era fã de usar a Máskara. Ficava sempre dividido, pois sabia que era muito arriscado. Já na continuação, a máscara é basicamente do cachorro. Ele a acha magicamente no rio. Ele a esconde. E ele é quem a mais a utiliza. O cara que (supostamente) é o protagonista não é forçado a tomar decisões. Tudo simplesmente acontece na frente dele.
Outra diferença é sobre o uso dos efeitos especiais. No primeiro filme, os momentos da aparição do Máskara não eram tão frequentes. O foco também estava em como Ipkiss iria lidar com isso depois. Na continuação, as cenas "malucas" acontecem frequentemente. Pianos sendo arrastados. Cachorro brigando com criança. Esse exagero reduz o valor de tudo, pois não se torna mais especial; se torna banal.
No final, o desenhista frustrado solta uma frase para o cachorro-Maskara. Solta outra frase para o filho do Loki, Solta outra frase para Odin. As frases surgem apenas da cabeça de um roteirista muito preguiçoso, que imagina ter resolvido situações num passe de mágica. Não parece nada natural e de acordo com a história.
Outra ausência muito sentida é o Jim Carrey. Não dá para notar tanto a contribuição que ele deu para o personagem sem olhar como foi esse novo Máskara. Ele tenta ser engraçadão e lúdico, mas é apenas forçado e patético. Até mesmo a escolha para a cena musical mostra como isso ficou patético. No primeiro filme, o Máskara estava em um clube que um mafioso frequentaria na década de 30, o famoso Coco Bongo. O tipo de lugar que o Stanley nunca entraria, pois era para pessoas selecionadas. O estilo meio jazz estava rolando e tal. Máskara assumiu as rédeas e mudou tudo. Tudo feito com espontaneidade. Mas, em termos de roteiro, o aproximou da Cameron Dias e o tornou um alvo para os mafiosos do filme. Já na continuação, a festa era uma mera festa de Haloween. Não optaram por apenas mostrar uma festa tediosa. O chefão da empresa teve de falar que a festa estava chata. Os figurantes tiveram de vaiar a banda no palco. Aí o Máskara decide trocar tudo. E começa um tipo de medley que é vergonhoso. Variam os estilos, com a música parecida.
Eu poderia até passar mais um tempo comentando sobre como esse filme jogou dinheiro no ralo, sepultou uma possível franquia e é um exemplo claro de roteiro ruim. Mas vou parar aqui por enquanto. Esse não é um filme ruim que fica bom. É apenas um filme ruim.
O Último Dragão
3.5 159 Assista AgoraBaita filme com o carimbo dos anos 80. Bruce Leeroy é um personagem interessante. Me lembra um pouco Connor Queen, filho do Arqueiro Verde. Pois ele foi criado desde criança em um templo e tudo mais. Bruce é um peixe fora d'água. A ambientação do filme mescla filmes de Kung Fu com os bairros de Nova York. O protagonista e o antagonista divergem muito com relação ao uso da violência. E também sobre quem exatamente seria o mestre. O irmão pequeno do Leeroy também é um baita personagem. Um baita contraste com o irmão mais velho.
Eu ainda me pergunto como diabos ele conseguiu chegar tão rápido até onde a moça quase foi sequestrada. Ou ele pegou um atalho, ou ele corre muito rápido. Mais até que um carro.
Viva: A Vida é Uma Festa
4.5 2,5K Assista AgoraVi esse filme em uma turbulência terrível. Era um longo voo noturno. Mas fiquei tão imerso durante os 105 minutos de duração que nem notei.
Mergulhei na história por identificação. Parte do meu passado ressoou com o que era apresentado ali. Da presença invisível, constante e por vezes sufocante da família. Da vontade de buscar uma voz própria, agindo na contramão do que os familiares consideram correto. Ter momentos únicos com as pessoas mais velhas da família. Não é exatamente a nostalgia de quando você era pequeno. O que me pareceu mais intenso foi o período mais intenso e derradeiro.
Justamente quando os avós ou bisavós estão no final de sua jornada. De longas conversas entre internações de hospital. Da desconfortável sensação de que aquela pode ser a última conversa que você tem com um membro da família.
Enquanto o filme se desenrolava, eu sabia que Coco eventualmente falaria algo. Afinal, o filme originalmente tem o nome dela. Ela seria a chave da mudança. Da resolução do dilema.
Mesmo sabendo disso, fui atingido por como o momento foi montado. A música começa a tocar suavemente. O silêncio na dublagem. O foco central na Coco. Algo irá acontecer. Quando ela começa a falar, parecia que eu era parte da família dele.
A música tem um papel fundamental nesse filme. Todas as canções foram essenciais na história. Ela foi poderosa nessa condução. A canção "Remember me" tem dois significados distintos durante o filme.
Já tenho uma boa dose de experiência com os filmes da Pixar. Eles são muito bons no que fazem. E, conforme esse filme pode atestar, o alto padrão não foi quebrado com o tempo. Na verdade, acho que eles estão melhorando com o tempo.
Eu aguardei várias semanas antes de digitar essas palavras. Estava muito impactado pela experiência. E, enquanto digito agora, tudo retorna. As lembranças misturadas. Do filme e da vida pessoal. Da música e das falas. Do roteiro e da minha modesta vida. Tudo forma uma amálgama difícil de ser digerida. Por conta disso, esse texto não terá a amplitude que eu desejava. Afinal, esse filme se tornou o meu favorito, e foi avaliado com nota máxima. Coco se tornou parte da minha vida.
Cinquenta Tons de Cinza
2.2 3,3K Assista AgoraPensando aqui com meus botões, ainda não sei bem o que me motivou a assistir esse filme.
Ele tem um péssimo roteiro. Atuações sofríveis. Nada nele parece marcante.
O motivador pode ter sido curiosidade. Mesmo com tantos atributos negativos, como esse filme conseguiu atrair a atenção de tantas pessoas?
Não se trata de ir pelo caminho mais fácil. De rotular como um mero lixo. De se sentir superior por gostar de coisas refinadas. Isso me parece uma atitude esnobe. E meu interesse está mais no que está por trás do fenômeno.
Eu tentei ver o filme sob o ponto de vista das emoções. É algo bem sutil e complexo. Imagino que o livro tenha uma carga ainda maior nesse quesito.
A melhor analogia que eu consigo fazer para esse filme é que ela é uma versão feminina daquela série da Emmanuele. Aqueles filmes soft porn. Que, em um passado distante, era um recurso para material com pouca história e nudez não frontal. Sem contar um peitinho ali e acolá. Era focado no público masculino. Histórias sofríveis e atuações péssimas. Mesmo assim, atraía a atenção do público.
Há, contudo, uma distinção. O filme do Gray tem mais história, e menos sexo. Há a construção emocional antes do ato em si. No Emannuele, pelo que minha memória atesta, era quase nada de história, e sexo rolando direto.
Está claro que todo elemento no filme orbita em torno da protagonista. O Gray aparece somente tem espaço nas interações com ela. Os outros figurantes do filme apenas atestam como o Mr. Gray é uma pessoa incrível, fascinante, rica, poderosa e cativante. Eu rio toda vez que o filme tenta mostrar o que diabos o empresário bem sucedido faz. Atuação na área de minério? Metalúrgica? Tecnologia agrícola sustentável para erradicar a fome? Usam termos vagos, rasos, pueris. Ele seria um homem de negócios ocupado que se ocupa fazendo negócios, pois negocia negócios e se ocupa com isso. As características do personagem poderiam ecoar na escolha de atuação profissional dele. Se ele é preocupado com controle, ele poderia vender soluções tecnológicas de segurança. Ou algo do tipo. Mas não foi tratado nada nesse aspecto.
Assisti o filme inteiro. Consegui notar as nuances emocionais. Somente me perdi na parte final. Foquei menos nas palavras e mais na parte não verbal e tons vocais.
Não me empolguei, contudo, para ver as continuações. Somente essas duas longas horas me bastaram.
Rambo: Até o Fim
3.2 551 Assista AgoraDe todos os filmes do Rambo, esse foi o que teve mais alterações no personagem em si. Explico a seguir.
Pelo que eu lembro de cabeça, os filmes do Rambo sempre tinham um padrão bem estabelecido. O primeiro dele era que o protagonista sempre buscava a paz. Queria apenas ficar no canto dele, tranquilo. O segundo padrão era que John sempre era convencido a ingressar em missões. Essas missões sempre envolviam outras pessoas. Em Rambo 1, John atendeu a um último pedido de um amigo. Foi perseguido, e reagiu a isso da única maneira que conseguia. Se eu lembro bem, apenas uma pessoa foi morta por ele. No Rambo 2, ele voltou para um cenário de guerra. A missão era de resgate. Já Rambo 3 eu lembrava pouca coisa de cabeça. Era basicamente ele em um cavalo. Andando por aí no deserto. E meio que ajudando a Al Qaeda. Tive de pesquisar para ver qual era o motivador. Era uma missão de resgate, novamente. O tal Coronel estava no meio do Afeganistão. De Rambo 4 eu não lembrava muito, também. Sei que era bem violento. Tinha o meme dele dando joia, ao usar o armamento pesado. E era no sudoeste asiático. E ele pilotava um barco. Ao pesquisar, lembrei a trama. Ele estava querendo ficar de boas, lidando com cobras. Tem um grupo humanitário que pede a ajuda dele, para efetuar uma travessia. O grupo é sequestrado, e Rambo vai no resgate deles. No final do filme, ele retorna para a fazenda da família. Provavelmente ficará em paz. Pelo menos por um tempo.
Esse filme atual começa de maneira promissora. Mostra o fim da paz na fazenda Rambo. A empregada da família, a sua neta, e John. A ameaça dessa vez é o cartel mexicano. A menina é sequestrada, John vai até lá. Até o fim. Tudo estava no rumo de mais uma nova continuação. Provavelmente no mesmo nível de Rambo 4. E estaria longe de ser o lixo que foi Rambo 3.
Mas aí teve a morte da menina. O filme ainda não estava no final. Pela minha memória, em nenhum momento John atuou buscando vingança. Quem fez isso foi Paul Kersey no filme Desejo de Matar 3. O filme todo poderia adequadamente se chamar Desejo de Matar 4. Algum ente querido da família é morto. Pelo que eu lembro, Paul Kersey já tinha perdido a esposa, a filha, e, no terceiro filme, perdeu um amigo. Ele sempre revida matando geral.
O filme em si é divertido por ter a alma da década de 80. A violência e os personagens rasos fazem parte disso. O único fator que me incomodou de verdade foi essa alteração no personagem. Prefiro que John fiquei realmente descansando na sua fazenda repleta de cadáveres e explodida. Deixem-no descansando ali. Sem mais vingança.
O Rei Leão
3.8 1,6K Assista AgoraOs trailers empolgaram. O visual realmente é deslumbrante. Parece que estamos vendo um documentário nas savanas do continente africano. Sob certo aspecto, me lembra um pouco os avanços que o filme Avatar trouxe. É bastante inovação na parte técnica. Mas, em termos de história, é basicamente a versão original, da década de 90. O desenho antigo tinha uma palheta de cores mais vibrantes, que não são encontradas num ambiente natural. As expressões faciais também se perderam nesse processo. Os leões e animais digitalizados ficaram menos "humanos" nesse aspecto. Deu para notar a preocupação que o diretor da versão nova teve com movimentações corporais que fossem mais realistas. Na minha cabeça, eu conseguia ver claramente como era a movimentação no desenho, originalmente. Lembro da exata forma do Scar segurando o ratinho por entre seus dedos, com movimentos calculados. Na versão atual, ele dá um bote rápido, tal como um felino. E olha que eu fazem mais de vinte e cinco anos que eu vi Rei Leão pela última vez.
Mesmo sendo um remake, tem sim algumas diferenças em relação ao original. São bem sutis, mas existem. O que eu achei meio irritante foi o Timão fazendo uso de metalinguagem. Uma alteração positiva foi a troca da dança havaiana pela simples apresentação, na hora que Timão e Pumba distraíram as hienas.
A visão desse filme implica no hiper realismo. E isso não veio de graça. Perde-se bastante da carga emocional original por conta disso (uso de cores, movimentação fluída, expressões humanizadas). A visão do Walt Disney antigamente era voltada para o encantamento da plateia. O uso de novas histórias era algo constante. Se apenas a computação gráfica é suficiente para esse encantamento, creio que eu estaria fora do público alvo.
Quando Branca de Neve fez sucesso bem antigamente, os estúdios não se preocuparam em fazer três sequências para a história. E muito menos pensaram em um filme solo do Dunga. Hoje, a Disney reutiliza o seu vasto acervo, com remakes e reinterpretações de tudo o que já tem lugar e é reconhecido pelo público. É certamente muito mais fácil trabalhar com o que já é conhecido. O difícil é criar novos personagens, novas histórias, e recriar o encantamento nas pessoas.
Até agora, para mim, o saldo tem sido negativo com relação aos remakes da Disney. Dumbo foi uma grande decepção. Rei Leão foi tecnicamente muito bem feito. Mas as versões originais são infinitamente melhores. Daqui a 30 anos, elas provavelmente ainda terão espaço na minha memória afetiva. Os remakes serão apenas uma nota de rodapé.
Rocketman
4.0 922 Assista AgoraTalvez a ideia de lançarem o filme possa ter a ver com o sucesso de Bohemian Rhapsody. Mas Rocketman segue outra linha, bem diferente. Como não poderia deixar de ser, a trilha sonora é espetacular. Usa uma linguagem que é onírica. Ou resultado de uma alucinação. Não tenta ser um documentário. Parece mais uma ópera musical, mostrando os pontos baixos e muito baixos de Elton John. Fala sobre auto aceitação, autenticidade, e cultivar a gratidão e o perdão. Sem isso, apenas estamos perdidos.
Toy Story 4
4.1 1,4K Assista AgoraQuando Toy Story 3 foi lançado, havia o comentário de que aquele filme talvez não fosse necessário. A Pixar mostrou que era muito necessária. Agora, apareceu Toy Story 4. Será que era realmente necessário? Eu diria que sim.
A história foi expandida. Novos personagens. E alguns personagens foram expandidos e reformulados. Foi um filme diferente na parte de vilão. Normalmente, os vilões de Toy Story sempre tem um castigo, e param de ser uma ameaça. Nesse, a vilã atinge o seu plano. E isso acaba se tornando uma jornada particular para ela. Ela deixa de se tornar vilã. Uma variação do Lotso e do Mineiro. E também uma inversão conceitual do Woody. Ambos são da mesma época. São brinquedos velhos. Onde Woody teve abundância, ela teve escassez.
Outro item que mudou bastante foram as escaladas do roteiro. A história sempre apelava para o que estava em jogo. A tensão crescia, e sempre era aumentada. Ficou assim durante boa parte do filme. E, por meio de uma simples frase, a mudança ocorre. A tensão se dissolve como se nunca houvesse existido. A impressão que fica é que tudo ficará bem. Tudo mudou e ficou diferente. Mas todos ficarão bem. Woody completou a sua transição, para uma nova fase.
Pokémon: Detetive Pikachu
3.5 671 Assista AgoraHá um certo tipo de "maldição" com relação a filmes baseados em jogos de videogame. Geralmente o resultado é uma completa catástrofe. Detetive Pikachu poderia ter o mesmo destino, pois tem a história baseada em um jogo para Nintendo DS. O trailer já mostrou algum potencial.
Felizmente esse filme não sofreu esse impacto. Considero a história bem divertida. O roteiro é básico, mas bem enxuto. Como é uma história de detetive, a história é montada aos poucos, à medida que aparecem novas informações. Já entre os atores, Ryan Reynolds rouba a cena.
O filme talvez poderia desagradar alguém que: 1) gosta absurdamente de Pokémon ou 2) gosta bastante do jogo. No meu caso, eu apenas joguei Pokémon Go. E foi incrível notar as diversas criaturas das primeiras gerações interagindo. O filme passa a sensação de ser um mundo amplo, e não apenas exibindo itens aleatórios para que os fãs fiquem satisfeitos. Até mesmo detalhes como o celular estranho que o protagonista usa logo no começo mostram as características desse lugar.
Um dos motivos do filme ter dado certo é que o jogo original era basicamente uma história de detetive. A tecnologia permite que os Pokémon possam ser utilizados livremente. Tendo a história correta, a franquia tem tudo para gerar diversos outros filmes.
Vingadores: Ultimato
4.3 2,6K Assista AgoraUma década de filmes. Filmes que se conectam, com cronologias. Pegaram um modo que era comum nas HQs e o fizeram em forma de filme. Vez ou outra, nas HQs, sempre surgem as mega sagas. Eventos que interconectam diversos títulos, se prolongando por meses. E contam com diversos personagens. Pois conseguiram aplicar esse conceito também para os filmes. Arcos longos que se conectam, por meio de fases. E, por mais longo que seja a mega-saga, ela sempre tem um fim. Esse filme de agora é como acabar uma série longa de livros. Sensação agridoce, pois há o fim, mas também há o contentamento por ter observado a história completa.
Os finais para os três personagens mais antigos do universo Marvel foram muito dignos. Thor sofreu uma involução, e poderá ser quem quiser. Mas provavelmente não será mais o Deus do Trovão que governa Asgard. O Homem de ferro foi o elemento chave para a esperança de reverter o cenário criado por Thanos. Consegui notar como os diretores foram malandros no salto temporal. Tony Stark agora tem uma família. Isso ampliou a carga emocional, no momento da perda. Já a do Capitão América foi algo que fez completo sentido. A cena dele na década de 70 a poucos centímetros da Agente Carter foi muito significativa. Ali ficou claro que, assim que possível Steve Rogers sabia o que fazer. Ele sempre foi uma pessoa deslocada no tempo. Prosseguiu mesmo assim. E fez uma escolha. Um cenário sem aventuras com alienígenas. Uma vida com altos e baixos. Longe do futuro tecnológico. Mas perto da pessoa que ele amava. Quando começou a cena do Capitão devolvendo as gemas, eu sabia o que ele iria fazer. A viagem dele era só de ida.
Já a Viúva Negra foi uma perda sentida. Eu li a fase dela escrita pelo magistral Greg Rucka, na saudosa série mensal Marvel Max. E sempre esperei por um filme solo dela, feito naqueles moldes. Quando as equipes foram atribuídas para coletar as jóias, eu já notei a grande dúvida. Quem seria sacrificado para se obter a joia da alma? Natasha, filha de Ivan, se sacrificou serenamente. Ela já atuava como líder da equipe, num cenário trágico pós Thanos.
Consegui notar que deram um baita upgrade em vários personagens. A Capitã Marvel ficou um nível hiper apelação. Dr. Strange foi reconhecido pela monja como o melhor de nós, aquele que não poderia estar errado. E o Capitão América se provou digno de usar o martelo do Thor. Me lembrou a cena icônica do Superman com o escudo do Capitão América e o martelo do Thor em LJA x Vingadores.
No final, eles fizeram uma passagem de bastão. De Thor para Valquíria. Do Capitão América para Falcão Negro. Nesse caso eu imaginava que seria o Soldado Invernal. E (provavelmente) Homem de Ferro para Pepper Pots+Peter Parker. E também um protagonismo para Pantera Negra e Cia, Guardiões da Galáxia e Capitã Marvel. Deixar os papéis mais ou menos equilibrados é extremamente complexo. Ainda mais se considerarmos o tanto de personagens.
O encadernado foi encerrado. Agora me resta aguardar as próximas fases, os próximos volumes. E as próximas sagas.
Shazam!
3.5 1,2K Assista AgoraShazam foi o tipo de filme que eu esperava. Uma reposta bem elaborada da DC ao fenômeno Deadpool. Feito para o público infantil, mas ainda assim válido enquanto filme de super-herói. A própria premissa não tem como escapar muito disso. Uma criança que adquire poderes poderia facilmente se desenrolar em uma história assim. Que tem todos os traços do clássico "Quero ser grande".
A cena do teclado gigante parece ser um tipo de referência. O tema central (isolamento x família) foi bem desenvolvido. A jornada de aprendizado do herói, também. Acho inclusive que ficou melhor do que o da Carol Danvers. As referências das HQs até que foram bem posicionadas. Quem já leu "Reino do amanhã" sabe o quanto é perigoso aquele vermezinho logo no começo do filme. E lembro bem do Freddy participando das histórias do Superboy nos anos 90. A Mary Marvel também se consagrou aparecendo na LJA cômica do Griffen. Até mesmo o Adão Negro é citado discretamente, ao comentar sobre um campeão que foi rejeitado.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraSó vem
Creed II
3.8 540Para mim, os melhores filmes da série Rocky são o I, o II e o IV, nessa ordem. Sempre achei muito legal aquele clima de guerra fria, o impacto da perda do Apolo Creed. Os treinamentos distintos. "I must break you". Mesmo com momentos "galhofa", era hiper divertido de se ver. Um detalhe legal do Creed I era justamente o legado do Apolo. Assim que saí da sala de cinema, já fiquei com a dúvida. Como será que andava Ivan Drago, a pessoa que matou Apolo Creed? Qual seria a reação de Adonis, caso o reencontrasse? Eu meio que imaginava o caminho óbvio a ser seguido. Ivan teria um filho. Ambos lutariam. Era o esperado. O que eu imaginava, contudo, era algo distinto. Assim como Apolo era rival do Rocky e se tornou amigo, eu imaginei um roteiro onde Drago iria ter a sua redenção, eventualmente treinando Adonis. Ousado e viajado, mas ao menos escaparia do caminho mais provável.
Creed II conseguiu ser uma excelente continuação para Creed. E, ao mesmo tempo, se tornou um sucessor espiritual do Rocky IV.
O roteiro segue as etapas mais prováveis do filme. E segue o modelo do Rocky IV. Primeira luta nos EUA com derrota e com equipe do Apolo. Segunda luta na Rússia com vitória e equipe do Rocky e do Apolo. A única diferença é que Adonis ficou vivo.
Dolph Lundgren rouba a cena com seu personagem. Sai o brutamontes sem expressão, e entra o senhor amargurado. Ivan Drago tem a sua redenção, mas não da forma que eu havia imaginado. Foi mil vezes melhor. Aquela derrota mudou a vida dele. Se tornou um pária para sua nação. Criou um filho com base no ódio e na falta de amor. Amarraram, de maneira genial, a cena da toalha em ambos os filmes. Ivan Drago obteve sua redenção. Notou o que era importante. Por qual motivo seu filho deveria subir naquele ringue.
Logo depois de ter visto Creed II, imaginei que tipo de continuação poderia ter. O caminho mais provável indica um filho do Clubber Lang (Jazz Lang?), repetindo o filme Rocky III. Ou, indo em uma direção ousada, mostrar o paradeiro do Tommy, vindo diretamente de Rocky V, o Filme Do Qual Queremos Esquecer.
Sinceramente, torço para que o eventual Creed III demore para vir. Se vier, que surpreenda com mais uma história memorável. E não com uma continuação que mande a franquia para o buraco.
Bohemian Rhapsody
4.1 2,2K Assista AgoraBohemian Rapsody é um baita filme. Só a trilha sonora e as histórias já dariam um bom filme. A atuação de Rami Malek, contudo, levam tudo a outro patamar. Quem viu Mr. Robot nunca imaginaria que ele pudesse interpretar um Freddy Mercury decente. Pois os papéis eram muito distintos entre si. De um lado, era um hacker hiper inteligente e anti social. Do outro, era um artista expansivo, altamente criativo e comunicativo. Rami se superou nessa.
WiFi Ralph: Quebrando a Internet
3.7 740 Assista AgoraA estratégia desse filme é a mesma que Detona Ralph. Usam elementos de nostalgia com uma história bem básica. O destaque fica para a ambientação criada. Dessa vez, as risadas na sessão vinham das referências. Aparecia o prédio da Google. As pessoas davam uma risada. A parte do Spam também gerou esse resultado. A graça estava em como algo que você conhece é retratado. Segue a lógica do South Park mostrando o Trump, os Simpsons mostrando Minecraft ou Family Guy falando sobre os assédios em Hollywood. Fora isso, é uma história sobre amizade.
Um Sonho de Liberdade
4.6 2,4K Assista AgoraRevi recentemente, e a minha avaliação continua a mesma de anos atrás. 5/5 estrelas.
Foi bom para relembrar alguns detalhes.
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"Esqueça que há lugares no mundo que não são feitas de pedra. Que há algo dentro que eles não podem chegar, que não podem tocar. Que é seu." (Andy Dufresne)
"O que você está falando?" (Red)
"Esperança". (Andy Dufresne)
Cheque em Branco
3.0 249 Assista AgoraRevi pelo Netflix.
Esse filme, exatamente como foi pensado, não chegaria longe nos tempos de hoje.
Preston tem 11 anos. Ele e a agente do governo negociam um prazo em anos. Ela começa com o valor 10. Ou seja, ela iria revê-lo com 21 anos. Mas a negociação é encerrada no meio do caminho. O valor fica 6. Ou seja, com 17 anos.
Isso daria uma baita polêmica, com o politicamente correto. "Pedofilia", "imagina se fosse uma menina e um agente do governo!", e tal.
Fora isso, o filme é um bom exemplar de educação financeira. Quando o filme foi passando, eu só pensava em como ele gastou toda a grana. Mesmo para os custos dos produtos na década de 1990, ele gastou demais. E isso é coerente com a visão de uma criança, pois um milhão de dólares era quase um valor infinito para ele.
Mogli: Entre Dois Mundos
3.4 390 Assista AgoraEfeitos especiais incríveis. Captura de movimentos para os animais. A expressividade. Lembra do Gollum? Pois é.
História bem básica. Dividido entre A e B. Começa tentando ser A. Depois vai para B. Nota que, no final das contas, é AB ao mesmo tempo. Segue as etapas da Jornada do Herói e tal.
Não li o livro original. Não vi a versão em desenho animado da Disney. E, julgando apenas pelo filme, não me deu interesse de buscar os originais.
O Culto de Chucky
2.3 611 Assista AgoraO começo do filme Brinquedo Assasino 3 mostra Andy já adolescente no exército. É citado rapidamente que a mãe dele está internada em uma instituição psiquiátrica. Ao ter essa informação, eu meio que imaginei um spin off. Onde Chucky passaria lá para visitar a mãe do Andy. Foi meio nessa linha que Don Mancini escolheu para mais um filme da série Chucky. Ao ver as informações de antes do filme, imaginei o boneco assassino se infiltrando no asilo. Um psiquiatra iria usar o boneco para efeitos de terapia. E as mortes iriam acontecer. Em paralelo, Andy iria enfrentar Tilly, do lado de fora da casa de malucos. Tudo promissor, para quem é fã da série.
Mas aí fomos surpreendidos novamente. O autor quis dar um novo rumo para a série. Chucky agora é tipo um vírus chikungunya. Se espalha por diversos bonecos e várias pessoas. Foi um movimento ousado. Se for bem trabalhado nos filmes posteriores, pode render coisas boas. Caso contrário, é uma pá de cal na franquia.
O retorno do Andy foi positivo para mim. A cena pós crédito do outro filme foi bem curta. Com esse filme, foi possível notar como a vida do Sr. Barcklay foi afetada pelos três primeiros filmes. Ele tem literalmente esqueletos no armário. Na verdade, tem uma cabeça viva do Chucky escondida em um cofre, mas é meio parecido. Algo que o filme não mostrou é o que mais Andy fez em todos esses anos. Pelo que mostraram, ele basicamente fez curso de tiro, se isolou numa cabana no Alaska e teve encontros frustrados no Tinder. O filme acaba de maneira trágica, no estilo do filme anterior. Andy está em uma enrascada. A protagonista agora se tornou Chucky. Isso é até "poético", pois a atriz Fiona Dourif, é justamente filha de Brad Dourif, que fez o Charles Lee Ray e faz a voz do Chucky.
PS1: Destaque para a cena pós créditos. Enfim, a irmã adotiva do Andy apareceu! Apenas três personagens da série antiga conheciam a verdadeira identidade do Chucky: Andy, a mãe do Andy, a irmã adotiva do Andy e o policial do primeiro filme.
PS2: O valor no ebay para o Good Guy Doll do modelo do Chucky deve estar extremamente caro nesse universo dos filmes. Chuckys em todo o lugar!
PS3: Troféu "momento forçado", para quando Nica voltou a andar. Vudu é pra jacú, realmente.
PS4: Quando apareceu um Good Guy doll com cabelo curto, eu pensei na hora: "Olha só, o Andy também aprendeu o lance vodoo de clonar a alma em um boneco". Já pensei que Chucky e Andy iriam brigar, na forma de bonecos. Não sei se fico frustrado por não ter sido assim, ou aliviado por tamanha tosquice não virar realidade.
Oito Mulheres e um Segredo
3.6 1,1K Assista AgoraEsse filme tenta ser, ao mesmo tempo, uma sequência e um reinício. Conta com um membro da família Ocean. Tem um plano dentro do plano. Tem reviravolta. É um filme clássico de heist. O começo do filme mostra o recrutamento das integrantes da equipe. Cada uma contribuindo com um pedaço. No geral, acho que chega muito perto do primeiro filme. Tem a mesma linguagem e tudo mais.
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Turbulência 3
2.1 34SLADE CRAVEN (leia gritando) é um rock star. Decide fazer um show nos ares. Mas não imagina que uma trama satânica pode por a vida de todos em risco.
Esse filme é joia rara. Pelo menos na parte de roteiro mal feito, atuações desengonçadas e cenários zoados. Vale a pena ser visto sem expectativas.
Algumas cenas que valem a pena ser citadas:
- Slade Craven batalha com seu sósia. Ele o tranca no banheiro do avião. Pega um carrinho de serviço de bordo, e simplesmente coloca na frente da porta. Acho que isso não iria segurar ninguém, mas parece ter efeito. Pois o sósia satanista não aparece mais no filme.
- Note como, durante o show, os metaleiros ficam sentadinhos e comportados. Parece que eles estão no auditório do Programa Livre. Custava eles fazerem uma roda do "bate cabeça", e pularem feito admiradores do Death Metal?
- O hacker com seu Filght Simulator + comanche. Ajudando SLADE CRAVEN a pousar o avião.
- O contador de visualizações só chegava a dez milhões. Depois disso, ficava piscando. Parece ser uma meta máxima imaginada por eles. Foi muito atencioso da equipe da TV Web colocar um contador e uma tela dentro do avião. Ajudou o plano dos satanistas.
- O plano satânico era o sacrifício de um falso profeta numa região amaldiçoada, com dez mil almas. Isso se traduziu em pegar o avião do SLADE CRAVEN (falso profeta), com uma audiência Web de dez milhões de pessoas (dez milhões de almas), e jogar em uma igreja. A igreja era tão cabulosa que nem mesmo o Papa quis sobrevoar lá de avião.
- Todo mundo conseguia falar com todo mundo nesse filme. Me lembrou os tempos áureos da CTU no seriado 24 horas.
Eu achei esse filme por meio dos malucos do Red Letter Media. Como eles mesmo diriam: "Very cool".
Pets: A Vida Secreta dos Bichos
3.5 937 Assista AgoraA galera de personagens é vasta. Muitos personagens, mas todos são superficiais. Suas motivações mudam drasticamente com motivos fracos. Eu acho improvável que alguém consiga elencar todos os personagens que aparecem no filme. E, além disso, consigam definir cada um deles por meio da personalidade deles, e não pela aparência física ou por algo que eles façam. Nesse aspecto, é como Rogue One.
Com relação à história, me lembra muito Toy Story, só que feito de maneira mais corrida. Aos pontos que eu identifiquei em comum:
1. Os humanos x animais no Pets; Humanos x brinquedos em Toy Story. Eles conversam entre si. Mas a produção da Pixar optou por mostrar que os brinquedos se comunicavam apenas quando não tinha nenhum humano por perto. Isso até mesmo foi explorado em certa parte do primeiro filme. Em Pets, eles falam um idioma universal, que não seria compreendido pelos humanos.
2. Um cachorro era feliz. Até que veio um novo cachorro. Em Toy Story, Woody era feliz. Até que chegou Buzz, um novo brinquedo. O personagem mais antigo fica com ciúmes do novo, e isso coloca o roteiro em andamento.
3. Em Toy Story, Buzz entra em uma crise existencial, ao descobrir que ele é apenas um brinquedo feito em série. Woody o auxilia, pois eles tem de voltar para casa. Woody eventualmente iria se retratar com o seu grupo, pois mentiu e manipulou os outros brinquedos, por conta do ciúme. Em Pets, não notei mudanças significativas dos personagens principais. O cachorro pequeno é salvo pela poodle, que meio que do nada gostava dele. Ele ora quer abandonar o cachorro grande, ora corre, vítima das situações do filme. Poucas vezes é dado a ele uma opção clara. Trair a confiança do cachorro grande para se salvar, ou se arriscar em nome da amizade. Já o cachorro grande tinha se perdido. Mas descobre que o dono dele morreu. E rapidamente já foge dali. No final do filme, já parece se esquecer completamente do antigo dono. A trama se estica toda, ficando pouco factível.
4. Em Toy Story 3, o vilão era um brinquedo abandonado. A história dele é contada de maneira a gerar algum tipo de identificação. Esse abandono é a fonte do ressentimento dele. Como "castigo", ele é atado a um destino trágico. Em Pets, o "vilão" é o coelho. Que também é um animal abandonado. Durante quase todo o filme, ele falava da maneira descolada dele. Simplesmente citaram que um mago o abandonou. E no final, ele é adotado por uma garota. Um vilão raso que é que convertido em um abraço. Parece que os atos irresponsáveis dele geraram uma recompensa positiva.
Venom
3.1 1,4K Assista AgoraVer o filme com expectativas baixíssimas me ajudou na avaliação. O filme conta com um CGI que me lembrou os anos 90. O filme tem muitas cenas que ficaram engraçadas, embora não me pareça ter sido o efeito desejado pela equipe. Roteiro muito básico, e com inúmeras "coincidências fortuitas", pois o filme tinha de avançar.
É o tipo de filme que pode deixar passando na TV, em uma tarde de domingo, enquanto a família bate um papo.