Nebraska é o melhor filme de Alexander Payne. Retratando a vida pacata e vazia de uma família e a busca de seu patriarca por algo que nem ele sabe o que significa. Payne faz um filme comovente e engraçado sobre pai e filho, com personagens queridos e uma trilha sonora deliciosa, sem falar na linda fotografia em preto e branco que remete ao passado e a velhice, alguns dos temas centrais do filme.
Sem ser melodramático e buscando tratar o tema com uma sobriedade e crueza que até então não tinha visto ser abordado, o filme sobre escravidão de Steve McQueen arranca lágrimas de indignação e escancara o absurdo de toda a situação. Do delírio de posse sobre outro ser humano a violência física e psicológica.
Ela emociona por deixar explicito a necessidade humana de se relacionar, de afeto e de conexão com o outro, seja ela de qual forma se apresentar. Em um mundo cada vez mais tecnológico em que as pessoas passam cada vez mais tempo com computadores e celulares, Spike Jonze decide contar uma história de amor entre um homem e uma voz de sistema operacional. Para mim faz todo o sentido. E é lindo ver como esse tema é tratado com delicadeza e é levado a sério.
É curioso assistir um filme nacional de terror, independente, com a Sandy e gostar tanto. Não, a Sandy não faz a personagem principal, nem conseguiu fazer com que eu esquecesse que ela era ela, apesar de estar bem. Mas sua figura faz todo o sentido naquele universo e é bizarro, além de ter um significado próprio para quem tem minha idade sentir calafrios ouvindo-a cantar uma musiquinha sinistra. Sandy a parte, o filme utiliza aquele ambiente característico de apartamento da cidade de São Paulo para contar uma história de terror psicológico e de ocultismo, com momentos que fazem alusão ao O Iluminado e outros a O Bebe de Rosemary.
Alfonso Cuarón já mostrava sua segurança como diretor em seu segundo trabalho e primeiro fora de seu país natal. essa fábula infantil se assemelha ao lindo O Jardim Secreto por contar a história de uma garota fora do seu ambiente natural, longe de sua família e tendo que lidar com regras impostas, junto a pessoas desconhecidas. Feliz na escalação do elenco infantil, Cuarón tem aqui o seu trabalho mais doce. Perdendo um pouco a mão em seu fim simplista que pune os vilões de maneira esquemática e resolve alguns conflitos sem explicações plausíveis.
O Cavaleiro Solitário não é necessariamente um bom filme, mas não é de longe a bomba que tem se dito por aí. Vítima de um buzz negativo desde que se soube que o filme havia quebrado o orçamento, o novo filme de Gore Verbinski já era odiado por todos antes de ser visto. Com algumas cenas de ação divertidas e bonito esteticamente, o filme não sustenta sua duração e tem um ou outro furo no roteiro, mas é fácil de assistir e fácil de esquecer.
O Ato de Matar é inteligentíssimo por denunciar as atrocidades de uma ditadura ainda em vigor, fazendo com que os próprios ditadores contem a história através de uma obra audiovisual. Acreditando e se alto definindo heróis da nação e levados durante o processo de criação a analisarem a crueldade de seus atos.
Sabe aquele filme de terror em que a mocinha coadjuvante toma uma decisão estúpida ao lidar com um assassino serial e é morta espetada de alguma forma? Imagine uma família de umas 10 pessoas estúpidas assim. O que fazer se sua casa isolada está sendo atacada por pessoas mascaradas que atiram flechas do lado de fora? Que tal sair correndo o mais rápido possível pela porta da frente para buscar ajuda? Ou então ir dormir sozinha no quarto por esgotamento emocional? Ficar desfilando em frente as janelas também é uma boa. Poderia até ser engraçado se o filme causasse alguma simpatia por seus personagens, mas se nem os integrantes da família parecem sentir algum pesar na morte de seus filhos, maridos, esposas e irmãos, quem sou eu pra ligar pra alguém ali?
Muito bem fotografado, e só. Insolação consegue juntar um elenco incrível e destruí-lo com seus personagens aborrecidos. Com a desculpa de se inspirar em contos russos do início do século passado (ideia que só é entendida por causa da sinopse e de monólogos expositivos que praticamente pedem que o espectador compreenda o filme dessa forma) para traçar um perfil psicológico de pessoas em uma Brasilia quente, esse trabalho destrói o bom humor de quem o assiste, e infelizmente não é por causa do envolvimento com os personagens introspectivos e melancólicos.
Scorsese faz o que David O. Russell não consegue em Trapaça, e da profundidade, motivo e critica pra todo aquele excesso que é visto em seu filme, tendo também a coragem necessária para ir mais longe e sair do que é esperado. Peca apenas em sua duração, já que se repete demais e martela uma ideia que já seria bem compreendida com meia hora a menos de duração. A cena com Dicaprio e Jonah Hill drogados é uma das coisas mais engraçadas que já vi do diretor.
Trapaça não merecia todo esse falatório. É um bom filme, mas se apoia demais em sua caracterização da época, diverte nesse ponto, mas soa vazio. Tem boas atuações, apesar de Bradley Cooper que parece reviver o mesmo personagem do último filme do mesmo diretor, só que pior. E pra finalizar não tem personalidade na direção, aliás David O. Russell tem se tornado pra mim um diretor incapaz de fazer algo verdadeiramente ruim ou bom.
Sem dúvida um filme que merece algum crédito por tentar ser uma ficção científica de idéias, feita com muito pouco dinheiro, mas ao contrário de outras tentativas que deram mais certo como Lunar, aqui a falta de orçamento pesa e obriga o diretor a fixar sempre a câmera no rosto de seus atores, mesmo quando o filme pede uma maior abertura de campo e mais movimentos de câmera. O elenco também é irregular, o que não ajuda.
Mais uma peça de Tracy Letts que virou um roteiro adaptado por ele mesmo e, como no esquizofrênico Bug, é dirigido por William Friedkin. Filme que tem como personagens principais 5 pessoas absolutamente sem escrúpulos, sem moral ou qualquer traço de humanidade, em que um matador de aluguel soa como a pessoa mais sensata em cena. A longa última cena é uma das coisas mais insanas que assisti em muito tempo.
Mama é um terror convencional que não bota medo, ao contrário do curta metragem de dois minutos que deu origem ao filme. As vezes soando como terror de casa mal assombrada, outras vezes apelando para crianças sinistras e finalizando como fábula gótica ao estilo Tim Burton, o filme não se decide e perde força como longa metragem.
Acho Guillermo del Toro muito mais legal quando se dedica a filmes menores e mais voltados aos personagens, como A Espinha do Diabo e principalmente O Labirinto do Fauno, mas Círculo de Fogo é bem dirigido e diverte em sua homenagem absurda as histórias japonesas de robôs e monstros gigantes.
Os Croods é uma animação bonitinha, divertida e que funciona por se manter sempre em movimento, criando obstáculos a cada momento para serem vencidos pela família título. É convencional em quase tudo e a moral da história para as crianças assimilarem está lá, mas é carismático e tecnicamente bem feito o suficiente para manter o interesse.
Richard Linklater é um diretor que adoro por sempre abraçar uma linguagem não muito usual em seus filmes. Desde a trilogia Antes do Amanhecer, passando por Waking Life, até o muito esperado por mim Boyhood. Em Bernie, ele conta uma história baseada em fatos reais em tom de humor negro e que seria mais convencional se não tivesse a participação de várias pessoas reais que testemunharam os acontecimentos, misturando ficção e documentário. Se não é uma ideia inteiramente nova, ao menos é raramente utilizada, enriquecendo o filme e causando outro tipo de interesse por uma história divertida, mas que de outra forma passaria inofensiva e se transformaria num filme curioso apenas para quem gosta do diretor.
Cate Blanchett transforma a fútil Jasmine em uma personagem complexa e autodestrutiva, enquanto Sally Hawkins faz sua irmã soar como um contraponto para a personagem principal, mas que sofre dos mesmos problemas de carência e baixa autoestima.
A Grande Beleza bebe do cinema de Fellini sem disfarçar, talvez por julga-lo belo e de certa forma ilustrar uma das temáticas principais deste filme de Sorrentino. Enquanto acompanhava a jornada do personagem central, me sentia observando algum parente daquele outro de Marcello Mastroianni em Oito e Meio, mas sem o mesmo interesse por sua crise criativa e de vida. Povoado de personagens propositalmente vazios, Sorrentino discute a arte através do confronto entre o universo em que o personagem central está inserido, mas não participando integralmente. Partindo desse ponto, chega em outra discussão que pra mim parece mais importante para o filme, o tempo e a finitude. Um filme ousado por trazer discussões sobre temas difíceis de serem abordados com maior propriedade, mas que me causou um distanciamento enorme pelas excentricidades de seu universo e gama de personagens.
Não entendi a comoção que esse filme causou, figurando em várias listas de filmes do ano de várias pessoas que normalmente confio e se nem sempre concordo, compreendo seus argumentos. Os Suspeitos é um filme de caça ao assassino, aqui sequestrador, na linha de Seven, Zodíaco e Memórias de um Assassino (os três infinitamente melhores). O principal problema nele é ser absurdamente previsível. O filme te dá todas as peças necessárias para se montar o pobre quebra-cabeça nos primeiros 30 minutos, as 2 horas que seguem servem para você constatar o óbvio. Se previsibilidade fosse o único problema, até que não seria um desastre, mas ter que acompanhar a lerdeza de raciocínio do personagem de Jake Gyllenhaal é quase insuportável. O detetive vivido por ele não consegue perceber pistas que estão clamando por atenção e insiste em buscar evidências onde claramente não achará nada. Tomo como exemplos isolados a casa suspeitíssima em que o personagem de Hugh Jackman praticamente se interna, além da história de vida estranhíssima da família do personagem de Paul Dano. Como é difícil simpatizar com Gyllenhaal, tentei depositar minha atenção no personagem de Jackman, já que é aparentemente mais esperto que o detetive, mas ao decorrer do filme ele se torna igualmente cabeça oca, e aí acabou qualquer interesse que poderia ter pela história. Ao filme resta a ótima fotografia e as boas interpretações da dupla principal, mesmo que para personagens tão difíceis de se aturar.
Essa prequel do filme de 82 de John Carpenter, tenta emular várias características, situações e o visual que marcaram o antecessor, mas não tem o mesmo impacto, nem causa tanto estranhamento quanto o original. Uma porção de idéias recicladas, truques de câmera dando espaço para o CGI e uma construção de suspense afoita ao meio de um exagero de personagens que estão lá pra morrer sem que nos importemos.
A única coisa assustadora nesse Virgínia é saber que quem roteirizou, dirigiu e produziu isso foi o Coppola. Absolutamente sem foco, história rasa e fotografia feita aparentemente no photoshop, o novo filme do diretor da trilogia O Poderoso Chefão parece ter sido feito por um amador.
Jeff Nichols é um diretor e roteirista interessante. Quando assisti O Abrigo, seu filme anterior, fiquei apaixonado por como constrói com cuidado a evolução do seu personagem principal e a situação em que se coloca, só para em certo momento desconstruir a ideia sem perder o desenvolvimento da discussão que até então havia proposto ao espectador. Esse novo filme segue mais ou menos pelo mesmo caminho, já que também é um filme de aparências. Povoando a tela com personagens perigosos e instáveis para no final das contas, tratar de um tema muito mais delicado do que o esperado, a adolescência, ou mais especificamente, a percepção do amor por um jovem entre a infância e a vida adulta. Essa fuga da abordagem convencional de um tema já tão tratado em outros filmes é o mais legal no trabalho de Nichols, e pra mim é muito claro a veia que tem para a construção do suspense, sendo muito cuidadoso com seus diálogos, construindo situações sem muita pressa e aumentando a tensão conforme a narrativa se desenrola. Mud (nome original, mais simples e mais adequado) só não é melhor por conta do excesso de cuidado com qual é tratado, não é ousado o suficiente para cumprir as expectativas que até então tinha criado, acabando por optar por soluções satisfatórias para a discussão principal, mas não necessariamente originais.
Nebraska
4.1 1,0K Assista AgoraNebraska é o melhor filme de Alexander Payne. Retratando a vida pacata e vazia de uma família e a busca de seu patriarca por algo que nem ele sabe o que significa. Payne faz um filme comovente e engraçado sobre pai e filho, com personagens queridos e uma trilha sonora deliciosa, sem falar na linda fotografia em preto e branco que remete ao passado e a velhice, alguns dos temas centrais do filme.
12 Anos de Escravidão
4.3 3,0KSem ser melodramático e buscando tratar o tema com uma sobriedade e crueza que até então não tinha visto ser abordado, o filme sobre escravidão de Steve McQueen arranca lágrimas de indignação e escancara o absurdo de toda a situação. Do delírio de posse sobre outro ser humano a violência física e psicológica.
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraEla emociona por deixar explicito a necessidade humana de se relacionar, de afeto e de conexão com o outro, seja ela de qual forma se apresentar. Em um mundo cada vez mais tecnológico em que as pessoas passam cada vez mais tempo com computadores e celulares, Spike Jonze decide contar uma história de amor entre um homem e uma voz de sistema operacional. Para mim faz todo o sentido. E é lindo ver como esse tema é tratado com delicadeza e é levado a sério.
Quando Eu Era Vivo
2.9 323É curioso assistir um filme nacional de terror, independente, com a Sandy e gostar tanto. Não, a Sandy não faz a personagem principal, nem conseguiu fazer com que eu esquecesse que ela era ela, apesar de estar bem. Mas sua figura faz todo o sentido naquele universo e é bizarro, além de ter um significado próprio para quem tem minha idade sentir calafrios ouvindo-a cantar uma musiquinha sinistra.
Sandy a parte, o filme utiliza aquele ambiente característico de apartamento da cidade de São Paulo para contar uma história de terror psicológico e de ocultismo, com momentos que fazem alusão ao O Iluminado e outros a O Bebe de Rosemary.
A Princesinha
4.1 789 Assista AgoraAlfonso Cuarón já mostrava sua segurança como diretor em seu segundo trabalho e primeiro fora de seu país natal. essa fábula infantil se assemelha ao lindo O Jardim Secreto por contar a história de uma garota fora do seu ambiente natural, longe de sua família e tendo que lidar com regras impostas, junto a pessoas desconhecidas. Feliz na escalação do elenco infantil, Cuarón tem aqui o seu trabalho mais doce. Perdendo um pouco a mão em seu fim simplista que pune os vilões de maneira esquemática e resolve alguns conflitos sem explicações plausíveis.
O Cavaleiro Solitário
3.2 1,4K Assista AgoraO Cavaleiro Solitário não é necessariamente um bom filme, mas não é de longe a bomba que tem se dito por aí. Vítima de um buzz negativo desde que se soube que o filme havia quebrado o orçamento, o novo filme de Gore Verbinski já era odiado por todos antes de ser visto.
Com algumas cenas de ação divertidas e bonito esteticamente, o filme não sustenta sua duração e tem um ou outro furo no roteiro, mas é fácil de assistir e fácil de esquecer.
Clube de Compras Dallas
4.3 2,8K Assista AgoraFilme convencional e redondinho. Conta uma história real com tema social importante e fortalece Matthew McConaughey como um ótimo ator.
O Ato de Matar
4.3 134O Ato de Matar é inteligentíssimo por denunciar as atrocidades de uma ditadura ainda em vigor, fazendo com que os próprios ditadores contem a história através de uma obra audiovisual. Acreditando e se alto definindo heróis da nação e levados durante o processo de criação a analisarem a crueldade de seus atos.
Você é o Próximo
3.2 1,5K Assista AgoraSabe aquele filme de terror em que a mocinha coadjuvante toma uma decisão estúpida ao lidar com um assassino serial e é morta espetada de alguma forma? Imagine uma família de umas 10 pessoas estúpidas assim. O que fazer se sua casa isolada está sendo atacada por pessoas mascaradas que atiram flechas do lado de fora? Que tal sair correndo o mais rápido possível pela porta da frente para buscar ajuda? Ou então ir dormir sozinha no quarto por esgotamento emocional? Ficar desfilando em frente as janelas também é uma boa. Poderia até ser engraçado se o filme causasse alguma simpatia por seus personagens, mas se nem os integrantes da família parecem sentir algum pesar na morte de seus filhos, maridos, esposas e irmãos, quem sou eu pra ligar pra alguém ali?
Insolação
3.3 115 Assista AgoraMuito bem fotografado, e só. Insolação consegue juntar um elenco incrível e destruí-lo com seus personagens aborrecidos. Com a desculpa de se inspirar em contos russos do início do século passado (ideia que só é entendida por causa da sinopse e de monólogos expositivos que praticamente pedem que o espectador compreenda o filme dessa forma) para traçar um perfil psicológico de pessoas em uma Brasilia quente, esse trabalho destrói o bom humor de quem o assiste, e infelizmente não é por causa do envolvimento com os personagens introspectivos e melancólicos.
O Lobo de Wall Street
4.1 3,4K Assista AgoraScorsese faz o que David O. Russell não consegue em Trapaça, e da profundidade, motivo e critica pra todo aquele excesso que é visto em seu filme, tendo também a coragem necessária para ir mais longe e sair do que é esperado. Peca apenas em sua duração, já que se repete demais e martela uma ideia que já seria bem compreendida com meia hora a menos de duração. A cena com Dicaprio e Jonah Hill drogados é uma das coisas mais engraçadas que já vi do diretor.
Trapaça
3.4 2,2K Assista AgoraTrapaça não merecia todo esse falatório. É um bom filme, mas se apoia demais em sua caracterização da época, diverte nesse ponto, mas soa vazio. Tem boas atuações, apesar de Bradley Cooper que parece reviver o mesmo personagem do último filme do mesmo diretor, só que pior. E pra finalizar não tem personalidade na direção, aliás David O. Russell tem se tornado pra mim um diretor incapaz de fazer algo verdadeiramente ruim ou bom.
Viagem à Lua de Júpiter
3.1 285 Assista AgoraSem dúvida um filme que merece algum crédito por tentar ser uma ficção científica de idéias, feita com muito pouco dinheiro, mas ao contrário de outras tentativas que deram mais certo como Lunar, aqui a falta de orçamento pesa e obriga o diretor a fixar sempre a câmera no rosto de seus atores, mesmo quando o filme pede uma maior abertura de campo e mais movimentos de câmera. O elenco também é irregular, o que não ajuda.
Killer Joe: Matador de Aluguel
3.6 881 Assista AgoraMais uma peça de Tracy Letts que virou um roteiro adaptado por ele mesmo e, como no esquizofrênico Bug, é dirigido por William Friedkin. Filme que tem como personagens principais 5 pessoas absolutamente sem escrúpulos, sem moral ou qualquer traço de humanidade, em que um matador de aluguel soa como a pessoa mais sensata em cena. A longa última cena é uma das coisas mais insanas que assisti em muito tempo.
Mama
3.0 2,8K Assista AgoraMama é um terror convencional que não bota medo, ao contrário do curta metragem de dois minutos que deu origem ao filme. As vezes soando como terror de casa mal assombrada, outras vezes apelando para crianças sinistras e finalizando como fábula gótica ao estilo Tim Burton, o filme não se decide e perde força como longa metragem.
Círculo de Fogo
3.8 2,6K Assista AgoraAcho Guillermo del Toro muito mais legal quando se dedica a filmes menores e mais voltados aos personagens, como A Espinha do Diabo e principalmente O Labirinto do Fauno, mas Círculo de Fogo é bem dirigido e diverte em sua homenagem absurda as histórias japonesas de robôs e monstros gigantes.
Os Croods
3.7 1,1K Assista AgoraOs Croods é uma animação bonitinha, divertida e que funciona por se manter sempre em movimento, criando obstáculos a cada momento para serem vencidos pela família título.
É convencional em quase tudo e a moral da história para as crianças assimilarem está lá, mas é carismático e tecnicamente bem feito o suficiente para manter o interesse.
Quase um Anjo
3.3 181 Assista AgoraRichard Linklater é um diretor que adoro por sempre abraçar uma linguagem não muito usual em seus filmes. Desde a trilogia Antes do Amanhecer, passando por Waking Life, até o muito esperado por mim Boyhood.
Em Bernie, ele conta uma história baseada em fatos reais em tom de humor negro e que seria mais convencional se não tivesse a participação de várias pessoas reais que testemunharam os acontecimentos, misturando ficção e documentário.
Se não é uma ideia inteiramente nova, ao menos é raramente utilizada, enriquecendo o filme e causando outro tipo de interesse por uma história divertida, mas que de outra forma passaria inofensiva e se transformaria num filme curioso apenas para quem gosta do diretor.
Blue Jasmine
3.7 1,7K Assista AgoraCate Blanchett transforma a fútil Jasmine em uma personagem complexa e autodestrutiva, enquanto Sally Hawkins faz sua irmã soar como um contraponto para a personagem principal, mas que sofre dos mesmos problemas de carência e baixa autoestima.
A Grande Beleza
3.9 463 Assista AgoraA Grande Beleza bebe do cinema de Fellini sem disfarçar, talvez por julga-lo belo e de certa forma ilustrar uma das temáticas principais deste filme de Sorrentino.
Enquanto acompanhava a jornada do personagem central, me sentia observando algum parente daquele outro de Marcello Mastroianni em Oito e Meio, mas sem o mesmo interesse por sua crise criativa e de vida.
Povoado de personagens propositalmente vazios, Sorrentino discute a arte através do confronto entre o universo em que o personagem central está inserido, mas não participando integralmente. Partindo desse ponto, chega em outra discussão que pra mim parece mais importante para o filme, o tempo e a finitude.
Um filme ousado por trazer discussões sobre temas difíceis de serem abordados com maior propriedade, mas que me causou um distanciamento enorme pelas excentricidades de seu universo e gama de personagens.
Os Suspeitos
4.1 2,7K Assista AgoraNão entendi a comoção que esse filme causou, figurando em várias listas de filmes do ano de várias pessoas que normalmente confio e se nem sempre concordo, compreendo seus argumentos.
Os Suspeitos é um filme de caça ao assassino, aqui sequestrador, na linha de Seven, Zodíaco e Memórias de um Assassino (os três infinitamente melhores). O principal problema nele é ser absurdamente previsível. O filme te dá todas as peças necessárias para se montar o pobre quebra-cabeça nos primeiros 30 minutos, as 2 horas que seguem servem para você constatar o óbvio.
Se previsibilidade fosse o único problema, até que não seria um desastre, mas ter que acompanhar a lerdeza de raciocínio do personagem de Jake Gyllenhaal é quase insuportável. O detetive vivido por ele não consegue perceber pistas que estão clamando por atenção e insiste em buscar evidências onde claramente não achará nada. Tomo como exemplos isolados a casa suspeitíssima em que o personagem de Hugh Jackman praticamente se interna, além da história de vida estranhíssima da família do personagem de Paul Dano.
Como é difícil simpatizar com Gyllenhaal, tentei depositar minha atenção no personagem de Jackman, já que é aparentemente mais esperto que o detetive, mas ao decorrer do filme ele se torna igualmente cabeça oca, e aí acabou qualquer interesse que poderia ter pela história.
Ao filme resta a ótima fotografia e as boas interpretações da dupla principal, mesmo que para personagens tão difíceis de se aturar.
A Coisa
3.2 816 Assista AgoraEssa prequel do filme de 82 de John Carpenter, tenta emular várias características, situações e o visual que marcaram o antecessor, mas não tem o mesmo impacto, nem causa tanto estranhamento quanto o original. Uma porção de idéias recicladas, truques de câmera dando espaço para o CGI e uma construção de suspense afoita ao meio de um exagero de personagens que estão lá pra morrer sem que nos importemos.
Virgínia
2.3 256 Assista AgoraA única coisa assustadora nesse Virgínia é saber que quem roteirizou, dirigiu e produziu isso foi o Coppola. Absolutamente sem foco, história rasa e fotografia feita aparentemente no photoshop, o novo filme do diretor da trilogia O Poderoso Chefão parece ter sido feito por um amador.
Amor Bandido
3.7 353 Assista AgoraJeff Nichols é um diretor e roteirista interessante. Quando assisti O Abrigo, seu filme anterior, fiquei apaixonado por como constrói com cuidado a evolução do seu personagem principal e a situação em que se coloca, só para em certo momento desconstruir a ideia sem perder o desenvolvimento da discussão que até então havia proposto ao espectador.
Esse novo filme segue mais ou menos pelo mesmo caminho, já que também é um filme de aparências. Povoando a tela com personagens perigosos e instáveis para no final das contas, tratar de um tema muito mais delicado do que o esperado, a adolescência, ou mais especificamente, a percepção do amor por um jovem entre a infância e a vida adulta.
Essa fuga da abordagem convencional de um tema já tão tratado em outros filmes é o mais legal no trabalho de Nichols, e pra mim é muito claro a veia que tem para a construção do suspense, sendo muito cuidadoso com seus diálogos, construindo situações sem muita pressa e aumentando a tensão conforme a narrativa se desenrola. Mud (nome original, mais simples e mais adequado) só não é melhor por conta do excesso de cuidado com qual é tratado, não é ousado o suficiente para cumprir as expectativas que até então tinha criado, acabando por optar por soluções satisfatórias para a discussão principal, mas não necessariamente originais.