Maravilhoso, conseguiram adaptar pra "vida real" sem perder a essência dos personagens e mesmo os elementos impossíveis (como o cabelo do Cebolinha) passaram muito bem dos quadrinhos pro live action. Gostei do clima atemporal, você não sabe se passa nos dias atuais ou qualquer outra década, cada pessoa vai remeter à sua própria infância, seja lá quando foi. Espero que depois de Lições (2020) venham mais filmes da turma e, quem sabe, num universo estendido tenhamos futuramente um filme do Astronauta ou da turma do Chico Bento.
E quem tá reclamando que a história só foca nos 4 e mal mostra o resto da turma, favor se informar melhor que é baseado na graphic novel Laços, é o mínimo.
Excelente. Muita gente não vai gostar (vide a nota baixa) por ser simplíssimo: 3 cenários apenas, 4 atores, zero trilha sonora, zero efeitos. Mas é visível que não é por baixo orçamento, mas sim a proposta do diretor. Num filme cru assim tudo tem que se sustentar num bom texto e em atuações convincentes, afinal não tem uma superprodução ou uma fotografia pra "enganar", tá tudo exposto. E isso o filme cumpre, o texto é bem construído e as cenas longuíssima lembram o "velho cinema", menos dinâmico. A temática é ótima, expõe bem a hipocrisia no esporte, onde as pessoas tem que reprimir quem são pra manter uma imagem vendável comercialmente.
Não tem como ser indiferente ao final. Ao mesmo tempo que a gente pensa "ele mereceu", também torcemos pelo clichê de um final feliz, mesmo se tratando de um anti-herói muito arrogante e errante
O belo desse filme é a sutileza. É difícil passar o começo, mas a medida que toma ritmo, a gente torce muito pela Florence. Só o final que deixa uma tristeza apesar dos pesares.
Ernesto era manipulador, egocêntrico e sentia prazer em humilhar os outros. É interessante a construção do personagem, desperta uma afeição inicial, mas uma rejeição enorme logo que fica claro quem realmente ele é.
Pobre do carregador, que estava disposto a correr riscos e ceder tudo para alguém que nunca o viu além de um pedaço de carne. No fim ele conseguiu o poder que tanto queria, ainda que custasse uma vida toda de infelicidade. Imagino que muita gente ficou com a sensação de que ele foi totalmente amoral e não teve punição por isso, mas um filme é só um filme, não tem que dar lição de moral.
Hoje poderia não surpreender, mas pela época em que foi feito e o desenvolvimento que deram ao personagem, foi tudo muito ousado e bem realizado.
Clichêzão total. Tem todos os elementos batidos de filmes do gênero: o rebelde que não entende a própria sexualidade, o bem resolvido que chega pra transformar a vida do outro, conflitos familiares, uma ação que coloca tudo a perder na reta final. Talvez as pessoas tenham adorado o filme pela memória afetiva de O Segredo de Brokeback Mountain, afinal parece uma versão com final feliz deste. Aliás, outro motivo para tanto positivismo é não ter tido um fim trágico, o que é um milagre.
Enfim, é um bom filme, mas nada que diferencie dos demais do gênero.
O final foi simplesmente lamentável. Perdoar uma traição é aceitável, mas perdoar alguém que saiu com você e foi transar no banheiro com outro a poucos metros descaradamente? Uma lição de falta de amor próprio.
Me surpreendeu, não esperava muito pela sinopse, mas é bem divertido. Comédias europeias fogem de escatologias e babaquices sobre sexo, o que já é bem positivo. E ainda faz pensar sobre esse lance de imigrar em busca de valorização profissional. O que desanima são os clichês,
A primeira parte do filme é excelente, bem criativa e ainda traz esse humor negro de fundo que tira a tensão das horas pesadas (muita gente detesta a mistura de tons humorados num filme sério, mas eu particularmente adoro). Faz refletir sobre o extremo psicológico que uma situação daquelas leva, a gente ama e odeia os personagens em questão de segundos por suas atitudes dúbias.
A partir do esgoto tudo fica clichê e previsível, visto milhares de vezes em outros filmes, com aquele "dominó" mais manjado possível. É triste ver um filme que começa tão criativo e prendendo a atenção, se perder totalmente pela metade do caminho.
Pesadíssimo! Quando acabou ficou uma sensação de vazio horrível por imaginar quantas crianças passaram por coisas assim e o quão isso impactou o futuro delas. A nota, obviamente, não é pela história divertir, mas sim pela coragem de tocarem numa temática tão espinhosa e pela sensibilidade e realismo como desenvolveram, sem romantizar nada. É intragável e exatamente por isso necessário, afinal a essência do cinema é mais que somente entreter. A esperança é que esse filme sirva para alertar pais, tanto pra tomarem cuidado com quem deixam seus filhos, quanto pra terem um diálogo aberto sobre qualquer coisa em casa. Repito: pesadíssimo.
Gourmetizaram até o Papai Noel transformando ele num cara fitness e moderninho, além do jeitão valentão mais próximo do perfil de super-herói de quadrinhos do que de entidade mistica (até o trenó clássico virou um jatinho). Coloco como negativo também o fato de apostarem em um Noel todo tecnológico em vez da boa e velha magia. A produção e efeitos são excelentes e a história passa uma mensagem bonita, mas essa necessidade em fazer do velho um superhero padrãozinho foi péssima.
A comparação com De Repente 30 que alguns fazem chega a ser hedionda. Primeiro porque o filme percorre o drama e, a partir de um certo ponto, um leve romance, mas passa longe do cômico canastrão do primeiro citado. Se tira sorrisos algumas horas é de forma natural, por ser tão sofrido o que ela passa que o alívio é esse (especialmente na cena do colégio do filho, de não lembrar de ninguém ali). Aqui a personagem principal não é teletransportada magicamente para o futuro, mas sim tem um lapso de memória, uma ruptura nas lembranças da própria vida. É difícil crer que isso aconteça na vida, mas não improvável e isso é exatamente que faz a gente pensar o que faria no lugar dela, o quão desesperados ficaríamos.
A falta de um final explicando se ela recuperou a memória ou não e quais traumas levaram-na a perder parte desta pode ser negativo para muitos, mas particularmente eu gosto. Filmes que fogem do "começo-meio-fim", sem esse clichê do "feliz para sempre" são ótimos.
Apesar das diferenças, é um filme tão interessante quanto o original, salvo que a Irene era bem mais marcante que a Claire. Não sei se é a personagem, mas a Nicole Kidman não brilhou, poderia ser substituída por qualquer atriz menor que não faria estrago. Eu, particularmente, gostei da troca de esposa por filha, é um laço mais forte e a Júlia Roberts deu um show de atuação que coloca no bolso o elenco dos dois filmes. O cansaço no olhar realmente perpetua uma mãe que nunca mais dormiu em paz.
Não conhecia a história da rainha, mas uma rápida lida em sua biografia passou mais emoção que todo o filme. O foco inicial em seus ideais artísticos e progressistas se perdem quando toma a frente um romance água com açúcar e cenas arrastadas. A personagem é forte e instigante, mas a atriz escolhida muito fraca e canastrona, muito crua pra um papel desses. O maior pecado, no entanto, são as caracterizações pobres e os cenários pouco requintados em comparação com outros filmes da mesma temática. Uma pena pra uma história tão interessante, espero que outro filme possa abordar de forma mais cuidadosa.
O enredo do filme é maravilhoso. Muita gente criticou a lentidão dos acontecimentos, mas são necessários para que a história se desenvolva a partir da metade, é necessário entender de onde vem a afinidade entre os dois e a troca de uma certa agressividade pelo medo de não estar sendo correspondido. A única coisa frustrante é o fim. Entendo que é baseado no livro, mas quem já viu outros filmes da temática, sabe que aquele é final mais clichê do mundo.
Filme maravilhoso! A história é incrível e toda estética e figurinos percorrendo as décadas foi muito fiel. Quando acabou fiquei impressionado que havia se passado apenas 2h do início, parecia muito mais (no bom sentido), é incrível como conseguiram contar tanta história e desenvolvê-las tão bem neste tempo, o filme rendeu muito sem ficar nada corrido ou mal elaborado. Fiquei bem feliz em saber que é biográfico, que mulher maravilhosa e que bem ela fez a tantas outras mulheres!
A única coisa triste foi saber que o filme ficou pouco conhecido fora da Polônia, merecia ter sido indicado a grandes prêmios mundiais. Pelo menos no Netflix espero que sua mensagem seja disseminada com positividade!
Há de se levar em conta que é um filme totalmente sem orçamento e independente, gravado no interior e os atores provavelmente são amigos de quem produziu, é notório que não eram profissionais. A história é bem despretensiosa, não quer mostrar nada além da vida desgraçada do passional Ruben e como ele ainda queria fazer o bem pras pessoas ao redor. Sem grandes emoções, sem grandes cenas, é bem sutil. É interessante observar o interior dos EUA: o tráfico descarado e tratado como rotineiro, as pequenas cidades esquecidas e paradas no tempo, a história focada em personagens realmente pobres e sem perspectivas de futuro onde viviam.
É interessante também ver que, apesar do Ruben ter a vida desgraçada, ele ainda era visto como alguém superior pelo amigo do Jimmy: tinha uma família (ainda que com pai alcoólatra e tio traficante), uma faculdade (ainda que bolsista e tendo que trabalhar pra pagar o material), um emprego (ainda que num armazém) e roupas pra vestir (ainda que velhas).
Muita gente criticou o fato de não ter grandes cenas quentes. O filme é baseado no livro de 1913 (e publicado apenas em 1971 após a morte do autor), mantiveram no longa os fatos fieis a sutileza do original, afinal o personagem central buscava exatamente um encontro de almas, não apenas de carne. É interessante ver que naquela época ser gay era punível não só de prisão, mas de chibatadas, desmoralização pública e perda de diploma. Maurice é instigante, um anti-heroi, hora torcemos a favor, hora contra. Quanto ao Clive... bom, há muitos Clive até hoje.
A estética do filme é linda e a história tinha um potencial, mas foi tudo tão monótono e chato. Se a April se sentia sufocada e agoniada com a vida que levava, a gente se sente pelo andar arrastado do filme. Faltou uma direção mais forte, será? Nao vi toda essa reflexão que falam, vi apenas a tentativa vaga, acredito que o filme seja superestimado pelos grandes nomes. Aliás, adoro a maioria dos trabalhos do Leonardo e da Kate, mas juntos, igualmente em Titanic, foi um porre sem fim chegar ao fim do filme.
É um tanto confuso, mas essa é a graça, durante o filme todo a gente fica na dúvida de quem está falando a verdade, com a sensação de que todo mundo esconde algo. A maioria dos filmes latinos sempre tem essa estética bem mais escura e sem um final, provavelmente muita gente não gostou por estar acostumado com começo-meio-fim.
O final deixa pra gente imaginar as diversas conclusões. Gómez deixou testemunhas (os policiais da batida, a outra investigadora que desconfiava dele já, a própria noiva). Será que a rede de tráfico deu um fim em mais gente ou ele se safou? Filmes que deixam dúvidas saudáveis do futuro são bons.
É interessante como a história da personagem e da atriz se cruzam até certo ponto, ambas grandes ícones do cinema mudo que entraram em decadência por não se reinventarem para o sonoro e pela falta de papeis grandiosos para atrizes acima dos 35 na época. Diz-se que Gloria Swanson, tal e qual, era um tanto egocêntrica. Talvez exatamente por isso tenha aceito o papel sem levá-lo como um deboche da própria vida, mas vendo que seria a única que poderia representa-la. Apesar de notarem Sadie Thompson como o ponto alto da carreira da Gloria, é aqui que ela mostrou todo seu arsenal. A expressividade do olhar, da boca, a forma como ela ergue sempre a cabeça como se estivesse em um filme mudo 24h por dia ou quisesse evitar as marcas da idade, é tudo muito impressionante. A parte final comprova em definitivo que os estúdios foram equivocados em mantê-la longe das telas por longos 15 anos anteriores.
História linda, carregada de emoção e um sentimento de empatia do começo ao fim. O contexto geral e a atuação da interprete da Rose lembra "A Princesinha" (embora as histórias sejam completamente diferentes). O final foge do clichê do "feliz para sempre" e isso é excelente, não poderia ser diferente para não se tornar algo estranhamento lúdico. A narrativa sobre as laranjas é tocante. A busca pela felicidade realmente é diferente de pessoa para pessoa, faz refletir sobre as pequenas e preciosas coisas.
Triste e instigante ao mesmo tempo. É interessante ver um filme da temática ambientado na época da Alemanha nazista, apesar da violência ter sido acentuada bastante. Também dá uma angustia pelo Heinz, a forma como ele foi obrigado a enquadrar-se numa vida que não era dele para não sofrer mais na mão dos nazistas (provavelmente o mesmo que aconteceu com o Caspar, embora não fique explícito isso)
Depois da versão bem sucedida de Grease Live, imaginaram que apostar em outro remake renderia bons frutos, mas o tiro saiu longe. Eu sinceramente achava que era implicância das pessoas quando lia os comentários, imaginava que era pelo saudosismo pelo original, mas ao assistir entendi a decepção. A começar pela escolha da protagonista. Como colocaram num filme de dança uma atriz que se quer tinha contato com dança? Ficou evidente a falta de experiência, a insegurança, um total equivoco. Considerando que esse remake foi desastroso (bem como as versões modernas de Rocky Horror Picture Show, Hairspray Live e Footloose), a esperança é que parem por aqui com versões.
Um espetáculo incrível. É insano pensar que montaram uma produção itinerante dessas de duas horas de duração totalmente ao vivo, sem tempo para refazer, com as marcações certas e angulação de câmera. Apesar dos imprevistos (a chuva e o pai da atriz que morreu) tudo saiu perfeitamente bem. E com excelentes atuações, sem restrições, honrando a original. A mudança de cenário de "Freddy, My Love" e o jogo de câmeras rotatório de "Those Magic Changes" foram os pontos altos, totalmente inesperados. O números de "Greased Lightnin" e "Look at Me, I'm Sandra Dee" são meus favoritos e ficaram igualmente sensacionais. E a cena do racha foi um show de efeitos a parte, muito realista e compensaram bem a falta de espaço. Uma homenagem mais do que merecida e bem representada.
Um ótimo exemplo de como um ótimo curta se torna um péssimo filme. As vezes é melhor ficar na expectativa por mais de um curta excelente do que apostar num longa sem roteiro decente.
Turma da Mônica: Laços
3.6 605 Assista AgoraMaravilhoso, conseguiram adaptar pra "vida real" sem perder a essência dos personagens e mesmo os elementos impossíveis (como o cabelo do Cebolinha) passaram muito bem dos quadrinhos pro live action. Gostei do clima atemporal, você não sabe se passa nos dias atuais ou qualquer outra década, cada pessoa vai remeter à sua própria infância, seja lá quando foi. Espero que depois de Lições (2020) venham mais filmes da turma e, quem sabe, num universo estendido tenhamos futuramente um filme do Astronauta ou da turma do Chico Bento.
E quem tá reclamando que a história só foca nos 4 e mal mostra o resto da turma, favor se informar melhor que é baseado na graphic novel Laços, é o mínimo.
The Pass
2.8 56Excelente. Muita gente não vai gostar (vide a nota baixa) por ser simplíssimo: 3 cenários apenas, 4 atores, zero trilha sonora, zero efeitos. Mas é visível que não é por baixo orçamento, mas sim a proposta do diretor. Num filme cru assim tudo tem que se sustentar num bom texto e em atuações convincentes, afinal não tem uma superprodução ou uma fotografia pra "enganar", tá tudo exposto. E isso o filme cumpre, o texto é bem construído e as cenas longuíssima lembram o "velho cinema", menos dinâmico. A temática é ótima, expõe bem a hipocrisia no esporte, onde as pessoas tem que reprimir quem são pra manter uma imagem vendável comercialmente.
Não tem como ser indiferente ao final. Ao mesmo tempo que a gente pensa "ele mereceu", também torcemos pelo clichê de um final feliz, mesmo se tratando de um anti-herói muito arrogante e errante
A Livraria
3.6 218 Assista AgoraO belo desse filme é a sutileza. É difícil passar o começo, mas a medida que toma ritmo, a gente torce muito pela Florence. Só o final que deixa uma tristeza apesar dos pesares.
Ernesto
3.2 10Ernesto era manipulador, egocêntrico e sentia prazer em humilhar os outros. É interessante a construção do personagem, desperta uma afeição inicial, mas uma rejeição enorme logo que fica claro quem realmente ele é.
Pobre do carregador, que estava disposto a correr riscos e ceder tudo para alguém que nunca o viu além de um pedaço de carne. No fim ele conseguiu o poder que tanto queria, ainda que custasse uma vida toda de infelicidade. Imagino que muita gente ficou com a sensação de que ele foi totalmente amoral e não teve punição por isso, mas um filme é só um filme, não tem que dar lição de moral.
Hoje poderia não surpreender, mas pela época em que foi feito e o desenvolvimento que deram ao personagem, foi tudo muito ousado e bem realizado.
O Reino de Deus
4.1 335Clichêzão total. Tem todos os elementos batidos de filmes do gênero: o rebelde que não entende a própria sexualidade, o bem resolvido que chega pra transformar a vida do outro, conflitos familiares, uma ação que coloca tudo a perder na reta final. Talvez as pessoas tenham adorado o filme pela memória afetiva de O Segredo de Brokeback Mountain, afinal parece uma versão com final feliz deste. Aliás, outro motivo para tanto positivismo é não ter tido um fim trágico, o que é um milagre.
Enfim, é um bom filme, mas nada que diferencie dos demais do gênero.
O final foi simplesmente lamentável. Perdoar uma traição é aceitável, mas perdoar alguém que saiu com você e foi transar no banheiro com outro a poucos metros descaradamente? Uma lição de falta de amor próprio.
Desnorteados
3.3 54Me surpreendeu, não esperava muito pela sinopse, mas é bem divertido. Comédias europeias fogem de escatologias e babaquices sobre sexo, o que já é bem positivo. E ainda faz pensar sobre esse lance de imigrar em busca de valorização profissional. O que desanima são os clichês,
tipo o parto no carro feito por qualquer um e o casamento desfeito no altar.
O Bar
3.2 568A primeira parte do filme é excelente, bem criativa e ainda traz esse humor negro de fundo que tira a tensão das horas pesadas (muita gente detesta a mistura de tons humorados num filme sério, mas eu particularmente adoro). Faz refletir sobre o extremo psicológico que uma situação daquelas leva, a gente ama e odeia os personagens em questão de segundos por suas atitudes dúbias.
A partir do esgoto tudo fica clichê e previsível, visto milhares de vezes em outros filmes, com aquele "dominó" mais manjado possível. É triste ver um filme que começa tão criativo e prendendo a atenção, se perder totalmente pela metade do caminho.
Mistérios da Carne
4.1 975Pesadíssimo! Quando acabou ficou uma sensação de vazio horrível por imaginar quantas crianças passaram por coisas assim e o quão isso impactou o futuro delas. A nota, obviamente, não é pela história divertir, mas sim pela coragem de tocarem numa temática tão espinhosa e pela sensibilidade e realismo como desenvolveram, sem romantizar nada. É intragável e exatamente por isso necessário, afinal a essência do cinema é mais que somente entreter. A esperança é que esse filme sirva para alertar pais, tanto pra tomarem cuidado com quem deixam seus filhos, quanto pra terem um diálogo aberto sobre qualquer coisa em casa. Repito: pesadíssimo.
Crônicas de Natal
3.7 256 Assista AgoraGourmetizaram até o Papai Noel transformando ele num cara fitness e moderninho, além do jeitão valentão mais próximo do perfil de super-herói de quadrinhos do que de entidade mistica (até o trenó clássico virou um jatinho). Coloco como negativo também o fato de apostarem em um Noel todo tecnológico em vez da boa e velha magia. A produção e efeitos são excelentes e a história passa uma mensagem bonita, mas essa necessidade em fazer do velho um superhero padrãozinho foi péssima.
A Vida de Outra Mulher
3.6 184 Assista AgoraA comparação com De Repente 30 que alguns fazem chega a ser hedionda. Primeiro porque o filme percorre o drama e, a partir de um certo ponto, um leve romance, mas passa longe do cômico canastrão do primeiro citado. Se tira sorrisos algumas horas é de forma natural, por ser tão sofrido o que ela passa que o alívio é esse (especialmente na cena do colégio do filho, de não lembrar de ninguém ali). Aqui a personagem principal não é teletransportada magicamente para o futuro, mas sim tem um lapso de memória, uma ruptura nas lembranças da própria vida. É difícil crer que isso aconteça na vida, mas não improvável e isso é exatamente que faz a gente pensar o que faria no lugar dela, o quão desesperados ficaríamos.
A falta de um final explicando se ela recuperou a memória ou não e quais traumas levaram-na a perder parte desta pode ser negativo para muitos, mas particularmente eu gosto. Filmes que fogem do "começo-meio-fim", sem esse clichê do "feliz para sempre" são ótimos.
Olhos da Justiça
3.2 449 Assista AgoraApesar das diferenças, é um filme tão interessante quanto o original, salvo que a Irene era bem mais marcante que a Claire. Não sei se é a personagem, mas a Nicole Kidman não brilhou, poderia ser substituída por qualquer atriz menor que não faria estrago. Eu, particularmente, gostei da troca de esposa por filha, é um laço mais forte e a Júlia Roberts deu um show de atuação que coloca no bolso o elenco dos dois filmes. O cansaço no olhar realmente perpetua uma mãe que nunca mais dormiu em paz.
A Jovem Rainha
3.4 94 Assista AgoraNão conhecia a história da rainha, mas uma rápida lida em sua biografia passou mais emoção que todo o filme. O foco inicial em seus ideais artísticos e progressistas se perdem quando toma a frente um romance água com açúcar e cenas arrastadas. A personagem é forte e instigante, mas a atriz escolhida muito fraca e canastrona, muito crua pra um papel desses. O maior pecado, no entanto, são as caracterizações pobres e os cenários pouco requintados em comparação com outros filmes da mesma temática. Uma pena pra uma história tão interessante, espero que outro filme possa abordar de forma mais cuidadosa.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraO enredo do filme é maravilhoso. Muita gente criticou a lentidão dos acontecimentos, mas são necessários para que a história se desenvolva a partir da metade, é necessário entender de onde vem a afinidade entre os dois e a troca de uma certa agressividade pelo medo de não estar sendo correspondido. A única coisa frustrante é o fim. Entendo que é baseado no livro, mas quem já viu outros filmes da temática, sabe que aquele é final mais clichê do mundo.
A Arte de Amar
4.0 41Filme maravilhoso! A história é incrível e toda estética e figurinos percorrendo as décadas foi muito fiel. Quando acabou fiquei impressionado que havia se passado apenas 2h do início, parecia muito mais (no bom sentido), é incrível como conseguiram contar tanta história e desenvolvê-las tão bem neste tempo, o filme rendeu muito sem ficar nada corrido ou mal elaborado. Fiquei bem feliz em saber que é biográfico, que mulher maravilhosa e que bem ela fez a tantas outras mulheres!
A única coisa triste foi saber que o filme ficou pouco conhecido fora da Polônia, merecia ter sido indicado a grandes prêmios mundiais. Pelo menos no Netflix espero que sua mensagem seja disseminada com positividade!
Ruben's Place
2.1 2Há de se levar em conta que é um filme totalmente sem orçamento e independente, gravado no interior e os atores provavelmente são amigos de quem produziu, é notório que não eram profissionais. A história é bem despretensiosa, não quer mostrar nada além da vida desgraçada do passional Ruben e como ele ainda queria fazer o bem pras pessoas ao redor. Sem grandes emoções, sem grandes cenas, é bem sutil. É interessante observar o interior dos EUA: o tráfico descarado e tratado como rotineiro, as pequenas cidades esquecidas e paradas no tempo, a história focada em personagens realmente pobres e sem perspectivas de futuro onde viviam.
É interessante também ver que, apesar do Ruben ter a vida desgraçada, ele ainda era visto como alguém superior pelo amigo do Jimmy: tinha uma família (ainda que com pai alcoólatra e tio traficante), uma faculdade (ainda que bolsista e tendo que trabalhar pra pagar o material), um emprego (ainda que num armazém) e roupas pra vestir (ainda que velhas).
Maurice
4.0 189Muita gente criticou o fato de não ter grandes cenas quentes. O filme é baseado no livro de 1913 (e publicado apenas em 1971 após a morte do autor), mantiveram no longa os fatos fieis a sutileza do original, afinal o personagem central buscava exatamente um encontro de almas, não apenas de carne. É interessante ver que naquela época ser gay era punível não só de prisão, mas de chibatadas, desmoralização pública e perda de diploma. Maurice é instigante, um anti-heroi, hora torcemos a favor, hora contra. Quanto ao Clive... bom, há muitos Clive até hoje.
Foi Apenas um Sonho
3.6 1,3K Assista AgoraA estética do filme é linda e a história tinha um potencial, mas foi tudo tão monótono e chato. Se a April se sentia sufocada e agoniada com a vida que levava, a gente se sente pelo andar arrastado do filme. Faltou uma direção mais forte, será? Nao vi toda essa reflexão que falam, vi apenas a tentativa vaga, acredito que o filme seja superestimado pelos grandes nomes. Aliás, adoro a maioria dos trabalhos do Leonardo e da Kate, mas juntos, igualmente em Titanic, foi um porre sem fim chegar ao fim do filme.
Morte em Buenos Aires
2.9 50É um tanto confuso, mas essa é a graça, durante o filme todo a gente fica na dúvida de quem está falando a verdade, com a sensação de que todo mundo esconde algo. A maioria dos filmes latinos sempre tem essa estética bem mais escura e sem um final, provavelmente muita gente não gostou por estar acostumado com começo-meio-fim.
O final deixa pra gente imaginar as diversas conclusões. Gómez deixou testemunhas (os policiais da batida, a outra investigadora que desconfiava dele já, a própria noiva). Será que a rede de tráfico deu um fim em mais gente ou ele se safou? Filmes que deixam dúvidas saudáveis do futuro são bons.
Crepúsculo dos Deuses
4.5 794 Assista AgoraÉ interessante como a história da personagem e da atriz se cruzam até certo ponto, ambas grandes ícones do cinema mudo que entraram em decadência por não se reinventarem para o sonoro e pela falta de papeis grandiosos para atrizes acima dos 35 na época. Diz-se que Gloria Swanson, tal e qual, era um tanto egocêntrica. Talvez exatamente por isso tenha aceito o papel sem levá-lo como um deboche da própria vida, mas vendo que seria a única que poderia representa-la. Apesar de notarem Sadie Thompson como o ponto alto da carreira da Gloria, é aqui que ela mostrou todo seu arsenal. A expressividade do olhar, da boca, a forma como ela ergue sempre a cabeça como se estivesse em um filme mudo 24h por dia ou quisesse evitar as marcas da idade, é tudo muito impressionante. A parte final comprova em definitivo que os estúdios foram equivocados em mantê-la longe das telas por longos 15 anos anteriores.
A Razão do Amor
3.7 12História linda, carregada de emoção e um sentimento de empatia do começo ao fim. O contexto geral e a atuação da interprete da Rose lembra "A Princesinha" (embora as histórias sejam completamente diferentes). O final foge do clichê do "feliz para sempre" e isso é excelente, não poderia ser diferente para não se tornar algo estranhamento lúdico. A narrativa sobre as laranjas é tocante. A busca pela felicidade realmente é diferente de pessoa para pessoa, faz refletir sobre as pequenas e preciosas coisas.
Christopher and His Kind
3.7 152Triste e instigante ao mesmo tempo. É interessante ver um filme da temática ambientado na época da Alemanha nazista, apesar da violência ter sido acentuada bastante. Também dá uma angustia pelo Heinz, a forma como ele foi obrigado a enquadrar-se numa vida que não era dele para não sofrer mais na mão dos nazistas (provavelmente o mesmo que aconteceu com o Caspar, embora não fique explícito isso)
Dirty Dancing - O Musical
2.5 85Depois da versão bem sucedida de Grease Live, imaginaram que apostar em outro remake renderia bons frutos, mas o tiro saiu longe. Eu sinceramente achava que era implicância das pessoas quando lia os comentários, imaginava que era pelo saudosismo pelo original, mas ao assistir entendi a decepção. A começar pela escolha da protagonista. Como colocaram num filme de dança uma atriz que se quer tinha contato com dança? Ficou evidente a falta de experiência, a insegurança, um total equivoco. Considerando que esse remake foi desastroso (bem como as versões modernas de Rocky Horror Picture Show, Hairspray Live e Footloose), a esperança é que parem por aqui com versões.
Grease: Ao Vivo
4.0 75 Assista AgoraUm espetáculo incrível. É insano pensar que montaram uma produção itinerante dessas de duas horas de duração totalmente ao vivo, sem tempo para refazer, com as marcações certas e angulação de câmera. Apesar dos imprevistos (a chuva e o pai da atriz que morreu) tudo saiu perfeitamente bem. E com excelentes atuações, sem restrições, honrando a original. A mudança de cenário de "Freddy, My Love" e o jogo de câmeras rotatório de "Those Magic Changes" foram os pontos altos, totalmente inesperados. O números de "Greased Lightnin" e "Look at Me, I'm Sandra Dee" são meus favoritos e ficaram igualmente sensacionais. E a cena do racha foi um show de efeitos a parte, muito realista e compensaram bem a falta de espaço. Uma homenagem mais do que merecida e bem representada.
Dramas Adolescentes
3.1 133Um ótimo exemplo de como um ótimo curta se torna um péssimo filme. As vezes é melhor ficar na expectativa por mais de um curta excelente do que apostar num longa sem roteiro decente.