Hoje é até curioso ver computadores enormes com menos capacidade de um simples celular, mas antevê o que se tornaria muito corriqueiro, a atividade de hackers usando a tecnologia para cometer crimes.
No enredo estudantes universitários, com a ajuda de um especialista em computação (Dean Stockwell), se utilizam da ainda precária tecnologia dos computadores para aplicar golpes financeiros criando uma pessoa que existe apenas virtualmente.
nos leva a acreditar que a "pessoa" criada se revolta e ganha vida, passando a assassinar os estudantes que a criaram. Depois descobrimos que o tal "homem de papel" não é responsável pelos crimes, mas sim o reitor da faculdade que assassina os estudantes pois começa ele a se utilizar do personagem virtual para lucro financeiro. Um final enigmático, em que se sugere que as máquinas logo não precisariam mais de humanos para comandá-las.
Bom elenco, com destaque para Dean Stockwell e uma linda e jovem Stafanie Powers (Casal 20).
Terror B, que lembra "A mulher Vespa" de Roger Cormam, produzido um ano antes.
Mostra que a ditadura das aparências não mudou e que o envelhecimento é mais cruel para as mulheres que para os homens.
Os personagens masculinos são extremamente machistas e só estão interessados nas mulheres se elas forem jovens, mas as mulheres também estão interessadas em manter-se belas e jovens e não importa o que é preciso fazer para alcançar este objetivo.
Efeitos simples mas criativos para a época e uma boa atriz protagonista.
porque Malla, a velha nativa africana vai até os EUA procurar o endocrinolgoista marido de Sally e conta o segredo da juventudade fazendo-o viajar até o África. Qual foi seu interesse?
Uma espécie de giallo inglês que lembra "As sete máscaras da morte" com um enredo relacionado ao teatro, mas sem a mesma qualidade e sem Vincent Price, mesmo tendo Christhoper Lee, que sempre agrega qualidade à qualquer filme, mas neste o ícone dos filmes de terror, apesar de ter seu nome aparecendo em primeira lugar nos créditos, não é o protagonista.
O protagonismo da trama fica para as duas atrizes, Lelia Goldoni, em boa atuação e Jenny Tiill, bonita mas em atuação fraca.
e o personagem de Lee, o diretor da peça, é apontado como o principal suspeito dos assassinatos, mas ele desaparece no meio da narrativa e depois revela-se que está morto e foi assassinado pela verdadeira autora dos crimes, a perturbada Nicole (Jenny Till).
No final há uma longa e chatíssima cena com uma performance teatral de dançarinos ao som de uma batucada irritante.
A cultura escandinava e seus mitos em uma trama de vingança inspirada em Hamlet de Sheakespeare.
Embora seja um filme histórico, baseado na cultura nórdica e seu ciclo de violência, há forte presença das mitologias do povo viking, o que dá um ar fantasioso e sobrenatural ao enredo.
Todas as atuações são convincentes, carregando na teatralidade da narrativa.
Tecnicamente é impecável, mas com um exagero de cenas de violência explícita, embora necessário para marcar a violência desse momento da história e excessivamente longo com algumas sequências, a meu ver, desnecessárias.
Com disse, é um bom épico, mas não deixa der ser uma espécie de episódio mais longo da série "Vikings" e com orçamento muito maior, que vemos cada centavo numa produção visualmente grandiosa.
Uma trama criativa que ganhou um bom remake 20 anos depois, em 1993 com Virginia Madsen como a "femme fatale" e Richard Thomas, o marido enganado.
SPOILERS:
Este tem um elenco com rostos bastante conhecidos da TV e cinema da época, como a protagonista Stella Stevens que está convincente como Linda, a mulher sedutora que convence o amante (John Saxon) a participar de um plano, em que mata a mulher dele para ficarem com o dinheiro dela e colocar a culpa no seu marido (Ed Nelson).
Piloto de uma potencial série para a TV, que não foi produzida.
SPOILERS:
A trama tem semelhanças com "O Planeta dos macacos" e "1984".
Neil Stryker, um astronauta sofre um acidente com seu foguete quando retornava à terra, depois acorda em um hospital e descobre que seus dois companheiros estavam mortos e ele não estava na terra, mas em outro planeta bastante semelhante à ela. As pessoas eram seres humanos e até falavam inglês!
O problema é que este outro planeta é governado por um regime autoritário, que vigia seus cidadãos como um Big Brother, não há liberdade e eles querem descobrir os conhecimentos de Neil sobre o programa espacial da terra.
Produzido em 1973, ainda no auge da guerra fria entre EUA e União Soviética, este "outro planeta" é claramente inspirado no então adversário dos americanos, com críticas ao governo opressivo, que eles chamavam de "ordem perfeita".
Apesar da produção modesta, é interessante ver um filme que reflete bastante o momento político e ideológico em que foi produzido.
Um bom thriller feito para a TV com a ótima Shelley Winters no papel de Amanda, uma mãe obcecada em vingar a morte da filha.
SPOILERS:
Para isso ela sequestra Frank (Bradford Dillman) o homem que supostamente teria seduzido e engravidado a garota e seria responsável pelo suicídio dela, na verdade não é mencionado que foi suicídio mas alguns diálogos levam a essa conclusão.
É claro que há umas cenas bem forçadas, como o fato de Amanda trocar a maleta de Frank no aeroporto para usar como isca e atraí-lo para sua casa. Como ela sabia que ele iria deixar a maleta longe dele para que pudesse efetuar a troca? Como ela sabia o modelo da maleta para ter uma exatamente igual?
Tirando essas conveniências de roteiro, o filme prende a atenção, é tenso e com boas atuações.
Ao final, fica em aberto se Frank seria mesmo o homem que havia seduzido a filha de Amanda, já que ele passa o filme inteiro negando mas uma cena final sugere que ele poderia estar mentindo.
A trama lembra bastante o filme de 1993 "O anjo malvado" com Macaulay Culkin então no auge da fama.
SPOILERS:
Robert (Mark Gruner) é um garoto com claros indícios de psicopatia que vai passar as férias na casa de sua mãe (Diane Baker) e de seu padrasto (Ed Nelson) a quem odeia por venerar a memória do pai falecido. Leva com ele o amigo Stu (Christopher Shea) que ele trata como um escravo e que tem medo dele.
O padrasto descobre que Robert havia assassinado um garoto na escola, tenta avisar a mãe que além de não acreditar nele, ainda acha normal dar uma arma de presente para uma criança (talvez fosse nos anos 70).
É uma trama que envolve, mas o maior erro do filme foi a escolha de Mark Gruner para viver o menino psicopata, ele é péssimo, sua atuação é forçada e completamente exagerada, suas expressões de raiva são risíveis.
Vale como curiosidade pela presença de Ricardo Montalban, que depois ficaria bem conhecido no Brasil pela série "A ilha da fantasia", mas que já possuía uma longa carreira no cinema e tv.
SPOILERS:
A trama é até criativa, Sally Dillman (Elizabeth Ashley) acha que vai morrer de leucemia, mas depois que descobre que o diagnóstico estava errado, se vê em uma situação aflitiva, pois havia contratado um matador de aluguel para assassiná-la, já que não queria sofrer com a doença.
Fugindo de seu matador, é salva pelo policial Frank Ortega (Ricardo Montalban), que, sabe-se lá porque, resolve dedicar sua vida a proteger a mulher que acabava de conhecer, além de fazer com que todos os policiais da delegacia o ajudassem.
O filme inteiro se resume a Sally tentando descobrir quem era seu matador, já que o havia contratado através de outro homem e a fugir dele, com a ajuda de Ortega. É um tanto maçante, repetitivo e com uma cena final na praia bastante absurda.
O marido traidor acaba matando a amante por engano e vê seus planos se complicarem, mas o cafajeste tem um final pra lá de tenebroso, sendo enterrado vivo. Está certo que eram os anos 70, mas ver uma mulher que descobre a infidelidade do marido, sendo que ele ainda dá todos os indícios que só está interessado em seu dinheiro e ainda ouvindo conselhos da amiga, que também foi traída pelo marido, para lutar por seu casamento, que segundo a amiga, é um ótimo casamento... é de doer...
Se Nick (Ed Nelson) era também o velho Jensen, ele não havia sido morto na primeira cena do filme? Quem o matou? E se morreu, não foi enterrado? como voltou como o jovem Nick? Porque Nick convida o velho bêbado para ir até a cabana e ver sua transfomação? Precisava dele pra que se no final ele mata o velho depois que este testemunha sua transformação?
Muitas perguntas sem resposta, num filme que, apesar de curto, cansa.
Ótimo suspense dramático em que a interação entre os personagens importa mais do que a "busca da verdade", do sutbtítulo nacional.
Matt Damon em belíssima atuação, vive Bill, o pai que viaja para Marselha na França, onde a filha está presa, condenada pelo assassinato da namorada.
Damon dá ao personagem o peso dramático necessário de uma pessoa enbrutecida pela vida, simplória, melancólica, introspectiva, ao mesmo tempo rude e sensível, que está com a vida em escombros como a cidade destruída por um tornado, na qual ele aparece trabalhando na cena inicial. Como as casas destruídas, Bill também vai tentar se reconstruir e se erguer dos escombros ao longo da narrativa.
Sua ligação estremecida com a filha Allison (Abigail Breslin) vai sendo mostrada aos poucos, em encontros na prisão.. Existe tanta mágoa que vai se dissipando até chegar a uma relação sincera e amorosa
depois abalada pela descoberta da suposta culpa da filha.
A forma como o relacionamento de Bil com Virginie (Camille Cottin), a mulher francesa que o ajuda com o idioma e sua filha Maya (Lilou Siavaud, fofissima em atuação cativante), se desenvolve, é de uma leveza e sensibilidade extremas.
o que aconteceu com Akim, o jovem árabe que Bill sequestra e aprisiona, que seria o verdadeiro assassino, mas supostamente obedeceu as ordem de Allison. Ele some do cativeiro, Bill o soltou e ele com medo desapareceu sem denunciá-lo ou foi morto por ele?
Na verdade, essa dúvida não é esclarecida, porque novamente a importância está em como Bill se transforma, a ponto de, em sua última fala, dizer que não mais reconhece a realidade à sua volta, porque ele também havia mudado. A gravidade da situação de Allison e toda a experiência de Bill na França, funcionam apenas para se aprofundar nas relações entre os personagens e na forma como isso afeta suas vidas.
O título "Stillwater" (água parada), o nome da cidade, que muitos disseram que não correponde ao enredo do filme, pode ser interpretado como uma metáfora. Nâo é só o nome da cidade, pois a narrativa nem se desenvolve lá, mas se refere ao estado de espírito de Bill. Alguém cuja vida se encontra estagnada e é prisioneiro dessa paralisia.
O filme que, a princípio, pode parecer um filme de ação e investigação, mas cuja temática é a resignação, a perda, a inadequação, que diz em suas entrelinhas, podemos ter esperança mas devemos aceitar as consequências de nossos atos.O tornado passa na vida de Bill, mas a destruição provocada, não será facilmente reconstruída.
Uma mãe psicopata que leva a síndrome de Munchausen ao nível máximo.
Thriller eficiente com uma dupla de protagonistas entregando ótimas atuações, Sarah Paulson, vivendo Diane, a mãe alucinada, lembrando alguns de seus personagens desequilibrados da famosa série "American Horror Story" e Chloe, a filha abusada, vivida por Kiera Allen
As situações vividas por Chloe são angustiantes, o que garante a tensão durante todo o filme.
o que houve com o homem do correio atacado por Diane? Morreu? O final também deixa uma dúvida, Chloe procurou a mãe biológica? A forçada fica por conta da cena em que Diane prende Chloe num lugar onde todas as informações sobre seu rapto estavam disponíveis.
O filme é baseado na peça teatral que Agatha Christie escreveu a partir de um conto de sua autoria. Teve 6 indicações ao Oscar, mas perdeu todas, incluindo ator, atriz coadjuvante e direção.
SPOILERS ABAIXO:
O conto, bem mais curto que a peça, tem final completamente diferente e se encerra na revelação que Christine sabia que Leonard era culpado, por este motivo elaborou toda a trama para que não confiassem nela e suas mentiras fossem expostas, o que terminaria com a absolvição do marido. No livro e peça, o personagem se chama Romaine e é austríaca, nacionalidade modificada porque a intérprete Marlene Dietrich é alemã. Além disso, o personagem de maior destaque no filme, Sir Wilfrid, não existe.
Já a peça tem o mesmo final do filme, com Christine revelando toda a conspiração arquitetada e o assassinato do companheiro traidor em pleno tribunal. Só que enquanto no filme, temos a insinuação que Leonard sabia da conspiração e até seria o mentor dela, no livro Christine assume toda a autoria por estar apaixonada por ele, ao contrário do que admitia. Um acréscimo à trama cinematográfica, fica por conta da doença de Sir Wilfrid, que também não existe na peça, de resto o filme é bastante fiel.
A produção é dominado por Charles Laughton, que vive o advogado Sir Wilfrid Robarts, personagem que trafega entre o cômico e o dramático, numa performance absolutamente extraordinária. Em recuperação de um ataque cardíaco, insiste em desobedecer todas as ordens médicas que deveriam ser seguidas, sob a supervisão da enfermeira vivida por Elsa Lanchester, que tem boa química com Laughton de quem era esposa na vida real, mas é uma participação pequena que serve como um alívio cômico para o enredo, embora tenha sido indicada ao Oscar de atriz coadjuvante.
Diante da performance estupenda de Laughton, que foi indicado ao Oscar, fica mais evidente a falta de recursos dramáticos de Tyrone Power, vivendo o réu Leonard Vole, que sempre foi mais galã que bom ator. Não que isso estrague o filme, pois Tyrone tem o tipo correto para o personagem, embora com idade acima da indicada, mas um ator com talento dramático teria dado mais peso à narrativa. Suas intervenções indignadas durante o julgamento, soam forçadas e evidenciam ainda mais a canastrice do ator.
Marlene Dietrich, por sua vez, vivendo a dúbia Christine, não precisa se esforçar muito, já que sua presença magnética é suficiente para dar ao personagem o vigor necessário. Sua expressão gélida, característica marcante da atriz, é perfeita para viver a esposa vingativa, que depois se revela apaixonada e submissa ao marido disposta a sacrificar-se por ele e disposta também a matá-lo quando descobre sua traição. Dietrich vive essa dubiedade de forma plena. Além disso, ela ainda consegue enganar a todos, personagens e espectadores, como a misteriosa mulher que entrega as cartas “incriminadoras”, uma sensacional atuação aliada a um ótimo trabalho de maquiagem.
A trama é envolvente e seu plot twist, realmente inesperado. Para quem como eu, que já havia lido o conto e a peça, não foi, mas em momento algum, mesmo para mim que já conhecia o final, deixou de ser atrativo, isso graças a forma como o roteiro é desenvolvido aliada à suas atuações, em destaque os já citados Laughton e Dietrich.
Houve tanto empenho dos produtores e elenco para que sua reviravolta não fosse revelada, que há até um apelo durante os créditos finais, para que os espectadores não divulguem nada sobre o desfecho a quem ainda não tenha assistido.
“Testemunha de acusação” com seu roteiro brilhante da maior escritora de mistério de todos os tempos, direção segura de Billy Wilder, que deu o tom certo à narrativa e performances inspiradas foram fatores certamente responsáveis para se tornar um clássico absoluto dos chamados “filmes de tribunal” e, provavelmente, inspirou vários deles.
Visto no Youtube com o título de "O monstro da era atômica", o título nacional, obviamente visa atrair espectadores, mas é um exagero, pois não existe um "monstro".
SPOILERS:
Uma esfera vinda de outro planeta está sendo investigada por um grupo da terra. Enquanto o militar da Força Aérea se preocupa com a segurança e vê o objeto não identificado como uma ameaça, o cientista vê a chance de obter novos conhecimentos e tecnologia.
Do objeto sai um ser, o "Cosmic man" do título original, que tem a capacidade de se camuflar e que traz uma mensagem de paz entre os planetas, quando é recebido com hostilidade, toma a aparência humana se transformando em John Carradine... e se refugia na hospedaria de uma viúva e de seu filho pequeno e paralítico. É exatamente o mesmo enredo do excelente "O dia em que a terra parou" de 1951.
Enquanto no filme de 1951, a tecnologia avançada dos alienígenas é capaz de ressuscitar o protagonista, neste a criança paralítica volta a andar. Milagres extra-terrestres.
Mais um sci-fi que explora a paranoia nuclear mas, esta ao contrário da maioria que colocava os seres alienígenas como inimigos, tem um cunho pacifista. Não é totalmente ruim, mas na mesma linha, como disse, temos o clássico e muito superior filme de 1951.
Refilmagem bacana do cultuado filme de 1958. Com um roteiro bem mais elaborado e efeitos especiais muito mais convincentes (afinal foi feito 30 anos depois com muito mais tecnologia disponível), mas para mim, tanto este como o original, são produções deliciosas e de puro entretenimento e não concordo quando dizem que este é bem mais superior. São produções de épocas diferentes, feito para plateias diferentes e com recursos também muito diversos.
SPOILERS ABAIXO: O protagonista, que na versão de 58 foi vivido por Steve McQueen, neste tem suas ações divididas entre dois personagens, o bom moço Paul (Donovan Leitch) e o “bad boy” Brian (Kevin Dillon), embora o último assuma efetivamente o protagonismo após a chocante e inesperada morte do primeiro.
A mocinha Meg (Shawnee Smith), que em 1958 se limitava a gritar e correr apavorada, neste tem seu lado empoderado, além de ser a bela cheerleader que os garotos admiram, acaba rivalizando nas ações heroicas com o protagonista Brian, sendo ela até responsável pela descoberta de que a criatura não suportava o frio (descoberta essa feita pelo mocinho no original).
Diferente também da versão anterior, a ameaça não vem do espaço, mas em uma reviravolta no meio da narrativa, descobrimos que a gosma assassina foi criada em laboratório, visando vencer uma guerra bacteriológica e os cientistas que, a princípio parecia que vieram para ajudar, eram na verdade, os vilões. O Dr. Meddows (Joe Seneca) era o típico cientista louco, não se importando que a população inteira da cidade morra para capturar sua “experiência” com vida. Claro que, como todo vilão que se preze, ele também vai ser dissolvido pela sua criação.
Outro ponto bastante diferente em relação ao antececessor, é que esta bolha não perdoa nem personagens bacanas que aparentemente terminariam bem. O bom moço Paul, que dava toda a pinta que seria o protagonista, é engolido logo de cara pela criatura, como também o xerife gente boa, a garçonete boazinha e até criança, o amiguinho do irmão de Meg, todos dissolvidos sem dó pelo ácido “bolhístico”.
Recriam a cena emblemática do original com a bolha invadindo o cinema e há cenas ótimas como o rapaz que é sugado pela bolha e literalmente “entra pelo cano”.
O final não poderia ser mais irônico, com o padre da cidade, virando o líder maluco de uma seita, obcecado pelo fim do mundo, guardando um “pedaço” da bolha em um vidrinho, certamente disposto a libertá-la para consumar o apocalipse.
É necessário ver as duas versões, e mesmo fazendo comparações, como disse, uma não pode ser considerada superior à outra, são simplesmente um retrato da época em que foram produzidas, e, portanto, são diferentes e com suas particularidades .
Para começar, o título aqui está errado. O filme, desde seu original de 1958, tem como título nacional “A bolha assassina” (como sua versão de 1988). “A bolha” é a tradução de seu título em inglês, mas no Brasil ficou mesmo conhecido como “A bolha assassina”.
Mesmo tendo como ameaça algo vindo do espaço, há uma clara influência da paranoia existente devido à guerra fria entre EUA e União Soviética, que inspirou muitas das produções de ficção científica da época. Alguns até apontam o fato da bolha ser vermelha.
Muitos dizem preferir a refilmagem de 1988, por ser muito superior, não concordo. A refilmagem é realmente um remake à altura do seu cultuado original, mas, antes de tudo é preciso olhar sob a ótica da época em que foram produzidos. A bolha de 1958, tem além da óbvia e envolvente nostalgia, um roteiro que é um primor de criatividade e efeitos especiais engenhosos (é até covardia comparar com o filme de 88, produzido 30 anos depois e com muito mais tecnologia disponível).
Sem fazer comparações, a bolha de 1958, é um dos filmes mais legais entre a enxurrada de produções sci-fi das décadas de 50 e 60, por isso mesmo virou um cult, devido vários fatores, seu roteiro divertido, seus efeitos especiais criativos e por ser o primeiro filme protagonizado por Steve McQueen, que depois viraria um astro.
Muitos alegam, com razão, que McQueen e o resto dos jovens do elenco, eram muito “velhos” para papéis de adolescente, mas não aponto como uma falha, pois naquela época era comum esse tipo de escalação com um elenco acima da idade exigida para seus personagens.
A deliciosa canção título que toca na abertura, feita originalmente para o filme pelo famoso compositor Burt Bacharach, fez muito sucesso e em sua letra descreve, em poucos versos, o que se desenrola na narrativa. Inexplicavelmente a canção foi retirada da versão dublada, que vimos à exaustão na TV, substituída por um genérico tema com tons sinistros. Talvez os distribuidores nacionais acharam que a canção era por demais “alegre” para um filme de terror, mas “A bolha assassina” não é um filme de terror, é uma produção muito divertida, inventiva e que se tornou icônica da década de 50.
Beware of The Blob, it crepes (Cuidado com a bolha, ela rasteja) And leaps and glides and slides (e salta e desliza e escorrega) Across the floor (através do chão) Right through the door (vai direto pela porta) And all around the wall (e por toda a parede) A splotch, a blotch (uma mancha, um borrão) Be careful of The Blob! (Cuidado com a bolha)
A premissa que muitos filmes já usaram, antes e depois deste. Um viajante do tempo que descobre que algum evento criado pelo próprio homem, acabou por dizimar parte da humanidade (em alguns filmes, a humanidade inteira).
SPOILERS:
Quando o protagonista chega ao futuro, coincidentemente no ano que assisti ao filme, 2024, a narrativa fica arrastada, e descobrindo a tragédia que abateu o mundo, volta ao passado para tentar evitar o que eles chamam de "praga".
Não entendi porque ele envelhece na votla ao passado, já que não havia envelhecido quando foi para o futuro, mas enfim, é uma sci-fi mediana entre as muitas produzidas nas décadas de 50 e 60.
Quando temos a presença de Lindsay Lohan e a sinopse do filme, já entendemos que é uma comédia romântica e não podemos esperar mais que isso, e acho que o filme cumpre bem o seu papel.
O enredo é pura fantasia, aliada a um cenário absolutamente deslumbrante. Me lembrou outra comedia romântica que brinca com os estereótipos entre britânicos e americanos, "O melhor amigo da noiva" de 2008.
Lindsay Lohan é bonita, parece ter se livrado dos excessos de procedimentos estéticos e certamente é carismática e tem ótima química com Ed Speleers, que além de bonito é bom ator, embora aqui não seja exigido.
É o tipo de fllme que é apenas entretenimento, um passatempo agradável que agrada aos olhos, pela beleza dos atores e do cenário.
A premissa da mulher em coma que guarda algum segredo, é até instigante mas depois tudo vai sendo tão mal desenvolvido, que chega ao final sem gerar muito interesse ou preocupação com o destino de seus personagens.
Acaba se perdendo no desenvolvimento da história, pois a princípio o que seria um enredo instigante que envolvia nazismo e segunda guerra mundial, acaba deixado em segundo plano.
SPOILERS:
A narrativa acaba se fixando totalmente no rapto e morte de Elsa, amiga de Jean, sobrinha do Dr Norberg (Dana Andrews, o nome mais conhecido do elenco), que após ser morta, tem sua cabeça conservada e ressuscitada e comunica-se com Jean por telepatia.
Tem umas soluções criativas, como a cabeça falante e os braços que se moviam pendurados em uma parede supostamente ligados à fios. è uma varição da clássica história de Frankenstein.
O que acho sempre engraçado é os alemães conversando entre si em inglês com sotaque alemão, artífico comum nos filmes dessa época.
aceita tão rapidamente ressuscitar o Dr Malthus, baseado nas anotações do antepassado, até raptando a empregada da casa, para depois arrepender-se e tentar consertar a bobagem.
O México fazia um cinema de horror interessante e criativo.
É tipo um episódio de "Viagem ao fundo do mar" com maior duração. A criatura tem um design tosco, mas era o possível para a época e para um filme de baixo orçamento. Algumas cenas submarinas bem filmadas, vale apenas como curiosidade.
O Homem de Papel
3.5 4Hoje é até curioso ver computadores enormes com menos capacidade de um simples celular, mas antevê o que se tornaria muito corriqueiro, a atividade de hackers usando a tecnologia para cometer crimes.
No enredo estudantes universitários, com a ajuda de um especialista em computação (Dean Stockwell), se utilizam da ainda precária tecnologia dos computadores para aplicar golpes financeiros criando uma pessoa que existe apenas virtualmente.
A narrativa envolve pois
nos leva a acreditar que a "pessoa" criada se revolta e ganha vida, passando a assassinar os estudantes que a criaram. Depois descobrimos que o tal "homem de papel" não é responsável pelos crimes, mas sim o reitor da faculdade que assassina os estudantes pois começa ele a se utilizar do personagem virtual para lucro financeiro.
Um final enigmático, em que se sugere que as máquinas logo não precisariam mais de humanos para comandá-las.
Bom elenco, com destaque para Dean Stockwell e uma linda e jovem Stafanie Powers (Casal 20).
Vaidade que Mata
3.3 2Terror B, que lembra "A mulher Vespa" de Roger Cormam, produzido um ano antes.
Mostra que a ditadura das aparências não mudou e que o envelhecimento é mais cruel para as mulheres que para os homens.
Os personagens masculinos são extremamente machistas e só estão interessados nas mulheres se elas forem jovens, mas as mulheres também estão interessadas em manter-se belas e jovens e não importa o que é preciso fazer para alcançar este objetivo.
Efeitos simples mas criativos para a época e uma boa atriz protagonista.
Só não entendi
porque Malla, a velha nativa africana vai até os EUA procurar o endocrinolgoista marido de Sally e conta o segredo da juventudade fazendo-o viajar até o África. Qual foi seu interesse?
O Teatro dos Horrores
3.4 4Uma espécie de giallo inglês que lembra "As sete máscaras da morte" com um enredo relacionado ao teatro, mas sem a mesma qualidade e sem Vincent Price, mesmo tendo Christhoper Lee, que sempre agrega qualidade à qualquer filme, mas neste o ícone dos filmes de terror, apesar de ter seu nome aparecendo em primeira lugar nos créditos, não é o protagonista.
O protagonismo da trama fica para as duas atrizes, Lelia Goldoni, em boa atuação e Jenny Tiill, bonita mas em atuação fraca.
O desenvolvimento é arrastado
e o personagem de Lee, o diretor da peça, é apontado como o principal suspeito dos assassinatos, mas ele desaparece no meio da narrativa e depois revela-se que está morto e foi assassinado pela verdadeira autora dos crimes, a perturbada Nicole (Jenny Till).
No final há uma longa e chatíssima cena com uma performance teatral de dançarinos ao som de uma batucada irritante.
O Homem do Norte
3.7 937 Assista AgoraBom épico com elenco estelar.
A cultura escandinava e seus mitos em uma trama de vingança inspirada em Hamlet de Sheakespeare.
Embora seja um filme histórico, baseado na cultura nórdica e seu ciclo de violência, há forte presença das mitologias do povo viking, o que dá um ar fantasioso e sobrenatural ao enredo.
Todas as atuações são convincentes, carregando na teatralidade da narrativa.
Tecnicamente é impecável, mas com um exagero de cenas de violência explícita, embora necessário para marcar a violência desse momento da história e excessivamente longo com algumas sequências, a meu ver, desnecessárias.
Com disse, é um bom épico, mas não deixa der ser uma espécie de episódio mais longo da série "Vikings" e com orçamento muito maior, que vemos cada centavo numa produção visualmente grandiosa.
Linda
2.8 1Uma trama criativa que ganhou um bom remake 20 anos depois, em 1993 com Virginia Madsen como a "femme fatale" e Richard Thomas, o marido enganado.
SPOILERS:
Este tem um elenco com rostos bastante conhecidos da TV e cinema da época, como a protagonista Stella Stevens que está convincente como Linda, a mulher sedutora que convence o amante (John Saxon) a participar de um plano, em que mata a mulher dele para ficarem com o dinheiro dela e colocar a culpa no seu marido (Ed Nelson).
Stranded in Space
2.0 1Piloto de uma potencial série para a TV, que não foi produzida.
SPOILERS:
A trama tem semelhanças com "O Planeta dos macacos" e "1984".
Neil Stryker, um astronauta sofre um acidente com seu foguete quando retornava à terra, depois acorda em um hospital e descobre que seus dois companheiros estavam mortos e ele não estava na terra, mas em outro planeta bastante semelhante à ela. As pessoas eram seres humanos e até falavam inglês!
O problema é que este outro planeta é governado por um regime autoritário, que vigia seus cidadãos como um Big Brother, não há liberdade e eles querem descobrir os conhecimentos de Neil sobre o programa espacial da terra.
Produzido em 1973, ainda no auge da guerra fria entre EUA e União Soviética, este "outro planeta" é claramente inspirado no então adversário dos americanos, com críticas ao governo opressivo, que eles chamavam de "ordem perfeita".
Apesar da produção modesta, é interessante ver um filme que reflete bastante o momento político e ideológico em que foi produzido.
Revenge
2.3 1Um bom thriller feito para a TV com a ótima Shelley Winters no papel de Amanda, uma mãe obcecada em vingar a morte da filha.
SPOILERS:
Para isso ela sequestra Frank (Bradford Dillman) o homem que supostamente teria seduzido e engravidado a garota e seria responsável pelo suicídio dela, na verdade não é mencionado que foi suicídio mas alguns diálogos levam a essa conclusão.
É claro que há umas cenas bem forçadas, como o fato de Amanda trocar a maleta de Frank no aeroporto para usar como isca e atraí-lo para sua casa. Como ela sabia que ele iria deixar a maleta longe dele para que pudesse efetuar a troca? Como ela sabia o modelo da maleta para ter uma exatamente igual?
Tirando essas conveniências de roteiro, o filme prende a atenção, é tenso e com boas atuações.
Ao final, fica em aberto se Frank seria mesmo o homem que havia seduzido a filha de Amanda, já que ele passa o filme inteiro negando mas uma cena final sugere que ele poderia estar mentindo.
A Little Game
2.0 1A trama lembra bastante o filme de 1993 "O anjo malvado" com Macaulay Culkin então no auge da fama.
SPOILERS:
Robert (Mark Gruner) é um garoto com claros indícios de psicopatia que vai passar as férias na casa de sua mãe (Diane Baker) e de seu padrasto (Ed Nelson) a quem odeia por venerar a memória do pai falecido. Leva com ele o amigo Stu (Christopher Shea) que ele trata como um escravo e que tem medo dele.
O padrasto descobre que Robert havia assassinado um garoto na escola, tenta avisar a mãe que além de não acreditar nele, ainda acha normal dar uma arma de presente para uma criança (talvez fosse nos anos 70).
É uma trama que envolve, mas o maior erro do filme foi a escolha de Mark Gruner para viver o menino psicopata, ele é péssimo, sua atuação é forçada e completamente exagerada, suas expressões de raiva são risíveis.
Hora Marcada Para Morrer
2.5 1Vale como curiosidade pela presença de Ricardo Montalban, que depois ficaria bem conhecido no Brasil pela série "A ilha da fantasia", mas que já possuía uma longa carreira no cinema e tv.
SPOILERS:
A trama é até criativa, Sally Dillman (Elizabeth Ashley) acha que vai morrer de leucemia, mas depois que descobre que o diagnóstico estava errado, se vê em uma situação aflitiva, pois havia contratado um matador de aluguel para assassiná-la, já que não queria sofrer com a doença.
Fugindo de seu matador, é salva pelo policial Frank Ortega (Ricardo Montalban), que, sabe-se lá porque, resolve dedicar sua vida a proteger a mulher que acabava de conhecer, além de fazer com que todos os policiais da delegacia o ajudassem.
O filme inteiro se resume a Sally tentando descobrir quem era seu matador, já que o havia contratado através de outro homem e a fugir dele, com a ajuda de Ortega. É um tanto maçante, repetitivo e com uma cena final na praia bastante absurda.
Preciso Matá-La, Querida
2.0 1Eu gosto destes filmes em que o marido planeja matar a esposa para ficar com a fortuna dela e desfrutá-la junto com a amante.
Neste descobrimos que o marido é um canalha adúltero e interesseiro na primeira cena do filme.
Apesar da temática clichê, repetida inúmeras vezes em muitos filmes, este consegue ser criativo no seu desenvolvimento.
O marido traidor acaba matando a amante por engano e vê seus planos se complicarem, mas o cafajeste tem um final pra lá de tenebroso, sendo enterrado vivo.
Está certo que eram os anos 70, mas ver uma mulher que descobre a infidelidade do marido, sendo que ele ainda dá todos os indícios que só está interessado em seu dinheiro e ainda ouvindo conselhos da amiga, que também foi traída pelo marido, para lutar por seu casamento, que segundo a amiga, é um ótimo casamento... é de doer...
Parceiro do Diabo
1.8 2 Assista AgoraUm filme confuso e tedioso.
Há várias situações sem explicação
Se Nick (Ed Nelson) era também o velho Jensen, ele não havia sido morto na primeira cena do filme? Quem o matou? E se morreu, não foi enterrado? como voltou como o jovem Nick?
Porque Nick convida o velho bêbado para ir até a cabana e ver sua transfomação? Precisava dele pra que se no final ele mata o velho depois que este testemunha sua transformação?
Muitas perguntas sem resposta, num filme que, apesar de curto, cansa.
Stillwater: Em Busca da Verdade
3.3 99 Assista AgoraÓtimo suspense dramático em que a interação entre os personagens importa mais do que a "busca da verdade", do sutbtítulo nacional.
Matt Damon em belíssima atuação, vive Bill, o pai que viaja para Marselha na França, onde a filha está presa, condenada pelo assassinato da namorada.
Damon dá ao personagem o peso dramático necessário de uma pessoa enbrutecida pela vida, simplória, melancólica, introspectiva, ao mesmo tempo rude e sensível, que está com a vida em escombros como a cidade destruída por um tornado, na qual ele aparece trabalhando na cena inicial. Como as casas destruídas, Bill também vai tentar se reconstruir e se erguer dos escombros ao longo da narrativa.
Sua ligação estremecida com a filha Allison (Abigail Breslin) vai sendo mostrada aos poucos, em encontros na prisão.. Existe tanta mágoa que vai se dissipando até chegar a uma relação sincera e amorosa
depois abalada pela descoberta da suposta culpa da filha.
A forma como o relacionamento de Bil com Virginie (Camille Cottin), a mulher francesa que o ajuda com o idioma e sua filha Maya (Lilou Siavaud, fofissima em atuação cativante), se desenvolve, é de uma leveza e sensibilidade extremas.
No final simplesmente não ficamos sabendo
o que aconteceu com Akim, o jovem árabe que Bill sequestra e aprisiona, que seria o verdadeiro assassino, mas supostamente obedeceu as ordem de Allison. Ele some do cativeiro, Bill o soltou e ele com medo desapareceu sem denunciá-lo ou foi morto por ele?
Na verdade, essa dúvida não é esclarecida, porque novamente a importância está em como Bill se transforma, a ponto de, em sua última fala, dizer que não mais reconhece a realidade à sua volta, porque ele também havia mudado. A gravidade da situação de Allison e toda a experiência de Bill na França, funcionam apenas para se aprofundar nas relações entre os personagens e na forma como isso afeta suas vidas.
O título "Stillwater" (água parada), o nome da cidade, que muitos disseram que não correponde ao enredo do filme, pode ser interpretado como uma metáfora. Nâo é só o nome da cidade, pois a narrativa nem se desenvolve lá, mas se refere ao estado de espírito de Bill. Alguém cuja vida se encontra estagnada e é prisioneiro dessa paralisia.
O filme que, a princípio, pode parecer um filme de ação e investigação, mas cuja temática é a resignação, a perda, a inadequação, que diz em suas entrelinhas, podemos ter esperança mas devemos aceitar as consequências de nossos atos.O tornado passa na vida de Bill, mas a destruição provocada, não será facilmente reconstruída.
Fuja
3.4 1,1K Assista AgoraUma mãe psicopata que leva a síndrome de Munchausen ao nível máximo.
Thriller eficiente com uma dupla de protagonistas entregando ótimas atuações, Sarah Paulson, vivendo Diane, a mãe alucinada, lembrando alguns de seus personagens desequilibrados da famosa série "American Horror Story" e Chloe, a filha abusada, vivida por Kiera Allen
As situações vividas por Chloe são angustiantes, o que garante a tensão durante todo o filme.
As perguntas que ficam
o que houve com o homem do correio atacado por Diane? Morreu?
O final também deixa uma dúvida, Chloe procurou a mãe biológica?
A forçada fica por conta da cena em que Diane prende Chloe num lugar onde todas as informações sobre seu rapto estavam disponíveis.
Testemunha de Acusação
4.5 353 Assista AgoraO filme é baseado na peça teatral que Agatha Christie escreveu a partir de um conto de sua autoria. Teve 6 indicações ao Oscar, mas perdeu todas, incluindo ator, atriz coadjuvante e direção.
SPOILERS ABAIXO:
O conto, bem mais curto que a peça, tem final completamente diferente e se encerra na revelação que Christine sabia que Leonard era culpado, por este motivo elaborou toda a trama para que não confiassem nela e suas mentiras fossem expostas, o que terminaria com a absolvição do marido. No livro e peça, o personagem se chama Romaine e é austríaca, nacionalidade modificada porque a intérprete Marlene Dietrich é alemã. Além disso, o personagem de maior destaque no filme, Sir Wilfrid, não existe.
Já a peça tem o mesmo final do filme, com Christine revelando toda a conspiração arquitetada e o assassinato do companheiro traidor em pleno tribunal. Só que enquanto no filme, temos a insinuação que Leonard sabia da conspiração e até seria o mentor dela, no livro Christine assume toda a autoria por estar apaixonada por ele, ao contrário do que admitia. Um acréscimo à trama cinematográfica, fica por conta da doença de Sir Wilfrid, que também não existe na peça, de resto o filme é bastante fiel.
A produção é dominado por Charles Laughton, que vive o advogado Sir Wilfrid Robarts, personagem que trafega entre o cômico e o dramático, numa performance absolutamente extraordinária. Em recuperação de um ataque cardíaco, insiste em desobedecer todas as ordens médicas que deveriam ser seguidas, sob a supervisão da enfermeira vivida por Elsa Lanchester, que tem boa química com Laughton de quem era esposa na vida real, mas é uma participação pequena que serve como um alívio cômico para o enredo, embora tenha sido indicada ao Oscar de atriz coadjuvante.
Diante da performance estupenda de Laughton, que foi indicado ao Oscar, fica mais evidente a falta de recursos dramáticos de Tyrone Power, vivendo o réu Leonard Vole, que sempre foi mais galã que bom ator. Não que isso estrague o filme, pois Tyrone tem o tipo correto para o personagem, embora com idade acima da indicada, mas um ator com talento dramático teria dado mais peso à narrativa. Suas intervenções indignadas durante o julgamento, soam forçadas e evidenciam ainda mais a canastrice do ator.
Marlene Dietrich, por sua vez, vivendo a dúbia Christine, não precisa se esforçar muito, já que sua presença magnética é suficiente para dar ao personagem o vigor necessário. Sua expressão gélida, característica marcante da atriz, é perfeita para viver a esposa vingativa, que depois se revela apaixonada e submissa ao marido disposta a sacrificar-se por ele e disposta também a matá-lo quando descobre sua traição. Dietrich vive essa dubiedade de forma plena. Além disso, ela ainda consegue enganar a todos, personagens e espectadores, como a misteriosa mulher que entrega as cartas “incriminadoras”, uma sensacional atuação aliada a um ótimo trabalho de maquiagem.
A trama é envolvente e seu plot twist, realmente inesperado. Para quem como eu, que já havia lido o conto e a peça, não foi, mas em momento algum, mesmo para mim que já conhecia o final, deixou de ser atrativo, isso graças a forma como o roteiro é desenvolvido aliada à suas atuações, em destaque os já citados Laughton e Dietrich.
Houve tanto empenho dos produtores e elenco para que sua reviravolta não fosse revelada, que há até um apelo durante os créditos finais, para que os espectadores não divulguem nada sobre o desfecho a quem ainda não tenha assistido.
“Testemunha de acusação” com seu roteiro brilhante da maior escritora de mistério de todos os tempos, direção segura de Billy Wilder, que deu o tom certo à narrativa e performances inspiradas foram fatores certamente responsáveis para se tornar um clássico absoluto dos chamados “filmes de tribunal” e, provavelmente, inspirou vários deles.
The Cosmic Man
2.6 3Visto no Youtube com o título de "O monstro da era atômica", o título nacional, obviamente visa atrair espectadores, mas é um exagero, pois não existe um "monstro".
SPOILERS:
Uma esfera vinda de outro planeta está sendo investigada por um grupo da terra.
Enquanto o militar da Força Aérea se preocupa com a segurança e vê o objeto não identificado como uma ameaça, o cientista vê a chance de obter novos conhecimentos e tecnologia.
Do objeto sai um ser, o "Cosmic man" do título original, que tem a capacidade de se camuflar e que traz uma mensagem de paz entre os planetas, quando é recebido com hostilidade, toma a aparência humana se transformando em John Carradine... e se refugia na hospedaria de uma viúva e de seu filho pequeno e paralítico.
É exatamente o mesmo enredo do excelente "O dia em que a terra parou" de 1951.
Enquanto no filme de 1951, a tecnologia avançada dos alienígenas é capaz de ressuscitar o protagonista, neste a criança paralítica volta a andar. Milagres extra-terrestres.
Mais um sci-fi que explora a paranoia nuclear mas, esta ao contrário da maioria que colocava os seres alienígenas como inimigos, tem um cunho pacifista. Não é totalmente ruim, mas na mesma linha, como disse, temos o clássico e muito superior filme de 1951.
A Bolha Assassina
3.1 662 Assista AgoraRefilmagem bacana do cultuado filme de 1958. Com um roteiro bem mais elaborado e efeitos especiais muito mais convincentes (afinal foi feito 30 anos depois com muito mais tecnologia disponível), mas para mim, tanto este como o original, são produções deliciosas e de puro entretenimento e não concordo quando dizem que este é bem mais superior. São produções de épocas diferentes, feito para plateias diferentes e com recursos também muito diversos.
SPOILERS ABAIXO:
O protagonista, que na versão de 58 foi vivido por Steve McQueen, neste tem suas ações divididas entre dois personagens, o bom moço Paul (Donovan Leitch) e o “bad boy” Brian (Kevin Dillon), embora o último assuma efetivamente o protagonismo após a chocante e inesperada morte do primeiro.
A mocinha Meg (Shawnee Smith), que em 1958 se limitava a gritar e correr apavorada, neste tem seu lado empoderado, além de ser a bela cheerleader que os garotos admiram, acaba rivalizando nas ações heroicas com o protagonista Brian, sendo ela até responsável pela descoberta de que a criatura não suportava o frio (descoberta essa feita pelo mocinho no original).
Diferente também da versão anterior, a ameaça não vem do espaço, mas em uma reviravolta no meio da narrativa, descobrimos que a gosma assassina foi criada em laboratório, visando vencer uma guerra bacteriológica e os cientistas que, a princípio parecia que vieram para ajudar, eram na verdade, os vilões. O Dr. Meddows (Joe Seneca) era o típico cientista louco, não se importando que a população inteira da cidade morra para capturar sua “experiência” com vida. Claro que, como todo vilão que se preze, ele também vai ser dissolvido pela sua criação.
Outro ponto bastante diferente em relação ao antececessor, é que esta bolha não perdoa nem personagens bacanas que aparentemente terminariam bem. O bom moço Paul, que dava toda a pinta que seria o protagonista, é engolido logo de cara pela criatura, como também o xerife gente boa, a garçonete boazinha e até criança, o amiguinho do irmão de Meg, todos dissolvidos sem dó pelo ácido “bolhístico”.
Recriam a cena emblemática do original com a bolha invadindo o cinema e há cenas ótimas como o rapaz que é sugado pela bolha e literalmente “entra pelo cano”.
O final não poderia ser mais irônico, com o padre da cidade, virando o líder maluco de uma seita, obcecado pelo fim do mundo, guardando um “pedaço” da bolha em um vidrinho, certamente disposto a libertá-la para consumar o apocalipse.
É necessário ver as duas versões, e mesmo fazendo comparações, como disse, uma não pode ser considerada superior à outra, são simplesmente um retrato da época em que foram produzidas, e, portanto, são diferentes e com suas particularidades .
A Bolha
3.2 102 Assista AgoraPara começar, o título aqui está errado. O filme, desde seu original de 1958, tem como título nacional “A bolha assassina” (como sua versão de 1988). “A bolha” é a tradução de seu título em inglês, mas no Brasil ficou mesmo conhecido como “A bolha assassina”.
Mesmo tendo como ameaça algo vindo do espaço, há uma clara influência da paranoia existente devido à guerra fria entre EUA e União Soviética, que inspirou muitas das produções de ficção científica da época. Alguns até apontam o fato da bolha ser vermelha.
Muitos dizem preferir a refilmagem de 1988, por ser muito superior, não concordo. A refilmagem é realmente um remake à altura do seu cultuado original, mas, antes de tudo é preciso olhar sob a ótica da época em que foram produzidos. A bolha de 1958, tem além da óbvia e envolvente nostalgia, um roteiro que é um primor de criatividade e efeitos especiais engenhosos (é até covardia comparar com o filme de 88, produzido 30 anos depois e com muito mais tecnologia disponível).
Sem fazer comparações, a bolha de 1958, é um dos filmes mais legais entre a enxurrada de produções sci-fi das décadas de 50 e 60, por isso mesmo virou um cult, devido vários fatores, seu roteiro divertido, seus efeitos especiais criativos e por ser o primeiro filme protagonizado por Steve McQueen, que depois viraria um astro.
Muitos alegam, com razão, que McQueen e o resto dos jovens do elenco, eram muito “velhos” para papéis de adolescente, mas não aponto como uma falha, pois naquela época era comum esse tipo de escalação com um elenco acima da idade exigida para seus personagens.
A deliciosa canção título que toca na abertura, feita originalmente para o filme pelo famoso compositor Burt Bacharach, fez muito sucesso e em sua letra descreve, em poucos versos, o que se desenrola na narrativa. Inexplicavelmente a canção foi retirada da versão dublada, que vimos à exaustão na TV, substituída por um genérico tema com tons sinistros. Talvez os distribuidores nacionais acharam que a canção era por demais “alegre” para um filme de terror, mas “A bolha assassina” não é um filme de terror, é uma produção muito divertida, inventiva e que se tornou icônica da década de 50.
Beware of The Blob, it crepes (Cuidado com a bolha, ela rasteja)
And leaps and glides and slides (e salta e desliza e escorrega)
Across the floor (através do chão)
Right through the door (vai direto pela porta)
And all around the wall (e por toda a parede)
A splotch, a blotch (uma mancha, um borrão)
Be careful of The Blob! (Cuidado com a bolha)
Fantasma do Espaço
2.9 6 Assista AgoraMais uma sci-fi da década de 50 que é apenas mediana e curiosa.
O filme inteiro se resume à perseguição ao tal fantasma, um alienígena que veste uma roupa parecida com um escafandro, o que torna o filme enfadonho.
A parte mais interessante é o aparecimento do ser ao final da narrativa, com efeitos especiais criativos e razoáveis para a época.
Além da Barreira do Tempo
2.8 3A premissa que muitos filmes já usaram, antes e depois deste. Um viajante do tempo que descobre que algum evento criado pelo próprio homem, acabou por dizimar parte da humanidade (em alguns filmes, a humanidade inteira).
SPOILERS:
Quando o protagonista chega ao futuro, coincidentemente no ano que assisti ao filme, 2024, a narrativa fica arrastada, e descobrindo a tragédia que abateu o mundo, volta ao passado para tentar evitar o que eles chamam de "praga".
Não entendi porque ele envelhece na votla ao passado, já que não havia envelhecido quando foi para o futuro, mas enfim, é uma sci-fi mediana entre as muitas produzidas nas décadas de 50 e 60.
Pedido Irlandês
2.7 115Quando temos a presença de Lindsay Lohan e a sinopse do filme, já entendemos que é uma comédia romântica e não podemos esperar mais que isso, e acho que o filme cumpre bem o seu papel.
O enredo é pura fantasia, aliada a um cenário absolutamente deslumbrante. Me lembrou outra comedia romântica que brinca com os estereótipos entre britânicos e americanos, "O melhor amigo da noiva" de 2008.
Lindsay Lohan é bonita, parece ter se livrado dos excessos de procedimentos estéticos e certamente é carismática e tem ótima química com Ed Speleers, que além de bonito é bom ator, embora aqui não seja exigido.
É o tipo de fllme que é apenas entretenimento, um passatempo agradável que agrada aos olhos, pela beleza dos atores e do cenário.
Paralisia
2.3 70 Assista AgoraMais um filme ruim produzido pela Netflix.
A premissa da mulher em coma que guarda algum segredo, é até instigante mas depois tudo vai sendo tão mal desenvolvido, que chega ao final sem gerar muito interesse ou preocupação com o destino de seus personagens.
Morte no Gelo
2.9 4Acaba se perdendo no desenvolvimento da história, pois a princípio o que seria um enredo instigante que envolvia nazismo e segunda guerra mundial, acaba deixado em segundo plano.
SPOILERS:
A narrativa acaba se fixando totalmente no rapto e morte de Elsa, amiga de Jean, sobrinha do Dr Norberg (Dana Andrews, o nome mais conhecido do elenco), que após ser morta, tem sua cabeça conservada e ressuscitada e comunica-se com Jean por telepatia.
Tem umas soluções criativas, como a cabeça falante e os braços que se moviam pendurados em uma parede supostamente ligados à fios. è uma varição da clássica história de Frankenstein.
O que acho sempre engraçado é os alemães conversando entre si em inglês com sotaque alemão, artífico comum nos filmes dessa época.
La Marca del Muerto
3.0 2Terror mexicano bastante climático embora com todos os clichês de filmes de terror com cientista louco.
Tem uma narrativa um tanto arrastada, mas não impede o envolvimento com seu enredo sinistro.
É claro que podemos questionar porque Gonzalo (Fernando Casanova)
aceita tão rapidamente ressuscitar o Dr Malthus, baseado nas anotações do antepassado, até raptando a empregada da casa, para depois arrepender-se e tentar consertar a bobagem.
O México fazia um cinema de horror interessante e criativo.
Viagem Rumo ao Infinito
3.0 4É tipo um episódio de "Viagem ao fundo do mar" com maior duração.
A criatura tem um design tosco, mas era o possível para a época e para um filme de baixo orçamento.
Algumas cenas submarinas bem filmadas, vale apenas como curiosidade.