Muitos comentando que é uma cópia de "Glass Onion". Não, na verdade a premissa é a mesma de "O caso dos dez negrinhos" (rebatizado de "E não sobrou nenhum"), obra de Agatha Christie, publicada em 1939 que foi a inspiração de "Glass Onion". A protagonista que faz às vezes da Miss Marple ou de Hercule Poirot, tem até o nome de Agatha.
O problema é que o filme, que começa com um tom de mistério investigativo depois envereda por uma linha satírica, deixando tudo num meio termo nem comédia e nem policial, e a partir do momento que as revelações são feitas, o tom se torna ainda mais farsesco.
Além disso, o elenco tem atuações de medianas para ruins, o que contribui para que a narrativa se torne ainda mais inconsistente e pouco envolvente.
O título nacional é uma bobagem, porque não a tradução literal "Convite para um assassinato"?
A escritora inglesa, rainha do mistério, certamente não aprovaria a trama protagonizada pela sua xará Agatha.
Assisti depois de ter visto "Olhos sem rosto" de 1960 e é difícil evitar a comparação já que o fime francês é praticamente a produção definitiva sobre o quase sub-gênero "filmes de transplante facial".
Klaus Kinski, com sua cara de maníaco, tem uma performance até contida o que aparenta ser mais um certo desinteresse em atuar, do que propriamente uma opção de atuação.
Uma ambientação criativa o laboratório do Prof. Nijinski (Kinski) com seus tubos borbulhantes naquele tom exagerado e fake de vermelho sangue e as cenas de cirurgia, que embora excessiva e desnecessarimanente longas, tem efeitos impressionantes.
Uma cena de sexo inútil e apelativa entre várias cenas desnecessárias e Kinski com uma sequência final constrangedora em que agoniza enquanto declama um monólogo interminável.
Infelizmente o belíssimo e poético "Olhos sem rosto" pode ter sido a inspiração de um filme ruim como esse.
Para quem já leu o livro de Patrick Süskind e viu o belíssimo filme de 2006, que é bem mais fiel à obra literária, assistir esse "O perfumista" é bem decepcionante.
Este filme é apenas baseado na obra de Süskind e infinitamente inferior ao filme de 2006, nem tem os mesmos personagens, nem se passa na mesma época. Tem uma boa produção, bela fotografia, atuações medianas mas se perde com tantas idas e vindas na narrativa, tanto que o final apoteótico do livro é apresentado bem antes do final e com outro personagem.
Tenta manter a "essência" da obra, sem querer fazer trocadilho, já que perfumes são feitos de essências, que é captar o sentido do olfato no espectador através do visual, e de certa forma até alcança o objetivo, mas sem a profundidade, atração e impacto da adaptação anterior.
Gérard Depardieu dá vida ao Inspetor Maigret, o famoso personagem criado por Georges Simenon.
A trama é um tanto arrastada, não desperta tanto interesse, mas o filme tem uma bela direção de arte com boa recriação de época e Depardieu também tem boa interpretação, com seu Maigret já envelhecido e amargurado.
Produção da Hammer com direção de Terence Fisher, a produtora famosa por seus filmes de terror, assim como o diretor que tem em seu currículo vários filmes desse gênero, fazem esta incursão pelo chamado Noir, e é uma tentativa não muito feliz.
A premissa, embora clichê, é instigante. Um milionário (William Sylvester) após sofrer um acidente numa viagem a Portugal e ficar quatro anos sem memória, volta para casa obviamente querendo vingança, já que desconfia que um dos três amigos que o acompanhavam na viagem tentou matá-lo, desconfiando também da participação da esposa (Paulette Goddard).
Não sei se a experiência de Fisher quase que exclusivamente concentrada em filmes de terror tenha influenciado, mas a trama resulta enfadonha, com muitos diálogos e pouco interessante, além de seu final previsível. Não se traduz na tela uma trama que poderia ser bem mais envolvente.
o assassino ser justamente o narrador da história é um artifício recorrente em obras de ficção. No final, é o garoto que acaba trabalhando em sua própria defesa, se recusando a falar e soltando a bomba no momento certo, apesar de que era uma mentira estratégica, livrando a si mesmo e a mãe, que a princípio ele acreditava ter matado o pai, para depois entender que tinha sido o amante, agora seu advogado.
A trama prende a atenção, as atuações são razoáveis, já que Keanu Reeves não é reconhecido por ser exatamente um grande ator, e dá para constatar que Renée Zellweger está irreconhecível depois de tantas intervenções estéticas.
A atmosfera é onírica, porém mais do que um sonho, remete a um pesadelo, opressiva e sufocante.
Certamente é um filme à frente de seu tempo, com inovações de narrativa e enquadramento de câmeras. É claro que para quem assistiu aos filmes posteriores, que podem ter sido influenciados por este, não foi difícil perceber
que a protagonista Mary Henry estava morta desde o acidente na cena incial. O que gera dúvidas é porque alguns personagens a viam e interagiam com ela, como a dona da pensão, o médico, o padre e o outro hospéde. Estariam todos também mortos? Mas se assim fosse, o que explica a cena que antecede a revelação que Mary estava entre os corpos dentro do carro,e mostra o padre e o médico encontrando marcas na areia em frente ao parque abandonado e supostamente procurando por Mary. Ali ambos pareciam bem vivos. Algumas análises que li afirmarm que essa "interação" de Mary com os vivos não passaria de uma alucinação de sua mente que se recusava a aceitar que estava morta e ela não se comunicou com ninguém em momento nenhum.
Não existe aqui uma dedução lógica, é um filme que desperta sentimentos de medo e angústia, e trata-se mais de um mergulho na mente perturbada da protagonista do que uma narrativa coerente e linear.
Sem dúvida é um excelente exemplo de um grande filme feito com um orçamento mínimo. Cenas hipnóticas, que mostram o tormento da protagonista do que seriam alucinações, fugas da realidade, mas qual é a realidade? Dizem que o pesadelo começa quando você acorda. Mary Henry descobre isso da forma mais perturbadora possível.
O título nacional poderia ter optado pela tradução literal do título em inglês "O ladrão de corpos", pois estaria dando destaque a John Gray (Boris Karloff), o personagem que é a alma do filme.
a cantora de rua, cuja melodiosa voz some na escuridão, quando percebemos que Gray a havia silenciado e a formidável cena de encerramento, quando Wolfe vê a imagem de Gray no corpo que havia acabado de retirar de uma cova e apavorado acaba sofrendo o acidente fatal. As cenas da carruagem descontrolada e do "fantasma" de Gray agarrando Wolfe são realmente apavorantes.
Enquanto Karloff domina o filme, Bela Lugosi tem uma participação pequena como um empregado da casa do Dr. Wolfe, mas vale destacar a ótima e única cena em que ambos contracenam. Uma cena tenebrosa com os rostos dos dois ícones do cinema envoltos na penumbra, numa crescente tensão até seu desfecho chocante.
O filme é baseado num conto de Robert Louis Stevenson (O médico e o monstro), que por sua vez foi inspirado na história verídica de Burke e Hare, dois ladrões de corpos que assassinaram pessoas em 1827 para venderem seus corpos para escola de medicina. A trama do filme tem lugar em 1831 e no lugar da dupla de assassinos, temos o cruel Gray.
A atuação de Karloff é soberba e hipnótica, sua expressão corporal e linguagem evocam o que há de pior no ser humano, mas ao mesmo tempo é capaz do oposto, um momento de ternura e carinho com a criança cadeirante na cena inicial da narrativa. O resto do elenco tem ótimas atuações, especialmente Henry Daniell (Dr. Wolfe) como o atormentado médico, a quem Gray tortura e chantageia. Se para os outros Wolfe passa uma imagem de arrogância e confiança. diante de Gray ele se torna inseguro e amedrontado.
O dilema do ambicioso médico, que aceita pagar por cadáveres mesmo depois que sabe que estes eram vítimas de assassinato, também rende boas discussões com seu assistente Donald (Russel Wade). Enquanto Donald a princípio acha absurdo comprar corpos, quando conhece a menina deficiente e sua bela mãe, e que a cura da menina passaria por uma cirurgia experimental, passa a considerar que a dissecação de corpos não é algo tão horrível. Temos então uma interessante discussão sobre ética médica, até hoje um tema polêmico e controverso.
A atmosfera sinistra e macabra é a ambientação perfeita para a trama, como o Dr, Wolfe disseca os corpos, a trama brilhantemente contada disseca o lado sombrio da existência e mostra o horror no que a palavra tem de mais terrível, o horror da alma humana.
Tem um atmosfera onírica, e o protagonista Johnny (um muito jovem Dennis Hopper) parece o tempo todo meio perdido nesse clima de sonho.
O mito da sereia já é encantador e Linda Lawson (Mora) com sua beleza exótica personifica essa crença num ser misterioso, que vem das profundezas do mar para seduzir os homens.
me pareceu bem confuso. O Capitão Murdock confessa na delegacia, num longo discurso, que Mora não era uma sereia mas acreditava que fosse, e a essa altura já acreditávamos na fantasia sugerida desde o início do filme, a existência da criatura mitológica e que Mora seria realmente essa criatura. Como Mora morreu? se ela ficou embaixo d'água teria morrido afogada, já que não era uma sereia? como o Capitão Murdock recuperou seu corpo? Parece que Johnny atira no Capitão para depois ele aparecer ileso confessando na delegacia?
O fato de sugerir uma fantasia e partir para um desfecho "explicado" e lógico demais, decepciona mas a trama é instigante, em um preto e branco que reforça a atmosfera hipnótica, apesar do ritmo lento. É mais um drama romântico do que terror.
“Os outros” é um filme fascinante, porque ultrapassa em muito o velho e surrado tema de casa mal assombrada, abarcando toda uma gama de situações, personagens e sentimentos que se equilibram de uma forma tão perfeita que é impossível não se envolver em sua narrativa da primeira a última cena.
Seu plot twist final é brilhante, mas a qualidade do filme não está só concentrada na sua reviravolta, até chegar ao desfecho, existe um conjunto de cenas que vai encadeando uma narrativa absolutamente envolvente que não se vale de sustos fáceis, os chamados “jumpscares”, embora eles também estão presentes, mas sim de insinuações que devem ser interpretadas e que, claro dão pistas, até seu final, que podem ou não ser captadas pelo espectador.
SPOILERS A SEGUIR (se alguém ainda não tiver assistido)
Eu costumo dizer que o final é o oposto do também maravilhoso “O sexto sentido”, produzido dois anos antes. Enquanto no filme de M. Night Shyamalan, o garoto “vivo” vê os mortos, em “Os outros” são os mortos que vêem os “vivos”, ou seja, até quase o encerramento, acreditamos que Grace, seus filhos e os empregados são assombrados por fantasmas presentes na mansão gótica, quando na verdade, são eles os espíritos que assombram os moradores e conseguem expulsá-los da casa. “Ninguém vai nos fazer sair desta casa” diz Grace (Nicole Kidman) na fabulosa cena final e pobre dos próximos moradores, pois ela estava disposta a nunca deixar a residência.
Grace ao final entende que está morta, mas como explica Mrs. Mills (Fionnula Flanagan, também excelente), a cada nova chegada de moradores parece esquecer novamente, como se o trauma de ter matado a si e aos filhos, apague de sua memória e ela precise reviver tudo num círculo interminável. Quando sua filha pergunta onde fica o limbo, ela diz não saber. Somos levados para o âmago da depressão e do desespero no qual Grace estava mergulhada que a fez “reviver” a si mesma e aos filhos como apagando o ato horrível que acabara de cometer e ficando eternamente perdida numa espécie de purgatório mental da negação.
Confesso que quando Grace encontra o marido, já entendi que ele havia morrido na guerra e que ela estava vendo o espírito dele, mas até a revelação final, não havia suspeitado que ela também já estava morta e os verdadeiros fantasmas eram aqueles que acreditávamos serem os vivos. Assisti este filme na época do lançamento e o revi para esta nova resenha, mas não sei se teria adivinhado seu final mesmo hoje, tal a sutileza com que a narrativa é desenvolvida. Passamos o filme inteiro achando que “os outros” eram os mortos, mas na verdade eram os vivos assombrados pelo mortos que pensávamos que eram os vivos! Louco e genial!
Durante a narrativa, somos apresentados a uma sucessão de cenas assustadoras como a da sessão espírita, dos empregados caminhando ameaçadoramente pelo gramado ou as fotos das pessoas mortas, o que hoje pode parecer mórbido, era um costume da época vitoriana como forma de homenagear os parentes falecidos.
O elenco liderado por Nicole Kidman, em uma performance arrebatadora, é magnífico. As duas crianças Alakina Mann e James Bentley, mostraram muito talento com atuações perfeitas apesar de pouca idade, e descobri que não seguiram carreira, tendo participado de outras poucas produções.
A ambientação climática e eficiente que mergulha o filme em sombras, cria a atmosfera tensa, sinistra e claustrofóbica que o filme exige. Uma obra prima do suspense, um clássico moderno.
É praticamente uma peça de teatro filmada, e com exceção das cenas inciais e alguns flashbacks, toda a ação acontece, muito apropriadamente, no palco de um teatro.
Para quem gosta de mistérios estilo Agatha Christie com o inevitável "quem matou?", o filme é uma diversão deliciosa e com ótimo elenco.
é bem criativa e inesperada, assim como quando descobrimos que todos ali estavam a serviço do dramaturgo noivo da vítima para desmascarar o assassino, o único ali que não pertencia ao círculo de amigos do dramaturgo que idealizou toda a encenação. Mas em momento algum desconfiei que seria ele, o falso policial e ator desempregado.
O filme funciona graças a ótima performance de Boris Karloff, que sem nenhum efeito de maquiagem consegue assustar apenas contorcendo o rosto e segundo li, tirando a dentadura.
A trama é bem desenvolvida, embora só comece a ficar envolvente depois de quase 40 minutos de projeção, até então a narrativa era lenta e não muito atraente.
Há também um inesperado plot twist quando é revelado que Rankin (Karloff) não só estava possuído pelo espírito do verdadeiro assassino que ele tanto buscava, como era ele o próprio assassino que fugiu de um hospital psiquiátrico vinte anos antes, ajudado pela enfermeira que agora era sua esposa.
a identidade do assassino é revelada quando Joey (Cameron Mitchell) chama a atenção para os músculos de Laverne (Brancroft), o que já nos indica que ela teria força para cometer os crimes.
porque mataram o gorila??? Ele não havia sido o autor dos crimes, a mulher já estava em segurança mas a polícia não hesita em mandar bala para cima do pobre animal. É claro que o final reflete a sociedade da época, em que a preocupação com a vida dos animais simplesmente não existia
Caso verídico em filme de 1985, cuja história, infelizmente, vem se repetindo no mundo inteiro em todas as classes sociais, antes e depois desta produção.
Valorizado pelo elenco, com ótimos atores como Candice Bergen, Jürgen Prochnow e Hector Elizondo.
A trama é bem conduzida, e é angustiante assistir porque já imaginamos o seu final.
Um terror genérico que mistura "O bebê de Rosemary" e "O exorcista" com roteiro desconexo e atuações medianas.
O que começa como uma história de amor, acaba virando um filme de possessão demoníaca com uma mudança abrupta no roteiro e inclusão de personagens de forma forçada.
SPOILERS A SEGUIR:
Andy de repente vê uma notícia no jornal com símbolos que vira na igreja onde o Padre Wheatley supostamente se suicidou (que perigo o padre representava para ter que morrer?), assim ele vai até a criança e descobre que a mãe dela é sua ex-namorada. A criança também está possuída pelo demônio e do nada, também aparece outro padre, que pratica um ritual de exorcismo. Estas cenas parecem pertencer a um filme completamente diferente do que estava sendo apresentado até então.
O que isso tudo tem a ver com o romance entre Andy e Jessica, a moça que estava prometida ao demônio? Segundo os roteiristas para unir Andy e sua ex-namorada e separá-lo de Jessica, pois era mais fácil do que simplesmente matá-lo?? A partir do momento que o exorcismo é bem sucedido, a tentativa de usar a ex-namorada falha. Se a menina continuasse possuída teria dado certo para aproximar do casal?? Realmente não vejo sentido algum.
Sem falar que o mocinho termina sem reencontrar a amada, num final aberto e sem sequer confrontar em uma única cena o vilão da história, Mr. Rimmin, que também não descobrimos afinal que poderes tinha para ser escolhido como "pai" da noiva do capeta e fazer gatos enfurecidos matar uma de suas colaboradoras.
A primeira história tem boa ambientação e cenas aterrorirzantes mas sua premissa não se se sustenta e é preciso ligar a suspensão de descrença para poder embarcar já que como é possível que a esposa, que fingiu estar morta, soubesse que o marido daria uma arma para a amante, que esta atiraria e mataria seu marido e que depois bateria a cabeça e morreria para que seu plano de vingança pudesse dar certo?
A segunda história é excelente, mórbida, macabra, claustrofóbica, angustiante e ainda nos apresenta teorias filosóficas sobre sonho e realidade. Com boa performance de sua dupla de protagonistas. O final parece deixar claro que tudo foi um sonho, pois a parede da gaveta onde o caixão da mulher foi emparedado aparece intacta no dia seguinte, mas ao mesmo tempo deixa espaço para a ambiguidade já que o protagonista duvida que esteja acordado. "Qual a diferença entre viver e sonhar? O pesadelo começa quando acordamos"
houvesse um plot twist e a madrasta, que era tão obviamente culpada, no final não fosse. Ou seja, a enteada começa a suspeitar que a madrasta talvez tenha cometido um crime, como diz a sinopse, e cometeu!
Ficcção científica que entrega seu baixo orçamento com cenas provavelmente "roubadas" de algum outro filme, além de efeitos especiais bem simples, mesmo para a época, e que lembra muito a antiga série de Irwin Allen "O túnel do tempo" já que, além da temática de viagem no tempo, os cientistas também se sentem pressionados pela perda do patrocínio e consequentemente teriam que encerrar o projeto e acabam precipitando o experimento e tudo dando errado.
Tem uma ambientação boa, mas o ritmo é bastante lento.
Vale pelo elenco talentoso, que tem Anthony Perkins vivendo mais um personagem perturbado, que se tornou sua especialidade desde "Psicose" e Julie Harris, além de Joan Hackett, num personagem sem muita importância.
imaginei que o misterioso inquilino não tivesse existido em nenhum momento mas segundo a carta que Katherine manda para o irmão, ele realmente recebera o verdadeiro Harold, que decide não alugar o quarto, e então ela resolve incorporar o personagem para se vingar do irmão. Estava mais que claro que era ela que asssustava o irmão, querendo vingar a morte do pai, a quem adorava.
"Olhos sem rosto" incluído no gênero terror, mas na verdade é mais um drama melancólico, belo, cheio de metáforas e significados.
SPOILERS
Christiane (Edit Scob), filha do famoso cirurgião Dr. Genessier (Pierre Brasseur), tem seu rosto desfigurado num terrível acidente provocado pelo pai. A partir daí, o pai fica obcecado em devolver à perfeição ao rosto da filha e para isso passa a sequestrar garotas com a ajuda de sua secretária (Alida Valli), literalmente roubando o rosto das moças para transplantá-los na filha.
Há várias leituras para a trama, Christiane era infeliz, não só pelo rosto desfigurado, mas também pela obsessão do pai, pois não sabia se o que ele fazia era por amor a ela ou para alcançar sucesso na carreira comprovando seus experimentos.
Temos uma longa sequência em que o Dr. Genessier retira o rosto de uma de suas vítimas com efeitos surpreendentes para a época que devem ter deixado as plateias muito impressionadas.
A máscara usada por Christiane nos deixa ver apenas seus grandes e expressivos olhos, que lhe dá uma aparência fantasmagórica e etérea, como ela mesma se sentia, uma morta-viva, sem alma, sua tristeza é quase palpável, já que ela não se sente feliz nem quando ganha um novo rosto, pois quando olha no espelho, não se reconhece. Ela se sente prisioneira como as garotas que o pai sequestra, como os cães que ele mantém em jaulas, talvez por isso tenha com eles uma relação de proximidade e carinho.
No desfecho, Christiane não compactua mais com o horror provocado pelo pai e liberta sua última vítima, mata sua assistente que ironicamente se preocupava com ela, liberta os cães, tão prisioneiros quanto ela que atacam seu pai, o cirurgião que desfigura, ao final é desfigurado.
O final é de uma beleza e lirismo hipnóticos, Christiane com sua máscara inexpressiva liberta pombas e caminha por um jardim, envolta pelas aves e com uma delas pousada em sua mão, como uma princesa perdida em seu solitário reino de tristeza e horror.
Primeiro filme de Francis Ford Coppola, que já demonstrava o talento que se confirmaria em sua carreira.
O filme tem uma narrativa que parece um pesadelo, começando pela morte de um personagem logo na cena inicial até os ataques do serial killer. A ambientação em um castelo na Irlanda dá o tom sombrio necessário à narrativa.
A identidade do assassino é óbvia, mas isso não intefere na narrativa, que resulta coesa e envolvente.
A morte de Louise, a nora com planos de ganhar a confiança (e a fortuna) da matriarca da família, mas é interrompida assassinada pelo perturbado filho mais novo, é antecedida por cenas subaquáticas muito bem filmadas.
Uma cópia genérica, mais pobre e sem o encanto do cult "O monstro da lagoa negra" (1954).
O andamento é bem arrastado, com várias cenas e dialógos desnecessários feitos para prolongar a duração, já que a criatura aparece apenas nos 10 minutos finais e tem uma aparência simplória e tosca para os nossos olhos acostumaos a efeitos digitais, mas mesmo para os anos 50, denuncia o baixo orçamento da produção.
O monstro começa a matar várias pessoas na cidade e arrancar suas cabeças, nem uma criança é poupada e aparece morta e no final
.é encurralado no farol, depois de jogar o pai da mocinha que era o faroleiro lá de cima da torre do farol, seu namorado acerta uma pancada com um rifle (!) e também derruba a criatutra que morre. O filme termina com o casal protagonista se beijando, num cena clichê, e a mocinha já parece ter esquecido do pai que foi jogado do farol minutos atrás...
Mate-me, se puder
2.3 17Muitos comentando que é uma cópia de "Glass Onion". Não, na verdade a premissa é a mesma de "O caso dos dez negrinhos" (rebatizado de "E não sobrou nenhum"), obra de Agatha Christie, publicada em 1939 que foi a inspiração de "Glass Onion". A protagonista que faz às vezes da Miss Marple ou de Hercule Poirot, tem até o nome de Agatha.
O problema é que o filme, que começa com um tom de mistério investigativo depois envereda por uma linha satírica, deixando tudo num meio termo nem comédia e nem policial, e a partir do momento que as revelações são feitas, o tom se torna ainda mais farsesco.
Além disso, o elenco tem atuações de medianas para ruins, o que contribui para que a narrativa se torne ainda mais inconsistente e pouco envolvente.
O título nacional é uma bobagem, porque não a tradução literal "Convite para um assassinato"?
A escritora inglesa, rainha do mistério, certamente não aprovaria a trama protagonizada pela sua xará Agatha.
Evil Face
2.8 5Assisti depois de ter visto "Olhos sem rosto" de 1960 e é difícil evitar a comparação já que o fime francês é praticamente a produção definitiva sobre o quase sub-gênero "filmes de transplante facial".
Klaus Kinski, com sua cara de maníaco, tem uma performance até contida o que aparenta ser mais um certo desinteresse em atuar, do que propriamente uma opção de atuação.
Uma ambientação criativa o laboratório do Prof. Nijinski (Kinski) com seus tubos borbulhantes naquele tom exagerado e fake de vermelho sangue e as cenas de cirurgia, que embora excessiva e desnecessarimanente longas, tem efeitos impressionantes.
Uma cena de sexo inútil e apelativa entre várias cenas desnecessárias e Kinski com uma sequência final constrangedora em que agoniza enquanto declama um monólogo interminável.
Infelizmente o belíssimo e poético "Olhos sem rosto" pode ter sido a inspiração de um filme ruim como esse.
O Perfumista
1.8 30Para quem já leu o livro de Patrick Süskind e viu o belíssimo filme de 2006, que é bem mais fiel à obra literária, assistir esse "O perfumista" é bem decepcionante.
Este filme é apenas baseado na obra de Süskind e infinitamente inferior ao filme de 2006, nem tem os mesmos personagens, nem se passa na mesma época. Tem uma boa produção, bela fotografia, atuações medianas mas se perde com tantas idas e vindas na narrativa, tanto que o final apoteótico do livro é apresentado bem antes do final e com outro personagem.
Tenta manter a "essência" da obra, sem querer fazer trocadilho, já que perfumes são feitos de essências, que é captar o sentido do olfato no espectador através do visual, e de certa forma até alcança o objetivo, mas sem a profundidade, atração e impacto da adaptação anterior.
Maigret e a Jovem Morta
2.8 17 Assista AgoraGérard Depardieu dá vida ao Inspetor Maigret, o famoso personagem criado por Georges Simenon.
A trama é um tanto arrastada, não desperta tanto interesse, mas o filme tem uma bela direção de arte com boa recriação de época e Depardieu também tem boa interpretação, com seu Maigret já envelhecido e amargurado.
Os Quatro Profanos
3.3 6Produção da Hammer com direção de Terence Fisher, a produtora famosa por seus filmes de terror, assim como o diretor que tem em seu currículo vários filmes desse gênero, fazem esta incursão pelo chamado Noir, e é uma tentativa não muito feliz.
A premissa, embora clichê, é instigante. Um milionário (William Sylvester) após sofrer um acidente numa viagem a Portugal e ficar quatro anos sem memória, volta para casa obviamente querendo vingança, já que desconfia que um dos três amigos que o acompanhavam na viagem tentou matá-lo, desconfiando também da participação da esposa (Paulette Goddard).
Não sei se a experiência de Fisher quase que exclusivamente concentrada em filmes de terror tenha influenciado, mas a trama resulta enfadonha, com muitos diálogos e pouco interessante, além de seu final previsível. Não se traduz na tela uma trama que poderia ser bem mais envolvente.
Versões de um Crime
3.2 409 Assista AgoraO típico "filme de tribunal", com quase toda a ação baseada em depoimentos dados durante o julgamento.
Há um plot twist, que muitos disseram ser bem previsível, não achei assim tão previsível embora
o assassino ser justamente o narrador da história é um artifício recorrente em obras de ficção.
No final, é o garoto que acaba trabalhando em sua própria defesa, se recusando a falar e soltando a bomba no momento certo, apesar de que era uma mentira estratégica, livrando a si mesmo e a mãe, que a princípio ele acreditava ter matado o pai, para depois entender que tinha sido o amante, agora seu advogado.
A trama prende a atenção, as atuações são razoáveis, já que Keanu Reeves não é reconhecido por ser exatamente um grande ator, e dá para constatar que Renée Zellweger está irreconhecível depois de tantas intervenções estéticas.
O Parque Macabro
3.8 142 Assista AgoraA atmosfera é onírica, porém mais do que um sonho, remete a um pesadelo, opressiva e sufocante.
Certamente é um filme à frente de seu tempo, com inovações de narrativa e enquadramento de câmeras. É claro que para quem assistiu aos filmes posteriores, que podem ter sido influenciados por este, não foi difícil perceber
que a protagonista Mary Henry estava morta desde o acidente na cena incial. O que gera dúvidas é porque alguns personagens a viam e interagiam com ela, como a dona da pensão, o médico, o padre e o outro hospéde. Estariam todos também mortos?
Mas se assim fosse, o que explica a cena que antecede a revelação que Mary estava entre os corpos dentro do carro,e mostra o padre e o médico encontrando marcas na areia em frente ao parque abandonado e supostamente procurando por Mary. Ali ambos pareciam bem vivos.
Algumas análises que li afirmarm que essa "interação" de Mary com os vivos não passaria de uma alucinação de sua mente que se recusava a aceitar que estava morta e ela não se comunicou com ninguém em momento nenhum.
Não existe aqui uma dedução lógica, é um filme que desperta sentimentos de medo e angústia, e trata-se mais de um mergulho na mente perturbada da protagonista do que uma narrativa coerente e linear.
Sem dúvida é um excelente exemplo de um grande filme feito com um orçamento mínimo. Cenas hipnóticas, que mostram o tormento da protagonista do que seriam alucinações, fugas da realidade, mas qual é a realidade? Dizem que o pesadelo começa quando você acorda. Mary Henry descobre isso da forma mais perturbadora possível.
O Túmulo Vazio
3.7 49 Assista AgoraO título nacional poderia ter optado pela tradução literal do título em inglês "O ladrão de corpos", pois estaria dando destaque a John Gray (Boris Karloff), o personagem que é a alma do filme.
Há cenas impactantes como
a cantora de rua, cuja melodiosa voz some na escuridão, quando percebemos que Gray a havia silenciado e a formidável cena de encerramento, quando Wolfe vê a imagem de Gray no corpo que havia acabado de retirar de uma cova e apavorado acaba sofrendo o acidente fatal. As cenas da carruagem descontrolada e do "fantasma" de Gray agarrando Wolfe são realmente apavorantes.
Enquanto Karloff domina o filme, Bela Lugosi tem uma participação pequena como um empregado da casa do Dr. Wolfe, mas vale destacar a ótima e única cena em que ambos contracenam. Uma cena tenebrosa com os rostos dos dois ícones do cinema envoltos na penumbra, numa crescente tensão até seu desfecho chocante.
O filme é baseado num conto de Robert Louis Stevenson (O médico e o monstro), que por sua vez foi inspirado na história verídica de Burke e Hare, dois ladrões de corpos que assassinaram pessoas em 1827 para venderem seus corpos para escola de medicina. A trama do filme tem lugar em 1831 e no lugar da dupla de assassinos, temos o cruel Gray.
A atuação de Karloff é soberba e hipnótica, sua expressão corporal e linguagem evocam o que há de pior no ser humano, mas ao mesmo tempo é capaz do oposto, um momento de ternura e carinho com a criança cadeirante na cena inicial da narrativa.
O resto do elenco tem ótimas atuações, especialmente Henry Daniell (Dr. Wolfe) como o atormentado médico, a quem Gray tortura e chantageia. Se para os outros Wolfe passa uma imagem de arrogância e confiança. diante de Gray ele se torna inseguro e amedrontado.
O dilema do ambicioso médico, que aceita pagar por cadáveres mesmo depois que sabe que estes eram vítimas de assassinato, também rende boas discussões com seu assistente Donald (Russel Wade). Enquanto Donald a princípio acha absurdo comprar corpos, quando conhece a menina deficiente e sua bela mãe, e que a cura da menina passaria por uma cirurgia experimental, passa a considerar que a dissecação de corpos não é algo tão horrível. Temos então uma interessante discussão sobre ética médica, até hoje um tema polêmico e controverso.
A atmosfera sinistra e macabra é a ambientação perfeita para a trama, como o Dr, Wolfe disseca os corpos, a trama brilhantemente contada disseca o lado sombrio da existência e mostra o horror no que a palavra tem de mais terrível, o horror da alma humana.
A Noite do Terror
3.4 21 Assista AgoraTem um atmosfera onírica, e o protagonista Johnny (um muito jovem Dennis Hopper) parece o tempo todo meio perdido nesse clima de sonho.
O mito da sereia já é encantador e Linda Lawson (Mora) com sua beleza exótica personifica essa crença num ser misterioso, que vem das profundezas do mar para seduzir os homens.
O final
me pareceu bem confuso. O Capitão Murdock confessa na delegacia, num longo discurso, que Mora não era uma sereia mas acreditava que fosse, e a essa altura já acreditávamos na fantasia sugerida desde o início do filme, a existência da criatura mitológica e que Mora seria realmente essa criatura.
Como Mora morreu? se ela ficou embaixo d'água teria morrido afogada, já que não era uma sereia? como o Capitão Murdock recuperou seu corpo? Parece que Johnny atira no Capitão para depois ele aparecer ileso confessando na delegacia?
O fato de sugerir uma fantasia e partir para um desfecho "explicado" e lógico demais, decepciona mas a trama é instigante, em um preto e branco que reforça a atmosfera hipnótica, apesar do ritmo lento. É mais um drama romântico do que terror.
Os Outros
4.1 2,5K Assista Agora“Os outros” é um filme fascinante, porque ultrapassa em muito o velho e surrado tema de casa mal assombrada, abarcando toda uma gama de situações, personagens e sentimentos que se equilibram de uma forma tão perfeita que é impossível não se envolver em sua narrativa da primeira a última cena.
Seu plot twist final é brilhante, mas a qualidade do filme não está só concentrada na sua reviravolta, até chegar ao desfecho, existe um conjunto de cenas que vai encadeando uma narrativa absolutamente envolvente que não se vale de sustos fáceis, os chamados “jumpscares”, embora eles também estão presentes, mas sim de insinuações que devem ser interpretadas e que, claro dão pistas, até seu final, que podem ou não ser captadas pelo espectador.
SPOILERS A SEGUIR (se alguém ainda não tiver assistido)
Eu costumo dizer que o final é o oposto do também maravilhoso “O sexto sentido”, produzido dois anos antes. Enquanto no filme de M. Night Shyamalan, o garoto “vivo” vê os mortos, em “Os outros” são os mortos que vêem os “vivos”, ou seja, até quase o encerramento, acreditamos que Grace, seus filhos e os empregados são assombrados por fantasmas presentes na mansão gótica, quando na verdade, são eles os espíritos que assombram os moradores e conseguem expulsá-los da casa.
“Ninguém vai nos fazer sair desta casa” diz Grace (Nicole Kidman) na fabulosa cena final e pobre dos próximos moradores, pois ela estava disposta a nunca deixar a residência.
Grace ao final entende que está morta, mas como explica Mrs. Mills (Fionnula Flanagan, também excelente), a cada nova chegada de moradores parece esquecer novamente, como se o trauma de ter matado a si e aos filhos, apague de sua memória e ela precise reviver tudo num círculo interminável. Quando sua filha pergunta onde fica o limbo, ela diz não saber. Somos levados para o âmago da depressão e do desespero no qual Grace estava mergulhada que a fez “reviver” a si mesma e aos filhos como apagando o ato horrível que acabara de cometer e ficando eternamente perdida numa espécie de purgatório mental da negação.
Confesso que quando Grace encontra o marido, já entendi que ele havia morrido na guerra e que ela estava vendo o espírito dele, mas até a revelação final, não havia suspeitado que ela também já estava morta e os verdadeiros fantasmas eram aqueles que acreditávamos serem os vivos. Assisti este filme na época do lançamento e o revi para esta nova resenha, mas não sei se teria adivinhado seu final mesmo hoje, tal a sutileza com que a narrativa é desenvolvida.
Passamos o filme inteiro achando que “os outros” eram os mortos, mas na verdade eram os vivos assombrados pelo mortos que pensávamos que eram os vivos! Louco e genial!
Durante a narrativa, somos apresentados a uma sucessão de cenas assustadoras como a da sessão espírita, dos empregados caminhando ameaçadoramente pelo gramado ou as fotos das pessoas mortas, o que hoje pode parecer mórbido, era um costume da época vitoriana como forma de homenagear os parentes falecidos.
O elenco liderado por Nicole Kidman, em uma performance arrebatadora, é magnífico. As duas crianças Alakina Mann e James Bentley, mostraram muito talento com atuações perfeitas apesar de pouca idade, e descobri que não seguiram carreira, tendo participado de outras poucas produções.
A ambientação climática e eficiente que mergulha o filme em sombras, cria a atmosfera tensa, sinistra e claustrofóbica que o filme exige. Uma obra prima do suspense, um clássico moderno.
Roteiro Para Um Assassinato
2.8 2É praticamente uma peça de teatro filmada, e com exceção das cenas inciais e alguns flashbacks, toda a ação acontece, muito apropriadamente, no palco de um teatro.
Para quem gosta de mistérios estilo Agatha Christie com o inevitável "quem matou?", o filme é uma diversão deliciosa e com ótimo elenco.
A revelação da identidade do assassino
é bem criativa e inesperada, assim como quando descobrimos que todos ali estavam a serviço do dramaturgo noivo da vítima para desmascarar o assassino, o único ali que não pertencia ao círculo de amigos do dramaturgo que idealizou toda a encenação. Mas em momento algum desconfiei que seria ele, o falso policial e ator desempregado.
O Círculo do Diabo
3.3 7 Assista AgoraUm enredo que envolve vodu, com o protagonista dividido entre a loira sedutora e a namoradinha ingênua.
Elencio desconhecido mas eficiente e ritmo ágil
As bonecas vodu estilo Barbie e Ken, são bem engraçadinhas..
O Estrangulador Assombrado
3.4 5O filme funciona graças a ótima performance de Boris Karloff, que sem nenhum efeito de maquiagem consegue assustar apenas contorcendo o rosto e segundo li, tirando a dentadura.
A trama é bem desenvolvida, embora só comece a ficar envolvente depois de quase 40 minutos de projeção, até então a narrativa era lenta e não muito atraente.
Há também um inesperado plot twist quando é revelado que Rankin (Karloff) não só estava possuído pelo espírito do verdadeiro assassino que ele tanto buscava, como era ele o próprio assassino que fugiu de um hospital psiquiátrico vinte anos antes, ajudado pela enfermeira que agora era sua esposa.
A Besta Negra
3.4 3 Assista AgoraAnne Bancroft no papel de uma trapezista e "femme fatale" que seduz homens enquanto assassinatos começam a ocorrer no circo.
O enredo policial é bem conduzido embora
a identidade do assassino é revelada quando Joey (Cameron Mitchell) chama a atenção para os músculos de Laverne (Brancroft), o que já nos indica que ela teria força para cometer os crimes.
Há uma cena final estilo "King Kong" quando
o gorila sobe em uma montanha russa carregando a mocinha, nessa altura vilã, pois já sabemos que era ela a assassina.
A pergunta que não quer calar
porque mataram o gorila??? Ele não havia sido o autor dos crimes, a mulher já estava em segurança mas a polícia não hesita em mandar bala para cima do pobre animal. É claro que o final reflete a sociedade da época, em que a preocupação com a vida dos animais simplesmente não existia
Crime ou Loucura
3.4 7Caso verídico em filme de 1985, cuja história, infelizmente, vem se repetindo no mundo inteiro em todas as classes sociais, antes e depois desta produção.
Valorizado pelo elenco, com ótimos atores como Candice Bergen, Jürgen Prochnow e Hector Elizondo.
A trama é bem conduzida, e é angustiante assistir porque já imaginamos o seu final.
O Bem Contra o Mal
2.4 10Um terror genérico que mistura "O bebê de Rosemary" e "O exorcista" com roteiro desconexo e atuações medianas.
O que começa como uma história de amor, acaba virando um filme de possessão demoníaca com uma mudança abrupta no roteiro e inclusão de personagens de forma forçada.
SPOILERS A SEGUIR:
Andy de repente vê uma notícia no jornal com símbolos que vira na igreja onde o Padre Wheatley supostamente se suicidou (que perigo o padre representava para ter que morrer?), assim ele vai até a criança e descobre que a mãe dela é sua ex-namorada. A criança também está possuída pelo demônio e do nada, também aparece outro padre, que pratica um ritual de exorcismo.
Estas cenas parecem pertencer a um filme completamente diferente do que estava sendo apresentado até então.
O que isso tudo tem a ver com o romance entre Andy e Jessica, a moça que estava prometida ao demônio? Segundo os roteiristas para unir Andy e sua ex-namorada e separá-lo de Jessica, pois era mais fácil do que simplesmente matá-lo?? A partir do momento que o exorcismo é bem sucedido, a tentativa de usar a ex-namorada falha. Se a menina continuasse possuída teria dado certo para aproximar do casal?? Realmente não vejo sentido algum.
Sem falar que o mocinho termina sem reencontrar a amada, num final aberto e sem sequer confrontar em uma única cena o vilão da história, Mr. Rimmin, que também não descobrimos afinal que poderes tinha para ser escolhido como "pai" da noiva do capeta e fazer gatos enfurecidos matar uma de suas colaboradoras.
The Hideous Sun Demon
2.2 3 Assista AgoraFicção científica dos anos 50 que reflete a paranoia atômica da época.
Por tratar-se de uma produção de baixíssimo orçamento, mesmo para os padrões da época, o visual do monstro é bem simplório.
Vale pela curiosidade.
Cem Gritos de Terror
3.6 5Terror mexicano composto por duas narrativas.
SPOILERS:
A primeira história tem boa ambientação e cenas aterrorirzantes mas sua premissa não se se sustenta e é preciso ligar a suspensão de descrença para poder embarcar já que
como é possível que a esposa, que fingiu estar morta, soubesse que o marido daria uma arma para a amante, que esta atiraria e mataria seu marido e que depois bateria a cabeça e morreria para que seu plano de vingança pudesse dar certo?
A segunda história é excelente, mórbida, macabra, claustrofóbica, angustiante e ainda nos apresenta teorias filosóficas sobre sonho e realidade. Com boa performance de sua dupla de protagonistas. O final parece deixar claro que tudo foi um sonho, pois a parede da gaveta onde o caixão da mulher foi emparedado aparece intacta no dia seguinte, mas ao mesmo tempo deixa espaço para a ambiguidade já que o protagonista duvida que esteja acordado.
"Qual a diferença entre viver e sonhar?
O pesadelo começa quando acordamos"
Uma pequena joia perdida.
Before I Wake
2.5 1Vi no YouTube com o título de "A sombra do medo", que é a tradução literal do seu título em inglês.
Suspense rotineiro com vários clichês do gênero como a madrasta má. Poderia até ser interessante se
houvesse um plot twist e a madrasta, que era tão obviamente culpada, no final não fosse. Ou seja, a enteada começa a suspeitar que a madrasta talvez tenha cometido um crime, como diz a sinopse, e cometeu!
Jornada ao Centro do Tempo
2.8 5 Assista AgoraFiccção científica que entrega seu baixo orçamento com cenas provavelmente "roubadas" de algum outro filme, além de efeitos especiais bem simples, mesmo para a época, e que lembra muito a antiga série de Irwin Allen "O túnel do tempo" já que, além da temática de viagem no tempo, os cientistas também se sentem pressionados pela perda do patrocínio e consequentemente teriam que encerrar o projeto e acabam precipitando o experimento e tudo dando errado.
No final
temos uma coisa meio Adão e Eva, com o casal de cientistas perdido no tempo talvez colonizando um novo mundo.
Pesadelo Trágico
3.1 3 Assista AgoraTem uma ambientação boa, mas o ritmo é bastante lento.
Vale pelo elenco talentoso, que tem Anthony Perkins vivendo mais um personagem perturbado, que se tornou sua especialidade desde "Psicose" e Julie Harris, além de Joan Hackett, num personagem sem muita importância.
A trama é bastante previsível embora
imaginei que o misterioso inquilino não tivesse existido em nenhum momento mas segundo a carta que Katherine manda para o irmão, ele realmente recebera o verdadeiro Harold, que decide não alugar o quarto, e então ela resolve incorporar o personagem para se vingar do irmão. Estava mais que claro que era ela que asssustava o irmão, querendo vingar a morte do pai, a quem adorava.
O final sem surpresas é protocolar mas
fiquei sem entender porque após ter sua cegueira curada quando é atacado pela irmã, na cena final Allan volta a não enxergar.
Os Olhos Sem Rosto
4.0 232"Olhos sem rosto" incluído no gênero terror, mas na verdade é mais um drama melancólico, belo, cheio de metáforas e significados.
SPOILERS
Christiane (Edit Scob), filha do famoso cirurgião Dr. Genessier (Pierre Brasseur), tem seu rosto desfigurado num terrível acidente provocado pelo pai. A partir daí, o pai fica obcecado em devolver à perfeição ao rosto da filha e para isso passa a sequestrar garotas com a ajuda de sua secretária (Alida Valli), literalmente roubando o rosto das moças para transplantá-los na filha.
Há várias leituras para a trama, Christiane era infeliz, não só pelo rosto desfigurado, mas também pela obsessão do pai, pois não sabia se o que ele fazia era por amor a ela ou para alcançar sucesso na carreira comprovando seus experimentos.
Temos uma longa sequência em que o Dr. Genessier retira o rosto de uma de suas vítimas com efeitos surpreendentes para a época que devem ter deixado as plateias muito impressionadas.
A máscara usada por Christiane nos deixa ver apenas seus grandes e expressivos olhos, que lhe dá uma aparência fantasmagórica e etérea, como ela mesma se sentia, uma morta-viva, sem alma, sua tristeza é quase palpável, já que ela não se sente feliz nem quando ganha um novo rosto, pois quando olha no espelho, não se reconhece. Ela se sente prisioneira como as garotas que o pai sequestra, como os cães que ele mantém em jaulas, talvez por isso tenha com eles uma relação de proximidade e carinho.
No desfecho, Christiane não compactua mais com o horror provocado pelo pai e liberta sua última vítima, mata sua assistente que ironicamente se preocupava com ela, liberta os cães, tão prisioneiros quanto ela que atacam seu pai, o cirurgião que desfigura, ao final é desfigurado.
O final é de uma beleza e lirismo hipnóticos, Christiane com sua máscara inexpressiva liberta pombas e caminha por um jardim, envolta pelas aves e com uma delas pousada em sua mão, como uma princesa perdida em seu solitário reino de tristeza e horror.
Demência 13
3.2 46 Assista AgoraPrimeiro filme de Francis Ford Coppola, que já demonstrava o talento que se confirmaria em sua carreira.
O filme tem uma narrativa que parece um pesadelo, começando pela morte de um personagem logo na cena inicial até os ataques do serial killer. A ambientação em um castelo na Irlanda dá o tom sombrio necessário à narrativa.
A identidade do assassino é óbvia, mas isso não intefere na narrativa, que resulta coesa e envolvente.
A morte de Louise, a nora com planos de ganhar a confiança (e a fortuna) da matriarca da família, mas é interrompida assassinada pelo perturbado filho mais novo, é antecedida por cenas subaquáticas muito bem filmadas.
O Monstro de Pedras Brancas
3.0 5Uma cópia genérica, mais pobre e sem o encanto do cult "O monstro da lagoa negra" (1954).
O andamento é bem arrastado, com várias cenas e dialógos desnecessários feitos para prolongar a duração, já que a criatura aparece apenas nos 10 minutos finais e tem uma aparência simplória e tosca para os nossos olhos acostumaos a efeitos digitais, mas mesmo para os anos 50, denuncia o baixo orçamento da produção.
O monstro começa a matar várias pessoas na cidade e arrancar suas cabeças, nem uma criança é poupada e aparece morta e no final
.é encurralado no farol, depois de jogar o pai da mocinha que era o faroleiro lá de cima da torre do farol, seu namorado acerta uma pancada com um rifle (!) e também derruba a criatutra que morre. O filme termina com o casal protagonista se beijando, num cena clichê, e a mocinha já parece ter esquecido do pai que foi jogado do farol minutos atrás...
Vale como curiosidade.