Serei empático ao baixo orçamento desta produção e reforçar que esteticamente a direção faz o melhor possível. O roteiro é bem instigante. Em poucos minutos já é possível sentir-se completamente vidrado na história. O final talvez não tenha agradado a todos, mas para mim foi bastante satisfatório.
Temporada mais interessante da série, onde tivemos menos distrações e a questão do Normam foi abordada com mais profundidade. Como telespectador tive as mesmas sensações de uma convivência real próxima a um paciente psiquiátrico, que é passar pelas fases de ódio pelas merdas que a pessoa faz, seguida de empatia por entender que ela não tem culpa de sua condição. As cenas na terapia para mim foram as melhores, com tanto funcionamento destrutivo no relacionamento Norma e Sam, era impossível que a personalidade do Norman se formasse de maneira saudável.
A morte da Norma, apesar de previsível, foi dolorosa e perturbadora de assistir. Desejo tanto que o Dylan e a Emma permaneçam longe vivendo um possível final feliz. E as expectativas estão altas para a quinta e derradeira temporada, que poderá ser um remake extendido do Psicose.
Vou dizer que este filme me arrasou. Em especial a cena da cesta básica: um tiro no estômago.
Explicita a automatização dos sistemas que leva junto toda e qualquer humanidade dos processos embora. Um chamado pra realidade, ao mostrar que o funcionalismo público no primeiro mundo pode ser tão burocrático quanto o nosso, colocando seu dependente em situações absurdas.
Assisti a este documentário pausando em momentos estratégicos para digerir o peso da realidade carcerária norte americana, que muito serve de reflexão ao nosso sistema também. Desmonta qualquer visão simplista do assunto, ao mostrar que a discussão é muito mais profunda que imaginamos, envolvendo uma verdadeira fábrica de "bandidos". É chocante ver como tem alguém lucrando nesta história toda. Pro capitalismo, definitivamente bandido bom não é bandido morto. Corajosamente, aponta como a carceragem representa também um novo modelo de segregação étnica. Dolorosamente percebemos de longe a dor de ser um negro nos EUA. (Digi de longe, pois empatia alguma substitue a experiência).
Estados Unidos, terra da liberdade. Resta saber: Liberdade para quem?
Entendo a comoção em cima de La La Land e entendo quem saiu falando que não é tudo isso. Pois é bem isso... O roteiro é fraco, fácil e clichê. Mas a estética, direção e atuações são totalmente cativante.
É o melhor show da Pitty. As projeções do telão parecem pular da tela, estão fantásticas. Temos um setlist rico de hits, de todas as fases da banda mais as músicas do SETEVIDAS. As músicas mais antigas, como teto de vidro, equalize, memórias, aparecem agora enriquecidas e modificadas, espelhando toda experiência adquirida pela banda neste tempo de estrada, somando à adição de novos e ótimos membros. O público interage durante todo o show. Infelizmente porém, para a edição do DVD retiraram as falas e discursos da cantora, o que deixou a coisa pouco orgânica. Apenas por este motivo, não tem minha nota máxima.
3% sendo a primeira série brasileira com uma grande logística de investimento e distribuição mundial. Nascida de um piloto exaltado e "perdido" na internet, agregando em seu elenco um monte de atores desconhecidos e utilizando um formato bem no estilo seriado americano. Deu mais que certo, para uma primeira experiência deste porte. O roteiro é fraco, não dá pra negar. Mas o desenvolvimento consegue ser cativante, e a 3% acaba prendendo o telespectador. Os atores estão bem na maioria do tempo, mas se mostram pouco flexíveis a medida que as cenas pedem algum aprofundamento emotivo. O cenário e a direção são bem satisfatórios e a distopia como toda boa distopia, pode ser encarada como uma metáfora da nossa realidade. O formato de inserir flashbacks de construção dos personagens em cada episódio, recurso abusado nas séries americanas (vide lost, orange is the new black) funciona bem em 3%.
Aposto numa segunda temporada mais madura, não tão experimental mais, e tenho a expectativa que 3% inspire e abra portas para o formato de seriados no Brasil.
Estou sem inspiração pra escrever a respeito, mas Westworld foi uma grata surpresa neste 2016. Principalmente no início de seu desenvolvimento, fui invadido por um emaranhado de questionamentos, muito a respeito de ética e humanidade. Anseio pela segunda temporada.
Amor e ódio pela temporada. Achei impecável até o quinto episódio, não gostei do que fizeram no sexto e sétimo episódios (que serviram como um reajuste nas expectativas) e acredito que dentro da nova realidade, terminou bem. De todas as temporadas de American Horror Story, esta é minha terceira favorita, ficando atrás apenas de Asylum e Murder House.
Poderia conversar durante dias e mais dias sobre esta série, que é meu nome favorito neste formato. Já havia assistido as duas primeiras temporadas e aguardei com ansiedade a liberação de novos episódios pelo serviço de streaming Netflix. Não fiquei nada decepcionado com a nova remessa. Como nas outras temporadas, alguns episódios pegam mais que outros, e é muito pessoal classificá-los como bons ou ruins. Sendo vendida como uma série abordando distopias onde algum aterfato tecnológico futurístico classifica as interações sociais, basta tirar tal tecnologia para nos reconhecermos ali, exatamente como estamos vivendo agora. A condição humana é bem explorada, de forma ousada até, considerando o formato de séries. Poderia ser mais aprofundado, mas já é um passo considerável ver esta abordagem. A começar pelo primeiro episódio, é chocante se reconhecer na personagem central. Na era do caça likes, com alguns exageros (que tiram um pouco o brilho do episódio) vemos toda hipocrisia diante às relações passíveis de avaliação. Seria esta uma realidade muito distante? Quando pensamos na interação do Uber, onde a avaliação é mutua, nos processos de feedback dentro das empresas e formulários de avaliaçao de serviços (principalmente de telemarketing) nos vemos com tal poder. Talvez este venha a se tornar o episódio mais óbvio da série. Prosseguindo com a temporada, temos um episódio que serve como uma grande homenagem ao terror psicológico, onde games de realidade bastante aumentada são testados. De início senti falta em enxergar alguma crítica social, mas depois que tirei fora esta expectativa - pois Black Mirror permite isto - passei a encarar o episódio de maneira melhor. O episódio 3x03 aborda nossa vulnerabilidade em ambiente virtual e aprofunda uma reflexão sobre justiça. Gostaria de ver a questao da pedofilia mais aprofundada, já que tocaram neste assunto. Logo depois, veio meu episódio favorito da temporada, San Junipero, mostrando que podemos aproveitar a tecnologia de maneira também benéfica, apresentando um conceito de vida eterna. Final Feliz? Sim e não. Mérito do episódio colocar entre os personagens centrais, uma protagonista negra e bisexual. Representatividade importa sim!. Não poderia deixar de comentar a cativante trilha e direção impecável. Para quem já assistiu San Junipero, recomendo uma revisita ao episódio. Assisti-lo em uma segunda oportunidade, dá um resignificado bastante interessante, e é onde percebemos as peculariedades do roteiro, como quando a Yorkie se recusa a jogar o game de carros. Depois do belíssimo San Junipero, vem um episódio apostando na temática militar, apresentando um conceito bastante explícito de nazismo, preconceito, na formaçao de uma sociedade "pura", livre de certas características. Quem não tivesse o privilégio de nascer dentro de um padrão, era visto como "barata" e vivia de forma marginalizada, podendo ser abatido a qualquer hora, como baratas realmente. O sexto, e meu episódio menos favoritos apresenta uma questionável justiça ao jorro de ódio virtual.
Enfim, assistindo esta temporada, só deu vontade de ver os outros 6 episódios que já foram encomendados à Netflix.
Me surpreendeu positivamente. Não é exatamente o tipo de filme que gosto, no final ficou fantástico demais, o início foi bem arrastado, mas acabei me envolvendo. Mais do mesmo? Provável. Interestelar prende mais pela técnica e efeitos (como toda superprodução), que por alguma densidade na história e atuações. Imagino ter sido um deleite aos que gostam de ficção científica.
Interessante ver como mesmo em forma de animação pôde imprimir tanta realidade. Anomalisa traz a tona os processos prontos do mundo, a previsibilidade das relações humanas, o vazio existencial.
Michael Stone que é o personagem principal carrega consigo os movimentos e as expressões de alguém cansado e apático ao mundo que vive. Interessante notar seu sobrenome Stone / Pedra, dando ênfase a sua falta de comoção e até mesmo irritação diante às corriqueiras interações humanas, que aparecem sempre carregadas de frases esperadas e vazias. Michael parece estar cheio de tanta mesmice, tanta padronização. Soa como alguém um pouco perdido, em busca de alguma motivação que o tirasse de tanta apatia. O encontro com Lisa, que é antiquada, grosseira e pura, pareceu ser o escape perfeita deste novo eu que ele parecia querer experimentar. Anomalia apresentou um recurso muito interessante neste ponto, ao tratar todos os personagens com vozes idênticas, imprimindo uma voz diferenciada apenas à Lisa, o que pareceu evidência-la aos olhos do telespectador, tal qual acontecia com M. Stone. Como se todo o resto fosse igualmente desinteressante e Cinza. Michael é contraditório, tal qual todo ser humano em sua intimidade. Por mais que mostrasse cansado com todo o já exposto a cerca da previsibilidade das coisas, ele produzia textos de padronização do ser humano (nos processos de atendimento ao público). Por mais que ele via em Lisa algo quente, especial, transbordando sentimento e energia, logo se irrita e começa combater exatamente o que fazia a moça diferente de todos. Em um diálogo em meia culpa pelo adultério em progresso, exige de Lisa um comportamento adequado, padrão, igual às demais pessoas e é neste momento que ele vai perdendo a coragem em seguir adiante ao que parecia ser um caminho que o salvaria de seus conflitos internos. O final pra mim foi bem real, quando a família puxa Michael Stone desta fuga que vinha sendo criada, para a mesma vida adequada de sempre, tirando qualquer possibilidade de dar vazão a seus reais desejos.
Anomalisa me fez pensar no quanto restringimos nossa capacidade humana para nos sentirmos incluídos, adequados e funcionais. Do quanto nos enganamos e nos limitamos a uma medíocre existência. Um filme a ser visto e provavelmente não esquecido.
Conheço muito pouco de Frida e sinto que isso não mudou muito com filme. Senti falta em ver como ela era antes de encontrar Diego, mais de sua personalidade anacrônica e tão pessoal, mas o filme optou em focar no relacionamento dos dois, o que ofuscou a força feminina (e feminista) e individual que sempre ouvimos de Frida.
Esse filme é genial! O relato de uma época, vários pitacos de críticas sociais e uma história mágica para o telespectador apaixonado pela arte. Quem nunca se envolveu com um personagem?
Os efeitos especiais são horríveis, mas aos poucos esta precariedade se transforma no charme da série. Doctor e Rose possuem uma dinâmica fantástica. O fascínio do Doctor ao se deparar com novas descobertas é contagiante. Alguns personagens extraterrestes (Daleks, Cassandra) apesar de posicionarem como vilões, são bem queridos à história. Série desprendida de grandes reflexões, do tipo para passar o tempo.
Bem interessante assistir a este filme tão antigo, e imaginar como ele deve ter sido inovador e relevante à época em que passou (e já com uma crítica social embutida). O pouco recurso dá grande margem para o imaginário e a falta de diálogos falados direciona o foco para a trilha sonora e para o visual que é bastante artístico.
O Ryan é um ator incrível e fez bonito ao representar Trumbo. Desconhecia a história e ela me fez pensar bastante no acontecido antes e no que acontece hoje, principalmente no crescimento de idéias fascistas em meio a uma crise econômica. Vale a reflexão do valor de nossa liberdade, e de como qualquer ameaça em limitá-la deve ser combatida. O filme vale a pena mesmo sendo cansativo em alguns momentos.
Coerência
4.0 1,3K Assista AgoraSerei empático ao baixo orçamento desta produção e reforçar que esteticamente a direção faz o melhor possível.
O roteiro é bem instigante. Em poucos minutos já é possível sentir-se completamente vidrado na história.
O final talvez não tenha agradado a todos, mas para mim foi bastante satisfatório.
Recomendo.
Estrelas Além do Tempo
4.3 1,5K Assista AgoraAdorei o filme. Fica a crítica para a tradução do título, que priorizou um nome atrativo comercialmente falando que o nome fiel à historia.
Uma Noite de Crime: Anarquia
3.5 1,2K Assista AgoraA ideia do filme é muito legal, mas as acrobacias holywoodianas as vezes irritam um pouco.
Assisti sem ver o primeiro da trilogia.
Bates Motel (4ª Temporada)
4.4 722Temporada mais interessante da série, onde tivemos menos distrações e a questão do Normam foi abordada com mais profundidade.
Como telespectador tive as mesmas sensações de uma convivência real próxima a um paciente psiquiátrico, que é passar pelas fases de ódio pelas merdas que a pessoa faz, seguida de empatia por entender que ela não tem culpa de sua condição. As cenas na terapia para mim foram as melhores, com tanto funcionamento destrutivo no relacionamento Norma e Sam, era impossível que a personalidade do Norman se formasse de maneira saudável.
A morte da Norma, apesar de previsível, foi dolorosa e perturbadora de assistir.
Desejo tanto que o Dylan e a Emma permaneçam longe vivendo um possível final feliz.
E as expectativas estão altas para a quinta e derradeira temporada, que poderá ser um remake extendido do Psicose.
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraDa série, "não entendi o hype".
Eu, Daniel Blake
4.3 533 Assista AgoraVou dizer que este filme me arrasou.
Em especial a cena da cesta básica: um tiro no estômago.
Explicita a automatização dos sistemas que leva junto toda e qualquer humanidade dos processos embora. Um chamado pra realidade, ao mostrar que o funcionalismo público no primeiro mundo pode ser tão burocrático quanto o nosso, colocando seu dependente em situações absurdas.
A 13ª Emenda
4.6 354 Assista AgoraAssisti a este documentário pausando em momentos estratégicos para digerir o peso da realidade carcerária norte americana, que muito serve de reflexão ao nosso sistema também.
Desmonta qualquer visão simplista do assunto, ao mostrar que a discussão é muito mais profunda que imaginamos, envolvendo uma verdadeira fábrica de "bandidos". É chocante ver como tem alguém lucrando nesta história toda. Pro capitalismo, definitivamente bandido bom não é bandido morto.
Corajosamente, aponta como a carceragem representa também um novo modelo de segregação étnica. Dolorosamente percebemos de longe a dor de ser um negro nos EUA. (Digi de longe, pois empatia alguma substitue a experiência).
Estados Unidos, terra da liberdade. Resta saber: Liberdade para quem?
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraEntendo a comoção em cima de La La Land e entendo quem saiu falando que não é tudo isso. Pois é bem isso... O roteiro é fraco, fácil e clichê. Mas a estética, direção e atuações são totalmente cativante.
Turnê SETEVIDAS - Ao Vivo
4.5 3É o melhor show da Pitty.
As projeções do telão parecem pular da tela, estão fantásticas. Temos um setlist rico de hits, de todas as fases da banda mais as músicas do SETEVIDAS. As músicas mais antigas, como teto de vidro, equalize, memórias, aparecem agora enriquecidas e modificadas, espelhando toda experiência adquirida pela banda neste tempo de estrada, somando à adição de novos e ótimos membros. O público interage durante todo o show.
Infelizmente porém, para a edição do DVD retiraram as falas e discursos da cantora, o que deixou a coisa pouco orgânica. Apenas por este motivo, não tem minha nota máxima.
O Ano Mais Violento
3.5 285Fiquei entediado na maior parte.
3% (1ª Temporada)
3.6 772 Assista AgoraVamos lá...
3% sendo a primeira série brasileira com uma grande logística de investimento e distribuição mundial. Nascida de um piloto exaltado e "perdido" na internet, agregando em seu elenco um monte de atores desconhecidos e utilizando um formato bem no estilo seriado americano. Deu mais que certo, para uma primeira experiência deste porte.
O roteiro é fraco, não dá pra negar. Mas o desenvolvimento consegue ser cativante, e a 3% acaba prendendo o telespectador. Os atores estão bem na maioria do tempo, mas se mostram pouco flexíveis a medida que as cenas pedem algum aprofundamento emotivo. O cenário e a direção são bem satisfatórios e a distopia como toda boa distopia, pode ser encarada como uma metáfora da nossa realidade. O formato de inserir flashbacks de construção dos personagens em cada episódio, recurso abusado nas séries americanas (vide lost, orange is the new black) funciona bem em 3%.
Aposto numa segunda temporada mais madura, não tão experimental mais, e tenho a expectativa que 3% inspire e abra portas para o formato de seriados no Brasil.
Westworld (1ª Temporada)
4.5 1,3KEstou sem inspiração pra escrever a respeito, mas Westworld foi uma grata surpresa neste 2016. Principalmente no início de seu desenvolvimento, fui invadido por um emaranhado de questionamentos, muito a respeito de ética e humanidade.
Anseio pela segunda temporada.
American Horror Story: Roanoke (6ª Temporada)
3.9 716 Assista AgoraAmor e ódio pela temporada.
Achei impecável até o quinto episódio, não gostei do que fizeram no sexto e sétimo episódios (que serviram como um reajuste nas expectativas) e acredito que dentro da nova realidade, terminou bem.
De todas as temporadas de American Horror Story, esta é minha terceira favorita, ficando atrás apenas de Asylum e Murder House.
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraImpossível assistir Aquarius sem fazer um paralelo à Dilma Rouseff, algo que não foi a intenção.
Magnífico!
Black Mirror (3ª Temporada)
4.5 1,3K Assista AgoraPoderia conversar durante dias e mais dias sobre esta série, que é meu nome favorito neste formato. Já havia assistido as duas primeiras temporadas e aguardei com ansiedade a liberação de novos episódios pelo serviço de streaming Netflix. Não fiquei nada decepcionado com a nova remessa. Como nas outras temporadas, alguns episódios pegam mais que outros, e é muito pessoal classificá-los como bons ou ruins.
Sendo vendida como uma série abordando distopias onde algum aterfato tecnológico futurístico classifica as interações sociais, basta tirar tal tecnologia para nos reconhecermos ali, exatamente como estamos vivendo agora. A condição humana é bem explorada, de forma ousada até, considerando o formato de séries. Poderia ser mais aprofundado, mas já é um passo considerável ver esta abordagem.
A começar pelo primeiro episódio, é chocante se reconhecer na personagem central. Na era do caça likes, com alguns exageros (que tiram um pouco o brilho do episódio) vemos toda hipocrisia diante às relações passíveis de avaliação. Seria esta uma realidade muito distante? Quando pensamos na interação do Uber, onde a avaliação é mutua, nos processos de feedback dentro das empresas e formulários de avaliaçao de serviços (principalmente de telemarketing) nos vemos com tal poder. Talvez este venha a se tornar o episódio mais óbvio da série.
Prosseguindo com a temporada, temos um episódio que serve como uma grande homenagem ao terror psicológico, onde games de realidade bastante aumentada são testados. De início senti falta em enxergar alguma crítica social, mas depois que tirei fora esta expectativa - pois Black Mirror permite isto - passei a encarar o episódio de maneira melhor.
O episódio 3x03 aborda nossa vulnerabilidade em ambiente virtual e aprofunda uma reflexão sobre justiça. Gostaria de ver a questao da pedofilia mais aprofundada, já que tocaram neste assunto.
Logo depois, veio meu episódio favorito da temporada, San Junipero, mostrando que podemos aproveitar a tecnologia de maneira também benéfica, apresentando um conceito de vida eterna. Final Feliz? Sim e não. Mérito do episódio colocar entre os personagens centrais, uma protagonista negra e bisexual. Representatividade importa sim!. Não poderia deixar de comentar a cativante trilha e direção impecável. Para quem já assistiu San Junipero, recomendo uma revisita ao episódio. Assisti-lo em uma segunda oportunidade, dá um resignificado bastante interessante, e é onde percebemos as peculariedades do roteiro, como quando a Yorkie se recusa a jogar o game de carros.
Depois do belíssimo San Junipero, vem um episódio apostando na temática militar, apresentando um conceito bastante explícito de nazismo, preconceito, na formaçao de uma sociedade "pura", livre de certas características. Quem não tivesse o privilégio de nascer dentro de um padrão, era visto como "barata" e vivia de forma marginalizada, podendo ser abatido a qualquer hora, como baratas realmente.
O sexto, e meu episódio menos favoritos apresenta uma questionável justiça ao jorro de ódio virtual.
Enfim, assistindo esta temporada, só deu vontade de ver os outros 6 episódios que já foram encomendados à Netflix.
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraMe surpreendeu positivamente. Não é exatamente o tipo de filme que gosto, no final ficou fantástico demais, o início foi bem arrastado, mas acabei me envolvendo.
Mais do mesmo? Provável. Interestelar prende mais pela técnica e efeitos (como toda superprodução), que por alguma densidade na história e atuações. Imagino ter sido um deleite aos que gostam de ficção científica.
Anomalisa
3.8 497 Assista AgoraInteressante ver como mesmo em forma de animação pôde imprimir tanta realidade.
Anomalisa traz a tona os processos prontos do mundo, a previsibilidade das relações humanas, o vazio existencial.
Michael Stone que é o personagem principal carrega consigo os movimentos e as expressões de alguém cansado e apático ao mundo que vive. Interessante notar seu sobrenome Stone / Pedra, dando ênfase a sua falta de comoção e até mesmo irritação diante às corriqueiras interações humanas, que aparecem sempre carregadas de frases esperadas e vazias. Michael parece estar cheio de tanta mesmice, tanta padronização. Soa como alguém um pouco perdido, em busca de alguma motivação que o tirasse de tanta apatia.
O encontro com Lisa, que é antiquada, grosseira e pura, pareceu ser o escape perfeita deste novo eu que ele parecia querer experimentar. Anomalia apresentou um recurso muito interessante neste ponto, ao tratar todos os personagens com vozes idênticas, imprimindo uma voz diferenciada apenas à Lisa, o que pareceu evidência-la aos olhos do telespectador, tal qual acontecia com M. Stone. Como se todo o resto fosse igualmente desinteressante e Cinza.
Michael é contraditório, tal qual todo ser humano em sua intimidade. Por mais que mostrasse cansado com todo o já exposto a cerca da previsibilidade das coisas, ele produzia textos de padronização do ser humano (nos processos de atendimento ao público). Por mais que ele via em Lisa algo quente, especial, transbordando sentimento e energia, logo se irrita e começa combater exatamente o que fazia a moça diferente de todos. Em um diálogo em meia culpa pelo adultério em progresso, exige de Lisa um comportamento adequado, padrão, igual às demais pessoas e é neste momento que ele vai perdendo a coragem em seguir adiante ao que parecia ser um caminho que o salvaria de seus conflitos internos.
O final pra mim foi bem real, quando a família puxa Michael Stone desta fuga que vinha sendo criada, para a mesma vida adequada de sempre, tirando qualquer possibilidade de dar vazão a seus reais desejos.
Anomalisa me fez pensar no quanto restringimos nossa capacidade humana para nos sentirmos incluídos, adequados e funcionais. Do quanto nos enganamos e nos limitamos a uma medíocre existência. Um filme a ser visto e provavelmente não esquecido.
Frida
4.1 1,2K Assista AgoraConheço muito pouco de Frida e sinto que isso não mudou muito com filme.
Senti falta em ver como ela era antes de encontrar Diego, mais de sua personalidade anacrônica e tão pessoal, mas o filme optou em focar no relacionamento dos dois, o que ofuscou a força feminina (e feminista) e individual que sempre ouvimos de Frida.
A Rosa Púrpura do Cairo
4.1 590 Assista AgoraEsse filme é genial! O relato de uma época, vários pitacos de críticas sociais e uma história mágica para o telespectador apaixonado pela arte. Quem nunca se envolveu com um personagem?
Cecília é encantadora e até pensei que seu final seria feliz. Me identifiquei com o fato dela fugir do caos da vida pessoal em uma sala de cinema.
Estética maravilhosa, Woody despontando em grande estilo.
4 Luas
3.8 287O filme é "bonitinho". Gostei da analogia que fizeram entre cada história e as fases da lua.
Sentidos do Amor
4.1 1,2KAchei este filme tão mal realizado e estou espantado com a alta nota aqui no Filmow. Devo ter perdido algo.
Doctor Who (1ª Temporada)
4.3 302Os efeitos especiais são horríveis, mas aos poucos esta precariedade se transforma no charme da série.
Doctor e Rose possuem uma dinâmica fantástica. O fascínio do Doctor ao se deparar com novas descobertas é contagiante.
Alguns personagens extraterrestes (Daleks, Cassandra) apesar de posicionarem como vilões, são bem queridos à história.
Série desprendida de grandes reflexões, do tipo para passar o tempo.
O Gabinete do Dr. Caligari
4.3 524 Assista AgoraBem interessante assistir a este filme tão antigo, e imaginar como ele deve ter sido inovador e relevante à época em que passou (e já com uma crítica social embutida).
O pouco recurso dá grande margem para o imaginário e a falta de diálogos falados direciona o foco para a trilha sonora e para o visual que é bastante artístico.
Trumbo: Lista Negra
3.9 375 Assista AgoraO Ryan é um ator incrível e fez bonito ao representar Trumbo.
Desconhecia a história e ela me fez pensar bastante no acontecido antes e no que acontece hoje, principalmente no crescimento de idéias fascistas em meio a uma crise econômica. Vale a reflexão do valor de nossa liberdade, e de como qualquer ameaça em limitá-la deve ser combatida.
O filme vale a pena mesmo sendo cansativo em alguns momentos.