"O que há na Terra Santa? Um mundo novo. Um homem, que em França, não tinha uma casa, na Terra Santa, o amo de uma cidade. E aquele que era amo da cidade, agora pede esmola na sarjeta. Lá, nos confins do mundo você não é o que nasceu... E sim o que você quiser ser."
O mundo medieval e as cruzadas, sempre foram um tema da história que me fascinava na infância. Quando aparecia um filme que falasse do assunto, eu me entregava de corpo e alma. Teve o épico "Coração Valente e Excalibur", mas são filme diferentes, um é uma guerra de grunge antigo, o outro é uma fantasia. Quando esse filme foi anunciado, eu foi seco pro cinema e deixei a minha alma lá.
Acredito que a versão estendida de "Cruzada" do Ridley Scott, é o maior filme medieval de todos os tempos. O filme mostra de forma magnifica os eventos das Cruzadas no século XII, na defesa de Jerusalém com a figura histórica de Balian de Ibelin, personagem vivido por Orlando Bloom. A história mergulha profundamente na complexidade das relações entre cristãos e muçulmanos durante o período, mas com uma narrativa pessoal da imagem de Balian, um ferreiro francês que se torna cavaleiro e viaja para Jerusalém após uma série de tragédias pessoais.
O filme mostra uma gama de motivações por trás das Cruzadas, desde do louco fervor religioso, a busca por poder e uma cura interior que só na Terra Santa, os religiosos do mundo todo acreditavam que teriam. Ridley Scott explora os perturbadores aspectos desses tempos sombrios, mostrando a intolerância e a violência doentia, em nome da fé. E mostra a humanidade e compaixão de poucos, especialmente na representação do rei leproso Baldwin IV, interpretado por Edward Norton, cuja liderança sábia e tolerante contrasta fortemente com a brutalidade ao seu redor.
Visualmente o filme é impressionante, as cenas de batalha são grandiosas, com detalhes cenográficos e figurinos de encher os olhos. A fotografia busca tanto a beleza, quanto a brutalidade da Terra Santa, enquanto a trilha sonora de Harry Gregson-Williams, faz você viajar no tempo, com temas musicais que narram cenas de batalha e drama, com violência e doçura.
Além de Orlando Bloom, o elenco conta com Eva Green, Jeremy Irons, Edward Norton, Michael Sheen, Liam Neeson, David Thewlis, Marton Csokas, Brendan Gleeson, Nikolaj Coster-Waldau e Iain Glen.
No cinema a experiência foi fantástica, Ridley Scott é um gênio, mas a trama deixa muitas pontas soltas que só na magnifica versão estendia tudo é explicado, até o titulo original "Kingdom of Heaven" tem todo sentido.
O personagem de Orlando Bloom carrega toda alma do filme, sua história cheia de dor e angustia, levam a uma busca por perdão para esposa, acaba transformando o filme numa jornada, onde a guerra não está só na antológica defesa de Jerusalém, mas em se manter digno, honrado dentro de sí.
O filme é uma obra prima do cinema, um dos maiores da carreira do Ridley Scott e o melhor filme sobre os cruzados até hoje.
Na hora de comprar o ingresso a moça da bilheteria: Alexandre das 14:00 e Aviador das 17:30? Eu: Sim os dois! A moça: Meu Deus... Você vai passar 6:00hrs dentro do cinema? Eu: Mano... Eu vou!! (Arrependido) A moça: Eu não consigo
E lá foi eu pra um verdadeiro cienemacídio!! Esse dia foi foda!! Quando começou o foi uma das maiores viagens que já tive dentro do cinema!! "Alexandre" do Oliver Stone é uma obra prima! A produção de 2004 veio junto da retomada de filmes épicos no cinema!! Foram 3:00 hrs de um espetáculo cinematográfico contando a história de um dos maiores conquistadores que já existiu. O filme do Oliver fala sobre o herói, o mito de Alexandre, de forma espetacular, mas mostra o tempo todo a grandeza de sua consciência, de seu ideal, que se traduziram na forma como ele conquistou grande parte do mundo antigo.
O roteiro é fantástico, ele aborda de forma filosófica e intimista, a vida de Alexandre, seus feitos, suas ideias, numa narrativa corajosa e pessoal de Ptolomeu já velho no coro do Anthony Hopkins. A narração mostra de forma quebrada todos os eventos da vida de Alexandre, sua intimidade, suas ideias e sonhos em todas as partes da película, como se fosse "Penso, Logo Faço". Sua mãe sempre esteve presente na sua vida, como um anjo e como um demônio, mas sempre ao seu favor e nunca conseguindo se livrar dela, acho que nem amputando ele conseguiria. Mas ela sempre teve razão. O assassinato do seu pai a mando de sua mãe, mudou a relação dele com ela. Alexandre amava sua mãe, mas passou a odiá-la também, mesmo sabendo que ele poderia ser morto mais tarde.
Heféstion era o amor de sua vida, e quando ele morreu, Alexandre deixou-se morrer. Ele cometeu muitos erros de estratégia que custaram sua vida politica. Escolheu muito mal a primeira esposa Roxana, que não tinha peso político algum e isso era crucial na época. Roxana mesmo sendo uma mulher poderosa, praticamente ganhou na loteria casando com ele. Ela e o seu país conquistado não significava nada pros gregos, mas na mente de Alexandre sim. Ele tentou criar um império mental, um mundo globalizado, mas sem bases sólidas pra isso, e numa época que ninguém se importava com os povos derrotados. A sua longa cruzada loca desgastou e quase se destruiu seu exército em lutas desnecessárias, e isso o enfraqueceu.
Ele foi odiado, traído e matou alguns amigos, por justas e injustas causas. Foram muito erros cometidos e isso mostra que ele era muito imaturo ainda pra o que fazia. Uma coisa era ir atrás do Rei Dario e conquistar a Babilônia outra e ser o rei da Babilônia sem o poder de um rei. Depois disso disso ainda é querer ser rei de tudo, chegando até a Índia quase sem exército. A produção é extraordinária! O filme trata com primor toda parte técnica. Os palácios gregos, não são exagerados, são grandes, mas sem luxo, agora a Babilônia é uma loucura! O CG usado para recriar a cidade, mostrando seus edifícios jardins foram de encher os olhos! Gostei muito do cuidado em mostrar as cidades como Bactria e aquele lugar na Índia. Os tais povos bárbaros com suas cidades rústicas e seus interiores exóticos.
A Dança da Roxana no seu casamento foi incrível e hipnotizante e mostrou a diferença das culturas do ideal de Alexandre, a educação grega, contra os costumes seculares dos povos do Oriente. Era apenas aparência. Na Índia ficou claro o ódio que eles a tinham dos gregos, mesmo Roxana alertando ele não deu ouvidos. Chamar isso de impacto cultural é piada, era um outro planeta tudo aquilo! E Alexandre quis que todos se submetessem ao que ele queria e acreditava. Ali eu acho que ele fez o papel de ditadorzinho, imperador e reizinho que você tem que ser o que ele quer. Tolo...
A direção de arte desse filme é uma loucura, tudo foi feito de forma bem caprichosa, respeitando os momentos que a película mostrava. Uma coisa era Babilônia, outra era Grécia, outra era Bactria, outra era a Índia. As cidades eram diferentes, o povo era diferente, uns eram acampamentos, outros eram palácios. Os figurinos são geniais, o uniforme dos soldados gregos e do Alexandre ficaram ótimos! Tinham muitos detalhes e eram muito bem feitos. Não tem como não falar do figurino da Roxana no casamento, foi uma coisa de louco aquele vermelho e dourado, com aquelas danças, coreografadas rodopiando a luz de tochas, parecia noite de esquerda num terreiro de candomblé.
As cenas de batalhas foram espetaculares! Que imagens! Que carnificina! Oliver Stone não teve dó e deixou a barbárie correr solta! A batalha do contra o rei Dario no deserto logo no início do filme, mostrando as tropas sob o voo da águia numa visão árida, seca e quente, foi genial. Alexandre estava magnifico, alucinado e mostrava uma selvageria anormal nos filmes de guerras. Foi foda! Padecia real. Tudo Rosa e vermelho. O boi sendo sacrificado eu jamais esqueço! Mas o enorme pôster da entrada do cinema era o Alexandre montado no cavalo negro empinado contra um enorme elefante empinado!
Mano do Céu, a batalha de Hindu Kush foi uma das maiores que eu já assisti no cinema na minha vida! Foi uma carnificina alucinante, violenta sangrenta, visceral! A frase: "Nunca mais fomos Homens depois desse dia" resume aquelas cenas!! Quando Alexandre cai do cavalo, ao som daquela trilha sonora desesperada do Vangelis, onde toda a imagem fica num vermelho púrpura, foi hipnotizante! Aquele elefante era demoníaco!! Todos eles!! Puta que pariu! A tela do cinema era gigante, e o elefante parecia ter ficado maior que King Kong!!
O fim do filme mostra o inicio. O assassinato do Alexandre era algo inevitável. Ele entrou em desespero quando envenenaram Heféstion. Ele só casou com Roxana pra aquele negócio herdeiro. A cena da morte do Alexandre é linda, mas também tenebrosa. O abano vindo do teto, os generais em volta, o anel egípcio de Heféstion e a águia azul. Cena linda.
"Alexandre" de Oliver Stone é uma puta obra prima do cinema! Um dos melhores épicos que já assisti até hoje! A versão Ultimate de 3h26 minutos é definitiva, teve muito mais diálogos, muito mais dança do casamento e cenas estendidas das batalhas que ficaram animalescas!
O elenco é foda, Colin Farrell, Angelina Jolie, Jared Leto, Val Kilmer, Anthony Hopkins, Rosario Dawson, Jonathan Rhys Meyers, Christopher Plummer, Gary Stretch, John Kavanagh.
Angelina Jolie, Jared Leto e Val Kilmer impressionam o tempo todo, mas Colin Farrell é o dono de tudo. Ele teve uma atuação visceral, selvagem e dramática! O cara esteve foda em todas as partes do filme.
Assisti no cinema, tenho os ingressos guardados e o DVD Duplo na coleção! Filmaço! Clássico!
P.S. Quando acabou o filme foi tomar um café violento pra poder assistir o "Aviador" do Scorsese, mas isso é uma outra história...
Fui assistir numa segunda feira, o dia mais sossegado pra ir pro cinema sem essa raça ruim que não tem educação pra esse tipo de evento que é tão popular e simples de se comportar. Entrei na sala e ela já estava escura! Foi pro meu lugar e quando sentei a mulher do meu lado quase morreu do coração. Era sala errada e o filme já estava no final! Sai correndo!! Fui pra sala certa e assisti o maior épico já feito sobre essa história!
"Tróia" de Wolfgang Petersen é mais uma obra prima moderna, espetacularmente bem dirigida e produzida, com um puta elenco e um roteiro eletrizante. Brad Pitt era a imagem do filme, eu não esperava ele vivendo Aquiles, mas ele me surpreendeu, sua atuação foi foda. Aquiles era sobre humano na história e no filme não foi diferente, os golpes dele eram perfeitos, a lança que ele jogava parecia um míssil, e velocidade ele lutava era muito superior! Era impossível que o Heitor tivesse alguma chance com ele. Heitor era o melhor guerreiro conhecido do mundo antigo, Aquiles era um semideus, um super soldado, o Capitão América da época.
A adaptação da história é eletrizante, violenta, romântica e que deixa a gente nervoso com o cabaçada do Paris (Orlando Bloom), o oportunismo da Helena (Diane Kruger) e do fanatismo do Príamo (Peter O'Toole) que decidiram o destino da grande cidade. Imagina que você é um embaixador que vai selar um acordo de paz e seu irmão come a mulher do presidente do país e leva era pra casa? Não tem o que fazer. Nem matando os dois você desfaz a bosta. E Helena doidinha pra largar o machão do Marido dela e o galinha do Paris foi a vítima da Mina. Mas o maior culpado da queda de Tróia, da derrota, do massacre de tudo, foi Príamo, o vacilão do pai deles. Tudo era "A Vontade do The Góódes..." A pomba morreu quando pousou: Um sinal do The Góódes... Choveu de tarde: "A Vontade do The Góódes..."Navio afundou: "A Vontade do The Góódes..." Minhas 50 amantes: "A Vontade do The Góódes..." Porra, parece a Universal! Ou a culpa é do demônio ou a vontade é de Deus! Nunca a culpa é tua! Você nunca é responsável por nada! Aleluia!!
O cerco de Tróia foi foda! As lutas era espetaculares, Aquela imagem clássica do mar forrado de barcos gregos aparecia direto nas propagandas dos DVDs da época! Que imagem impactante! Que CG fantástico esse filme teve! A produção é maravilhosa! A fotografia é linda e unida a tecnologia deu um espetáculo! Os figurinos eram magníficos, as armaduras foram muito bem feitas, cheio de detalhes, um primor de capricho e luxo em toda cenas do filme. A cenografia foi um absurdo! Uma grade parte daquele muro e da cidade era real! E a produção conseguiu fazer que tudo parecesse real.
A batalha terrível que teve nos portões da cidade foi enlouquecedora! Que cenas de ação! Que mar de gente foi aquele!! Uma gritaria da porra, com sons de espadas pra todo lado!! No cinema foi mais uma cena antológica! Parecia uma onda quebrando nas pedras!! A luta do Heitor contra o Ajax foi foda!! Detergente igual ao Ajax é quase impossível rsrsrs... O cara é um gigante! Antes o fiasco da luta do Paris contra o Menelau foi uma das maiores vergonhas que já assisti na minha vida! Que vergonha! Se eu fosse o Heitor tinha mandado o Menelau comer o rabo dele ali na frente de todo mundo depois mandar matar! Se é loco! Morre com honra Mano! Antes disso tudo também teve a puta invasão dos gregos na praia troiana, ou melhor a invasão dos Mirmidões! Puta luta da porra!
Na versão estendida do filme é sangue pra todo lado! Aquiles faz a festa, matando gente de todo jeito, numa agilidade impossível! E aquele close que davam no rosto dele era marcante! No namorico dele com Briseis ele se descobriu com uma pessoa comum que poderia ter uma vida normal! A mina balançou ele. Mas agente sabe né? não se pode largar so olhos dos moleques se não eles fazem bosta! A luta de Aquiles com o Heitor (Eric Bana), foi alarmante! Eu torci pelo Heitor até o fim! E torço até hoje! E não tem uma vez que eu assista esse filme que essa cena não me deixa com um nó na garganta! Que ódio! Porquê que não sentou a peixeira no calcanhar dele logo!
Sem palavras quando o pai dele foi atrás do corpo do filho! Que coragem. E como tem que seguir a Ilíada de Homero, não teve jeito! Em nome dos "The Góódes" vamos levar o despacho do cavalo pra casa! Foi foda! Que massacre (Foi nessa cena que eu peguei na sala errada!) Que doidera! Os gregos fizeram a festa! Quando Agamemnon mata Príamo eu me vinguei! Hahahahah!! Vai encontrar os "The Góódes" agora arrombado. Eu demorei anos pra saber que Priamo era o Peter O'Toole! Grande atuação, juntamente com o Brian Cox que esteve espetacular o filme inteiro! Acena que ele grita depois do Menelau ter sido morto pelo Heitor foi foda.
Quando Aquiles manda os Mirmidões embora sem ele e foi atrás da Briseis na pele da linda Rose Byrne, ele já era outro homem. Ele invadiu Tróia pela glória sim! Ele sabia o que a mãe dele falou sim! Mas ele tentou! Ele estava em Tróia só pra levar ela com ele! Mano e a Briseis matou o Agamemnon!! Puta merda! Faca na bota essa Mina! Par perfeita pro Aquiles! Quando Aquiles leva famosa flechada no Calcanhar foi desesperador!! Ninguém queria que ele morresse! E ele morreu! Foi lindo! fiquei com o olho cheio d'água! E a cena foi tão bem montada! Segundo a lenda grega, Aquiles, filho do rei Peleu e da deusa Tétis, tornou-se invulnerável quando, ao nascer, foi banhado pela mãe nas águas do rio Estige. Apenas o calcanhar por onde Tétis o segurou não foi molhado e continuou vulnerável.
E Páris foi guiado pelo deus Apolo para acertar a flecha. Não é um filha da puta esse muleque? Só fez merda na história inteira e deve ter comido a Helena de Troia na pele da Diane Kruger, até os Romanos invadir a terra deles! Cê é loco a Diane tava linda no filme! eu fazia era pior! Tocava o terror la na casa do Menelau na frente dele!
"Tróia" do Wolfgang Petersen é um dos maiores épicos de todos os tempos, numa década maravilhosamente marcadas por esses filmes! O povo fala muito mal desse longa, mas nunca ninguém lançou nada igual ou superior em qualquer coisa dessa história até hoje no cinema. É um filmaço! Uma obra prima moderna! Um filme que já foi pra eternidade. Uma das maiores emoções que já assisti na minha vida no cinema e DUAS VEZES!! Se fosse feito hoje em dia seria mais um filmeco Netflix com 2h15 minutos. A película do Petersen passa das 3h00...
O elenco é só estrelas: Brad Pitt, Eric Bana, Peter O'Toole, Brian Cox, Brendan Gleeson, Sean Bean, Orlando Bloom, Rose Byrne, Garrett Hedlund e Julie Christie.
A cena de Tróia pegando fogo não tem como esquecer. Filme maravilhoso e inesquecível! Clássico!
O música tema do filme: "Remember Me" do Josh Groban é magnifica.
P.S. Puta merda quase esqueci!! Durante as filmagens passou um tornado nas locações desse filme destruindo quase tudo!! Toda o elenco e produção tiveram que abandonar o local. Mesmo assim eles terminaram as gravações do filme! Brabo, não?
Eu vi o trailer uma vez só na época e nem liguei, fui assistir por acaso e até hoje e quando acabou o filme eu fiquei acabado. Nos anos 80 e 90, os épicos medievais foram raros, já os filmes como "Cleópatra, Ben-Hur", "Os Dez Mandamentos" estavam num panteão inalcançável não só do genero, mas de todo cinema.
Eu vi poucas vezes o trailer, nem liguei. Não botava mais fé nesses tipos de filmes, meu gosto pra esses filmes, tinham pra o absoluto clássico noventista "Coração Valente" tinha ficado pra trás, junto com o emocionante "Joana D'arc". Filmes que alias, são medievais e não os épicos da antiguidade.
Quando passava o trailer do "Gladiador", realmente eu nem me importava, achava que seria uma aventura nos cinemas, justo que esse genero estava morto há décadas. Sem fé, eu fui na locadora, como se fosse pegar mais um filme bom pra assistir com minha família e tive assim uma das maiores experiências cinéfilas de toda minha vida.
O filme ressuscitou os épicos antigos no cinema, a releitura de "A Queda do Império Romano" de 1963 do grande Anthony Mann, ficou quase esquecida. E olha que o filme tem nomes de uma turma que dá até medo de não mencionar: Sophia Loren, Stephen Boyd, Alec Guinnes, Christopher Plummer, James Mason, Omar Sharif e Anthony Quayle, Mel Ferrer...
O Ridley Scott era um diretor consagrado nos cinemas com clássicos do cinemas, filmes geniais de ficção, drama e aventura do fim dos anos 70, durante os anos 80 e início dos anos 90 Teve grandes filmes nos anos 90, em filmes com "Os Duelistas, Alien, Blade Runner, A Lenda, Perigo na Noite, Chuva Negra, Thelma & Louise e Thelma & Louise e 1492: A Conquista do Paraíso. Por mais que o diretor tenha esses antológicos na carreira, ele estava em baixa durante os anos 90, mas foi justamente nos anos 2000, que ele renasceu.
"O general que se tornou escravo. O escravo que se tornou gladiador. O gladiador que desafiou um império." É um dos maiores slogan dos cinemas em todos os tempo! Mas um slogan que não me pegou rsrsrs... E eu só fui ler isso muito tempo depois. Estava na onda do "Náufrago, O Patriota, X-Men - O Filme, Missão Impossível 2, Eu, Eu Mesmo & Irene, Todo Mundo em Pânico, Premonição, Mar em Fúria, Panteras e O Tigre e o Dragão". Filme fodas, clássicos de todos os gêneros, mas nada perto que o "Gladiador" tinha sido!
A história é antológica, os personagens são fantásticos, a produção inacreditável, direção de arte, figurinos e cenografia belíssimos e luxuosos, efeitos especiais de voltar a fita VHS varias vezes pra ter certeza do que tinha sido visto e uma computação gráfica que me fez sonhar dormindo e acordado durante o ano todo.
Quem se esquece essa frase:
"Meu nome é Maximus Decimus Meridius. Comandante dos exércitos do norte. General das Legiões Felix, Servo leal ao verdadeiro imperador, Marco Aurélio, Pai de um filho assassinado. Marido de uma esposa assassinada. E terei minha vingança, nesta vida ou na próxima."
O começo do filme eu fiquei em estado de choque! O que foi aquilo? Que sequencias foram aquela? E Maximus? Russel Crowe de Araújo🦊? Foram muito pra cabeça! A trilha sonora do Hans Zimmer com a Lisa Gerrard no discman de muita gente, com aquela musica "Anol Shalom Anol sheh lay komud de ne um (Shaddai) Flavum..."
Acho que desde "Conan o Bárbaro", o arco de um guerreiro numa história nunca foi tão foda nesse filme do Ridley Scott. Quando você lê a frase acima, você fica até bem, para com os remédios e fica na pinga com mel, cerveja e churrasco. As cenas dispensas comentários, mas as lutas nas arenas pareciam reais e beiraram a perfeição. Fiquei até com saudade da minha infância, que depois da gente assistir um filme parecido, as espadas de madeiras riscavam os quintais até a morte (As ameaças de pai e mãe, nos anos 80 eram verdadeiras).
Quando a Computação Gráfica (Esse era o nome), mostrou a cidade de Roma, com o Coliseu eu chorei! Demorou semanas pra eu perceber então, que povão na arena era digitais! E as cenas, Mano... Cê é loco! As lutas na arena humilham! Era inacreditável! Er a tudo mentira! Cavalo, arena, tudo no CG.
E as frases e diálogos durante as cenas, deram momentos de pura emoção. Quando ele se revela pro arrombado do Commodus (Joaquin Phoenix) foi de ferver o sangue, depois de ver ele matando o pai Marcus Aurelius (Richard Harris), imperador de Roma e de ter dado vida e justificativa a espetacular revelação do filme, só aumentaram a sede de vingança no filme.
A forma como a história se desenvolve, poucos filme até hoje conseguiram fomentar uma motivação tão poderosa quanto nessa história. Foi dramático ver as cenas de assassinato do Imperador, a traição de Commodus, o filho ser atropelado por cavalos, a esposa estuprada, pra depois ver ele ganhando fama num pulgueiro de gladiadores, para lutar no MMA da época estando de cara a cara com o assassino de tudo na sua vida, e ver a trama se transformar numa história de vingança, honra e coragem, como esse filme foi. Eu nunca tinha visto e não me lembro de nada igual. Só o incomparável "Ben-Hur".
Entre tantas coisas, o que transformou o filme no clássico que ele é hoje, não foi só os personagens, a produção, os efeitos e as cenas de lutas. Gladiador" além de tudo isso, tem um final único. Um final amargo, um final que o herói morre. Morre depois de lutar com um vilão louco, covarde e assassino. Um final infeliz feliz. Eu fiquei inconformado, todo mundo quer ver o herói comendo um fígado de um cara desse e sair arrastando o corpo dele na Via Ápia até a Bahia. Mas Maximus Decimus Meridius, não é herói de chocadeira de filmes e séries de hoje, Maximus era um herói, que teve um sonho e sua vida irreversivelmente destruída.
O sonho era ver Roma como Marcus Aurelius sonhava, e sua vida era com sua esposa e filho, que não estavam mais nesse mundo, mas nos Elísios aguardando seu retorno. E com a:
"Anol shalom Anol sheh lay konnud de ne um {shaddai} Flavum Nom de leesh Ham de nam um das La um de Flavne…
We de ze zu bu We de sooo a ru Un va-a pesh a lay Un vi-I bee Un da la pech ni sa (Aaahh) Un di-I lay na day Un ma la pech a nay Mee di nu ku..."
comendo solto.
Russell Crowe, Joaquin Phoenix, Djimon Hounsou, Connie Nielsen, Oliver Reed, Richard Harris, Tommy Flanagan, Ralf Moeller, Derek Jacobi, Tomas Arana...
"Gladiador" do Ridley Scott é um puta clássico do cinema, um filme com uma história grandiosa e magnifica de herói e vilão, que ressuscitou o genero que estava sepultado no passado. E que inspirou muitas produções durante a década e até hoje, um divisor de épocas, que ajudou a dar inicio de vez aos anos 2000 e todo o cinema entretenimento que temos hoje.
Moisés gladiador, batalhas e um certo menino. A vida dos cristãos no cinema, não está nada fácil. "Êxodo: Deuses e Reis" foi mais filme que um diretor meteu o loco na bíblia pra contar a sua versão nas telas. Ridley Scott é foda, o bicho não tem medo mesmo, e por isso faz que você ame ou odeie o filme.
Christian Bale vive Moisés e Joel Edgerton o faraó Ramsés. A história pula toda a parte da infância e segue logo pra vida adulta, com batalhas, depois exilio e retorno para libertar seu povo da escravidão. Christian Bale mais uma vez não decepciona, o ator impressiona com dar alma de guerreiro ao personagem em momentos diversos da vida de Moisés, que vão desde a até mais ou menos a figura emblemática conhecida por todos. E o Joel Edgerton fez um Ramsés que impressiona, todo bombadão, com ações e expressões faciais que ficaram famosas nesses faraós do cinema.
O filme tem uma produção magnifica, com sequências de ação grandiosas, CGI incrível, que construíram cenas épicas, um impressionante Egito antigo, com palácios e estátuas que mostram a magnitude daquela civilização. Um dos pontos altos do filme, são as cenas antológicas das sete pragas, que ganharam uma visão mais cientifica do que a religião conta. Com a sequencia macabra do "Vingador" que sai matando todos os primogênitos na noite egípcia, deixando os judeus no sono leve, coisa joga os cientistas novamente pro quadro negro. Sabe nada esses inocentes...
No entanto, as controvérsias da obra do Scott estão no mesmo nível da magnitude da sua obra. Pela história se passar no Êxodo, seria aceitável que o filme não mostrasse a fase da infância, coisa e tal. Mas substituir o famoso cajado do profeta por uma espada, foi decepcionante. Tudo bem que a espada do Moisés e do Ramsés eram foooda, mas o cajado tinha que ter! E além disso, substituir a sarça em chamas no Monte Horeb, por aquele pirralhão, é até hoje pra mim incompreensível.
Mas mesmo assim "Êxodo: Deuses e Reis" é foda! É uma obra grandiosa, com cenas épicas que no cinema ficaram magnificas. Com tudo que tem de controverso na história ou não filme é incrível e até deveria ter uma sequencia. O Ridley Scott tem uma capacidade única em dirigir e produzir filmes genero, ele decepcionou com sua visão pessoal da história, mas isso é um detalhe que cada um precisa saber como lhe dar.
Além de Christian Bale e Joel Edgerton, o elenco conta com Sigourney Weaver, Aaron Paul, John Turturro, Ben Kingsley, Ben Mendelsohn, Ewen Bremner, Golshifteh Farahani, Indira Varma e outros.
Christian Bale tem uma atuação fantástica, Edgerton impressiona e a direção do Ridley Scott, com tudo que teve a história, foi genial. A cena da travessia do Mar Vermelho não tem como esquecer.
Assisti no cinema, tenho o ingresso guardado e o DVD na coleção.
"Mad Noé" do Darren Aronofsky é um dos bíblicos mais polêmicos dos últimos tempos. A produção surpreende você pela visão pessoal do diretor em mostrar um Noé quase que gladiador, fazendo uma arca com ajuda de certos "seres", que não estão nas histórias bíblicas. O roteiro descabela muito religioso, com muitos eventos da história que foram mostrados de forma mais pessoal e bem distante da que somos obrigados a conhecer.
Eu achei muito foda a interpretação de Aronofsky sobre esses eventos do livro da Gênese e lançar nos cinemas isso, foi um verdadeiro ato de fé. Acho que por isso o Darren deve ter sido excomungado pro resto da vida por ter lançado esse filme. Na trama, os ETs, ou por amor aos seres humanos, resolvem interferir na humanidade sem a permissão de Deus. E por isso, de anjos eles tornam-se os Guardiões da terra, que ficam presos ao planeta para ajudar Adão e Eva depois que o criador usou o VARR.
O filme tem cenas que vão diferentes de tudo que se tem noticia no cinema, sobre o personagem. O Noé do Aronofsky fica locão, querendo matar a neta da afilhada, porque segundo suas convicções, eles não eram dignos do Novo Mundo, tendo assim que matar o bebê ao nascer. Tubalcaim (Mano, esse aqui eu nunca ouvi falar) liderando uma espécie de MSA - Movimento dos Sem Arca, tenta tomar o barcão do Noé na mão grande, e isso rende cenas fantásticas de ação e drama, que ajudam no arco loco na arca.
E as cenas que seguem na arca, são daquelas coisas bíblicas. Filho que trai pai, pai que quer fazer justiça divina, irmão mais velho que tenta fugir. Tubalcaim era praticamente o cão e quando entrou na Arca, fez a festa, iniciou o filho do Noé e quase fudeu com missão do véio. Ao mesmo tempo as cenas do Noé querendo matar o filho da sua enteada é desesperador e um dos pontos mais fortes da trama, que teve um desfecho marcante e desesperador.
Quando chegam nessa Terra Nova, onde as aguas recuaram não sei pra onde, Noé tem três filhos, Shem (Douglas Booth) é casado com Ila (Emma Watson), Jafé (Leo McHugh Carroll) é muleque e Ham (Logan Lerman) quer ter uma mulher. Mas e agora? Como esse povo fez pra gerar filhos? Eles casaram com quem? Ham encontrou quem? O Criador exterminou o mundo todo, quem ele encontrou pra casar? E o Jafé, o que fez da vida Encontrou uma mulher não sei onde ou se masturbou por 900 anos? Porque nesse novo mundo não tinha mais nada, só cabra.
O elenco esteve muito bom, Jennifer Connelly e o Russell Crowe tiveram uma atuação incrível, dramática e cheia de muita emoção. Emma Watson esteve muito bem, sendo esses um dos seus melhores papeis pós bruxinha, e Ray Winstone rouba cena, com um personagem fora de série. O véio Anthony Hopkins, Matusalenziando foi demais rsrsrs...
A produção é primorosa, o CG do filme é muito loco, as cena da inundação é impactante, a dos animais chegando na arca é foda. Segundo o próprio Darren Aronofsky, "Noé" é um entretenimento e não um filme religioso. Vindo dele só poderia sair coisa assim, mas achei até que comparado as outras obras do diretor, esse Noé ficou até barato. Filmaço!
Assisti no cinema, tenho o ingresso guardado e o DVD na coleção.
Mentiras, golpes e trambiqueis. "A Criada" quebra o pescoço da gente, com reviravoltas e reviravoltas de uma trama que você não acredita nem quando acaba.
O filme segue a história de Sook-hee (Kim Tae-ri), que ao lado do Count Fujiwara (Ha Jung-woo) planejam dar um mirabolante golpe na japonesa Hideko (Kim Min-hee), para abocanhar parte da fortuna de seu milionário tio estranho (Cho Jin-woong). Mas entre os golpes e revelações da trama, o filme dá reviravoltas que entortam a gente no sofá, coisa que quiropata algum resolve, só o diretor.
A história é barbara, as cenas e revelações são sensacionais, mas o filme tem certas peculiaridades... Sem saber, eu assisti as três versões diferentes que ele tem: A verdão de cinema de 144, a versão de 120 e a de 167 minutos.
A versão de 144 minutos é conhecida pelas alucinantes cenas de guerrilha já no início, que jogam a classificação etária lá nos 18 anos. A versão de 120 minutos que tem a mesma edição, mas com as cenas de sexo todas cortadas, acredito que pra levar mais gente pros cinemas. E a versão de 167 minutos, onde a edição é totalmente diferente.
Assistindo agora essa edição mais longa, o filme tem muito mais cenas, que mostram outros diálogos que explicam partes da trama, mas perde aquele impacto inicial do filme de 144 minutos, deixando as varias revelações e reviravoltas pra ultima hora do longa. Confesso que eu gostei muito mais do filme da edição guerrilha, onde a trama tem um ritmo bem forte e que deixaram as reviravoltas mais poderosas e viscerais. Mesmo assim, valeu conhecer.
Épico, brutal, selvagem! As cinco pontas! Manhattan, Brooklyn, Queens, Bronx e Staten Island! Martin Scorsese leva a gente pra ponta da faca da máfia gringa no submundo violento e quase medieval da cidade de Nova York do século XIX, bem no seu inicio, com seu "Gangues de Nova York", pra contar uma história sangrenta e única, sobre a disputas de gangues étnicas que lutavam pelo controle das Cinco Pontas.
O filme conta a história de Amsterdam Vallon (Leonardo DiCaprio), que busca justiça pela morte de seu pai Padre Vallon (Liam Neeson) lider dos "Coelhos Mortos", pelas mãos do infame Bill "Açougueiro" Cutting, (Daniel Day-Lewis), um líder temido, impiedoso, mas carismático. A capacidade que o Scorsese tem em contar histórias e criar personagem, é inacreditável. O filme é uma viagem, onde história e ficção parecem se misturar com a realidade, quase no pesadelo pós apocalíptico que nos faz não acreditar que aquela Nova York existia.
O filme trata do gigantesco problema do racismo contra negros e qualquer imigrantes, mostra a agonia social e politica durante a Guerra da Secessão, onde os pobres eram os mais afetados durante o conflito, fazendo que a miséria e a violência reinasse nas ruas onde a miséria e o abandono, faziam as pessoas se juntar em grupos que disputavam as migalhas da cidade, enquanto os ricos e poderosos viviam sem que o caos, chegassem nas soleiras das portas de suas mansões.
O elenco é fantástico! Leonardo DiCaprio, Daniel Day-Lewis, Cameron Diaz, Liam Neeson, Brendan Gleeson, John C. Reilly, Jim Broadbent, Stephen Graham, Eddie Marsan, Henry Thomas e Gary Lewis.
Leonardo DiCaprio tem uma atuação foda, mas Daniel Day-Lewis foi além de qualquer coisa vista! O Bill "Açougueiro" Cutting dele, foi pro inconsciente coletivo da humanidade. O personagem é surreal. O Bill dele é uma coisa infernal e maléfica, um homem violento, sanguinário e sem limites. Um racista no nível mais racista que possa existir. Mas ao mesmo tempo ele é um ser humano como qualquer outro. Tanto que o Leonardo DiCaprio com seu Amsterdam, o odeia e o adora, que faz que o seu plano de vingança, seja doloroso e dramático.
O filme tem um inicio bárbaro, uma sanguera inacreditável, que depois se transforma num drama tenso, mas ainda bem violento, com personagens com personagens complicados, vivendo situações dramáticas e perigosas, que no alerta da incrível narração de Amsterdam, mostrava que na primeira faísca que aparecesse a cidade explodiria.
A cena do fracasso da vingança do é icônica, a traição e humilhação ferve o sangue até hoje, mas o seu renascimento foi a altura! Mas quando a trama se encaminhava pra um Happy End, Scorsese, o Açougueiro quase destruíram minha vida com aquela machadada! Cê é loco! Até hoje eu não acredito.
As cenas finais são épicas! O filme vira um pandemônio com a revolta da cidade contra as convocações para guerra, durante ao que seria a batalha final nas Cinco Pontas!
"Gangues de Nova York" é um clássico! É um filme fora da curva do Scorsese e um dos seus melhores! Leonardo DiCaprio e Daniel Day-Lewis, com suas laminas fizeram uma dança macabra em cena, numa história que parece quase que um sonho esquecido, e que foi soterrado pelos arranha-céus que a cidade construiu.
Assisti no cinema, tenho o ingresso guardado e o DVD na coleção.
Esses filmes de mistérios da antigas, são foda mesmo. Clima de catacumba, atmosfera de cemitério e personagens tudo com roupa escura de velório. Só falta chover cadáver dos céus. Ser escritor naquela época era quase que uma obrigação e Edgar Alan Poe, Arthur Conan Doyle e H.P. Lovecraft, deitaram e rolaram
"O Pálido Olho Azul", apresenta uma trama de suspense e ocultismo ambientada em 1830, contando a história de Augustus Landor, um ex-detetive de polícia vivido por Christian Bale, que é chamado para investigar um assassinato com mutilação de um cadete numa academia militar gringa. Durante a investigação, Landor se associa a um jovem Edgar Allan Poe (Harry Melling), que mostra ter um talento para essa vida de Faro Fino.
O filme tem uma atmosfera opressiva, pesada e capetuda, tem direção de arte lúgubre, com figurinos e os cenários também que evocam efetivamente a época e o ambiente sombrio da academia militar. É quase a idade média, a época em que Deus tirou férias. Christian Bale tem uma atuação brilhante, ele impõe uma presença de Batman no filme que o resto dos personagens, ficam pequenos perto dele. Já Harry Melling faz um Edgar Alan Poe, bem fictício. Descrito como um homem depressivo, isolado e sério, o escritor aqui é um rapaz alegre, saltitante e atrapalhado.
No entanto a história é muito boa, as circunstancias dos crimes, os mistérios e enigmas são mostrados de forma poderosa. A produção capta a época de forma brilhante, ela cria em cada cena sequências de tensão e medo, com personagens envoltos a segredos ocultos, com momentos que o horror tome a frente da trama, com situações de puro medo. O filme tem grandes cenas de investigação, com reviravoltas inesperadas e revelações daquelas que até o Diabo gosta. O final é aquele carrinho com as duas chuteiras nas pernas. Quebra.
Mistério, enigmas, assassinatos... O microverso do Edgar Allan Poe, é mais profundo que a bolsa da Hermione. São inúmeras contos e poesias, consagrados que inspiraram artistas e ganham o cinema até hoje. "O Corvo" foi mais um entre as inúmeras obras que ganharam as telas mundo a fora. Dirigido por James McTeigue, o filme é entrelaça partes biográficas da vida do escritor com uma história de suspense e mistério, sobre uma série de assassinatos que ocorrem em Baltimore, no século XIX, onde um psicopata começa a cometer crimes inspirados nas histórias macabras do escritor.
O filme tenta capturar a atmosfera gótica dos livros, fazendo uso de várias obras de Poe, como "O Barril de Amontillado" e "A Máscara da Morte Rubra", para construir sua narrativa, mas acaba tendo um resultado bem ficcional e distante de quem o escritor era. John Cusack teve uma atuação excelente vivendo o personagem, mas ele ficou quase beirado o Sherlock Holmes do Guy Ritchie, onde ele junto com detetive Emmett Fields (Luke Evans), tentam desvendar um enigma antes de tal hora, se não fulano morre.
Além de Cusack e Luke Evans, Alice Eve, Brendan Gleeson, Oliver Jackson-Cohen e Kevin McNally, completam o elenco.
A filme é legal, tem boas cenas, distrai e entretém, mas não vai além disso. Acho que faltou um pé mais humilde no chão pra que esse filme represente as obras do escritor. Se os caras se concentrassem em fazer um grande história, com uma ambientação gótica, com os mesmos atores, acredito que o filme seria muito melhor.
Filmes de terror de época são raros, todos achavam que "A Vila" fosse um filme pra se ostentar na prateleira de VHS do gênero, mas M. Night Shyamalan fez a gente ter uma decepção histórica com esse filme, mas muito boa! A revelação me quebrou as pernas e me deixou completamente sem chão! Sério. Toda vez que revisito esse filme, eu lembro da raiva que senti quando foram revelados os segredos sobre o lugar. Mas de qualquer forma é isso que é foda nesse filme.
Se toda história provocasse reações que perdurassem por décadas, acho que o cinema de hoje estava salvo. "A Vila" tira a gente da zona de conforto romântica que ela criou, e de forma corajosa nos lança pra essa realidade triste e recorrente de nossos dias. O filme provoca muitas emoções, que vão do romance dramático de época, na comunidade amish, pra um filme de terror e mistério de virada, que depois se transforma num Thriller, onde as barreiras temporais se confundem, fazendo a gente duvidar até da revelação crucial que o história deu. Né foda?
Shyamalan fez esse milagre nesse filme. A história constrói de forma fascinante, essas camadas, faz a gente cair das cadeiras com a revelação e ainda entra na nossa mente, como poucos filmes psicológicos conseguem. A comunidade é isolada pelo medo da violência, mas o mesmo medo que eles criaram, faz deles suas vitimas. Isso é física quântica pura.
“A Vila” é uma obra que nos convida à reflexão sobre a nossa realidade, sobre as ilusões que criamos para nos proteger dela. E principalmente da realidade que foi mostrada pra nós, por esses novos "anciões", essas autoridades que se chamam governos, religiosos e cientistas. Shyamalan conduz essa narrativa de forma envolvente, cheia de emoções e drama, que vai provocando em nós, diversas reações, num clima tenso e misterioso, em personagens cheio de simbolismos épicos escondidos.
O elenco é incrível, Bryce Dallas Howard, Joaquin Phoenix, Adrien Brody, Judy Greer, Jesse Eisenberg, William Hurt, Sigourney Weaver e Brendan Gleeson.
Bryce Dallas Howard com sua Ivy Walker, tem um dos personagens mais marcantes de sua carreira vivendo uma garota com problemas na visão, que de forma incrivelmente heroica foi buscar ajuda pro marido, num lugar desconhecido, hispido e carregado de medo. As cenas finais são incríveis, que me fizeram lembrar de histórias parecidas que devem ter inspirado esse filme.
Continuo com muita raiva desse "A Vila ". A história é marcante, inteligente e muito bem construída, os personagens são interessantíssimos, o clima é fantástico e a revelação morde a nossa bunda já antes do final, fazendo a gente mancar nas ideias, duvidando de tudo que foi mostrado, tamanha imersão que a história provoca.
O filme "Do Inferno" é uma adaptação da graphic novel de Alan Moore e Eddie Campbell, que mergulha no mundo de Jack, o Estripador, num caso bem enigmático e misterioso. A trama se passa na Inglaterra de 1888, e vai no lombo do inspetor Frederick Abberline, vivido por Johnny Depp, um cara que além da profissão, era bebum e médium que inicia uma investigação dos crimes cometidos por um açougueiro desconhecido. Abberline é um homem marcado pela perda da esposa e dos filhos, e trabalha ao lado do sargento Godley, interpretado por Robbie Coltrane, para proteger as mulheres trabalhadoras noturnas do local, que são constantemente ameaçadas por uma gangue de vagabundo e pelo próprio Jack, o Estripador.
O filme tem um charme sombrio, por se tratar da figura de Jack, o Estripador, num trabalho do grande Alan Moore e do Johnny Depp, que já estava na moda na época, antes de ser Pirata do Caribe. o filme tem aquele climão macrabo de cemitério, um romance mal resolvido entre Abberline e Mary Kelly (Heather Graham), mas essa história não me pegou nem na época e nem agora. A trama é meia embolada, parada e cansativa, coisa que faz o sono vir que é uma beleza! E por mais que o a história tenha elementos muito interessantes na construção, como maçonaria, medicina e macumba, o filme infelizmente não se aproveita disso. É um pecado, porque o clima de vampiro, a fotografia de velório, cheio das névoa de filme de lobisomem na rua, com becos e casas escuras, com os personagens tudo de luto, foi um desperdício de produção! A sonora de Trevor Jones, com a colaboração do Marilyn Manson, me fez sentir mais raiva, porque os caras souberam captar a atmosfera da história de forma perfeita.
Eu aluguei esse filme duas vezes na época, na primeira achei meia boca, na segunda foi por engano (Vagner, cê é burro? Nóis ja vimos! Anta!). Fazia décadas que não assistia, e essa revisitada piorou minha minha experiência no filme. Tecnicamene o filme é um milagre dos anos 2000, mas a adaptação e a direção do Albert e Allen Hughes, foi muito ruim. O filme envolve muito a gente pela história, trama e enredo, mas solta a gente de vez no desenvolvimento de tudo. Mais ou menos, mais ou menos isso. Eu dormi muito no filme e isso estripa muito a nossa experiência, me fazendo voltar umas dez vezes pra ver algumas cenas.
Tinha tudo pra ser foda, personagem capetudo, clima sombrio, cheio de mistério e medo, terror psicológico, HQ do Alan Moore, Johnny Depp e um típico filme de anos 2000 que parecia coisa noventista. Uma pena.
Pecado Original sim, era não ver a Angelina Jolie na época! Atriz em ascensão, linda, labiúda, seios USA, olhar rasga cueca. A Mina era uma unanimidade masculina. Ossuda, mas a gente ruía até a última cartilagem dela. Ela junta os pano com Antonio Banderas nesse filme de locadora no inicio dos anos 2000, pra contar uma história de romance, suspense e sensualidade.
Dirigido por Michael Cristofer o filme conta a história de Luis Vargas (Banderas), um rico comerciante de café em Cuba e Julia Russell (Jolie), mulher ele conhece por meio de correspondências pra se casar, porque naquela época os ricos eram loucos! Sei lá por que raios alguém se casaria dessa forma! Achei até que era por causa do patriarcado que tratava as mulheres como gado, mas não! O bicho pôs um anuncio no jornal dizendo que queria se casar, coisa e tal. MAS QUE ERA DONO DE FAZENDA EM CUBA! P.S. Sorte que foi nessa época colonial, porque se fosse agora, ele estava fudido!
Com um medo da porra de ser uma macambira que cospe fogo🔥, Luis dá aquele sorriso Colgate História Sem Fim, quando vê a Angelina Jolie na frente dele! Quer dizer, a Julia! E o bichinho pirou! Fez um casamento The Flash e foi cercando a presa pro bote, mostrando o playboy boa pinta que era. Virou uma manteiga! Educação patriarcal pura, com Mô pra lá, Mô pra cá, até que a educação foi pro espaço e os novinho tiraram o atraso na cama! Cine Band, Privé daqueles.
Tudo ia bem em Camelot... Castelo, carros, ouro e a Angelina Jolie arrancando o coro dele na cama! Até que ele resolve colocar o nome dela no cartão de crédito dele... Tipo ele vai dormir, acorda, fala ainda com a esposa até que recebe a irmã dela e descobre que a Mina que ele casou é outra. O certo era pra ele ter casado com a macambira que cospe fogo🔥 do inferno, em vez da Angelina Jolie! E quando caiu a ficha, a fatura do Master Card, já estava e-mail dele!
Com a Angelina Jolie no corredor da morte, vai narrando a história pra um pobre padre. E "Pecado Original", vai nessa linha... Paixão, mentiras, traições e mistério. O filme é um novelão da porra, que mostra a chave de cadeia que Luis se casou e não importando se a desgraçada rapelou os Bitcoin da conta, Luis teve aquele amor de pecheca. Aquela coisa que alguns homens tem pelo instrumento de maldade de algumas mulheres, coisa que faz gente vender até a mãe pra ter a mulher de volta. E um coitado que casa por Cedex, só pode dar nisso. E ainda com a Angelina Jolie, com aquele pecado em forma de corpo, não teve muito esforço.
Tem cenas boas e tudo, revelações, reviravoltas mas o filme é bem esquecível. A trama parece essas novela mexicana cheia de Esmeralda, Maria, Usurpadora e coisa do tipo! Com essa obsessão do Luís, os segredos da Julia e um Ricardão e o arco da presidiária com o padreco pra fechar a trama com Chaves mexicanas. O filme distrai, diverte, faz a gente secar bastante a Angelina Jolie de novo, mas só isso. Nas cenas finais, da Julia com o Luís, você tem que tomar cuidado com a sua glicemia. Porque é foda.
Vida de bandido é foda. Correria, muito perigo e com sorte, algum dinheiro. Quando ele cansa dessa vida, ele quer se aposentar, mas se esquece do velho ditado da profissão: "Malandro não pára, malandro dá um tempo". Quando você não quer, os caras quer. Você pede pra entrar, mas tem que rezar pra sair.
"Nem Tudo é o que Parece" conta a história de XXXX, personagem vivido pelo Daniel Craig, que faz um negociante de drogas bem-sucedido e que busca a aposentadoria. No entanto, antes de conseguir sair desse mundo do cão, ele é sugado de volta para dentro para fazer dois últimos trabalhos, que precisa realizar pra Jimmy Price, um chefão do crime. Um desses trabalhos é encontrar a filha nóia de Eddie Temple, um bambambã perigoso do crime, e o outro é negociar um carregamento de drogas roubado por Duke, esses tipos trapaceiros, ladrão de cavalo, que está na profissão errada.
O filme era pra ter sido dirigido por Guy Ritchie, mas pela agenda lotada de cliente, foi parar nas mãos do amigo do Matthew Vaughn, e o resultado é praticamente um filme do colega em vez do seu. Por mais que Vaughn tenha consolidado seu estilo no cinema em filmes como "Kick-Ass, X-Men: Primeira Classe e os Kingsman", soooobra Guy Ritchie nesse filme! O estilo único do diretor, está em cada frame desse filme, até um cego consegue ver Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes, Snatch: Porcos e Diamantes, Revolver", entre outros na história louca, na edição frenética, nos diálogos ácidos e nas cenas carregadas de violência e maldade.
O filme é uma correria desgraçada, legendado então, é ter o capeta digitando as letras na tela da TV, eu fiquei até tonto, coisa que me fez dormir bonito no sofá. E quando acordei, me perguntei porque o 007, estava apanhando tanto. Doido, doido, doido.
Além de Daniel Craig, o filme conta com Tom Hardy, Sienna Miller, Michael Gambon, Ben Whishaw e Sally Hawkins, Sally Hawkins, George Harris e Burn Gorman.
Como um bom filme do Guy Ritchie, "Nem Tudo é o que Parece" do Matthew Vaughn, faz as vez do amigo, com pancadaria sem fim, tiroteio nervoso, perseguições alucinantes e muito palavrão, muito palavrão nas conversas, em reviravoltas, dentro das reviravoltas, com revelações de revelações, uma loucura. Daniel Craig com seu XXXX, leva uma das maiores surras da carreira nesse filme. E ele estando certo ainda, imagina se tivesse errado? Essas coisas do Guy Ritchie, é pra candidato a 007 mesmo.
De qualquer forma e não se importando com quem dirigiu, dormindo, sonhando e voltando a fita nas cenas, "Nem Tudo é o que Parece" é um ótimo filme e vale muito ter assistido. E no final, é foda né? Vida de bandido é igual a de tubarão. Se ele parar de nadar, ele morre.
"O menino não se chama mais Dadinho... O menino chama Zé Pequeno, Zé Pequeno..."
Lembro que todo mundo falava desse filme. Era o dia inteiro ouvindo os amigos falando na minha orelha "Cidade de Deus, Cidade de Deus, Cidade de Deus...". Vai Vagnão! É dá hora! Aluga que é bom demais! Então, eu fui pra locadora pegar o filme, meio que sem fé, porque o cinema brasileiro não empolgava. E eu quebrei as minhas pernas de um jeito lindo! Que filmaço!
"Cidade de Deus" foi uma marco no cinema brasileiro nos anos 2000, com uma história empolgante, dramática e com estilo documental. Dirigido de forma genial pelos ilustres desconhecidos Fernando Meireles e Kátia Lund, o filme ganhou o mundo, retratando de forma víva e impactante a vida da favela Cidade de Deus no Rio de Janeiro. Baseado no romance de mesmo nome do escritor Paulo Lins, o filme mostra uma narrativa não linear, crua e realista do período, explorando as complexidades social da época, com o problema da violência, misturada a rotina e ao cotidiano dos moradores da Cidade de Deus.
Com a narração em tom inocente do jovem Buscapé, o filme conta sua história e de seus amigos, que cresciam no jovem bairro do Rio de Janeiro, lugar esquecido pelo governo e lembrado por Deus no nome, numa época socialmente difícil e perigosa, mas ainda romântica, regada a aventuras adolescentes de subúrbio, com romances e futebol de campinho de terra, e misturadas as maldades do crime e suas consequências.
O filme é divido em capítulos empolgantes, contando de forma quebra a história de vários bandidos como Buscapé (Alexandre Rodrigues), Cabeleira (Jonathan Haagensen), Bené (Phellipe Haagensen), Alicate (Jefechander Suplino) e do Dadinho (Douglas Silva) que virou o famoso Zé Pequeno (Leandro Firmino) e muita gente. Fernando Meireles e Kátia Lund mostraram grande habilidade em contar a história de vários tipos de personagens, dos pequenos até os principais. Com cortes rápidos, de forma ousada, dinâmica e criativa, eles usaram uma edição autentica, que reflete a natureza caótica e imprevisível da vida na favela.
O uso de um elenco na maioria formado por desconhecidos, de mais vida e realidade a história, fazendo que os personagens fossem mais autênticos e tivessem atuações mais cruas e viscerais. A trilha sonora pulsa o que a de melhor na MPB nos anos 60 & 70, com Tim Maia “O Caminho do Bem” e “Azul da Cor do Mar”, Cartola “Alvorada” e “Preciso me Encontrar, Wilson Simonal “Nem Vem que Não Tem”, Hyldon “Na Rua, na Chuva, na Fazenda” e Raul Seixas “Metamorfose Ambulante” e clássicos gringos de James Brown “Get Up”, Jimmy ‘Bo’ Horne “Dance Across the Floor” e Carl Douglas “Kung Fu Fighting”.
A câmera do Fernando Meireles é foda, o diretor capta a realidade marginalizadas das comunidades de forma quase que natural. Os caras limpando a galinha pro churrasco no inicio é marca registrada do filme. O barrão e o lixo das ruas e o lixo, a escuridão da noite e o povo tudo sem camisa, parecem cenas da vida real do brasileiro da época e de hoje (Os caras rezando o "Pai Nosso" tudo errado é foda), sem aquela vergonha e complexo de pobreza que são mascarados em novelas e outras produções no Brasil. O filme fez disso um triunfo, mostrando que essa é nossa realidade e que agora o cinema não tem medo de mostrar as coisas como elas são.
Os personagens são incríveis, a forma que eles crescem no filme é genial, o arco que cada um tem de suas histórias são fantásticos e levam a gente pra cenas memoráveis e momentos inesquecíveis do cinema nacional.
"Cidade de Deus" é um clássico mundial do cinema, um filme que ajudou a retomar a indústria de cinema no Brasil, com uma história intensa que procura mostrar as raízes da violência e do crime nas favelas, explorando as circunstâncias que os jovens são levados para o mundo do crime e a maneira como a vida na favela é afetada pelo descaso e abandono do governo, pela falta de oportunidades e pela corrupção sistêmica.
"O sistema entrega a mão pra salvar o braço. O sistema se reorganiza, articula novos interesses, cria novas lideranças. Enquanto as condições de existência do sistema estiverem aí, ele vai resistir. Agora me responda uma coisa, quem você acha que sustenta tudo isso? É… E custa caro. Muito caro. O sistema é muito maior do que eu pensava. Não é à toa que os traficantes, os policiais e os milicianos matam tanta gente nas favelas. Não é à toa que existem as favelas. Não é à toa que acontece tanto escândalo em Brasília e que entra Governo, sai Governo, a corrupção continua. Pra mudar as coisas vai demorar muito tempo. O sistema é foda. Vai morrer muito inocente."
Até hoje, nenhum filme brasileiro falou tantas verdades pro povo brasileiro como essas obras do Jose Padilha. O primeiro filme foi uma bomba na cara de todo mundo, e essa sequência parece ser o manual dela. Quando todo mundo esperava uma continuação óbvia, com o personagem Capitão Nascimento do Wagner Moura, invadindo favelas e mandando chumbo em traficante, o diretor foi na contramão. Padilha foi mais ousado e mais inteligente. "Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro" veio mostrar um pouco dos bastidores, com um pequeno ensaio de como funciona esse sistema criminoso no Brasil.
O filme mergulha na complexidade da corrupção policial e política no Brasil, expandindo significativamente o objetivo e a narrativa da história anterior. Treze anos após os eventos do primeiro filme, Nascimento, agora Tenente-Coronel, enfrenta não apenas os criminosos nas favelas, mas também a enorme rede de corrupção que se estende até os mais altos níveis do governo e da polícia, onde visam não só tráfico, mas as diretrizes da vida inteira de uma cidade. O filme faz uma critica feroz às instituições e expõe a podridão, a violência urbana e a corrupção endêmica que afetam toda a sociedade brasileira.
O roteiro é bem construído, a narrativa cínica e crua é a mesma, ajudando a desenvolver a trama, com o desfecho trágico do filme anterior. O roteiro constrói uma trama inteligente, mostrando a evolução profissional do personagem na vida publica, mas com as ruinas de sua difícil vida pessoal, na qual seu casamento foi pro vinagre, por causa dos horrores que um policial do BOPE, passa na profissão. De um outro ângulo, o filme mostra de forma orgânica como funciona as coisas, os estágios que elas percorrem, fazendo que bandidos, policiais corruptos e políticos sejam trazidos a luz, para que sejam vistos e reconhecidos.
“Tropa de Elite 2” não é apenas uma continuação, mas uma obra que aperfeiçoa sua narrativa e sua crítica social, tornando-se relevante, oportuna e mais atual que na época que foi lançado. É quase que um documento vivo de uma época, mas que representa todas as outras de nosso país. É um filme poderoso e essencial que desafia quem assiste a refletir muito sobre a realidade sombria da sociedade em que vivemos, e continua a ser um marco do cinema brasileiro moderno.
Capitão Nascimento virou um símbolo nacional na guerra contra o tráfico. Um homem comum, mas que teve no filme, uma das profissões mais perigosas do mundo. Tratar com a escória do mundo, com a carniça da sociedade e sair manchado de sangue e violência, mas limpo na honra e no caráter por dentro, é pra poucos.
Esse era o filme que a hipocrisia do Brasil precisava. O filme que deu a real de tudo e que colocou todo mundo no lugar. "Tropa de Elite" foi um tiro de 12, na cara da sociedade "Exquenta", um bomba. O maior fenômeno da história do cinema brasileiro em todos os tempos. Foi tão foda que antes do filme ser lançado, ele já estava nas mãos dos camelôs de todo Brasil.
A história é crua, visceral, didática e urgente. Deu a real sobre sobre o luta do BOPE, a mostrou a policia corrupta carioca, os traficantes, as favelas, o drama dos favelados, como funciona os morros, o papel higiênico sujo das ONGS, os universitários maconheiros, os professores comunistas, os comerciantes reféns da policia.
Além do pano de fundo construção sócio politica real da trama, o que é foda no "Tropa de Elite" é a história pessoal do Soldado Nascimento. Puta merda é muito loca! Nascimento foi o herói nacional durante anos. Ele representou uma classe inteira de trabalhadores, que vive no meio da merda mais suja da sociedade, pra que a gente possa sobreviver nesse nas cidades de uma forma menos infernal. É uma guerra urbana, socializada e romantizada. Onde o povo não tem a ideia da extensão politica no nosso país e principalmente fora dele.
Com uma coragem nunca vista num filme nacional antes, José Padilha foi na alma do BOPE e no inferno que eles vivem, pra dar vida a esse filme, mostrando o tamanho do lixo que eles combatem. O dia a dia podre, pesado e perigoso no BOPE, onde o terror é pouco e faz o diabo parecer criança perto das maldades que acontecem nos morros cariocas. É literalmente uma guerra.
A corrupção da policia foi algo gritante no filme. Finalmente alguém coragem e falou um pouco de tudo sobre o assunto. Mostrando a terrível vida dos militares nas corporações com esse câncer da corrupção, dando as regras do jogo. O loteamento que a policia fez nos comércios não só Rio de Janeiro, mas do Brasil todo, foi uma cenas mais impactantes do cinema brasileiro em décadas. Com rápidas imagens e narração sincera do Capitão Nascimento (Wagner Moura), o filme explicou, desenhou e esfregou na cara de quem assistiu, como funcionava as coisas, para funcionar.
A vida perigosíssima de missões impossíveis, com as que devem ser compridas, com as ações violentíssimas do BOPE nas favelas nos morros, jamais serão esquecidas. As cenas ficaram famosas e eternas, influenciando a cultura em geral, em novelas famosas e programas humorísticos na TV. A Rede Record praticamente esgotou com o tema na sua programação.
O texto desse filme é foda. Capitão Nascimento dava a real do que acontece no Rio, cada frase dele fez a gente perder o chão na época. Todo mundo sabe como essas coisas, funcionam, mas tiveram coragem de mostrar. Eram cenas de um mundo real. O Capitão falava e todo mundo concordava. Direita esquerda volver, não importa, todo mundo sabe que aquilo era real.
O texto do filme beira a perfeição, não com diálogos marcantes e com frases infinitas de efeito que viraram um fenômeno no Brasil todo.
"Pede pra sair"
"Quantas crianças a gente vai ter que perder para o tráfico, pra um playboy enrolar um baseado? Eu fico puto com gente que nasce com oportunidade e entra nessa merda."
"Seu 05, se o senhor deixar isso cair, o senhor vai explodir seu turno, seus companheiro, meus auxiliares, o senhor vai explodir a mim, o senhor vai deixar isso cair seu 05?Contamos com o Sr."
"Tropa de Elite" oferece uma visão intensa e crua da realidade da polícia de elite no Rio de Janeiro. O filme não tem filtros e mostra com autenticidade as operações que são feitas no Rio de Janeiro, quando a polícia regular falha. Moral e ética, vira conversa de militante de direitos humanos de traficante. A realidade das coisas, são que o filme mostra uma luta do bem contra o mal e de um homem que parece representar muitos.
A brutalidade, a selvageria e a covardia mostradas, escandalizaram muita gente, enquanto pra outras tratavam aquilo como normal, rotina. Uma dura relação da entre a polícia, os traficantes e a sociedade. Onde os policiais vivem uma tormenta ética e moral, com uma pressão psicologia sem precedentes, na qual saem pra trabalha, mas não sabem se voltam vivos pra casa. O filme é critica urgente a hipocrisia da classe média, que condena a violência policial mas contribui para o tráfico de drogas, a violência nos morros e os milhares de assassinatos.
Tudo isso na visita do Papa com o Capitão Nascimento querendo arrumar um substituto pra ele, já que psicologicamente ele estava a beira do hospício, e com o arco dramático e trágico envolvendo os personagens André Matias (André Ramiro) e Neto (Caio Junqueira).
"Tropa de Elite" foi uma explosão social. Um grande sucesso de crítica e de público, que ganhou o Urso de Ouro no Festival de Cinema de Berlim e se tornando um marco no cinema brasileiro pelo seu papo reto, pelo seu senso moral e pela realidade triste e brutal mostradas. É uma obra que ainda permanece relevante e poderosa, mostrando a luta e os desafios que nós brasileiros vivemos todos os dias.
Perturbador, brutal, pesado, "A Casa Que Jack Construiu". Obra prima do medo, do horror, da loucura. Lars Von Trier é um diretor polemico, ousado, criativo, inteligente e corajoso. O cara tem muitos fãs, seus filmes são bem fora da realidade de outros do cinema e inspirou muita gente.
Nunca faltaram filmes pesadas, aquelas obras perturbadoras do cinema que a galera se amarra, como "Henry - Retrato de um Assassino, Sem Saída, Anticristo, O Albergue" Mas tem os proibidão, os filmes que forma banidos das salas, por serem considerados coisa de doente. "Centopeia Humana, Holocausto Canibal, 120 dias de Sodoma e A Serbian Film", são os mais famosos (Nunca vi nenhum).
Tem muito mais coisa eu sei, a famosa série de terror documentário, "Faces da Morte" de 1978, do diretor John Alan Schwartz, fez história. Os VHS, vararam os anos 80, passaram pelos 90 e só Deus sabe que ano terminou. Na minha infância oitenta eu assisti o primeiro, escondido dos meus pais e jamais eu esqueci. Vi muita coisa loca e braba como os filmes citados acima, mas esses proibidão, eu passei longe.
"A Casa Que Jack Construiu" quebrou minhas pernas, o filme do Lars Von Trier, mergulha profundamente na mente doentia de seu protagonista, Jack, Vivido por Matt Dillon, mostrando suas ações cotidianas, tratadas como obras de arte, enquanto tem uma conversa critica com Verge, um personagem misterioso interpretado por Bruno Ganz, que serve como uma espécie de guia pelos círculos do inferno, estilo ao de Dante Alighieri.
O filme gira em torno de cinco incidentes, assassinatos macabros que Jack relata de forma filosófica, sincera e banal ao seu ouvinte Verge. Cada incidente revelava mais sobre a natureza perturbada de Jack, que vê seus assassinatos não apenas como crimes, mas como obras de arte, medidas por ele, como sentimentos iguais ao dos grandes artistas.
É perturbador. Matt Dillon assombra, as cenas são pra se esquecer e o final é pra deixar o fígado e a memória no bar. Assisti uma vez só, tentei outras duas e nada. Vou beber!
Certo dia a família Schober, vai passar uns dias de férias em sua casa de campo, à beira de um tranquilo lago. Mas logo eles são surpreendido pela visita de Peter e Paul, dois jovens que se apresentam como ajudantes do vizinho. Rapazes de roubas brancas, luvas brancas, muito educados e simpáticos. O se segue após a cenas do ovo, são um dos momentos mais perturbadores do cinema em toda sua história.
"Violência Gratuita" é um filme que te põe a prova, te desafia e te provoca de todo jeito, forçando você querer entender o ser humano e a sua inexplicável natureza violência. Com elenco diferente, mas mantendo a mensagem, o filme é uma refilmagem do próprio filme de Haneke de 1997.
De forma fria, cruel, sarcástica e violenta, o filme mostra a transformação dos jovens, em verdadeiros demônios, que com métodos nazistas operam situações de puro desespero, num macabro jogo de tortura psicológica, ameaças e violência. Tudo gratuito, conforme o titulo brazuca desenha.
Ann Farber (Naomi Watts) é a mãe, George Farber (Tim Roth), Georgie (Devon Gearhart) é o filho, Paul (Michael Pitt) e Peter (Brady Corbet0, são os psicopatas. E VOCÊ meu caro, é o observador. Sim... Michael Haneke, coloca a gente num plano, onde os personagens interagem em vários momentos, enquanto as atrocidades acontecem. Você acaba fazendo parte da história.
Devon Gearhart e Michael Pitt, tem atuações marcantes, fazendo a gente querer ir além de mata-los, pelas cosias que eles fazem. Mas Naomi Watts rouba a cena com o papel de mãe e esposa, na qual sofre os horrores que eu só vi em filmes sobre o Holocausto.
Grande filme. Mas vai de reto. Não assisto mais...
Vingança, cirurgião loco e um retardado que fez merda e... Mano do Céu, não tem como explicar. "A Pele que Habito" é a maior filme de vingança espanhola de todos os tempos! Dirigido por Pedro Almodóvar, é um drama complexo, com suspense psicológico nervoso e elementos de terror gótico, levados aos finalmentes.
O filme conta a história segue Robert Ledgard, (Antonio Banderas), um cirurgião plástico que está obcecado em desenvolver uma nova pele resistente a queimaduras e doenças após uma tragédia pessoal. Ele mantém como cobaia em sua mansão, Vera (Elena Anaya), uma jovem misteriosa na qual ele tem todos os cuidados. A relação dos é tensa e misteriosa, onde você vai vendo coisas, com flash backs explicando elas, com drama brabo piorando tudo e revelações que vão sendo costuradas na pele dos nossos olhos, que enlouquecem só de lembrar!
Vingança, loucura, obsessão e um oportunismo desgraçado! Almodóvar cola a gente no sofá e arranca a nossa pele com revelações desesperadoras, cenas chocantes, daquelas que faz cair o cu da bunda! Nunca vi alguém se fuder tanto assim. Nem tem como escrever mais nada.
Quando eu fui assisti pela primeira vez, acabei não lendo a sinapse e tomei um susto loco! Revendo agora, recomendo a todos que não leiam. É traumático, mas é dá hora! Esse foi o melhor filme do Almodóvar que eu já assisti.
Mistério, policial, terror... "O Corpo" é um thriller psicológico que conta história em torno de um caso loco, o desaparecimento do presunto de Mayka Villaverde (Belén Rueda) uma mulher rica e poderosa que some do necrotério. O detetive Jaime Peña (José Coronado), é encarregado de desvendar este enigma, enquanto lida com uma teia de intrigas e segredos. Coisas que envolvem o namorado do presunto Alex (Hugo Silva), principal suspeito do sumiço e do crime.
A trama é muito nervosa e cheia de mistérios, coisa que o genero policial carece muito hoje, você fica até nas duvidas o tema é esse, pois o terrorzinho bate nas portas da sala da nossa casa. O filme é intenso, você fica preso na sequencias de acontecimentos da trama, onde situações misteriosas surpreendem a gente o tempo todo, com as coisas que acontecem no necrotério, nos flash back e nas revelações. Fazendo eu achar que até zumbi papa defunto tinha na parada!
A direção do Oriol Paulo, é muito boa, ele tem o talento em criar suspenses envolventes, e não decepciona com este trabalho. A história é bem inteligente e muito bem construída, mas essas revelações dele, não funcionam pra mim. São muito forçadas e mirabolantes. Na minha opinião, ninguém se dedica desse jeito na vida, pra um plano de vingança como esse explicado no final. Só os coreano! Mas o coreanos não valem. A trama é muito boa, mas a revelação eu achei pirada demais. Fazer tudo aquilo no necrotério beleza, muito loco isso. Mas a filinha do cara se sujeitar a tanto, foi muito pra minha cabeça. Não desce.
Mesmo assim "O Corpo" é um ótimo entendimento, com belas cenas e cheia de momentos que fazem valer a noite de filmes.
"Contra o Tempo" é um thriller espanhol que prende me anos atrás me impressionou muito e prendeu minha atenção até o final. A trama gira em torno de Adrián Doria (Mario Casas), um empresário bem-sucedido que acorda em um quarto de hotel ao lado do corpo de sua amante morta. Sem lembranças do ocorrido e com a porta trancada por dentro o bicho se torna o principal suspeito do crime. Desesperado para provar sua inocência, ele contrata uma renomada advogada de defesa Virginia Goodman (Ana Wagener) para ajudá-lo a reconstruir os eventos da fatídica noite.
É um labirinto de tensão e mistério, onde cada flashback revela uma nova camada da história, desafiando a nossa mente em montar o quebra-cabeça de tudo, junto com os personagens. Oriol Paulo demonstra muita capacidade na direção, mantendo um ritmo ágil que envolve a gente uma narrativa tensa, cheia de reviravoltas e detalhes intricados.
As atuações são outro ponto alto, com Mario Casas e Ana Wagener tem belas atuações que ancoram a complexidade dos fatos e a urgência da situação. A fotografia limpa e digital deram o tom de Netflix ao filme que somado a esmaecida paleta de cores deram a trama a tensão que ela precisava, com a trilha sonora complementando a atmosfera de suspense, que o longa precisava para chupar a gente pra história.
Assistindo depois de um bom tempos, a experiência não tão boa quando antes, achei a trama muito ótima, mas os desfechos foram mirabolantes e artificiais demais. Eu nem lembrava de nada, achei impactante e tudo, mas hoje achei que está mais pras coisas forçadas da "La Casa de Papel".
"Um Contratempo" é um ótimo suspense, mas muito pro lado do entretenimento. Diverte e prende a gente do inicio ao fim. Vale o tempo.
De uma forma genial, Juan José Campanella leva pras telas um filme incrível, que de forma autoral e intimista ganhou o mundo todo com uma história poderosa, onde o amor e suspense, andam juntos como nos velhos tempos que o genero brindou o mundo com suas melhores obras.
"O Segredo dos Seus Olhos" é contado em forma de memórias de Benjamín Espósito, um oficial de justiça aposentado que decide escrever um romance baseado em um caso de estupro e assassinato que ele investigou 25 anos atrás. O filme é uma mistura certeira de thriller, drama e romance, que explora temas sobre justiça e vingança, numa época pesada da história argentina, onde o caos politico e militar, gerava medo e encobrindo o país em sombras, e escondendo seus assassinos.
A história mantém a gente preso do inicio ao fim, o complicado dramático caso de amor, que ora é abafado pelas memórias dolorosas e pelo reencontro no presente amargo, onde a trama tem uma reviravolta magnifica com o desfecho de todo o caso que Benjamín investigava no passado, e o romance que fazia luz, nas trevas daqueles dias.
Ricardo Darín entrega uma grande atuação como Benjamín Espósito, mostrando toda complexidade de um homem assombrado por um caso não resolvido e por sentimentos não correspondidos por sua colega de trabalho, Irene Hastings (Soledad Villamil).
A direção de Campanella é excelente, ela parece que revitaliza o gênero policial, trazendo frescor e estilo próprio com a fórmula fez miséria no passado, coisa que era foda que era chamada de clichê. A fotografia com tons envelhecidos contribuíram para criar a atmosfera densa e melancólica que permeia a história, dando um tom de memória e lembrança ao filme.
"O Segredo dos Seus Olhos" é um puta filme e o melhor filme argentino que eu já assisti. A história é marcante, a trama policial é cheia de mistério, com momentos tensos e dramáticos, com cenas nervosas de perseguição, tudo envolto num romance calado pela situação, que depois devido aos desfechos da mostrados na época se tornaram perigosos para acontecer. Campanella dirige o filme de forma intimista e original, dando pra trama um tempo para as coisas acontecerem, envolvendo os acontecimentos de forma misteriosa, inteligente e sem atropelos, mostrando assim uma grande capacidade e talento para fazer filmes. O final é foda!
Insanidade, surto, loucura. Gaspar Noé joga a gente no clube do inferno, põe nóis na pista pra dançar com o capeta, num filme audacioso e visceral, que explora um dos limites da mente humana e as consequências do descontrole químico nela.
"Climax" conta a história de um de um grupo de dançarinos urbanos na França nos anos 90, que após dias de ensaios intensos, eles celebram com uma festa que rapidamente se transforma em um pesadelo alucinante do cão quando descobrem que ponche que estão bebendo está batizado com alguma substancia química.
É um horror como eu nunca vi. O filme é uma jornada caótica através da loucura coletiva, em que cada personagem é levado ao extremo de suas emoções e desejos. Gaspar Noé utiliza seus planos sequência absurdos, com sua câmera espiritual que se move de maneira quase descontrolada, capturando a essência do surto coletivo e participando do caos que os personagens vivem. A direção é fantástica e se complementa com a atuações intensas e crua do elenco, liderado pela incrível e foda Sofia Boutella, que tem uma performance corporal fora de série, tanto na parte de danças, quanto na dramática, se considerarmos que muitos personagens ali, são dançarinos e não atores profissionais.
Tecnicamente o filme é sensacional, começa com uma entrevista fake com os dançarinos, depois pula pra uma performance enlouquecedora dos atores com uma coreografia urbana que eu nunca tinha visto. O povo agachava, rolava, se jogava, andava, saltitava, pulava e se contorcia, numa mistura de possessão, arte e atletismo. Duvido que alguém ali tenha cartilagem nos ossos! Depois veio os famosos diálogos franceses, aquelas coisas quase inúteis, onde eles conversam trivialidades que eu não consigo me conectar, mas que foi até legal de assistir. Mas nesse filme, Gaspar Noé brinda a gente, com o maior, mais real, mais honesto e mais sincero e mais inacreditável dialogo de sexo de todos os tempos. Dois homens, dois héteros, falando do jeito que se fala nas ruas, de forma imoral, suja, pecaminosa, porno e sem frescura. Coisa que faz qualquer feminista, nutello e purista surtar de desespero, de fazer passeata e piquete na casa do diretor, com pneu queimado e tudo. Cê é loco rsrsrs...
A história praticamente linear, mas a parte técnica não! Gaspar solta a apresentação da produção e do elenco de uma forma que eu nunca vi, com varias tipografias de texto, ao som de musicas e muita dança puxa, estica, solta, enrola do grupo. Mas ao mesmo tempo que o diretor brinca com isso, ele vai mostrando lentamente a mudança de comportamento dos dançarinos, sem eles e a gente perceber. Até que tudo explode!
O filme vira um pesadelo, um hospício de drogados, surtando de varias formas, gritando, berrando, rindo, chorando, brigando. Uma Cracolândia, um inferno. A câmera espiritual do Gaspar Noé faz a festa com 360 e tudo! A bicha fica possuída, fica na nóia juto com os dançarinos. A paleta de cores laranja, verde e vermelho, na penumbra do local cheio de corredores, faz que a experiência nossa vire um sonho do capeta.
Sofia Boutella enlouquece, a Mina arrebenta na atuação, daquelas que precisa se internar pra exorcizar a personagem. Impressiona, a coisa fica sem limites. A câmera do Gaspar se perde no meio da loucura, do horror e do medo. É um personagem invisível, mudo, mas que vive aquele inferno até o fim. As cenas finais são horríveis, insanas, macabras. Tudo vermelho caos, vermelho loucura, vermelho morte.
"Climax" é uma experiência única. É um filme que você se segura pra não ser sugado pra história. É perturbador, caótico, demoníaco. É um filme pra poucos. É genial, cult e tudo que tiver na sua tabela de cinema. É desafiador assistir, mas deve ter sido muito loco ter participado. De certa forma o filme é até educativo. Muita gente precisa assistir esse filme, antes de se picar. Filmão.
Cruzada
3.4 632 Assista Agora"O que há na Terra Santa? Um mundo novo. Um homem, que em França, não tinha uma casa, na Terra Santa, o amo de uma cidade. E aquele que era amo da cidade, agora pede esmola na sarjeta. Lá, nos confins do mundo você não é o que nasceu... E sim o que você quiser ser."
O mundo medieval e as cruzadas, sempre foram um tema da história que me fascinava na infância. Quando aparecia um filme que falasse do assunto, eu me entregava de corpo e alma. Teve o épico "Coração Valente e Excalibur", mas são filme diferentes, um é uma guerra de grunge antigo, o outro é uma fantasia. Quando esse filme foi anunciado, eu foi seco pro cinema e deixei a minha alma lá.
Acredito que a versão estendida de "Cruzada" do Ridley Scott, é o maior filme medieval de todos os tempos. O filme mostra de forma magnifica os eventos das Cruzadas no século XII, na defesa de Jerusalém com a figura histórica de Balian de Ibelin, personagem vivido por Orlando Bloom. A história mergulha profundamente na complexidade das relações entre cristãos e muçulmanos durante o período, mas com uma narrativa pessoal da imagem de Balian, um ferreiro francês que se torna cavaleiro e viaja para Jerusalém após uma série de tragédias pessoais.
O filme mostra uma gama de motivações por trás das Cruzadas, desde do louco fervor religioso, a busca por poder e uma cura interior que só na Terra Santa, os religiosos do mundo todo acreditavam que teriam. Ridley Scott explora os perturbadores aspectos desses tempos sombrios, mostrando a intolerância e a violência doentia, em nome da fé. E mostra a humanidade e compaixão de poucos, especialmente na representação do rei leproso Baldwin IV, interpretado por Edward Norton, cuja liderança sábia e tolerante contrasta fortemente com a brutalidade ao seu redor.
Visualmente o filme é impressionante, as cenas de batalha são grandiosas, com detalhes cenográficos e figurinos de encher os olhos. A fotografia busca tanto a beleza, quanto a brutalidade da Terra Santa, enquanto a trilha sonora de Harry Gregson-Williams, faz você viajar no tempo, com temas musicais que narram cenas de batalha e drama, com violência e doçura.
Além de Orlando Bloom, o elenco conta com Eva Green, Jeremy Irons, Edward Norton, Michael Sheen, Liam Neeson, David Thewlis, Marton Csokas, Brendan Gleeson, Nikolaj Coster-Waldau e Iain Glen.
No cinema a experiência foi fantástica, Ridley Scott é um gênio, mas a trama deixa muitas pontas soltas que só na magnifica versão estendia tudo é explicado, até o titulo original "Kingdom of Heaven" tem todo sentido.
O personagem de Orlando Bloom carrega toda alma do filme, sua história cheia de dor e angustia, levam a uma busca por perdão para esposa, acaba transformando o filme numa jornada, onde a guerra não está só na antológica defesa de Jerusalém, mas em se manter digno, honrado dentro de sí.
O filme é uma obra prima do cinema, um dos maiores da carreira do Ridley Scott e o melhor filme sobre os cruzados até hoje.
Alexandre
3.1 579 Assista AgoraTem Grandes Spoilers
Na hora de comprar o ingresso a moça da bilheteria:
Alexandre das 14:00 e Aviador das 17:30?
Eu: Sim os dois!
A moça: Meu Deus... Você vai passar 6:00hrs dentro do cinema?
Eu: Mano... Eu vou!! (Arrependido)
A moça: Eu não consigo
E lá foi eu pra um verdadeiro cienemacídio!! Esse dia foi foda!! Quando começou o foi uma das maiores viagens que já tive dentro do cinema!! "Alexandre" do Oliver Stone é uma obra prima! A produção de 2004 veio junto da retomada de filmes épicos no cinema!! Foram 3:00 hrs de um espetáculo cinematográfico contando a história de um dos maiores conquistadores que já existiu. O filme do Oliver fala sobre o herói, o mito de Alexandre, de forma espetacular, mas mostra o tempo todo a grandeza de sua consciência, de seu ideal, que se traduziram na forma como ele conquistou grande parte do mundo antigo.
O roteiro é fantástico, ele aborda de forma filosófica e intimista, a vida de Alexandre, seus feitos, suas ideias, numa narrativa corajosa e pessoal de Ptolomeu já velho no coro do Anthony Hopkins. A narração mostra de forma quebrada todos os eventos da vida de Alexandre, sua intimidade, suas ideias e sonhos em todas as partes da película, como se fosse "Penso, Logo Faço". Sua mãe sempre esteve presente na sua vida, como um anjo e como um demônio, mas sempre ao seu favor e nunca conseguindo se livrar dela, acho que nem amputando ele conseguiria. Mas ela sempre teve razão. O assassinato do seu pai a mando de sua mãe, mudou a relação dele com ela. Alexandre amava sua mãe, mas passou a odiá-la também, mesmo sabendo que ele poderia ser morto mais tarde.
Heféstion era o amor de sua vida, e quando ele morreu, Alexandre deixou-se morrer. Ele cometeu muitos erros de estratégia que custaram sua vida politica. Escolheu muito mal a primeira esposa Roxana, que não tinha peso político algum e isso era crucial na época. Roxana mesmo sendo uma mulher poderosa, praticamente ganhou na loteria casando com ele. Ela e o seu país conquistado não significava nada pros gregos, mas na mente de Alexandre sim. Ele tentou criar um império mental, um mundo globalizado, mas sem bases sólidas pra isso, e numa época que ninguém se importava com os povos derrotados. A sua longa cruzada loca desgastou e quase se destruiu seu exército em lutas desnecessárias, e isso o enfraqueceu.
Ele foi odiado, traído e matou alguns amigos, por justas e injustas causas. Foram muito erros cometidos e isso mostra que ele era muito imaturo ainda pra o que fazia. Uma coisa era ir atrás do Rei Dario e conquistar a Babilônia outra e ser o rei da Babilônia sem o poder de um rei. Depois disso disso ainda é querer ser rei de tudo, chegando até a Índia quase sem exército. A produção é extraordinária! O filme trata com primor toda parte técnica. Os palácios gregos, não são exagerados, são grandes, mas sem luxo, agora a Babilônia é uma loucura! O CG usado para recriar a cidade, mostrando seus edifícios jardins foram de encher os olhos! Gostei muito do cuidado em mostrar as cidades como Bactria e aquele lugar na Índia. Os tais povos bárbaros com suas cidades rústicas e seus interiores exóticos.
A Dança da Roxana no seu casamento foi incrível e hipnotizante e mostrou a diferença das culturas do ideal de Alexandre, a educação grega, contra os costumes seculares dos povos do Oriente. Era apenas aparência. Na Índia ficou claro o ódio que eles a tinham dos gregos, mesmo Roxana alertando ele não deu ouvidos. Chamar isso de impacto cultural é piada, era um outro planeta tudo aquilo! E Alexandre quis que todos se submetessem ao que ele queria e acreditava. Ali eu acho que ele fez o papel de ditadorzinho, imperador e reizinho que você tem que ser o que ele quer. Tolo...
A direção de arte desse filme é uma loucura, tudo foi feito de forma bem caprichosa, respeitando os momentos que a película mostrava. Uma coisa era Babilônia, outra era Grécia, outra era Bactria, outra era a Índia. As cidades eram diferentes, o povo era diferente, uns eram acampamentos, outros eram palácios. Os figurinos são geniais, o uniforme dos soldados gregos e do Alexandre ficaram ótimos! Tinham muitos detalhes e eram muito bem feitos. Não tem como não falar do figurino da Roxana no casamento, foi uma coisa de louco aquele vermelho e dourado, com aquelas danças, coreografadas rodopiando a luz de tochas, parecia noite de esquerda num terreiro de candomblé.
As cenas de batalhas foram espetaculares! Que imagens! Que carnificina! Oliver Stone não teve dó e deixou a barbárie correr solta! A batalha do contra o rei Dario no deserto logo no início do filme, mostrando as tropas sob o voo da águia numa visão árida, seca e quente, foi genial. Alexandre estava magnifico, alucinado e mostrava uma selvageria anormal nos filmes de guerras. Foi foda! Padecia real. Tudo Rosa e vermelho. O boi sendo sacrificado eu jamais esqueço! Mas o enorme pôster da entrada do cinema era o Alexandre montado no cavalo negro empinado contra um enorme elefante empinado!
Mano do Céu, a batalha de Hindu Kush foi uma das maiores que eu já assisti no cinema na minha vida! Foi uma carnificina alucinante, violenta sangrenta, visceral! A frase: "Nunca mais fomos Homens depois desse dia" resume aquelas cenas!! Quando Alexandre cai do cavalo, ao som daquela trilha sonora desesperada do Vangelis, onde toda a imagem fica num vermelho púrpura, foi hipnotizante! Aquele elefante era demoníaco!! Todos eles!! Puta que pariu! A tela do cinema era gigante, e o elefante parecia ter ficado maior que King Kong!!
O fim do filme mostra o inicio. O assassinato do Alexandre era algo inevitável. Ele entrou em desespero quando envenenaram Heféstion. Ele só casou com Roxana pra aquele negócio herdeiro. A cena da morte do Alexandre é linda, mas também tenebrosa. O abano vindo do teto, os generais em volta, o anel egípcio de Heféstion e a águia azul. Cena linda.
"Alexandre" de Oliver Stone é uma puta obra prima do cinema! Um dos melhores épicos que já assisti até hoje! A versão Ultimate de 3h26 minutos é definitiva, teve muito mais diálogos, muito mais dança do casamento e cenas estendidas das batalhas que ficaram animalescas!
O elenco é foda, Colin Farrell, Angelina Jolie, Jared Leto, Val Kilmer, Anthony Hopkins, Rosario Dawson, Jonathan Rhys Meyers, Christopher Plummer, Gary Stretch, John Kavanagh.
Angelina Jolie, Jared Leto e Val Kilmer impressionam o tempo todo, mas Colin Farrell é o dono de tudo. Ele teve uma atuação visceral, selvagem e dramática! O cara esteve foda em todas as partes do filme.
Assisti no cinema, tenho os ingressos guardados e o DVD Duplo na coleção!
Filmaço! Clássico!
P.S. Quando acabou o filme foi tomar um café violento pra poder assistir o "Aviador" do Scorsese, mas isso é uma outra história...
Repostado.
Tróia
3.6 1,2K Assista AgoraTem Ilíadas de Spoilers aqui!
Fui assistir numa segunda feira, o dia mais sossegado pra ir pro cinema sem essa raça ruim que não tem educação pra esse tipo de evento que é tão popular e simples de se comportar. Entrei na sala e ela já estava escura! Foi pro meu lugar e quando sentei a mulher do meu lado quase morreu do coração. Era sala errada e o filme já estava no final! Sai correndo!! Fui pra sala certa e assisti o maior épico já feito sobre essa história!
"Tróia" de Wolfgang Petersen é mais uma obra prima moderna, espetacularmente bem dirigida e produzida, com um puta elenco e um roteiro eletrizante. Brad Pitt era a imagem do filme, eu não esperava ele vivendo Aquiles, mas ele me surpreendeu, sua atuação foi foda. Aquiles era sobre humano na história e no filme não foi diferente, os golpes dele eram perfeitos, a lança que ele jogava parecia um míssil, e velocidade ele lutava era muito superior! Era impossível que o Heitor tivesse alguma chance com ele. Heitor era o melhor guerreiro conhecido do mundo antigo, Aquiles era um semideus, um super soldado, o Capitão América da época.
A adaptação da história é eletrizante, violenta, romântica e que deixa a gente nervoso com o cabaçada do Paris (Orlando Bloom), o oportunismo da Helena (Diane Kruger) e do fanatismo do Príamo (Peter O'Toole) que decidiram o destino da grande cidade. Imagina que você é um embaixador que vai selar um acordo de paz e seu irmão come a mulher do presidente do país e leva era pra casa? Não tem o que fazer. Nem matando os dois você desfaz a bosta. E Helena doidinha pra largar o machão do Marido dela e o galinha do Paris foi a vítima da Mina. Mas o maior culpado da queda de Tróia, da derrota, do massacre de tudo, foi Príamo, o vacilão do pai deles. Tudo era "A Vontade do The Góódes..." A pomba morreu quando pousou: Um sinal do The Góódes... Choveu de tarde: "A Vontade do The Góódes..."Navio afundou: "A Vontade do The Góódes..." Minhas 50 amantes: "A Vontade do The Góódes..." Porra, parece a Universal! Ou a culpa é do demônio ou a vontade é de Deus! Nunca a culpa é tua! Você nunca é responsável por nada! Aleluia!!
O cerco de Tróia foi foda! As lutas era espetaculares, Aquela imagem clássica do mar forrado de barcos gregos aparecia direto nas propagandas dos DVDs da época! Que imagem impactante! Que CG fantástico esse filme teve! A produção é maravilhosa! A fotografia é linda e unida a tecnologia deu um espetáculo! Os figurinos eram magníficos, as armaduras foram muito bem feitas, cheio de detalhes, um primor de capricho e luxo em toda cenas do filme. A cenografia foi um absurdo! Uma grade parte daquele muro e da cidade era real! E a produção conseguiu fazer que tudo parecesse real.
A batalha terrível que teve nos portões da cidade foi enlouquecedora! Que cenas de ação! Que mar de gente foi aquele!! Uma gritaria da porra, com sons de espadas pra todo lado!! No cinema foi mais uma cena antológica! Parecia uma onda quebrando nas pedras!! A luta do Heitor contra o Ajax foi foda!! Detergente igual ao Ajax é quase impossível rsrsrs... O cara é um gigante! Antes o fiasco da luta do Paris contra o Menelau foi uma das maiores vergonhas que já assisti na minha vida! Que vergonha! Se eu fosse o Heitor tinha mandado o Menelau comer o rabo dele ali na frente de todo mundo depois mandar matar! Se é loco! Morre com honra Mano! Antes disso tudo também teve a puta invasão dos gregos na praia troiana, ou melhor a invasão dos Mirmidões! Puta luta da porra!
Na versão estendida do filme é sangue pra todo lado! Aquiles faz a festa, matando gente de todo jeito, numa agilidade impossível! E aquele close que davam no rosto dele era marcante! No namorico dele com Briseis ele se descobriu com uma pessoa comum que poderia ter uma vida normal! A mina balançou ele. Mas agente sabe né? não se pode largar so olhos dos moleques se não eles fazem bosta! A luta de Aquiles com o Heitor (Eric Bana), foi alarmante! Eu torci pelo Heitor até o fim! E torço até hoje! E não tem uma vez que eu assista esse filme que essa cena não me deixa com um nó na garganta! Que ódio! Porquê que não sentou a peixeira no calcanhar dele logo!
Sem palavras quando o pai dele foi atrás do corpo do filho! Que coragem. E como tem que seguir a Ilíada de Homero, não teve jeito! Em nome dos "The Góódes" vamos levar o despacho do cavalo pra casa! Foi foda! Que massacre (Foi nessa cena que eu peguei na sala errada!) Que doidera! Os gregos fizeram a festa! Quando Agamemnon mata Príamo eu me vinguei! Hahahahah!! Vai encontrar os "The Góódes" agora arrombado. Eu demorei anos pra saber que Priamo era o Peter O'Toole! Grande atuação, juntamente com o Brian Cox que esteve espetacular o filme inteiro! Acena que ele grita depois do Menelau ter sido morto pelo Heitor foi foda.
Quando Aquiles manda os Mirmidões embora sem ele e foi atrás da Briseis na pele da linda Rose Byrne, ele já era outro homem. Ele invadiu Tróia pela glória sim! Ele sabia o que a mãe dele falou sim! Mas ele tentou! Ele estava em Tróia só pra levar ela com ele! Mano e a Briseis matou o Agamemnon!! Puta merda! Faca na bota essa Mina! Par perfeita pro Aquiles! Quando Aquiles leva famosa flechada no Calcanhar foi desesperador!! Ninguém queria que ele morresse! E ele morreu! Foi lindo! fiquei com o olho cheio d'água! E a cena foi tão bem montada! Segundo a lenda grega, Aquiles, filho do rei Peleu e da deusa Tétis, tornou-se invulnerável quando, ao nascer, foi banhado pela mãe nas águas do rio Estige. Apenas o calcanhar por onde Tétis o segurou não foi molhado e continuou vulnerável.
E Páris foi guiado pelo deus Apolo para acertar a flecha. Não é um filha da puta esse muleque? Só fez merda na história inteira e deve ter comido a Helena de Troia na pele da Diane Kruger, até os Romanos invadir a terra deles! Cê é loco a Diane tava linda no filme! eu fazia era pior! Tocava o terror la na casa do Menelau na frente dele!
"Tróia" do Wolfgang Petersen é um dos maiores épicos de todos os tempos, numa década maravilhosamente marcadas por esses filmes! O povo fala muito mal desse longa, mas nunca ninguém lançou nada igual ou superior em qualquer coisa dessa história até hoje no cinema. É um filmaço! Uma obra prima moderna! Um filme que já foi pra eternidade. Uma das maiores emoções que já assisti na minha vida no cinema e DUAS VEZES!! Se fosse feito hoje em dia seria mais um filmeco Netflix com 2h15 minutos. A película do Petersen passa das 3h00...
O elenco é só estrelas: Brad Pitt, Eric Bana, Peter O'Toole, Brian Cox, Brendan Gleeson, Sean Bean, Orlando Bloom, Rose Byrne, Garrett Hedlund e Julie Christie.
A cena de Tróia pegando fogo não tem como esquecer.
Filme maravilhoso e inesquecível! Clássico!
O música tema do filme: "Remember Me" do Josh Groban é magnifica.
P.S. Puta merda quase esqueci!! Durante as filmagens passou um tornado nas locações desse filme destruindo quase tudo!! Toda o elenco e produção tiveram que abandonar o local. Mesmo assim eles terminaram as gravações do filme! Brabo, não?
Repostado.
Gladiador
4.2 1,7K Assista AgoraTem Spoilers...
Eu vi o trailer uma vez só na época e nem liguei, fui assistir por acaso e até hoje e quando acabou o filme eu fiquei acabado. Nos anos 80 e 90, os épicos medievais foram raros, já os filmes como "Cleópatra, Ben-Hur", "Os Dez Mandamentos" estavam num panteão inalcançável não só do genero, mas de todo cinema.
Eu vi poucas vezes o trailer, nem liguei. Não botava mais fé nesses tipos de filmes, meu gosto pra esses filmes, tinham pra o absoluto clássico noventista "Coração Valente" tinha ficado pra trás, junto com o emocionante "Joana D'arc". Filmes que alias, são medievais e não os épicos da antiguidade.
Quando passava o trailer do "Gladiador", realmente eu nem me importava, achava que seria uma aventura nos cinemas, justo que esse genero estava morto há décadas. Sem fé, eu fui na locadora, como se fosse pegar mais um filme bom pra assistir com minha família e tive assim uma das maiores experiências cinéfilas de toda minha vida.
O filme ressuscitou os épicos antigos no cinema, a releitura de "A Queda do Império Romano" de 1963 do grande Anthony Mann, ficou quase esquecida. E olha que o filme tem nomes de uma turma que dá até medo de não mencionar: Sophia Loren, Stephen Boyd, Alec Guinnes, Christopher Plummer, James Mason, Omar Sharif e Anthony Quayle, Mel Ferrer...
O Ridley Scott era um diretor consagrado nos cinemas com clássicos do cinemas, filmes geniais de ficção, drama e aventura do fim dos anos 70, durante os anos 80 e início dos anos 90 Teve grandes filmes nos anos 90, em filmes com "Os Duelistas, Alien, Blade Runner, A Lenda, Perigo na Noite, Chuva Negra, Thelma & Louise e Thelma & Louise e 1492: A Conquista do Paraíso. Por mais que o diretor tenha esses antológicos na carreira, ele estava em baixa durante os anos 90, mas foi justamente nos anos 2000, que ele renasceu.
"O general que se tornou escravo. O escravo que se tornou gladiador. O gladiador que desafiou um império." É um dos maiores slogan dos cinemas em todos os tempo! Mas um slogan que não me pegou rsrsrs... E eu só fui ler isso muito tempo depois. Estava na onda do "Náufrago, O Patriota, X-Men - O Filme, Missão Impossível 2, Eu, Eu Mesmo & Irene, Todo Mundo em Pânico, Premonição, Mar em Fúria, Panteras e O Tigre e o Dragão". Filme fodas, clássicos de todos os gêneros, mas nada perto que o "Gladiador" tinha sido!
A história é antológica, os personagens são fantásticos, a produção inacreditável, direção de arte, figurinos e cenografia belíssimos e luxuosos, efeitos especiais de voltar a fita VHS varias vezes pra ter certeza do que tinha sido visto e uma computação gráfica que me fez sonhar dormindo e acordado durante o ano todo.
Quem se esquece essa frase:
"Meu nome é Maximus Decimus Meridius.
Comandante dos exércitos do norte.
General das Legiões Felix,
Servo leal ao verdadeiro imperador, Marco Aurélio,
Pai de um filho assassinado.
Marido de uma esposa assassinada.
E terei minha vingança, nesta vida ou na próxima."
O começo do filme eu fiquei em estado de choque! O que foi aquilo? Que sequencias foram aquela? E Maximus? Russel Crowe de Araújo🦊? Foram muito pra cabeça! A trilha sonora do Hans Zimmer com a Lisa Gerrard no discman de muita gente, com aquela musica "Anol Shalom Anol sheh lay komud de ne um (Shaddai) Flavum..."
Acho que desde "Conan o Bárbaro", o arco de um guerreiro numa história nunca foi tão foda nesse filme do Ridley Scott. Quando você lê a frase acima, você fica até bem, para com os remédios e fica na pinga com mel, cerveja e churrasco. As cenas dispensas comentários, mas as lutas nas arenas pareciam reais e beiraram a perfeição. Fiquei até com saudade da minha infância, que depois da gente assistir um filme parecido, as espadas de madeiras riscavam os quintais até a morte (As ameaças de pai e mãe, nos anos 80 eram verdadeiras).
Quando a Computação Gráfica (Esse era o nome), mostrou a cidade de Roma, com o Coliseu eu chorei! Demorou semanas pra eu perceber então, que povão na arena era digitais! E as cenas, Mano... Cê é loco! As lutas na arena humilham! Era inacreditável! Er a tudo mentira! Cavalo, arena, tudo no CG.
E as frases e diálogos durante as cenas, deram momentos de pura emoção. Quando ele se revela pro arrombado do Commodus (Joaquin Phoenix) foi de ferver o sangue, depois de ver ele matando o pai Marcus Aurelius (Richard Harris), imperador de Roma e de ter dado vida e justificativa a espetacular revelação do filme, só aumentaram a sede de vingança no filme.
A forma como a história se desenvolve, poucos filme até hoje conseguiram fomentar uma motivação tão poderosa quanto nessa história. Foi dramático ver as cenas de assassinato do Imperador, a traição de Commodus, o filho ser atropelado por cavalos, a esposa estuprada, pra depois ver ele ganhando fama num pulgueiro de gladiadores, para lutar no MMA da época estando de cara a cara com o assassino de tudo na sua vida, e ver a trama se transformar numa história de vingança, honra e coragem, como esse filme foi. Eu nunca tinha visto e não me lembro de nada igual. Só o incomparável "Ben-Hur".
Entre tantas coisas, o que transformou o filme no clássico que ele é hoje, não foi só os personagens, a produção, os efeitos e as cenas de lutas. Gladiador" além de tudo isso, tem um final único. Um final amargo, um final que o herói morre. Morre depois de lutar com um vilão louco, covarde e assassino. Um final infeliz feliz. Eu fiquei inconformado, todo mundo quer ver o herói comendo um fígado de um cara desse e sair arrastando o corpo dele na Via Ápia até a Bahia. Mas Maximus Decimus Meridius, não é herói de chocadeira de filmes e séries de hoje, Maximus era um herói, que teve um sonho e sua vida irreversivelmente destruída.
O sonho era ver Roma como Marcus Aurelius sonhava, e sua vida era com sua esposa e filho, que não estavam mais nesse mundo, mas nos Elísios aguardando seu retorno. E com a:
"Anol shalom
Anol sheh lay konnud de ne um {shaddai}
Flavum
Nom de leesh
Ham de nam um das
La um de
Flavne…
We de ze zu bu
We de sooo a ru
Un va-a pesh a lay
Un vi-I bee
Un da la pech ni sa
(Aaahh)
Un di-I lay na day
Un ma la pech a nay
Mee di nu ku..."
comendo solto.
Russell Crowe, Joaquin Phoenix, Djimon Hounsou, Connie Nielsen, Oliver Reed, Richard Harris, Tommy Flanagan, Ralf Moeller, Derek Jacobi, Tomas Arana...
"Gladiador" do Ridley Scott é um puta clássico do cinema, um filme com uma história grandiosa e magnifica de herói e vilão, que ressuscitou o genero que estava sepultado no passado. E que inspirou muitas produções durante a década e até hoje, um divisor de épocas, que ajudou a dar inicio de vez aos anos 2000 e todo o cinema entretenimento que temos hoje.
Obra Prima.
Êxodo: Deuses e Reis
3.1 1,2K Assista AgoraMoisés gladiador, batalhas e um certo menino. A vida dos cristãos no cinema, não está nada fácil. "Êxodo: Deuses e Reis" foi mais filme que um diretor meteu o loco na bíblia pra contar a sua versão nas telas. Ridley Scott é foda, o bicho não tem medo mesmo, e por isso faz que você ame ou odeie o filme.
Christian Bale vive Moisés e Joel Edgerton o faraó Ramsés. A história pula toda a parte da infância e segue logo pra vida adulta, com batalhas, depois exilio e retorno para libertar seu povo da escravidão. Christian Bale mais uma vez não decepciona, o ator impressiona com dar alma de guerreiro ao personagem em momentos diversos da vida de Moisés, que vão desde a até mais ou menos a figura emblemática conhecida por todos. E o Joel Edgerton fez um Ramsés que impressiona, todo bombadão, com ações e expressões faciais que ficaram famosas nesses faraós do cinema.
O filme tem uma produção magnifica, com sequências de ação grandiosas, CGI incrível, que construíram cenas épicas, um impressionante Egito antigo, com palácios e estátuas que mostram a magnitude daquela civilização. Um dos pontos altos do filme, são as cenas antológicas das sete pragas, que ganharam uma visão mais cientifica do que a religião conta. Com a sequencia macabra do "Vingador" que sai matando todos os primogênitos na noite egípcia, deixando os judeus no sono leve, coisa joga os cientistas novamente pro quadro negro. Sabe nada esses inocentes...
No entanto, as controvérsias da obra do Scott estão no mesmo nível da magnitude da sua obra. Pela história se passar no Êxodo, seria aceitável que o filme não mostrasse a fase da infância, coisa e tal. Mas substituir o famoso cajado do profeta por uma espada, foi decepcionante. Tudo bem que a espada do Moisés e do Ramsés eram foooda, mas o cajado tinha que ter! E além disso, substituir a sarça em chamas no Monte Horeb, por aquele pirralhão, é até hoje pra mim incompreensível.
Mas mesmo assim "Êxodo: Deuses e Reis" é foda! É uma obra grandiosa, com cenas épicas que no cinema ficaram magnificas. Com tudo que tem de controverso na história ou não filme é incrível e até deveria ter uma sequencia. O Ridley Scott tem uma capacidade única em dirigir e produzir filmes genero, ele decepcionou com sua visão pessoal da história, mas isso é um detalhe que cada um precisa saber como lhe dar.
Além de Christian Bale e Joel Edgerton, o elenco conta com Sigourney Weaver, Aaron Paul, John Turturro, Ben Kingsley, Ben Mendelsohn, Ewen Bremner, Golshifteh Farahani, Indira Varma e outros.
Christian Bale tem uma atuação fantástica, Edgerton impressiona e a direção do Ridley Scott, com tudo que teve a história, foi genial. A cena da travessia do Mar Vermelho não tem como esquecer.
Assisti no cinema, tenho o ingresso guardado e o DVD na coleção.
Noé
3.0 2,6K Assista Agora"Mad Noé" do Darren Aronofsky é um dos bíblicos mais polêmicos dos últimos tempos. A produção surpreende você pela visão pessoal do diretor em mostrar um Noé quase que gladiador, fazendo uma arca com ajuda de certos "seres", que não estão nas histórias bíblicas. O roteiro descabela muito religioso, com muitos eventos da história que foram mostrados de forma mais pessoal e bem distante da que somos obrigados a conhecer.
Eu achei muito foda a interpretação de Aronofsky sobre esses eventos do livro da Gênese e lançar nos cinemas isso, foi um verdadeiro ato de fé. Acho que por isso o Darren deve ter sido excomungado pro resto da vida por ter lançado esse filme. Na trama, os ETs, ou por amor aos seres humanos, resolvem interferir na humanidade sem a permissão de Deus. E por isso, de anjos eles tornam-se os Guardiões da terra, que ficam presos ao planeta para ajudar Adão e Eva depois que o criador usou o VARR.
O filme tem cenas que vão diferentes de tudo que se tem noticia no cinema, sobre o personagem. O Noé do Aronofsky fica locão, querendo matar a neta da afilhada, porque segundo suas convicções, eles não eram dignos do Novo Mundo, tendo assim que matar o bebê ao nascer. Tubalcaim (Mano, esse aqui eu nunca ouvi falar) liderando uma espécie de MSA - Movimento dos Sem Arca, tenta tomar o barcão do Noé na mão grande, e isso rende cenas fantásticas de ação e drama, que ajudam no arco loco na arca.
E as cenas que seguem na arca, são daquelas coisas bíblicas. Filho que trai pai, pai que quer fazer justiça divina, irmão mais velho que tenta fugir. Tubalcaim era praticamente o cão e quando entrou na Arca, fez a festa, iniciou o filho do Noé e quase fudeu com missão do véio. Ao mesmo tempo as cenas do Noé querendo matar o filho da sua enteada é desesperador e um dos pontos mais fortes da trama, que teve um desfecho marcante e desesperador.
Quando chegam nessa Terra Nova, onde as aguas recuaram não sei pra onde, Noé tem três filhos, Shem (Douglas Booth) é casado com Ila (Emma Watson), Jafé (Leo McHugh Carroll) é muleque e Ham (Logan Lerman) quer ter uma mulher. Mas e agora? Como esse povo fez pra gerar filhos? Eles casaram com quem? Ham encontrou quem? O Criador exterminou o mundo todo, quem ele encontrou pra casar? E o Jafé, o que fez da vida Encontrou uma mulher não sei onde ou se masturbou por 900 anos? Porque nesse novo mundo não tinha mais nada, só cabra.
O elenco esteve muito bom, Jennifer Connelly e o Russell Crowe tiveram uma atuação incrível, dramática e cheia de muita emoção. Emma Watson esteve muito bem, sendo esses um dos seus melhores papeis pós bruxinha, e Ray Winstone rouba cena, com um personagem fora de série. O véio Anthony Hopkins, Matusalenziando foi demais rsrsrs...
A produção é primorosa, o CG do filme é muito loco, as cena da inundação é impactante, a dos animais chegando na arca é foda. Segundo o próprio Darren Aronofsky, "Noé" é um entretenimento e não um filme religioso. Vindo dele só poderia sair coisa assim, mas achei até que comparado as outras obras do diretor, esse Noé ficou até barato. Filmaço!
Assisti no cinema, tenho o ingresso guardado e o DVD na coleção.
A Criada
4.4 1,3K Assista AgoraMentiras, golpes e trambiqueis. "A Criada" quebra o pescoço da gente, com reviravoltas e reviravoltas de uma trama que você não acredita nem quando acaba.
O filme segue a história de Sook-hee (Kim Tae-ri), que ao lado do Count Fujiwara (Ha Jung-woo) planejam dar um mirabolante golpe na japonesa Hideko (Kim Min-hee), para abocanhar parte da fortuna de seu milionário tio estranho (Cho Jin-woong). Mas entre os golpes e revelações da trama, o filme dá reviravoltas que entortam a gente no sofá, coisa que quiropata algum resolve, só o diretor.
A história é barbara, as cenas e revelações são sensacionais, mas o filme tem certas peculiaridades... Sem saber, eu assisti as três versões diferentes que ele tem: A verdão de cinema de 144, a versão de 120 e a de 167 minutos.
A versão de 144 minutos é conhecida pelas alucinantes cenas de guerrilha já no início, que jogam a classificação etária lá nos 18 anos.
A versão de 120 minutos que tem a mesma edição, mas com as cenas de sexo todas cortadas, acredito que pra levar mais gente pros cinemas.
E a versão de 167 minutos, onde a edição é totalmente diferente.
Assistindo agora essa edição mais longa, o filme tem muito mais cenas, que mostram outros diálogos que explicam partes da trama, mas perde aquele impacto inicial do filme de 144 minutos, deixando as varias revelações e reviravoltas pra ultima hora do longa. Confesso que eu gostei muito mais do filme da edição guerrilha, onde a trama tem um ritmo bem forte e que deixaram as reviravoltas mais poderosas e viscerais. Mesmo assim, valeu conhecer.
Gangues de Nova York
3.8 789Tem Alguns Spoilers...
Épico, brutal, selvagem! As cinco pontas! Manhattan, Brooklyn, Queens, Bronx e Staten Island! Martin Scorsese leva a gente pra ponta da faca da máfia gringa no submundo violento e quase medieval da cidade de Nova York do século XIX, bem no seu inicio, com seu "Gangues de Nova York", pra contar uma história sangrenta e única, sobre a disputas de gangues étnicas que lutavam pelo controle das Cinco Pontas.
O filme conta a história de Amsterdam Vallon (Leonardo DiCaprio), que busca justiça pela morte de seu pai Padre Vallon (Liam Neeson) lider dos "Coelhos Mortos", pelas mãos do infame Bill "Açougueiro" Cutting, (Daniel Day-Lewis), um líder temido, impiedoso, mas carismático. A capacidade que o Scorsese tem em contar histórias e criar personagem, é inacreditável. O filme é uma viagem, onde história e ficção parecem se misturar com a realidade, quase no pesadelo pós apocalíptico que nos faz não acreditar que aquela Nova York existia.
O filme trata do gigantesco problema do racismo contra negros e qualquer imigrantes, mostra a agonia social e politica durante a Guerra da Secessão, onde os pobres eram os mais afetados durante o conflito, fazendo que a miséria e a violência reinasse nas ruas onde a miséria e o abandono, faziam as pessoas se juntar em grupos que disputavam as migalhas da cidade, enquanto os ricos e poderosos viviam sem que o caos, chegassem nas soleiras das portas de suas mansões.
O elenco é fantástico! Leonardo DiCaprio, Daniel Day-Lewis, Cameron Diaz, Liam Neeson, Brendan Gleeson, John C. Reilly, Jim Broadbent, Stephen Graham, Eddie Marsan, Henry Thomas e Gary Lewis.
Leonardo DiCaprio tem uma atuação foda, mas Daniel Day-Lewis foi além de qualquer coisa vista! O Bill "Açougueiro" Cutting dele, foi pro inconsciente coletivo da humanidade. O personagem é surreal. O Bill dele é uma coisa infernal e maléfica, um homem violento, sanguinário e sem limites. Um racista no nível mais racista que possa existir. Mas ao mesmo tempo ele é um ser humano como qualquer outro. Tanto que o Leonardo DiCaprio com seu Amsterdam, o odeia e o adora, que faz que o seu plano de vingança, seja doloroso e dramático.
O filme tem um inicio bárbaro, uma sanguera inacreditável, que depois se transforma num drama tenso, mas ainda bem violento, com personagens com personagens complicados, vivendo situações dramáticas e perigosas, que no alerta da incrível narração de Amsterdam, mostrava que na primeira faísca que aparecesse a cidade explodiria.
A cena do fracasso da vingança do é icônica, a traição e humilhação ferve o sangue até hoje, mas o seu renascimento foi a altura! Mas quando a trama se encaminhava pra um Happy End, Scorsese, o Açougueiro quase destruíram minha vida com aquela machadada! Cê é loco! Até hoje eu não acredito.
As cenas finais são épicas! O filme vira um pandemônio com a revolta da cidade contra as convocações para guerra, durante ao que seria a batalha final nas Cinco Pontas!
"Gangues de Nova York" é um clássico! É um filme fora da curva do Scorsese e um dos seus melhores! Leonardo DiCaprio e Daniel Day-Lewis, com suas laminas fizeram uma dança macabra em cena, numa história que parece quase que um sonho esquecido, e que foi soterrado pelos arranha-céus que a cidade construiu.
Assisti no cinema, tenho o ingresso guardado e o DVD na coleção.
O Pálido Olho Azul
3.3 272 Assista AgoraEsses filmes de mistérios da antigas, são foda mesmo. Clima de catacumba, atmosfera de cemitério e personagens tudo com roupa escura de velório. Só falta chover cadáver dos céus. Ser escritor naquela época era quase que uma obrigação e Edgar Alan Poe, Arthur Conan Doyle e H.P. Lovecraft, deitaram e rolaram
"O Pálido Olho Azul", apresenta uma trama de suspense e ocultismo ambientada em 1830, contando a história de Augustus Landor, um ex-detetive de polícia vivido por Christian Bale, que é chamado para investigar um assassinato com mutilação de um cadete numa academia militar gringa. Durante a investigação, Landor se associa a um jovem Edgar Allan Poe (Harry Melling), que mostra ter um talento para essa vida de Faro Fino.
O filme tem uma atmosfera opressiva, pesada e capetuda, tem direção de arte lúgubre, com figurinos e os cenários também que evocam efetivamente a época e o ambiente sombrio da academia militar. É quase a idade média, a época em que Deus tirou férias. Christian Bale tem uma atuação brilhante, ele impõe uma presença de Batman no filme que o resto dos personagens, ficam pequenos perto dele. Já Harry Melling faz um Edgar Alan Poe, bem fictício. Descrito como um homem depressivo, isolado e sério, o escritor aqui é um rapaz alegre, saltitante e atrapalhado.
No entanto a história é muito boa, as circunstancias dos crimes, os mistérios e enigmas são mostrados de forma poderosa. A produção capta a época de forma brilhante, ela cria em cada cena sequências de tensão e medo, com personagens envoltos a segredos ocultos, com momentos que o horror tome a frente da trama, com situações de puro medo. O filme tem grandes cenas de investigação, com reviravoltas inesperadas e revelações daquelas que até o Diabo gosta. O final é aquele carrinho com as duas chuteiras nas pernas. Quebra.
Grande filme.
O Corvo
3.5 998Mistério, enigmas, assassinatos... O microverso do Edgar Allan Poe, é mais profundo que a bolsa da Hermione. São inúmeras contos e poesias, consagrados que inspiraram artistas e ganham o cinema até hoje. "O Corvo" foi mais um entre as inúmeras obras que ganharam as telas mundo a fora. Dirigido por James McTeigue, o filme é entrelaça partes biográficas da vida do escritor com uma história de suspense e mistério, sobre uma série de assassinatos que ocorrem em Baltimore, no século XIX, onde um psicopata começa a cometer crimes inspirados nas histórias macabras do escritor.
O filme tenta capturar a atmosfera gótica dos livros, fazendo uso de várias obras de Poe, como "O Barril de Amontillado" e "A Máscara da Morte Rubra", para construir sua narrativa, mas acaba tendo um resultado bem ficcional e distante de quem o escritor era. John Cusack teve uma atuação excelente vivendo o personagem, mas ele ficou quase beirado o Sherlock Holmes do Guy Ritchie, onde ele junto com detetive Emmett Fields (Luke Evans), tentam desvendar um enigma antes de tal hora, se não fulano morre.
Além de Cusack e Luke Evans, Alice Eve, Brendan Gleeson, Oliver Jackson-Cohen e Kevin McNally, completam o elenco.
A filme é legal, tem boas cenas, distrai e entretém, mas não vai além disso. Acho que faltou um pé mais humilde no chão pra que esse filme represente as obras do escritor. Se os caras se concentrassem em fazer um grande história, com uma ambientação gótica, com os mesmos atores, acredito que o filme seria muito melhor.
A Vila
3.3 1,6KFilmes de terror de época são raros, todos achavam que "A Vila" fosse um filme pra se ostentar na prateleira de VHS do gênero, mas M. Night Shyamalan fez a gente ter uma decepção histórica com esse filme, mas muito boa! A revelação me quebrou as pernas e me deixou completamente sem chão! Sério. Toda vez que revisito esse filme, eu lembro da raiva que senti quando foram revelados os segredos sobre o lugar. Mas de qualquer forma é isso que é foda nesse filme.
Se toda história provocasse reações que perdurassem por décadas, acho que o cinema de hoje estava salvo. "A Vila" tira a gente da zona de conforto romântica que ela criou, e de forma corajosa nos lança pra essa realidade triste e recorrente de nossos dias. O filme provoca muitas emoções, que vão do romance dramático de época, na comunidade amish, pra um filme de terror e mistério de virada, que depois se transforma num Thriller, onde as barreiras temporais se confundem, fazendo a gente duvidar até da revelação crucial que o história deu. Né foda?
Shyamalan fez esse milagre nesse filme. A história constrói de forma fascinante, essas camadas, faz a gente cair das cadeiras com a revelação e ainda entra na nossa mente, como poucos filmes psicológicos conseguem. A comunidade é isolada pelo medo da violência, mas o mesmo medo que eles criaram, faz deles suas vitimas. Isso é física quântica pura.
“A Vila” é uma obra que nos convida à reflexão sobre a nossa realidade, sobre as ilusões que criamos para nos proteger dela. E principalmente da realidade que foi mostrada pra nós, por esses novos "anciões", essas autoridades que se chamam governos, religiosos e cientistas. Shyamalan conduz essa narrativa de forma envolvente, cheia de emoções e drama, que vai provocando em nós, diversas reações, num clima tenso e misterioso, em personagens cheio de simbolismos épicos escondidos.
O elenco é incrível, Bryce Dallas Howard, Joaquin Phoenix, Adrien Brody, Judy Greer, Jesse Eisenberg, William Hurt, Sigourney Weaver e Brendan Gleeson.
Bryce Dallas Howard com sua Ivy Walker, tem um dos personagens mais marcantes de sua carreira vivendo uma garota com problemas na visão, que de forma incrivelmente heroica foi buscar ajuda pro marido, num lugar desconhecido, hispido e carregado de medo. As cenas finais são incríveis, que me fizeram lembrar de histórias parecidas que devem ter inspirado esse filme.
Continuo com muita raiva desse "A Vila ". A história é marcante, inteligente e muito bem construída, os personagens são interessantíssimos, o clima é fantástico e a revelação morde a nossa bunda já antes do final, fazendo a gente mancar nas ideias, duvidando de tudo que foi mostrado, tamanha imersão que a história provoca.
Grande filme! Um dos clássicos dos anos 2000.
Do Inferno
3.6 472 Assista AgoraO filme "Do Inferno" é uma adaptação da graphic novel de Alan Moore e Eddie Campbell, que mergulha no mundo de Jack, o Estripador, num caso bem enigmático e misterioso. A trama se passa na Inglaterra de 1888, e vai no lombo do inspetor Frederick Abberline, vivido por Johnny Depp, um cara que além da profissão, era bebum e médium que inicia uma investigação dos crimes cometidos por um açougueiro desconhecido. Abberline é um homem marcado pela perda da esposa e dos filhos, e trabalha ao lado do sargento Godley, interpretado por Robbie Coltrane, para proteger as mulheres trabalhadoras noturnas do local, que são constantemente ameaçadas por uma gangue de vagabundo e pelo próprio Jack, o Estripador.
O filme tem um charme sombrio, por se tratar da figura de Jack, o Estripador, num trabalho do grande Alan Moore e do Johnny Depp, que já estava na moda na época, antes de ser Pirata do Caribe. o filme tem aquele climão macrabo de cemitério, um romance mal resolvido entre Abberline e Mary Kelly (Heather Graham), mas essa história não me pegou nem na época e nem agora. A trama é meia embolada, parada e cansativa, coisa que faz o sono vir que é uma beleza! E por mais que o a história tenha elementos muito interessantes na construção, como maçonaria, medicina e macumba, o filme infelizmente não se aproveita disso. É um pecado, porque o clima de vampiro, a fotografia de velório, cheio das névoa de filme de lobisomem na rua, com becos e casas escuras, com os personagens tudo de luto, foi um desperdício de produção! A sonora de Trevor Jones, com a colaboração do Marilyn Manson, me fez sentir mais raiva, porque os caras souberam captar a atmosfera da história de forma perfeita.
Eu aluguei esse filme duas vezes na época, na primeira achei meia boca, na segunda foi por engano (Vagner, cê é burro? Nóis ja vimos! Anta!). Fazia décadas que não assistia, e essa revisitada piorou minha minha experiência no filme. Tecnicamene o filme é um milagre dos anos 2000, mas a adaptação e a direção do Albert e Allen Hughes, foi muito ruim. O filme envolve muito a gente pela história, trama e enredo, mas solta a gente de vez no desenvolvimento de tudo. Mais ou menos, mais ou menos isso. Eu dormi muito no filme e isso estripa muito a nossa experiência, me fazendo voltar umas dez vezes pra ver algumas cenas.
Tinha tudo pra ser foda, personagem capetudo, clima sombrio, cheio de mistério e medo, terror psicológico, HQ do Alan Moore, Johnny Depp e um típico filme de anos 2000 que parecia coisa noventista. Uma pena.
Pecado Original
3.4 380 Assista AgoraPecado Original sim, era não ver a Angelina Jolie na época! Atriz em ascensão, linda, labiúda, seios USA, olhar rasga cueca. A Mina era uma unanimidade masculina. Ossuda, mas a gente ruía até a última cartilagem dela. Ela junta os pano com Antonio Banderas nesse filme de locadora no inicio dos anos 2000, pra contar uma história de romance, suspense e sensualidade.
Dirigido por Michael Cristofer o filme conta a história de Luis Vargas (Banderas), um rico comerciante de café em Cuba e Julia Russell (Jolie), mulher ele conhece por meio de correspondências pra se casar, porque naquela época os ricos eram loucos! Sei lá por que raios alguém se casaria dessa forma! Achei até que era por causa do patriarcado que tratava as mulheres como gado, mas não! O bicho pôs um anuncio no jornal dizendo que queria se casar, coisa e tal. MAS QUE ERA DONO DE FAZENDA EM CUBA! P.S. Sorte que foi nessa época colonial, porque se fosse agora, ele estava fudido!
Com um medo da porra de ser uma macambira que cospe fogo🔥, Luis dá aquele sorriso Colgate História Sem Fim, quando vê a Angelina Jolie na frente dele! Quer dizer, a Julia! E o bichinho pirou! Fez um casamento The Flash e foi cercando a presa pro bote, mostrando o playboy boa pinta que era. Virou uma manteiga! Educação patriarcal pura, com Mô pra lá, Mô pra cá, até que a educação foi pro espaço e os novinho tiraram o atraso na cama! Cine Band, Privé daqueles.
Tudo ia bem em Camelot... Castelo, carros, ouro e a Angelina Jolie arrancando o coro dele na cama! Até que ele resolve colocar o nome dela no cartão de crédito dele... Tipo ele vai dormir, acorda, fala ainda com a esposa até que recebe a irmã dela e descobre que a Mina que ele casou é outra. O certo era pra ele ter casado com a macambira que cospe fogo🔥 do inferno, em vez da Angelina Jolie! E quando caiu a ficha, a fatura do Master Card, já estava e-mail dele!
Com a Angelina Jolie no corredor da morte, vai narrando a história pra um pobre padre. E "Pecado Original", vai nessa linha... Paixão, mentiras, traições e mistério. O filme é um novelão da porra, que mostra a chave de cadeia que Luis se casou e não importando se a desgraçada rapelou os Bitcoin da conta, Luis teve aquele amor de pecheca. Aquela coisa que alguns homens tem pelo instrumento de maldade de algumas mulheres, coisa que faz gente vender até a mãe pra ter a mulher de volta. E um coitado que casa por Cedex, só pode dar nisso. E ainda com a Angelina Jolie, com aquele pecado em forma de corpo, não teve muito esforço.
Tem cenas boas e tudo, revelações, reviravoltas mas o filme é bem esquecível. A trama parece essas novela mexicana cheia de Esmeralda, Maria, Usurpadora e coisa do tipo! Com essa obsessão do Luís, os segredos da Julia e um Ricardão e o arco da presidiária com o padreco pra fechar a trama com Chaves mexicanas. O filme distrai, diverte, faz a gente secar bastante a Angelina Jolie de novo, mas só isso. Nas cenas finais, da Julia com o Luís, você tem que tomar cuidado com a sua glicemia. Porque é foda.
Nem Tudo é o que Parece
3.5 116 Assista AgoraVida de bandido é foda. Correria, muito perigo e com sorte, algum dinheiro. Quando ele cansa dessa vida, ele quer se aposentar, mas se esquece do velho ditado da profissão: "Malandro não pára, malandro dá um tempo". Quando você não quer, os caras quer. Você pede pra entrar, mas tem que rezar pra sair.
"Nem Tudo é o que Parece" conta a história de XXXX, personagem vivido pelo Daniel Craig, que faz um negociante de drogas bem-sucedido e que busca a aposentadoria. No entanto, antes de conseguir sair desse mundo do cão, ele é sugado de volta para dentro para fazer dois últimos trabalhos, que precisa realizar pra Jimmy Price, um chefão do crime. Um desses trabalhos é encontrar a filha nóia de Eddie Temple, um bambambã perigoso do crime, e o outro é negociar um carregamento de drogas roubado por Duke, esses tipos trapaceiros, ladrão de cavalo, que está na profissão errada.
O filme era pra ter sido dirigido por Guy Ritchie, mas pela agenda lotada de cliente, foi parar nas mãos do amigo do Matthew Vaughn, e o resultado é praticamente um filme do colega em vez do seu. Por mais que Vaughn tenha consolidado seu estilo no cinema em filmes como "Kick-Ass, X-Men: Primeira Classe e os Kingsman", soooobra Guy Ritchie nesse filme! O estilo único do diretor, está em cada frame desse filme, até um cego consegue ver Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes, Snatch: Porcos e Diamantes, Revolver", entre outros na história louca, na edição frenética, nos diálogos ácidos e nas cenas carregadas de violência e maldade.
O filme é uma correria desgraçada, legendado então, é ter o capeta digitando as letras na tela da TV, eu fiquei até tonto, coisa que me fez dormir bonito no sofá. E quando acordei, me perguntei porque o 007, estava apanhando tanto. Doido, doido, doido.
Além de Daniel Craig, o filme conta com Tom Hardy, Sienna Miller, Michael Gambon, Ben Whishaw e Sally Hawkins, Sally Hawkins, George Harris e Burn Gorman.
Como um bom filme do Guy Ritchie, "Nem Tudo é o que Parece" do Matthew Vaughn, faz as vez do amigo, com pancadaria sem fim, tiroteio nervoso, perseguições alucinantes e muito palavrão, muito palavrão nas conversas, em reviravoltas, dentro das reviravoltas, com revelações de revelações, uma loucura. Daniel Craig com seu XXXX, leva uma das maiores surras da carreira nesse filme. E ele estando certo ainda, imagina se tivesse errado? Essas coisas do Guy Ritchie, é pra candidato a 007 mesmo.
De qualquer forma e não se importando com quem dirigiu, dormindo, sonhando e voltando a fita nas cenas, "Nem Tudo é o que Parece" é um ótimo filme e vale muito ter assistido.
E no final, é foda né? Vida de bandido é igual a de tubarão. Se ele parar de nadar, ele morre.
Cidade de Deus
4.2 1,8K Assista Agora"O menino não se chama mais Dadinho... O menino chama Zé Pequeno, Zé Pequeno..."
Lembro que todo mundo falava desse filme. Era o dia inteiro ouvindo os amigos falando na minha orelha "Cidade de Deus, Cidade de Deus, Cidade de Deus...". Vai Vagnão! É dá hora! Aluga que é bom demais! Então, eu fui pra locadora pegar o filme, meio que sem fé, porque o cinema brasileiro não empolgava. E eu quebrei as minhas pernas de um jeito lindo! Que filmaço!
"Cidade de Deus" foi uma marco no cinema brasileiro nos anos 2000, com uma história empolgante, dramática e com estilo documental. Dirigido de forma genial pelos ilustres desconhecidos Fernando Meireles e Kátia Lund, o filme ganhou o mundo, retratando de forma víva e impactante a vida da favela Cidade de Deus no Rio de Janeiro. Baseado no romance de mesmo nome do escritor Paulo Lins, o filme mostra uma narrativa não linear, crua e realista do período, explorando as complexidades social da época, com o problema da violência, misturada a rotina e ao cotidiano dos moradores da Cidade de Deus.
Com a narração em tom inocente do jovem Buscapé, o filme conta sua história e de seus amigos, que cresciam no jovem bairro do Rio de Janeiro, lugar esquecido pelo governo e lembrado por Deus no nome, numa época socialmente difícil e perigosa, mas ainda romântica, regada a aventuras adolescentes de subúrbio, com romances e futebol de campinho de terra, e misturadas as maldades do crime e suas consequências.
O filme é divido em capítulos empolgantes, contando de forma quebra a história de vários bandidos como Buscapé (Alexandre Rodrigues), Cabeleira (Jonathan Haagensen), Bené (Phellipe Haagensen), Alicate (Jefechander Suplino) e do Dadinho (Douglas Silva) que virou o famoso Zé Pequeno (Leandro Firmino) e muita gente. Fernando Meireles e Kátia Lund mostraram grande habilidade em contar a história de vários tipos de personagens, dos pequenos até os principais. Com cortes rápidos, de forma ousada, dinâmica e criativa, eles usaram uma edição autentica, que reflete a natureza caótica e imprevisível da vida na favela.
O uso de um elenco na maioria formado por desconhecidos, de mais vida e realidade a história, fazendo que os personagens fossem mais autênticos e tivessem atuações mais cruas e viscerais. A trilha sonora pulsa o que a de melhor na MPB nos anos 60 & 70, com Tim Maia “O Caminho do Bem” e “Azul da Cor do Mar”, Cartola “Alvorada” e “Preciso me Encontrar, Wilson Simonal “Nem Vem que Não Tem”, Hyldon “Na Rua, na Chuva, na Fazenda” e Raul Seixas “Metamorfose Ambulante” e clássicos gringos de James Brown “Get Up”, Jimmy ‘Bo’ Horne “Dance Across the Floor” e Carl Douglas “Kung Fu Fighting”.
A câmera do Fernando Meireles é foda, o diretor capta a realidade marginalizadas das comunidades de forma quase que natural. Os caras limpando a galinha pro churrasco no inicio é marca registrada do filme. O barrão e o lixo das ruas e o lixo, a escuridão da noite e o povo tudo sem camisa, parecem cenas da vida real do brasileiro da época e de hoje (Os caras rezando o "Pai Nosso" tudo errado é foda), sem aquela vergonha e complexo de pobreza que são mascarados em novelas e outras produções no Brasil. O filme fez disso um triunfo, mostrando que essa é nossa realidade e que agora o cinema não tem medo de mostrar as coisas como elas são.
Os personagens são incríveis, a forma que eles crescem no filme é genial, o arco que cada um tem de suas histórias são fantásticos e levam a gente pra cenas memoráveis e momentos inesquecíveis do cinema nacional.
"Cidade de Deus" é um clássico mundial do cinema, um filme que ajudou a retomar a indústria de cinema no Brasil, com uma história intensa que procura mostrar as raízes da violência e do crime nas favelas, explorando as circunstâncias que os jovens são levados para o mundo do crime e a maneira como a vida na favela é afetada pelo descaso e abandono do governo, pela falta de oportunidades e pela corrupção sistêmica.
Grande filme!
Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro
4.1 3,5K Assista Agora"O sistema entrega a mão pra salvar o braço. O sistema se reorganiza, articula novos interesses, cria novas lideranças. Enquanto as condições de existência do sistema estiverem aí, ele vai resistir. Agora me responda uma coisa, quem você acha que sustenta tudo isso? É… E custa caro. Muito caro. O sistema é muito maior do que eu pensava. Não é à toa que os traficantes, os policiais e os milicianos matam tanta gente nas favelas. Não é à toa que existem as favelas. Não é à toa que acontece tanto escândalo em Brasília e que entra Governo, sai Governo, a corrupção continua. Pra mudar as coisas vai demorar muito tempo. O sistema é foda. Vai morrer muito inocente."
Até hoje, nenhum filme brasileiro falou tantas verdades pro povo brasileiro como essas obras do Jose Padilha. O primeiro filme foi uma bomba na cara de todo mundo, e essa sequência parece ser o manual dela. Quando todo mundo esperava uma continuação óbvia, com o personagem Capitão Nascimento do Wagner Moura, invadindo favelas e mandando chumbo em traficante, o diretor foi na contramão. Padilha foi mais ousado e mais inteligente. "Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro" veio mostrar um pouco dos bastidores, com um pequeno ensaio de como funciona esse sistema criminoso no Brasil.
O filme mergulha na complexidade da corrupção policial e política no Brasil, expandindo significativamente o objetivo e a narrativa da história anterior. Treze anos após os eventos do primeiro filme, Nascimento, agora Tenente-Coronel, enfrenta não apenas os criminosos nas favelas, mas também a enorme rede de corrupção que se estende até os mais altos níveis do governo e da polícia, onde visam não só tráfico, mas as diretrizes da vida inteira de uma cidade. O filme faz uma critica feroz às instituições e expõe a podridão, a violência urbana e a corrupção endêmica que afetam toda a sociedade brasileira.
O roteiro é bem construído, a narrativa cínica e crua é a mesma, ajudando a desenvolver a trama, com o desfecho trágico do filme anterior. O roteiro constrói uma trama inteligente, mostrando a evolução profissional do personagem na vida publica, mas com as ruinas de sua difícil vida pessoal, na qual seu casamento foi pro vinagre, por causa dos horrores que um policial do BOPE, passa na profissão. De um outro ângulo, o filme mostra de forma orgânica como funciona as coisas, os estágios que elas percorrem, fazendo que bandidos, policiais corruptos e políticos sejam trazidos a luz, para que sejam vistos e reconhecidos.
“Tropa de Elite 2” não é apenas uma continuação, mas uma obra que aperfeiçoa sua narrativa e sua crítica social, tornando-se relevante, oportuna e mais atual que na época que foi lançado. É quase que um documento vivo de uma época, mas que representa todas as outras de nosso país. É um filme poderoso e essencial que desafia quem assiste a refletir muito sobre a realidade sombria da sociedade em que vivemos, e continua a ser um marco do cinema brasileiro moderno.
Capitão Nascimento virou um símbolo nacional na guerra contra o tráfico. Um homem comum, mas que teve no filme, uma das profissões mais perigosas do mundo. Tratar com a escória do mundo, com a carniça da sociedade e sair manchado de sangue e violência, mas limpo na honra e no caráter por dentro, é pra poucos.
Tropa de Elite
4.0 1,8K Assista AgoraEsse era o filme que a hipocrisia do Brasil precisava. O filme que deu a real de tudo e que colocou todo mundo no lugar. "Tropa de Elite" foi um tiro de 12, na cara da sociedade "Exquenta", um bomba. O maior fenômeno da história do cinema brasileiro em todos os tempos. Foi tão foda que antes do filme ser lançado, ele já estava nas mãos dos camelôs de todo Brasil.
A história é crua, visceral, didática e urgente. Deu a real sobre sobre o luta do BOPE, a mostrou a policia corrupta carioca, os traficantes, as favelas, o drama dos favelados, como funciona os morros, o papel higiênico sujo das ONGS, os universitários maconheiros, os professores comunistas, os comerciantes reféns da policia.
Além do pano de fundo construção sócio politica real da trama, o que é foda no "Tropa de Elite" é a história pessoal do Soldado Nascimento. Puta merda é muito loca! Nascimento foi o herói nacional durante anos. Ele representou uma classe inteira de trabalhadores, que vive no meio da merda mais suja da sociedade, pra que a gente possa sobreviver nesse nas cidades de uma forma menos infernal. É uma guerra urbana, socializada e romantizada. Onde o povo não tem a ideia da extensão politica no nosso país e principalmente fora dele.
Com uma coragem nunca vista num filme nacional antes, José Padilha foi na alma do BOPE e no inferno que eles vivem, pra dar vida a esse filme, mostrando o tamanho do lixo que eles combatem. O dia a dia podre, pesado e perigoso no BOPE, onde o terror é pouco e faz o diabo parecer criança perto das maldades que acontecem nos morros cariocas. É literalmente uma guerra.
A corrupção da policia foi algo gritante no filme. Finalmente alguém coragem e falou um pouco de tudo sobre o assunto. Mostrando a terrível vida dos militares nas corporações com esse câncer da corrupção, dando as regras do jogo. O loteamento que a policia fez nos comércios não só Rio de Janeiro, mas do Brasil todo, foi uma cenas mais impactantes do cinema brasileiro em décadas. Com rápidas imagens e narração sincera do Capitão Nascimento (Wagner Moura), o filme explicou, desenhou e esfregou na cara de quem assistiu, como funcionava as coisas, para funcionar.
A vida perigosíssima de missões impossíveis, com as que devem ser compridas, com as ações violentíssimas do BOPE nas favelas nos morros, jamais serão esquecidas. As cenas ficaram famosas e eternas, influenciando a cultura em geral, em novelas famosas e programas humorísticos na TV. A Rede Record praticamente esgotou com o tema na sua programação.
O texto desse filme é foda. Capitão Nascimento dava a real do que acontece no Rio, cada frase dele fez a gente perder o chão na época. Todo mundo sabe como essas coisas, funcionam, mas tiveram coragem de mostrar. Eram cenas de um mundo real. O Capitão falava e todo mundo concordava. Direita esquerda volver, não importa, todo mundo sabe que aquilo era real.
O texto do filme beira a perfeição, não com diálogos marcantes e com frases infinitas de efeito que viraram um fenômeno no Brasil todo.
"Pede pra sair"
"Quantas crianças a gente vai ter que perder para o tráfico, pra um playboy enrolar um baseado? Eu fico puto com gente que nasce com oportunidade e entra nessa merda."
"Seu 05, se o senhor deixar isso cair, o senhor vai explodir seu turno, seus companheiro, meus auxiliares, o senhor vai explodir a mim, o senhor vai deixar isso cair seu 05?Contamos com o Sr."
"Tropa de Elite" oferece uma visão intensa e crua da realidade da polícia de elite no Rio de Janeiro. O filme não tem filtros e mostra com autenticidade as operações que são feitas no Rio de Janeiro, quando a polícia regular falha. Moral e ética, vira conversa de militante de direitos humanos de traficante. A realidade das coisas, são que o filme mostra uma luta do bem contra o mal e de um homem que parece representar muitos.
A brutalidade, a selvageria e a covardia mostradas, escandalizaram muita gente, enquanto pra outras tratavam aquilo como normal, rotina. Uma dura relação da entre a polícia, os traficantes e a sociedade. Onde os policiais vivem uma tormenta ética e moral, com uma pressão psicologia sem precedentes, na qual saem pra trabalha, mas não sabem se voltam vivos pra casa. O filme é critica urgente a hipocrisia da classe média, que condena a violência policial mas contribui para o tráfico de drogas, a violência nos morros e os milhares de assassinatos.
Tudo isso na visita do Papa com o Capitão Nascimento querendo arrumar um substituto pra ele, já que psicologicamente ele estava a beira do hospício, e com o arco dramático e trágico envolvendo os personagens André Matias (André Ramiro) e Neto (Caio Junqueira).
"Tropa de Elite" foi uma explosão social. Um grande sucesso de crítica e de público, que ganhou o Urso de Ouro no Festival de Cinema de Berlim e se tornando um marco no cinema brasileiro pelo seu papo reto, pelo seu senso moral e pela realidade triste e brutal mostradas. É uma obra que ainda permanece relevante e poderosa, mostrando a luta e os desafios que nós brasileiros vivemos todos os dias.
Obra Prima.
A Casa Que Jack Construiu
3.5 788 Assista AgoraPerturbador, brutal, pesado, "A Casa Que Jack Construiu". Obra prima do medo, do horror, da loucura. Lars Von Trier é um diretor polemico, ousado, criativo, inteligente e corajoso. O cara tem muitos fãs, seus filmes são bem fora da realidade de outros do cinema e inspirou muita gente.
Nunca faltaram filmes pesadas, aquelas obras perturbadoras do cinema que a galera se amarra, como "Henry - Retrato de um Assassino, Sem Saída, Anticristo, O Albergue" Mas tem os proibidão, os filmes que forma banidos das salas, por serem considerados coisa de doente. "Centopeia Humana, Holocausto Canibal, 120 dias de Sodoma e A Serbian Film", são os mais famosos (Nunca vi nenhum).
Tem muito mais coisa eu sei, a famosa série de terror documentário, "Faces da Morte" de 1978, do diretor John Alan Schwartz, fez história. Os VHS, vararam os anos 80, passaram pelos 90 e só Deus sabe que ano terminou. Na minha infância oitenta eu assisti o primeiro, escondido dos meus pais e jamais eu esqueci. Vi muita coisa loca e braba como os filmes citados acima, mas esses proibidão, eu passei longe.
"A Casa Que Jack Construiu" quebrou minhas pernas, o filme do Lars Von Trier, mergulha profundamente na mente doentia de seu protagonista, Jack, Vivido por Matt Dillon, mostrando suas ações cotidianas, tratadas como obras de arte, enquanto tem uma conversa critica com Verge, um personagem misterioso interpretado por Bruno Ganz, que serve como uma espécie de guia pelos círculos do inferno, estilo ao de Dante Alighieri.
O filme gira em torno de cinco incidentes, assassinatos macabros que Jack relata de forma filosófica, sincera e banal ao seu ouvinte Verge. Cada incidente revelava mais sobre a natureza perturbada de Jack, que vê seus assassinatos não apenas como crimes, mas como obras de arte, medidas por ele, como sentimentos iguais ao dos grandes artistas.
É perturbador. Matt Dillon assombra, as cenas são pra se esquecer e o final é pra deixar o fígado e a memória no bar. Assisti uma vez só, tentei outras duas e nada. Vou beber!
Violência Gratuita
3.4 1,3KCerto dia a família Schober, vai passar uns dias de férias em sua casa de campo, à beira de um tranquilo lago. Mas logo eles são surpreendido pela visita de Peter e Paul, dois jovens que se apresentam como ajudantes do vizinho. Rapazes de roubas brancas, luvas brancas, muito educados e simpáticos. O se segue após a cenas do ovo, são um dos momentos mais perturbadores do cinema em toda sua história.
"Violência Gratuita" é um filme que te põe a prova, te desafia e te provoca de todo jeito, forçando você querer entender o ser humano e a sua inexplicável natureza violência. Com elenco diferente, mas mantendo a mensagem, o filme é uma refilmagem do próprio filme de Haneke de 1997.
De forma fria, cruel, sarcástica e violenta, o filme mostra a transformação dos jovens, em verdadeiros demônios, que com métodos nazistas operam situações de puro desespero, num macabro jogo de tortura psicológica, ameaças e violência. Tudo gratuito, conforme o titulo brazuca desenha.
Ann Farber (Naomi Watts) é a mãe, George Farber (Tim Roth), Georgie (Devon Gearhart) é o filho, Paul (Michael Pitt) e Peter (Brady Corbet0, são os psicopatas. E VOCÊ meu caro, é o observador. Sim... Michael Haneke, coloca a gente num plano, onde os personagens interagem em vários momentos, enquanto as atrocidades acontecem. Você acaba fazendo parte da história.
Devon Gearhart e Michael Pitt, tem atuações marcantes, fazendo a gente querer ir além de mata-los, pelas cosias que eles fazem. Mas Naomi Watts rouba a cena com o papel de mãe e esposa, na qual sofre os horrores que eu só vi em filmes sobre o Holocausto.
Grande filme. Mas vai de reto. Não assisto mais...
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista AgoraVingança, cirurgião loco e um retardado que fez merda e... Mano do Céu, não tem como explicar. "A Pele que Habito" é a maior filme de vingança espanhola de todos os tempos! Dirigido por Pedro Almodóvar, é um drama complexo, com suspense psicológico nervoso e elementos de terror gótico, levados aos finalmentes.
O filme conta a história segue Robert Ledgard, (Antonio Banderas), um cirurgião plástico que está obcecado em desenvolver uma nova pele resistente a queimaduras e doenças após uma tragédia pessoal. Ele mantém como cobaia em sua mansão, Vera (Elena Anaya), uma jovem misteriosa na qual ele tem todos os cuidados. A relação dos é tensa e misteriosa, onde você vai vendo coisas, com flash backs explicando elas, com drama brabo piorando tudo e revelações que vão sendo costuradas na pele dos nossos olhos, que enlouquecem só de lembrar!
Vingança, loucura, obsessão e um oportunismo desgraçado! Almodóvar cola a gente no sofá e arranca a nossa pele com revelações desesperadoras, cenas chocantes, daquelas que faz cair o cu da bunda! Nunca vi alguém se fuder tanto assim. Nem tem como escrever mais nada.
Quando eu fui assisti pela primeira vez, acabei não lendo a sinapse e tomei um susto loco! Revendo agora, recomendo a todos que não leiam. É traumático, mas é dá hora! Esse foi o melhor filme do Almodóvar que eu já assisti.
O Corpo
4.1 1,0KMistério, policial, terror... "O Corpo" é um thriller psicológico que conta história em torno de um caso loco, o desaparecimento do presunto de Mayka Villaverde (Belén Rueda) uma mulher rica e poderosa que some do necrotério. O detetive Jaime Peña (José Coronado), é encarregado de desvendar este enigma, enquanto lida com uma teia de intrigas e segredos. Coisas que envolvem o namorado do presunto Alex (Hugo Silva), principal suspeito do sumiço e do crime.
A trama é muito nervosa e cheia de mistérios, coisa que o genero policial carece muito hoje, você fica até nas duvidas o tema é esse, pois o terrorzinho bate nas portas da sala da nossa casa. O filme é intenso, você fica preso na sequencias de acontecimentos da trama, onde situações misteriosas surpreendem a gente o tempo todo, com as coisas que acontecem no necrotério, nos flash back e nas revelações. Fazendo eu achar que até zumbi papa defunto tinha na parada!
A direção do Oriol Paulo, é muito boa, ele tem o talento em criar suspenses envolventes, e não decepciona com este trabalho. A história é bem inteligente e muito bem construída, mas essas revelações dele, não funcionam pra mim. São muito forçadas e mirabolantes. Na minha opinião, ninguém se dedica desse jeito na vida, pra um plano de vingança como esse explicado no final. Só os coreano! Mas o coreanos não valem. A trama é muito boa, mas a revelação eu achei pirada demais. Fazer tudo aquilo no necrotério beleza, muito loco isso. Mas a filinha do cara se sujeitar a tanto, foi muito pra minha cabeça. Não desce.
Mesmo assim "O Corpo" é um ótimo entendimento, com belas cenas e cheia de momentos que fazem valer a noite de filmes.
Um Contratempo
4.2 2,0K"Contra o Tempo" é um thriller espanhol que prende me anos atrás me impressionou muito e prendeu minha atenção até o final. A trama gira em torno de Adrián Doria (Mario Casas), um empresário bem-sucedido que acorda em um quarto de hotel ao lado do corpo de sua amante morta. Sem lembranças do ocorrido e com a porta trancada por dentro o bicho se torna o principal suspeito do crime. Desesperado para provar sua inocência, ele contrata uma renomada advogada de defesa Virginia Goodman (Ana Wagener) para ajudá-lo a reconstruir os eventos da fatídica noite.
É um labirinto de tensão e mistério, onde cada flashback revela uma nova camada da história, desafiando a nossa mente em montar o quebra-cabeça de tudo, junto com os personagens. Oriol Paulo demonstra muita capacidade na direção, mantendo um ritmo ágil que envolve a gente uma narrativa tensa, cheia de reviravoltas e detalhes intricados.
As atuações são outro ponto alto, com Mario Casas e Ana Wagener tem belas atuações que ancoram a complexidade dos fatos e a urgência da situação. A fotografia limpa e digital deram o tom de Netflix ao filme que somado a esmaecida paleta de cores deram a trama a tensão que ela precisava, com a trilha sonora complementando a atmosfera de suspense, que o longa precisava para chupar a gente pra história.
Assistindo depois de um bom tempos, a experiência não tão boa quando antes, achei a trama muito ótima, mas os desfechos foram mirabolantes e artificiais demais. Eu nem lembrava de nada, achei impactante e tudo, mas hoje achei que está mais pras coisas forçadas da "La Casa de Papel".
"Um Contratempo" é um ótimo suspense, mas muito pro lado do entretenimento. Diverte e prende a gente do inicio ao fim. Vale o tempo.
O Segredo dos Seus Olhos
4.3 2,1K Assista AgoraDe uma forma genial, Juan José Campanella leva pras telas um filme incrível, que de forma autoral e intimista ganhou o mundo todo com uma história poderosa, onde o amor e suspense, andam juntos como nos velhos tempos que o genero brindou o mundo com suas melhores obras.
"O Segredo dos Seus Olhos" é contado em forma de memórias de Benjamín Espósito, um oficial de justiça aposentado que decide escrever um romance baseado em um caso de estupro e assassinato que ele investigou 25 anos atrás. O filme é uma mistura certeira de thriller, drama e romance, que explora temas sobre justiça e vingança, numa época pesada da história argentina, onde o caos politico e militar, gerava medo e encobrindo o país em sombras, e escondendo seus assassinos.
A história mantém a gente preso do inicio ao fim, o complicado dramático caso de amor, que ora é abafado pelas memórias dolorosas e pelo reencontro no presente amargo, onde a trama tem uma reviravolta magnifica com o desfecho de todo o caso que Benjamín investigava no passado, e o romance que fazia luz, nas trevas daqueles dias.
Ricardo Darín entrega uma grande atuação como Benjamín Espósito, mostrando toda complexidade de um homem assombrado por um caso não resolvido e por sentimentos não correspondidos por sua colega de trabalho, Irene Hastings (Soledad Villamil).
A direção de Campanella é excelente, ela parece que revitaliza o gênero policial, trazendo frescor e estilo próprio com a fórmula fez miséria no passado, coisa que era foda que era chamada de clichê. A fotografia com tons envelhecidos contribuíram para criar a atmosfera densa e melancólica que permeia a história, dando um tom de memória e lembrança ao filme.
"O Segredo dos Seus Olhos" é um puta filme e o melhor filme argentino que eu já assisti. A história é marcante, a trama policial é cheia de mistério, com momentos tensos e dramáticos, com cenas nervosas de perseguição, tudo envolto num romance calado pela situação, que depois devido aos desfechos da mostrados na época se tornaram perigosos para acontecer. Campanella dirige o filme de forma intimista e original, dando pra trama um tempo para as coisas acontecerem, envolvendo os acontecimentos de forma misteriosa, inteligente e sem atropelos, mostrando assim uma grande capacidade e talento para fazer filmes. O final é foda!
Clímax
3.6 1,1K Assista AgoraInsanidade, surto, loucura. Gaspar Noé joga a gente no clube do inferno, põe nóis na pista pra dançar com o capeta, num filme audacioso e visceral, que explora um dos limites da mente humana e as consequências do descontrole químico nela.
"Climax" conta a história de um de um grupo de dançarinos urbanos na França nos anos 90, que após dias de ensaios intensos, eles celebram com uma festa que rapidamente se transforma em um pesadelo alucinante do cão quando descobrem que ponche que estão bebendo está batizado com alguma substancia química.
É um horror como eu nunca vi. O filme é uma jornada caótica através da loucura coletiva, em que cada personagem é levado ao extremo de suas emoções e desejos. Gaspar Noé utiliza seus planos sequência absurdos, com sua câmera espiritual que se move de maneira quase descontrolada, capturando a essência do surto coletivo e participando do caos que os personagens vivem. A direção é fantástica e se complementa com a atuações intensas e crua do elenco, liderado pela incrível e foda Sofia Boutella, que tem uma performance corporal fora de série, tanto na parte de danças, quanto na dramática, se considerarmos que muitos personagens ali, são dançarinos e não atores profissionais.
Tecnicamente o filme é sensacional, começa com uma entrevista fake com os dançarinos, depois pula pra uma performance enlouquecedora dos atores com uma coreografia urbana que eu nunca tinha visto. O povo agachava, rolava, se jogava, andava, saltitava, pulava e se contorcia, numa mistura de possessão, arte e atletismo. Duvido que alguém ali tenha cartilagem nos ossos! Depois veio os famosos diálogos franceses, aquelas coisas quase inúteis, onde eles conversam trivialidades que eu não consigo me conectar, mas que foi até legal de assistir. Mas nesse filme, Gaspar Noé brinda a gente, com o maior, mais real, mais honesto e mais sincero e mais inacreditável dialogo de sexo de todos os tempos. Dois homens, dois héteros, falando do jeito que se fala nas ruas, de forma imoral, suja, pecaminosa, porno e sem frescura. Coisa que faz qualquer feminista, nutello e purista surtar de desespero, de fazer passeata e piquete na casa do diretor, com pneu queimado e tudo. Cê é loco rsrsrs...
A história praticamente linear, mas a parte técnica não! Gaspar solta a apresentação da produção e do elenco de uma forma que eu nunca vi, com varias tipografias de texto, ao som de musicas e muita dança puxa, estica, solta, enrola do grupo. Mas ao mesmo tempo que o diretor brinca com isso, ele vai mostrando lentamente a mudança de comportamento dos dançarinos, sem eles e a gente perceber. Até que tudo explode!
O filme vira um pesadelo, um hospício de drogados, surtando de varias formas, gritando, berrando, rindo, chorando, brigando. Uma Cracolândia, um inferno. A câmera espiritual do Gaspar Noé faz a festa com 360 e tudo! A bicha fica possuída, fica na nóia juto com os dançarinos. A paleta de cores laranja, verde e vermelho, na penumbra do local cheio de corredores, faz que a experiência nossa vire um sonho do capeta.
Sofia Boutella enlouquece, a Mina arrebenta na atuação, daquelas que precisa se internar pra exorcizar a personagem. Impressiona, a coisa fica sem limites. A câmera do Gaspar se perde no meio da loucura, do horror e do medo. É um personagem invisível, mudo, mas que vive aquele inferno até o fim. As cenas finais são horríveis, insanas, macabras. Tudo vermelho caos, vermelho loucura, vermelho morte.
"Climax" é uma experiência única. É um filme que você se segura pra não ser sugado pra história. É perturbador, caótico, demoníaco. É um filme pra poucos. É genial, cult e tudo que tiver na sua tabela de cinema. É desafiador assistir, mas deve ter sido muito loco ter participado. De certa forma o filme é até educativo. Muita gente precisa assistir esse filme, antes de se picar. Filmão.
Lembro quando noticiou essa história na TV.