Nunca achei que fosse escrever uma crítica de um filme dirigido por Billy Wilder e protagonizado pela Audrey Hepburn. Achei o roteiro fraco, apesar de ter potencial. Explico: o que de início parecia um problema, a diferença social entre dois personagens, acaba não se concretizando.
Percebo muitos comentários positivos sobre a atuação da Hepburn, o que é verdade sem dúvida, porém isso acaba deixando de lado a carga altamente sexualizada de sua personagem.
Além disso, a conclusão da trama acaba por se resolver magicamente (Deus ex machina), o que é difícil de entender já que nem mesmo o problema inicial havia se colocado com clareza.
Para piorar a linda música "La vie en rose" toca repetidas vezes num curto período de tempo. Apesar de que vejo relação entre a canção e o roteiro, afinal mais de um dos personagens enxerga a vida através de "óculos cor de rosa".
De pontos positivos eu destaco a crítica da mentalidade "time is money" contida no triste personagem de Humphrey Bogart e que leva à loucura o seu próprio pai.
A cena do sonho em que se vê Ivan e mão através da água.
Os planos longos utilizados são incríveis, até então a referência que eu havia criado para essa técnica era "Cidadão Kane", do Orson Welles.
Também é muito diferente a forma como os atores se comportam diante da câmera: há alguns planos em que ele estão na diagonal e outros em que eles estão muito próximos da câmera o que cria um efeito belíssimo.
Esse filme me ajudou a entender algo aparentemente óbvio: que a guerra não é feita apenas de momentos de ação, algo que talvez os filmes ocidentais tenham introjetado, mas talvez se assemelhe mais à um jogo de estratégia.
Essa verdadeira tragédia e o fim triste de Ivan leva a refletir sobre as injustiças da Guerra. Primeiro, Ivan teve sua infância arrancada pois ele age durante todo o filme como um adulto (com exceção dos sonhos). Além disso, o corpo das três crianças do filme que não puderam nem ser identificados (até Goebbels e sua família foram) tornam ainda mais triste e evidente tais injustiças.
Na minha opinião o filme Mommy tem como principal objeto a liberdade (não é por acaso que há duas referências ao filme Esqueceram de mim(1990). Engana-se quem pensa que liberdade significa estar sozinho, pois é justamente no momento em que o personagem Steve (Antoine Pilon) está mais próximo de sua mãe(Anne Dorval) e de sua vizinha (Suzanne Clément) é ele se sente mais livre. O que quero dizer é que para o menino com TDAH o sentimento de estar livre está associado, paradoxalmente, com a companhia das duas mulheres, basta atentar-se para suas crises nervosas. Na primeira ele está num internato em que coloca fogo, depois sua mãe o rejeita pois julga ele andava roubando, posteriormente ele é deixado sozinho com a até então desconhecida vizinha, mais a frente ele se vê obrigado a dividir a própria mãe com um outro homem e, finalmente derradeira cena, ápice da solidão. Por fim, me vejo obrigado a comentar sobre a suposta distopia da película. No início da projeção somos avisados de que se trata de um Canadá fictício, porém ao final do filme fiquei com a impressão de que, além da lei que regulamenta o programa de saúde do país, nada difere o Canadá de Xavier Dolan, do Canadá do espectador. Creio que essa alteração poderia muito bem ter sido introduzida por um diálogo qualquer, e que de fato se realiza durante o transcorrer do drama.
Os americanos invadindo a Alemanha; Hitler ter se matado com um tiro na cabeça e com a visão negativa dos soviéticos que só aparecem para metralhar prisioneiros de guerra
Na minha opinião esse filme deve muito a Linguística Estrutural de Saussure. A relação entre forma e conteúdo, a estrutura desmontável, o discurso tencionando com a fonética (é o caso das duas cenas em que são repetidas palavras para pessoas que não as compreendem impossibilitando qualquer tipo de comunicação).
muito inteligente a forma como a história de vida do Cristiano é contada, me pareceu que é por meio do caderno
Esse filme me surpreendeu muito, pois toca em muitos aspectos importantes e comumente encontrados na vida de muitos brasileiros. Por isso, a história de Cristiano poderia se passar em Minas, em São Paulo ou na Bahia.O Brasil é um Brasil de Cristianos.
Assisti depois de tê-lo visto em "A Igualdade é Branca". De fato, aquele pôster.não estava ali por acaso, fazer a leitura comparada dos dois foi uma experiência incrível.
Sabrina
4.1 332 Assista AgoraNunca achei que fosse escrever uma crítica de um filme dirigido por Billy Wilder e protagonizado pela Audrey Hepburn.
Achei o roteiro fraco, apesar de ter potencial. Explico: o que de início parecia um problema, a diferença social entre dois personagens, acaba não se concretizando.
Percebo muitos comentários positivos sobre a atuação da Hepburn, o que é verdade sem dúvida, porém isso acaba deixando de lado a carga altamente sexualizada de sua personagem.
Além disso, a conclusão da trama acaba por se resolver magicamente (Deus ex machina), o que é difícil de entender já que nem mesmo o problema inicial havia se colocado com clareza.
Para piorar a linda música "La vie en rose" toca repetidas vezes num curto período de tempo. Apesar de que vejo relação entre a canção e o roteiro, afinal mais de um dos personagens enxerga a vida através de "óculos cor de rosa".
De pontos positivos eu destaco a crítica da mentalidade "time is money" contida no triste personagem de Humphrey Bogart e que leva à loucura o seu próprio pai.
A Infância de Ivan
4.3 155 Assista AgoraEsse filme é diferente de tudo o que eu já vi, a começar pelas técnicas que o diretor usa. Há umas cenas que eu não sei como ele conseguiu capturar.
A cena do sonho em que se vê Ivan e mão através da água.
Os planos longos utilizados são incríveis, até então a referência que eu havia criado para essa técnica era "Cidadão Kane", do Orson Welles.
Também é muito diferente a forma como os atores se comportam diante da câmera: há alguns planos em que ele estão na diagonal e outros em que eles estão muito próximos da câmera o que cria um efeito belíssimo.
Esse filme me ajudou a entender algo aparentemente óbvio: que a guerra não é feita apenas de momentos de ação, algo que talvez os filmes ocidentais tenham introjetado, mas talvez se assemelhe mais à um jogo de estratégia.
Essa verdadeira tragédia e o fim triste de Ivan leva a refletir sobre as injustiças da Guerra. Primeiro, Ivan teve sua infância arrancada pois ele age durante todo o filme como um adulto (com exceção dos sonhos). Além disso, o corpo das três crianças do filme que não puderam nem ser identificados (até Goebbels e sua família foram) tornam ainda mais triste e evidente tais injustiças.
Por fim, uma cena marcante:
A cruz que devido à movimentação da câmera se transforma numa suástica.
Mommy
4.3 1,2K Assista AgoraIntenso, belíssimo e ousado.
Na minha opinião o filme Mommy tem como principal objeto a liberdade (não é por acaso que há duas referências ao filme Esqueceram de mim(1990). Engana-se quem pensa que liberdade significa estar sozinho, pois é justamente no momento em que o personagem Steve (Antoine Pilon) está mais próximo de sua mãe(Anne Dorval) e de sua vizinha (Suzanne Clément) é ele se sente mais livre.
O que quero dizer é que para o menino com TDAH o sentimento de estar livre está associado, paradoxalmente, com a companhia das duas mulheres, basta atentar-se para suas crises nervosas. Na primeira ele está num internato em que coloca fogo, depois sua mãe o rejeita pois julga ele andava roubando, posteriormente ele é deixado sozinho com a até então desconhecida vizinha, mais a frente ele se vê obrigado a dividir a própria mãe com um outro homem e, finalmente derradeira cena, ápice da solidão.
Por fim, me vejo obrigado a comentar sobre a suposta distopia da película. No início da projeção somos avisados de que se trata de um Canadá fictício, porém ao final do filme fiquei com a impressão de que, além da lei que regulamenta o programa de saúde do país, nada difere o Canadá de Xavier Dolan, do Canadá do espectador. Creio que essa alteração poderia muito bem ter sido introduzida por um diálogo qualquer, e que de fato se realiza durante o transcorrer do drama.
Jojo Rabbit
4.2 1,6K Assista AgoraBom filme, mas fiquei incomodado com:
Os americanos invadindo a Alemanha; Hitler ter se matado com um tiro na cabeça e com a visão negativa dos soviéticos que só aparecem para metralhar prisioneiros de guerra
A Gaia Ciência
3.8 30Na minha opinião esse filme deve muito a Linguística Estrutural de Saussure. A relação entre forma e conteúdo, a estrutura desmontável, o discurso tencionando com a fonética (é o caso das duas cenas em que são repetidas palavras para pessoas que não as compreendem impossibilitando qualquer tipo de comunicação).
Arábia
4.2 167 Assista Agoramuito inteligente a forma como a história de vida do Cristiano é contada, me pareceu que é por meio do caderno
Esse filme me surpreendeu muito, pois toca em muitos aspectos importantes e comumente encontrados na vida de muitos brasileiros. Por isso, a história de Cristiano poderia se passar em Minas, em São Paulo ou na Bahia.O Brasil é um Brasil de Cristianos.
Guerra Fria
3.8 326 Assista Agora”Vamos para o outro lado, a vista é mais bonita”
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
4.3 4,7K Assista AgoraAmar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão
Carlos Drummond de Andrade
Como Se Fosse a Primeira Vez
3.7 2,4K Assista AgoraUma mistura de “Feitiço do tempo” com “Brilho eterno de uma mente sem lembranças”
A Noite de 12 Anos
4.3 302 Assista AgoraTalvez um dos filmes mais melancólicos que eu já tenha visto
Apenas o Fim
3.7 1,1K Assista Agora''Não acontece nada, parece um teatro filmado''
Uma Mulher é Uma Mulher
4.1 267Uma mulher mutável (sua profissão ratifica isso), bem como o homem de Brecht
Machuca
4.3 281Seria esse filme uma ode ao ''Adeus, meninos'', de Louis Malle?
Tropa de Elite
4.0 1,8K Assista AgoraÉ impressionante a semelhança desse filme com ''Nascido para Matar'(1987), de Stanley Kubrick
O Desprezo
4.0 266Assisti depois de tê-lo visto em "A Igualdade é Branca". De fato, aquele pôster.não estava ali por acaso, fazer a leitura comparada dos dois foi uma experiência incrível.
Sarajevo
3.5 32Bom filme! Reúne qualidade técnica e fidelidade histórica.
Fonte da Vida
3.7 778 Assista AgoraAula de match cuts e rimas visuais
Oldboy
4.3 2,3K Assista AgoraImpressionante! Roteiro envolvente,trilha sonora encaixadíssima e técnica impecável (match cuts,plano sequência,rimas visuais...)
Como não lembrar de 'Édipo Rei' depois daquele plot twist?
Julieta
3.8 529 Assista AgoraNovamente Pedro Almodóvar, sem que tenha ficado repetitivo, trata questões familiares e traumas psicológicos de forma delicada
Mary Poppins
4.0 612 Assista AgoraApesar da ideologia machista e antifeminista por trás do filme ter envelhecido com o tempo, ainda sim se trata de um clássico
Terra em Transe
4.1 286 Assista AgoraImpressionante como esse filme não envelheceu nada.
Beleza Americana
4.1 2,9K Assista AgoraUm atentado ao conceito de família americana.
De Volta Para o Futuro
4.4 1,8K Assista AgoraAntológico. Difícil um filme combinar vários gêneros diferentes e esse faz muito bem.
O Pagador de Promessas
4.3 364 Assista AgoraFilmão da porra.
Impossível assistir a cena da escada e não lembrar d'O Encouraçado Potemkin