Um filme sobre adolescência que não trata os expectadores com idiotice nem precisa apelar para figuras super caricatas. Destaque para as cenas de CGI, que mesmo com a limitação do projeto, passou a ideia da mente atormentada do rapaz. Só não gostei...
Uma mistura de Bethovem com um filme genérico do Clint Eastwood sobre os traumas de um veterano de guerra, com tempero de uma locação road movie. Esperava me emocionar mais, e olha que o Tatum se esforçou. No entanto, destaco aqui o trabalho com o cão. É impressionante como as ações ficaram realistas, inclusive com a mudança de temperamento do bicho à medida que a trama avança. Só por isso já valeu a experiência.
O tom metalinguístico, a competição entre a cultura de massa e erudita, os três atores em performances perfeitas, a trilha silenciosa e crua quase o tempo todo... É como se fosse o "Um ponto de mutação" da cinefilia.
É um filme excelente tanto em técnica visual como no roteiro. Além de conseguir fazer nos transportar à época das grandes navegações, também insere uma crítica à forma como a história é escrita (e à elitização da cultura). Só achei que faltou desenvolver certos personagens.
Por exemplo, aquela bruxa da arma falando que tinha um preço, qual afinal? A própria Maisie faltou mais desenvolvimento e também a outra caçadora, excelente presença, mas pouco sabemos a respeito.
Um ritmo mais intenso aqui seria até bem vindo, pois a câmera acompanha a vida frenética desse "burguês safado" e toda sua hipocrisia. São vários temas, meritocracismo, minorias étnicas, prêmios da indústria feitos por encomenda, adultérios, favoritismo no ambiente corporativo... É um prato cheio pra quem estuda atua no RH, com certeza vai se identificar com muita coisa ali, por mais que o filme tenha um tom acima por ser uma comédia, ficou muito bem feito, e com atuações acima da média.
Fiquei impressionado com a competência de atuação dos jovens, o ato final foi muito bem construído, e o filme, embora tenha estrutura bem padrão, tem uma atmosfera muito bem construída, com uma fotografia primorosa (até os flashbacks ficaram bem bonitos de assistir).
Gente, dois monstros, pra mim era o próprio Elvis, socorrrrrr!!! E Tom Hanks fazendo um antagonista perfeito, sem aquele maniqueísmo típico. E de quebra uma edição frenética!! Só achei que misturou coisas demais, por exemplo, relação com o empresário, que pra mim deveria ser a alma do filme, mas derrapou um pouco na relação com os pais e com a mulher, mas ainda assim um grande filme!
A atmosfera desse filme é realmente primorosa, toda a parte técnica está incrível!! Da maquiagem à sonoplastia, até mesmo a atuação, é um filme com imagens e acontecimentos bizarros que causam impacto, seja com as mortes, ou numa estranha gravidez. Pra mim o maior problema é que após você acostumar com a estética, fica um filme cansado, com a protagonista "esfriando", além do roteiro parece ficar meio vazio com sua proposta. Pode até alimentar uma ou outra discussão sobre influência das máquinas, ou mesmo identidade de gênero, impulsos sexuais (e aqui entra também o amor parental, numa leitura mais freudiana), mas ainda assim fica a sensação de ser um mero "pastel de vento", ainda que muito bem produzido.
PEDOFILIA!! E é muito estranho eu, como olhar masculino, naturalizar a situação no sentido de ver apenas o óbio relacionamento abusivo, e não enxergar que, MESMO QUE ELE A TRATASSE BEM, NÃO, JAMAIS ESSE RELACIONAMENTO PODERIA EXISTIR (e é muito fácil naturalizar, afinal, a menina já tem um corpo com "curvas", até já bebe, é esportista, etc). Enfim, dá pra ver nela o medo e a submissão, e isso me fez pensar que por mais empatia que eu tenha (ou que eu tente ter), jamais saberei o que é ser mulher nessas condições.
A câmera fixa na primeira tomada foi impactante (aliás, toda a construção dos minutos iniciais me deixou paralisado de tão bom), mas confesso que o filme foi perdendo o ritmo ao longo da projeção, e a fixidez da câmera (salvo raras exceções) me incomodou.
Por duas vezes pensei até que o filme tinha travado, por motivos de: um plano que dura mais de 5 minutos... gente, pra quê??? E ainda usou mais de uma vez tal artifício, me pareceu sinceramente artifício para preencher um vazio narrativo, desnecessário.
Até porque, o filme tem várias camadas interessantes, pois a personagem principal é de fato misteriosa, sofre traumas, tem uma relação estranha com o marido, o filho, o detetive, toda a simbologia das testemunhas de Jeová.... Então, no geral, eu gostei, mas poderia ter lapidado mais os maneirismos, especialmente quando se tornam redundantes. São imagens bem criativas, veja a cena final, e eu gosto de filme assim, mais reflexivo. Espero grandes obras dessa diretora.
Achei que faltou um puro narrativo aqui, as coisas vão acontecendo em tom documental. Vale pela mensagem e pelo registro de ver o papel da mulher em um mundo patriarcal devastado, num contexto de virada para o século XXI, mas que nos remete ao século XVIII (no mínimo).
Por exemplo, nunca que um homem adulto sem memórias ficaria cuidando sozinho da sua filha. Nunca que uma médica faria o que fez sem a supervisão institucional de um hospital, ao passo que o filme sequer explica como ela o faz (a cena final é duplamente tosca: uma linguagem de programação simplória e uma deixa pra um segundo filme, que???). O cara ta doente, e a escola ou vizinhos, exigem dele algo que é absolutamente improvável, cuidar de uma criança. Meu Deus, a lei civil vem desde os romanos, gente. Não é possível.
Mas mesmo com todas as concessões absurdas pra história se desenvolver, o apego a um drama superficial afunda ainda mais. A sorte é que temos aqui um bom esforço na interpretação do protagonista, e tem sim uma boa premissa. É uma história que eu gostaria ver nas mãos de um roteirista e um diretor competente.
Shiva Baby é uma típica comédia de esteriótipos, mas também reflexiva e intrigante, ambientada em uma única tarde, de forma teatralizada. A vibe lembra um pouco o "sete dias sem fim". Durante o velório (que nem sabemos de exatamente quem), a câmera vai acompanhar a Danielle e suas situações constrangedoras, com direito a conversas sobre relacionamentos e futuro profissional. Confesso que o ar pastelão e caricato me fez perder o interesse na primeira metade, mas a partir do momento em que a protagonista procura o celular, a edição bem feita misturando comédia e suspense me prendeu, e a partir daí ganhou uns contornos meio sombrios, ainda que cômicos. Tudo é muito conveniente e irritante às vezes, forçado, soa longe do naturalismo a que estamos acostumados, mas isso por um lado é muito bom, há uma quebra de expectativas bem vinda. As atuações estão apenas ok, como a proposta é soar um tom acima, não achei que comprometeram, embora também não achei que ninguém se sobressaiu. Afinal, o principal aqui é o roteiro e o texto,. Dirigido e roteirizado por emma Seligman em sua estreia no cinema, achei que foi mais do que satisfatório para um início de carreira, ainda que, particularmente, não seja o tipo de filme que me agrade, uma vez que as situações basicamente se resumem a coisas um tanto quanto supérfluas (pela proposta de ter diálogos rápidos, sem grande aprofundamento) ou ainda, pela proposital exagero. Mas a proposta diverte e, mesmo não mergulhando fundo, como dito inicialmente, é possível sim refletir sobre papéis sociais e essa pressão na pós-modernidade, e por isso merece a conferida.
O documentário é bastante satisfatório e gostoso de assistir, tem uma edição primorosa. Nem sou fã da JL, curto apenas algumas músicas, pra mim a melhor é "On the floor". Por isso consegui ter uma opinião, ao mesmo tempo em que afetuosa com a obra, também desconsiderei alguns detalhes. Em certos momentos, sofre do mal de alguns filmes de biografias: manter o distanciamento necessário, sem exaltar. Por exemplo, eles pegaram as críticas mais nojentas (e algumas delas misóginas) sobre ela, com uma trilha que as associava à vilania, pecando pelo maniqueísmo. Ok, de fato, ela recebeu críticas desproporcionais e altamente desnecessárias, mas certamente, assim como quase todo artista, recebeu críticas equilibradas. Outro exemplo da parcialidade: no documentário, tanto Shakira quanto Laura Dern são deixadas de lado (claro que o doc não é sobre elas, mas não custava nada dar mais alguns minutos ou mesmo segundos pras outras, inclusive pra compreender que, bem, o mundo não gira em torno da JL). Mas assim, fica claro que JL foi sim injustiçada no Oscar (sou cinéfilo, e tendo visto todos os filmes concorrentes, em minha humilde opinião, merecia sim ao menos a indicação). E também a sua fala sobre o tempo exíguo para duas latinas no Super Bowl é bastante pertinente. E, sinceramente, o carisma e o talento da JL são indiscutíveis. Nisso o roteiro acerta em cheio: há um fio condutor na narrativa, há um ápice, há um desfecho. Pareceu-me que a controvérsia com as gaiolas soou um pouco forçado, mas narrativamente gerou uma linha de raciocínio que sabia onde chegar. Neste sentido, está muito melhor do que a média de muitos documentários: não é episódico, tudo ali tem um porquê. Sobre o engajamento com a filha, a letra da música que ela fechou o Super Bowl responde, acho que as pessoas ainda não captaram a essência da mensagem que ela quis passar. Não senti em nenhum momento a JL forçando a barra pra menina, e sim ressaltando a importância de se criar raízes, de valorizar a família, mesmo num ambiente como o norte-americano, em que ainda se convive com uma xenofobia latente, pois a família é a base de todo o processo de socialização. Deu pra ver que ela amadureceu também, pois ela conseguiu dialogar com seu posicionamento público, assim como Anitta, Lady Gaga e Beyonce, e tantas outras, que sabem que suas imagens vão muito além da arte. Terminei o documentário percebendo a importância da JL para além dos palcos, e isso é algo que engrandece a mensagem e toda a experiência.
Ambientado no final da ditadura militar argentina, em 1981, o filme percorre o cotidiano do banqueiro suíço Yvan, com a ingrata missão de firmar seus negócios com uma elite latina duvidosa, mas não encontre aqui personagens maniqueístas e evidentes: o filme instiga a inteligência do expectador para desbravar as motivações e as facetas ideológicas mais escondidas dos personagens. "Azor" é uma expressão que significa "conter-se", "falar pouco" ou mesmo "silenciar-se". Assim, é preciso caminhar com cuidado, o filme consegue manter o nível de suspense e tensão por não sabermos ao certo os desdobramentos das negociações, bem como não sabermos sobre o desaparecimento do sócio de Yvan. Note-se, quando ele foi ao clube "Círculo de Armas", parecia estar num jogo de gato e rato, e os diálogos primorosos conseguem tornar a experiência visceral. Mas não sei ao certo o que faltou, pois o filme é meio frio e cansativo. Falar que faltou drama ou tensão, é como exigir do filme aquilo que não era sua proposta, afinal, "Azor", como dito, é justamente sustentado na ausência, dando ênfase ao subentendido e aos desdobramentos implícitos. Também gostei de como o filme não descambou para falsos estigmas: as mulheres estão super bem no seu papel, sem ser idiotizadas. A elite, embora esnobe, não caiu em caricaturas. Enfim, é um filme equilibrado, tenso, inteligente. Muito interessante.
O final foi bem óbvio, o capital financeiro não faz distinção de ideologia política. E estranhamente, assa afirmativa pode ser vista como redenção (ou não).
Embora meio arrastado em suas quase 3h de duração, esse filme é basicamente sobre as não palavras (em minha humilde interpretação). Nota-se, as palavras têm potência, machucam, causam guerra e destruição, mas também, restauram, redimem, criam arte. Mas e as não-palavras? E o que não é dito? Perceba que há uma peça de teatro sendo encenada no filme, com direito a uma atriz muda, mostrando que há um poder criativo na encenação, nos gestos, em outras linguagens, sem obviamente desconsiderar o texto. Mas aqui o texto é múltiplo, tem várias camadas. Surpreendentemente (talvez nem tanto para Foucault, para quem o silêncio é um dispositivo poderoso de interdição), situações podem ser potencializadas por aquilo que não falamos, ou ainda, com o que falamos através de outros sinais, como na arte, no teatro, no cinema, ou mesmo em libras. O protagonista, que assume o papel de diretor, vivia um relacionamento onde as não-palavras tinham grande peso. Até que ponto a nossa vida é desenvolvida pelo silêncio ou pela forma como deixamos de agir? Quanto ao título do filme:
A nossa vida está sendo conduzida por nós mesmos ou estamos nos deixando conduzir? Até que ponto tomamos as rédeas do nosso caminho? Veja que sempre temos o poder de escolha: o protagonista escolheu perdoar ou fazer vista grossa à esposa, mas também escolheu viver ao final. Mais ainda, não sabemos exatamente se fora responsável pela morte da esposa, o que mostra que, mesmo escolhendo, falando explicitamente ou não, nosso destino é algo que nos escapa. Deixar-se conduzir ou conduzir diretamente, como Sartre previa, ao mesmo tempo que é escolha, é condenação: somos condenados a ser livres. E impactamos todos que nos rodeiam, nossos infernos sociais. E aqui com o extra de que não apenas a nossa relação com os vivos, mas principalmente com os mortos, no luto. Memórias, imagens, lembranças, tudo nos remete à relação com o próximo. Gravado em Hiroshima, é uma explosão de sentimentos, que nos abalam até hoje.
Filme existencialista até os poros, certamente merece uma revisão com o tempo.
Independentemente do quão piegas a narrativa se tornou (excelente trabalho de edição, pois certamente o cara construiu uma narrativa coesa a partir das imagens), o fato é que temos aqui um documentário não apenas poético, mas com imagens impressionante; o colorido, a percepção de espaço, os closes, os momentos únicos filmados. Só isso já valeria a experiência, como conseguiram captar momentos tão únicos na natureza? De quebra, você ganha uma história que mescla a luta pela sobrevivência na universalidade da perenidade da vida com o ode ao encantamento das belezas naturais. Que filme lindo!
O filme diverte, e tem ótimos diálogos, com personagens carismáticos (talvez exceto o Dacre, além de um rosto bonito, está anos luz no quesito atuação, mas ok). Tudo está bem amarradinho no roteiro (tirando o fato do romance com o ex ter uma volta meio atropelada), inclusive a motivação da protagonista em guardar pequenos objetos, que soa convincente e tocante. Claro que tem muita idealização, seja em termos de romance ou mesmo sobre o projeto da galeria. Até parece que é muito fácil viver de arte ou abrir um negócio e você se tornar instantaneamente um sucesso nas redes... mas tudo bem, isso não estraga a experiência, o filme tem ótimas tiradas, e mesmo contando com uma diversidade incrível, não é nem um pouco apelativo.
O enredo principal foi honesto em entregar uma poderosa mensagem de seguir em frente mesmo na adversidade, ainda que o faça com os velhos clichês das comédias românticas, no entanto, por ter personagens bem construídos e carismáticos, além de um texto afiado, vale a pena ser conferido.
Deep definitivamente quase estraga o filme, que tinha tudo para figurar numa grande obra de denúncia. É importantíssimo o resgate à temática que nos confronte com a urgência climática, e "Minamata" resgata o desastre de 1971 ocorrido no Japão, quando o despejo de mercúrio provocou uma série de mortes e deformações nas pessoas. Mas o personagem central irrita bastante, já não bastasse a caricatura de vários outros, temos aqui vários deslizes,problemas também com a edição.
Há muita poesia aqui, contando uma história letárgica, que lembra um pouco "encontros e desencontros", mas com um belo par romântico. No entanto, o roteiro opta por arrastar-se demais, numa tentativa de soar épico. Note a trilha sonora, muito bela, mas cansativa. é o tipo de cinema que deve ser sentido, muito mais do que procurar uma lógica narrativa:
Em minha interpretação da obra, captei a redenção pelo cinema, de como a arte revela o óbvio ou o que precisa ser dito, e não importa se de grandes fatos ou de paisagens cotidianas: as vezes o amor ou a beleza estão tão próximos de você, em elementos banais. Veja, temos dificuldade em nos perceber (a parte que ele fala que a nossa era é uma das mais violentas, que matamos bilhões de outros seres sem que nos choquemos com o fato). Ao mesmo tempo, somos seres culturais e simbólicos por excelência, dotados de interpretações múltiplas. OBS: em entrevista, o diretor falou que o título se refere ao gesto do Messi de olhar para o céu ao marcar o gol, e de como esse gesto praticamente universal tem um significado diferente para cada indivíduo, que tem muita relação com simbolismo, mas também com fé e esperança.
Só não foi melhor por conta do ritmo arrastado. Poderia cortar 30 minutos de algumas cenas e aproveitar uns 10 pra desenvolver o casal principal, afim de criar maior conexão, ou se a ideia é focar no cotidiano, que não fosse tão cansativo, co 1 hora de filme já estava cansativo acompanhar... além disso, se a ideia era evocar as imagens, achei que apelou bastante para uma narração que nem sempre funciona. Mas no geral é um filme bem bonito, e deve ser visto com o coração aberto pra captar a mensagem (e pra não dormir).
Em um ano marcado por retrocessos, falo em especial da decisão da Suprema corte norte-americana que revogou o direito das mulheres ao aborto seguro (cabendo aos respectivos estados federados a responsabilidade), e também marcado por filmes como "The Janes" e "The happening", é completamente satisfatório termos a temática do aborto sendo retratada num país como o Chade, centro-norte da África, com mulheres negras e pobres, para mostrar como a realidade pode ser ainda pior (a menina fora expulsa da escola, e convive diariamente com sua degradação, tendo que sobreviver de vendas informais). Repare que em todos esses exemplos de filmes recentes, não sabemos sobre o ato em si, pois isso pouco importa. Seja o sexo consentido ou não, o que vale é mostrar que, do país supostamente mais democrático do mundo ao país mais desprovido de recursos, as mulheres ainda têm muito com o que lutar.
Meus Encontros com Amber
3.9 80 Assista AgoraTudo muito ruim, personagens caricatos e um coming out forçado. Ao menos eles têm química
Palavras nas Paredes do Banheiro
3.9 117 Assista AgoraUm filme sobre adolescência que não trata os expectadores com idiotice nem precisa apelar para figuras super caricatas. Destaque para as cenas de CGI, que mesmo com a limitação do projeto, passou a ideia da mente atormentada do rapaz.
Só não gostei...
Do final. Muito clichê.
Dog: A Aventura de Uma Vida
3.2 46Uma mistura de Bethovem com um filme genérico do Clint Eastwood sobre os traumas de um veterano de guerra, com tempero de uma locação road movie. Esperava me emocionar mais, e olha que o Tatum se esforçou. No entanto, destaco aqui o trabalho com o cão. É impressionante como as ações ficaram realistas, inclusive com a mudança de temperamento do bicho à medida que a trama avança. Só por isso já valeu a experiência.
Concorrência Oficial
3.7 24O tom metalinguístico, a competição entre a cultura de massa e erudita, os três atores em performances perfeitas, a trilha silenciosa e crua quase o tempo todo... É como se fosse o "Um ponto de mutação" da cinefilia.
A Princesa
3.0 53Galera esperando obra-prima num filme que claramente a proposta é se divertir com o girl power, e a pancadaria na cara dos machos. Amei.
A Fera do Mar
3.7 237 Assista AgoraÉ um filme excelente tanto em técnica visual como no roteiro. Além de conseguir fazer nos transportar à época das grandes navegações, também insere uma crítica à forma como a história é escrita (e à elitização da cultura).
Só achei que faltou desenvolver certos personagens.
Por exemplo, aquela bruxa da arma falando que tinha um preço, qual afinal? A própria Maisie faltou mais desenvolvimento e também a outra caçadora, excelente presença, mas pouco sabemos a respeito.
O Bom Patrão
3.7 21 Assista AgoraUm ritmo mais intenso aqui seria até bem vindo, pois a câmera acompanha a vida frenética desse "burguês safado" e toda sua hipocrisia. São vários temas, meritocracismo, minorias étnicas, prêmios da indústria feitos por encomenda, adultérios, favoritismo no ambiente corporativo... É um prato cheio pra quem estuda atua no RH, com certeza vai se identificar com muita coisa ali, por mais que o filme tenha um tom acima por ser uma comédia, ficou muito bem feito, e com atuações acima da média.
O Telefone Preto
3.5 1,0K Assista AgoraFiquei impressionado com a competência de atuação dos jovens, o ato final foi muito bem construído, e o filme, embora tenha estrutura bem padrão, tem uma atmosfera muito bem construída, com uma fotografia primorosa (até os flashbacks ficaram bem bonitos de assistir).
Elvis
3.8 759Gente, dois monstros, pra mim era o próprio Elvis, socorrrrrr!!!
E Tom Hanks fazendo um antagonista perfeito, sem aquele maniqueísmo típico. E de quebra uma edição frenética!!
Só achei que misturou coisas demais, por exemplo, relação com o empresário, que pra mim deveria ser a alma do filme, mas derrapou um pouco na relação com os pais e com a mulher, mas ainda assim um grande filme!
Titane
3.5 390 Assista AgoraA atmosfera desse filme é realmente primorosa, toda a parte técnica está incrível!! Da maquiagem à sonoplastia, até mesmo a atuação, é um filme com imagens e acontecimentos bizarros que causam impacto, seja com as mortes, ou numa estranha gravidez.
Pra mim o maior problema é que após você acostumar com a estética, fica um filme cansado, com a protagonista "esfriando", além do roteiro parece ficar meio vazio com sua proposta.
Pode até alimentar uma ou outra discussão sobre influência das máquinas, ou mesmo identidade de gênero, impulsos sexuais (e aqui entra também o amor parental, numa leitura mais freudiana), mas ainda assim fica a sensação de ser um mero "pastel de vento", ainda que muito bem produzido.
Slalom - Até o Limite
3.7 7 Assista AgoraÉ muito mais do que relacionamento tóxico: é criminoso!!
PEDOFILIA!! E é muito estranho eu, como olhar masculino, naturalizar a situação no sentido de ver apenas o óbio relacionamento abusivo, e não enxergar que, MESMO QUE ELE A TRATASSE BEM, NÃO, JAMAIS ESSE RELACIONAMENTO PODERIA EXISTIR (e é muito fácil naturalizar, afinal, a menina já tem um corpo com "curvas", até já bebe, é esportista, etc). Enfim, dá pra ver nela o medo e a submissão, e isso me fez pensar que por mais empatia que eu tenha (ou que eu tente ter), jamais saberei o que é ser mulher nessas condições.
Beginning
3.4 16 Assista AgoraA câmera fixa na primeira tomada foi impactante (aliás, toda a construção dos minutos iniciais me deixou paralisado de tão bom), mas confesso que o filme foi perdendo o ritmo ao longo da projeção, e a fixidez da câmera (salvo raras exceções) me incomodou.
Por duas vezes pensei até que o filme tinha travado, por motivos de:
um plano que dura mais de 5 minutos... gente, pra quê??? E ainda usou mais de uma vez tal artifício, me pareceu sinceramente artifício para preencher um vazio narrativo, desnecessário.
Até porque, o filme tem várias camadas interessantes, pois a personagem principal é de fato misteriosa, sofre traumas, tem uma relação estranha com o marido, o filho, o detetive, toda a simbologia das testemunhas de Jeová.... Então, no geral, eu gostei, mas poderia ter lapidado mais os maneirismos, especialmente quando se tornam redundantes. São imagens bem criativas, veja a cena final, e eu gosto de filme assim, mais reflexivo. Espero grandes obras dessa diretora.
Colméia
3.7 20 Assista AgoraAchei que faltou um puro narrativo aqui, as coisas vão acontecendo em tom documental. Vale pela mensagem e pelo registro de ver o papel da mulher em um mundo patriarcal devastado, num contexto de virada para o século XXI, mas que nos remete ao século XVIII (no mínimo).
Alguém Avisa?
3.5 340 Assista AgoraAgora as LGBteias tem um guilty pleasure ruim de Natal pra chamar de seu. Receba!
Caixa Preta
3.2 175 Assista AgoraO roteiro tem grande potencial, mas se perde completamente em nos fazer entrar num clima de credibilidade.
Por exemplo, nunca que um homem adulto sem memórias ficaria cuidando sozinho da sua filha. Nunca que uma médica faria o que fez sem a supervisão institucional de um hospital, ao passo que o filme sequer explica como ela o faz (a cena final é duplamente tosca: uma linguagem de programação simplória e uma deixa pra um segundo filme, que???). O cara ta doente, e a escola ou vizinhos, exigem dele algo que é absolutamente improvável, cuidar de uma criança. Meu Deus, a lei civil vem desde os romanos, gente. Não é possível.
Mas mesmo com todas as concessões absurdas pra história se desenvolver, o apego a um drama superficial afunda ainda mais. A sorte é que temos aqui um bom esforço na interpretação do protagonista, e tem sim uma boa premissa. É uma história que eu gostaria ver nas mãos de um roteirista e um diretor competente.
Shiva Baby
3.8 259 Assista AgoraShiva Baby é uma típica comédia de esteriótipos, mas também reflexiva e intrigante, ambientada em uma única tarde, de forma teatralizada.
A vibe lembra um pouco o "sete dias sem fim". Durante o velório (que nem sabemos de exatamente quem), a câmera vai acompanhar a Danielle e suas situações constrangedoras, com direito a conversas sobre relacionamentos e futuro profissional.
Confesso que o ar pastelão e caricato me fez perder o interesse na primeira metade, mas a partir do momento em que a protagonista procura o celular, a edição bem feita misturando comédia e suspense me prendeu, e a partir daí ganhou uns contornos meio sombrios, ainda que cômicos.
Tudo é muito conveniente e irritante às vezes, forçado, soa longe do naturalismo a que estamos acostumados, mas isso por um lado é muito bom, há uma quebra de expectativas bem vinda. As atuações estão apenas ok, como a proposta é soar um tom acima, não achei que comprometeram, embora também não achei que ninguém se sobressaiu. Afinal, o principal aqui é o roteiro e o texto,. Dirigido e roteirizado por emma Seligman em sua estreia no cinema, achei que foi mais do que satisfatório para um início de carreira, ainda que, particularmente, não seja o tipo de filme que me agrade, uma vez que as situações basicamente se resumem a coisas um tanto quanto supérfluas (pela proposta de ter diálogos rápidos, sem grande aprofundamento) ou ainda, pela proposital exagero.
Mas a proposta diverte e, mesmo não mergulhando fundo, como dito inicialmente, é possível sim refletir sobre papéis sociais e essa pressão na pós-modernidade, e por isso merece a conferida.
Jennifer Lopez: Halftime
3.6 26 Assista AgoraO documentário é bastante satisfatório e gostoso de assistir, tem uma edição primorosa. Nem sou fã da JL, curto apenas algumas músicas, pra mim a melhor é "On the floor". Por isso consegui ter uma opinião, ao mesmo tempo em que afetuosa com a obra, também desconsiderei alguns detalhes.
Em certos momentos, sofre do mal de alguns filmes de biografias: manter o distanciamento necessário, sem exaltar. Por exemplo, eles pegaram as críticas mais nojentas (e algumas delas misóginas) sobre ela, com uma trilha que as associava à vilania, pecando pelo maniqueísmo. Ok, de fato, ela recebeu críticas desproporcionais e altamente desnecessárias, mas certamente, assim como quase todo artista, recebeu críticas equilibradas. Outro exemplo da parcialidade: no documentário, tanto Shakira quanto Laura Dern são deixadas de lado (claro que o doc não é sobre elas, mas não custava nada dar mais alguns minutos ou mesmo segundos pras outras, inclusive pra compreender que, bem, o mundo não gira em torno da JL).
Mas assim, fica claro que JL foi sim injustiçada no Oscar (sou cinéfilo, e tendo visto todos os filmes concorrentes, em minha humilde opinião, merecia sim ao menos a indicação). E também a sua fala sobre o tempo exíguo para duas latinas no Super Bowl é bastante pertinente.
E, sinceramente, o carisma e o talento da JL são indiscutíveis. Nisso o roteiro acerta em cheio: há um fio condutor na narrativa, há um ápice, há um desfecho. Pareceu-me que a controvérsia com as gaiolas soou um pouco forçado, mas narrativamente gerou uma linha de raciocínio que sabia onde chegar. Neste sentido, está muito melhor do que a média de muitos documentários: não é episódico, tudo ali tem um porquê.
Sobre o engajamento com a filha, a letra da música que ela fechou o Super Bowl responde, acho que as pessoas ainda não captaram a essência da mensagem que ela quis passar. Não senti em nenhum momento a JL forçando a barra pra menina, e sim ressaltando a importância de se criar raízes, de valorizar a família, mesmo num ambiente como o norte-americano, em que ainda se convive com uma xenofobia latente, pois a família é a base de todo o processo de socialização. Deu pra ver que ela amadureceu também, pois ela conseguiu dialogar com seu posicionamento público, assim como Anitta, Lady Gaga e Beyonce, e tantas outras, que sabem que suas imagens vão muito além da arte.
Terminei o documentário percebendo a importância da JL para além dos palcos, e isso é algo que engrandece a mensagem e toda a experiência.
Azor
3.3 11Ambientado no final da ditadura militar argentina, em 1981, o filme percorre o cotidiano do banqueiro suíço Yvan, com a ingrata missão de firmar seus negócios com uma elite latina duvidosa, mas não encontre aqui personagens maniqueístas e evidentes: o filme instiga a inteligência do expectador para desbravar as motivações e as facetas ideológicas mais escondidas dos personagens.
"Azor" é uma expressão que significa "conter-se", "falar pouco" ou mesmo "silenciar-se". Assim, é preciso caminhar com cuidado, o filme consegue manter o nível de suspense e tensão por não sabermos ao certo os desdobramentos das negociações, bem como não sabermos sobre o desaparecimento do sócio de Yvan. Note-se, quando ele foi ao clube "Círculo de Armas", parecia estar num jogo de gato e rato, e os diálogos primorosos conseguem tornar a experiência visceral.
Mas não sei ao certo o que faltou, pois o filme é meio frio e cansativo. Falar que faltou drama ou tensão, é como exigir do filme aquilo que não era sua proposta, afinal, "Azor", como dito, é justamente sustentado na ausência, dando ênfase ao subentendido e aos desdobramentos implícitos.
Também gostei de como o filme não descambou para falsos estigmas: as mulheres estão super bem no seu papel, sem ser idiotizadas. A elite, embora esnobe, não caiu em caricaturas.
Enfim, é um filme equilibrado, tenso, inteligente. Muito interessante.
O final foi bem óbvio, o capital financeiro não faz distinção de ideologia política. E estranhamente, assa afirmativa pode ser vista como redenção (ou não).
Drive My Car
3.8 384 Assista AgoraEmbora meio arrastado em suas quase 3h de duração, esse filme é basicamente sobre as não palavras (em minha humilde interpretação).
Nota-se, as palavras têm potência, machucam, causam guerra e destruição, mas também, restauram, redimem, criam arte. Mas e as não-palavras? E o que não é dito? Perceba que há uma peça de teatro sendo encenada no filme, com direito a uma atriz muda, mostrando que há um poder criativo na encenação, nos gestos, em outras linguagens, sem obviamente desconsiderar o texto. Mas aqui o texto é múltiplo, tem várias camadas.
Surpreendentemente (talvez nem tanto para Foucault, para quem o silêncio é um dispositivo poderoso de interdição), situações podem ser potencializadas por aquilo que não falamos, ou ainda, com o que falamos através de outros sinais, como na arte, no teatro, no cinema, ou mesmo em libras. O protagonista, que assume o papel de diretor, vivia um relacionamento onde as não-palavras tinham grande peso. Até que ponto a nossa vida é desenvolvida pelo silêncio ou pela forma como deixamos de agir?
Quanto ao título do filme:
A nossa vida está sendo conduzida por nós mesmos ou estamos nos deixando conduzir? Até que ponto tomamos as rédeas do nosso caminho? Veja que sempre temos o poder de escolha: o protagonista escolheu perdoar ou fazer vista grossa à esposa, mas também escolheu viver ao final. Mais ainda, não sabemos exatamente se fora responsável pela morte da esposa, o que mostra que, mesmo escolhendo, falando explicitamente ou não, nosso destino é algo que nos escapa. Deixar-se conduzir ou conduzir diretamente, como Sartre previa, ao mesmo tempo que é escolha, é condenação: somos condenados a ser livres. E impactamos todos que nos rodeiam, nossos infernos sociais. E aqui com o extra de que não apenas a nossa relação com os vivos, mas principalmente com os mortos, no luto. Memórias, imagens, lembranças, tudo nos remete à relação com o próximo. Gravado em Hiroshima, é uma explosão de sentimentos, que nos abalam até hoje.
Filme existencialista até os poros, certamente merece uma revisão com o tempo.
Professor Polvo
4.2 387 Assista AgoraIndependentemente do quão piegas a narrativa se tornou (excelente trabalho de edição, pois certamente o cara construiu uma narrativa coesa a partir das imagens), o fato é que temos aqui um documentário não apenas poético, mas com imagens impressionante; o colorido, a percepção de espaço, os closes, os momentos únicos filmados. Só isso já valeria a experiência, como conseguiram captar momentos tão únicos na natureza?
De quebra, você ganha uma história que mescla a luta pela sobrevivência na universalidade da perenidade da vida com o ode ao encantamento das belezas naturais. Que filme lindo!
A Galeria dos Corações Partidos
3.5 95O filme diverte, e tem ótimos diálogos, com personagens carismáticos (talvez exceto o Dacre, além de um rosto bonito, está anos luz no quesito atuação, mas ok).
Tudo está bem amarradinho no roteiro (tirando o fato do romance com o ex ter uma volta meio atropelada), inclusive a motivação da protagonista em guardar pequenos objetos, que soa convincente e tocante.
Claro que tem muita idealização, seja em termos de romance ou mesmo sobre o projeto da galeria. Até parece que é muito fácil viver de arte ou abrir um negócio e você se tornar instantaneamente um sucesso nas redes... mas tudo bem, isso não estraga a experiência, o filme tem ótimas tiradas, e mesmo contando com uma diversidade incrível, não é nem um pouco apelativo.
O enredo principal foi honesto em entregar uma poderosa mensagem de seguir em frente mesmo na adversidade, ainda que o faça com os velhos clichês das comédias românticas, no entanto, por ter personagens bem construídos e carismáticos, além de um texto afiado, vale a pena ser conferido.
O Fotógrafo de Minamata
3.5 29 Assista AgoraDeep definitivamente quase estraga o filme, que tinha tudo para figurar numa grande obra de denúncia. É importantíssimo o resgate à temática que nos confronte com a urgência climática, e "Minamata" resgata o desastre de 1971 ocorrido no Japão, quando o despejo de mercúrio provocou uma série de mortes e deformações nas pessoas.
Mas o personagem central irrita bastante, já não bastasse a caricatura de vários outros, temos aqui vários deslizes,problemas também com a edição.
A cena final, com um bombardeio de informações sobre vários outros desastres ao longo do globo, chega a ser melhor que o filme inteiro.
O que Vemos Quando Olhamos para o Céu?
3.8 9Há muita poesia aqui, contando uma história letárgica, que lembra um pouco "encontros e desencontros", mas com um belo par romântico.
No entanto, o roteiro opta por arrastar-se demais, numa tentativa de soar épico. Note a trilha sonora, muito bela, mas cansativa.
é o tipo de cinema que deve ser sentido, muito mais do que procurar uma lógica narrativa:
Em minha interpretação da obra, captei a redenção pelo cinema, de como a arte revela o óbvio ou o que precisa ser dito, e não importa se de grandes fatos ou de paisagens cotidianas: as vezes o amor ou a beleza estão tão próximos de você, em elementos banais. Veja, temos dificuldade em nos perceber (a parte que ele fala que a nossa era é uma das mais violentas, que matamos bilhões de outros seres sem que nos choquemos com o fato). Ao mesmo tempo, somos seres culturais e simbólicos por excelência, dotados de interpretações múltiplas.
OBS: em entrevista, o diretor falou que o título se refere ao gesto do Messi de olhar para o céu ao marcar o gol, e de como esse gesto praticamente universal tem um significado diferente para cada indivíduo, que tem muita relação com simbolismo, mas também com fé e esperança.
Só não foi melhor por conta do ritmo arrastado. Poderia cortar 30 minutos de algumas cenas e aproveitar uns 10 pra desenvolver o casal principal, afim de criar maior conexão, ou se a ideia é focar no cotidiano, que não fosse tão cansativo, co 1 hora de filme já estava cansativo acompanhar...
além disso, se a ideia era evocar as imagens, achei que apelou bastante para uma narração que nem sempre funciona.
Mas no geral é um filme bem bonito, e deve ser visto com o coração aberto pra captar a mensagem (e pra não dormir).
Lingui
4.1 11Em um ano marcado por retrocessos, falo em especial da decisão da Suprema corte norte-americana que revogou o direito das mulheres ao aborto seguro (cabendo aos respectivos estados federados a responsabilidade), e também marcado por filmes como "The Janes" e "The happening", é completamente satisfatório termos a temática do aborto sendo retratada num país como o Chade, centro-norte da África, com mulheres negras e pobres, para mostrar como a realidade pode ser ainda pior (a menina fora expulsa da escola, e convive diariamente com sua degradação, tendo que sobreviver de vendas informais).
Repare que em todos esses exemplos de filmes recentes, não sabemos sobre o ato em si, pois isso pouco importa. Seja o sexo consentido ou não, o que vale é mostrar que, do país supostamente mais democrático do mundo ao país mais desprovido de recursos, as mulheres ainda têm muito com o que lutar.