Obviamente que a melhor coisa do filme é a impressionante interpretação de Blanchett como maestrina e também como uma mulher com problemas familiares e profissionais. Há uma cena exagerada perto do final quando ela tem um ataque de nervos frente à orquestra, mas isso não macula o filme, não muito. Há muita coisa interessante para se ver e ouvir em Tár, especialmente aquela entrevista do início, que faz o mundo da música clássica um lugar fascinante mesmo quando apresentado somente através de palavras. Ainda temos certa metalinguagem quando Lydia no ensaio da sinfonia no. 5, de Mahler, pede aos músicos que esqueçam Visconti; que é o famoso diretor italiano a utilizou (melosamente, para Tár?) na trilha sonora de A Morte em Veneza. E ainda há outra referência cinematográfica, a Marlon Brando, porque Apocalipse Now, de Francis Ford Coppola foi rodado nas Filipinas (onde ela trabalha agora) simulando o Vietnã. Mas vou parando por aqui, vejam o filme.
Quem leu o livro sempre vai achá-lo melhor do que o filme, claro, que me pareceu muito mais uma coleção de cenas do que uma história orgânica. Tem mais tristeza do que alegria, mas a Pescaria do Pacu foi o momento mais engraçado e mesmo com seu duplo sentido pode ser coisa de criança (brasileira) também.
Baseado num caso real, história foi romanceada por Hans Fallada no livro Morrer a Sós em Berlim (editora Record, 2020), um calhamaço de quase 800 páginas, ótimo livro. Quase tudo que tem no livro tem no filme, embora muitos personagens e situações tenham sido modificados ou eliminados na adaptação, senão o filme duraria várias horas. Tem 3 ótimos atores (Emma, Gleeson e Bruhl) mas com atores desconhecidos e falando alemão talvez o resultado ficasse melhor.
Ouvi falar tanto sobre esse documentário mas agora que vi penso que ficou bem aquém das minhas expectativas. Os três irmãos fazem um belo trabalho de recuperação dos milhafres no que parece ser um porão da residência familiar, num ambiente pouco propício etc. Precisam de doações, nada é lá muito fácil, as condições higiênicas da periferia de Nova Delhi são lastimáveis, um dos irmãos tem planos de estudar no exterior, então acompanhamos várias histórias ao mesmo tempo. Penso que O Território, de Alex Pritz, sobre o povo indígena Uru-Eu-Wau-Wau, que foi esnobado pela Academia, era bem melhor e mais interessante.
Tem certa crítica social - tratamento dispensado pelos aristocratas aos empregados - mas no fundo é mesmo uma espécie de comédia romântica, sem muita graça. Eram os anos 1950, então técnicas fílmicas não eram tão desenvolvidas, porque se vê claramente que muitas cenas marítimas foram realizadas em estúdio mesmo. Para ver uma vez e esquecer.
Propositalmente meio confuso para criar certo clima kafkaniano, um homem à procura de outro com seu próprio nome durante um dos períodos mais odiosos da história do século XX, o da perseguição aos judeus, o Holocausto enfim. Notáveis presenças de Delon e Jeanne Moreau e por detrás de tudo um grande diretor, Losey.
Premiada com o Nobel de literatura de 2022, com vários livros lançados no Brasil, temos aqui a oportunidade de conhecer um pouco da vida da escritora francesa através dos filmes caseiros que seu marido gravava. É mais sobre a mulher, sua família, viagens, política etc. do que propriamente sobre literatura. Mas é interessante, vale a pena ver (ouvir), ainda que as imagens não sejam as melhores.
Filme de 1987 passado em 1962 na Austrália, ano em que a voz do protagonista, Danny Embling, quebrou, que é uma metáfora para seu caso de amor mal sucedido, tipo quem eu quero não me quer, prefere outro rapaz, bem apessoado mas cafajeste. Danny toca violão e canta daí também a razão desse título meio estranho. Filme me pareceu pouco mais que mediano, mas tem situações interessantes e um personagem curioso.
Já que ninguém colocou a sinopse aqui vai, retirada do IMDb: "A história cobre oitenta anos da vida de um par de gêmeos galeses idênticos com um vínculo incomum enquanto eles passam por guerras, casos amorosos e disputas de terras." Exatamente isso é o que acontece nessa história com os meninos, depois rapazes e finalmente adultos. Um irmão sente o que o outro está passando (frio intenso etc.) mesmo que estejam muito distantes um do outro, como naquele romance de Alexandre Dumas (pai), Os Irmãos Corsos. Colina Negra é uma adaptação do livro homônimo de Bruce Chatwin, que é ótimo. Leia o livro e veja o filme.
Esse documentário é tão bom quanto os melhores filmes de Brando, aqueles pelos quais será eternamente lembrado. Que ele também fez e reconhece a certa altura, alguns filmes execráveis ao lado de grandes sucessos de crítica e bilheteria.
É um retrato profundamente interessante do ator excepcional e igualmente do homem com seus problemas, especialmente os familiares. Mas que tinha tempo para se preocupar com os problemas dos outros. Então, um dos pontos altos aqui é seu engajamento na luta pelos direitos civis dos negros americanos. E também dos índios de seu país.
Ninguém pode dizer que conhece cinema de fato se desconhece o trabalho de Marlon Brando. Não agora com esse brilhante documentário de Stevan Riley. que joga luz sobre uma personalidade de muitas facetas, algumas delas expostas pela primeira vez, acredito.
Surgem as inevitáveis comparações do cineasta coreano com Hitchcock: ele vai ter de comer muito celuloide para chegar aos pés do genial diretor de Vertigo, Psicose, Os Pássaros etc. Decisão de Partir é excessivamente longo e propositalmente confuso para parecer inteligente, quando na verdade, para os espectadores comuns (meu caso), não passa de um produto bastante aborrecido. Hitchcock levava multidões aos cinemas e deixava o público eletrizado e não bocejando de tédio. Não há empatia com os personagens nem com os atores, numa história pouquíssimo interessante com um final melodramático, patético, melhor dizendo. Que partisse logo! Felizmente a Academia não selecionou o filme para os cinco finalistas de filme internacional, mas colocou lá outro filme chato, Eo, da Polônia. Vá entender...
Não entendo como um ótimo filme desses, que além de contar uma história original (com muitos lances de humor negro) que está sempre surpreendendo o espectador e traz personagens inusitados teve tão poucas indicações no Oscar 2023 (3 apenas, ainda que importantes) e uma chatice como Tudo... levou 11. Bem, ano passado a Academia premiou C.O.D.A., filme simpático porém esquecível e inferior ao filme francês (A Família Bellier) que lhe deu origem, então não será surpresa se Tudo... se consagrar em 2023. Triângulo... me pareceu até melhor do Os Fabelmans e Os Banshees de Inisherin, que são muito bons também. Somente aquelas citações trocadas entre o capitão e o milionário russo sobre capitalismo e socialismo já valeriam um Oscar...
No final, diz-se que a realização do filme foi movida pelo amor aos animais. OK, mas mesmo com a simpatia do burrinho e uns poucos momentos agradáveis, não consegui me conector com essa história. Que no geral me pareceu um coice no saco do espectador. E ficou entre as 5 melhores produções internacionais no Oscar 2023; vá entender a Academia.
Filme que mistura comédia e drama, mas com mais momentos dramáticos do que cômicos - no máximo dá pra sorrir em umas poucas cenas mais descontraídas. Algumas coisas que acontecem na tela são bastante previsíveis mas também ocorrem várias surpresas que mantém o interesse do espectador. Nem de longe lembra os grandes filmes suecos ganhadores de Oscar; arrisco até a escrever que daqui a alguns anos estará sendo exibida em sessões da tarde na tevê, mas tem vários elementos (p. e., o desempenho de Rolf Lassgard) que garantem seu sucesso comercial. Daí que já fizeram uma versão americana com Tom Hanks (ator que ultimamente tem decepcionado um tanto por suas participações em filmes equivocados).
Os cenários naturais da Irlanda são espetaculares tornando a fotografia primorosa; temos ótimos atores centrais, direção, costumes, objetos etc., enfim tudo o que diz respeito à produção funciona perfeitamente. A primeira parte tem diálogos bastante engraçados, parece que teremos então uma saborosa comédia, inteligente, fina. Porém, quando o filme começa a se tornar uma espécie de história macabra (dedos, jumentinha), já não temos mais tanto motivo para rir, ainda que a narrativa permaneça acima da média por todas as suas qualidades, mas... (Banshees são as "almas penadas" para os irlandeses, católicos e supersticiosos).
Uma questão que percorre todo o filme, ainda que não seja a principal - que é a do afeto -, parece ser a que a introspecção (comportamento) de uma criança, seu desenvolvimento lento na escola etc., tem muito a ver com o ambiente familiar que a rodeia, como ocorre aqui. Que isso ocorreria mais com as famílias pobres do que com as ricas, ou naquelas em que os casais não se dão tão bem, tal como vemos no filme. De todo modo, A Menina Silenciosa é um filme simples, sensível, comovente, bem interpretado etc. Representante da Irlanda no Oscar 2023, concorre com Close, da Bélgica, outro drama sobre crianças, mas um pouco mais pesado que este.
Mais um drama dramático selecionado para o Oscar de filme internacional. E não adianta lamentar porque sem a tragédia que ocorre lá pela metade do filme, essa história nem existiria, o roteiro ficaria girando em torno de si próprio, me parece. Close tem lá suas qualidades, dois ótimos atores infantis etc., mas não é inesquecível e tampouco se prestaria para ser revisto de vez em quando.
Produto pensado e executado com capricho e ciência para atingir seus objetivos. Tem todos os elementos na medida certa para agradar quem apreia filmes de aventuras. numa fórmula bastante conhecida em que é possível sempre saber como a história vai terminar. E arrecadar milhões de dólares nas bilheterias mundo afora.
Filme tem ótimos atores, direção, fotografia, trilha sonora etc., e alterna momentos bastante agradáveis (alguns até com certo humor) -- das férias de um jovem pai com sua filha num verão na Turquia -- com outros momentos que pedem reflexão porque se originam de situações perturbadoras, ou desesperadoras, melhor dizendo. Alguns críticos elegeram Aftersun como um dos melhores filmes produzidos em 2022. Com razão.
Prefiro os filmes iranianos tradicionais porque já sabemos tudo o que resulta da nefasta combinação de política e religião, ainda mais com os fatos recentes ocorridos em Teerã e outras cidades persas. Aqui há uma certa ocidentalização da narrativa com cenas de sexo jamais vistas em filmes do país e também com a introdução de uma espécie de detetive (a jornalista) que irá solucionar o caso correndo altos riscos. Claro, o filme foi rodado na Jordânia, porque os aiatolás quando não gostam do que veem mandam enforcar os opositores. Holy Spider é interessante, porém somente até certo ponto.
Li em algum lugar que Os Fabelmans é o Cinema Paradiso de Steven Spielberg, a paixão pela sétima arte desde criança, o que não deixa de ser verdade. Mas é também um filme sobre a vida em família, especialmente numa família judia, coisa peculiar bastante retratada no cinema e na literatura. Gostei de quase tudo, com destaque para o talento das crianças e do jovem que interpreta Sam Fabelman.
Fundos de investimento multiverso estão dando prejuízo aos investidores. nada a ver com o filme, ou muito, pensando bem. Abandonei aos 20 e poucos minutos, me deu sono, portanto não vou dar nota. Quando passarem a usar criptomoedas no roteiro também não vou ver.
Um pouco longo demais, mas acho que foi uma tentativa de trazer para a tela todas as situações e personagens do livro homônimo de Louis Bayard em que foi baseado. Como Poe de fato existiu não sei até que ponto o personagem de Harry Melling tem a ver realmente com o escritor e poeta. Para resumir, há trechos do filme bastante interessantes e outros nem tanto; o livro também não parece ser excepcional. Então melhor ver o filme, que toma menos tempo que a leitura e tem uma boa virada perto do final..
Desconstruindo Sissi, com uma atriz que lembra um tanto a célebre Romy Schneider, a primeira interprete da imperatriz Elizabeth. Filme resultou muito mais interessante do que se a diretora tivesse se proposto biografar a conhecida personagem. Aí possivelmente a história seria um tanto previsível e talvez aborrecida sem as liberdades tomadas por Kreutzer.
Tár
3.8 392 Assista AgoraObviamente que a melhor coisa do filme é a impressionante interpretação de Blanchett como maestrina e também como uma mulher com problemas familiares e profissionais. Há uma cena exagerada perto do final quando ela tem um ataque de nervos frente à orquestra, mas isso não macula o filme, não muito. Há muita coisa interessante para se ver e ouvir em Tár, especialmente aquela entrevista do início, que faz o mundo da música clássica um lugar fascinante mesmo quando apresentado somente através de palavras. Ainda temos certa metalinguagem quando Lydia no ensaio da sinfonia no. 5, de Mahler, pede aos músicos que esqueçam Visconti; que é o famoso diretor italiano a utilizou (melosamente, para Tár?) na trilha sonora de A Morte em Veneza. E ainda há outra referência cinematográfica, a Marlon Brando, porque Apocalipse Now, de Francis Ford Coppola foi rodado nas Filipinas (onde ela trabalha agora) simulando o Vietnã. Mas vou parando por aqui, vejam o filme.
Meu Pé de Laranja Lima
3.9 341Quem leu o livro sempre vai achá-lo melhor do que o filme, claro, que me pareceu muito mais uma coleção de cenas do que uma história orgânica. Tem mais tristeza do que alegria, mas a Pescaria do Pacu foi o momento mais engraçado e mesmo com seu duplo sentido pode ser coisa de criança (brasileira) também.
Sozinhos em Berlim
3.6 19Baseado num caso real, história foi romanceada por Hans Fallada no livro Morrer a Sós em Berlim (editora Record, 2020), um calhamaço de quase 800 páginas, ótimo livro. Quase tudo que tem no livro tem no filme, embora muitos personagens e situações tenham sido modificados ou eliminados na adaptação, senão o filme duraria várias horas. Tem 3 ótimos atores (Emma, Gleeson e Bruhl) mas com atores desconhecidos e falando alemão talvez o resultado ficasse melhor.
Tudo o que Respira
3.2 38 Assista AgoraOuvi falar tanto sobre esse documentário mas agora que vi penso que ficou bem aquém das minhas expectativas. Os três irmãos fazem um belo trabalho de recuperação dos milhafres no que parece ser um porão da residência familiar, num ambiente pouco propício etc. Precisam de doações, nada é lá muito fácil, as condições higiênicas da periferia de Nova Delhi são lastimáveis, um dos irmãos tem planos de estudar no exterior, então acompanhamos várias histórias ao mesmo tempo. Penso que O Território, de Alex Pritz, sobre o povo indígena Uru-Eu-Wau-Wau, que foi esnobado pela Academia, era bem melhor e mais interessante.
O Mordomo e a Dama
4.0 8Tem certa crítica social - tratamento dispensado pelos aristocratas aos empregados - mas no fundo é mesmo uma espécie de comédia romântica, sem muita graça. Eram os anos 1950, então técnicas fílmicas não eram tão desenvolvidas, porque se vê claramente que muitas cenas marítimas foram realizadas em estúdio mesmo. Para ver uma vez e esquecer.
Cidadão Klein
4.0 22Propositalmente meio confuso para criar certo clima kafkaniano, um homem à procura de outro com seu próprio nome durante um dos períodos mais odiosos da história do século XX, o da perseguição aos judeus, o Holocausto enfim. Notáveis presenças de Delon e Jeanne Moreau e por detrás de tudo um grande diretor, Losey.
Os Anos do Super 8
2.9 2Premiada com o Nobel de literatura de 2022, com vários livros lançados no Brasil, temos aqui a oportunidade de conhecer um pouco da vida da escritora francesa através dos filmes caseiros que seu marido gravava. É mais sobre a mulher, sua família, viagens, política etc. do que propriamente sobre literatura. Mas é interessante, vale a pena ver (ouvir), ainda que as imagens não sejam as melhores.
O Ano em que Minha Voz Quebrou
3.9 1Filme de 1987 passado em 1962 na Austrália, ano em que a voz do protagonista, Danny Embling, quebrou, que é uma metáfora para seu caso de amor mal sucedido, tipo quem eu quero não me quer, prefere outro rapaz, bem apessoado mas cafajeste. Danny toca violão e canta daí também a razão desse título meio estranho. Filme me pareceu pouco mais que mediano, mas tem situações interessantes e um personagem curioso.
On the Black Hill
4.2 1Já que ninguém colocou a sinopse aqui vai, retirada do IMDb: "A história cobre oitenta anos da vida de um par de gêmeos galeses idênticos com um vínculo incomum enquanto eles passam por guerras, casos amorosos e disputas de terras." Exatamente isso é o que acontece nessa história com os meninos, depois rapazes e finalmente adultos. Um irmão sente o que o outro está passando (frio intenso etc.) mesmo que estejam muito distantes um do outro, como naquele romance de Alexandre Dumas (pai), Os Irmãos Corsos. Colina Negra é uma adaptação do livro homônimo de Bruce Chatwin, que é ótimo. Leia o livro e veja o filme.
A Verdade sobre Marlon Brando
4.4 71 Assista AgoraEsse documentário é tão bom quanto os melhores filmes de Brando, aqueles pelos quais será eternamente lembrado. Que ele também fez e reconhece a certa altura, alguns filmes execráveis ao lado de grandes sucessos de crítica e bilheteria.
É um retrato profundamente interessante do ator excepcional e igualmente do homem com seus problemas, especialmente os familiares. Mas que tinha tempo para se preocupar com os problemas dos outros. Então, um dos pontos altos aqui é seu engajamento na luta pelos direitos civis dos negros americanos. E também dos índios de seu país.
Ninguém pode dizer que conhece cinema de fato se desconhece o trabalho de Marlon Brando. Não agora com esse brilhante documentário de Stevan Riley. que joga luz sobre uma personalidade de muitas facetas, algumas delas expostas pela primeira vez, acredito.
Decisão de Partir
3.6 143Surgem as inevitáveis comparações do cineasta coreano com Hitchcock: ele vai ter de comer muito celuloide para chegar aos pés do genial diretor de Vertigo, Psicose, Os Pássaros etc. Decisão de Partir é excessivamente longo e propositalmente confuso para parecer inteligente, quando na verdade, para os espectadores comuns (meu caso), não passa de um produto bastante aborrecido. Hitchcock levava multidões aos cinemas e deixava o público eletrizado e não bocejando de tédio. Não há empatia com os personagens nem com os atores, numa história pouquíssimo interessante com um final melodramático, patético, melhor dizendo. Que partisse logo! Felizmente a Academia não selecionou o filme para os cinco finalistas de filme internacional, mas colocou lá outro filme chato, Eo, da Polônia. Vá entender...
Triângulo da Tristeza
3.6 730 Assista AgoraNão entendo como um ótimo filme desses, que além de contar uma história original (com muitos lances de humor negro) que está sempre surpreendendo o espectador e traz personagens inusitados teve tão poucas indicações no Oscar 2023 (3 apenas, ainda que importantes) e uma chatice como Tudo... levou 11. Bem, ano passado a Academia premiou C.O.D.A., filme simpático porém esquecível e inferior ao filme francês (A Família Bellier) que lhe deu origem, então não será surpresa se Tudo... se consagrar em 2023. Triângulo... me pareceu até melhor do Os Fabelmans e Os Banshees de Inisherin, que são muito bons também. Somente aquelas citações trocadas entre o capitão e o milionário russo sobre capitalismo e socialismo já valeriam um Oscar...
Eo
3.3 96 Assista AgoraNo final, diz-se que a realização do filme foi movida pelo amor aos animais. OK, mas mesmo com a simpatia do burrinho e uns poucos momentos agradáveis, não consegui me conector com essa história. Que no geral me pareceu um coice no saco do espectador. E ficou entre as 5 melhores produções internacionais no Oscar 2023; vá entender a Academia.
Um Homem Chamado Ove
4.2 382 Assista AgoraFilme que mistura comédia e drama, mas com mais momentos dramáticos do que cômicos - no máximo dá pra sorrir em umas poucas cenas mais descontraídas. Algumas coisas que acontecem na tela são bastante previsíveis mas também ocorrem várias surpresas que mantém o interesse do espectador. Nem de longe lembra os grandes filmes suecos ganhadores de Oscar; arrisco até a escrever que daqui a alguns anos estará sendo exibida em sessões da tarde na tevê, mas tem vários elementos (p. e., o desempenho de Rolf Lassgard) que garantem seu sucesso comercial. Daí que já fizeram uma versão americana com Tom Hanks (ator que ultimamente tem decepcionado um tanto por suas participações em filmes equivocados).
Os Banshees de Inisherin
3.9 566 Assista AgoraOs cenários naturais da Irlanda são espetaculares tornando a fotografia primorosa; temos ótimos atores centrais, direção, costumes, objetos etc., enfim tudo o que diz respeito à produção funciona perfeitamente. A primeira parte tem diálogos bastante engraçados, parece que teremos então uma saborosa comédia, inteligente, fina. Porém, quando o filme começa a se tornar uma espécie de história macabra (dedos, jumentinha), já não temos mais tanto motivo para rir, ainda que a narrativa permaneça acima da média por todas as suas qualidades, mas... (Banshees são as "almas penadas" para os irlandeses, católicos e supersticiosos).
A Menina Silenciosa
4.0 129Uma questão que percorre todo o filme, ainda que não seja a principal - que é a do afeto -, parece ser a que a introspecção (comportamento) de uma criança, seu desenvolvimento lento na escola etc., tem muito a ver com o ambiente familiar que a rodeia, como ocorre aqui. Que isso ocorreria mais com as famílias pobres do que com as ricas, ou naquelas em que os casais não se dão tão bem, tal como vemos no filme. De todo modo, A Menina Silenciosa é um filme simples, sensível, comovente, bem interpretado etc. Representante da Irlanda no Oscar 2023, concorre com Close, da Bélgica, outro drama sobre crianças, mas um pouco mais pesado que este.
Close
4.2 470 Assista AgoraMais um drama dramático selecionado para o Oscar de filme internacional. E não adianta lamentar porque sem a tragédia que ocorre lá pela metade do filme, essa história nem existiria, o roteiro ficaria girando em torno de si próprio, me parece. Close tem lá suas qualidades, dois ótimos atores infantis etc., mas não é inesquecível e tampouco se prestaria para ser revisto de vez em quando.
Top Gun: Maverick
4.2 1,1K Assista AgoraProduto pensado e executado com capricho e ciência para atingir seus objetivos. Tem todos os elementos na medida certa para agradar quem apreia filmes de aventuras. numa fórmula bastante conhecida em que é possível sempre saber como a história vai terminar. E arrecadar milhões de dólares nas bilheterias mundo afora.
Aftersun
4.1 700Filme tem ótimos atores, direção, fotografia, trilha sonora etc., e alterna momentos bastante agradáveis (alguns até com certo humor) -- das férias de um jovem pai com sua filha num verão na Turquia -- com outros momentos que pedem reflexão porque se originam de situações perturbadoras, ou desesperadoras, melhor dizendo. Alguns críticos elegeram Aftersun como um dos melhores filmes produzidos em 2022. Com razão.
Holy Spider
4.0 117 Assista AgoraPrefiro os filmes iranianos tradicionais porque já sabemos tudo o que resulta da nefasta combinação de política e religião, ainda mais com os fatos recentes ocorridos em Teerã e outras cidades persas. Aqui há uma certa ocidentalização da narrativa com cenas de sexo jamais vistas em filmes do país e também com a introdução de uma espécie de detetive (a jornalista) que irá solucionar o caso correndo altos riscos. Claro, o filme foi rodado na Jordânia, porque os aiatolás quando não gostam do que veem mandam enforcar os opositores. Holy Spider é interessante, porém somente até certo ponto.
Os Fabelmans
4.0 388Li em algum lugar que Os Fabelmans é o Cinema Paradiso de Steven Spielberg, a paixão pela sétima arte desde criança, o que não deixa de ser verdade. Mas é também um filme sobre a vida em família, especialmente numa família judia, coisa peculiar bastante retratada no cinema e na literatura. Gostei de quase tudo, com destaque para o talento das crianças e do jovem que interpreta Sam Fabelman.
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista AgoraFundos de investimento multiverso estão dando prejuízo aos investidores. nada a ver com o filme, ou muito, pensando bem. Abandonei aos 20 e poucos minutos, me deu sono, portanto não vou dar nota. Quando passarem a usar criptomoedas no roteiro também não vou ver.
O Pálido Olho Azul
3.3 272 Assista AgoraUm pouco longo demais, mas acho que foi uma tentativa de trazer para a tela todas as situações e personagens do livro homônimo de Louis Bayard em que foi baseado. Como Poe de fato existiu não sei até que ponto o personagem de Harry Melling tem a ver realmente com o escritor e poeta. Para resumir, há trechos do filme bastante interessantes e outros nem tanto; o livro também não parece ser excepcional. Então melhor ver o filme, que toma menos tempo que a leitura e tem uma boa virada perto do final..
Corsage
3.4 25 Assista AgoraDesconstruindo Sissi, com uma atriz que lembra um tanto a célebre Romy Schneider, a primeira interprete da imperatriz Elizabeth. Filme resultou muito mais interessante do que se a diretora tivesse se proposto biografar a conhecida personagem. Aí possivelmente a história seria um tanto previsível e talvez aborrecida sem as liberdades tomadas por Kreutzer.