Personagens situados em pequenos cômodos, dividindo espaço com pertences que materializam a força de lembranças, do passado e da própria existência. No último ato, em especial os momentos dentro do apartamento da avó, potencializam essa questão. A família desestabilizada se confronta sob forte influência de memórias conservadas naquele lugar. A minha primeira impressão do cinema de Hirokazu Koreeda foi positiva. O filme faz um trabalho difícil parecer fácil. Camufla o peso do mundo na leveza de pequenos gestos.
Engraçado que eu receava assistir ao filme que muitos por aí aguardavam ver. Eu imaginava que “Primavera, Verão, Outono, Inverno e… Primavera” apresentaria uma narrativa excessivamente vagarosa, mas ao invés disso a obra de Kim Ki-duk expôs uma concisão que muito me agradou. Não acho que a encenação do diretor é limitadora, pelo menos comigo não correu dessa forma. Talvez eu que seja um pouco ingênuo.
Antes de qualquer coisa, vamos concordar que um filme sobre batalhas de rap deve fazê-las bem. “Bodied” não apenas faz isso, mas também utiliza tais confrontos como pontos de convergência de todo o drama desenvolvido ao longo da narrativa.
Só quero comentar duas cenas mesmo. Mas primeiro, é preciso dizer que o protagonista funciona como um guia do espectador no universo fílmico, ele apresenta para a gente as batalhas de rap. E apesar de ser um outsider, o entusiasmo de Adam pelos confrontos o leva a se aventurar naquele meio.
A primeira batalha dele é muito interessante porque o filme coloca o protagonista em uma posição bem passiva. O adversário começa a ofendê-lo e atacá-lo e parece que a derrota de Adam é iminente. Mas há um movimento nessa sequência que revela o interior do personagem principal. Finalmente é mostrado para o espectador que ele está concentrado e preparando as “barras” para o contra-ataque.
O mais legal disso tudo é que, num primeiro momento, a investida é totalmente falha. Logo, o filme acaba brincando com a gente, afinal, nós nos importamos com o protagonista. A gente queria vê-lo mandar bem na batalha. Por isso há um segundo movimento, aquele em que Adam revisa certos conceitos – muito bem assentados nesses primeiros 30 minutos de filme – e entende que naquele meio ele não precisa “meçar as palavras”. Então, o personagem alia provocações e ofensas com técnica para vencer.
A última batalha é a que melhor exemplifica esse poder de “Bodied” em conciliar toda a dramaticidade construída no decorrer da narrativa com a batalha de rap. Uma encenação consciente não apenas de onde quer chegar, mas de como vai chegar. Só é um pouco diferente de Adam, que apesar de triunfar nos confrontos, pode ter perdido outras lutas.
O filme meio que se sabota com o final pseudo-espirituoso, acho que acaba deslegitimando boa parte da mitologia construída. Ainda assim todo o miolo é perfeito.
– Acha que o amo menos por ele ser assim (boca mole)? – Acho, madame.
As paisagens áridas do trajeto percorrido pelos personagens. Os imprevistos no caminho e o mistério a cerca do que realmente está acontecendo. Ainda tem um tal de Lee Marvin roubando muito a cena.
A premissa de roteiro hitchcockiana – um homem acusado por algo que não fez – transforma-se em uma moderna peça – na perspectiva bazaniana – que sustenta até os últimos momentos uma atmosfera de incertezas eficaz. O filme ainda apropria-se muito bem dos espaços cenográficos e tipos físicos dos atores para reforçar essa sensação.
A resignação da protagonista como a única arma possível para persistir em uma luta aparentemente perdida é comovente. O filme concebe um universo sombrio que é iluminado aos poucos pelo brilho de acontecimentos que até podem demorar para surgir, mas surgem.
Ainda que o filme não tenha me afetado tanto quanto eu esperava, gosto como os acontecimentos e gestos conservam um certo desespero coletivo bem angustiante – os personagens estão sempre olhando através de janelas ou portas, vigiando ou aguardando alguma coisa. A sequência em que agentes arrastam uma mulher pelo corredor do motel me parece dizer muito sobre essa questão, além de acentuar a conformidade detida no interior daquelas figuras. Os últimos trinta minutos se sobressaíram bem.
Só algumas observações. Se em “Before We Vanish” assistimos o personagem antecipar que não é uma piada, aqui, em “Seventh Code”, somos alertados para não confiar em qualquer um. O filme existe para apresentar uma sucessão de fatos surpreendentes que interagem tão bem com o espectador. Não dá para piscar. Enfim, há algo de hipnotizante no registro de uma japonesa correndo desesperadamente pelas ruas de Vladivostok enquanto carrega uma mala maior que ela mesma.
As sequências dos furtos, em contraponto aos planos simples, intuem o motivo pelo qual Michel rouba carteiras: esses momentos o fazem sentir vivo. A encenação rigorosamente econômica de Robert Bresson alcança um realismo que não se enquadra na realidade – por mais paradoxal que isso seja. Há ainda um vazio autodestrutivo neste protagonista camuniano que, no final das contas, está buscando o mesmo que todos nós.
“Legítimo Rei” dá ênfase às causas e efeitos da rebelião, apresentando os procedimentos do golpe sem cerimônia. Sinto falta de uma melhor interiorização das motivações das personagens. Apesar delas existirem, acho meio frágeis. Mas daí estou querendo outra coisa também, né? O pior é que ao flertar com duas tendências de filmes históricos, uma supostamente realista e outra mais romântica, ele acaba se perdendo. Enfim, pelo menos, as sequências de ação são boas.
“The Bigamist” compartilha algumas similaridades temáticas presentes no primeiro longa-metragem da Ida Lupino, “Not Wanted”. Seja a questão da maternidade ou os conflitos morais e éticos envolvendo as personagens – neste filme, especificamente, é acrescentado até mesmo uma disputa de ordem jurídica. É no mínimo curioso a predisposição das obras por esses assuntos.
No entanto, há em “The Bigamist” um cuidado na construção do encontro utópico entre Harry e Phyllis. O fato do protagonista estar angustiado por causa de problemas no casamento – a esposa extremamente dedica aos negócios da empresa e a impossibilidade de ter filhos – parece surgir como uma justificativa para ele apaixonar-se perdidamente pela até então desconhecida garçonete.
Por sua vez, a narrativa lembra muito a de “Not Wanted”: uma recapitulação dos acontecimentos a partir das memórias de um único personagem. Isso acaba colocando em contestação a própria reconstituição dos episódios, afinal, tais narrações estão à mercê da subjetividade do sujeito.
Enfim, não quero me estender demais nessas breves considerações. Acho que Ida Lupino arquiteta muito bem a encenação dessa moderna trama melodramática. Ela busca a compreender as personagens – em especial Harry – enfatizando olhares e pequenos gestos. Conforme apontado pelo crítico Luís Alberto Rocha Melo, é um trabalho que antecipa cinemas com o de John Cassavetes, por exemplo. Além disso, vale ressaltar que Lupino apropria-se como poucos das ambientações – São Francisco e Los Angeles, cidades que o protagonista visita frequentemente por causa da vida dupla.
– Não consigo definir meus sentimentos por você. Eu o desprezo... e me compadeço com você. Não quero apertar sua mão... e quase lhe desejo boa sorte.
Muito boa a cena em que o personagem do Paul Giamatti tenta convencer a esposa a aceitar a doação de ovários enquanto crianças passam pelo casal na calçada. Pode parecer só mais um típico exemplar do cinema independente estadunidense – e talvez seja mesmo. Pelo menos, há um mínimo investimento nos planos que chama atenção.
– Eles são todos iguais, querida. Nunca ligam quando queremos.
Com cinco minutos de filme somos apresentados a protagonista que comete um ato suspeito, até mesmo repulsivo, para dizermos o mínimo. Daí em diante um longo flashback tentará explicar a pergunta da jovem: Santo Deus, como eu fui parar aqui? Ao mesmo tempo em que “Not Wanted” expõe os acontecimentos de maneira severa – acentuando o caráter impulsivo da personagem, por exemplo, ele mantém um olhar atencioso e acolhedor em muitos momentos. Em especial no que tange a relação da garota com o imprudente pianista. A resposta para aquela primeira pergunta não poderia ser outra. O desfecho entrega uma bonita revisão de escolhas até então equivocadas – a mulher retira a queixa; a moça ajuda o rapaz.
Contar a história do fim ao começo é um exercício narrativo arriscado, mas que acaba concebendo um valioso estudo de personagem. A gente parte em busca do que motivou o suicídio do protagonista, porém, a cada novo letreiro as informações são recontextualizadas e nossas concepções afetadas. Terminamos completamente desarmados.
Eu ainda preciso assentar melhor as ideias. Acho o filme um tanto quanto ambicioso. Existe uma fixação pelo trem e todo potencial significativo que ele acarreta. Num primeiro momento a minha leitura é bem rasa: talvez seja um mau pressentimento com relação a virada do milênio – as mudanças econômicas, a decadência das câmeras analógicas.
– Essa mulher pensa feito homem, age feito homem e perto dela, não sou homem.
Kid dançarino e Emma dançando no bar. Johnny pedindo para que Vienna minta. O plongê que registra um cachorro atravessando a rua. A tropa vestindo luto. O duelo entre as duas mulheres.
É difícil aturar os personagens Shane pau molão e Starrett cuckold no começo. Pelo menos até a cena da briga no bar, daí em diante a postura convencida do filme abre espaço para uma sequência de acontecimentos mais franca. A encenação da bagunça no boteco é desenvolvida de uma maneira surpreendente, assim como a morte do confederado. No entanto, impressiona mesmo a cena em que corpo dele chega na fazenda do Starrett: enquadramento fixo, abandonado. Ainda assim, fico incomodado com esse capricho em conceber um western supostamente superior aos demais
Depois da Tempestade
3.9 53Personagens situados em pequenos cômodos, dividindo espaço com pertences que materializam a força de lembranças, do passado e da própria existência. No último ato, em especial os momentos dentro do apartamento da avó, potencializam essa questão. A família desestabilizada se confronta sob forte influência de memórias conservadas naquele lugar. A minha primeira impressão do cinema de Hirokazu Koreeda foi positiva. O filme faz um trabalho difícil parecer fácil. Camufla o peso do mundo na leveza de pequenos gestos.
Primavera, Verão, Outono, Inverno e... Primavera
4.3 377Engraçado que eu receava assistir ao filme que muitos por aí aguardavam ver. Eu imaginava que “Primavera, Verão, Outono, Inverno e… Primavera” apresentaria uma narrativa excessivamente vagarosa, mas ao invés disso a obra de Kim Ki-duk expôs uma concisão que muito me agradou. Não acho que a encenação do diretor é limitadora, pelo menos comigo não correu dessa forma. Talvez eu que seja um pouco ingênuo.
Bodied
3.6 13Antes de qualquer coisa, vamos concordar que um filme sobre batalhas de rap deve fazê-las bem. “Bodied” não apenas faz isso, mas também utiliza tais confrontos como pontos de convergência de todo o drama desenvolvido ao longo da narrativa.
Só quero comentar duas cenas mesmo. Mas primeiro, é preciso dizer que o protagonista funciona como um guia do espectador no universo fílmico, ele apresenta para a gente as batalhas de rap. E apesar de ser um outsider, o entusiasmo de Adam pelos confrontos o leva a se aventurar naquele meio.
A primeira batalha dele é muito interessante porque o filme coloca o protagonista em uma posição bem passiva. O adversário começa a ofendê-lo e atacá-lo e parece que a derrota de Adam é iminente. Mas há um movimento nessa sequência que revela o interior do personagem principal. Finalmente é mostrado para o espectador que ele está concentrado e preparando as “barras” para o contra-ataque.
O mais legal disso tudo é que, num primeiro momento, a investida é totalmente falha. Logo, o filme acaba brincando com a gente, afinal, nós nos importamos com o protagonista. A gente queria vê-lo mandar bem na batalha. Por isso há um segundo movimento, aquele em que Adam revisa certos conceitos – muito bem assentados nesses primeiros 30 minutos de filme – e entende que naquele meio ele não precisa “meçar as palavras”. Então, o personagem alia provocações e ofensas com técnica para vencer.
A última batalha é a que melhor exemplifica esse poder de “Bodied” em conciliar toda a dramaticidade construída no decorrer da narrativa com a batalha de rap. Uma encenação consciente não apenas de onde quer chegar, mas de como vai chegar. Só é um pouco diferente de Adam, que apesar de triunfar nos confrontos, pode ter perdido outras lutas.
Guerreiros da Virtude
3.2 208O filme meio que se sabota com o final pseudo-espirituoso, acho que acaba deslegitimando boa parte da mitologia construída. Ainda assim todo o miolo é perfeito.
Sete Homens Sem Destino
3.8 19– Acha que o amo menos por ele ser assim (boca mole)?
– Acho, madame.
As paisagens áridas do trajeto percorrido pelos personagens. Os imprevistos no caminho e o mistério a cerca do que realmente está acontecendo. Ainda tem um tal de Lee Marvin roubando muito a cena.
Homens Indomáveis
3.7 15A premissa de roteiro hitchcockiana – um homem acusado por algo que não fez – transforma-se em uma moderna peça – na perspectiva bazaniana – que sustenta até os últimos momentos uma atmosfera de incertezas eficaz. O filme ainda apropria-se muito bem dos espaços cenográficos e tipos físicos dos atores para reforçar essa sensação.
Vende-se Esta Casa
1.4 988 Assista Agora#52FilmsByWomen (52)
Só a juventude endomingada para encarar esse filme mesmo.
A Troca
4.0 1,6K Assista AgoraA resignação da protagonista como a única arma possível para persistir em uma luta aparentemente perdida é comovente. O filme concebe um universo sombrio que é iluminado aos poucos pelo brilho de acontecimentos que até podem demorar para surgir, mas surgem.
Em Trânsito
3.8 48 Assista AgoraAinda que o filme não tenha me afetado tanto quanto eu esperava, gosto como os acontecimentos e gestos conservam um certo desespero coletivo bem angustiante – os personagens estão sempre olhando através de janelas ou portas, vigiando ou aguardando alguma coisa. A sequência em que agentes arrastam uma mulher pelo corredor do motel me parece dizer muito sobre essa questão, além de acentuar a conformidade detida no interior daquelas figuras. Os últimos trinta minutos se sobressaíram bem.
O Sétimo Código
3.0 12Só algumas observações. Se em “Before We Vanish” assistimos o personagem antecipar que não é uma piada, aqui, em “Seventh Code”, somos alertados para não confiar em qualquer um. O filme existe para apresentar uma sucessão de fatos surpreendentes que interagem tão bem com o espectador. Não dá para piscar. Enfim, há algo de hipnotizante no registro de uma japonesa correndo desesperadamente pelas ruas de Vladivostok enquanto carrega uma mala maior que ela mesma.
O Batedor de Carteiras
3.9 117As sequências dos furtos, em contraponto aos planos simples, intuem o motivo pelo qual Michel rouba carteiras: esses momentos o fazem sentir vivo. A encenação rigorosamente econômica de Robert Bresson alcança um realismo que não se enquadra na realidade – por mais paradoxal que isso seja. Há ainda um vazio autodestrutivo neste protagonista camuniano que, no final das contas, está buscando o mesmo que todos nós.
Legítimo Rei
3.5 197 Assista Agora“Legítimo Rei” dá ênfase às causas e efeitos da rebelião, apresentando os procedimentos do golpe sem cerimônia. Sinto falta de uma melhor interiorização das motivações das personagens. Apesar delas existirem, acho meio frágeis. Mas daí estou querendo outra coisa também, né? O pior é que ao flertar com duas tendências de filmes históricos, uma supostamente realista e outra mais romântica, ele acaba se perdendo. Enfim, pelo menos, as sequências de ação são boas.
Antes Que Tudo Desapareça
3.4 30Revisitado só para confirmar que é o melhor filme do ano mesmo.
O Bígamo
3.8 29 Assista Agora#52FilmsByWomen (51)
“The Bigamist” compartilha algumas similaridades temáticas presentes no primeiro longa-metragem da Ida Lupino, “Not Wanted”. Seja a questão da maternidade ou os conflitos morais e éticos envolvendo as personagens – neste filme, especificamente, é acrescentado até mesmo uma disputa de ordem jurídica. É no mínimo curioso a predisposição das obras por esses assuntos.
No entanto, há em “The Bigamist” um cuidado na construção do encontro utópico entre Harry e Phyllis. O fato do protagonista estar angustiado por causa de problemas no casamento – a esposa extremamente dedica aos negócios da empresa e a impossibilidade de ter filhos – parece surgir como uma justificativa para ele apaixonar-se perdidamente pela até então desconhecida garçonete.
Por sua vez, a narrativa lembra muito a de “Not Wanted”: uma recapitulação dos acontecimentos a partir das memórias de um único personagem. Isso acaba colocando em contestação a própria reconstituição dos episódios, afinal, tais narrações estão à mercê da subjetividade do sujeito.
Enfim, não quero me estender demais nessas breves considerações. Acho que Ida Lupino arquiteta muito bem a encenação dessa moderna trama melodramática. Ela busca a compreender as personagens – em especial Harry – enfatizando olhares e pequenos gestos. Conforme apontado pelo crítico Luís Alberto Rocha Melo, é um trabalho que antecipa cinemas com o de John Cassavetes, por exemplo. Além disso, vale ressaltar que Lupino apropria-se como poucos das ambientações – São Francisco e Los Angeles, cidades que o protagonista visita frequentemente por causa da vida dupla.
– Não consigo definir meus sentimentos por você. Eu o desprezo... e me compadeço com você. Não quero apertar sua mão... e quase lhe desejo boa sorte.
Inimigos Pelo Destino
3.7 23West Side Story feito por um cineasta.
Mais Uma Chance
3.5 98 Assista Agora#52FilmsByWomen (50)
Muito boa a cena em que o personagem do Paul Giamatti tenta convencer a esposa a aceitar a doação de ovários enquanto crianças passam pelo casal na calçada. Pode parecer só mais um típico exemplar do cinema independente estadunidense – e talvez seja mesmo. Pelo menos, há um mínimo investimento nos planos que chama atenção.
Fortuna Maldita
2.7 78Mãos: imgbox.com /g/tVriLbw4Pn
Mãe Solteira
3.9 11 Assista Agora#52FilmsByWomen (49)
– Eles são todos iguais, querida. Nunca ligam quando queremos.
Com cinco minutos de filme somos apresentados a protagonista que comete um ato suspeito, até mesmo repulsivo, para dizermos o mínimo. Daí em diante um longo flashback tentará explicar a pergunta da jovem: Santo Deus, como eu fui parar aqui? Ao mesmo tempo em que “Not Wanted” expõe os acontecimentos de maneira severa – acentuando o caráter impulsivo da personagem, por exemplo, ele mantém um olhar atencioso e acolhedor em muitos momentos. Em especial no que tange a relação da garota com o imprudente pianista. A resposta para aquela primeira pergunta não poderia ser outra. O desfecho entrega uma bonita revisão de escolhas até então equivocadas – a mulher retira a queixa; a moça ajuda o rapaz.
Peppermint Candy
4.0 23Contar a história do fim ao começo é um exercício narrativo arriscado, mas que acaba concebendo um valioso estudo de personagem. A gente parte em busca do que motivou o suicídio do protagonista, porém, a cada novo letreiro as informações são recontextualizadas e nossas concepções afetadas. Terminamos completamente desarmados.
Eu ainda preciso assentar melhor as ideias. Acho o filme um tanto quanto ambicioso. Existe uma fixação pelo trem e todo potencial significativo que ele acarreta. Num primeiro momento a minha leitura é bem rasa: talvez seja um mau pressentimento com relação a virada do milênio – as mudanças econômicas, a decadência das câmeras analógicas.
No final, só há uma certeza: o trem passará.
Em Chamas
3.9 378 Assista AgoraA fruta nunca cai longe do pé.
Johnny Guitar
4.1 98 Assista Agora– Essa mulher pensa feito homem, age feito homem e perto dela, não sou homem.
Kid dançarino e Emma dançando no bar. Johnny pedindo para que Vienna minta. O plongê que registra um cachorro atravessando a rua. A tropa vestindo luto. O duelo entre as duas mulheres.
Os Brutos Também Amam
4.0 184 Assista AgoraÉ difícil aturar os personagens Shane pau molão e Starrett cuckold no começo. Pelo menos até a cena da briga no bar, daí em diante a postura convencida do filme abre espaço para uma sequência de acontecimentos mais franca. A encenação da bagunça no boteco é desenvolvida de uma maneira surpreendente, assim como a morte do confederado. No entanto, impressiona mesmo a cena em que corpo dele chega na fazenda do Starrett: enquadramento fixo, abandonado. Ainda assim, fico incomodado com esse capricho em conceber um western supostamente superior aos demais
Inspetor Faustão e o Mallandro: A Missão (Primeira e Única)
2.0 256O neo-noir tropical mais febroso do cinema brasileiro.
A Balada de Buster Scruggs
3.7 531 Assista AgoraEu queria ter gostado. O primeiro episódio é maravilhoso. Acho que o filme poderia terminar por ali mesmo.