Se o primeiro filme causa desconforto dentro de uma chave específica do cinema de gênero. Por outro lado, esta continuação brinca com o desconforto de uma maneira muito autêntica. Ela acaba atestando a existência de um método nos filmes de Patrick Brice, uma espécie de poética da esquisitice que surge em "Creep", atravessa "The Overnight" e atinge uma maioridade formal e conceitual em "Creep 2".
A história interativa do Alex Hunter no FIFA 17 dá um banho nesta aí. As coisas estavam indo bem até aparecer a opção de explicar para o protagonista como funciona a Netflix. A encenação não corrobora nem um pouco com a premissa interessante do formato.
Talvez o fato de eu ter ido com muita sede ao pote tenha pesado na experiência de assistir “Rastros de Ódio”. Ainda que seja o John Ford mais bonito – no que diz respeito a cinematografia mesmo – que eu pude ver, acho o discurso o filme um tanto quanto desequilibrado. Ele acaba suavizando muita coisa e aquelas sequências cômicas não funcionaram comigo.
Não deixa de ser um filme sobre expectativas frustradas, sobre criar esperança e receber uma realidade em que tudo acaba indo por água abaixo: seja a fé em arrumar um emprego depois de sair da prisão; o curso oferecido ao sobrinho, que por sua vez não aceita; ou a chance de conquistar dinheiro fácil com o primo.
As diferentes reações dos personagens de Mark Wahlberg e Joaquin Phoenix a esses insucessos são bem reveladoras. Se o primeiro apresenta uma conformação necessária, o segundo expõe uma inerente cólera autodestrutiva.
Muito se fala a respeito das sequências de abertura e encerramento de “Caminho Sem Volta”, mas o que me chamou atenção mesmo foram os registros dos espaços internos, sobretudo o apartamento do protagonista. É desesperador perceber a casa se esvaziar aos poucos…
James Gray é um diretor que come quieto. O cara engendra um poderoso drama familiar com uma humildade notável. Um verdadeiro tapa de luva.
É um filme de super-herói que começa com um plano fechado em janela batendo por causa de uma tempestade com ventos. Só o James Wan para salvar o ano da DC no cinema mesmo.
Aliás, acho que o diretor lidou bem com a herança do Syder ao mesmo tempo em que imprimiu a própria marca. A sequência à noite no barco é maravilhosa. E as próprias cenas de ação possuem uma movimentação muito boa, que revela a evolução do Wan no gênero.
O Aquaman de Jason Momoa é esta força incontrolável da natureza. Um rebelde, talvez sem causa. Assim como a companheira de aventura, a princesa Mera, ele aprende os valores da tradição ao rompê-los. Isso dialoga com o próprio envolvimento do Wan no projeto. Personagem e autor superam as convenções sem esquecê-las.
É uma aventura muito bonita no que diz respeito às questões estéticas. O filme consegue até mesmo comover ao assumir o lado mais brega, sei lá, termina com a baladinha dessa tal de Skylar Grey.
Não tenho muito o que comentar. O filme consegue fazer piada com o anterior sem soar repetitivo ou esquemático. Se no primeiro assistimos a cena da motocicleta desgovernada, nesta continuação Sean Anders manda logo um removedor de neve descontrolado. A incorporação do John Lithgow e do Mel Gibson no elenco, bem como a utilização do elenco infantil, funcionou muito bem. O climax do filme ocorre em um cinema e os caras ainda arrumaram tempo para a participação do Chesley "Sully" Sullenberger.
O filme não apenas desbrava as possibilidades de humor ocasionadas pelo confronto entre padrasto e pai biológico, mas também experimenta fazer comédia a partir de uma chave livre de concessões. Sequências como a que Brad perde o controle da motocicleta e aquela na pista de skate ilustram um pouco essa essência. As piadas com o cachorro, o Griff e o chefe da rádio também surgem com uma liberdade que se enquadra muito bem nessa questão.
É o segundo longa-metragem que eu vejo do Sean Anders, assim como em "Este é o Meu Garoto", ele trabalha com um roteiro que aborda uma espécie de crise familiar. Acho que dessa vez ele encontrou a dose certa de sobriedade em meio a tanto besteirol.
No mais, há algo pior do que ter o Mark Wahlberg como ex-marido da sua esposa? Talvez só o John Cena mesmo.
O que torna “22 Milhas” um dos melhores filmes de ação do ano passado é a coragem de ir direto ao ponto. Claro que a maioria dos exemplos desse gênero são frontais, mas o longa-metragem de Peter Berg comporta-se com uma autenticidade especial: logo depois da primeira sequência, os créditos iniciais resumem o background do protagonista em dois minutos. Sei lá, ele tenta desenvolver o drama da personagem da Lauren Cohan até alguém chegar falando "já acabou a novela"? Ainda há um mau pressentimento reforçado toda vez que assistimos ao depoimento prestado pelo personagem do Mark Wahlberg, essa espécie de esclarecimento burocrático e supérfluo.
Esses dois elementos – objetividade e receio – são os combustíveis do filme até o fim. As sequências de ação acabam operando em uma lógica frenética por causa disso – aliás, é notório que o Berg consegue apropriar-se bem do espaço mesmo empregando uma porção de cortes nas cenas. Curto como as imagens de câmeras de vídeo são inseridas na montagem.
Enfim, são só algumas observações que não dizem muito a respeito do que o filme realmente suscita. Mas fica o registro e meu agradecimento ao colega de trabalho Humberto por ter acertado mais uma vez na recomendação.
– Sou um reformista. Você quer ser mártir. Os mártires são lembrados por mais tempo. Falarão de você quando estiver morto. Mais do que agora. Vão destruí-lo, como adoram fazer, depois o elogiarão.
É um dos filmes mais inspiradores que eu conheço do Clint Eastwood. Ele explora o tempo fílmico de um modo bucólico bem especial. A narrativa nem um pouco amistosa, diga-se de passagem, sabe quando e quais passagens do passado ou presente diegético devem ser mostradas para ressaltar esta melancolia que permeia toda a obra – a ponto de sequências, como aquela em Charlie conversa com Gillespie na praia, surgirem na companhia de uma força inusitada. “Bird” é carregado dessa angústia ocasionada pela passagem ou perda de tempo. Só sinto falta de uma melhor utilização dos espaços, apesar da arrojada cinematografia.
É interessante pensar em “Prenda-me se For Capaz” como este elogio ao valioso espírito transgressor dos jovens. Ainda mais quando o discurso é tão bem ilustrado – um Hanks fadigado, contra um DiCaprio em estado de graça. Curto também a estética retrô. Mas infelizmente o desenrolar me cansou um pouco, eu tive que parcelar a sessão em três vezes. Acho que talvez as firulas narrativas tenham domesticado demais a curtição do filme.
Acho que o suposto anacronismo do filme vai ao encontro desta autoconsciência que muitos apontaram e potencializa a obra como um todo. O fato é que “Venom” conseguiu se destacar em meio à concorrência com uma naturalidade que impressiona. Ele não é posudo, tampouco cômico. É equilibrado.
Aliás, o filme acerta muito bem na dinâmica entre humano e simbionte, tanto no que diz respeito a estética – as transformações a última luta são ótimas – quanto ao estado semi-esquizofrênico da simbiose. Enfim, eles conseguiram mesmo fazer do Venom um protagonista.
De certa forma é um filme que revela o interesse de Anthony Mann na linha tênue entre vingança e justiça. Em “The Man from Laramie”, ele estabelece mais uma vez – lembramos de “The Naked Spur” – uma intrigante peça carregada de dilemas morais. É notável também a maneira como o diretor utiliza os espaços, sobretudo as locações naturais, a fim de potencializar as condições psicológicas e emocionais das personagens.
Agora, eu viajei mesmo nas conotações religiosas, em alguns signos que fazem referências bíblicas: o sonho que Alec Waggoman conta para Will Lockhart na prisão lembra a passagem de José do Egito, na qual ele impetra os sonhos do faraó; os buracos de bala nas palmas das mãos, que remetem as Chagas de Cristo; enfim, o irmão mais velho que assassina o caçula, tal qual Caim e Abel.
"Bird Box" parte desta tendência de filmes de terror que buscam privar as personagens de um determinado sentido – "Hush" e "Um Lugar Silencioso" – para potencializar a sensação de medo. Soluções visuais dignas de nota para essa premissa não existem. Além disso, a narrativa que busca articular ações do passado e presente fílmico deixa tudo previsível. No meio de tantas ideias, influências e reciclagens um filme desapareceu.
O filme radicaliza toda transgressão e espírito satírico do antecessor – sobretudo no que diz respeito ao capitalismo selvagem e o mundo corporativo. Ele chega ao ponto de interromper a projeção para que o Hulk Hogan resolva o problema no grito.
Foi uma revisão bem-vinda, ainda que não tenha correspondido com a minha memória afetiva. As más línguas buscam reduzir "Pearl Harbor", julgando que Michael Bay e Jerry Bruckheimer apenas tentaram conceber um novo "Titanic". Concordo que a produção é ambiciosa e passa longe do êxito almejado. Mas o que interessante mesmo é perceber a maneira como os traços autorais do diretor rompem com a sisudez da obra. A primeira hora de filme apresenta um despojamento muito autêntico, Bay desenvolve as personagens a partir de uma chave bem específica. Ele não tem vergonha de se aproximar de gêneros como o romance ou a comédia romântica para alcançar uma jovialidade de fácil assimilação – é quase um filme sobre colegiais, que mistura o drama da talaricagem com piadas sobre injeções na bunda. Se fosse para definir “Pearl Harbor” em poucas palavras, eu diria que era o seu tio mané vestindo um terno caro.
É ótimo como o filme monta o caminho para uma corriqueira comédia natalina repleta de confusões, só para depois transgredir algumas dessas regras. Há uma sequência de quatro minutos que serve puramente para mostrar os Gremlins enchendo a cara e quebrando o boteco. Talvez a desobediência seja o tema basilar da obra de Joe Dante, no entanto, outros subtextos são habilmente contrabandeados pelo diretor. Sei lá, um cinema explode e o vilão consegue descolar um revólver em uma loja qualquer.
Massa como o filme revela aos poucos as intenções e os limites do personagem interpretado pelo Ed Harris. A justificativa para o ato terrorista, em conjunto com o resto do discurso, acaba detonando o governo como o verdadeiro antagonista. É um buddy movie sobre limpar as lambanças do sistema político no qual a maior lição vem a ser mentir para a chefia.
Musicais podem ser facilmente irritantes, ainda mais com esse enredo canalha. Apesar disso tudo, deu para assistir numa boa – muito por causa do bonito scope e das cores.
Creep 2
3.1 261Se o primeiro filme causa desconforto dentro de uma chave específica do cinema de gênero. Por outro lado, esta continuação brinca com o desconforto de uma maneira muito autêntica. Ela acaba atestando a existência de um método nos filmes de Patrick Brice, uma espécie de poética da esquisitice que surge em "Creep", atravessa "The Overnight" e atinge uma maioridade formal e conceitual em "Creep 2".
Creep
3.1 505 Assista Agora24 mentiras por segundo.
Black Mirror: Bandersnatch
3.5 1,4KA história interativa do Alex Hunter no FIFA 17 dá um banho nesta aí. As coisas estavam indo bem até aparecer a opção de explicar para o protagonista como funciona a Netflix. A encenação não corrobora nem um pouco com a premissa interessante do formato.
Rastros de Ódio
4.1 265 Assista AgoraTalvez o fato de eu ter ido com muita sede ao pote tenha pesado na experiência de assistir “Rastros de Ódio”. Ainda que seja o John Ford mais bonito – no que diz respeito a cinematografia mesmo – que eu pude ver, acho o discurso o filme um tanto quanto desequilibrado. Ele acaba suavizando muita coisa e aquelas sequências cômicas não funcionaram comigo.
Os Donos da Noite
3.5 163 Assista AgoraNão sobra nada, tampouco falta. Neste filme não há um plano dispensável.
Caminho Sem Volta
3.4 52Não deixa de ser um filme sobre expectativas frustradas, sobre criar esperança e receber uma realidade em que tudo acaba indo por água abaixo: seja a fé em arrumar um emprego depois de sair da prisão; o curso oferecido ao sobrinho, que por sua vez não aceita; ou a chance de conquistar dinheiro fácil com o primo.
As diferentes reações dos personagens de Mark Wahlberg e Joaquin Phoenix a esses insucessos são bem reveladoras. Se o primeiro apresenta uma conformação necessária, o segundo expõe uma inerente cólera autodestrutiva.
Muito se fala a respeito das sequências de abertura e encerramento de “Caminho Sem Volta”, mas o que me chamou atenção mesmo foram os registros dos espaços internos, sobretudo o apartamento do protagonista. É desesperador perceber a casa se esvaziar aos poucos…
James Gray é um diretor que come quieto. O cara engendra um poderoso drama familiar com uma humildade notável. Um verdadeiro tapa de luva.
O Albergue
3.0 1,2K Assista AgoraMassa que para descolar umas garotas o cara não esconde o fato de ser norte-americano, agora, quando o negócio aperta...
Aquaman
3.7 1,7K Assista AgoraÉ um filme de super-herói que começa com um plano fechado em janela batendo por causa de uma tempestade com ventos. Só o James Wan para salvar o ano da DC no cinema mesmo.
Aliás, acho que o diretor lidou bem com a herança do Syder ao mesmo tempo em que imprimiu a própria marca. A sequência à noite no barco é maravilhosa. E as próprias cenas de ação possuem uma movimentação muito boa, que revela a evolução do Wan no gênero.
O Aquaman de Jason Momoa é esta força incontrolável da natureza. Um rebelde, talvez sem causa. Assim como a companheira de aventura, a princesa Mera, ele aprende os valores da tradição ao rompê-los. Isso dialoga com o próprio envolvimento do Wan no projeto. Personagem e autor superam as convenções sem esquecê-las.
É uma aventura muito bonita no que diz respeito às questões estéticas. O filme consegue até mesmo comover ao assumir o lado mais brega, sei lá, termina com a baladinha dessa tal de Skylar Grey.
Pai em Dose Dupla 2
3.1 180 Assista AgoraNão tenho muito o que comentar. O filme consegue fazer piada com o anterior sem soar repetitivo ou esquemático. Se no primeiro assistimos a cena da motocicleta desgovernada, nesta continuação Sean Anders manda logo um removedor de neve descontrolado. A incorporação do John Lithgow e do Mel Gibson no elenco, bem como a utilização do elenco infantil, funcionou muito bem. O climax do filme ocorre em um cinema e os caras ainda arrumaram tempo para a participação do Chesley "Sully" Sullenberger.
Pai em Dose Dupla
3.1 263 Assista AgoraO filme não apenas desbrava as possibilidades de humor ocasionadas pelo confronto entre padrasto e pai biológico, mas também experimenta fazer comédia a partir de uma chave livre de concessões. Sequências como a que Brad perde o controle da motocicleta e aquela na pista de skate ilustram um pouco essa essência. As piadas com o cachorro, o Griff e o chefe da rádio também surgem com uma liberdade que se enquadra muito bem nessa questão.
É o segundo longa-metragem que eu vejo do Sean Anders, assim como em "Este é o Meu Garoto", ele trabalha com um roteiro que aborda uma espécie de crise familiar. Acho que dessa vez ele encontrou a dose certa de sobriedade em meio a tanto besteirol.
No mais, há algo pior do que ter o Mark Wahlberg como ex-marido da sua esposa? Talvez só o John Cena mesmo.
Perigo Próximo
3.4 484 Assista AgoraAcho meio poser ele querer jogar tudo pelos ares para bancar o violentão. E não dá para aturar este moleque fresco, né?
22 Milhas
3.1 188 Assista AgoraO que torna “22 Milhas” um dos melhores filmes de ação do ano passado é a coragem de ir direto ao ponto. Claro que a maioria dos exemplos desse gênero são frontais, mas o longa-metragem de Peter Berg comporta-se com uma autenticidade especial: logo depois da primeira sequência, os créditos iniciais resumem o background do protagonista em dois minutos. Sei lá, ele tenta desenvolver o drama da personagem da Lauren Cohan até alguém chegar falando "já acabou a novela"? Ainda há um mau pressentimento reforçado toda vez que assistimos ao depoimento prestado pelo personagem do Mark Wahlberg, essa espécie de esclarecimento burocrático e supérfluo.
Esses dois elementos – objetividade e receio – são os combustíveis do filme até o fim. As sequências de ação acabam operando em uma lógica frenética por causa disso – aliás, é notório que o Berg consegue apropriar-se bem do espaço mesmo empregando uma porção de cortes nas cenas. Curto como as imagens de câmeras de vídeo são inseridas na montagem.
Enfim, são só algumas observações que não dizem muito a respeito do que o filme realmente suscita. Mas fica o registro e meu agradecimento ao colega de trabalho Humberto por ter acertado mais uma vez na recomendação.
Bird
3.9 45 Assista Agora– Sou um reformista. Você quer ser mártir. Os mártires são lembrados por mais tempo. Falarão de você quando estiver morto. Mais do que agora. Vão destruí-lo, como adoram fazer, depois o elogiarão.
É um dos filmes mais inspiradores que eu conheço do Clint Eastwood. Ele explora o tempo fílmico de um modo bucólico bem especial. A narrativa nem um pouco amistosa, diga-se de passagem, sabe quando e quais passagens do passado ou presente diegético devem ser mostradas para ressaltar esta melancolia que permeia toda a obra – a ponto de sequências, como aquela em Charlie conversa com Gillespie na praia, surgirem na companhia de uma força inusitada. “Bird” é carregado dessa angústia ocasionada pela passagem ou perda de tempo. Só sinto falta de uma melhor utilização dos espaços, apesar da arrojada cinematografia.
Prenda-me Se For Capaz
4.2 1,6K Assista AgoraÉ interessante pensar em “Prenda-me se For Capaz” como este elogio ao valioso espírito transgressor dos jovens. Ainda mais quando o discurso é tão bem ilustrado – um Hanks fadigado, contra um DiCaprio em estado de graça. Curto também a estética retrô. Mas infelizmente o desenrolar me cansou um pouco, eu tive que parcelar a sessão em três vezes. Acho que talvez as firulas narrativas tenham domesticado demais a curtição do filme.
Venom
3.1 1,4K Assista AgoraAcho que o suposto anacronismo do filme vai ao encontro desta autoconsciência que muitos apontaram e potencializa a obra como um todo. O fato é que “Venom” conseguiu se destacar em meio à concorrência com uma naturalidade que impressiona. Ele não é posudo, tampouco cômico. É equilibrado.
Aliás, o filme acerta muito bem na dinâmica entre humano e simbionte, tanto no que diz respeito a estética – as transformações a última luta são ótimas – quanto ao estado semi-esquizofrênico da simbiose. Enfim, eles conseguiram mesmo fazer do Venom um protagonista.
Um Certo Capitão Lockhart
3.8 32 Assista AgoraDe certa forma é um filme que revela o interesse de Anthony Mann na linha tênue entre vingança e justiça. Em “The Man from Laramie”, ele estabelece mais uma vez – lembramos de “The Naked Spur” – uma intrigante peça carregada de dilemas morais. É notável também a maneira como o diretor utiliza os espaços, sobretudo as locações naturais, a fim de potencializar as condições psicológicas e emocionais das personagens.
Agora, eu viajei mesmo nas conotações religiosas, em alguns signos que fazem referências bíblicas: o sonho que Alec Waggoman conta para Will Lockhart na prisão lembra a passagem de José do Egito, na qual ele impetra os sonhos do faraó; os buracos de bala nas palmas das mãos, que remetem as Chagas de Cristo; enfim, o irmão mais velho que assassina o caçula, tal qual Caim e Abel.
Caixa de Pássaros
3.4 2,3K Assista Agora"Bird Box" parte desta tendência de filmes de terror que buscam privar as personagens de um determinado sentido – "Hush" e "Um Lugar Silencioso" – para potencializar a sensação de medo. Soluções visuais dignas de nota para essa premissa não existem. Além disso, a narrativa que busca articular ações do passado e presente fílmico deixa tudo previsível. No meio de tantas ideias, influências e reciclagens um filme desapareceu.
O Padrasto
2.8 668 Assista AgoraO filme segue um caminho bem satisfatório até o desfecho broxa.
A Pé Ele Não Vai Longe
3.5 122 Assista AgoraUma estrela para o Joaquin Phoenix curtindo com os skatistas em uma cadeira de rodas e outra para o Johan Hill dançando de shortinho.
Gremlins 2: A Nova Geração
3.3 283 Assista AgoraO filme radicaliza toda transgressão e espírito satírico do antecessor – sobretudo no que diz respeito ao capitalismo selvagem e o mundo corporativo. Ele chega ao ponto de interromper a projeção para que o Hulk Hogan resolva o problema no grito.
Pearl Harbor
3.6 1,2K Assista AgoraFoi uma revisão bem-vinda, ainda que não tenha correspondido com a minha memória afetiva. As más línguas buscam reduzir "Pearl Harbor", julgando que Michael Bay e Jerry Bruckheimer apenas tentaram conceber um novo "Titanic". Concordo que a produção é ambiciosa e passa longe do êxito almejado. Mas o que interessante mesmo é perceber a maneira como os traços autorais do diretor rompem com a sisudez da obra. A primeira hora de filme apresenta um despojamento muito autêntico, Bay desenvolve as personagens a partir de uma chave bem específica. Ele não tem vergonha de se aproximar de gêneros como o romance ou a comédia romântica para alcançar uma jovialidade de fácil assimilação – é quase um filme sobre colegiais, que mistura o drama da talaricagem com piadas sobre injeções na bunda. Se fosse para definir “Pearl Harbor” em poucas palavras, eu diria que era o seu tio mané vestindo um terno caro.
Gremlins
3.5 861 Assista AgoraÉ ótimo como o filme monta o caminho para uma corriqueira comédia natalina repleta de confusões, só para depois transgredir algumas dessas regras. Há uma sequência de quatro minutos que serve puramente para mostrar os Gremlins enchendo a cara e quebrando o boteco. Talvez a desobediência seja o tema basilar da obra de Joe Dante, no entanto, outros subtextos são habilmente contrabandeados pelo diretor. Sei lá, um cinema explode e o vilão consegue descolar um revólver em uma loja qualquer.
A Rocha
3.5 283 Assista AgoraMassa como o filme revela aos poucos as intenções e os limites do personagem interpretado pelo Ed Harris. A justificativa para o ato terrorista, em conjunto com o resto do discurso, acaba detonando o governo como o verdadeiro antagonista. É um buddy movie sobre limpar as lambanças do sistema político no qual a maior lição vem a ser mentir para a chefia.
Sete Noivas Para Sete Irmãos
3.9 117 Assista AgoraMusicais podem ser facilmente irritantes, ainda mais com esse enredo canalha. Apesar disso tudo, deu para assistir numa boa – muito por causa do bonito scope e das cores.