Revi o filme depois de ler a HQ do Alan Moore. Apesar do famoso "o livro é melhor", creio que o filme tenha captado bem a essência da obra desse genial roteirista da 9a. arte.
O que mais curto em filmes policiais dos anos 70 é o clima de "dirty big city" que combina maravilhosamente com as trilhas jazzisticas e os carrões. Esse aqui nem é tão bom (e porque raios chamar klute? Será que a ideia inicial era fazer uma série de filmes com o detetive?), mas entretem muito bem, em parte graças à presença marcante de jane fonda!
O filme é muito bom, mas me parece que tem um hype em torno de certa "complexidade" que o torna cult. Confesso que não achei nada complexo (comparemos, por exemplo, a 2001, do kubrick, ou aos filmes do david lynch). É um filme interessante e pronto. Nada além...
Filme ótimo pelo conjunto, mas com um desfecho preguiçoso que não entrega o clímax gestado ao longo de toda a película. Faltou um duelo ou uma morte criadora de amores impossíveis (que fiquei esperando vir do último tiro do xerife, antes de morrer) ou ainda um sacrifício de redenção. Nenhum desses caminhos, com grande carga dramática, foi trilhado, em troca de um final linear, corrido e descuidado, no estilo novela do SBT.
O filme é maravilhoso e traz lindas reflexões sobre o passar do tempo e o envelhecimento. Reassistindo-o agora, em 2023, entretanto, não pude deixar de me incomodar com o papel subserviente da esposa do professor. Obviamente o diretor queria retratar o costume do tempo em que a narrativa se passava. No entanto, a presença secundária da mulher me deixou incomodado ao longo do filme. Cheguei a pensar: "mas ela também não deveria tomar um saquê ao invés de apenas ficar enchendo o copo do marido?" Enfim...acho que isso não macula a obra, mas não pude deixar de observar.
bonzinho, mas, o que houve com a academia pra encher esse filme de todas as estatuetas relevantes???? muito hype pra pouco filme.... fica parecendo que a academia decidiu que é a hora de marvelizar o cinema cult, se rendendo a alguns dos elementos já consagrados junto ao público jovem. me parece que o cinema perde um pouco, porque se deixa de privilegiar atuações (cate blanchet, por exemplo ou os coadjuvantes de banshees de inisherin) ou agendas politizadas (entre mulheres - feminismo; triângulo de tristeza - crítica ao capitalismo) para premiar um filme por seu alcance em determinado segmendo da sociedade. apesar de não ser um filme ruim, na minha opinião, é fruto de uma decisão da academia para tentar se manter viva......e só.
Kurosawa é meu diretor preferido. Ikuru é, sem dúvida, um dos filmes dele que mais gosto (junto a rashomon, dersu uzala, um domingo maravilhoso.....). Esse remake mantém o clima introspectivo e poético da obra do mestre, recontando a história do doente terminal que tenta redescobrir o que é viver, quando já não tem mais muito tempo pra isso. Kurosawa tinha uma forma tão bonita de encarar as questões existenciais e o filme consegue capturar satisfatoriamente a abordagem emocional do original.
Uma comunidade do mundo moderno com mentalidade medieval, típica do fanatismo religioso! É esse tipo de coisa que algumas vertentes políticas querem legitimar. Pro inferno com eles!!!
ALERTA DE SPOILER....no final ele subindo pra luz é apenas uma metáfora para o fato de que ele, finalmente, se reconecta com a filha e morre em paz. sadie sink está muito bem no filme e é uma capeta porque tem um espírito rebelde que desenvolveu ao longo da vida, por ter sido abandonada. há ainda uma nuance interessante, que é a busca de ahab pela baleia moby dick (ellie buscando charlie) e a morte da baleia (dele) ao final, como ato de redenção. o mais interessante é que, a meu ver, o charlie se identificou com moby dick em sua psiquê. com isso, ele passou a "fazer aquilo consigo mesmo", não porque perdeu o Alan, mas porque, quando isso aconteceu, a única coisa que sobrou foi a idealização da filha, que ele colhia diariamente da redação sobre o livro do Herman Melville.
É um filme apeletivo até certo ponto, mas me pareceu que houve harmonia estética e conceitual, inclusive quanto às cenas de nudez e sexo. o que me parece, dos comentários, é que querem trazer o código hays de volta.
Esse filme começa na nossa mente 20 minutos depois que acaba na tela. um pai tentando ser pai e uma filha tentando reter uma memória distante (muito distante), sendo ambos pressionados pelo passado e, porquê não, pelo futuro. as muitas "lacunas" sem resposta servem para gerar esse eco reflexivo. um filme especial para quem é pai. ou para quem busca um pai perdido para ecoar no âmago de sua alma.
A velha dicotomia entre o simples feliz e o culto angustiado, muito bem representada em atuações impecáveis, principalmente do Collin Farrel. Em (mais) um ano com filmes fracos no oscar, esse destoa por sua profundidade.
uma relação incestuosa na infância e o fanatismo religioso são os ingredientes dessa história de sofrimento e busca por redenção em uma cultura que vê um deus pai como um ser que lançará sua alma no inferno para sempre. já tem tempo que venho notando o quanto florence pugh é uma grande atriz e nesse filme não foi diferente. o clima sombrio de lampiões e a vastidão da paisagem solitária me lembraram obras como "os outros" e "a fita branca". é um filme que certamente agradará a quem não busca ação marveliana.
Há uma urgência em se reprimir, severamente, toda e qualquer forma de fascismo, racismo ou preconceito de qualquer ordem. É estarrecedor que, em uma sociedade dita evoluida, há pouco mais de cinquenta anos, crimes bárbaros, como o retratado no filme, fossem tolerados, por conta de uma suposta supremacia de velhos ensebados comedores de hambúrguer. Por sinal é o mesmo perfil dos que, no Brasil de 2022, estão em frente aos quartéis planejando atentados a bomba e relinchando contra a democracia, talvez sem os hambúrgueres, mas com o mesmo sebo e o espírito retrógrado e elitista que permitiu e permite classificar gente em função de sua cor de pele ou de outra característica que destoe do padrão de suas instituições sagradas idiotas.
gente, esse filme não é sobre achar o assassino, mas sobre lidar com erros e com a ambivalência. não há anjos (é a frase final). todo mundo acaba sendo mal!
Ian Curtis, do Joy Division, se matou pouco depois de ver esse filme, na casa de sua esposa, de quem estava separado de fato há um tempo. Se enforcou com uma corda de varal, para o desespero da mulher, que o encontrou pela manhã. Ele só tinha 22 e estava no auge de um sonho recheado de dramas e desilusões, além de uma doença (à época) incurável e que poderia até matar. Creio que, não obstante não ser determinante para a decisão de Ian, esse filme complementou a atmosfera daquela noite fatídica, com um pouco mais da doce tristeza dos inocentes. Um grande filme, que adentrou a eternidade atrelado à alma de seu mais ilustre espectador. RIP Ian.
Qualquer releitura de Hamlet (ou da lenda que inspirou a obra) tem que ter densidade narrativa! o filme é bom, mas opta pela obviedade, apostando em "estética viking" e elementos técnicos, mais que em imersão psíquica na tragédia, o que o deixa bem raso e pobre, quando comparado à peça Shakesperiana do príncipe dinamarquês, e isso, para mim, decepcionou bastante.
A Jéssica é a pobre com consciência de classe, enquanto a mãe foi criada para servir as elites sabendo que seu lugar é na cozinha (ou senzala, se preferir). Por um mundo com mais Jéssicas e menos fabinhos (maconheiro, mimado, burro e molenga. um fraco de caráter, como seus pais).
Do Inferno
3.6 472 Assista AgoraRevi o filme depois de ler a HQ do Alan Moore. Apesar do famoso "o livro é melhor", creio que o filme tenha captado bem a essência da obra desse genial roteirista da 9a. arte.
Klute: O Passado Condena
3.5 55 Assista AgoraO que mais curto em filmes policiais dos anos 70 é o clima de "dirty big city" que combina maravilhosamente com as trilhas jazzisticas e os carrões. Esse aqui nem é tão bom (e porque raios chamar klute? Será que a ideia inicial era fazer uma série de filmes com o detetive?), mas entretem muito bem, em parte graças à presença marcante de jane fonda!
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraO filme é muito bom, mas me parece que tem um hype em torno de certa "complexidade" que o torna cult. Confesso que não achei nada complexo (comparemos, por exemplo, a 2001, do kubrick, ou aos filmes do david lynch). É um filme interessante e pronto. Nada além...
A Face Oculta
3.6 54 Assista AgoraFilme ótimo pelo conjunto, mas com um desfecho preguiçoso que não entrega o clímax gestado ao longo de toda a película. Faltou um duelo ou uma morte criadora de amores impossíveis (que fiquei esperando vir do último tiro do xerife, antes de morrer) ou ainda um sacrifício de redenção. Nenhum desses caminhos, com grande carga dramática, foi trilhado, em troca de um final linear, corrido e descuidado, no estilo novela do SBT.
Madadayo
4.1 42O filme é maravilhoso e traz lindas reflexões sobre o passar do tempo e o envelhecimento. Reassistindo-o agora, em 2023, entretanto, não pude deixar de me incomodar com o papel subserviente da esposa do professor. Obviamente o diretor queria retratar o costume do tempo em que a narrativa se passava. No entanto, a presença secundária da mulher me deixou incomodado ao longo do filme. Cheguei a pensar: "mas ela também não deveria tomar um saquê ao invés de apenas ficar enchendo o copo do marido?" Enfim...acho que isso não macula a obra, mas não pude deixar de observar.
Oppenheimer
4.0 1,1KResumo: "vou fazer uma bomba que pode matar milhares de uma vez." "Ok. Então olha ela matando milhares". "Naaaaaaaaaaaao"
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista Agorabonzinho, mas, o que houve com a academia pra encher esse filme de todas as estatuetas relevantes???? muito hype pra pouco filme.... fica parecendo que a academia decidiu que é a hora de marvelizar o cinema cult, se rendendo a alguns dos elementos já consagrados junto ao público jovem. me parece que o cinema perde um pouco, porque se deixa de privilegiar atuações (cate blanchet, por exemplo ou os coadjuvantes de banshees de inisherin) ou agendas politizadas (entre mulheres - feminismo; triângulo de tristeza - crítica ao capitalismo) para premiar um filme por seu alcance em determinado segmendo da sociedade. apesar de não ser um filme ruim, na minha opinião, é fruto de uma decisão da academia para tentar se manter viva......e só.
Viver
3.3 76Kurosawa é meu diretor preferido. Ikuru é, sem dúvida, um dos filmes dele que mais gosto (junto a rashomon, dersu uzala, um domingo maravilhoso.....). Esse remake mantém o clima introspectivo e poético da obra do mestre, recontando a história do doente terminal que tenta redescobrir o que é viver, quando já não tem mais muito tempo pra isso. Kurosawa tinha uma forma tão bonita de encarar as questões existenciais e o filme consegue capturar satisfatoriamente a abordagem emocional do original.
Entre Mulheres
3.7 262Uma comunidade do mundo moderno com mentalidade medieval, típica do fanatismo religioso! É esse tipo de coisa que algumas vertentes políticas querem legitimar. Pro inferno com eles!!!
A Baleia
4.0 1,0K Assista AgoraALERTA DE SPOILER....no final ele subindo pra luz é apenas uma metáfora para o fato de que ele, finalmente, se reconecta com a filha e morre em paz. sadie sink está muito bem no filme e é uma capeta porque tem um espírito rebelde que desenvolveu ao longo da vida, por ter sido abandonada. há ainda uma nuance interessante, que é a busca de ahab pela baleia moby dick (ellie buscando charlie) e a morte da baleia (dele) ao final, como ato de redenção. o mais interessante é que, a meu ver, o charlie se identificou com moby dick em sua psiquê. com isso, ele passou a "fazer aquilo consigo mesmo", não porque perdeu o Alan, mas porque, quando isso aconteceu, a única coisa que sobrou foi a idealização da filha, que ele colhia diariamente da redação sobre o livro do Herman Melville.
Desejo Humano
3.8 33 Assista AgoraEsse filme é baseado em um livro do Emile zola chamado "a besta humana".
O Conde de Monte Cristo
3.9 34o Zé bonitinho no papel de conde de monte cristo foi top!
Blonde
2.6 443 Assista AgoraÉ um filme apeletivo até certo ponto, mas me pareceu que houve harmonia estética e conceitual, inclusive quanto às cenas de nudez e sexo. o que me parece, dos comentários, é que querem trazer o código hays de volta.
Aftersun
4.1 709Esse filme começa na nossa mente 20 minutos depois que acaba na tela. um pai tentando ser pai e uma filha tentando reter uma memória distante (muito distante), sendo ambos pressionados pelo passado e, porquê não, pelo futuro. as muitas "lacunas" sem resposta servem para gerar esse eco reflexivo. um filme especial para quem é pai. ou para quem busca um pai perdido para ecoar no âmago de sua alma.
Triângulo da Tristeza
3.6 730 Assista Agoracomeçou com cara de filme do Godard e terminou no estilo parasita! muito bom!
Os Banshees de Inisherin
3.9 571 Assista AgoraA velha dicotomia entre o simples feliz e o culto angustiado, muito bem representada em atuações impecáveis, principalmente do Collin Farrel. Em (mais) um ano com filmes fracos no oscar, esse destoa por sua profundidade.
O Milagre
3.5 219uma relação incestuosa na infância e o fanatismo religioso são os ingredientes dessa história de sofrimento e busca por redenção em uma cultura que vê um deus pai como um ser que lançará sua alma no inferno para sempre. já tem tempo que venho notando o quanto florence pugh é uma grande atriz e nesse filme não foi diferente. o clima sombrio de lampiões e a vastidão da paisagem solitária me lembraram obras como "os outros" e "a fita branca". é um filme que certamente agradará a quem não busca ação marveliana.
Till: A Busca por Justiça
3.7 67 Assista AgoraHá uma urgência em se reprimir, severamente, toda e qualquer forma de fascismo, racismo ou preconceito de qualquer ordem. É estarrecedor que, em uma sociedade dita evoluida, há pouco mais de cinquenta anos, crimes bárbaros, como o retratado no filme, fossem tolerados, por conta de uma suposta supremacia de velhos ensebados comedores de hambúrguer. Por sinal é o mesmo perfil dos que, no Brasil de 2022, estão em frente aos quartéis planejando atentados a bomba e relinchando contra a democracia, talvez sem os hambúrgueres, mas com o mesmo sebo e o espírito retrógrado e elitista que permitiu e permite classificar gente em função de sua cor de pele ou de outra característica que destoe do padrão de suas instituições sagradas idiotas.
Os Pequenos Vestígios
3.0 394 Assista Agoragente, esse filme não é sobre achar o assassino, mas sobre lidar com erros e com a ambivalência. não há anjos (é a frase final). todo mundo acaba sendo mal!
Stroszek
4.1 77Ian Curtis, do Joy Division, se matou pouco depois de ver esse filme, na casa de sua esposa, de quem estava separado de fato há um tempo. Se enforcou com uma corda de varal, para o desespero da mulher, que o encontrou pela manhã. Ele só tinha 22 e estava no auge de um sonho recheado de dramas e desilusões, além de uma doença (à época) incurável e que poderia até matar. Creio que, não obstante não ser determinante para a decisão de Ian, esse filme complementou a atmosfera daquela noite fatídica, com um pouco mais da doce tristeza dos inocentes. Um grande filme, que adentrou a eternidade atrelado à alma de seu mais ilustre espectador. RIP Ian.
Argentina, 1985
4.3 335"nunca mais", bando de golpista fdp. nunca mais!!!!
O Homem do Norte
3.7 948 Assista AgoraQualquer releitura de Hamlet (ou da lenda que inspirou a obra) tem que ter densidade narrativa! o filme é bom, mas opta pela obviedade, apostando em "estética viking" e elementos técnicos, mais que em imersão psíquica na tragédia, o que o deixa bem raso e pobre, quando comparado à peça Shakesperiana do príncipe dinamarquês, e isso, para mim, decepcionou bastante.
Top Gun: Maverick
4.1 1,1K Assista Agoraé bom, mas não justifica esse hype todo não. é mais do mesmo, só que muito bem feito. boa diversão apenas.
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraA Jéssica é a pobre com consciência de classe, enquanto a mãe foi criada para servir as elites sabendo que seu lugar é na cozinha (ou senzala, se preferir). Por um mundo com mais Jéssicas e menos fabinhos (maconheiro, mimado, burro e molenga. um fraco de caráter, como seus pais).