A trama de X-Men: Fênix Negra é, sobretudo, de vingança. E suas virtudes e defeitos, coincidentemente, reproduzem aqueles da maioria dos filmes do tipo: boas cenas de ação - algumas ótimas (obrigado, Magneto) - tentam compensar a fragilidade do roteiro - mudanças de postura injustificáveis das personagens, vilões sem motivação, diálogos intragáveis (não são poucos, acredite). No geral, a produção está longe de ser a merda absoluta que pintaram, mas mais distante ainda de ser a despedida merecida para uma série subvalorizada pelo tamanho histórico que possui - mais importante do que Marvel/Disney para o cinema de heróis.
O legal de um filme como esse é revelar à pretensa ingenuidade de alguns "cinéfilos" que todo país (mesmo a tal França) tem seu cinema comercial - e não há nada de mal nisso, oras.
Tal qual outros filmes que, como ele, se dedicam às “personagens anônimas” das grandes histórias, este Estrada Sem Lei, novo na Netflix, não consegue dizer muita coisa.
É curioso que estas produções optem, geralmente, pelo caminho mais convencional e desinteressante: o de apenas narrar o mesmo caso sob outra ótica. Olhar para as personagens, mostrar que, mesmo pouco célebres, são fascinantes, quase ninguém faz. Falta risco, falta vigor.
Não chega a ser ruim. Kevin Costner e Woody Harrelson, mesmo no piloto automático, são bons, seguram a barra e tudo mais, mas é isso: falta.
Ronin é a prova de que é possível fazer um filme de ação muito bom sem uma trama ultra-engenhosa, mas apenas com sequências bem dirigidas, atuações convincentes - destaca-se Jean Reno - e, claro, fugindo do exagero de estereótipos comum ao gênero.
Esta temporada, esta obra, foi um negócio lindo. O mais interessante, do aspecto narrativo, é como a série consegue realizar uma mescla entre uma narrativa que realmente propõe-se a expor, de maneira sensível, sua trama legitimamente comovente, e uma espécie de sátira, por alguns momentos - extremamente divertida - das atrações televisivas que, justamente, tratam de narrar histórias de superação cercadas de melodrama. É uma ambiguidade deliciosa. De qualquer uma das maneiras, Derek provou-se uma série excepcional. Socialmente relevante, por realizar uma subversão das aparências e estereótipos sociais estabelecidos - nada mais claro do que seu personagem-título -, divertida, pela sátira proposta, e, acima de tudo, comovente, sensível e emocionante - algo que não costuma estar ligado ao seu criador, diretor, roteirista e protagonista, o mais uma vez ótimo Ricky Gervais.
Ainda que reforce alguns estereótipos preconceituosos estabelecidos pelos norte-americanos em relação aos latinos, é uma aventura de matinê das mais eficientes. Michael Douglas e Kathleen Turner protagonizam uma caçada divertidíssima.
Característica habitual do Cinema de Sidney Lumet, as grandes sequências - recheadas de tensão - com trocas de diálogos em espaços fechados, são os destaques do longa, proporcionando alguns momentos intensos para Sean Connery. Ainda assim, na construção de uma trajetória de corrupção ética e moral - culminando numa conclusão determinista -, a narrativa acaba tornando-se extremamente repetitiva, com relação à suas observações e reflexões, após um certo tempo de projeção, e consequentemente soa aborrecida.
A ideia, apesar de melhor explorada por outros projetos, é inusitada e deveras interessante; pena que caia numa narrativa tão previsível, incoerente, apressada - sobre estes dois últimos adjetivos, repare como, no primeiro ato, jogadores e técnico têm uma tendência a recusarem-se juntar-se ao time, mas instantes depois, esquecem-se de qualquer conflito e unem-se, inexplicavelmente -, baseada em estereótipos - temos o jogador que prometia e não cumpriu, o brutamontes, o religioso e por aí vai - e com dois protagonistas apagados - Reeves, como de hábito, e Hackman, surpreendentemente -, salvando-se por alguns momentos de moderada diversão e empolgação, sobretudo no terceiro ato, e graças aos divertidos Rhys Ifans e Jon Favreau.
Dotado de atmosfera séria, vilão ameaçador e os erros habituais ao lugar-comum, o longa acerta em todos os aspectos nos quais foge da fórmula de seu estúdio - e se tivesse a coragem de fazer isto mais vezes, poderia pensar em ser um grande filme.
Leia mais em http://www.loggado.com/2014/04/critica-capitao-america-o-soldado.html
É conservador e moralista como a personagem hipócrita de Jennifer Garner, maniqueísta como os discursos de concursos de competição pública e seu roteiro é furado como um queijo suíço - que, assim como manteiga, é um laticínio.
A provável decisão mais inteligente de Sidney Lumet na construção deste fabuloso 12 Homens e uma Sentença é a de não contar-nos nada a respeito de nenhum dos doze jurados e nem do caso que está sendo julgado, até o momento levar-nos às discussões do júri para formar sua decisão.
Somos sujeitos e adeptos aos pré-julgamentos, e se soubéssemos algo sobre estes dois pontos, certamente logo tomaríamos partido a respeito do julgamento, mas por irmos até ele no escuro, somos obrigados a convencer-nos e chegar a uma decisão apenas através da argumentação de cada um daqueles homens - dos quais não sabemos sequer os nomes, e só conhecemos algo de suas trajetórias em diálogos casuais eventualmente trocados entre eles -, surgindo daí uma das mais interessantes reflexões propostas: a da construção e poder da argumentação. Através do apontamento perspicaz de detalhes de um, do discurso preconceituoso de outro, formamos nossa posição. Mas ainda estamos no escuro, assim como aqueles homens, afinal de contas, há como julgarmos uma decisão a respeito da vida de alguém somente através de depoimentos? E se estes depoimentos forem enganosos? Não há como saber, então resta interpretar aquela que fora a argumentação mais convincente - e como ela é poderosa, podendo em sua forma mais crua, causar a total subversão ou acordo de um grupo com pessoas completamente diferentes em apenas uma tarde de discussão.
Uma obra de aspecto teatral, reflexiva, instigante e tensa - este último aspecto, gerado sobretudo graças à outra inteligente decisão, a de narrar toda a trama apenas num ambiente -, onde o espectador envolve-se integralmente e sente um peso como o de estar carregando uma decisão grande como esta nas costas - e que bom que assim o é.
Cuidado Com Quem Chama
3.4 630Onde eu encontro esse filme, minha gente?
X-Men: Fênix Negra
2.6 1,1K Assista AgoraA trama de X-Men: Fênix Negra é, sobretudo, de vingança. E suas virtudes e defeitos, coincidentemente, reproduzem aqueles da maioria dos filmes do tipo: boas cenas de ação - algumas ótimas (obrigado, Magneto) - tentam compensar a fragilidade do roteiro - mudanças de postura injustificáveis das personagens, vilões sem motivação, diálogos intragáveis (não são poucos, acredite). No geral, a produção está longe de ser a merda absoluta que pintaram, mas mais distante ainda de ser a despedida merecida para uma série subvalorizada pelo tamanho histórico que possui - mais importante do que Marvel/Disney para o cinema de heróis.
Até o Fundo
3.2 74 Assista AgoraO legal de um filme como esse é revelar à pretensa ingenuidade de alguns "cinéfilos" que todo país (mesmo a tal França) tem seu cinema comercial - e não há nada de mal nisso, oras.
Estrada Sem Lei
3.6 242 Assista AgoraTal qual outros filmes que, como ele, se dedicam às “personagens anônimas” das grandes histórias, este Estrada Sem Lei, novo na Netflix, não consegue dizer muita coisa.
É curioso que estas produções optem, geralmente, pelo caminho mais convencional e desinteressante: o de apenas narrar o mesmo caso sob outra ótica. Olhar para as personagens, mostrar que, mesmo pouco célebres, são fascinantes, quase ninguém faz. Falta risco, falta vigor.
Não chega a ser ruim. Kevin Costner e Woody Harrelson, mesmo no piloto automático, são bons, seguram a barra e tudo mais, mas é isso: falta.
Vidro
3.5 1,3K Assista AgoraO filme de super-herói definitivo.
Ingrid Vai Para o Oeste
3.3 234 Assista AgoraInteressantíssimo filme que, lançado na última semana nos serviços de streaming, já possui título nacional: "Ingrid vai para o Oeste".
Um Estranho no Ninho
4.4 1,8K Assista AgoraMeu filme favorito. Sem mais.
Quase Famosos
4.1 1,4K Assista AgoraSerá possível não se apaixonar por Penny Lane?
O Apostador
2.8 151 Assista AgoraLançado diretamente nas locadoras brasileiras, o filme ganhou o título de "O Apostador", e não "O Jogador", como aqui registrado.
Carta Selvagem
2.6 142 Assista AgoraLançado diretamente nas locadoras brasileiras, o filme ganhou o título de "Jogo Duro", e não "Carta Selvagem", como aqui registrado.
Ronin
3.6 205 Assista AgoraRonin é a prova de que é possível fazer um filme de ação muito bom sem uma trama ultra-engenhosa, mas apenas com sequências bem dirigidas, atuações convincentes - destaca-se Jean Reno - e, claro, fugindo do exagero de estereótipos comum ao gênero.
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista AgoraEsse troço será surtadamente divertido.
Derek (1ª Temporada)
4.5 103Esta temporada, esta obra, foi um negócio lindo.
O mais interessante, do aspecto narrativo, é como a série consegue realizar uma mescla entre uma narrativa que realmente propõe-se a expor, de maneira sensível, sua trama legitimamente comovente, e uma espécie de sátira, por alguns momentos - extremamente divertida - das atrações televisivas que, justamente, tratam de narrar histórias de superação cercadas de melodrama. É uma ambiguidade deliciosa.
De qualquer uma das maneiras, Derek provou-se uma série excepcional. Socialmente relevante, por realizar uma subversão das aparências e estereótipos sociais estabelecidos - nada mais claro do que seu personagem-título -, divertida, pela sátira proposta, e, acima de tudo, comovente, sensível e emocionante - algo que não costuma estar ligado ao seu criador, diretor, roteirista e protagonista, o mais uma vez ótimo Ricky Gervais.
Tudo por uma Esmeralda
3.4 195Ainda que reforce alguns estereótipos preconceituosos estabelecidos pelos norte-americanos em relação aos latinos, é uma aventura de matinê das mais eficientes. Michael Douglas e Kathleen Turner protagonizam uma caçada divertidíssima.
Até os Deuses Erram
3.4 15Característica habitual do Cinema de Sidney Lumet, as grandes sequências - recheadas de tensão - com trocas de diálogos em espaços fechados, são os destaques do longa, proporcionando alguns momentos intensos para Sean Connery. Ainda assim, na construção de uma trajetória de corrupção ética e moral - culminando numa conclusão determinista -, a narrativa acaba tornando-se extremamente repetitiva, com relação à suas observações e reflexões, após um certo tempo de projeção, e consequentemente soa aborrecida.
Sicko - S.O.S. Saúde
4.2 301Os reacinhas passam mal vendo esse filme.
Virando o Jogo
3.4 46 Assista AgoraA ideia, apesar de melhor explorada por outros projetos, é inusitada e deveras interessante; pena que caia numa narrativa tão previsível, incoerente, apressada - sobre estes dois últimos adjetivos, repare como, no primeiro ato, jogadores e técnico têm uma tendência a recusarem-se juntar-se ao time, mas instantes depois, esquecem-se de qualquer conflito e unem-se, inexplicavelmente -, baseada em estereótipos - temos o jogador que prometia e não cumpriu, o brutamontes, o religioso e por aí vai - e com dois protagonistas apagados - Reeves, como de hábito, e Hackman, surpreendentemente -, salvando-se por alguns momentos de moderada diversão e empolgação, sobretudo no terceiro ato, e graças aos divertidos Rhys Ifans e Jon Favreau.
Neblina e Sombras
3.7 99 Assista Agora'Depois de Horas' - versão Woody Allen.
Memórias
4.0 168 Assista AgoraWoody Allen reflete sobre sua própria profissão num belo filme, ainda que com seríssimos problemas de foco.
O Palácio Francês
3.3 27 Assista AgoraUma colcha de retalhos, sim, mas, felizmente, uma bem divertida.
Leia mais em http://www.loggado.com/2014/05/critica-o-palacio-frances.html.
Community (5ª Temporada)
3.9 148Em 13 episódios, tivemos a volta da legítima, genial e emocionante Community que conhecíamos - e espero que ela ainda fique aí por um bom tempo.
Capitão América 2: O Soldado Invernal
4.0 2,6K Assista AgoraDotado de atmosfera séria, vilão ameaçador e os erros habituais ao lugar-comum, o longa acerta em todos os aspectos nos quais foge da fórmula de seu estúdio - e se tivesse a coragem de fazer isto mais vezes, poderia pensar em ser um grande filme.
Leia mais em http://www.loggado.com/2014/04/critica-capitao-america-o-soldado.html
Butter: Deslizando na Trapaça
3.0 116 Assista AgoraÉ conservador e moralista como a personagem hipócrita de Jennifer Garner, maniqueísta como os discursos de concursos de competição pública e seu roteiro é furado como um queijo suíço - que, assim como manteiga, é um laticínio.
12 Homens e Uma Sentença
4.6 1,2K Assista AgoraA provável decisão mais inteligente de Sidney Lumet na construção deste fabuloso 12 Homens e uma Sentença é a de não contar-nos nada a respeito de nenhum dos doze jurados e nem do caso que está sendo julgado, até o momento levar-nos às discussões do júri para formar sua decisão.
Somos sujeitos e adeptos aos pré-julgamentos, e se soubéssemos algo sobre estes dois pontos, certamente logo tomaríamos partido a respeito do julgamento, mas por irmos até ele no escuro, somos obrigados a convencer-nos e chegar a uma decisão apenas através da argumentação de cada um daqueles homens - dos quais não sabemos sequer os nomes, e só conhecemos algo de suas trajetórias em diálogos casuais eventualmente trocados entre eles -, surgindo daí uma das mais interessantes reflexões propostas: a da construção e poder da argumentação. Através do apontamento perspicaz de detalhes de um, do discurso preconceituoso de outro, formamos nossa posição. Mas ainda estamos no escuro, assim como aqueles homens, afinal de contas, há como julgarmos uma decisão a respeito da vida de alguém somente através de depoimentos? E se estes depoimentos forem enganosos? Não há como saber, então resta interpretar aquela que fora a argumentação mais convincente - e como ela é poderosa, podendo em sua forma mais crua, causar a total subversão ou acordo de um grupo com pessoas completamente diferentes em apenas uma tarde de discussão.
Uma obra de aspecto teatral, reflexiva, instigante e tensa - este último aspecto, gerado sobretudo graças à outra inteligente decisão, a de narrar toda a trama apenas num ambiente -, onde o espectador envolve-se integralmente e sente um peso como o de estar carregando uma decisão grande como esta nas costas - e que bom que assim o é.