Já o tinha marcado para ver há muitos anos, e finalmente consegui! Não foi nada menos do que eu esperava: um filme extremamente impactante, uma ambientação sinistra marcado pelo seu ritmo ponderadamente cadenciado, câmeras incomuns que traduzem uma maluquice constante e um protagonista caricato por seus trejeitos metódicos.
De fato, o desenrolar da transformação da narrativa muito embora seja brutal, ele é coerente e progressivo, fazendo com que apesar de impactante, não é inesperado. Nos faz pensar e alerta como muitas vezes o individuo é capaz de achar que está fazendo o melhor para todos e na verdade está sendo um sádico inconsequente.
Trata-se de um filme meio ficção/meio documentário, o qual eles constantemente se permeiam e retrata uma iminente transformação da sociedade cubana por meio da Revolução que acabara de romper. Não entenda esse filme meramente como panfletário, porque ele não o é. Em diversos momentos dialoga e, dialeticamente questiona e reflete sobre as diversas camadas da população como indivíduos inseridos como atuantes da própria Revolução, alguns mais conscientizados, outros menos. O casal Yolanda e Mario são os aparentes personagens antagônicos que pouco a pouco se compreendem e se transformam, algo que representa a metamorfose de algo velho no novo, valores obsoletos descartados e outros novos absorvidos e adaptados. Infelizmente, a obra não se aprofunda tanto, talvez por seu roteiro um pouco difuso, ou até mesmo por suas limitações de produção. Gostaria que se prolongasse por uns poucos minutos a mais.
Depois de quase 10 anos da primeira vez que assisti, resolvi dar uma espairecida lembrando que era um bom filme. Uma das primeiras coisas que me causou uma certa estranheza foi a sua ambientação, que me pareceu um pouco forçada, talvez até por conta de sua datação. Hoje é possível que nos pareça um pouco ridículo o pessoal sair no rolê e querer bancar o machão saindo na mão com quem se veste diferente e participa de uma tribo distinta, em outros tempos foi assim. Outra estranheza me veio quanto aos efeitos que claramente saltam aos olhos, como os planos sobrepostos ao por do Sol, o exagero deliberado da iluminação naquela cena, igualmente à do incêndio que ficou estranhíssima, apesar de serem cenas cruciais e belíssimas de conteúdo. No geral, novamente gostei da experiência. Eram atores que em boa parte viriam a estourar em suas carreiras e se encontravam em fase de maturação (Tom Cruise e Emilio Estevez tinham 21 anos, Ralph Machio 22, Matt Dillon e Rob Lowe 19!!). O mais veterano deles seria o Patrick Swazye que mesmo com seus 29 ainda não tinha deslanchado em sua carreira.
Quanto ao seu roteiro, ele retrata uma juventude que se reproduz baseada em seus valores de vizinhança enquanto duas delas em especial, a de uma classe pobre se confronta com os valores de outra que seria representada por uma pseudo classe média, a qual não muito se destaca da primeira, mas ambas encontram nuances para se colidirem por brigas constantes e disputas por territórios e status por meio do poder. Fica evidente o choque social quando um dos Socs resolve conversar com o Pony que é dos Greasers, e revela que mesmo vencendo o confronto que viria, ambos continuariam coexistindo sob suas diferenças socioeconômicas, e os mais ricos prevaleceriam. Acho que Coppola fez um bom trabalho aqui, sabendo explorar as dualidades de um ser humano sob essas facetas.
Sei que muitos o consideram uma obra-prima, e até posso enxergar os motivos. Contudo, filme autoral é assim: rola para alguns e não rola para outros. No meu caso, passou longe. Ainda assim, dou muito, muito crédito mesmo pelo trabalho soberbo do Denis Levant, provavelmente a atuação mais metamórfica de toda a história do cinema.
Confesso que sou muito mais fã das fases posteriores de Godard que o diretor usa de inúmeras disrupturas, cortes secos e afins do que essa fase inicial de narrativa contínua. Ademais, essa saturação musical destoou bastante, tornando-se irritante e uma tentativa forçada de empurrar a dramatização de uma história bem besta. Durante todo o filme achei que se fosse chegar a algum lugar relevante, mas que nada. Se não fosse a presença da Brigitte Bardot essa obra não valeria lá muita coisa.
História do resgate dos filmes: interessantíssima! O documentário utilizando-se desses filmes remontando a história do vilarejo: um verdadeiro sonífero. Fui até o fim porque queria saber tudo a respeito dessa história inusitada, mas eu dormi incontáveis vezes.
O filme até que não é ruim. Ele é entrertivo e considerando a sua mais que evidente limitação de orçamento pode-se até dizer que é bem feito. O ponto negativo que é comum em muitos filmes dessa categoria é a sua história extremamente difusa muito difícil de se conseguir acompanhar. Na verdade quase nada faz sentido, mas achei legal.
Um filme que faz muito jus à fama e nota boa que tem por aí. Nunca havia assistido nada do diretor, e que bela primeira experiência! O filme tem uma história pedrada que é abordada de forma muito não convencional e extremamente eficiente. É impressionante como é verdadeiro que a sociedade tende a naturalizar certas coisas inaceitáveis até chegar o ponto de ruptura onde todos passam a ficar atônitos com aquilo que outrora estava na cara e todos fingiam não enxergar.
É um filme bonito visualmente falando e que tem seu valor como testemunho e homenagem à profissão por muitas vezes ingrata que tem o palhaço. Não sei ao certo se não gostei mais porque simplesmente nunca tive apreço pela personagem do palhaço em si, nunca fui fã de circo e afins, mas como narrativa achei bem inócuo. Pra falar a verdade, o que ele mais despertou em mim foi a curiosidade de procurar saber se só nós temos uma palavra própria em nossa língua para distinguir do "clown" de origem inglesa.
É um documentário mais que valoriza as parcerias do interprete do que necessariamente traz algo sobre o Bezerra. Seria mais um "dissecando a obra de Bezerra da Silva".
Documentário preciso sobre um dos nossos muitos gênios da música brasileira. Chico foi um visionário que infelizmente foi muito cedo. Mas por toda sua intensidade nos presenteou com um pequeno legado que ao mesmo tempo é gigante pela sua importância. Tem disponível no Youtube, imperdível para todo fanático por música!
Esforço inestimável para registrar ainda em vida a história de um mestre sagrado para a cena musical do estado do Pará. Estado esse por sinal que é um celeiro de expressão cultural, é impressionante como em tudo que eles se debruçam a fazer sai coisa boa! Ademais desse valor, que surpresa boa ter a Layse como entrevistadora, artista a qual sou fã demais e foi minha porta de entrada para conhecer a guitarrada. Contudo, se for ver, nem é tão surpreendente assim a presença dela no documentário, pois ela é sem dúvida uma das grandes expoentes do movimento musical atual no estado.
Só não tive como concordar tanto quanto apresentaram o som do Verequete como o primeiro registro gravado do carimbó. Um ano antes da gravação do Legítimo Carimbó, o Pinduca já tinha soltado o Carimbó e sirimbó do Pinduca e o próprio Alypyo Martins trazendo O rei do carimbó (mais um pra disputar o título de realeza).
A seleção de músicas é precisa para a época da banda, uma pancada direta e extrema. Essa fase da banda foi excelente, uma das melhores da carreira, embora eu ache que o começo dos anos 2000 também foi uma fase excepcional que perdura até hoje. É Napalm Death, vai sem medo! Algumas músicas são intercaladas por breves depoimentos dos músicos da formação.
A princípio a longuíssima duração para um documentário logo já me gerou uma rejeição, mas por se tratar de uma banda do calibre do Vulcano, eu não poderia negar a missão. Devo admitir que conforme o tempo foi passando e fui absorvendo a sua proposta de discorrer cada lançamento de forma linear e detalhadíssima, eu rapidamente me cativei. É de se notar a memória de elefante do Zhema (quem me dera eu ter metade dessa memória!) que se recorda de cada detalhe, cada nome, cada nuance de todas as ocasiões questionadas. Realmente incrível! Basicamente todos os integrantes que passaram pela banda que seria possível serem entrevistados o foram. O resultado final nos leva a constatar que foi um trabalho feito de forma exímia e que o Vulcano sem dúvida é uma das maiores bandas de metal que já existiram. Uma lenda diretamente do Brasil!
Revisto com muito gosto. Apesar de eu não lembrar nada da primeira vez que o vi, revendo meu comentário de 7 anos atrás me fez ter o mesmo impacto. Um filme muito bem amarrado e instigante!
Espantoso parar para pensar que um filme desse foi executado na distante década de 60. Pode não se tratar de algo tão explícito como O Exorcista, por exemplo, mas realmente tem seus momentos de grande assombro protagonizados pela talentosa atriz Lucyna Winnicka. Ademais da atmosfera, de fato o quê de contestações e dúvidas da fé fazem o filme ter um grande corpo.
Filme um tanto desconhecido e subestimado do diretor. Godard consegue transpor em sua discursiva anticapitalista um tema que já o atrai há muito tempo e sempre o aplica com muita mística: a linguagem. É muito interessante a quebra de quarta parede quase que na totalidade da obra para se discorrer sobre a relatividade das palavras e pensamentos enquanto a narrativa é permeada pelas críticas do consumismo e até mesmo um posicionamento contundente pré hippie acerca da Guerra do Vietnã.
Já vi muitos filmes dele, mas esse entrou na prateleira de um dos quais mais me agradou. Merece ser conferido e valorizado!
Baseado em recortes da vida e carreira de Viktor Tsoi, muitas vezes referido apenas como Kino (que trata-se na verdade da banda e não do sujeito), o filme é uma digna homenagem a uma das maiores figuras da música do país, ou ao menos da época em que se denominava como União Soviética. Traz lá algumas pinceladas da distinta cena que ocorreu na cidade de Leningrado e uma história paralela coprotagonizada pela esposa do músico que o ajudou no começo de carreira. Em parte é interessante essa dualidade entre viagem que os dois curtem juntos, pairando por clássicos do rock que ambos saem vivenciando com outros personagens e elementos da cidade, como se todos participassem juntos do momento, mas não sei bem até que ponto tudo isso contribuiu para explanar o talento compositivo de Tsoi, ou mesmo em sua vida pessoal, seja no universo real ou na adaptação cinematográfica. De toda forma, é um filme bem interessante e indispensável para quem é fã de música, especialmente do Kino, em particular.
Mais uma pérola do cinema soviético que aparentemente não teve seu lugar de destaque. Méritos também devem ser dados à instituição de Martin Scorcese voltada a restaurações de filmes que sofreram com as intempéries do tempo e que visam preservar filmes de todo o globo.
Revenge é dividido em 6 contos dando enfoque à vingança de um assassinato brutal ocorrido em um vilarejo coreano. É ditado por um ritmo monótono e que requer grande imersão por parte do espectador. Não vai ser um filme para se tentar assistir a qualquer momento, mas garanto que a tentativa bem-sucedida vai fazer valer cada segundo!
Até agora nenhum filme do Antonioni havia me pegado, mas nossa! Esse aqui eu mesmo com sono não conseguia parar de assistir. Quanta intensidade colocada em apenas um dia retratado! Algumas passagens de diálogos são ímpares, providos de grande profundidade e sentimentos resguardados. E o que falar de Jeanne Moreau? Essa atriz que em quase nenhum momento transparece qualquer alegria, parece em um profundo estado de natural melancolia. Uma aura altiva e imponente a todo momento. Deslumbrante!
Começando pelos pontos negativos: a produção é fraca! Ela peca em inúmeros pontos, tais como o tratamento de vídeo que deixa bem a desejar, cortes demasiados, takes em alguns momentos com grande defasagem de luz e, o pior de todos na minha opinião, muitos momentos que o vídeo está dessincronizado do áudio. Além de tudo, infelizmente, escolheram uma audiência bem apática e pouco presente (esse show não devia contar com mais de 500 pessoas na casa) para registrar possivelmente a melhor fase da banda. Uma turnê do brilhante Damage Done não poderia falhar em tantos aspectos, mas, é justamente esse o detalhe que salva o produto, pois melhor seleção de músicas não poderia haver! A banda estava voando, em plena forma e contando com as suas melhores composições, o que torna essa experiência imperdível.
Adoro esse tipo de documentário que trazem registros justamente de épocas gloriosas de determinados artistas, times, pessoas, pois é isso... se alguém não se dispõe a eternizar tal momento, corre-se o risco desse cair no esquecimento por muitos e inestimáveis memórias podem ser facilmente perdidas. Fiquei muito empolgado em acompanhar esse recorte da trajetória do Aimoré que de forma incrível logrou por conquistar dois acessos seguidos em um momento que poderia ser dos mais conturbados de sua história. Realmente um grande registro que parabenizo a todos os envolvidos.
O Cremador
4.2 51 Assista AgoraJá o tinha marcado para ver há muitos anos, e finalmente consegui!
Não foi nada menos do que eu esperava: um filme extremamente impactante, uma ambientação sinistra marcado pelo seu ritmo ponderadamente cadenciado, câmeras incomuns que traduzem uma maluquice constante e um protagonista caricato por seus trejeitos metódicos.
De fato, o desenrolar da transformação da narrativa muito embora seja brutal, ele é coerente e progressivo, fazendo com que apesar de impactante, não é inesperado.
Nos faz pensar e alerta como muitas vezes o individuo é capaz de achar que está fazendo o melhor para todos e na verdade está sendo um sádico inconsequente.
Muito muito bom mesmo!
De Cierta Manera
4.1 5Trata-se de um filme meio ficção/meio documentário, o qual eles constantemente se permeiam e retrata uma iminente transformação da sociedade cubana por meio da Revolução que acabara de romper.
Não entenda esse filme meramente como panfletário, porque ele não o é.
Em diversos momentos dialoga e, dialeticamente questiona e reflete sobre as diversas camadas da população como indivíduos inseridos como atuantes da própria Revolução, alguns mais conscientizados, outros menos.
O casal Yolanda e Mario são os aparentes personagens antagônicos que pouco a pouco se compreendem e se transformam, algo que representa a metamorfose de algo velho no novo, valores obsoletos descartados e outros novos absorvidos e adaptados.
Infelizmente, a obra não se aprofunda tanto, talvez por seu roteiro um pouco difuso, ou até mesmo por suas limitações de produção.
Gostaria que se prolongasse por uns poucos minutos a mais.
Vidas Sem Rumo
3.8 259Depois de quase 10 anos da primeira vez que assisti, resolvi dar uma espairecida lembrando que era um bom filme.
Uma das primeiras coisas que me causou uma certa estranheza foi a sua ambientação, que me pareceu um pouco forçada, talvez até por conta de sua datação.
Hoje é possível que nos pareça um pouco ridículo o pessoal sair no rolê e querer bancar o machão saindo na mão com quem se veste diferente e participa de uma tribo distinta, em outros tempos foi assim.
Outra estranheza me veio quanto aos efeitos que claramente saltam aos olhos, como os planos sobrepostos ao por do Sol, o exagero deliberado da iluminação naquela cena, igualmente à do incêndio que ficou estranhíssima, apesar de serem cenas cruciais e belíssimas de conteúdo.
No geral, novamente gostei da experiência. Eram atores que em boa parte viriam a estourar em suas carreiras e se encontravam em fase de maturação (Tom Cruise e Emilio Estevez tinham 21 anos, Ralph Machio 22, Matt Dillon e Rob Lowe 19!!). O mais veterano deles seria o Patrick Swazye que mesmo com seus 29 ainda não tinha deslanchado em sua carreira.
Quanto ao seu roteiro, ele retrata uma juventude que se reproduz baseada em seus valores de vizinhança enquanto duas delas em especial, a de uma classe pobre se confronta com os valores de outra que seria representada por uma pseudo classe média, a qual não muito se destaca da primeira, mas ambas encontram nuances para se colidirem por brigas constantes e disputas por territórios e status por meio do poder.
Fica evidente o choque social quando um dos Socs resolve conversar com o Pony que é dos Greasers, e revela que mesmo vencendo o confronto que viria, ambos continuariam coexistindo sob suas diferenças socioeconômicas, e os mais ricos prevaleceriam.
Acho que Coppola fez um bom trabalho aqui, sabendo explorar as dualidades de um ser humano sob essas facetas.
Holy Motors
3.9 652 Assista AgoraSei que muitos o consideram uma obra-prima, e até posso enxergar os motivos.
Contudo, filme autoral é assim: rola para alguns e não rola para outros. No meu caso, passou longe.
Ainda assim, dou muito, muito crédito mesmo pelo trabalho soberbo do Denis Levant, provavelmente a atuação mais metamórfica de toda a história do cinema.
O Desprezo
4.0 266Confesso que sou muito mais fã das fases posteriores de Godard que o diretor usa de inúmeras disrupturas, cortes secos e afins do que essa fase inicial de narrativa contínua.
Ademais, essa saturação musical destoou bastante, tornando-se irritante e uma tentativa forçada de empurrar a dramatização de uma história bem besta.
Durante todo o filme achei que se fosse chegar a algum lugar relevante, mas que nada.
Se não fosse a presença da Brigitte Bardot essa obra não valeria lá muita coisa.
Dawson City: Tempo Congelado
3.5 4 Assista AgoraHistória do resgate dos filmes: interessantíssima!
O documentário utilizando-se desses filmes remontando a história do vilarejo: um verdadeiro sonífero.
Fui até o fim porque queria saber tudo a respeito dessa história inusitada, mas eu dormi incontáveis vezes.
Mission: Killfast
1.6 2O filme até que não é ruim. Ele é entrertivo e considerando a sua mais que evidente limitação de orçamento pode-se até dizer que é bem feito.
O ponto negativo que é comum em muitos filmes dessa categoria é a sua história extremamente difusa muito difícil de se conseguir acompanhar. Na verdade quase nada faz sentido, mas achei legal.
Festa de Família
4.2 396 Assista AgoraUm filme que faz muito jus à fama e nota boa que tem por aí.
Nunca havia assistido nada do diretor, e que bela primeira experiência!
O filme tem uma história pedrada que é abordada de forma muito não convencional e extremamente eficiente.
É impressionante como é verdadeiro que a sociedade tende a naturalizar certas coisas inaceitáveis até chegar o ponto de ruptura onde todos passam a ficar atônitos com aquilo que outrora estava na cara e todos fingiam não enxergar.
Os Palhaços
3.9 34 Assista AgoraÉ um filme bonito visualmente falando e que tem seu valor como testemunho e homenagem à profissão por muitas vezes ingrata que tem o palhaço.
Não sei ao certo se não gostei mais porque simplesmente nunca tive apreço pela personagem do palhaço em si, nunca fui fã de circo e afins, mas como narrativa achei bem inócuo.
Pra falar a verdade, o que ele mais despertou em mim foi a curiosidade de procurar saber se só nós temos uma palavra própria em nossa língua para distinguir do "clown" de origem inglesa.
Onde a Coruja Dorme
4.3 38É um documentário mais que valoriza as parcerias do interprete do que necessariamente traz algo sobre o Bezerra.
Seria mais um "dissecando a obra de Bezerra da Silva".
Chico Science - Caranguejo Elétrico
4.5 21Documentário preciso sobre um dos nossos muitos gênios da música brasileira.
Chico foi um visionário que infelizmente foi muito cedo. Mas por toda sua intensidade nos presenteou com um pequeno legado que ao mesmo tempo é gigante pela sua importância.
Tem disponível no Youtube, imperdível para todo fanático por música!
Os carimbós e as guitarradas de Mestre Curica
4.5 1Esforço inestimável para registrar ainda em vida a história de um mestre sagrado para a cena musical do estado do Pará.
Estado esse por sinal que é um celeiro de expressão cultural, é impressionante como em tudo que eles se debruçam a fazer sai coisa boa!
Ademais desse valor, que surpresa boa ter a Layse como entrevistadora, artista a qual sou fã demais e foi minha porta de entrada para conhecer a guitarrada.
Contudo, se for ver, nem é tão surpreendente assim a presença dela no documentário, pois ela é sem dúvida uma das grandes expoentes do movimento musical atual no estado.
Só não tive como concordar tanto quanto apresentaram o som do Verequete como o primeiro registro gravado do carimbó. Um ano antes da gravação do Legítimo Carimbó, o Pinduca já tinha soltado o Carimbó e sirimbó do Pinduca e o próprio Alypyo Martins trazendo O rei do carimbó (mais um pra disputar o título de realeza).
Música é isso, um debate bom que nunca tem fim!
Napalm Death - Live Corruption
4.5 1A seleção de músicas é precisa para a época da banda, uma pancada direta e extrema.
Essa fase da banda foi excelente, uma das melhores da carreira, embora eu ache que o começo dos anos 2000 também foi uma fase excepcional que perdura até hoje.
É Napalm Death, vai sem medo!
Algumas músicas são intercaladas por breves depoimentos dos músicos da formação.
Os Portais do Inferno se Abrem: A história do Vulcano
4.0 4A princípio a longuíssima duração para um documentário logo já me gerou uma rejeição, mas por se tratar de uma banda do calibre do Vulcano, eu não poderia negar a missão.
Devo admitir que conforme o tempo foi passando e fui absorvendo a sua proposta de discorrer cada lançamento de forma linear e detalhadíssima, eu rapidamente me cativei.
É de se notar a memória de elefante do Zhema (quem me dera eu ter metade dessa memória!) que se recorda de cada detalhe, cada nome, cada nuance de todas as ocasiões questionadas. Realmente incrível!
Basicamente todos os integrantes que passaram pela banda que seria possível serem entrevistados o foram.
O resultado final nos leva a constatar que foi um trabalho feito de forma exímia e que o Vulcano sem dúvida é uma das maiores bandas de metal que já existiram. Uma lenda diretamente do Brasil!
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraRevisto com muito gosto.
Apesar de eu não lembrar nada da primeira vez que o vi, revendo meu comentário de 7 anos atrás me fez ter o mesmo impacto.
Um filme muito bem amarrado e instigante!
O Grito
4.0 21O trama desde seu início não me fisgou. O personagem desenhado para Aldo é superficial e seus atos são extremamente vazios e inverossímeis.
Madre Joana dos Anjos
4.0 54Espantoso parar para pensar que um filme desse foi executado na distante década de 60.
Pode não se tratar de algo tão explícito como O Exorcista, por exemplo, mas realmente tem seus momentos de grande assombro protagonizados pela talentosa atriz Lucyna Winnicka.
Ademais da atmosfera, de fato o quê de contestações e dúvidas da fé fazem o filme ter um grande corpo.
Duas ou Três Coisas que Eu Sei Dela
3.7 82 Assista AgoraFilme um tanto desconhecido e subestimado do diretor.
Godard consegue transpor em sua discursiva anticapitalista um tema que já o atrai há muito tempo e sempre o aplica com muita mística: a linguagem.
É muito interessante a quebra de quarta parede quase que na totalidade da obra para se discorrer sobre a relatividade das palavras e pensamentos enquanto a narrativa é permeada pelas críticas do consumismo e até mesmo um posicionamento contundente pré hippie acerca da Guerra do Vietnã.
Já vi muitos filmes dele, mas esse entrou na prateleira de um dos quais mais me agradou. Merece ser conferido e valorizado!
A Cor da Romã
4.1 133Tentei, até o fim.
100% de simbolismos que não me disseram absolutamente nada.
Verão
3.8 20Baseado em recortes da vida e carreira de Viktor Tsoi, muitas vezes referido apenas como Kino (que trata-se na verdade da banda e não do sujeito), o filme é uma digna homenagem a uma das maiores figuras da música do país, ou ao menos da época em que se denominava como União Soviética.
Traz lá algumas pinceladas da distinta cena que ocorreu na cidade de Leningrado e uma história paralela coprotagonizada pela esposa do músico que o ajudou no começo de carreira.
Em parte é interessante essa dualidade entre viagem que os dois curtem juntos, pairando por clássicos do rock que ambos saem vivenciando com outros personagens e elementos da cidade, como se todos participassem juntos do momento, mas não sei bem até que ponto tudo isso contribuiu para explanar o talento compositivo de Tsoi, ou mesmo em sua vida pessoal, seja no universo real ou na adaptação cinematográfica.
De toda forma, é um filme bem interessante e indispensável para quem é fã de música, especialmente do Kino, em particular.
Revenge
3.5 5Mais uma pérola do cinema soviético que aparentemente não teve seu lugar de destaque.
Méritos também devem ser dados à instituição de Martin Scorcese voltada a restaurações de filmes que sofreram com as intempéries do tempo e que visam preservar filmes de todo o globo.
Revenge é dividido em 6 contos dando enfoque à vingança de um assassinato brutal ocorrido em um vilarejo coreano.
É ditado por um ritmo monótono e que requer grande imersão por parte do espectador. Não vai ser um filme para se tentar assistir a qualquer momento, mas garanto que a tentativa bem-sucedida vai fazer valer cada segundo!
A Noite
4.2 103Até agora nenhum filme do Antonioni havia me pegado, mas nossa! Esse aqui eu mesmo com sono não conseguia parar de assistir.
Quanta intensidade colocada em apenas um dia retratado!
Algumas passagens de diálogos são ímpares, providos de grande profundidade e sentimentos resguardados.
E o que falar de Jeanne Moreau? Essa atriz que em quase nenhum momento transparece qualquer alegria, parece em um profundo estado de natural melancolia. Uma aura altiva e imponente a todo momento. Deslumbrante!
Dark Tranquillity: Live Damage
4.0 1Começando pelos pontos negativos: a produção é fraca!
Ela peca em inúmeros pontos, tais como o tratamento de vídeo que deixa bem a desejar, cortes demasiados, takes em alguns momentos com grande defasagem de luz e, o pior de todos na minha opinião, muitos momentos que o vídeo está dessincronizado do áudio.
Além de tudo, infelizmente, escolheram uma audiência bem apática e pouco presente (esse show não devia contar com mais de 500 pessoas na casa) para registrar possivelmente a melhor fase da banda.
Uma turnê do brilhante Damage Done não poderia falhar em tantos aspectos, mas, é justamente esse o detalhe que salva o produto, pois melhor seleção de músicas não poderia haver!
A banda estava voando, em plena forma e contando com as suas melhores composições, o que torna essa experiência imperdível.
259 Dias
4.6 1Adoro esse tipo de documentário que trazem registros justamente de épocas gloriosas de determinados artistas, times, pessoas, pois é isso... se alguém não se dispõe a eternizar tal momento, corre-se o risco desse cair no esquecimento por muitos e inestimáveis memórias podem ser facilmente perdidas.
Fiquei muito empolgado em acompanhar esse recorte da trajetória do Aimoré que de forma incrível logrou por conquistar dois acessos seguidos em um momento que poderia ser dos mais conturbados de sua história.
Realmente um grande registro que parabenizo a todos os envolvidos.