Gosto do jeito frenético que o "old Danny Boyle" imprimia em suas produções. Aqui não é diferente. Filme muito bom e um enredo envolvente.
Gosto como a imagem amadora serve como se fossemos testemunhas de uma gravação de pessoas desesperadas para sobreviver em um novo mundo sob o domínio dos mortos vivos, mas será mesmo que somente eles são algozes? O que a humanidade aprendeu com esse apocalipse? Fica aí o questionamento.
Só consegui me conectar com a série a partir do 4° episódio, acho que só engata mesmo a partir daí. Antes disso, achei o excesso de gritaria muito chato, mas que vai fazendo sentido ao longo dos episódios quando a complexidade dos personagens são expostas. O elenco é afiadíssimo, destaque total para Jeremy Allen White, Ayo Edebiri e L-Boy, ótimos! Não posso dizer o mesmo de Ebon Moss-Bachrach que só berra.
Fora isso, o clima gélido e a trilha sonora dão um tom frenético e entendo perfeitamente ser considerada uma série de comédia pelo ar tragicômico.
Tantas camadas, tantas discussões, tanta complexidade e tanta genialidade. Um encanto de filme, me bateu de forma avassaladora. É muito empírico, sensorial e necessário. Um ode à liberdade, à liberdade da mulher principalmente, seus desejos, anseios, necessidades e poder ao seu próprio corpo. Em um mundo patriarcal é revolucionário ser uma mulher que se compreende como dona de si, de compreender o mundo ao redor, de apontar defeitos, desigualdades (de todas as formas), etc.
A cenografia e figurinos são um capítulo à parte. Um deleite. Elenco afiadíssimo e Emma Stone, ah, Emma Stone, que atriz, que afinco, que entrega!
Que filme bom e necessário. Está tudo ali explicado, quase didático. Uma perfeita sátira de como a indústria enxerga os corpos negros e de como eles limitam vivências e ocupação de espaços por conta desses estereótipos que a mídia corroborou e ainda corrobora para manter os estigmas sociais e raciais e se colocar em um lugar de conforto de “mea culpa pero no mucho”. Sensacional!
Um deslumbre visual? Sim! Mas os maneirismos do Wes Anderson estão me incomodando profundamente. O curta começa bem, depois torna-se chatíssimo. O bom que só tem 40 minutos.
Um novelão à lá Lícia Manzo. Muito bom. Senti o impacto das tramas e toda a solidão, peso dos dias, expectativas e o fogo como metáfora das chamas que atravessam nossos corpos e mentes na necessidade de validar nossas próprias existências. E, claro, um alerta climático.
Bonitinho. Gosto dessa inserção coming age e religião/religiosidade, não é uma coisa comum em filmes do tipo. Além de assuntos corriqueiros nessa fase de transição da infância para adolescência de uma maneira bastante cuidadosa. Não li o livro, mas achei uma boa adaptação. E o elenco infanto-juvenil é uma graça.
Que carisma a Kathy Bates exala, né? Que atriz! Não há papel pequeno para ela. Domina tudo.
O terror em seu estado mais bruto. A banalidade do mal esfregada em nossa cara. A tranquilidade dessas pessoas perversas (para dizer o mínimo) com todo o horror que os cercam é apavorante. E os sons, os gritos… Que filme, meus caros. Terror! Terror! Terror!
Um filme completamente esquecível. Talvez o mais fraco dos que vi da Sofia Coppola (e olha que ela tem no currículo “Bling Ring”). Mesmo com toda a angústia existencial do que é ser mulher em um mundo dominado por homens brancos, poderosos e influenciáveis. É sufocante e a Cailee Spaeny dá o tom necessário ao personagem.
E, claro, para (re) lembrar o quão b0sta o Elvis Presley era como homem em sua privacidade.
É um filme visceral, sobre relacionamentos inacabados, sobre dores inacabadas, sobre vidas inacabadas. Os encontros e os desencontros, sobre se encontrar e conectar consigo mesmo também. Tentar se achar no mundo quando se está fora do seu território e transformar essa nova morada em um lugar seu. Contudo, queria ter gostado mais. Talvez uns minutos a menos fizesse diferença. Mas é um filme bonito, muito palpável e crível.
A solidão realmente corrói por dentro as almas destruídas pelos obstáculos da vida. É uma sensação de uma vida apática mesmo. E essa é a palavra para definir “Fallen Leaves”, um filme com algum significado, bem intencionado, mas acaba sendo isso mesmo: apático.
“Maestro” me lembrou aquela história de que a Katherine Hepburn não gostava da Meryl Streep por ser uma atriz muito calculista. Dizia Kat que dava para ouvir o “tic tac” na cabeça de Meryl para ela atuar. Bom, não concordo, mas isso poderia se encaixar facilmente aqui nesse filme no desespero do Bradley Cooper por um Oscar e uma validação em sua carreira.
O filme não é ruim, mas não é essa excelência toda. Cada frame dele, mascarado por seu som, figurino, fotografia e trilha sonora impecáveis, grita a consolidação de uma carreira que não é a carreira do biografado, mas sim, do maestro Cooper. E isso incomoda bastante.
Contudo, ele não entrega uma atuação ruim, mas nada impecável. Nesse sentido, Carey Mulligan carrega o filme nas costas. Sua atuação é física, seu olhar, seus gestos, seu “sorriso amarelo” norteiam uma história interessantíssima, que me parece minucioso para mostrar, mais uma vez, o quanto Cooper é capaz e não, de fato, de contar uma boa história em si.
E é aquilo que sempre falamos quando se trata de Christopher Nolan: ame ou odeie, mas falem dele. “Oppenheimer” realmente é um filme histórico, grandioso, tem uma técnica impecável desde a fotografia, passando pelo som, direção de arte e um elenco bom encabeçado pelo sempre excelente Cillian Murphy. Mas é somente isso mesmo. O filme grita “olha que bom diretor sou, olha o que consigo fazer e mereço um Oscar” e isso pesa bastante na experiência como um todo. No final, só é mais um filme cansativo dele com roteiro mirabolante para demonstrar uma complexidade tão funda quanto uma piscina infantil.
Esse filme é um soco no estômago e tem diversas camadas muito profundas de feridas inflamadas que nunca cicatrizam. Uma entrega absurda do elenco, especialmente Andrew Scott, Paul Mescal e Claire Foy.
Me senti desconfortável, representado e invadido de alguma forma. Afinal, são memórias, anseios e sensação de abandono muito comum na comunidade LGBTQIAP+. A sensação da solidão e de estar sozinho e nossos devaneios para não sucumbir todo o sistema que nos sufoca e as artimanhas da vida… pesado!
Um thriller sexual em sua potência máxima em narrar toda essa erotização que gays têm para com héteros que, por sua vez, muitos deles escondem sua bissexualidade ou homossexualidade nas brutalidade, homofobia e inseguranças. Um filme bastante crível e com alta tensão. A dupla principal exala química e os diálogos são de alto nível também. Um filme curioso e a ser descoberto.
Há dois pesos e duas medidas que se complementam aqui: cuidar da mãe (ou daquele que foi responsável por você) e abrir mão de sua própria vida/saúde mental para esse cuidado. E quando têm outras pessoas envolvidas que não querem se comprometer de fato abusando de desculpas, o desespero aumenta. Compreendo completamente a Tia Virgínia, não é somente porque é “sozinha” que teria de abrir mão de sua liberdade. Achei um filme claustrofóbico.
Fora que, uma atriz da grandiosidade de Vera Holtz, estava merecendo um papel assim há séculos.
O que é uma vida confortável, até que ponto você vai para ter esse conforto e abrir mão de certas coisas que, a posteriori, podem fazer falta? Como suprir essas carências quando se está em um mundo completamente seu, isto é: mãe, pai, filho e cachorro e a vida externa seduz, mas há outras necessidades? Para responder essas perguntas, eu penso que o filme parte do princípio de uma palavra-chave: egoísmo. No sentido de um não ouvir o outro, não compreender o outro e culpar o outro, mas não olha para dentro de si. Ou quando olha pode ser tarde demais.
É um filme brutal em seus diálogos, na descrença da pessoa (aquele promotor público, gente? Que ódio!) sempre tentando desacreditar na mulher, nos seus desejos, anseios, adentrando sua mente para extrair algo que a incrimine. Chega a ser violento essa violação que ela passa sentidos por uma atriz extraordinária que é Sandra Huller, um espetáculo. Sua "loura gelada" camufla diversas nuances e ela nunca se deixa cair no caricato.
O filme é uma AULA de direção, roteiro, direção de arte (gosto do clima gélido como personagem à parte) e um show de atuação de Sandra e do menino.
Eu penso que quem matou foi o pai foi o próprio filho em seu Complexo de Édipo. Isso fica muito claro para mim quando ele vai mudando o discurso até a cena final que ela deita no colo dele aliviada.
Tanta coisa já foi dita sobre "Barbie" que passei batido. Só agora que tive coragem de assistir e que surpresa boa, viu. Não é o melhor filme do mundo, certamente. Mas está longe de ser ruim. Tem um roteiro eficaz, uma direção precisa e debochada e que toca em assuntos de maneira até didática para que se compreendam o óbvio. E nem isso entendem.
As atuações acima tom de Margot Robbie e Ryan Gosling estão exatamente dentro do contexto e não beiram ao absurdo, exalam carisma.
Pra mim, o maior defeito de "Barbie" é o Will Farrell, sempre desnecessário.
Muito tocado pelo filme, pela história e pelo olhar sensível de Scorsese para com a trama. A brutalidade, soberba, hipocrisia e ganância do homem branco, realmente, não tem freios. Atropelam tudo e todos por pressupor que tudo (eu disse tudo!) sejam deles por direitos. A branquitude colonizadora é uma desgraça mesmo.
Lily Gladstone conduz a trama com bastante segurança, sutileza, delicadeza e transmite paz em meio ao caos e perdas. Sua Mollie poderia ser mais proativa mas aí perderia todo o sentido (não esqueçam que é baseado em uma história verídica).
Um filme muito necessário e de diversas camadas que poderíamos falar por horas. Mais um acerto de Scorsese, muito embora a película seja muito longa. Uns 40 minutos a menos não faria a menor diferença em sua narrativa.
Um filme de muita tensão e polêmica. Fiquei bastante desconfortável com a atuação manipuladora de Julianne Moore (ATRIZ!), ela imprime todo esse jogo de uma pessoa narcisista, egoísta e até vilanesca, disfarçando seus anseios com sorrisos falsos. Filme pesado, porém orquestrado de uma maneira até leve (mesmo que a tensão esteja no ar como se algo a qualquer momento pudesse acontecer), pois é muito solar e colorido, talvez para esconder a obscuridade de todos ali.
No fim, é um filme triste e que se potencializa por ser baseado em uma história verídica.
Ps: Charles Melton e Natalie Portman estão soberbos também.
Se comparar esse filme com o longa anterior de Emerald Fennell é uma queda brusca. Meu incômodo é que ele bebe de fontes de filmes anteriores como "O Talentoso Ripley", mas ela está tão cheia de si que acha que está fazendo algo inédito. O filme não é ruim, mas essa "critica social foda" da profundidade de um pires com roteiro com furos e direção meia boca maquiados pelo deslumbre da fotografia, direção de arte, figurino e atuações não solidificam a obra em algo consistente. Porém, acredito que ela atingiu seu objetivo, pois já cravou "Saltburn" nos clássicos pop contemporâneo, para bem ou para o mal.
Concordo com o camarada abaixo dizendo que a série é bem existencialista. Contudo, achei que fosse gostar mais dessa produção. Achei, digamos, eficaz. Nada mirabolante, nada inovador, roteiro batido, até chato. Diminuiria para, no máximo 8 episódios. A caracterização do Fábio Assunção é péssima e isso esteticamente influencia em como você compra o drama do personagem. O que faz "Fim" deslanchar por conta desse roteiro meia boca é mesmo o elenco, especialmente as mulheres que estão assombrosas no papel, todas, sem exceção, brilham. Entre os homens, por mais que Bruno Mazzeo esteja no melhor papel da carreira (algo me diz que ele é exatamente assim na vida real: chato e soberbo), Thelmo Fernandes é que mais me chamou a atenção.
E é sobre isso: início, meio e fim! O que te molda é como você coordena (ou se deixa ser coordenado) nesse meio até o derradeiro...
Na minha lembrança era uma série sem defeitos. Revisto, enxerguei alguns erros. Tudo muito corrido e merecia pelo menos mais um episódio dos quatro originais para dar mais consistência e ênfase no dilema de Sereia e da Mãe de Santo.
E nem vou adentrar o mérito de uma Bahia branca e com atores negros sendo desperdiçados em figuração de luxo. Poderiam render bem mais a Zezé Motta (uma atriz do porte dela naquela pontinha) e Margareth Menezes.
No mais, Isis Valverde vence pela beleza e carisma, né?
Extermínio
3.7 948Gosto do jeito frenético que o "old Danny Boyle" imprimia em suas produções. Aqui não é diferente. Filme muito bom e um enredo envolvente.
Gosto como a imagem amadora serve como se fossemos testemunhas de uma gravação de pessoas desesperadas para sobreviver em um novo mundo sob o domínio dos mortos vivos, mas será mesmo que somente eles são algozes? O que a humanidade aprendeu com esse apocalipse? Fica aí o questionamento.
O Urso (1ª Temporada)
4.3 415 Assista AgoraSó consegui me conectar com a série a partir do 4° episódio, acho que só engata mesmo a partir daí. Antes disso, achei o excesso de gritaria muito chato, mas que vai fazendo sentido ao longo dos episódios quando a complexidade dos personagens são expostas. O elenco é afiadíssimo, destaque total para Jeremy Allen White, Ayo Edebiri e L-Boy, ótimos! Não posso dizer o mesmo de Ebon Moss-Bachrach que só berra.
Fora isso, o clima gélido e a trilha sonora dão um tom frenético e entendo perfeitamente ser considerada uma série de comédia pelo ar tragicômico.
Pobres Criaturas
4.1 1,2K Assista AgoraTantas camadas, tantas discussões, tanta complexidade e tanta genialidade. Um encanto de filme, me bateu de forma avassaladora. É muito empírico, sensorial e necessário. Um ode à liberdade, à liberdade da mulher principalmente, seus desejos, anseios, necessidades e poder ao seu próprio corpo. Em um mundo patriarcal é revolucionário ser uma mulher que se compreende como dona de si, de compreender o mundo ao redor, de apontar defeitos, desigualdades (de todas as formas), etc.
A cenografia e figurinos são um capítulo à parte. Um deleite. Elenco afiadíssimo e Emma Stone, ah, Emma Stone, que atriz, que afinco, que entrega!
Ficção Americana
3.8 388 Assista AgoraQue filme bom e necessário. Está tudo ali explicado, quase didático. Uma perfeita sátira de como a indústria enxerga os corpos negros e de como eles limitam vivências e ocupação de espaços por conta desses estereótipos que a mídia corroborou e ainda corrobora para manter os estigmas sociais e raciais e se colocar em um lugar de conforto de “mea culpa pero no mucho”. Sensacional!
A Incrível História de Henry Sugar
3.6 166 Assista AgoraUm deslumbre visual? Sim! Mas os maneirismos do Wes Anderson estão me incomodando profundamente. O curta começa bem, depois torna-se chatíssimo. O bom que só tem 40 minutos.
Dias Perfeitos
4.2 323 Assista AgoraEm letras garrafais: SIMPLES, POÉTICO, VERDADEIRO E EFICAZ.
Afire
3.8 52Um novelão à lá Lícia Manzo. Muito bom. Senti o impacto das tramas e toda a solidão, peso dos dias, expectativas e o fogo como metáfora das chamas que atravessam nossos corpos e mentes na necessidade de validar nossas próprias existências. E, claro, um alerta climático.
Crescendo Juntas
3.8 97Bonitinho. Gosto dessa inserção coming age e religião/religiosidade, não é uma coisa comum em filmes do tipo. Além de assuntos corriqueiros nessa fase de transição da infância para adolescência de uma maneira bastante cuidadosa. Não li o livro, mas achei uma boa adaptação. E o elenco infanto-juvenil é uma graça.
Que carisma a Kathy Bates exala, né? Que atriz! Não há papel pequeno para ela. Domina tudo.
Zona de Interesse
3.6 611 Assista AgoraO terror em seu estado mais bruto. A banalidade do mal esfregada em nossa cara. A tranquilidade dessas pessoas perversas (para dizer o mínimo) com todo o horror que os cercam é apavorante. E os sons, os gritos… Que filme, meus caros. Terror! Terror! Terror!
Priscilla
3.4 175 Assista AgoraUm filme completamente esquecível. Talvez o mais fraco dos que vi da Sofia Coppola (e olha que ela tem no currículo “Bling Ring”). Mesmo com toda a angústia existencial do que é ser mulher em um mundo dominado por homens brancos, poderosos e influenciáveis. É sufocante e a Cailee Spaeny dá o tom necessário ao personagem.
E, claro, para (re) lembrar o quão b0sta o Elvis Presley era como homem em sua privacidade.
Vidas Passadas
4.2 787 Assista AgoraÉ um filme visceral, sobre relacionamentos inacabados, sobre dores inacabadas, sobre vidas inacabadas. Os encontros e os desencontros, sobre se encontrar e conectar consigo mesmo também. Tentar se achar no mundo quando se está fora do seu território e transformar essa nova morada em um lugar seu. Contudo, queria ter gostado mais. Talvez uns minutos a menos fizesse diferença. Mas é um filme bonito, muito palpável e crível.
Folhas de Outono
3.8 103A solidão realmente corrói por dentro as almas destruídas pelos obstáculos da vida. É uma sensação de uma vida apática mesmo. E essa é a palavra para definir “Fallen Leaves”, um filme com algum significado, bem intencionado, mas acaba sendo isso mesmo: apático.
Maestro
3.1 262“Maestro” me lembrou aquela história de que a Katherine Hepburn não gostava da Meryl Streep por ser uma atriz muito calculista. Dizia Kat que dava para ouvir o “tic tac” na cabeça de Meryl para ela atuar. Bom, não concordo, mas isso poderia se encaixar facilmente aqui nesse filme no desespero do Bradley Cooper por um Oscar e uma validação em sua carreira.
O filme não é ruim, mas não é essa excelência toda. Cada frame dele, mascarado por seu som, figurino, fotografia e trilha sonora impecáveis, grita a consolidação de uma carreira que não é a carreira do biografado, mas sim, do maestro Cooper. E isso incomoda bastante.
Contudo, ele não entrega uma atuação ruim, mas nada impecável. Nesse sentido, Carey Mulligan carrega o filme nas costas. Sua atuação é física, seu olhar, seus gestos, seu “sorriso amarelo” norteiam uma história interessantíssima, que me parece minucioso para mostrar, mais uma vez, o quanto Cooper é capaz e não, de fato, de contar uma boa história em si.
Oppenheimer
4.0 1,1KE é aquilo que sempre falamos quando se trata de Christopher Nolan: ame ou odeie, mas falem dele. “Oppenheimer” realmente é um filme histórico, grandioso, tem uma técnica impecável desde a fotografia, passando pelo som, direção de arte e um elenco bom encabeçado pelo sempre excelente Cillian Murphy. Mas é somente isso mesmo. O filme grita “olha que bom diretor sou, olha o que consigo fazer e mereço um Oscar” e isso pesa bastante na experiência como um todo. No final, só é mais um filme cansativo dele com roteiro mirabolante para demonstrar uma complexidade tão funda quanto uma piscina infantil.
Todos Nós Desconhecidos
3.8 211 Assista AgoraEsse filme é um soco no estômago e tem diversas camadas muito profundas de feridas inflamadas que nunca cicatrizam. Uma entrega absurda do elenco, especialmente Andrew Scott, Paul Mescal e Claire Foy.
Me senti desconfortável, representado e invadido de alguma forma. Afinal, são memórias, anseios e sensação de abandono muito comum na comunidade LGBTQIAP+. A sensação da solidão e de estar sozinho e nossos devaneios para não sucumbir todo o sistema que nos sufoca e as artimanhas da vida… pesado!
Femme
3.7 35Um thriller sexual em sua potência máxima em narrar toda essa erotização que gays têm para com héteros que, por sua vez, muitos deles escondem sua bissexualidade ou homossexualidade nas brutalidade, homofobia e inseguranças. Um filme bastante crível e com alta tensão. A dupla principal exala química e os diálogos são de alto nível também. Um filme curioso e a ser descoberto.
Tia Virgínia
3.9 27Há dois pesos e duas medidas que se complementam aqui: cuidar da mãe (ou daquele que foi responsável por você) e abrir mão de sua própria vida/saúde mental para esse cuidado. E quando têm outras pessoas envolvidas que não querem se comprometer de fato abusando de desculpas, o desespero aumenta. Compreendo completamente a Tia Virgínia, não é somente porque é “sozinha” que teria de abrir mão de sua liberdade. Achei um filme claustrofóbico.
Fora que, uma atriz da grandiosidade de Vera Holtz, estava merecendo um papel assim há séculos.
Anatomia de uma Queda
4.0 843 Assista AgoraO que é uma vida confortável, até que ponto você vai para ter esse conforto e abrir mão de certas coisas que, a posteriori, podem fazer falta? Como suprir essas carências quando se está em um mundo completamente seu, isto é: mãe, pai, filho e cachorro e a vida externa seduz, mas há outras necessidades? Para responder essas perguntas, eu penso que o filme parte do princípio de uma palavra-chave: egoísmo. No sentido de um não ouvir o outro, não compreender o outro e culpar o outro, mas não olha para dentro de si. Ou quando olha pode ser tarde demais.
É um filme brutal em seus diálogos, na descrença da pessoa (aquele promotor público, gente? Que ódio!) sempre tentando desacreditar na mulher, nos seus desejos, anseios, adentrando sua mente para extrair algo que a incrimine. Chega a ser violento essa violação que ela passa sentidos por uma atriz extraordinária que é Sandra Huller, um espetáculo. Sua "loura gelada" camufla diversas nuances e ela nunca se deixa cair no caricato.
O filme é uma AULA de direção, roteiro, direção de arte (gosto do clima gélido como personagem à parte) e um show de atuação de Sandra e do menino.
Aliás
Eu penso que quem matou foi o pai foi o próprio filho em seu Complexo de Édipo. Isso fica muito claro para mim quando ele vai mudando o discurso até a cena final que ela deita no colo dele aliviada.
Barbie
3.9 1,6K Assista AgoraTanta coisa já foi dita sobre "Barbie" que passei batido. Só agora que tive coragem de assistir e que surpresa boa, viu. Não é o melhor filme do mundo, certamente. Mas está longe de ser ruim. Tem um roteiro eficaz, uma direção precisa e debochada e que toca em assuntos de maneira até didática para que se compreendam o óbvio. E nem isso entendem.
As atuações acima tom de Margot Robbie e Ryan Gosling estão exatamente dentro do contexto e não beiram ao absurdo, exalam carisma.
Pra mim, o maior defeito de "Barbie" é o Will Farrell, sempre desnecessário.
No mais, uma boa diversão.
Assassinos da Lua das Flores
4.1 619 Assista AgoraMuito tocado pelo filme, pela história e pelo olhar sensível de Scorsese para com a trama. A brutalidade, soberba, hipocrisia e ganância do homem branco, realmente, não tem freios. Atropelam tudo e todos por pressupor que tudo (eu disse tudo!) sejam deles por direitos. A branquitude colonizadora é uma desgraça mesmo.
Lily Gladstone conduz a trama com bastante segurança, sutileza, delicadeza e transmite paz em meio ao caos e perdas. Sua Mollie poderia ser mais proativa mas aí perderia todo o sentido (não esqueçam que é baseado em uma história verídica).
Um filme muito necessário e de diversas camadas que poderíamos falar por horas. Mais um acerto de Scorsese, muito embora a película seja muito longa. Uns 40 minutos a menos não faria a menor diferença em sua narrativa.
Segredos de um Escândalo
3.5 338 Assista AgoraUm filme de muita tensão e polêmica. Fiquei bastante desconfortável com a atuação manipuladora de Julianne Moore (ATRIZ!), ela imprime todo esse jogo de uma pessoa narcisista, egoísta e até vilanesca, disfarçando seus anseios com sorrisos falsos. Filme pesado, porém orquestrado de uma maneira até leve (mesmo que a tensão esteja no ar como se algo a qualquer momento pudesse acontecer), pois é muito solar e colorido, talvez para esconder a obscuridade de todos ali.
No fim, é um filme triste e que se potencializa por ser baseado em uma história verídica.
Ps: Charles Melton e Natalie Portman estão soberbos também.
Saltburn
3.5 869Se comparar esse filme com o longa anterior de Emerald Fennell é uma queda brusca. Meu incômodo é que ele bebe de fontes de filmes anteriores como "O Talentoso Ripley", mas ela está tão cheia de si que acha que está fazendo algo inédito. O filme não é ruim, mas essa "critica social foda" da profundidade de um pires com roteiro com furos e direção meia boca maquiados pelo deslumbre da fotografia, direção de arte, figurino e atuações não solidificam a obra em algo consistente. Porém, acredito que ela atingiu seu objetivo, pois já cravou "Saltburn" nos clássicos pop contemporâneo, para bem ou para o mal.
Fim (1ª Temporada)
4.1 55Concordo com o camarada abaixo dizendo que a série é bem existencialista. Contudo, achei que fosse gostar mais dessa produção. Achei, digamos, eficaz. Nada mirabolante, nada inovador, roteiro batido, até chato. Diminuiria para, no máximo 8 episódios. A caracterização do Fábio Assunção é péssima e isso esteticamente influencia em como você compra o drama do personagem. O que faz "Fim" deslanchar por conta desse roteiro meia boca é mesmo o elenco, especialmente as mulheres que estão assombrosas no papel, todas, sem exceção, brilham. Entre os homens, por mais que Bruno Mazzeo esteja no melhor papel da carreira (algo me diz que ele é exatamente assim na vida real: chato e soberbo), Thelmo Fernandes é que mais me chamou a atenção.
E é sobre isso: início, meio e fim! O que te molda é como você coordena (ou se deixa ser coordenado) nesse meio até o derradeiro...
O Canto da Sereia
4.0 309Na minha lembrança era uma série sem defeitos. Revisto, enxerguei alguns erros. Tudo muito corrido e merecia pelo menos mais um episódio dos quatro originais para dar mais consistência e ênfase no dilema de Sereia e da Mãe de Santo.
E nem vou adentrar o mérito de uma Bahia branca e com atores negros sendo desperdiçados em figuração de luxo. Poderiam render bem mais a Zezé Motta (uma atriz do porte dela naquela pontinha) e Margareth Menezes.
No mais, Isis Valverde vence pela beleza e carisma, né?