Achei o filme cansativo, mas no melhor dos sentidos. É cheio de referências, significados e questões filosóficas. Nos leva a pensar muito sobre tudo. Sobre como a vida é curta, sobre a finitude do ser humano. Somos apenas moléculas vagando por um vasto universo onde a nossa compreensão e capacidade mental não consegue compreender. Não sabemos o princípio, o fim ou o meio. A morte é um tema que está presente nas nossas vidas todos os dias. No entanto, por uma questão de sobrevivência lidamos com ela de forma passional, não querendo perceber que durante todo o instante alguém no mundo está morrendo. Assim como o filme demonstra, na vida real a gente só entende o significado da morte e a enfrentamos quando ela está perto de nós. Quando acontece com as pessoas que nós amamos e nos importamos. Feito um "Sétimo Selo" do século XXI, com um tom mais lírico - o que não prejudica o filme - "A Partida" deixa a mensagem para que as flores sejam entregue em vidas. Porque não existe o amanhã.
Belíssimo documentário. Impressionante como eles conseguiram captar bem as fotografias de Sebastião Salgado. Elas parecem ter vida própria, como se fosse um personagem da película. Existem certos momentos que você chega a confundir imagens, com fotografia numa espécie de sobreposição.
Não li o livro, mas o filme me pareceu muito jogado, largado. A história é contada e explicada de forma muito corrida, o que acaba dando a impressão de uma direção preguiçosa. É difícil avaliar o filme, já que de um lado não achei ruim e consumiu bem o meu tempo, porém realmente não deu pra entender o que o diretor quis passar. Se tratando de cinema nacional existem outros filmes bem melhores e mais reflexivos, poéticos, críticos e até mesmo despretensiosos. O ponto alto é sem duvida a atuação da Camila Pitanga.
A genialidade do livro atrapalha o filme. Não é fácil filmar Clarice Lispector. A introspecção da narrativa é bem complicada em outra área cultural que não seja a literatura.
Um trashzão maravilhoso! Uma mistura de terror italiano com o melhor de Quentin Tarantino. As cenas em câmera lenta é uma bela sacada do diretor. Deixa o especatador preso deslumbrado com os acontecimentos.
Não consegui me conectar com os personagens. Achei eles sem carisma, o que acabou ocasionando a minha falta de interesse por todo o lance do filme, incluindo o final. O que acho que seria crucial para gostar ou não do filme. Certamente que existiu vários motivos para eu não ter gostado, e nem digo que a culpa seja do filme. Acho que em parte foi minha mesmo por ter ido com uma outra expectativa. Achei que a proposta do filme de se dividir entre o romance a doença acaba atrapalhando o roteiro no sentido de não desenvolver a história que se propõe de uma forma melhor. Acho até que a intenção do filme era justamente criar uma situação menos tensa sobre a doença da menina sendo o amor dos dois um alívio para o filme. Pra mim não funcionou.
Entrou pra minha lista de "filmes perfeitos". É cada travelling, cada posicionamento de câmera, com destaque para os contra plongée, que são impressionantes principalmente para um filme da década de 60. Lembra o "cinema verdade", o "cinema novo brasileiro" e o neorealismo italiano.
"Eu sou Cuba. Meu açucar, seus barcos levaram. Minhas lágrimas eles deixaram. Que estranha coisa é o açucar, Sr. Colombo Ele contém tantas lágrimas, e ainda assim, é doce."
Só um lembrete aos ferozes críticos da produção do filme. Há de contextualizar o período histórico envolvendo o filme. O ano é de 1994, época de vacas magras do cinema nacional se tratando de grana. O país tinha acabado de sair do governo Collor que quase faliu com o movimento aqui no Brasil. Sua força começou a voltar mais na segunda metade dos anos 90 com filmes como "O Quatrilho", "O Que é Isso Companheiro?" e "Central do Brasil" concorrendo ao oscar. Culminando na efervescência de produções dos anos 2000 como "O Auto da Compadecida" ou "Cidade de Deus".
O filme me lembrou muito "Aurora", do Murnau. Talvez pela constante situações nos barcos. Uma lenda do cinema brasileiro que já recebeu elogios de nomes como Scorsese, Orson Welles e Sergei Eisenstein. Possui planos belíssimos ainda mais se levar em conta que foram feitos no começo do século passado, onde o cinema no mundo ainda era uma criança e no Brasil mais ainda. Valor documental histórico inestimável.
A mídia corporativista burguesa vive da alienação e consumo da população. Seja no Brasil, nos EUA, ou em qualquer lugar do mundo. O que também é uma característica do sistema capitalista. Alienar da maneira que for para que principalmente a classe operária não consiga ter tempo de pensar em todas as questões que abrange o espaço em que ela vive. Acontece que essa alienação, ás vezes, tem um preço muito alto. Seja de forma passiva, fazendo com que as pessoas oprimidas não enxerguem quem são seus opressores e acaba repercutindo o discurso dos mesmos, seja em forma de revolta. O que mais uma vez nos abre um leque de situações. Alguns vão para o lado do personagem do filme e decidem encarar essa revolta como uma forma de rebeldia e querer fazer justiça com as próprias mãos. Outras caem em depressão, etc. Não devemos julgar porque ninguém sabe o que se passa na cabeça daquela pessoa que já não suporta mais o fardo que é viver numa sociedade em que a empatia passa cada vez mais longe das pessoas. Como diria Chico Buarque: "A minha gente hoje anda falando de lado e olhando pro chão."
O filme foca muito nessa parte midiática e de redes sociais, o que acaba dando um certo reducionismo ao tema. Também não concordo muito que seja o problema de geração. Já existiam idiotas no mundo bem antes da internet. Acredito que ela tenha potencializado e dado vozes para esses imbecis, mas essa galera sempre esteve aí. Qualquer observador mais atento percebe que não é só com realitys shows ou propagandas que o sistema aliena as pessoas. Porém, são tantas as causas que não daria para se colocar em apenas um filme. Ao que ele se propôs a fazer é uma crítica acertada, atual e bastante válida. Lembra muito "Um dia de Fúria" com o Michael Douglas.
Talvez se eu tivesse visto o filme lá em 2005 (já se foram 15 anos do longa!) minha impressão teria sido melhor. Não que eu não tenha gostado, longe disso, consegui ver ótimas atuações, uma bela trilha sonora, uma estética que me agradou bastante. Mas além de achar o filme excessivamente longo, com algumas cenas desnecessária para a construção do longa, ele não me pareceu muito diferente de vários outros filmes que tenho visto por aí.
A correlação feita pelo filme entre a escravidão do período imperial com o sistema capitalista que não constrói nenhuma solução para os problemas vindos do passado é excelente e faz refletir como a escravidão foi mal resolvida no cenário nacional. Ela não terminou, foi apenas escamoteada. Hoje é muito mais fácil para os grandes capitalistas arcarem com o custo de passagem, ou o de sobrevivência do trabalhador como vestimenta, moradia precária e comida unicamente para que ele possa voltar no dia seguinte e dar mais lucro ao seu patrão. Como disse o personagem de Lazaro Ramos, hoje somos "escravos sem dono". Os capitães de mato ainda se fazem presente. A elite capitalista que domina o país e pensa que através das suas doações, fundações como as de Guilherme Leal e Jorge Lemann da vida, estão pagando seus pecados de usurparem do trabalho alheio para construir seus patrimônios. A escravidão no Brasil é algo que não foi resolvido. E está longe de acontecer. O nó é muito longo e leva tempo para se construir uma base de retificação com o que houve em um passado tão obscuro que a elite do país teima em varrer para debaixo do tapete de sua casa-grande.
Na sua estréia Bergman já evoca temas que seriam uma constante dentro da sua obra. O medo da solidão, a morte, a mesquinhez humana... Apesar de algumas falhas normais para um primeiro filme, o sueco já dava sinal de que iria dominar a técnica de se comunicar por meio das telonas.
Eu adoro as ironias que fazem parte dos filmes franceses. É de uma sutileza que não encontramos em nenhum outro país. Parece que nos textos/filmes eles conseguem fazer com que saia por osmose. Algo que certamente é bem difícil, já que o humor por si só não é algo fácil de reproduzir. Quando mistura com seus dramas e críticas socias, que ás vezes pode soar como um pedantismo intelectual, sempre me agrada mais do que o comum. O voyeurismo não é um tema recorrente. Apesar de estar sempre presente em nossas vidas. Seja em nossa rotina, infelizmente a vida dos outros ainda é mais interessante que a sua própria para a maioria das pessoas, quanto na forma de arte. Afinal o que é a literatura e o cinema, como uma forma de esconder o nosso desejo e interesse pelas vidas alheias?
O filme é excelente. O roteiro te prende do inicio ao fim, e existe diversas questões para se refletir tanto em relação a vida, quanto a questões sociais que falam até que ponto uma criança é culpada ou não por um crime, assim como o que leva a criança a cometer tal ato. A parte estética me agradou bastante também, contendo partes que levava até mesmo a influência de musicais em algumas partes onde todo mundo canta e dança. E aquela câmera? Mais solta que o Maradona na copa de 86. É tanta coisa pra se analisar e se refletir que realmente em algum momento o filme torna-se confuso, mas nada que tire seu mérito.
Pegue "Meu Primeiro Amor" e alguns outros filmes que tratam sobre primeiros romances. Acrescente umas pitadas de "Dennis, o pimentinha" e ponha doses consideráveis de maturidade e filosofia. Tudo isso misturado com toda a poesia e o charme que os franceses sempre colocam em seus filmes. O resultado é esse filme. A trilha sonora é maravilhosa.
O silêncio é um dos temas que Bergman adora retratar, assim como diversas fórmulas de escape que seus personagens carregam por diversos motivos diferentes. "A Hora do Lobo" está entre os melhores filmes de Bergman, e um dos mais completos também. Vários temas que Bergman se aprofunda em durante toda sua carreira é retratado aqui de alguma forma. Psicanálise, crítica social, o isolacionismo... Como um profundo conhecedor da mente humana que é, o sueco sabe que qualquer forma de tentar resolver seus problemas do passado se isolando, achando que essa forma de fuga é uma válvula de escape para tudo aquilo que o atinge, mais cedo ou mais tarde terá suas consequências. O passado quando não resolvido sempre volta para nos assombrar. Da pra ficar horas discorrendo sobre esse filme pela questão psicológica. O filme mais surrealista do Bergman, que sempre demonstrou uma preferência por uma temática mais existencial.
A falta de empatia com um morto quando eles resolvem jantar, casos extraconjugais, a relação com o tráfico de cocaína, para em uma cena mais na frente criticar soldados do exército que fumam marijuana.
Em cada cena um olhar mais atento do espectador irá se deparar com alguma crítica a essa classe parasitária. As referências são tantas que não caberiam todas aqui.
A cena do teatro que abre a sequencia de sonhos na segunda metade do filme também é genial. Fazendo uma analogia a todo o espetáculo de horror que essa camada podre da sociedade proporciona.
Tudo permeando com uma boa dose de um humor ácido, muito mais próximo dos britânicos do que do humor estadunidense, e isso realmente faz com que muita gente não veja graça, porque ambos são bem diferentes na proposta humorística. Além da marca de Bunuel, os sonhos.
O filme tem um clima poético bastante atrativo. A fotografia é linda, e a parte técnica como edição e montagem é impecável. Não é um filme que vá agradar a todos os publicos. Ele é lento, tudo é construído de forma vagarosa propositalmente, justamente para que o publico aprecie a beleza das imagens e (não) sons. Se você não curte filmes assim, é provavel que não vá gostar. Todos os atores envolvidos estão incríveis e Anna Paquin tem uma atuação que faz pensar se não perdeu seu tempo trablhando nesses X Men da vida que ela tanto fez nas ultimas décadas. Para quem a viu aqui pode achar um potencial que não foi bem trabalhado em filmes posteriores.
Um belo filme que lembra o ritmo de uma ópera. Em meio a uma calmaria sempre vem uma avalnche de dramaticidade e reviravolta que nos faz sentir conectados e presos ao filme do início ao fim. Todos os personagens do filme são solitários. A solidão está tão presente nesse filme que muitas vezes parece um personagem oculto, que observa suas vítimas a espreita. Pessoas que não suportam viver sozinha podem ser extremamente perigosas. E todos no filme estão confrontando sua solidão, buscando em outras pessoas a sua fórmula de escape. O menino na professora mais velha, e professora que tem um casamento decadente no aluno que lhe faz aflorar sua juventude, e a mulher que sempre procura o amor sem saber que ele não se encontra. Personagens que como diria Cazuza "ficam esperando alguém que caiba nos seus sonhos, mas não ilumina suas mini certezas."
A Partida
4.3 522 Assista AgoraAchei o filme cansativo, mas no melhor dos sentidos. É cheio de referências, significados e questões filosóficas. Nos leva a pensar muito sobre tudo. Sobre como a vida é curta, sobre a finitude do ser humano. Somos apenas moléculas vagando por um vasto universo onde a nossa compreensão e capacidade mental não consegue compreender. Não sabemos o princípio, o fim ou o meio.
A morte é um tema que está presente nas nossas vidas todos os dias. No entanto, por uma questão de sobrevivência lidamos com ela de forma passional, não querendo perceber que durante todo o instante alguém no mundo está morrendo. Assim como o filme demonstra, na vida real a gente só entende o significado da morte e a enfrentamos quando ela está perto de nós. Quando acontece com as pessoas que nós amamos e nos importamos.
Feito um "Sétimo Selo" do século XXI, com um tom mais lírico - o que não prejudica o filme - "A Partida" deixa a mensagem para que as flores sejam entregue em vidas. Porque não existe o amanhã.
O Sal da Terra
4.6 450 Assista AgoraBelíssimo documentário. Impressionante como eles conseguiram captar bem as fotografias de Sebastião Salgado. Elas parecem ter vida própria, como se fosse um personagem da película. Existem certos momentos que você chega a confundir imagens, com fotografia numa espécie de sobreposição.
Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios
3.5 554 Assista AgoraNão li o livro, mas o filme me pareceu muito jogado, largado. A história é contada e explicada de forma muito corrida, o que acaba dando a impressão de uma direção preguiçosa. É difícil avaliar o filme, já que de um lado não achei ruim e consumiu bem o meu tempo, porém realmente não deu pra entender o que o diretor quis passar. Se tratando de cinema nacional existem outros filmes bem melhores e mais reflexivos, poéticos, críticos e até mesmo despretensiosos.
O ponto alto é sem duvida a atuação da Camila Pitanga.
A Hora da Estrela
3.8 507 Assista AgoraA genialidade do livro atrapalha o filme. Não é fácil filmar Clarice Lispector. A introspecção da narrativa é bem complicada em outra área cultural que não seja a literatura.
Rejeitados pelo Diabo
3.7 617 Assista AgoraUm trashzão maravilhoso! Uma mistura de terror italiano com o melhor de Quentin Tarantino.
As cenas em câmera lenta é uma bela sacada do diretor. Deixa o especatador preso deslumbrado com os acontecimentos.
Agora e Para Sempre
4.0 1,5KNão consegui me conectar com os personagens. Achei eles sem carisma, o que acabou ocasionando a minha falta de interesse por todo o lance do filme, incluindo o final. O que acho que seria crucial para gostar ou não do filme.
Certamente que existiu vários motivos para eu não ter gostado, e nem digo que a culpa seja do filme. Acho que em parte foi minha mesmo por ter ido com uma outra expectativa. Achei que a proposta do filme de se dividir entre o romance a doença acaba atrapalhando o roteiro no sentido de não desenvolver a história que se propõe de uma forma melhor. Acho até que a intenção do filme era justamente criar uma situação menos tensa sobre a doença da menina sendo o amor dos dois um alívio para o filme. Pra mim não funcionou.
Eu Sou Cuba
4.5 62 Assista AgoraEntrou pra minha lista de "filmes perfeitos". É cada travelling, cada posicionamento de câmera, com destaque para os contra plongée, que são impressionantes principalmente para um filme da década de 60. Lembra o "cinema verdade", o "cinema novo brasileiro" e o neorealismo italiano.
"Eu sou Cuba.
Meu açucar, seus barcos levaram.
Minhas lágrimas eles deixaram.
Que estranha coisa é o açucar, Sr. Colombo
Ele contém tantas lágrimas, e ainda assim, é doce."
Lamarca
3.3 52 Assista AgoraSó um lembrete aos ferozes críticos da produção do filme. Há de contextualizar o período histórico envolvendo o filme.
O ano é de 1994, época de vacas magras do cinema nacional se tratando de grana. O país tinha acabado de sair do governo Collor que quase faliu com o movimento aqui no Brasil. Sua força começou a voltar mais na segunda metade dos anos 90 com filmes como "O Quatrilho", "O Que é Isso Companheiro?" e "Central do Brasil" concorrendo ao oscar. Culminando na efervescência de produções dos anos 2000 como "O Auto da Compadecida" ou "Cidade de Deus".
Limite
4.0 167 Assista AgoraO filme me lembrou muito "Aurora", do Murnau. Talvez pela constante situações nos barcos. Uma lenda do cinema brasileiro que já recebeu elogios de nomes como Scorsese, Orson Welles e Sergei Eisenstein. Possui planos belíssimos ainda mais se levar em conta que foram feitos no começo do século passado, onde o cinema no mundo ainda era uma criança e no Brasil mais ainda. Valor documental histórico inestimável.
Deus Abençoe a América
4.0 799A mídia corporativista burguesa vive da alienação e consumo da população. Seja no Brasil, nos EUA, ou em qualquer lugar do mundo. O que também é uma característica do sistema capitalista. Alienar da maneira que for para que principalmente a classe operária não consiga ter tempo de pensar em todas as questões que abrange o espaço em que ela vive. Acontece que essa alienação, ás vezes, tem um preço muito alto. Seja de forma passiva, fazendo com que as pessoas oprimidas não enxerguem quem são seus opressores e acaba repercutindo o discurso dos mesmos, seja em forma de revolta. O que mais uma vez nos abre um leque de situações. Alguns vão para o lado do personagem do filme e decidem encarar essa revolta como uma forma de rebeldia e querer fazer justiça com as próprias mãos. Outras caem em depressão, etc. Não devemos julgar porque ninguém sabe o que se passa na cabeça daquela pessoa que já não suporta mais o fardo que é viver numa sociedade em que a empatia passa cada vez mais longe das pessoas. Como diria Chico Buarque: "A minha gente hoje anda falando de lado e olhando pro chão."
O filme foca muito nessa parte midiática e de redes sociais, o que acaba dando um certo reducionismo ao tema. Também não concordo muito que seja o problema de geração. Já existiam idiotas no mundo bem antes da internet. Acredito que ela tenha potencializado e dado vozes para esses imbecis, mas essa galera sempre esteve aí. Qualquer observador mais atento percebe que não é só com realitys shows ou propagandas que o sistema aliena as pessoas. Porém, são tantas as causas que não daria para se colocar em apenas um filme. Ao que ele se propôs a fazer é uma crítica acertada, atual e bastante válida. Lembra muito "Um dia de Fúria" com o Michael Douglas.
C.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor
4.2 712Talvez se eu tivesse visto o filme lá em 2005 (já se foram 15 anos do longa!) minha impressão teria sido melhor. Não que eu não tenha gostado, longe disso, consegui ver ótimas atuações, uma bela trilha sonora, uma estética que me agradou bastante. Mas além de achar o filme excessivamente longo, com algumas cenas desnecessária para a construção do longa, ele não me pareceu muito diferente de vários outros filmes que tenho visto por aí.
Quanto Vale ou É por Quilo?
4.0 253A correlação feita pelo filme entre a escravidão do período imperial com o sistema capitalista que não constrói nenhuma solução para os problemas vindos do passado é excelente e faz refletir como a escravidão foi mal resolvida no cenário nacional. Ela não terminou, foi apenas escamoteada. Hoje é muito mais fácil para os grandes capitalistas arcarem com o custo de passagem, ou o de sobrevivência do trabalhador como vestimenta, moradia precária e comida unicamente para que ele possa voltar no dia seguinte e dar mais lucro ao seu patrão. Como disse o personagem de Lazaro Ramos, hoje somos "escravos sem dono".
Os capitães de mato ainda se fazem presente. A elite capitalista que domina o país e pensa que através das suas doações, fundações como as de Guilherme Leal e Jorge Lemann da vida, estão pagando seus pecados de usurparem do trabalho alheio para construir seus patrimônios. A escravidão no Brasil é algo que não foi resolvido. E está longe de acontecer. O nó é muito longo e leva tempo para se construir uma base de retificação com o que houve em um passado tão obscuro que a elite do país teima em varrer para debaixo do tapete de sua casa-grande.
Crise
3.5 37Na sua estréia Bergman já evoca temas que seriam uma constante dentro da sua obra. O medo da solidão, a morte, a mesquinhez humana... Apesar de algumas falhas normais para um primeiro filme, o sueco já dava sinal de que iria dominar a técnica de se comunicar por meio das telonas.
A Montanha Sagrada
4.3 465Uma crítica recheada de ironias e acidez a sociedade em geral. Seja na forma em que ele se comporta, na religião e até mesmo na busca pela perfeição.
Dentro da Casa
4.1 553 Assista AgoraEu adoro as ironias que fazem parte dos filmes franceses. É de uma sutileza que não encontramos em nenhum outro país. Parece que nos textos/filmes eles conseguem fazer com que saia por osmose. Algo que certamente é bem difícil, já que o humor por si só não é algo fácil de reproduzir. Quando mistura com seus dramas e críticas socias, que ás vezes pode soar como um pedantismo intelectual, sempre me agrada mais do que o comum.
O voyeurismo não é um tema recorrente. Apesar de estar sempre presente em nossas vidas. Seja em nossa rotina, infelizmente a vida dos outros ainda é mais interessante que a sua própria para a maioria das pessoas, quanto na forma de arte. Afinal o que é a literatura e o cinema, como uma forma de esconder o nosso desejo e interesse pelas vidas alheias?
Confissões
4.2 854O filme é excelente. O roteiro te prende do inicio ao fim, e existe diversas questões para se refletir tanto em relação a vida, quanto a questões sociais que falam até que ponto uma criança é culpada ou não por um crime, assim como o que leva a criança a cometer tal ato. A parte estética me agradou bastante também, contendo partes que levava até mesmo a influência de musicais em algumas partes onde todo mundo canta e dança. E aquela câmera? Mais solta que o Maradona na copa de 86.
É tanta coisa pra se analisar e se refletir que realmente em algum momento o filme torna-se confuso, mas nada que tire seu mérito.
Tatuagem
4.2 923Um tremendo carnaval, uma tremenda macumba. Claramente influenciado pelo tropicalismo e pelo cinema novo.
Não Sou Eu, Eu Juro!
4.4 579Pegue "Meu Primeiro Amor" e alguns outros filmes que tratam sobre primeiros romances. Acrescente umas pitadas de "Dennis, o pimentinha" e ponha doses consideráveis de maturidade e filosofia. Tudo isso misturado com toda a poesia e o charme que os franceses sempre colocam em seus filmes. O resultado é esse filme.
A trilha sonora é maravilhosa.
Queimada!
3.9 41 Assista AgoraSegundo Brando, é a sua melhor atuação.
Só por isso já vale o filme.
A Hora do Lobo
4.2 308O silêncio é um dos temas que Bergman adora retratar, assim como diversas fórmulas de escape que seus personagens carregam por diversos motivos diferentes.
"A Hora do Lobo" está entre os melhores filmes de Bergman, e um dos mais completos também. Vários temas que Bergman se aprofunda em durante toda sua carreira é retratado aqui de alguma forma. Psicanálise, crítica social, o isolacionismo...
Como um profundo conhecedor da mente humana que é, o sueco sabe que qualquer forma de tentar resolver seus problemas do passado se isolando, achando que essa forma de fuga é uma válvula de escape para tudo aquilo que o atinge, mais cedo ou mais tarde terá suas consequências. O passado quando não resolvido sempre volta para nos assombrar. Da pra ficar horas discorrendo sobre esse filme pela questão psicológica.
O filme mais surrealista do Bergman, que sempre demonstrou uma preferência por uma temática mais existencial.
O Discreto Charme da Burguesia
4.1 282 Assista AgoraA mais completa das obras que se propõe a criticar a classe burguesa. Está tudo ali.
A falta de empatia com um morto quando eles resolvem jantar, casos extraconjugais, a relação com o tráfico de cocaína, para em uma cena mais na frente criticar soldados do exército que fumam marijuana.
Em cada cena um olhar mais atento do espectador irá se deparar com alguma crítica a essa classe parasitária. As referências são tantas que não caberiam todas aqui.
A cena do teatro que abre a sequencia de sonhos na segunda metade do filme também é genial. Fazendo uma analogia a todo o espetáculo de horror que essa camada podre da sociedade proporciona.
O Piano
4.0 442O filme tem um clima poético bastante atrativo. A fotografia é linda, e a parte técnica como edição e montagem é impecável.
Não é um filme que vá agradar a todos os publicos. Ele é lento, tudo é construído de forma vagarosa propositalmente, justamente para que o publico aprecie a beleza das imagens e (não) sons. Se você não curte filmes assim, é provavel que não vá gostar.
Todos os atores envolvidos estão incríveis e Anna Paquin tem uma atuação que faz pensar se não perdeu seu tempo trablhando nesses X Men da vida que ela tanto fez nas ultimas décadas. Para quem a viu aqui pode achar um potencial que não foi bem trabalhado em filmes posteriores.
O Lugar Onde Tudo Termina
3.7 857 Assista AgoraVale bastante pelo elenco.
O filme é bom, mas se complica do meio pro final.
Notas Sobre um Escândalo
4.0 539 Assista AgoraUm belo filme que lembra o ritmo de uma ópera. Em meio a uma calmaria sempre vem uma avalnche de dramaticidade e reviravolta que nos faz sentir conectados e presos ao filme do início ao fim.
Todos os personagens do filme são solitários. A solidão está tão presente nesse filme que muitas vezes parece um personagem oculto, que observa suas vítimas a espreita. Pessoas que não suportam viver sozinha podem ser extremamente perigosas. E todos no filme estão confrontando sua solidão, buscando em outras pessoas a sua fórmula de escape. O menino na professora mais velha, e professora que tem um casamento decadente no aluno que lhe faz aflorar sua juventude, e a mulher que sempre procura o amor sem saber que ele não se encontra.
Personagens que como diria Cazuza "ficam esperando alguém que caiba nos seus sonhos, mas não ilumina suas mini certezas."