SUGESTÃO DE SINOPSE: Mulher de áries, comerciante, tem que lidar com fiscalização de homem de câncer, funcionário público municipal, para evitar fechar o comércio do pai imigrante de outro país.
Diferente de meio mundo, adorei o quarto filme do Indy.
Me surpreendeu trazendo Harrison Ford ainda com boa forma física, provando que panela velha é que faz comida boa. E tinha personagens secundários carismáticos, inclusive o detratado guri motoqueiro vivido por Shia LaBeouf, ator que normalmente não gosto mas que caiu bem para aquele papel. O humor funcionava e as cenas de ação tinham a marca da direção sempre competente nesse sentido de Steven Spielberg.
Stevão abre mão da direção aqui e passa o bastão para James Mangold (do bom LOGAN), espécie de Ron Howard da nova geração. É um cineasta pau pra toda obra, sem autoralidade e que se propõe a servir um arroz com feijão bem feitinho, normalmente conseguindo um resultado pelo menos razoável, mas nunca genial ou marcante.
O filme começa a meu ver mal, com uma CGI competente no rejuvenescimento facial de Ford, porém ruim nos bonecos digitais criados e a concepção toda da cena é aquela porqueira escura e nublada com "paleta cinzenta", que virou tendência pra cenas de ação em Roliúde já faz tempo. E depois reclamam da cena das cataratas no Indy 4...
Felizmente depois melhora e volta a ser a ação solar e bem geografada que conhecemos da franquia desde CAÇADORES DA ARCA PERDIDA, muito embora agora sim a idade pese mais para Ford. A última cena de ação é muito boa, pra mim inesperada e vai atingir em cheio quem gosta da pegada arquelogica do protagonista.
Oscila nos personagens secundários. A parceira mercenária inglesa é bacaninha. O vilão eu achei melhor que a encomenda, interpretado pelo sempre ótimo dinamarquês Mads Mikkelsen, que desde CASSINO ROYALE virou arroz de festa em tudo quanto é blockbuster. Seu conceito de revisar a história repaginando o nazismo é bem pensado e tem muito a ver com o receio ideológico do imperialiamo estadunidense de perder terreno pra uma extrema-direita menos "globalista", estilo Donald Trump. Também chama a atenção a solução inteligente e corajosa que deram para o personagem de LaBeouf no quarto longa.
A música do nonagenário John Williams é correta, embora só empolgue mais nos temas velhos. E o pessoal que faz ponta, tipo Antonio Banderas, entra e sai de cena sem acrescentar muito.
Enfim, apesar de ter uma repercussão melhor que o anterior, é o pior da franquia e tenho quase certeza que será fracasso comercial pra uma geração Z que cresceu debaixo de adaptações de quadrinhos ininterruptas. Mas o resultado final é bom e tem paralelos políticos interessantes.
Seria bom saber o que um Zizek achou do filme e de seus subtextos ideológicos, incluindo a CIA e as perdas em guerras na Ásia...
Melhor longa da franquia SHREK depois do primeiro, de 2001.
O vilão, um filhinho de papai que acha que todo mundo é escravo dele, é hilário. E há vários subtextos adultos, como a dificuldade em compromissos afetivos que requerem uma vida mais simples e até, literalmente, o medo da morte.
Enxergo certa inventividade na safra de terror dos últimos anos, mesmo quando bebem em fontes já conhecidas e inserem elementos novos de claro teor político.
Até é o caso aqui, com mais uma versão de BRINQUEDO ASSASSINO (filme favorito da minha mulher - e o que levou ela a querer ver este), mas com um bom subtexto sobre o papel crescente da tecnologia e dos algoritmos na criação dos filhos.
O roteiro ia me surpreendendo por essa boa provocação até da metade pro fim virar um _terror de shopping_ comum, inclusive muito bem sucedido comercialmente (com certeza vai virar franquia) e todos os clichês do gênero.
A cena da "dancinha" foi colocada lá artificialmente só pra estar no trailer. E fez falta mais violência gráfica, o que não aconteceu pra diminuir a idade de censura do ingresso.
Steven Spielberg é o expoente mais bem sucedido da geração Nova Hollywood e um dos maiores gênios da história do cinema estadunidense.
Não resta dúvidas que sua relação com a sétima arte foi intensa desde tenra idade, o que mais tarde floresceria em joias raras do cinema de massas como TUBARÃO, E.T., JURASSIC PARK e CAÇADORES DA ARCA PERDIDA. E nesses longas, o amor de Spielberg pelos 24 fotogramas por segundo está muito melhor expressada do que neste seu longa mais recente, uma biografia pra encher a bola de si mesmo e fazer expiação do passado pessoal, de modo direto, por meio da arte.
Há uma reviravolta muito interessante envolvendo a mãe, porém bastante previsível já desde o começo e da metade pro fim simplesmente vira subtrama abandonada. O elenco todo está correto, embora ninguém genial. E o pai é raso feito uma poça d'água.
Há boas tiradas sobre o prazer e a autoridade de poder filmar, mesmo os atos mais singelos. Parece não se decidir entre ser um CINEMA PARADISO ou uma biografia intimista.
Deliciosa e desavergonhadamente cafona. Sem medo da própria caricatura que, conscientemente, o filme é. De quebra, é um tapa na cara sempre válido do colonialismo britânico. Pra quem conseguiu embarca na proposta e gostou, recomendo também LAGAAN.
Primeiro ato genial. Depois vai caindo com o passar da sessão. De todo modo, acaba sendo um retrato interessante sobre o efeito que causa num hedonista trocar um vício por outro (mais especificamente, aquele que Marx chamava de "ópio do povo").
Alardeado como genial pela crítica, ARGENTINA 1985 não chega a ser essa última coca-cola no deserto que os mais exaltados estão dizendo. Ressalto, porém, que o resultado é sim bastante acima da média.
Os argentinos tem um dos melhores cinemas deste século, nos legando joias como O SEGREDO DOS SEUS OLHOS e RELATOS SELVAGENS. Igualmente, sobre a temática das ditaduras militares no cone Sul também já vimos obras notadamente superiores, como NO, DESAPARECIDO, ESTADO DE SÍTIO ou o próprio A HISTÓRIA OFICIAL.
Apesar portanto de ser redundante e até meio diluído em seu impacto, é infelizmente muito atual pela ascensão mundial da extrema-direita. Tecnicamente é bem acabado e tem elenco carismático.
E que conforto lembrar que o general Videla morreu literalmente na privada da cadeia!
Vou destoar da maioria. Achei o documentário abaixo da média.
Claro que é admirável o diretor buscar fórmulas novas e não cair na mesmice de entrevistas e narração cronológica do biografado, mas esse tipo de experimentalismo é sempre arriscado e pode errar feio. Aqui errou e me pareceu só um arremedo de Andy Warhol de endeusamento pop através de imagens e assuntos pouco coesos e desconexos entre si.
Desconjuntado como ficou o resultado final, MOONAGE DAYDREAM se salva de ser totalmente descartável apenas pelo espetáculo de imagem e som que é mérito mais do próprio Bowie do que do diretor.
Para além da polêmica toda que causou, é um longa acima da média sim.
Ana de Armas matando a pau na pele da protagonista, numa trajetória triste e carente de afeto paterno - uma abordagem que eu não esperava de jeito nenhum para uma biografia assim, já que normalmente seria mais fácil dar um destaque nostálgico, solar e glamouroso para a Era de Ouro hollywoodiana.
Infelizmente, porém, o resto do elenco está bem aquém e os personagens dos dois maridos dela estão superficiais e mal escritos.
Já a montagem é boa e não deixa a peteca cair mesmo em quase três horas de sessão, conseguindo nos imergir no inferno de paparazzis e bisbilhotice que Norma Jeane tinha que aturar para imortalizar Marilyn.
Minha primeira experiência com l diretor Abel Ferrara, de quem eu sempre ouvi falar mas nunca fui atrás até topar com este longa na lista dos 1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER.
Ferrara não chega a ter nada pra reinventar a roda e acaba sendo mais um sub-Scorsese muito bem servido. Elenco heterogêneo, com os policiais em geral fracos e inexpressivos (exceto Wesley Snipes), mas Christopher Walken muito bem e Lawrence Fishburne (o eterno Morpheus de MATRIX) roubando todas as cenas.
Bom documentário. Rico não é outra classe, é outra espécie - que já perdeu a conexão com a "plebe" faz tempo. A nossa agrura pra conseguir o básico do básico é o que constrói o absolutamente supérfluo desses parasitas.
Sete horas e meia de planos esticados e redundantes à exaustão, dispostos em capítulos narrativos encerrados por poemarada niilista.
Não tenho problema nenhum com filmes longos que realmente tenham roteiro e história pra sustentar sua duração muito acima da média, caso de GUERRA E HUMANIDADE do Masaki Kobayashi (cuja duração dos três longas somados passa de nove horas), o GUERRA E PAZ soviético ou mesmo o clássico mudo francês LES VAMPIRES (que se sustenta perene e cativante mais de um século depois de lançado nos cinemas).
Todos esses, assisti sem sentir grande impacto do tempo e realmente tinham enredo e proposta narrativa que justificassem suas durações. No entanto, a interminável exposição soporífera e prolixa do fatalismo blasé de Bela Tarr, cujo roteiro adaptado parte de um livro relativamente curto (bem diferente de "Guerra e Paz"), só serve mesmo como remédio pra insônia.
Ah, e a polêmica da cena do gato é também uma bobagem total, não tanto pelo aspecto ético mas pelo uso dramático. Cenas com mortes verídicas de animais com efeitos realmente impactantes e perfeitamente atinados com o filme existem aos montes em tudo quanto é gênero, variando de propostas tão distintas quanto PELOS CAMINHOS DO INFERNO até HOLOCAUSTO CANIBAL e VÁ E VEJA.
Aqui, porém, é só uma tão cena redundante (como aliás tudo no filme) que só desperta bocejos, quando não risos esporádicos pela mise-en-scene tosca da menina "rolando" com o gato à exaustão.
Pequena boa surpresa. Tem limitações, como a ausência de mais violência gráfica num longa cujo enredo praticamente implorava por isso. Todavia, saiu muito melhor que o esperado para uma franquia combalida na qual ninguém mais dava nada.
Bravo, maestro! Um dos melhores músicos que a sétima arte nos legou. Não fazia ideia dessa história da quase-partitura do LARANJA MECÂNICA, interrompida por ciúme do Sergio Leone.
Que delícia de roteiro original! Elenco ponta firme, com destaque pra filha da protagonista que rouba todas as cenas como adolescente niilista. Figurino inventivo e a melhor edição que vi em muito tempo, talvez na vida toda.
Retrato da burguesia czarista decadente dos últimos anos antes da Revolução Russa. Resultado bem melhor do que eu esperava, em ritmo corretamente ponderado e ótima performance da atriz principal.
Elementos
3.7 467SUGESTÃO DE SINOPSE: Mulher de áries, comerciante, tem que lidar com fiscalização de homem de câncer, funcionário público municipal, para evitar fechar o comércio do pai imigrante de outro país.
Indiana Jones e a Relíquia do Destino
3.2 326 Assista AgoraCANTO DE CISNE DE UMA VELHA NOVA HOLLYWOOD
Diferente de meio mundo, adorei o quarto filme do Indy.
Me surpreendeu trazendo Harrison Ford ainda com boa forma física, provando que panela velha é que faz comida boa. E tinha personagens secundários carismáticos, inclusive o detratado guri motoqueiro vivido por Shia LaBeouf, ator que normalmente não gosto mas que caiu bem para aquele papel. O humor funcionava e as cenas de ação tinham a marca da direção sempre competente nesse sentido de Steven Spielberg.
Stevão abre mão da direção aqui e passa o bastão para James Mangold (do bom LOGAN), espécie de Ron Howard da nova geração. É um cineasta pau pra toda obra, sem autoralidade e que se propõe a servir um arroz com feijão bem feitinho, normalmente conseguindo um resultado pelo menos razoável, mas nunca genial ou marcante.
O filme começa a meu ver mal, com uma CGI competente no rejuvenescimento facial de Ford, porém ruim nos bonecos digitais criados e a concepção toda da cena é aquela porqueira escura e nublada com "paleta cinzenta", que virou tendência pra cenas de ação em Roliúde já faz tempo. E depois reclamam da cena das cataratas no Indy 4...
Felizmente depois melhora e volta a ser a ação solar e bem geografada que conhecemos da franquia desde CAÇADORES DA ARCA PERDIDA, muito embora agora sim a idade pese mais para Ford. A última cena de ação é muito boa, pra mim inesperada e vai atingir em cheio quem gosta da pegada arquelogica do protagonista.
Oscila nos personagens secundários. A parceira mercenária inglesa é bacaninha. O vilão eu achei melhor que a encomenda, interpretado pelo sempre ótimo dinamarquês Mads Mikkelsen, que desde CASSINO ROYALE virou arroz de festa em tudo quanto é blockbuster. Seu conceito de revisar a história repaginando o nazismo é bem pensado e tem muito a ver com o receio ideológico do imperialiamo estadunidense de perder terreno pra uma extrema-direita menos "globalista", estilo Donald Trump. Também chama a atenção a solução inteligente e corajosa que deram para o personagem de LaBeouf no quarto longa.
A música do nonagenário John Williams é correta, embora só empolgue mais nos temas velhos. E o pessoal que faz ponta, tipo Antonio Banderas, entra e sai de cena sem acrescentar muito.
Enfim, apesar de ter uma repercussão melhor que o anterior, é o pior da franquia e tenho quase certeza que será fracasso comercial pra uma geração Z que cresceu debaixo de adaptações de quadrinhos ininterruptas. Mas o resultado final é bom e tem paralelos políticos interessantes.
Seria bom saber o que um Zizek achou do filme e de seus subtextos ideológicos, incluindo a CIA e as perdas em guerras na Ásia...
7 Prisioneiros
3.9 318Revisto pela quarta vez.
Melhor filme que vi nos últimos cinco anos. Relações de trabalho capitalistas evidenciadas de modo naturalista, sem nenhuma fantasia.
Se fosse uma obra literária, o roteiro seria um livro assinado pelo Aluísio Azevedo.
Coração de Neon
3.0 9Meu Boquerão é GIGANTE!
Triângulo da Tristeza
3.6 730 Assista AgoraRico é o câncer da humanidade.
Gato de Botas 2: O Último Pedido
4.1 450 Assista AgoraMelhor longa da franquia SHREK depois do primeiro, de 2001.
O vilão, um filhinho de papai que acha que todo mundo é escravo dele, é hilário. E há vários subtextos adultos, como a dificuldade em compromissos afetivos que requerem uma vida mais simples e até, literalmente, o medo da morte.
Boa surpresa.
Marcel a Concha de Sapatos
3.8 103 Assista AgorazzzzzzZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ....
M3gan
3.0 797 Assista AgoraPASTICHE DE CHUCKY
Enxergo certa inventividade na safra de terror dos últimos anos, mesmo quando bebem em fontes já conhecidas e inserem elementos novos de claro teor político.
Até é o caso aqui, com mais uma versão de BRINQUEDO ASSASSINO (filme favorito da minha mulher - e o que levou ela a querer ver este), mas com um bom subtexto sobre o papel crescente da tecnologia e dos algoritmos na criação dos filhos.
O roteiro ia me surpreendendo por essa boa provocação até da metade pro fim virar um _terror de shopping_ comum, inclusive muito bem sucedido comercialmente (com certeza vai virar franquia) e todos os clichês do gênero.
A cena da "dancinha" foi colocada lá artificialmente só pra estar no trailer. E fez falta mais violência gráfica, o que não aconteceu pra diminuir a idade de censura do ingresso.
Até a metade bom, depois desanda.
Os Fabelmans
4.0 388A AUTO-HOMENAGEM DE SPIELBERG
Steven Spielberg é o expoente mais bem sucedido da geração Nova Hollywood e um dos maiores gênios da história do cinema estadunidense.
Não resta dúvidas que sua relação com a sétima arte foi intensa desde tenra idade, o que mais tarde floresceria em joias raras do cinema de massas como TUBARÃO, E.T., JURASSIC PARK e CAÇADORES DA ARCA PERDIDA. E nesses longas, o amor de Spielberg pelos 24 fotogramas por segundo está muito melhor expressada do que neste seu longa mais recente, uma biografia pra encher a bola de si mesmo e fazer expiação do passado pessoal, de modo direto, por meio da arte.
Há uma reviravolta muito interessante envolvendo a mãe, porém bastante previsível já desde o começo e da metade pro fim simplesmente vira subtrama abandonada. O elenco todo está correto, embora ninguém genial. E o pai é raso feito uma poça d'água.
Há boas tiradas sobre o prazer e a autoridade de poder filmar, mesmo os atos mais singelos. Parece não se decidir entre ser um CINEMA PARADISO ou uma biografia intimista.
O Clube dos Canibais
3.1 148 Assista AgoraSe você encontrar um rico na rua, desça o cacete nele.
Você pode até não saber porque está batendo, mas ele com certeza sabe porque está apanhando.
RRR: Revolta, Rebelião, Revolução
4.1 321 Assista AgoraDeliciosa e desavergonhadamente cafona. Sem medo da própria caricatura que, conscientemente, o filme é. De quebra, é um tapa na cara sempre válido do colonialismo britânico. Pra quem conseguiu embarca na proposta e gostou, recomendo também LAGAAN.
O Juízo Final
2.7 20Primeiro ato genial. Depois vai caindo com o passar da sessão. De todo modo, acaba sendo um retrato interessante sobre o efeito que causa num hedonista trocar um vício por outro (mais especificamente, aquele que Marx chamava de "ópio do povo").
Lenin em Outubro
3.6 5Primeira metade convencional, segunda metade emocionante.
TODO PODER AOS SOVIETES!
Argentina, 1985
4.3 334NUNCA MAIS!
Alardeado como genial pela crítica, ARGENTINA 1985 não chega a ser essa última coca-cola no deserto que os mais exaltados estão dizendo. Ressalto, porém, que o resultado é sim bastante acima da média.
Os argentinos tem um dos melhores cinemas deste século, nos legando joias como O SEGREDO DOS SEUS OLHOS e RELATOS SELVAGENS. Igualmente, sobre a temática das ditaduras militares no cone Sul também já vimos obras notadamente superiores, como NO, DESAPARECIDO, ESTADO DE SÍTIO ou o próprio A HISTÓRIA OFICIAL.
Apesar portanto de ser redundante e até meio diluído em seu impacto, é infelizmente muito atual pela ascensão mundial da extrema-direita. Tecnicamente é bem acabado e tem elenco carismático.
E que conforto lembrar que o general Videla morreu literalmente na privada da cadeia!
Moonage Daydream
4.2 69 Assista AgoraVou destoar da maioria. Achei o documentário abaixo da média.
Claro que é admirável o diretor buscar fórmulas novas e não cair na mesmice de entrevistas e narração cronológica do biografado, mas esse tipo de experimentalismo é sempre arriscado e pode errar feio. Aqui errou e me pareceu só um arremedo de Andy Warhol de endeusamento pop através de imagens e assuntos pouco coesos e desconexos entre si.
Desconjuntado como ficou o resultado final, MOONAGE DAYDREAM se salva de ser totalmente descartável apenas pelo espetáculo de imagem e som que é mérito mais do próprio Bowie do que do diretor.
Blonde
2.6 443 Assista AgoraPara além da polêmica toda que causou, é um longa acima da média sim.
Ana de Armas matando a pau na pele da protagonista, numa trajetória triste e carente de afeto paterno - uma abordagem que eu não esperava de jeito nenhum para uma biografia assim, já que normalmente seria mais fácil dar um destaque nostálgico, solar e glamouroso para a Era de Ouro hollywoodiana.
Infelizmente, porém, o resto do elenco está bem aquém e os personagens dos dois maridos dela estão superficiais e mal escritos.
Já a montagem é boa e não deixa a peteca cair mesmo em quase três horas de sessão, conseguindo nos imergir no inferno de paparazzis e bisbilhotice que Norma Jeane tinha que aturar para imortalizar Marilyn.
O Rei de Nova York
3.7 87Minha primeira experiência com l diretor Abel Ferrara, de quem eu sempre ouvi falar mas nunca fui atrás até topar com este longa na lista dos 1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER.
Ferrara não chega a ter nada pra reinventar a roda e acaba sendo mais um sub-Scorsese muito bem servido. Elenco heterogêneo, com os policiais em geral fracos e inexpressivos (exceto Wesley Snipes), mas Christopher Walken muito bem e Lawrence Fishburne (o eterno Morpheus de MATRIX) roubando todas as cenas.
Um Lugar ao Sol
3.9 168 Assista AgoraBom documentário. Rico não é outra classe, é outra espécie - que já perdeu a conexão com a "plebe" faz tempo. A nossa agrura pra conseguir o básico do básico é o que constrói o absolutamente supérfluo desses parasitas.
Pirâmide de Maslow pra quê?
O Tango de Satã
4.3 139Sete horas e meia de planos esticados e redundantes à exaustão, dispostos em capítulos narrativos encerrados por poemarada niilista.
Não tenho problema nenhum com filmes longos que realmente tenham roteiro e história pra sustentar sua duração muito acima da média, caso de GUERRA E HUMANIDADE do Masaki Kobayashi (cuja duração dos três longas somados passa de nove horas), o GUERRA E PAZ soviético ou mesmo o clássico mudo francês LES VAMPIRES (que se sustenta perene e cativante mais de um século depois de lançado nos cinemas).
Todos esses, assisti sem sentir grande impacto do tempo e realmente tinham enredo e proposta narrativa que justificassem suas durações. No entanto, a interminável exposição soporífera e prolixa do fatalismo blasé de Bela Tarr, cujo roteiro adaptado parte de um livro relativamente curto (bem diferente de "Guerra e Paz"), só serve mesmo como remédio pra insônia.
Ah, e a polêmica da cena do gato é também uma bobagem total, não tanto pelo aspecto ético mas pelo uso dramático. Cenas com mortes verídicas de animais com efeitos realmente impactantes e perfeitamente atinados com o filme existem aos montes em tudo quanto é gênero, variando de propostas tão distintas quanto PELOS CAMINHOS DO INFERNO até HOLOCAUSTO CANIBAL e VÁ E VEJA.
Aqui, porém, é só uma tão cena redundante (como aliás tudo no filme) que só desperta bocejos, quando não risos esporádicos pela mise-en-scene tosca da menina "rolando" com o gato à exaustão.
O Predador: A Caçada
3.6 663Pequena boa surpresa. Tem limitações, como a ausência de mais violência gráfica num longa cujo enredo praticamente implorava por isso. Todavia, saiu muito melhor que o esperado para uma franquia combalida na qual ninguém mais dava nada.
Ennio, O Maestro
4.6 14Bravo, maestro! Um dos melhores músicos que a sétima arte nos legou. Não fazia ideia dessa história da quase-partitura do LARANJA MECÂNICA, interrompida por ciúme do Sergio Leone.
Leonora, Adeus
2.5 6zzzzzZZZZZZ...
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista AgoraQue delícia de roteiro original! Elenco ponta firme, com destaque pra filha da protagonista que rouba todas as cenas como adolescente niilista. Figurino inventivo e a melhor edição que vi em muito tempo, talvez na vida toda.
Vassa
3.8 5Retrato da burguesia czarista decadente dos últimos anos antes da Revolução Russa. Resultado bem melhor do que eu esperava, em ritmo corretamente ponderado e ótima performance da atriz principal.