Como estava muito por fora do Critics Choice Awards 2021, o melhor que podia fazer era acompanhar os indicados na categoria de Melhor Telefilme. Inicialmente fui totalmente envolvido pelos trechos musicais e a forma teatral bem feita, todavia, lá pela metade do filme já estava fadigado de toda a dinâmica e só fui voltar a terminar depois de dias, muitos dias.
A qualidade musical é mesmo incomparável e mereceu todas as premiações de recebeu, como o Grammy de Melhor Álbum de Teatro Musical. Minhas canções favoritas foram “My Shot”, “The Story of Tonight”, “What Comes Next?” (Essa do rei sádico e cômico é demais, kkk), “One Last Time”, e aquela canção de luto de Hamilton, me fez chorar.
Outro detalhe da peça é a técnica da coreografia, afinação perfeita das vozes e harmonia musical. Tudo na mais perfeita sincronia. Impossível não se admirar com tamanho bom gosto e desempenho, um opíparo timing.
Ao meu ver, um dos grandes pontos falhos da obra é a longa duração, é pra quem gosta de musical mesmo, entretanto, para quem não está acostumado com o gênero, com o passar do tempo vai fadigar. As músicas são ótimas, não obstante, tem algumas que não fariam a menor falta. Procrastinei muito para terminar o filme, porém, quando terminei, a fita entrou bem para a meu arsenal de gosto musical.
Hamilton é um musical totalmente diferenciado, merece um lugar ao sol.
Bem, para não dizer que não assistir nada dos indicados ao Critics Choice Awards 2021, vou tentar pelo menos ficar por dentro na categoria de Melhor Telefilme. Estreando minha maratona com esse bom filme, nada tão gritante ou que mereça maiores aplausos, não obstante, a qualidade técnica, as atuações, fotografia, são mesmo impecáveis. Diria que a obra fez bem em nos fisgar logo nos primeiros minutos, apresentando um superintendente da Roslyn High School (Hugh Jackman) vaidoso, elegante, dizendo poucas palavras contraditórias em seu privado. Mesmo quem não conhecia o caso (como eu), já poderia de cara deduzir que se tratava de um sociopata, esse foi o gancho da película para mim.
O nosso cinema atual abrange uma narrativa que propositalmente mostra um “plano de fundo” vazio, com mínimos estímulos para os sentidos, um toque de classe, sem exageros, sem a mínima intenção de impactar, buscando a delicadeza, a arte fina. Por alguma razão, lembrei de filmes como “Encontros e Desencontros” (2009 / Sofia Coppola), “Garota Exemplar” (2014 / David Fincher),“Ela” (2013 / Spike Jonze) e “O Grande Hotel Budapeste” (2014 / Wes Anderson), filmes que têm mais ou menos essa maneira de narrar, modesta de explicação e estímulo dos sentidos, mesmo que tenha muito, só sem a compulsão de fazer mais do mesmo. Gosto disso, embora em alguns momentos eu sinta falta de algo mais chamativo que agrade a dopamina fácil de um mero cinéfilo, rs.
PARE DE LER, SPOILERS “Bad Education” é ágil, não perde tempo, faz o que tem que fazer e pronto, tendo gostado ou não. Não sei se é porque me desacostumei a assistir longas-metragens, contudo, achei tudo muito rápido aqui. Logicamente em primeira instância vemos o Frank Tassone super querido por todos, um exemplo de moral a ser seguido, inclusive pelos próprios colegas de trabalho, para poucos minutos depois toda sua máscara cair, sucumbindo numa prisão. Começa estimulando uma jovem a ir além da mediocridade e acaba pagando um alto preço por isso. Fiquei admirado que casos de corrupção nos Estados Unidos são tratados como crimes hediondos, eles levam muito a sério esses crimes, aqui no Brasil chega a ser até “normal”, “tá tudo bem”. Ambas as partes tem a impunidade, porém, no Brasil é insuperável. Senti falta de uma “luta” maior por parte do protagonista, ele simplesmente foi descoberto e pego. Tive a impressão que o roteiro quis polemiza-lo ainda mais por se envolver com dois homens, mostrando os casos como forma de surpresa e com elementos narrativos chocantes, no tocante à vida dupla, secreta, dizendo ser viúvo há mais de 30 anos. Sim, é baseado em fatos reais, no entanto, o elemento surpresa é deliberadamente inserido.
Adorei a atuação do Hugh Jackman, veemente e moderado, pura simpatia. Quase entrando na categoria de grandes atores como Michael C. Hall, Sean Penn, que se entregam totalmente à Sétima Arte, interpretando papéis de homossexuais. Isso ainda me deixa muito admirado. Todo o elenco está muito bem, a coadjuvante Allison Janney dispensa comentários, embora não faça nada além do que é preciso. Destaque maior fica para Hugh Jackman com uma boa performance, tranquila, sem grandes motivos para maiores alardes.
Em alguns momentos tive que interromper para “printar” cenas da película, que mais pareciam quadros de uma belíssima pintura. Excelentes enquadramentos que fizeram um opíparo par com a trilha sonora e narrativa, intercalando ópera com uma faixa sonora minimalista pulsante, fina, intrigante nos lances de suspense, indicando que a bomba iria estourar... E estourou.
“O crime não compensa.” - Assim poetizou algum poeta, rs. Hugh Jackman transmite muito bem a sensação de ficar no fundo no poço, de perder tudo o que conquistou e que nada que fez de sórdido valeu a pena. Nem sempre o melhor é o caminho mais fácil. Quantas vezes já desejamos voltar desesperadamente ao passado para consertar algum grave erro que cometemos? Esse final é tudo isso e talvez a melhor mensagem moral da fita. Obrigado aos que leram e até mais.
A intensidade desse filme foi a característica mais marcante, deveras, pois tinha a responsabilidade de contar a história da lenda Freddie Mercury e o surgimento de banda Queen. Curiosamente, a obra tratou de um sucesso cada vez mais crescente de uma banda, quase que sem barreiras, o único "sacrifício" que eles fizeram foi em vender o trailer para lançar seu primeiro disco, e claro, os relevantes conflitos internos. Ou seja, o mundo estava totalmente aberto para eles, apaixonado pelo talento dos integrantes, tanto foi que na entrevista em que o Mercury estava muito irritado, um repórter pergunta se em alguma vez ele já duvidou de seu dom, o Freddie responde: "Claro que não! Que pergunta idiota!" Parece que os únicos contratempos que eles tinham eram eles mesmos e suas disputas de egos, que cá entre nós, isso também é uma chama de ascensão. Nada ficou no caminho deles, nada! Nem mesmo o pai moralista de Freddie, que inclusive teve uma cena que aplaudi, quando ele disse na frente de seu pai e de seus amigos, que o agente de Elton John estava pensando em contratá-los. Nesse momento nós vemos patentemente a ficha de um pai moralista cair, porque era sucesso garantido. ´ Outra coisa que me deixou fascinado foi a direção segura que a fita tem. Condução bem pra cima, assim como deve ser. Tem que ser um cineasta muito ruim para não fazer um excelente filme baseado na biografia do Freddie Mercury. O interessante é que o diretor não tem um passado tão glorioso, mas depois de Bohemian Rhapsody, ele não pode ser o mesmo. Outro acerto do diretor foi escolher Rami Malek para fazer o Mercury. Que show! Gente, eu juro que não esperava que o Malek fosse dá conta do recado, preconceito da minha parte. Também não entendam mal, ainda estou conhecendo o ator, achei ele maravilhoso durante toda a série de Mr. Robot, deve ter ficado aquela imagem de um Elliot, todo introspectivo e tímido, por conta disso achei que não conseguiria tirar essa imagem de Elliot dos olhos arregalados em seu papel completamente oposto, o explosivo integrante do Queen. Calou a boca! Rami Malek provou mesmo ser um grande e versátil ator. Vi que muios comentaram sobre os erros cronológicos e coisas que realmente não aconteceram. Tudo bem, pra mim a experiência foi muito válida e edificante, só por isso já vale as 5 Estrelas.
A grande lição que tiro do filme é que seja intenso, não tenha uma vida medíocre, não se conforme com isso, siga fielmente essa intensa energia que está dentro de você, seja tudo ou nada. Se puder, rejeite o lado negativo de uma vez tão desregrada, sem cometer os erros de uma autodestruição, mas faça isso sem perder o seu legado. Tem muito sobre a vida de Freedy Mercury que podemos copiar para nunca ter uma vida medíocre. Há uma série de contradições que o Freedy cometeu com ele mesmo e que condenava nos outros. Lutou até o fim por um amor verdadeiro, mas ele mesmo traiu sem amor verdadeiro. Expulsou seu empresário quando o mesmo tentou convencê-lo a fazer um disco solo, mas ele mesmo humilhou e expulsou sua banda. Uma vida cheia de altos e baixos, sucesso cada vez mais crescente enquanto a vida privada cada vez mais sendo jogada no ralo.
Bem, o que dizer desse filme? Este foi um comentário penoso, porque quase nada tenho a dizer, até porque pouco entendi sobre a obra desse diretor tailandês de singular nome, que diga-se de passagem, achei que fosse um palavrão ou trollagem, rs.
Vou começar então pelo título em Br. A primeira impressão que tive é que a fita se basearia em uma personagem de grande capacidade mediúnica que deliberadamente podia recordar suas vidas passadas. Porém, o filme surpreende ao mostrar que não, tio Boonmee é apenas um singelo senhor diagnosticado com uma doença terminal, apesar da simplicidade de sua índole, ela passava muitas sacadas sábias e um comportamento refinado com a espiritualidade, que inclusive, toda sua família, mesmo os mais jovens, também demonstravam certa maturidade com o além, mesmo pouco compreendendo e moderadamente temendo.
Essa foi a característica que gostei bastante, longos planos sequências, quase nenhum movimento de câmera, personagens que ficam de frente com o desconhecido. A cena da moça no lago me lembrou o vanguardismo nos filmes do Kim Ki-duk, de tal maneira que até comparei esse diretor indiano (ainda vou aprender a escrever esse nome, custe o que custar, rs) com o sul-coreano. Ambos originais.
Enfim, não vou me arriscar a desvendar os mistérios dessa enigmática obra apenas em primeira vista, tem muito simbolismo e possivelmente tem relação com a religião local. Só me arrisco em dizer que foi uma grande experiência com a primeira película que vejo desse diretor. Um excelente filme! Ponto de partida para mais!
P.S.: Aquele final é para dá um nó na cabeça, nem precisou tanto como "Inception" ou "Pi". Música de fundo maravilhosa! (26/06/2020 - 17:30hs)
Sem palavras para uma obra de arte de tamanha envergadura, Bong Joon-ho está no mesmo patamar de ilustres diretores sul-coreanos, como Kim Ki-Duk (Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera / Casa Vazia / O Arco / Time / Arirang) e Park Chan-wook (Trilogia da Vingança / I'm a Cyborg, But That's Ok / Zona de Risco / Sede de Sangue).
Quando fiquei sabendo que Joon-ho fez "Parasita", responsável por obras interessantes e marcantes como "Mother" e "Barking Dogs Never Bite" (esse útimo um tanto de mau gosto, mas registra bem a polêmica do realizador e seu ácido humor negro), logo associei com a sua película "O Hospedeiro", que apesar de bem aclamada, não tinha gostado. Todavia, em "Parasita" ele acerta com veemência!
A obra usa e abusa de maneira genial com as analogias de um homem rato em Internet como o próprio parasita, uma espécie de ser que não produz, apenas usufrui as produções alheias (cinéfilos chatos e rabugentos também são, brincadeira, rs), achando que tem até mesmo o direito de roubar Wifi. Pessoas com tanta determinação em usar os conhecimentos disponíveis na Web com más intenções podem causar grandes catástrofes sociais (Fake News, Cyberbullying), e pior, uma família inteira compartilhando do mesmo "ideal". Parasitas não perdem oportunidades, não consideram bons ou ruins organismos, eles querem apenas o melhor para eles.
Alto lá! Aqui também não é uma crítica ao uso da Internet, o que inicialmente aparentava ser uma análise à pessoas oportunistas querendo se dá bem às custas dos tubarões, é igualmente o inverso mais tarde. Depois de pensar um pouco antes de finalizar meu comentário, acredito que seja uma crítica tanto ao capitalismo (tubarões) e ao comunismo (parasitas). Resumindo como ataque as desigualdades sociais na Coreia como no mundo inteiro.
Bong Joo-ho registra engenhosamente tantas metáforas para justificar o título de sua mais nova obra-prima, que nós, espectadores, ficamos atordoados com tamanha genialidade (diversas vezes dava "stop" só para bater palmas, levantar da cadeira, respirar um pouco, tamanha chuva de sensações estava sentindo).
Outro detalhe instigante é que o diretor mantém a marca que o cinema sul coreano conseguiu nos últimos tempos, de fugir completamente dos itinerários comuns e apresentar gratas e opíparas novidades. Chegava a tal momento em que desejávamos que o desfecho dessa família terminasse em tragédia, pois eles estavam indo longe demais. Só não esperei que fosse a tanto, essa surpresa foi bem gratificante. Desde o princípio, o filme não fez questão de justificar essa degradação e todas essas estratégias funcionaram positivamente. O final da obra é bastante severo, tétrico, simbólico, metafórico e carimba de uma vez por todas que o crime não compensa.
Um filme magistral: 4,5 ESTRELAS! (25/06/2020 - 19:49hs)
A premissa da obra poderia ser fundamentalmente analisar o comportamento dos astronautas em uma longa expedição pelo espaço e o colapso psicológico que isso causaria. Um pouco parecido com os efeitos da quarentena que experimentamos com a Covid-19, claro que no caso da tripulação, não se compara. A ideia da película é ótima, entretanto, não a executa tão bem (quiçá quisesse que o roteiro fosse totalmente sisudo).
Começando pela meta da exploração. Sério mesmo que eles ficaram tão fatigados com a viagem e isolamento, que a única coisa que os mantiam em movimento era explodir planetas "instáveis"? Em primeira mão, soaria lastimável atitude, mas dando um pouco mais de crédito ao filme, talvez sirva como crítica ao comportamento humano, principalmente às pessoas estadunidenses fascinadas por explosões ou a própria guerra. Porque tanta coisa de revelante a ser feita, a única coisa que eles queriam fazer era destruir planetas, isso chega a ser uma afronta a Astronomia e a Astronáutica, contradizendo todo o sentido dessas ciências.
Tem algumas incongruências incômodas em Dark Star, chegando a ser um despautério, os tripulantes encontram vida inteligente e a tratam como um lixo, tamanho o tédio que eles sentem ao ficar mais de 3 anos confinados, o filme poderia trabalhar mais essa condição da psique para que pudéssemos aceitar com mais condescendência suas negligências. Porém, não o fazem. Apresentam-nos um ET disforme e bastante tosco, construindo algumas cenas de humor negro, se perdendo no sentido. Embora o objetivo do filme seja a comicidade, ele também da margem a assuntos bem sérios, podendo até mesmo confundir a classificação do gênero. Eu, por exemplo, assisti achando se tratar de um drama espacial.
Por essa falha de percepção, terei que rever daqui a algum tempo. Todavia, por hora, classifico apenas como regular. 3 Estrelas. P.S.: Aquela conversa com a bomba foi tudo, rs! (23/06/2020 - 18:43hs)
O desejo de repetir a fórmula do classico "Bloodsport", para mim, não deu muito certo. Mais um típico filme de Van Damme que envelhece mal com o tempo, é "muita baboseira", como diria o cara do Núclo Dharma, canal no YouTube.
Claro que ainda carrego muitas cenas que marcaram a minha infância, mormente as sessões de treino, como a do coco sendo jogado no abdômen, a abertura torturante das pernas, cena que também virou clássica em "O Grande Dragão Branco", consagrando Jean-Claude Van Damme como o astro do cinema de Artes Marciais de maior flexibilidade, também a parte do Tong Po chutando o pilar é bastante memorável. Além da ênfase à magia das Artes Marciais, unida ao esforço, saúde e pureza, deveras, um tanto exagerada e melosa nos filmes do astro, mas ainda assim bastante inspiradoras.
Um problema que "Kickboxer: O Desafio do Dragão" tem (além desse dislate de título Br) é a pressa e incoerências forçadas, completo plágio de "Bloodsport", dois branquelos vão para a ásia, enfrentam um adversário casca grossa, de índole cruel, caricato e corrupto (esses roteiros dos anos 80, 90 têm um vício mórbido de exagerar os antagonistas como os seres mais mefistofélicos do mundo), um se machuca gravemente para o outro iniciar a vingança angelical (Van Damme), ser conhecido como o grande lutador branco que derrotou o pica das galáxias asiático.
O vilão é fraco e nada convincente, não chegando aos pés do carisma e tom de terror que o Bolo Yeung conseguia passar diante das câmeras, em Dragão Branco. Só parece que Van Damme quis se aproveitar logo do sucesso de "Bloodsport" e fazendo outra fita em sequência com a mesma receita, visivelmente de baixo orçamento, se aproveitando do público pipoca, porém, ganhando muitos negativos com os mais cautos.
O apelo espiritualista das lutas e dos treinos, toda aquela isometria do garanhão, me refiro mesmo ao seu físico em destaque, usando isso como recurso atrativo de audiência e convicção de contexto, apesar de entender a fantasia, esse apelo ainda me agrada. Oras, a magia e o espírito contam, treinar sem espírito não se atinge a transcedência, desviar de golpes com os olhos vendados, aparar balas, suportar dores estarrecedoras, soltar Hadouken, nada disso é possível sem o espírito. Nesse sentido, a magia marcial dos filmes de Van Damme é mesmo sedutora, embora piegas e excessivamente dramática.
Mais um problema que me incomoda em Kickboxer é a ridicularização à Tailândia e a visão pejorativa que eles fazem às mulheres tailandesas (tal como eles fazem com as nossas mulheres), nem mesmo as enfermeiras se salvam. Há uma cena que foi cortada nos canais brasileiros, que o Eric passa a mão na raba da enfermeira, ela se assuste e ri, o médico ao lado dela rir também da brincadeira, "está tudo bem, é só um americado gaiato", como se a cena estivesse dizendo essa frase. Isso tudo pode ser visto como denúncia, o país é conhecido como a capital mundial da prostituição, todavia, não consegui deixar de ter a impressão que eles se aproveitam disso para enaltecer ainda mais os Estados Unidos da América como o país de mocinhos (mesmo que sejam um pouco travessos, afinal, é só uma vadiagem do bem) VS o país dos degradados em todos os níveis.
Apesar de minha dura crítica, vejo Kickboxer como um bom filme de Artes Marciais, ao bom estilo Jean-Claude Van Damme em forma, mesmo com aquela vergonhosa luta de tanguinha no final, pretexto lastimável para JCVD pagar bundinha, kkkk. Jô Soares até brincou com ele em uma entrevista, rs.
Nossa! Gostei tanto desse Rambo, mais tanto, que tive que colocar em 2º lugar no meu TOP da franquia, superando até mesmo o primeiro filme. Bem, essa decisão ainda não está certa, talvez esteja sendo levado pela emoção do momento, no entanto, razões pelas quais escolho fazer assim, que nessa altura do campeonato, torna-se muito difícil surpreender com uma personagem que marcou gerações e assusta em ver que John Rambo ainda tem muita lenha para queimar, e como! Li alguns comentários de pessoas que odiaram a obra, muitos assistiram sem ao menos ver todas as películas da saga, assim fica difícil compreender a profundidade, aversão à sociedade, revoltas, traumas, calejamento do espírito e toda violência de Rambo. Pior, alguns até viram ufanismo e preconceito por Rambo massacrar criminosos mexicanos, até mesmo conservadorismo X liberalismo, um velho sisudo isolado, conservador, que carrega os valores de um homem bruto das antigas, afastado do mundo, vai para a cidade só para derramar muito sangue. Incrível como paranoias ideológicas e políticas não sossegam nem mesmo em uma fita cujo tema principal é vingança, não enxergam o contexto do roteiro em si, mas procuram ver paranoicamente o que está atrás das cortinas, elaboram significados absurdos até mesmo onde não têm. No mundo de Rambo, a lei que reina é a da injustiça e da morte, ele foi o único que conseguiu sobreviver nesse inferno porque se permitiu virar o próprio inferno em forma de gente. Apesar disso, soube seguir em frente sendo um homem amável, formando uma família adotiva, criando Gabrielle como a própria filha, essa relação resgatou o homem civilizado que estava perdido dentro dele. Acham mesmo que se ele perdesse esse elo tão mágico da forma covarde e ultrajante como perdeu, não teria todos os motivos para agir com tanta crueldade? Cada facada que Rambo dava naqueles patifes era como se eu mesmo estivesse dando, minhas mãos tremiam e até as caretas do Stallone inconscientemente fazia, tamanha sinergia tive com "Las Blood", tal intensidade não tinha como sentir em "First Blood", que é ótimo e incrível, a carga dramática desse último filme é muito mais acentuada. Aquela cena final então, é um deleite, ao estilo "Esqueceram de Mim" para terror, rs. Obrigado Stallone por nos presentear com o melhor jeito Rambo. Vida e saúde longas ao Sly! Fichou com chave de ouro a franquia.
Meu TOP da franquia: 1) Rambo: First Blood Part II (1985) 2) Rambo: Last Blood (2019) 3) First Blood (1982) 4) Rambo IV (2008) 5) Rambo III (1988)
Um bom filme que mostra melhor a personalidade do Rambo um tanto que "niilista", quase desprovido de idealismo (até mesmo tendo aversão), descrença dos valores e da paz, com o espírito absurdamente calejado de tanto ver mortes e tragédias, por tais características, Rambo IV tem o mesmo tom de drama que "First Blood (1982)". Dessa vez o próprio Stallone dirige, ninguém melhor que ele para saber como exatamente John Rambo pensa e sente. Até então o mais violento, só não supera o "Last Blood", que é uma obra-prima da crueldade e chacina. Roteiro simples, como sempre, coadjuvantes antagonistas caricatos e arrogantes, como sempre também. Isso tudo torna o filme todo clichê, todavia, nem por isso deixa de ser bom.
Adendo: achei o visual do Rambo bastante indígena nesse filme, fiquei na dúvida se foi proposital ou não. Sly ainda estava em excelente forma, deveria arranjar uma desculpinha para tirar a camisa, a marca registrada do protagonista também são os incríveis músculos.
Ok, logo no início do filme já percebi algo diferente, o começo da evidência pela franquia ter sido esquecida, quase o mesmo erro que Stallone cometeria em Rocky V em 1990. Nem mesmo o esforço do Sly em deixar seu Rambo cada vez mais marombado surtiu efeito, resultando em um filme bem mediano, muito inferior aos dois primeiros. Agora que assisti toda franquia, posso julgar que em minha opinião está em último lugar. Aquela luta nos primeiros minutos já ditam a perca da qualidade e coerência, Rambo lutar apostado em um clube? Como assim? Puro "blockbuster", que mais parecia pretexto para exibir a melhor forma do Sly e fazer do veterano "badass" ser caricato além do necesário, simbolizando os músculos de John Rambo, além da incoerência do protagonista, com toda sua selvageria levar tantos golpes de um mero figurante, justamente Rambo, especialista em lutas armadas. E se aquelas armas fossem facas ou espadas? Na infância eu amava tudo isso, entretanto, hoje esses filmes com tal efeito envelheceram muito mal, um pouco como "Bloodsport (1988)" e "Kickboxer (1989)" de Jean-Claude Van Damme, ainda assim essas obras clássicas são bem melhores. "Rambo III" é tão enfadonho que tive crises de sono. Vale a pena assistir até o final só por causa da música de crédito "He Ain't Heavy, He's My Brother".
Começar dizendo: achei que superou o primeiro. Não entendi exatamente quando alguns falam que o filme perdeu o foco. Perder o foco em quê? A denúncia sobre o desprezo a soldados de guerra já foi bem escancarada na primeira obra e continua bem nessa, e de forma pior.
Foram abandonados em campo de batalha pelo governo.
A premissa de Rambo sempre foi ação e muita explosão desde o primeiro filme. Claro que o 1º teve a preocupação em apresentar melhor o protagonista, o que ele era, o que pensava, seus sentimentos em relação ao mundo, o que mais evidenciou foram suas lembranças dolorosas de tortura, todavia, o que a película queria mesmo mostrar era ação, as habilidades combativas do John e o quanto ele sofre no país em que daria a própria vida.
A ação nessa continuação aconteceu de forma mais acentuada e coerente, ao invés de ser perseguido por policiais incômodos, Rambo agora tem a missão de resgatar prisioneiros de guerra (na verdade, era só para tirar fotos do lugar e voltar para a base, porém, claro que ele não iria aceitar uma coisa dessa), não deixou de ser aquela personagem de First Blood, ele só voltou a ser o que era antes dos eventos da primeira película. Stallone eternizou Rambo também pelo grande preparo físico, aqui a definição dele está além da conta, dando aquela impressão do sujeito ser mesmo casca grossa.
"Eu só quero o que eles querem, que o nosso país nos ame o tanto que o amamos." - John Rambo. Sim, ufanismo, entretanto, contém a tal denúncia ao desprezo do governo norte-americano aos veteranos de guerra.
Rambo II, outro clássico. É nesse filme que Rambo entra mesmo para a história como Badass, e melhor, não deixando a duvidar que realmente o seja.
Comecei a maratonar essa franquia do Stallone de grande sucesso dos anos 80, com a visão de mundo e de cinema que possuo hoje, porque em minha infância Rambo era meu herói e sonhava ser tão forte e musculoso quando eu crescesse, e claro, naquele tempo em meu caso, não me importava muito com enredo e coisas do tipo. Porém, por incrível que pareça, vejo que Rambo envelheceu bem para mim, toca naquele valor da ancestralidade que o homem moderno está perdendo, seu valor de homem. John Rambo é a síntese das melhores qualidades de um homem: casca grossa, de visão, forte, selvagem, conhecedor de tudo que envolve sobrevivência, táticas de guerra, harmonia com a natureza, resistência a dor, etc. Falar cada um desses pontos daria um baita livro. Evidentemente que a história do filme é bastante simplória, todavia, isso não tira o crédito. Um herói de guerra com muitas cicatrizes no corpo e na alma, que só deseja ficar em paz, entretanto, um patife policial teima em pisar no seu calo, daí tem início a eletrizante ação na mata, em que o personagem dá um show de camuflagem e contra-ataque. Não consigo deixa de ter a impressão que Rambo seria apenas um filme experimental, que não imaginavam que faria tanto sucesso, tanto que o primeiro da franquia se chama apenas "First Blood". O segundo filme acho até melhor que o primeiro, o terceiro que a franquia é sepultada de tão ruim, e Stallone faz a mesma "cagada" em Rocky V, sepultando suas duas personagens mais conhecidas por longos anos. Rambo I é excelente!
1º) Adonis já não é mais um desconhecido, tem nossa simpatia e aqui ele, de fato, descobre pelo que está lutando;
2º) A carga dramática está mais acentuada, não precisou do câncer do Rocky para apelar nesse sentido, pelo contrário, Rocky já está curado. Agora Creed tem uma filha, que nasceu surda e a questão delicada da perca progressiva da audição da Bianca, situação que daria um baita drama no suposto terceiro filme;
3º) Creed não se perdeu e nunca esnobou o Balboa (mas claro, ele é o protagonista, ninguém suportaria mais assistir um filme em que o Rocky seja desdenhado, rs), sua abdicação foi motivacional, não de caráter;
4º) Rocky teve uma participação até mais relevante como elemento essencial para a vitória do Adonis, a maneira como ele olha para o Rocky é como um pai que nunca teve, o quanto ele ficou abalado por Rocky não o ter treinado para a primeira luta com o "Drago Jr." foi o mesmo de um filho que se decepcionou amargamente com o pai. A ligação dos dois está mais forte nesse filme;
5º) Aqui o impossível vem à tona, como nas lutas do Rocky. Surge aquele adversário monstruoso que até desacreditamos na vitória da personagem principal, assim como em Rocky IV, naquela épica luta Rocky vs Drago. Também deram margem ao "Drago Jr.", de que ele não era realmente mal, chamou bastante atenção e algumas vezes roubava a cena, assim como Scott Adkins em "O Lutador", Boyka chamou tanta atenção que fizeram filmes só com ele. Será que o mesmo acontecerá com "Drago Jr."?
6º) Um dos principais pontos, o filme finalmente ter assumido a clássica trilha "Going the Distance" e "Gonna Fly Now" no finalzinho da luta, mesmo que de maneira bem comedida, isso deu um gosto de Rocky muito bom;
7º) A felicidade do Rocky em visitar sua família, seu filho e seu neto, foi como se ele estivesse matando a saudade da Adrian. Que linda cena!
Adoro as aberturas das lutas desse filme e do Creed I, rs. Filmaço! Absurdamente recomendado!
Está cada vez mais difícil acompanhar os filmes que envolvem o grande astro Rocky, o peso da idade, a melancolia cada vez mais devastadora e o fatídico fim chegando. Bastante lúgubre ver o nosso ídolo sem mais aquela vitalidade e força, e pior, ele aceitar dolorosamente tudo isso. É duro, mas é a vida. Ótima sacada em mostrar o Balboa lutar a batalha mais difícil que uma luta de Boxe.
Em "Creed" tem uma semelhança de situação com o quinto da franquia, Rocky se vendo através Tommy Gunn, aqui ele se vê através de Creed, claro, não comparando os filmes, pois o Rocky V é um fracasso, Creed é uma revolução. Meu Senhor! Que cenas de luta foram aquelas? Que técnica, que montagem, que realismo, totalmente dentro do que acontece em uma luta de Boxe profissional. O Adonis é aquela personagem que não conquista nossa simpatia de primeira, é distante e frio. Porém, com o decorrer da trama, vamos nos encontrando com ele, observamos que ele tem um ótimo coração e cultiva muito respeito pelo Rocky. Senti falta de uma trilha de impacto, mas tudo bem.
Destaque para aquela primera luta do Adonis após o Rocky o ter treinado, aquele movimento de câmera foi algo bastante inovador para mim, nunca vi uma luta tão bem trabalhada e filmada daquele jeito, parecia que nós estávamos também no ringue. A luta derradeira é coisa de louco, que combate opíparo. Não chega ter o mesmo apelo dos conflitos da franquia Rocky, entretanto, também não fica muito atrás. A entrada de seu adversário com a música "Don't Waste My Time" foi também um momento muito marcante para mim. Uma excelente fita!
"Enquanto um luta pela glória, outro luta pela vida". Bela sinopse.
Stallone, ao 58 anos (se não me engano), nos presenteia com o retorno de Rocky nesse grande filme, exemplo de superação, nos passando a linda mensagem que a idade não é mais forte que os sonhos e ideais. Após o fracasso de 16 anos atrás, naquele horrível filme em que participa o Tommy Morrison, Sylvester não poderia deixar aquela mancha, tinha que limpar a imagem de sua personagem, ícone de esforço, bom coração e vitória. Afirmo com toda certeza, ele consegue. Redundância comentar o quanto ele continua bem e em forma, grandioso. É um monstro.
Rocky já está velho e calejado, tem uma vida modesta como dono de restaurante, Adrian já partiu para o plano espiritual, ele e seu melhor amigo louco Paulie (Burt Young sensacional), vivem seguindo, desiludidos e saudosistas. Porém, Rocky ainda tinha mais uma Missão, ele precisava vasculhar o porão de seu interior e achar o que estava muito tempo perdido. Uma grande fita, os adversários ainda continuam esteriotipados, embora um pouco mais maduros e menos caricatos.
Uma boa ideia em trazer a "Little Marie" de volta, como uma pessoa que lembra com carinho do Rocky, um homem simples que lhe deu uma grande lição. Embora a personagem não enfatize isso, a gente percebe bem o orgulho que ela tem do Balboa, gostei muito dessa sacada da obra.
Por causa da insistência do Stallone, temos uma das cenas mais memoráveis de todos os tempos, entrando para a história das vibes motivacionais, aquele discurso clássico para o seu filho, que nada e nem dizem vai bater mais forte que a vida, não se trata de bater, mas de apanhar e continuar seguindo em frente. É assim que se consegue vencer! Só achei que teria sido bem melhor se o próprio Sage Stallone fizesse a cena com o pai.
E claro, não poderia deixar de comentar a montagem dos treinos do Rocky, trazendo de volta o clássico tema de vitória e a "Rocky Steps". Incrível!
Minha TOP List da saga:
1º Rocky 2º Rocky II 3º Rocky III 4º Rocky Balboa 5º Rocky IV 6º Rocky V
Bem, esse é o pior filme da franquia. Totalmente distante da grandeza das fitas anteriores. Surpreso que seja o mesmo que dirigiu o primeiro, ganhador da estatueta e tudo mais, irreconhecível.
Começando pela falência estúpida do Rocky por causa da irresponsabilidade do Paulie. Agora Balboa tem uma lesão permanente por causa da luta com o Drago, se aposentando de vez. Recomeçando a vida, ele se vira como pode, busca ensinar seu filho, o próprio Sage Stallone em carne e osso, a se virar no subúrbio. Nisso a história apresenta Tommy Gunn, interpretado pelo boxeador real Tommy Morrison, um jovem rapaz fã do Rocky que deseja muito que o treine. O ilustre ídolo, no começo hesitante, embarca na conversa a passa a se empolgar cada vez mais pelo rapaz humilde, com a sucessão de vitórias, Balboa se conforma com sua condição de treinador, passa a ignorar até o próprio filho. Porém, no mundo do Boxe existem os temíveis tubarões, corrompem facilmente o Gunn, fazendo ele se virar contra o próprio Balboa, acarretando uma ridícula briga de rua no final entre os dois, com direito ao filho gritar: "Acabe com esse idiota, ele pegou o meu quarto." Putz, que babaquice de roteiro, queria colocar aqui aquele emoji do bonequinho com a mão na testa. Vergonhoso.
Na época o filme foi um fiasco na crítica, sepultando por 16 anos a franquia. O interessante é que a película meio que serve como premonição a vida e carreira de Tommy Morrison, com uma das histórias mais tristes e fatídicas do Boxe. O pugilista interrompeu por 6 meses sua carreira para fazer o filme, ele foi exclusivamente convidado por Stallone após assistir suas vitórias. Rocky V foi um fracasso total, Tommy volta a lutar e perde sua invencibilidade, passando a ser conhecido agora como o traidor de Balboa nas telas.
Pesquisem sobre Tommy Morrison, vocês vão se emocionar, vida arrepiante, triste e trágica, parece história de Cinema.
Continuando a franquia, agora Rocky está com uma roupagem diferente, nem mesmo um filme de pugilismo escapa da influência robótica dos anos 80, rs. O que foram aquelas cenas do robô com o Paulie? E aquela apresentação de impacto do James Brown? Adoro esses exageros da época, tempos lindos e saudáveis. Balboa continua bem de vida, muito rico, feliz e grande amigo de Apollo. Nesse filme o Apollo já tem a nossa simpatia conquistada, a ponto de ver com bons olhos toda sua bazófia, embora eu acredite que ele no fundo não seja assim, porém, um comportamente para polemizar e vender o show. Totalmente diferente do Creed, temos um adversário oposto, tapado e bastante frio.
Que infelizmente mata o Apollo. Confesso que odiei essa parte do filme e fiquei quase tão desnorteado como o Balboa, não via mais futuro e nem objetivos para seguir em frente. Não consigo deixar de ter a impressão que o Creed quis ser o "bode expiatório" para o Rocky, desde aquela entrevista do russo, quando o Apollo estava na piscina com seus cachorros, ele sentiu algo de diferente. Com certeza se o Rocky tivesse enfrentado o Drago de primeira, sem conhecer seu estilo e potencialidade, também teria sido morto.
A clássica trilha de superação foi substituída por "Heart On Fire" e "No Easy Way Out", são grandes músicas, porém, nada se compara com a consagrada do filme. Entendo Stallone não ter inserido ela, o filme já não tinha mais a mesma grandeza. Como sempre, as cenas de treino do Rocky são as melhores, bem demonstrada que um ambiente hostil e tétrico nos deixa mais fortes. Das 3 obras passadas, essa é a menor, em minha opinião, apenas uma boa película.
Stallone, a cada três anos, lança disciplinadamente a obra de sua personagem mais carismática (1976, 1979, 1982). Aqui ele e o Rocky estão no auge de sua forma física, o início da saúde corpórea e enérgica dos anos 80, ele está em pleno vapor. Muito bom ver o Rocky no ápice da fama e muito rico, aquela sequência de vitórias no início do filme, com a trilha que marcou geração "Eye of the Tiger" é magnífica, bastante inspiradora, dando a grande sensação de evolução de alguém que se esforçou muito. Nos surpreendemos com um Rocky mais polido, maduro, empresarial, com toda aquela elegância de rico, gostei de ver isso, rs. Nesse filme até então, é um dos mais tristes, nele vimos as duas derrotas do Rocky. O reconhecimento de que ainda tinha muito a melhorar, que apesar de sua garra, ainda estava muito longe de ser um verdadeiro campeão. Interessante ele reaprender o Boxe do zero com Creed como tutor. Agora, sem dúvidas alguma, a melhor parte do filme é a parceria Rocky e Apollo. Meu Deus! Que parceria de gigantes. Se nos filmes passados o Apollo foi um chato, aqui ele conquista toda a nossa simpatia, seu jeito único e bizarro é encantador. Aquele final então, de arrepiar.
A morte do Mickey foi, deveras, trágica. Ele teria vivido mais se não fosse por causa daquele brutamonte. Eis aqui a marca do grande saudosismo de Balboa nos futuros filmes, a vida de Rocky é mesmo pedrada.
Há quem criticasse na época a continuação do filme, ainda mais sendo dirigido pelo próprio Stallone, muitos poderiam pensar que era mera bazófia, ganância e abuso do sucesso da primeira obra. Porém, Stallone acerta mais uma vez, semelhante ao caso por trás dos panos de Rocky I. Ao longo dos anos, em 2020, vislumbramos que Rocky não poderia mesmo se limitar à premiações de Oscar, pois estava destinado a ser legado histórico do cinema, e principalmente, dos valores da vida, mormente sobre como um homem deve encarar a própria existência. Claro, o II pode não ter a mesma qualidade do I, mas acredito que ambos se complementam, em algumas partes melhoram, em outras pioram. Verdade que em uma continuação arriscada como essa era impossível ser desprovida de erros, graves ou ínfimos. Por exemplo, a cena da corrida na "Rocky Steps" teve um primor, uma grandeza, uma alegria, até maior que a do primeiro da franquia, que linda cena aquela criançada toda correndo com ele, como não amar o Rocky? De fato, o roteiro do segundo é um tanto bobo, lidando com um Rocky imediatista com o dinheiro, torrando tudo sem a menor administração, mesmo alguém tão inocente quanto o Balboa, soou bastante estúpido mesmo para ele. Tudo para ter uma desculpa esfarrapada e voltar aos ringues, revenche com o Apollo. Previsível e bobinho demais. Mesmo assim, essas coisas não tiram o brilho dessa obra majestosa sobre superação e valores de um homem puro e honesto em sociedade. Um verdadeiro guerreiro na vida. 4 Estrelas!
Lembro de um tempo atrás ter assistido Rocky, na íntegra, sem ser como mero passatempo de uma Sessão da Tarde e não ter apreciado tanto. Onde que estava com a minha cabeça, pelo amor de Deus? Nessa quarentena, a franquia Rocky tem me mostrado o que é a vida sob uma nova perspectiva, Sylvester Stallone deve ser aplaudido de pé por esse incrível legado. Se não me engano, ele escreveu o roteiro de Rocky numa madrugada e entregou para uma produtora, que não queria ele como ator principal. Então ele guardou seu roteiro no bolso e não o vendeu, inconformado, pois ele deveria interpretar sua personagem, já que se baseava em sua vida. E ainda bem que ele fez isso, não consigo imaginar Rocky sendo interpretado por outra pessoa, não teria o mesmo carisma e pungência. Ainda não assisti todos os filmes indicados ao Oscar de Melhor Filme em 1977, mas tenho certeza que os membros da Academia fizeram uma escolha sábia, Rocky foi muito importante para a época e continua sendo até hoje. Redundância comentar a maravilha e opípara que é a trilha de Rocky, não é mesmo? Continua vivíssima até hoje, uma trilha que jamais envelhecerá. Ainda vou correr por aquelas escadas, a Rocky Steps, do Museu de Arte da Filadélfia.
Até onde pude perceber, todos os filmes do Tarantino tiram excelentes performances de todos os atores, desde falas memoráveis e de muitos efeitos, closes grandiosos, edições, montagens bem singulares, estilosas e opíparas, e claro, em "Era Uma Vez em... Hollywood" não poderia ser diferente. Casou muito bem a dupla "Pitt e Dicaprio", ambos maravilhosos. Agora o grande ponto falho do filme foi a tiração de sarro com o ilustre Bruce Lee. Sim, o Lee tinha aquele jeito que esbanjava autoconfiança, mas quem pesquisou o mínino sobre o Bruce e suas façanhas, sabe que ele não era só da boca para fora, ele realmente era O Cara. Enfim... Um ótimo filme e muito delicioso de assistir, assim como todos do Quentin, nem percebi as 3 horas passar, bolou um final muito satisfatório (eu ficava cada vez mais tenso quando estava perto do desfecho), foi a nossa vingança contra aqueles malucos. Que queimem no inferno!
"Frozen", sem dúvidas, marcou a indústria do entretenimento pelas personagens cativantes, excelentes canções e todas essas insígnas consagradas da Disney. Porém, a questão é que "Frozen 2" não chegou muito perto do potencial do primeiro filme, que diga-se de passagem, já era mais do que esperado que não. Exemplos: Tarzan 2; Irmão Urso 2; O Rei Leão 2 e outros. Adendo: Adoro Irmão Urso 2. :)
É absolutamente patente que a produção não faz questão de superar o primeiro da franquia, motivo pelo qual desconheço. Razões de publicidade ou mesmo de capital? Salientando que "Frozen 2" não é ruim, só que a tendência é esperar sempre mais. A começar pelas trilhas, que não têm mesmo o potencial criativo, salvo as parte de Kristoff e Elsa à cavalo de gelo, que são músicas sensacionais. Há quem diga que o musical do Kristoff é brega, no entanto, eu gostei, rs.
Quanto à parte da história, ela só começa a ficar mesmo chamativa quando ameaça nosso querido Olaf, que é umas das personagens mais carismáticas da animação, inclusive, aqui ele dá uma baita evoluída. Quem entendeu a grande refência à "A Bela e a Fera" quando Anna abraça Olaf e diz "eu te amo"?
"Frozen" é mais uma das grandes produções da Disney que sabe muito bem como encantar, vibrar, nos conectar com a magia dentro de nós, sem nos importarmos exatamente com a coerência que é apresentada, a qualidade técnica da arte e das canções nos impulsionam a algo de mais essencial. "Frozen" continua sendo fiel ao deleite musical e personagens com expressões fortes, naturais e vitais, que a Disney tem. Existem alguns pontos aqui e acolá que julgo serem desnecessários, como principalmente a presença de um vilão. Não precisava disso e correu sérios riscos em perder simpatia por um dos momentos musicais mais lindos do filme. Todavia, serve como lição para não se entregar a alguém logo de primeira, por mais que a emoção grite. "Frozen" é um desenho lindo, extraordinário e marcante!
Bem, assisti na amostra do cinema sul-coreano de minha cidade e por ter um pouco de conhecimento do cinema asiático, mais especificamente dessa parte do continente, esperava algo realmente bom. Mas que nada. Muito aquém do esperado. O pior que o filme tenta ser forçadamente inteligente e lá com uma pegada de Jogos Mortais. Talvez tenha algum mistério interessante envolvendo alguns elementos, como o gato, todavia, pela baixa qualidade, nem me dei o prazer de me aprofundar. Descartável, procurem algo melhor para assistir. Edit: não existe o gato, me confundi com outro filme ruim japonês, o "Hausu" de 1977. No entanto, esse é pessimo de qualquer jeito.
Hamilton
4.5 256 Assista AgoraComo estava muito por fora do Critics Choice Awards 2021, o melhor que podia fazer era acompanhar os indicados na categoria de Melhor Telefilme. Inicialmente fui totalmente envolvido pelos trechos musicais e a forma teatral bem feita, todavia, lá pela metade do filme já estava fadigado de toda a dinâmica e só fui voltar a terminar depois de dias, muitos dias.
A qualidade musical é mesmo incomparável e mereceu todas as premiações de recebeu, como o Grammy de Melhor Álbum de Teatro Musical. Minhas canções favoritas foram “My Shot”, “The Story of Tonight”, “What Comes Next?” (Essa do rei sádico e cômico é demais, kkk), “One Last Time”, e aquela canção de luto de Hamilton, me fez chorar.
Outro detalhe da peça é a técnica da coreografia, afinação perfeita das vozes e harmonia musical. Tudo na mais perfeita sincronia. Impossível não se admirar com tamanho bom gosto e desempenho, um opíparo timing.
Ao meu ver, um dos grandes pontos falhos da obra é a longa duração, é pra quem gosta de musical mesmo, entretanto, para quem não está acostumado com o gênero, com o passar do tempo vai fadigar. As músicas são ótimas, não obstante, tem algumas que não fariam a menor falta. Procrastinei muito para terminar o filme, porém, quando terminei, a fita entrou bem para a meu arsenal de gosto musical.
Hamilton é um musical totalmente diferenciado, merece um lugar ao sol.
Má Educação
3.6 106 Assista AgoraBem, para não dizer que não assistir nada dos indicados ao Critics Choice Awards 2021, vou tentar pelo menos ficar por dentro na categoria de Melhor Telefilme. Estreando minha maratona com esse bom filme, nada tão gritante ou que mereça maiores aplausos, não obstante, a qualidade técnica, as atuações, fotografia, são mesmo impecáveis. Diria que a obra fez bem em nos fisgar logo nos primeiros minutos, apresentando um superintendente da Roslyn High School (Hugh Jackman) vaidoso, elegante, dizendo poucas palavras contraditórias em seu privado. Mesmo quem não conhecia o caso (como eu), já poderia de cara deduzir que se tratava de um sociopata, esse foi o gancho da película para mim.
O nosso cinema atual abrange uma narrativa que propositalmente mostra um “plano de fundo” vazio, com mínimos estímulos para os sentidos, um toque de classe, sem exageros, sem a mínima intenção de impactar, buscando a delicadeza, a arte fina. Por alguma razão, lembrei de filmes como “Encontros e Desencontros” (2009 / Sofia Coppola), “Garota Exemplar” (2014 / David Fincher),“Ela” (2013 / Spike Jonze) e “O Grande Hotel Budapeste” (2014 / Wes Anderson), filmes que têm mais ou menos essa maneira de narrar, modesta de explicação e estímulo dos sentidos, mesmo que tenha muito, só sem a compulsão de fazer mais do mesmo. Gosto disso, embora em alguns momentos eu sinta falta de algo mais chamativo que agrade a dopamina fácil de um mero cinéfilo, rs.
PARE DE LER, SPOILERS
“Bad Education” é ágil, não perde tempo, faz o que tem que fazer e pronto, tendo gostado ou não. Não sei se é porque me desacostumei a assistir longas-metragens, contudo, achei tudo muito rápido aqui. Logicamente em primeira instância vemos o Frank Tassone super querido por todos, um exemplo de moral a ser seguido, inclusive pelos próprios colegas de trabalho, para poucos minutos depois toda sua máscara cair, sucumbindo numa prisão. Começa estimulando uma jovem a ir além da mediocridade e acaba pagando um alto preço por isso. Fiquei admirado que casos de corrupção nos Estados Unidos são tratados como crimes hediondos, eles levam muito a sério esses crimes, aqui no Brasil chega a ser até “normal”, “tá tudo bem”. Ambas as partes tem a impunidade, porém, no Brasil é insuperável. Senti falta de uma “luta” maior por parte do protagonista, ele simplesmente foi descoberto e pego. Tive a impressão que o roteiro quis polemiza-lo ainda mais por se envolver com dois homens, mostrando os casos como forma de surpresa e com elementos narrativos chocantes, no tocante à vida dupla, secreta, dizendo ser viúvo há mais de 30 anos. Sim, é baseado em fatos reais, no entanto, o elemento surpresa é deliberadamente inserido.
Adorei a atuação do Hugh Jackman, veemente e moderado, pura simpatia. Quase entrando na categoria de grandes atores como Michael C. Hall, Sean Penn, que se entregam totalmente à Sétima Arte, interpretando papéis de homossexuais. Isso ainda me deixa muito admirado. Todo o elenco está muito bem, a coadjuvante Allison Janney dispensa comentários, embora não faça nada além do que é preciso. Destaque maior fica para Hugh Jackman com uma boa performance, tranquila, sem grandes motivos para maiores alardes.
Em alguns momentos tive que interromper para “printar” cenas da película, que mais pareciam quadros de uma belíssima pintura. Excelentes enquadramentos que fizeram um opíparo par com a trilha sonora e narrativa, intercalando ópera com uma faixa sonora minimalista pulsante, fina, intrigante nos lances de suspense, indicando que a bomba iria estourar... E estourou.
“O crime não compensa.” - Assim poetizou algum poeta, rs. Hugh Jackman transmite muito bem a sensação de ficar no fundo no poço, de perder tudo o que conquistou e que nada que fez de sórdido valeu a pena. Nem sempre o melhor é o caminho mais fácil. Quantas vezes já desejamos voltar desesperadamente ao passado para consertar algum grave erro que cometemos? Esse final é tudo isso e talvez a melhor mensagem moral da fita. Obrigado aos que leram e até mais.
Bohemian Rhapsody
4.1 2,2K Assista AgoraA intensidade desse filme foi a característica mais marcante, deveras, pois tinha a responsabilidade de contar a história da lenda Freddie Mercury e o surgimento de banda Queen. Curiosamente, a obra tratou de um sucesso cada vez mais crescente de uma banda, quase que sem barreiras, o único "sacrifício" que eles fizeram foi em vender o trailer para lançar seu primeiro disco, e claro, os relevantes conflitos internos. Ou seja, o mundo estava totalmente aberto para eles, apaixonado pelo talento dos integrantes, tanto foi que na entrevista em que o Mercury estava muito irritado, um repórter pergunta se em alguma vez ele já duvidou de seu dom, o Freddie responde: "Claro que não! Que pergunta idiota!" Parece que os únicos contratempos que eles tinham eram eles mesmos e suas disputas de egos, que cá entre nós, isso também é uma chama de ascensão. Nada ficou no caminho deles, nada! Nem mesmo o pai moralista de Freddie, que inclusive teve uma cena que aplaudi, quando ele disse na frente de seu pai e de seus amigos, que o agente de Elton John estava pensando em contratá-los. Nesse momento nós vemos patentemente a ficha de um pai moralista cair, porque era sucesso garantido.
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Outra coisa que me deixou fascinado foi a direção segura que a fita tem. Condução bem pra cima, assim como deve ser. Tem que ser um cineasta muito ruim para não fazer um excelente filme baseado na biografia do Freddie Mercury. O interessante é que o diretor não tem um passado tão glorioso, mas depois de Bohemian Rhapsody, ele não pode ser o mesmo. Outro acerto do diretor foi escolher Rami Malek para fazer o Mercury. Que show! Gente, eu juro que não esperava que o Malek fosse dá conta do recado, preconceito da minha parte. Também não entendam mal, ainda estou conhecendo o ator, achei ele maravilhoso durante toda a série de Mr. Robot, deve ter ficado aquela imagem de um Elliot, todo introspectivo e tímido, por conta disso achei que não conseguiria tirar essa imagem de Elliot dos olhos arregalados em seu papel completamente oposto, o explosivo integrante do Queen. Calou a boca! Rami Malek provou mesmo ser um grande e versátil ator. Vi que muios comentaram sobre os erros cronológicos e coisas que realmente não aconteceram. Tudo bem, pra mim a experiência foi muito válida e edificante, só por isso já vale as 5 Estrelas.
A grande lição que tiro do filme é que seja intenso, não tenha uma vida medíocre, não se conforme com isso, siga fielmente essa intensa energia que está dentro de você, seja tudo ou nada. Se puder, rejeite o lado negativo de uma vez tão desregrada, sem cometer os erros de uma autodestruição, mas faça isso sem perder o seu legado. Tem muito sobre a vida de Freedy Mercury que podemos copiar para nunca ter uma vida medíocre. Há uma série de contradições que o Freedy cometeu com ele mesmo e que condenava nos outros. Lutou até o fim por um amor verdadeiro, mas ele mesmo traiu sem amor verdadeiro. Expulsou seu empresário quando o mesmo tentou convencê-lo a fazer um disco solo, mas ele mesmo humilhou e expulsou sua banda. Uma vida cheia de altos e baixos, sucesso cada vez mais crescente enquanto a vida privada cada vez mais sendo jogada no ralo.
5 ESTRELAS E FAVORITO LOGO DE PRIMEIRA!
Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas
3.6 196 Assista AgoraBem, o que dizer desse filme? Este foi um comentário penoso, porque quase nada tenho a dizer, até porque pouco entendi sobre a obra desse diretor tailandês de singular nome, que diga-se de passagem, achei que fosse um palavrão ou trollagem, rs.
Vou começar então pelo título em Br. A primeira impressão que tive é que a fita se basearia em uma personagem de grande capacidade mediúnica que deliberadamente podia recordar suas vidas passadas. Porém, o filme surpreende ao mostrar que não, tio Boonmee é apenas um singelo senhor diagnosticado com uma doença terminal, apesar da simplicidade de sua índole, ela passava muitas sacadas sábias e um comportamento refinado com a espiritualidade, que inclusive, toda sua família, mesmo os mais jovens, também demonstravam certa maturidade com o além, mesmo pouco compreendendo e moderadamente temendo.
Essa foi a característica que gostei bastante, longos planos sequências, quase nenhum movimento de câmera, personagens que ficam de frente com o desconhecido. A cena da moça no lago me lembrou o vanguardismo nos filmes do Kim Ki-duk, de tal maneira que até comparei esse diretor indiano (ainda vou aprender a escrever esse nome, custe o que custar, rs) com o sul-coreano. Ambos originais.
Enfim, não vou me arriscar a desvendar os mistérios dessa enigmática obra apenas em primeira vista, tem muito simbolismo e possivelmente tem relação com a religião local. Só me arrisco em dizer que foi uma grande experiência com a primeira película que vejo desse diretor. Um excelente filme! Ponto de partida para mais!
P.S.: Aquele final é para dá um nó na cabeça, nem precisou tanto como "Inception" ou "Pi". Música de fundo maravilhosa!
(26/06/2020 - 17:30hs)
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraSem palavras para uma obra de arte de tamanha envergadura, Bong Joon-ho está no mesmo patamar de ilustres diretores sul-coreanos, como Kim Ki-Duk (Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera / Casa Vazia / O Arco / Time / Arirang) e Park Chan-wook (Trilogia da Vingança / I'm a Cyborg, But That's Ok / Zona de Risco / Sede de Sangue).
Quando fiquei sabendo que Joon-ho fez "Parasita", responsável por obras interessantes e marcantes como "Mother" e "Barking Dogs Never Bite" (esse útimo um tanto de mau gosto, mas registra bem a polêmica do realizador e seu ácido humor negro), logo associei com a sua película "O Hospedeiro", que apesar de bem aclamada, não tinha gostado. Todavia, em "Parasita" ele acerta com veemência!
A obra usa e abusa de maneira genial com as analogias de um homem rato em Internet como o próprio parasita, uma espécie de ser que não produz, apenas usufrui as produções alheias (cinéfilos chatos e rabugentos também são, brincadeira, rs), achando que tem até mesmo o direito de roubar Wifi. Pessoas com tanta determinação em usar os conhecimentos disponíveis na Web com más intenções podem causar grandes catástrofes sociais (Fake News, Cyberbullying), e pior, uma família inteira compartilhando do mesmo "ideal". Parasitas não perdem oportunidades, não consideram bons ou ruins organismos, eles querem apenas o melhor para eles.
Alto lá! Aqui também não é uma crítica ao uso da Internet, o que inicialmente aparentava ser uma análise à pessoas oportunistas querendo se dá bem às custas dos tubarões, é igualmente o inverso mais tarde. Depois de pensar um pouco antes de finalizar meu comentário, acredito que seja uma crítica tanto ao capitalismo (tubarões) e ao comunismo (parasitas). Resumindo como ataque as desigualdades sociais na Coreia como no mundo inteiro.
Bong Joo-ho registra engenhosamente tantas metáforas para justificar o título de sua mais nova obra-prima, que nós, espectadores, ficamos atordoados com tamanha genialidade (diversas vezes dava "stop" só para bater palmas, levantar da cadeira, respirar um pouco, tamanha chuva de sensações estava sentindo).
Outro detalhe instigante é que o diretor mantém a marca que o cinema sul coreano conseguiu nos últimos tempos, de fugir completamente dos itinerários comuns e apresentar gratas e opíparas novidades. Chegava a tal momento em que desejávamos que o desfecho dessa família terminasse em tragédia, pois eles estavam indo longe demais. Só não esperei que fosse a tanto, essa surpresa foi bem gratificante. Desde o princípio, o filme não fez questão de justificar essa degradação e todas essas estratégias funcionaram positivamente. O final da obra é bastante severo, tétrico, simbólico, metafórico e carimba de uma vez por todas que o crime não compensa.
Um filme magistral: 4,5 ESTRELAS!
(25/06/2020 - 19:49hs)
Dark Star
3.3 64 Assista AgoraA premissa da obra poderia ser fundamentalmente analisar o comportamento dos astronautas em uma longa expedição pelo espaço e o colapso psicológico que isso causaria. Um pouco parecido com os efeitos da quarentena que experimentamos com a Covid-19, claro que no caso da tripulação, não se compara. A ideia da película é ótima, entretanto, não a executa tão bem (quiçá quisesse que o roteiro fosse totalmente sisudo).
Começando pela meta da exploração. Sério mesmo que eles ficaram tão fatigados com a viagem e isolamento, que a única coisa que os mantiam em movimento era explodir planetas "instáveis"? Em primeira mão, soaria lastimável atitude, mas dando um pouco mais de crédito ao filme, talvez sirva como crítica ao comportamento humano, principalmente às pessoas estadunidenses fascinadas por explosões ou a própria guerra. Porque tanta coisa de revelante a ser feita, a única coisa que eles queriam fazer era destruir planetas, isso chega a ser uma afronta a Astronomia e a Astronáutica, contradizendo todo o sentido dessas ciências.
Tem algumas incongruências incômodas em Dark Star, chegando a ser um despautério, os tripulantes encontram vida inteligente e a tratam como um lixo, tamanho o tédio que eles sentem ao ficar mais de 3 anos confinados, o filme poderia trabalhar mais essa condição da psique para que pudéssemos aceitar com mais condescendência suas negligências. Porém, não o fazem. Apresentam-nos um ET disforme e bastante tosco, construindo algumas cenas de humor negro, se perdendo no sentido. Embora o objetivo do filme seja a comicidade, ele também da margem a assuntos bem sérios, podendo até mesmo confundir a classificação do gênero. Eu, por exemplo, assisti achando se tratar de um drama espacial.
Por essa falha de percepção, terei que rever daqui a algum tempo. Todavia, por hora, classifico apenas como regular. 3 Estrelas.
P.S.: Aquela conversa com a bomba foi tudo, rs!
(23/06/2020 - 18:43hs)
Kickboxer: O Desafio do Dragão
3.1 192 Assista AgoraO desejo de repetir a fórmula do classico "Bloodsport", para mim, não deu muito certo. Mais um típico filme de Van Damme que envelhece mal com o tempo, é "muita baboseira", como diria o cara do Núclo Dharma, canal no YouTube.
Claro que ainda carrego muitas cenas que marcaram a minha infância, mormente as sessões de treino, como a do coco sendo jogado no abdômen, a abertura torturante das pernas, cena que também virou clássica em "O Grande Dragão Branco", consagrando Jean-Claude Van Damme como o astro do cinema de Artes Marciais de maior flexibilidade, também a parte do Tong Po chutando o pilar é bastante memorável. Além da ênfase à magia das Artes Marciais, unida ao esforço, saúde e pureza, deveras, um tanto exagerada e melosa nos filmes do astro, mas ainda assim bastante inspiradoras.
Um problema que "Kickboxer: O Desafio do Dragão" tem (além desse dislate de título Br) é a pressa e incoerências forçadas, completo plágio de "Bloodsport", dois branquelos vão para a ásia, enfrentam um adversário casca grossa, de índole cruel, caricato e corrupto (esses roteiros dos anos 80, 90 têm um vício mórbido de exagerar os antagonistas como os seres mais mefistofélicos do mundo), um se machuca gravemente para o outro iniciar a vingança angelical (Van Damme), ser conhecido como o grande lutador branco que derrotou o pica das galáxias asiático.
O vilão é fraco e nada convincente, não chegando aos pés do carisma e tom de terror que o Bolo Yeung conseguia passar diante das câmeras, em Dragão Branco. Só parece que Van Damme quis se aproveitar logo do sucesso de "Bloodsport" e fazendo outra fita em sequência com a mesma receita, visivelmente de baixo orçamento, se aproveitando do público pipoca, porém, ganhando muitos negativos com os mais cautos.
O apelo espiritualista das lutas e dos treinos, toda aquela isometria do garanhão, me refiro mesmo ao seu físico em destaque, usando isso como recurso atrativo de audiência e convicção de contexto, apesar de entender a fantasia, esse apelo ainda me agrada. Oras, a magia e o espírito contam, treinar sem espírito não se atinge a transcedência, desviar de golpes com os olhos vendados, aparar balas, suportar dores estarrecedoras, soltar Hadouken, nada disso é possível sem o espírito. Nesse sentido, a magia marcial dos filmes de Van Damme é mesmo sedutora, embora piegas e excessivamente dramática.
Mais um problema que me incomoda em Kickboxer é a ridicularização à Tailândia e a visão pejorativa que eles fazem às mulheres tailandesas (tal como eles fazem com as nossas mulheres), nem mesmo as enfermeiras se salvam. Há uma cena que foi cortada nos canais brasileiros, que o Eric passa a mão na raba da enfermeira, ela se assuste e ri, o médico ao lado dela rir também da brincadeira, "está tudo bem, é só um americado gaiato", como se a cena estivesse dizendo essa frase. Isso tudo pode ser visto como denúncia, o país é conhecido como a capital mundial da prostituição, todavia, não consegui deixar de ter a impressão que eles se aproveitam disso para enaltecer ainda mais os Estados Unidos da América como o país de mocinhos (mesmo que sejam um pouco travessos, afinal, é só uma vadiagem do bem) VS o país dos degradados em todos os níveis.
Apesar de minha dura crítica, vejo Kickboxer como um bom filme de Artes Marciais, ao bom estilo Jean-Claude Van Damme em forma, mesmo com aquela vergonhosa luta de tanguinha no final, pretexto lastimável para JCVD pagar bundinha, kkkk. Jô Soares até brincou com ele em uma entrevista, rs.
Rambo: Até o Fim
3.2 550 Assista AgoraNossa! Gostei tanto desse Rambo, mais tanto, que tive que colocar em 2º lugar no meu TOP da franquia, superando até mesmo o primeiro filme. Bem, essa decisão ainda não está certa, talvez esteja sendo levado pela emoção do momento, no entanto, razões pelas quais escolho fazer assim, que nessa altura do campeonato, torna-se muito difícil surpreender com uma personagem que marcou gerações e assusta em ver que John Rambo ainda tem muita lenha para queimar, e como! Li alguns comentários de pessoas que odiaram a obra, muitos assistiram sem ao menos ver todas as películas da saga, assim fica difícil compreender a profundidade, aversão à sociedade, revoltas, traumas, calejamento do espírito e toda violência de Rambo. Pior, alguns até viram ufanismo e preconceito por Rambo massacrar criminosos mexicanos, até mesmo conservadorismo X liberalismo, um velho sisudo isolado, conservador, que carrega os valores de um homem bruto das antigas, afastado do mundo, vai para a cidade só para derramar muito sangue. Incrível como paranoias ideológicas e políticas não sossegam nem mesmo em uma fita cujo tema principal é vingança, não enxergam o contexto do roteiro em si, mas procuram ver paranoicamente o que está atrás das cortinas, elaboram significados absurdos até mesmo onde não têm. No mundo de Rambo, a lei que reina é a da injustiça e da morte, ele foi o único que conseguiu sobreviver nesse inferno porque se permitiu virar o próprio inferno em forma de gente. Apesar disso, soube seguir em frente sendo um homem amável, formando uma família adotiva, criando Gabrielle como a própria filha, essa relação resgatou o homem civilizado que estava perdido dentro dele. Acham mesmo que se ele perdesse esse elo tão mágico da forma covarde e ultrajante como perdeu, não teria todos os motivos para agir com tanta crueldade? Cada facada que Rambo dava naqueles patifes era como se eu mesmo estivesse dando, minhas mãos tremiam e até as caretas do Stallone inconscientemente fazia, tamanha sinergia tive com "Las Blood", tal intensidade não tinha como sentir em "First Blood", que é ótimo e incrível, a carga dramática desse último filme é muito mais acentuada. Aquela cena final então, é um deleite, ao estilo "Esqueceram de Mim" para terror, rs. Obrigado Stallone por nos presentear com o melhor jeito Rambo. Vida e saúde longas ao Sly! Fichou com chave de ouro a franquia.
Meu TOP da franquia:
1) Rambo: First Blood Part II (1985)
2) Rambo: Last Blood (2019)
3) First Blood (1982)
4) Rambo IV (2008)
5) Rambo III (1988)
Rambo IV
3.3 455 Assista AgoraUm bom filme que mostra melhor a personalidade do Rambo um tanto que "niilista", quase desprovido de idealismo (até mesmo tendo aversão), descrença dos valores e da paz, com o espírito absurdamente calejado de tanto ver mortes e tragédias, por tais características, Rambo IV tem o mesmo tom de drama que "First Blood (1982)". Dessa vez o próprio Stallone dirige, ninguém melhor que ele para saber como exatamente John Rambo pensa e sente. Até então o mais violento, só não supera o "Last Blood", que é uma obra-prima da crueldade e chacina. Roteiro simples, como sempre, coadjuvantes antagonistas caricatos e arrogantes, como sempre também. Isso tudo torna o filme todo clichê, todavia, nem por isso deixa de ser bom.
Adendo: achei o visual do Rambo bastante indígena nesse filme, fiquei na dúvida se foi proposital ou não. Sly ainda estava em excelente forma, deveria arranjar uma desculpinha para tirar a camisa, a marca registrada do protagonista também são os incríveis músculos.
Rambo III
3.2 288 Assista AgoraOk, logo no início do filme já percebi algo diferente, o começo da evidência pela franquia ter sido esquecida, quase o mesmo erro que Stallone cometeria em Rocky V em 1990. Nem mesmo o esforço do Sly em deixar seu Rambo cada vez mais marombado surtiu efeito, resultando em um filme bem mediano, muito inferior aos dois primeiros. Agora que assisti toda franquia, posso julgar que em minha opinião está em último lugar. Aquela luta nos primeiros minutos já ditam a perca da qualidade e coerência, Rambo lutar apostado em um clube? Como assim? Puro "blockbuster", que mais parecia pretexto para exibir a melhor forma do Sly e fazer do veterano "badass" ser caricato além do necesário, simbolizando os músculos de John Rambo, além da incoerência do protagonista, com toda sua selvageria levar tantos golpes de um mero figurante, justamente Rambo, especialista em lutas armadas. E se aquelas armas fossem facas ou espadas? Na infância eu amava tudo isso, entretanto, hoje esses filmes com tal efeito envelheceram muito mal, um pouco como "Bloodsport (1988)" e "Kickboxer (1989)" de Jean-Claude Van Damme, ainda assim essas obras clássicas são bem melhores. "Rambo III" é tão enfadonho que tive crises de sono. Vale a pena assistir até o final só por causa da música de crédito "He Ain't Heavy, He's My Brother".
Rambo II: A Missão
3.4 329 Assista AgoraComeçar dizendo: achei que superou o primeiro. Não entendi exatamente quando alguns falam que o filme perdeu o foco. Perder o foco em quê? A denúncia sobre o desprezo a soldados de guerra já foi bem escancarada na primeira obra e continua bem nessa, e de forma pior.
Foram abandonados em campo de batalha pelo governo.
A premissa de Rambo sempre foi ação e muita explosão desde o primeiro filme. Claro que o 1º teve a preocupação em apresentar melhor o protagonista, o que ele era, o que pensava, seus sentimentos em relação ao mundo, o que mais evidenciou foram suas lembranças dolorosas de tortura, todavia, o que a película queria mesmo mostrar era ação, as habilidades combativas do John e o quanto ele sofre no país em que daria a própria vida.
A ação nessa continuação aconteceu de forma mais acentuada e coerente, ao invés de ser perseguido por policiais incômodos, Rambo agora tem a missão de resgatar prisioneiros de guerra (na verdade, era só para tirar fotos do lugar e voltar para a base, porém, claro que ele não iria aceitar uma coisa dessa), não deixou de ser aquela personagem de First Blood, ele só voltou a ser o que era antes dos eventos da primeira película. Stallone eternizou Rambo também pelo grande preparo físico, aqui a definição dele está além da conta, dando aquela impressão do sujeito ser mesmo casca grossa.
"Eu só quero o que eles querem, que o nosso país nos ame o tanto que o amamos." - John Rambo. Sim, ufanismo, entretanto, contém a tal denúncia ao desprezo do governo norte-americano aos veteranos de guerra.
Rambo II, outro clássico. É nesse filme que Rambo entra mesmo para a história como Badass, e melhor, não deixando a duvidar que realmente o seja.
FIVE STARS!
Rambo: Programado Para Matar
3.7 578 Assista AgoraComecei a maratonar essa franquia do Stallone de grande sucesso dos anos 80, com a visão de mundo e de cinema que possuo hoje, porque em minha infância Rambo era meu herói e sonhava ser tão forte e musculoso quando eu crescesse, e claro, naquele tempo em meu caso, não me importava muito com enredo e coisas do tipo. Porém, por incrível que pareça, vejo que Rambo envelheceu bem para mim, toca naquele valor da ancestralidade que o homem moderno está perdendo, seu valor de homem. John Rambo é a síntese das melhores qualidades de um homem: casca grossa, de visão, forte, selvagem, conhecedor de tudo que envolve sobrevivência, táticas de guerra, harmonia com a natureza, resistência a dor, etc. Falar cada um desses pontos daria um baita livro. Evidentemente que a história do filme é bastante simplória, todavia, isso não tira o crédito. Um herói de guerra com muitas cicatrizes no corpo e na alma, que só deseja ficar em paz, entretanto, um patife policial teima em pisar no seu calo, daí tem início a eletrizante ação na mata, em que o personagem dá um show de camuflagem e contra-ataque. Não consigo deixa de ter a impressão que Rambo seria apenas um filme experimental, que não imaginavam que faria tanto sucesso, tanto que o primeiro da franquia se chama apenas "First Blood". O segundo filme acho até melhor que o primeiro, o terceiro que a franquia é sepultada de tão ruim, e Stallone faz a mesma "cagada" em Rocky V, sepultando suas duas personagens mais conhecidas por longos anos. Rambo I é excelente!
Creed II
3.8 540Em minha opinião, supera o primeiro filme. Algumas razões pelas quais decidi avaliar assim, são:
1º) Adonis já não é mais um desconhecido, tem nossa simpatia e aqui ele, de fato, descobre pelo que está lutando;
2º) A carga dramática está mais acentuada, não precisou do câncer do Rocky para apelar nesse sentido, pelo contrário, Rocky já está curado. Agora Creed tem uma filha, que nasceu surda e a questão delicada da perca progressiva da audição da Bianca, situação que daria um baita drama no suposto terceiro filme;
3º) Creed não se perdeu e nunca esnobou o Balboa (mas claro, ele é o protagonista, ninguém suportaria mais assistir um filme em que o Rocky seja desdenhado, rs), sua abdicação foi motivacional, não de caráter;
4º) Rocky teve uma participação até mais relevante como elemento essencial para a vitória do Adonis, a maneira como ele olha para o Rocky é como um pai que nunca teve, o quanto ele ficou abalado por Rocky não o ter treinado para a primeira luta com o "Drago Jr." foi o mesmo de um filho que se decepcionou amargamente com o pai. A ligação dos dois está mais forte nesse filme;
5º) Aqui o impossível vem à tona, como nas lutas do Rocky. Surge aquele adversário monstruoso que até desacreditamos na vitória da personagem principal, assim como em Rocky IV, naquela épica luta Rocky vs Drago. Também deram margem ao "Drago Jr.", de que ele não era realmente mal, chamou bastante atenção e algumas vezes roubava a cena, assim como Scott Adkins em "O Lutador", Boyka chamou tanta atenção que fizeram filmes só com ele. Será que o mesmo acontecerá com "Drago Jr."?
6º) Um dos principais pontos, o filme finalmente ter assumido a clássica trilha "Going the Distance" e "Gonna Fly Now" no finalzinho da luta, mesmo que de maneira bem comedida, isso deu um gosto de Rocky muito bom;
7º) A felicidade do Rocky em visitar sua família, seu filho e seu neto, foi como se ele estivesse matando a saudade da Adrian. Que linda cena!
Adoro as aberturas das lutas desse filme e do Creed I, rs. Filmaço! Absurdamente recomendado!
Creed: Nascido para Lutar
4.0 1,1K Assista AgoraEstá cada vez mais difícil acompanhar os filmes que envolvem o grande astro Rocky, o peso da idade, a melancolia cada vez mais devastadora e o fatídico fim chegando. Bastante lúgubre ver o nosso ídolo sem mais aquela vitalidade e força, e pior, ele aceitar dolorosamente tudo isso. É duro, mas é a vida. Ótima sacada em mostrar o Balboa lutar a batalha mais difícil que uma luta de Boxe.
Em "Creed" tem uma semelhança de situação com o quinto da franquia, Rocky se vendo através Tommy Gunn, aqui ele se vê através de Creed, claro, não comparando os filmes, pois o Rocky V é um fracasso, Creed é uma revolução. Meu Senhor! Que cenas de luta foram aquelas? Que técnica, que montagem, que realismo, totalmente dentro do que acontece em uma luta de Boxe profissional. O Adonis é aquela personagem que não conquista nossa simpatia de primeira, é distante e frio. Porém, com o decorrer da trama, vamos nos encontrando com ele, observamos que ele tem um ótimo coração e cultiva muito respeito pelo Rocky. Senti falta de uma trilha de impacto, mas tudo bem.
Destaque para aquela primera luta do Adonis após o Rocky o ter treinado, aquele movimento de câmera foi algo bastante inovador para mim, nunca vi uma luta tão bem trabalhada e filmada daquele jeito, parecia que nós estávamos também no ringue. A luta derradeira é coisa de louco, que combate opíparo. Não chega ter o mesmo apelo dos conflitos da franquia Rocky, entretanto, também não fica muito atrás. A entrada de seu adversário com a música "Don't Waste My Time" foi também um momento muito marcante para mim. Uma excelente fita!
"Enquanto um luta pela glória, outro luta pela vida". Bela sinopse.
Rocky Balboa
3.8 573 Assista AgoraStallone, ao 58 anos (se não me engano), nos presenteia com o retorno de Rocky nesse grande filme, exemplo de superação, nos passando a linda mensagem que a idade não é mais forte que os sonhos e ideais. Após o fracasso de 16 anos atrás, naquele horrível filme em que participa o Tommy Morrison, Sylvester não poderia deixar aquela mancha, tinha que limpar a imagem de sua personagem, ícone de esforço, bom coração e vitória. Afirmo com toda certeza, ele consegue. Redundância comentar o quanto ele continua bem e em forma, grandioso. É um monstro.
Rocky já está velho e calejado, tem uma vida modesta como dono de restaurante, Adrian já partiu para o plano espiritual, ele e seu melhor amigo louco Paulie (Burt Young sensacional), vivem seguindo, desiludidos e saudosistas. Porém, Rocky ainda tinha mais uma Missão, ele precisava vasculhar o porão de seu interior e achar o que estava muito tempo perdido. Uma grande fita, os adversários ainda continuam esteriotipados, embora um pouco mais maduros e menos caricatos.
Uma boa ideia em trazer a "Little Marie" de volta, como uma pessoa que lembra com carinho do Rocky, um homem simples que lhe deu uma grande lição. Embora a personagem não enfatize isso, a gente percebe bem o orgulho que ela tem do Balboa, gostei muito dessa sacada da obra.
Por causa da insistência do Stallone, temos uma das cenas mais memoráveis de todos os tempos, entrando para a história das vibes motivacionais, aquele discurso clássico para o seu filho, que nada e nem dizem vai bater mais forte que a vida, não se trata de bater, mas de apanhar e continuar seguindo em frente. É assim que se consegue vencer! Só achei que teria sido bem melhor se o próprio Sage Stallone fizesse a cena com o pai.
E claro, não poderia deixar de comentar a montagem dos treinos do Rocky, trazendo de volta o clássico tema de vitória e a "Rocky Steps". Incrível!
Minha TOP List da saga:
1º Rocky
2º Rocky II
3º Rocky III
4º Rocky Balboa
5º Rocky IV
6º Rocky V
Rocky V
3.1 322 Assista AgoraBem, esse é o pior filme da franquia. Totalmente distante da grandeza das fitas anteriores. Surpreso que seja o mesmo que dirigiu o primeiro, ganhador da estatueta e tudo mais, irreconhecível.
Começando pela falência estúpida do Rocky por causa da irresponsabilidade do Paulie. Agora Balboa tem uma lesão permanente por causa da luta com o Drago, se aposentando de vez. Recomeçando a vida, ele se vira como pode, busca ensinar seu filho, o próprio Sage Stallone em carne e osso, a se virar no subúrbio. Nisso a história apresenta Tommy Gunn, interpretado pelo boxeador real Tommy Morrison, um jovem rapaz fã do Rocky que deseja muito que o treine. O ilustre ídolo, no começo hesitante, embarca na conversa a passa a se empolgar cada vez mais pelo rapaz humilde, com a sucessão de vitórias, Balboa se conforma com sua condição de treinador, passa a ignorar até o próprio filho. Porém, no mundo do Boxe existem os temíveis tubarões, corrompem facilmente o Gunn, fazendo ele se virar contra o próprio Balboa, acarretando uma ridícula briga de rua no final entre os dois, com direito ao filho gritar: "Acabe com esse idiota, ele pegou o meu quarto." Putz, que babaquice de roteiro, queria colocar aqui aquele emoji do bonequinho com a mão na testa. Vergonhoso.
Na época o filme foi um fiasco na crítica, sepultando por 16 anos a franquia. O interessante é que a película meio que serve como premonição a vida e carreira de Tommy Morrison, com uma das histórias mais tristes e fatídicas do Boxe. O pugilista interrompeu por 6 meses sua carreira para fazer o filme, ele foi exclusivamente convidado por Stallone após assistir suas vitórias. Rocky V foi um fracasso total, Tommy volta a lutar e perde sua invencibilidade, passando a ser conhecido agora como o traidor de Balboa nas telas.
Pesquisem sobre Tommy Morrison, vocês vão se emocionar, vida arrepiante, triste e trágica, parece história de Cinema.
Rocky IV
3.6 443 Assista AgoraContinuando a franquia, agora Rocky está com uma roupagem diferente, nem mesmo um filme de pugilismo escapa da influência robótica dos anos 80, rs. O que foram aquelas cenas do robô com o Paulie? E aquela apresentação de impacto do James Brown? Adoro esses exageros da época, tempos lindos e saudáveis. Balboa continua bem de vida, muito rico, feliz e grande amigo de Apollo. Nesse filme o Apollo já tem a nossa simpatia conquistada, a ponto de ver com bons olhos toda sua bazófia, embora eu acredite que ele no fundo não seja assim, porém, um comportamente para polemizar e vender o show. Totalmente diferente do Creed, temos um adversário oposto, tapado e bastante frio.
Que infelizmente mata o Apollo. Confesso que odiei essa parte do filme e fiquei quase tão desnorteado como o Balboa, não via mais futuro e nem objetivos para seguir em frente. Não consigo deixar de ter a impressão que o Creed quis ser o "bode expiatório" para o Rocky, desde aquela entrevista do russo, quando o Apollo estava na piscina com seus cachorros, ele sentiu algo de diferente. Com certeza se o Rocky tivesse enfrentado o Drago de primeira, sem conhecer seu estilo e potencialidade, também teria sido morto.
A clássica trilha de superação foi substituída por "Heart On Fire" e "No Easy Way Out", são grandes músicas, porém, nada se compara com a consagrada do filme. Entendo Stallone não ter inserido ela, o filme já não tinha mais a mesma grandeza. Como sempre, as cenas de treino do Rocky são as melhores, bem demonstrada que um ambiente hostil e tétrico nos deixa mais fortes. Das 3 obras passadas, essa é a menor, em minha opinião, apenas uma boa película.
Rocky III: O Desafio Supremo
3.6 347 Assista AgoraStallone, a cada três anos, lança disciplinadamente a obra de sua personagem mais carismática (1976, 1979, 1982). Aqui ele e o Rocky estão no auge de sua forma física, o início da saúde corpórea e enérgica dos anos 80, ele está em pleno vapor. Muito bom ver o Rocky no ápice da fama e muito rico, aquela sequência de vitórias no início do filme, com a trilha que marcou geração "Eye of the Tiger" é magnífica, bastante inspiradora, dando a grande sensação de evolução de alguém que se esforçou muito. Nos surpreendemos com um Rocky mais polido, maduro, empresarial, com toda aquela elegância de rico, gostei de ver isso, rs.
Nesse filme até então, é um dos mais tristes, nele vimos as duas derrotas do Rocky. O reconhecimento de que ainda tinha muito a melhorar, que apesar de sua garra, ainda estava muito longe de ser um verdadeiro campeão. Interessante ele reaprender o Boxe do zero com Creed como tutor.
Agora, sem dúvidas alguma, a melhor parte do filme é a parceria Rocky e Apollo. Meu Deus! Que parceria de gigantes. Se nos filmes passados o Apollo foi um chato, aqui ele conquista toda a nossa simpatia, seu jeito único e bizarro é encantador. Aquele final então, de arrepiar.
A morte do Mickey foi, deveras, trágica. Ele teria vivido mais se não fosse por causa daquele brutamonte. Eis aqui a marca do grande saudosismo de Balboa nos futuros filmes, a vida de Rocky é mesmo pedrada.
Rocky II: A Revanche
3.8 359 Assista AgoraHá quem criticasse na época a continuação do filme, ainda mais sendo dirigido pelo próprio Stallone, muitos poderiam pensar que era mera bazófia, ganância e abuso do sucesso da primeira obra. Porém, Stallone acerta mais uma vez, semelhante ao caso por trás dos panos de Rocky I. Ao longo dos anos, em 2020, vislumbramos que Rocky não poderia mesmo se limitar à premiações de Oscar, pois estava destinado a ser legado histórico do cinema, e principalmente, dos valores da vida, mormente sobre como um homem deve encarar a própria existência. Claro, o II pode não ter a mesma qualidade do I, mas acredito que ambos se complementam, em algumas partes melhoram, em outras pioram. Verdade que em uma continuação arriscada como essa era impossível ser desprovida de erros, graves ou ínfimos. Por exemplo, a cena da corrida na "Rocky Steps" teve um primor, uma grandeza, uma alegria, até maior que a do primeiro da franquia, que linda cena aquela criançada toda correndo com ele, como não amar o Rocky? De fato, o roteiro do segundo é um tanto bobo, lidando com um Rocky imediatista com o dinheiro, torrando tudo sem a menor administração, mesmo alguém tão inocente quanto o Balboa, soou bastante estúpido mesmo para ele. Tudo para ter uma desculpa esfarrapada e voltar aos ringues, revenche com o Apollo. Previsível e bobinho demais. Mesmo assim, essas coisas não tiram o brilho dessa obra majestosa sobre superação e valores de um homem puro e honesto em sociedade. Um verdadeiro guerreiro na vida. 4 Estrelas!
Rocky: Um Lutador
4.1 844 Assista AgoraLembro de um tempo atrás ter assistido Rocky, na íntegra, sem ser como mero passatempo de uma Sessão da Tarde e não ter apreciado tanto. Onde que estava com a minha cabeça, pelo amor de Deus? Nessa quarentena, a franquia Rocky tem me mostrado o que é a vida sob uma nova perspectiva, Sylvester Stallone deve ser aplaudido de pé por esse incrível legado. Se não me engano, ele escreveu o roteiro de Rocky numa madrugada e entregou para uma produtora, que não queria ele como ator principal. Então ele guardou seu roteiro no bolso e não o vendeu, inconformado, pois ele deveria interpretar sua personagem, já que se baseava em sua vida. E ainda bem que ele fez isso, não consigo imaginar Rocky sendo interpretado por outra pessoa, não teria o mesmo carisma e pungência. Ainda não assisti todos os filmes indicados ao Oscar de Melhor Filme em 1977, mas tenho certeza que os membros da Academia fizeram uma escolha sábia, Rocky foi muito importante para a época e continua sendo até hoje. Redundância comentar a maravilha e opípara que é a trilha de Rocky, não é mesmo? Continua vivíssima até hoje, uma trilha que jamais envelhecerá. Ainda vou correr por aquelas escadas, a Rocky Steps, do Museu de Arte da Filadélfia.
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraAté onde pude perceber, todos os filmes do Tarantino tiram excelentes performances de todos os atores, desde falas memoráveis e de muitos efeitos, closes grandiosos, edições, montagens bem singulares, estilosas e opíparas, e claro, em "Era Uma Vez em... Hollywood" não poderia ser diferente. Casou muito bem a dupla "Pitt e Dicaprio", ambos maravilhosos. Agora o grande ponto falho do filme foi a tiração de sarro com o ilustre Bruce Lee. Sim, o Lee tinha aquele jeito que esbanjava autoconfiança, mas quem pesquisou o mínino sobre o Bruce e suas façanhas, sabe que ele não era só da boca para fora, ele realmente era O Cara. Enfim...
Um ótimo filme e muito delicioso de assistir, assim como todos do Quentin, nem percebi as 3 horas passar, bolou um final muito satisfatório (eu ficava cada vez mais tenso quando estava perto do desfecho), foi a nossa vingança contra aqueles malucos. Que queimem no inferno!
Frozen II
3.6 784"Frozen", sem dúvidas, marcou a indústria do entretenimento pelas personagens cativantes, excelentes canções e todas essas insígnas consagradas da Disney. Porém, a questão é que "Frozen 2" não chegou muito perto do potencial do primeiro filme, que diga-se de passagem, já era mais do que esperado que não. Exemplos: Tarzan 2; Irmão Urso 2; O Rei Leão 2 e outros. Adendo: Adoro Irmão Urso 2. :)
É absolutamente patente que a produção não faz questão de superar o primeiro da franquia, motivo pelo qual desconheço. Razões de publicidade ou mesmo de capital? Salientando que "Frozen 2" não é ruim, só que a tendência é esperar sempre mais. A começar pelas trilhas, que não têm mesmo o potencial criativo, salvo as parte de Kristoff e Elsa à cavalo de gelo, que são músicas sensacionais. Há quem diga que o musical do Kristoff é brega, no entanto, eu gostei, rs.
Quanto à parte da história, ela só começa a ficar mesmo chamativa quando ameaça nosso querido Olaf, que é umas das personagens mais carismáticas da animação, inclusive, aqui ele dá uma baita evoluída. Quem entendeu a grande refência à "A Bela e a Fera" quando Anna abraça Olaf e diz "eu te amo"?
No mais, um bom filme que merece ser visto.
Frozen: Uma Aventura Congelante
3.9 3,0K Assista Agora"Frozen" é mais uma das grandes produções da Disney que sabe muito bem como encantar, vibrar, nos conectar com a magia dentro de nós, sem nos importarmos exatamente com a coerência que é apresentada, a qualidade técnica da arte e das canções nos impulsionam a algo de mais essencial. "Frozen" continua sendo fiel ao deleite musical e personagens com expressões fortes, naturais e vitais, que a Disney tem. Existem alguns pontos aqui e acolá que julgo serem desnecessários, como principalmente a presença de um vilão. Não precisava disso e correu sérios riscos em perder simpatia por um dos momentos musicais mais lindos do filme. Todavia, serve como lição para não se entregar a alguém logo de primeira, por mais que a emoção grite. "Frozen" é um desenho lindo, extraordinário e marcante!
Sino da Morte
3.3 57Bem, assisti na amostra do cinema sul-coreano de minha cidade e por ter um pouco de conhecimento do cinema asiático, mais especificamente dessa parte do continente, esperava algo realmente bom. Mas que nada. Muito aquém do esperado. O pior que o filme tenta ser forçadamente inteligente e lá com uma pegada de Jogos Mortais. Talvez tenha algum mistério interessante envolvendo alguns elementos, como o gato, todavia, pela baixa qualidade, nem me dei o prazer de me aprofundar. Descartável, procurem algo melhor para assistir. Edit: não existe o gato, me confundi com outro filme ruim japonês, o "Hausu" de 1977. No entanto, esse é pessimo de qualquer jeito.