"O Estado das Coisas" é daqueles filmes que, de tao perfeitos, me fazem ter plena certeza que o Cinema é a mais completa forma de expressão artística existente. Elogiar a fotografia nos filmes de Wim Wenders é chover no molhado, mas poucas vezes o diretor alemão conseguiu extrair cenas tao belas quanto as deste filme. A trilha sonora é um outro personagem da narrativa, permeando as imagens num tom soturno e desolador crescente, até seu final apoteótico. Além disso, a obra é pura metalinguagem. Wenders sempre foi grande entusiasta em desnudar os mecanismos mais intrínsecos na arte de filmar, desde o processo criativo até as complicadas artimanhas que financiam o cinema. Em "O Estado das Coisas", Wenders adota um tom extremamente crítico e pessimista em relação ao futuro do cinema autoral. De fato, o filme, realizado no começo da década de 80, retrata bem o temor de cineastas que, assim como Wim Wenders, sempre procuraram imprimir um tom mais pessoal em suas obras. O cinema de entretenimento começava a engolir, de forma crescente e ininterrupta, o cinema-arte. Um processo que, infelizmente, nunca regrediu. Uma obra que deve ser levada a sério por toda a comunidade cinéfila e por todos aqueles que acreditam em um futuro melhor para a sétima arte. Sonhemos, mas também lutemos, mesmo que apenas envergando uma câmera na mao, como o fez Fritz, em um dos finais mais poéticos da história do cinema mundial.
Preciso ver urgentemente a versão de Victor Sjöström de 1926 (que dizem ser excelente), pois a adaptação do Wim Wenders ficou muito abaixo do que eu esperava, assim como a fraca versão de 95 de Roland Joffé...
Belíssima homenagem aos primórdios do Cinema e alguns de seus importantes criadores, infelizmente já esquecidos pelo tempo. Wenders nos mostra que a sétima arte, como todas as outras formas de expressão artística, nao pode, nem deve, ser creditado exclusivamente a alguém. A necessidade de se expressar por meio de imagens se fazia presente na alma de toda uma geração de corações inquietos. O filme é um verdadeiro legado e deveria ser incluído de forma obrigatória em qualquer escola de Cinema mundo afora…
Creio ser praticamente impossível nao se emocionar com o filme, para alguém que, como eu, tive em Mary Poppins como um dos filmes mais significativos de minha infância. Tom Hanks está ótimo como Walt Disney, mas Emma Thompson está simplesmente espetacular, tornando a ausência de seu nome nos indicados ao Oscar de melhor atriz uma das grandes injustiças do ano. Coisas do Oscar...
"Nao julgueis que vim trazer a paz à Terra. Vim trazer nao a paz, mas a espada. Eu vim trazer a divisão entre filho e pai, entre filha e mae, entre nora e sogra. E os inimigos do homem serão as pessoas de sua própria casa. Quem ama o pai ou a mae mais do que a mim nao é digno de mim." Pasolini, mostrando como só ele era capaz de diálogos tao lúgubres e misantropos, mesmo em se tratando de um filme bíblico… Mas, apesar de cenas antológicas e com a sensibilidade peculiar de sua direção, a obra difere muito do restante de sua filmografia, sendo bastante heterogêneo neste sentido. Apesar de alguns diálogos mais fortes, e conhecendo o potencial de Pasolini, ainda mais por ele ter sido Ateu, esperava uma obra mais criticamente contundente em relação à Igreja, como tantas de suas obras posteriores. Mas, mesmo sendo um Pasolini menor, tem seus bons e válidos momentos.
"Se Flaubert falhou em escrever um livro sobre o nada, como eu poderia?" Muito obrigado Sorrentino, por me fazer reviver certas emoções que somente Fellini conseguia extrair de mim! Muitos já tentaram homenagea-lo, mas pouquíssimos conseguiram com tamanha leveza e poesia! Grazie Mille! Grazie di cuore!
Apesar do roteiro meio capenga, o filme é integro e com a personalidade única de Spike Lee. Mas é inegável que o filme se sustenta mais pela trilha sonora esplendorosa do Brandford Marsalis Quartet e Terrence Blanchard! Simplesmente divino! E é sempre um prazer ver o Denzel Washington atuando, mesmo em começo de carreira ele já demonstrava o monstro que viria a ser.
Infelizmente, o filme ficou muito datado ao passar dos anos… Uma trama previsível, apesar da direção competente de Curtiz. Errol Flynn faz o básico, já que sempre lhe coube representar papéis heróicos na telona, e Claude Rains em uma atuação morosa, bem diferente do esperado para um dos atores mais talentosos de sua época.
"A minha igreja sao as montanhas e a solidão. Sem porta alguma." Poucos atores conseguiram encerrar uma brilhante carreira com um filme que faria justiça ao seu legado. O grande Duke conseguiu. The Shootist é um western de altíssimo nível, com cenas memoráveis que nos remetem aos grandes clássicos do gênero. E o clima saudosista é inevitável, por saber que a maior lenda do cinema americano morreria pouco depois, num sublime momento em que a arte imitou a vida. E vice-versa.
O filme mais experimental de Pasolini, criando um filme difícil e repleto de metáforas sobre a sociedade de consumo. Apesar de conseguir ver nas entrelinhas, o resultado final ficou muito a desejar, com uma trama confusa e que nao prende a atenção do espectador em nenhum momento. Até mesmo as grandiosas cenas antológicas típicas do mestre italiano ficaram ausentes em Pocilga. De positivo, a participação especial do queridíssimo Jean-Pierre Léaud.
Possivelmente o filme mais crítico e pessimista de seus filmes, Pasolini faz de Teorema um verdadeiro legado em forma de protesto contra o status quo. Porém, se formos além da superficie, o diretor ataca quase todas as instituições de nossa sociedade, passando pela Igreja, o Ensino convencional, a Família, a Sexualidade, e até mesmo a Arte. Cada personagem reage de forma distinta após a partida do visitante misterioso, tentando em vão reproduzir o momento catártico que ele lhes trouxe. Uma crítica feroz à burguesia e à sociedade de consumo, com um final simplesmente devastador! Obra prima absoluta e imortal!
Uma bela adaptação da tragédia de Sófocles, com cenas antológicas e com uma estética bem peculiar e uma narrativa bastante autoral, tipicamente Pasoliniana. O final do filme, confuso para muitos, é apenas um retrato da jornada de Édipo nos tempos modernos, tornando-o de tal forma atemporal. Apesar de preferir seus filmes mais críticos, trata-se de um bom épico, digno do mestre italiano.
Dallas Buyers Club é o novo e magnífico trabalho do diretor Jean-Marc Vallée, jovem diretor de talento promissor. Sua direção ágil e competente é auxiliada por um roteiro irretocável. Mas, sejamos sinceros, o ponto alto do filme é mesmo as atuações inspiradas de seu elenco. Acho levemente exagerado o Globo de Ouro para Jared Leto, apesar de sua dedicação comovente, mas a performance de Matthew McConaughey é daquelas inesquecíveis, únicas na carreira de um ator. Verdade seja dita, McConaughey vem fazendo por merecer a estatueta dourada há alguns anos, emendando inúmeros papéis convincentes e, infelizmente, ignorados por parte da crítica especializada. Com Dallas Buyers Club o reconhecimento finalmente bateu à sua porta. Justíssimo, diga-se de passagem! Torcerei pela sua vitória no Oscar e, caso nao saia vitorioso, será uma daquelas vergonhosas injustiças cometidas pela Academia…
Nao é um Woody Allen dos mais inspirados, mas a atuação de Cate Blanchett é tao extraordinária que compensa qualquer defeito que o filme possa ter. Se o Oscar ousar nao premiá-la, será um escândalo histórico!
Muppets com um toque existencialista? Sim, "Muppets no espaço" apresenta um roteiro fantástico, que foge do lugar comum dos filmes realizados para o público infanto-juvenil. O astro desta vez nao é Caco nem Miss Piggy mas o bizarro Gonzo, personagem muito querido pelos fãs mas sempre secundário. Uma aposta arriscada, mas acertada, dando um novo fôlego aos Muppets no cinema. Apesar de nao ser nem de longe um dos filmes mais conhecidos dos Muppets, recomendo muitíssimo!
O melhor filme dos Muppets, o único a ser escrito e dirigido pelo genio Frank Oz. Miss Piggy está mais hilária do que nunca, as cenas de ciúmes, da perseguição de patins e na loja de cosméticos me fizeram quase cair no chão de tanto rir! Acho que mesmo quando eu estiver com 90 anos eu continuarei a amar os Muppets!
Pra ser sincero, gostei mais do making off do filme, recheado de entrevistas interessantíssimas do que o filme propriamente dito… O ponto alto da obra é, sem dúvidas, a atuaçao Oscarizada de Humphrey Bogart em um de seus melhores papéis, e a eterna diva Hepburn em um papel que mudaria sua carreira novamente. Apesar da história divertida, nunca chega a empolgar de verdade. Como dizia no início, bem mais interessante foi saber as curiosidades a respeito do set de filmagem, feito in loco na Africa, no completo caos que se instalou, nas milhares de doenças que toda a equipe enfrentou, na simplicidade incrível de Boggie, a dedicação de sua sempre presente esposa Lauren Bacall, nas excentricidades de Huston…
Como quase estragar um ótimo filme em seus últimos 5 minutos? Aprendam com "Fort Apache" e sua baboseira ideológica que, presente de forma ambigua durante todo o filme, é escancarada de forma desastrosa ao final da película. Na minha opinião, o filme teria se tornado uma obra prima incontestável, se houvesse terminado na mais bela cena do filme: o exato momento em que, sob o árido e empoeirado deserto, o chefe indigena crava sua lança ao solo, sob a figura austera do eterno cowboy John Wayne… Uma pena! Apesar do grave incidente, a obra é impecável em seus quesitos técnicos, como todo filme de Ford.
Um drama psicológico, reflexivo e, sobretudo, humano. William Holden com seu carisma de sempre, rouba todas as cenas em que aparece, Grace Kelly no melhor papel de sua curta carreira e agraciada com um Oscar levemente exagerado, e Bing Crosby na pele de um personagem odioso e manipulador, extremamente convincente. Obs:
Um belo filme de estréia de Carlos Cuarón. Mostra a difícil trajetória de vida de pessoas da classe trabalhadora em busca do sonho do sucesso, bem ao estilo American Dream.
Aos poucos, os irmaos se mostram ingenuos ao ponto de caírem em todas as costumeiras armadilhas do mundo capitalista: jogatina, drogas, dinheiro, belas mulheres, fama, etc.
Apesar da história ser em certos momentos previsível e até mesmo clichê, a direção de Cuarón se desenvolve de forma elegante e sensível ao drama dos dois irmaos, tudo isso sustentado pela atuação convincente e inspirada de Gael García Bernal e Diego Luna. Recomendo.
Um dos melhores filmes de Frank Capra, Mr. Smith goes to Washington é um profundo debate sobre o status quo da política Norte Americana e a influencia cada vez mais assustadora do quarto poder na opinião pública. Capra sempre teve o rótulo de fazer filmes exageradamente patrióticos, ufanistas, etc. Porém, apesar desses tantos "finais felizes", seus protagonistas quase sempre descem ao inferno até atingirem seus objetivos. Portanto, só depois de muita luta e sofrimento que os personagens Caprianos conseguem alcançar o pote de ouro no final do arco íris… Ah, e como é desnecessário louvar mais uma vez a brilhante performance de Jimmy Stewart, quero deixar minha menção honrosa à maravilhosa atuação de Jean Arthur, atriz preferida do diretor. Uma obra prima atemporal, que perdurará eterna e atual enquanto houver injustiças e esquemas escusos no mundo político. Portanto, acredito que ainda terá a mesma recepção nos cinéfilos de 2714 D.C.
Cabra Marcado Para Morrer
4.5 253 Assista AgoraCoutinho foi um genio do cinema nacional, e Cabra Marcado para Morrer é a prova!
O Estado das Coisas
4.1 35 Assista Agora"O Estado das Coisas" é daqueles filmes que, de tao perfeitos, me fazem ter plena certeza que o Cinema é a mais completa forma de expressão artística existente. Elogiar a fotografia nos filmes de Wim Wenders é chover no molhado, mas poucas vezes o diretor alemão conseguiu extrair cenas tao belas quanto as deste filme. A trilha sonora é um outro personagem da narrativa, permeando as imagens num tom soturno e desolador crescente, até seu final apoteótico.
Além disso, a obra é pura metalinguagem. Wenders sempre foi grande entusiasta em desnudar os mecanismos mais intrínsecos na arte de filmar, desde o processo criativo até as complicadas artimanhas que financiam o cinema. Em "O Estado das Coisas", Wenders adota um tom extremamente crítico e pessimista em relação ao futuro do cinema autoral. De fato, o filme, realizado no começo da década de 80, retrata bem o temor de cineastas que, assim como Wim Wenders, sempre procuraram imprimir um tom mais pessoal em suas obras. O cinema de entretenimento começava a engolir, de forma crescente e ininterrupta, o cinema-arte. Um processo que, infelizmente, nunca regrediu. Uma obra que deve ser levada a sério por toda a comunidade cinéfila e por todos aqueles que acreditam em um futuro melhor para a sétima arte. Sonhemos, mas também lutemos, mesmo que apenas envergando uma câmera na mao, como o fez Fritz, em um dos finais mais poéticos da história do cinema mundial.
A Letra Escarlate
3.2 12Preciso ver urgentemente a versão de Victor Sjöström de 1926 (que dizem ser excelente), pois a adaptação do Wim Wenders ficou muito abaixo do que eu esperava, assim como a fraca versão de 95 de Roland Joffé...
Um Truque de Luz
4.3 14Belíssima homenagem aos primórdios do Cinema e alguns de seus importantes criadores, infelizmente já esquecidos pelo tempo. Wenders nos mostra que a sétima arte, como todas as outras formas de expressão artística, nao pode, nem deve, ser creditado exclusivamente a alguém. A necessidade de se expressar por meio de imagens se fazia presente na alma de toda uma geração de corações inquietos. O filme é um verdadeiro legado e deveria ser incluído de forma obrigatória em qualquer escola de Cinema mundo afora…
47 Ronins
3.2 1,1K Assista AgoraO filme é em 3D? Juro que nao percebi...
Walt nos Bastidores de Mary Poppins
3.8 580 Assista AgoraCreio ser praticamente impossível nao se emocionar com o filme, para alguém que, como eu, tive em Mary Poppins como um dos filmes mais significativos de minha infância. Tom Hanks está ótimo como Walt Disney, mas Emma Thompson está simplesmente espetacular, tornando a ausência de seu nome nos indicados ao Oscar de melhor atriz uma das grandes injustiças do ano. Coisas do Oscar...
O Evangelho Segundo São Mateus
4.0 89"Nao julgueis que vim trazer a paz à Terra. Vim trazer nao a paz, mas a espada. Eu vim trazer a divisão entre filho e pai, entre filha e mae, entre nora e sogra. E os inimigos do homem serão as pessoas de sua própria casa. Quem ama o pai ou a mae mais do que a mim nao é digno de mim."
Pasolini, mostrando como só ele era capaz de diálogos tao lúgubres e misantropos, mesmo em se tratando de um filme bíblico…
Mas, apesar de cenas antológicas e com a sensibilidade peculiar de sua direção, a obra difere muito do restante de sua filmografia, sendo bastante heterogêneo neste sentido. Apesar de alguns diálogos mais fortes, e conhecendo o potencial de Pasolini, ainda mais por ele ter sido Ateu, esperava uma obra mais criticamente contundente em relação à Igreja, como tantas de suas obras posteriores. Mas, mesmo sendo um Pasolini menor, tem seus bons e válidos momentos.
A Grande Beleza
3.9 463 Assista Agora"Se Flaubert falhou em escrever um livro sobre o nada, como eu poderia?"
Muito obrigado Sorrentino, por me fazer reviver certas emoções que somente Fellini conseguia extrair de mim! Muitos já tentaram homenagea-lo, mas pouquíssimos conseguiram com tamanha leveza e poesia!
Grazie Mille! Grazie di cuore!
Mais e Melhores Blues
3.7 37 Assista AgoraApesar do roteiro meio capenga, o filme é integro e com a personalidade única de Spike Lee. Mas é inegável que o filme se sustenta mais pela trilha sonora esplendorosa do Brandford Marsalis Quartet e Terrence Blanchard! Simplesmente divino! E é sempre um prazer ver o Denzel Washington atuando, mesmo em começo de carreira ele já demonstrava o monstro que viria a ser.
O Gavião do Mar
3.8 11 Assista AgoraInfelizmente, o filme ficou muito datado ao passar dos anos… Uma trama previsível, apesar da direção competente de Curtiz. Errol Flynn faz o básico, já que sempre lhe coube representar papéis heróicos na telona, e Claude Rains em uma atuação morosa, bem diferente do esperado para um dos atores mais talentosos de sua época.
O Último Pistoleiro
3.7 49 Assista Agora"A minha igreja sao as montanhas e a solidão. Sem porta alguma."
Poucos atores conseguiram encerrar uma brilhante carreira com um filme que faria justiça ao seu legado. O grande Duke conseguiu. The Shootist é um western de altíssimo nível, com cenas memoráveis que nos remetem aos grandes clássicos do gênero. E o clima saudosista é inevitável, por saber que a maior lenda do cinema americano morreria pouco depois, num sublime momento em que a arte imitou a vida. E vice-versa.
Pocilga
3.7 43O filme mais experimental de Pasolini, criando um filme difícil e repleto de metáforas sobre a sociedade de consumo. Apesar de conseguir ver nas entrelinhas, o resultado final ficou muito a desejar, com uma trama confusa e que nao prende a atenção do espectador em nenhum momento. Até mesmo as grandiosas cenas antológicas típicas do mestre italiano ficaram ausentes em Pocilga. De positivo, a participação especial do queridíssimo Jean-Pierre Léaud.
Teorema
4.0 198Possivelmente o filme mais crítico e pessimista de seus filmes, Pasolini faz de Teorema um verdadeiro legado em forma de protesto contra o status quo. Porém, se formos além da superficie, o diretor ataca quase todas as instituições de nossa sociedade, passando pela Igreja, o Ensino convencional, a Família, a Sexualidade, e até mesmo a Arte. Cada personagem reage de forma distinta após a partida do visitante misterioso, tentando em vão reproduzir o momento catártico que ele lhes trouxe. Uma crítica feroz à burguesia e à sociedade de consumo, com um final simplesmente devastador! Obra prima absoluta e imortal!
Édipo Rei
3.8 53Uma bela adaptação da tragédia de Sófocles, com cenas antológicas e com uma estética bem peculiar e uma narrativa bastante autoral, tipicamente Pasoliniana. O final do filme, confuso para muitos, é apenas um retrato da jornada de Édipo nos tempos modernos, tornando-o de tal forma atemporal.
Apesar de preferir seus filmes mais críticos, trata-se de um bom épico, digno do mestre italiano.
Clube de Compras Dallas
4.3 2,8K Assista AgoraDallas Buyers Club é o novo e magnífico trabalho do diretor Jean-Marc Vallée, jovem diretor de talento promissor. Sua direção ágil e competente é auxiliada por um roteiro irretocável. Mas, sejamos sinceros, o ponto alto do filme é mesmo as atuações inspiradas de seu elenco. Acho levemente exagerado o Globo de Ouro para Jared Leto, apesar de sua dedicação comovente, mas a performance de Matthew McConaughey é daquelas inesquecíveis, únicas na carreira de um ator. Verdade seja dita, McConaughey vem fazendo por merecer a estatueta dourada há alguns anos, emendando inúmeros papéis convincentes e, infelizmente, ignorados por parte da crítica especializada. Com Dallas Buyers Club o reconhecimento finalmente bateu à sua porta. Justíssimo, diga-se de passagem! Torcerei pela sua vitória no Oscar e, caso nao saia vitorioso, será uma daquelas vergonhosas injustiças cometidas pela Academia…
Blue Jasmine
3.7 1,7K Assista AgoraNao é um Woody Allen dos mais inspirados, mas a atuação de Cate Blanchett é tao extraordinária que compensa qualquer defeito que o filme possa ter. Se o Oscar ousar nao premiá-la, será um escândalo histórico!
Muppets do Espaço
3.3 19 Assista AgoraMuppets com um toque existencialista? Sim, "Muppets no espaço" apresenta um roteiro fantástico, que foge do lugar comum dos filmes realizados para o público infanto-juvenil. O astro desta vez nao é Caco nem Miss Piggy mas o bizarro Gonzo, personagem muito querido pelos fãs mas sempre secundário. Uma aposta arriscada, mas acertada, dando um novo fôlego aos Muppets no cinema. Apesar de nao ser nem de longe um dos filmes mais conhecidos dos Muppets, recomendo muitíssimo!
Os Muppets Conquistam Nova York
3.4 61 Assista AgoraO melhor filme dos Muppets, o único a ser escrito e dirigido pelo genio Frank Oz. Miss Piggy está mais hilária do que nunca, as cenas de ciúmes, da perseguição de patins e na loja de cosméticos me fizeram quase cair no chão de tanto rir! Acho que mesmo quando eu estiver com 90 anos eu continuarei a amar os Muppets!
Ensina-me a Viver
4.3 873 Assista Agora- "Maude? Voce reza?"
- "Rezar? Nao. Eu me comunico."
- "Com Deus?"
- "Com a vida."
Uma Aventura na África
3.7 99Pra ser sincero, gostei mais do making off do filme, recheado de entrevistas interessantíssimas do que o filme propriamente dito… O ponto alto da obra é, sem dúvidas, a atuaçao Oscarizada de Humphrey Bogart em um de seus melhores papéis, e a eterna diva Hepburn em um papel que mudaria sua carreira novamente. Apesar da história divertida, nunca chega a empolgar de verdade. Como dizia no início, bem mais interessante foi saber as curiosidades a respeito do set de filmagem, feito in loco na Africa, no completo caos que se instalou, nas milhares de doenças que toda a equipe enfrentou, na simplicidade incrível de Boggie, a dedicação de sua sempre presente esposa Lauren Bacall, nas excentricidades de Huston…
Sangue de Heróis
3.9 35 Assista AgoraComo quase estragar um ótimo filme em seus últimos 5 minutos? Aprendam com "Fort Apache" e sua baboseira ideológica que, presente de forma ambigua durante todo o filme, é escancarada de forma desastrosa ao final da película. Na minha opinião, o filme teria se tornado uma obra prima incontestável, se houvesse terminado na mais bela cena do filme: o exato momento em que, sob o árido e empoeirado deserto, o chefe indigena crava sua lança ao solo, sob a figura austera do eterno cowboy John Wayne…
Uma pena! Apesar do grave incidente, a obra é impecável em seus quesitos técnicos, como todo filme de Ford.
Amar é Sofrer
3.6 35Um drama psicológico, reflexivo e, sobretudo, humano. William Holden com seu carisma de sempre, rouba todas as cenas em que aparece, Grace Kelly no melhor papel de sua curta carreira e agraciada com um Oscar levemente exagerado, e Bing Crosby na pele de um personagem odioso e manipulador, extremamente convincente.
Obs:
Será que somente eu torcia fervorosamente para que a personagem de Grace Kelly terminasse com o Holden?
Rudo e Cursi - A Vida é uma Viagem
3.5 63 Assista AgoraUm belo filme de estréia de Carlos Cuarón. Mostra a difícil trajetória de vida de pessoas da classe trabalhadora em busca do sonho do sucesso, bem ao estilo American Dream.
Aos poucos, os irmaos se mostram ingenuos ao ponto de caírem em todas as costumeiras armadilhas do mundo capitalista: jogatina, drogas, dinheiro, belas mulheres, fama, etc.
A Mulher Faz o Homem
4.3 171 Assista AgoraUm dos melhores filmes de Frank Capra, Mr. Smith goes to Washington é um profundo debate sobre o status quo da política Norte Americana e a influencia cada vez mais assustadora do quarto poder na opinião pública. Capra sempre teve o rótulo de fazer filmes exageradamente patrióticos, ufanistas, etc. Porém, apesar desses tantos "finais felizes", seus protagonistas quase sempre descem ao inferno até atingirem seus objetivos. Portanto, só depois de muita luta e sofrimento que os personagens Caprianos conseguem alcançar o pote de ouro no final do arco íris…
Ah, e como é desnecessário louvar mais uma vez a brilhante performance de Jimmy Stewart, quero deixar minha menção honrosa à maravilhosa atuação de Jean Arthur, atriz preferida do diretor.
Uma obra prima atemporal, que perdurará eterna e atual enquanto houver injustiças e esquemas escusos no mundo político. Portanto, acredito que ainda terá a mesma recepção nos cinéfilos de 2714 D.C.