Uma coisa que reparei e que me faz gostar muito mais do filme, é que além dele aceitar suas próprias limitações, ele consegue transverter esse fator em combustível, diria até que em um princípio vital, o que o torna magistralmente poderoso. Incrível a força que possui em tão pouco tempo de duração. E revendo depois de anos, continua muito perturbador e impressionante.
Um trabalho que se mostra sensível até mesmo em suas mais delicadas e difíceis nuances. Redford explicita sua visão humanista sobre uma família destroçada pelo luto e pelo sentimento de culpa, onde as aparências se sobressaem aos íntimos e dolorosos dilemas de cada um. Um filme tão bonito e sincero que chega a doer. É a vida de pessoas comuns, de gente como a gente. E de certa forma, da sociedade de maneira geral.
Acho que a motivação central do longa é mal explorada de maneira geral, e a transição de foco narrativo acaba prejudicando um pouco o filme quando o analisamos como um todo. E isso reflete um tanto no seu terceiro ato e, consequentemente, no seu desfecho, que é corrido e por conta disso, um pouco anticlimático. Mas acho que é bem proveitoso o estudo de personagem à parte que é feito ao seu protagonista - a relação dele com seus pensamentos e o seu relacionamento com Maï - funciona e dá uma certa consistência ao filme. Este que, por mais que flua até certo ponto, não teria a mesma força sem a atuação principal.
Me surpreendeu absurdamente a abordagem escolhida para contar essas histórias, o dinamismo de colocar aqueles personagens como se estivessem dando um depoimento à algum policial determina um ar diferente a um tema já tão batido. É como se em cada olhar, cada relato, reside um verdadeiro mar de complexidades. E é aí que está o grande trunfo do filme. Por mais incontestáveis que sejam as diversas obras sobre a Segunda Guerra Mundial, a maioria sempre acaba se repetindo. Coisa que não acontece aqui. “Paraíso” se mostra um exercício interessante ao focar principalmente no cotidiano mais humilde de pessoas em tempos de guerra. E a forma que o diretor escolheu para analisar diversas camadas de um mesmo tema, foi ímpar. Um retrato intimista e minucioso sobre o sofrimento humano.
A delicadeza praticamente taciturna do longa propõe muito mais uma percepção abstrata sobre o que se está assistindo do que qualquer outra coisa. É aí que está a verdadeira essência desse trabalho incrível de Kim Ki-duk: o que pouco se diz em palavras, muito se sente por gestos e olhares. É como se fosse um filme para assistir primordialmente com a alma.
Desenvolve uma atmosfera de tensão eficiente da metade para o fim que destoa completamente de todo seu primeiro ato, que é pouco fluido e que demora à engrenar. O bom é que quando o filme entra nos trilhos, se transforma em um drama sobre a luta pela vida. E tudo isso em conjunto de um sentimento agonizante e desesperador estimulado pela versatilidade imposta do seu roteiro, que transita muito bem entre dois gêneros distintos que acabam se complementando. E toda essa aflição é muito palpável à quem assiste.
Apesar de não aprofundar muito na questão espacial na Guerra Fria e focar mais na questão prática em si, “Primeira Vez” se mostra eficiente ao escolher direcionar sua proposta mais no jogo narrativo ao invés de tentar tratar do lado político que envolvia a URSS e os EUA. O resultado é bem satisfatório.
Me incomoda um pouco esse aspecto novelesco e engessado que paira sobre a narrativa e as atuações, o que acaba influenciando até mesmo na própria ambientação. E entendo que seja uma questão de época e que não havia tanto apuro técnico naquele tempo pra sustentar situações mais realistas, mas mesmo assim, é bem eficiente em alguns momentos. E passa a mensagem de forma didática e bem fluida, apesar dos problemas que possui.
Ao final, o corte entre a dura realidade social que vivia o país em 1970 e a alegria do tricampeonato mundial exemplifica bem a alienação que existia perante acontecimentos tão desumanos. Aquilo era o Brasil.
São nas cenas silenciosas e contemplativas que percebemos a solidão e o resultado de uma vida vivida nos bastidores, do protagonista que por uma decisão que reflete um problema enraizado na nossa sociedade, se tornou um mero coadjuvante.
Acho que por isso gostei tanto do desfecho, que apesar de parecer um pouco fantasioso, deixa um gostinho de esperança e otimismo depois de tanto sofrimento.
Um trabalho que, por mais simplório que possa parecer, carrega consigo uma sensibilidade sem tamanho.
Acredito que vá muito além de um simples drama policial. É um filme que abrange as questões institucionais ao ponto de equipararmos dois completos opostos da sociedade, a polícia e a máfia. E digo isso porque ambas agem de forma impulsiva, sem consciência e discernimento. Em sua essência, basicamente andam juntas. Nesse contexto, a figura do capitão White (Mickey Rourke incrível) destoa como um incansável homem em busca de justiça e ordem, o sentimento de pacificação em um lugar instável é palpável em seus olhos. Mas a consequência de seus atos e da sua insaciável vontade de chegar ao núcleo da organização que investiga é dolorosa. Ele perde praticamente tudo aquilo que sempre deu valor, não só no âmbito profissional, mas também no pessoal. O que fica é apenas a deturpação moral e humana do mesmo, que percebe ser apenas uma pequena engrenagem de um mundo no qual ele não possui nenhum controle. E o mesmo, no fim das contas, ele nota na em seu inimigo. Não há maneiras de impedir.
Mesmo sabendo da história e dos acontecimentos que se seguiram, eu sinceramente não esperava que fosse ser tão contundente e perturbador. Acho que boa parte desse sentimento vem da tentativa falha em tentar entender o motivo de tamanha desumanidade, de situações tão asquerosas e horríveis cometidas por outros seres humanos. É algo inimaginável. E o filme matura tão bem o sofrimento e a instabilidade de seus personagens que a abordagem acaba se expandindo para mais de uma diretriz. Além da questão da ditadura e das torturas, existe o cuidado em articular as consequências psicológicas que aqueles atos proporcionaram na vida de Tito depois de sair do Brasil, e isso me surpreendeu muito, mas muito mesmo.
E outra coisa incrível é que ele toma o seu devido tempo pra expor a conjuntura, vincular o espectador aos protagonistas, nos tirar da zona de conforto com a dura realidade para depois nos arrebatar com o que, consequentemente, acaba se mostrando um rico e complexo estudo de personagens, um retrato visceral sobre a barbárie.
Até certo ponto trabalha bem a articulação de sua trama principal, mas aos poucos vai perdendo a força. Sem contar que pouco desenvolve suas subtramas de forma eficiente, algumas situações simplesmente se esvaem. Ainda que o filme decline muito da metade pro fim, consegue impor uma ambientação de época justa e uma intensidade interessante na primeira metade. Tinha potencial para ser muito maior, mas ficou na regularidade.
Razão e emoção colidem em um drama sensível e doloroso sobre o mais forte dos sentimentos: o amor.
Há uma passagem no filme em que Francesca diz para Robert: “nós somos a soma das escolhas que fazemos”, pode ser que isso nos defina de uma certa forma, mas nem sempre essas escolhas definem o que está guardado lá no âmago, no fundo do coração. Daqueles filmes que tocam a alma e perpetuam em nossa mente.
Não sei o que dizer... nem sentir. Fazia tempo que não via algo tão mau montado, pobre e sem alma. Chega a ser surpreendente o tanto que é ruim. Um verdadeiro catado.
Além do filme pouco desenvolver as motivações e as suas consequências, ele exagera nos próprios exageros. Tá, podem falar que é proposital, mas só isso não basta. E o final... meu deus. Um show de horrores completo.
Intensamente bem orquestrado em volta de um caso que coloca o amor de uma filha por seu pai ante a possibilidade do mesmo ser uma pessoa completamente diferente da que ela conhece, um criminoso de guerra. E a dúvida dolorosa se tornar a mais dura realidade é encarnada de forma magistral por Jessica Lange. É um drama que consegue flertar até mesmo com o thriller, e transita entre os dois gêneros sempre deixando que um complemente o outro. Ainda que seja bem esquemático comparado a outros trabalhos do diretor, “Muito Mais que um Crime” aborda um tema delicado sem se deixar cair em maneirismos ou padrões, sustentando sua ideia central e articulando bem a complexidade de seus personagens.
"É tarde demais para mudar o que aconteceu mas nunca é tarde demais para lembrar o que houve."
Expande muito bem um olhar sobre o drama pessoal de um homem desesperado e sem perspectiva e transforma esse sofrimento em um completo circo midiático feroz e tendencioso. A exploração da tragédia alheia sendo colocada acima da dignidade e do bom senso visando a audiência e o lucro. E a consequência, por vezes, pode ser desastrosa. O problema é que essa consequência atinge sempre o lado frágil da situação: o ser humano.
O que mais me surpreende aqui é a capacidade que o diretor tem de conseguir dosar a temática e a construção dramática para que no fim tudo seja naturalmente coeso - algo que ao meu ver beira a perfeição - e que muito se deve também à força imposta pelas atuações de Lemmon e Spacek. Além de acompanharmos a barbárie que acontecia ali, também vivenciamos o drama familiar que vai aflorando conforme o filme desenvolve. E em suas diversas camadas, fica a impressão que cada decisão tomada aqui é acertada.
Um filme que ultrapassa as barreiras da coragem. Uma denuncia incisiva sobre o terror vivido no Chile sob a ditadura de Pinochet. É daqueles trabalhos que soam primordiais para que algumas pessoas entendam o absurdo cometido naqueles tempos. E, acima de tudo, para que isso jamais se repita.
O domínio temático do diretor é amplo e consegue ditar a consistência narrativa necessária pra sustentar toda a carga densa que permeia o filme.
Costa Gavras com seu sempre poderoso e contundente cinema político, denuncia os abusos e perseguições perpetuadas pelas ditaduras militares que governaram a américa latina na década de 70. E o faz de maneira pontual, certeira e acima de tudo, corajosa.
“Um fascista em seu próprio país é um fascista em todo lugar.”
Sensacional a forma como Woody Allen edifica a questão da culpa e a transforma em um fator que dita as diretrizes narrativas e morais do filme. A linha tênue entre negação e trauma representados por personagens complexos e repletos de dilemas. No fim das contas, sabemos que de um jeito ou de outro, o desastre é certo.
Até determinada cena, assistimos a uma comédia de humor negro que claramente busca aproximar o espectador de seu protagonista, um homem engraçado e descontraído, apesar das atrocidades que comete. E nos envolvemos, o vínculo é realmente criado e parece que o que iremos assistir é uma espécie de sátira bem humorada sobre um assassino em série. Depois que essa cena chega, o filme se transforma. O que antes tinha graça, passa a não ter mais. E sem que percebamos, nos tornamos verdadeiros cúmplices de tamanha barbárie. O filme se torna uma crítica assustadora ao desejo do espectador em assistir a tragédia para algum tipo de satisfação própria, o contraponto narrativo apresentado aqui é absolutamente genial.
Assim como em “Funny Games” de Michael Haneke, os diretores aqui brincam com a expectativa do público, nos deixando totalmente chocados com a forma como nos comportamos algumas vezes diante de determinadas situações propositivas de roteiro. E talvez a moral dúbia das intenções tenham me deixado um tanto cético com o resultado final, mesmo gostando bastante. Bem surpreendente.
A ganância e a força do dinheiro como protagonistas em uma odisséia de destruição e mortes, tanto humana quanto cultural. O que fica é a reflexão sobre a força do capital e, consequentemente, do imperialismo perante um povo corrompido pelo sentimento de vingança.
O Massacre da Serra Elétrica
3.7 1K Assista AgoraUma coisa que reparei e que me faz gostar muito mais do filme, é que além dele aceitar suas próprias limitações, ele consegue transverter esse fator em combustível, diria até que em um princípio vital, o que o torna magistralmente poderoso. Incrível a força que possui em tão pouco tempo de duração. E revendo depois de anos, continua muito perturbador e impressionante.
Gente Como a Gente
3.8 142 Assista AgoraUm trabalho que se mostra sensível até mesmo em suas mais delicadas e difíceis nuances. Redford explicita sua visão humanista sobre uma família destroçada pelo luto e pelo sentimento de culpa, onde as aparências se sobressaem aos íntimos e dolorosos dilemas de cada um. Um filme tão bonito e sincero que chega a doer. É a vida de pessoas comuns, de gente como a gente. E de certa forma, da sociedade de maneira geral.
Os Confins do Mundo
3.4 13 Assista AgoraAcho que a motivação central do longa é mal explorada de maneira geral, e a transição de foco narrativo acaba prejudicando um pouco o filme quando o analisamos como um todo. E isso reflete um tanto no seu terceiro ato e, consequentemente, no seu desfecho, que é corrido e por conta disso, um pouco anticlimático. Mas acho que é bem proveitoso o estudo de personagem à parte que é feito ao seu protagonista - a relação dele com seus pensamentos e o seu relacionamento com Maï - funciona e dá uma certa consistência ao filme. Este que, por mais que flua até certo ponto, não teria a mesma força sem a atuação principal.
Paraíso
3.8 20 Assista AgoraMe surpreendeu absurdamente a abordagem escolhida para contar essas histórias, o dinamismo de colocar aqueles personagens como se estivessem dando um depoimento à algum policial determina um ar diferente a um tema já tão batido. É como se em cada olhar, cada relato, reside um verdadeiro mar de complexidades. E é aí que está o grande trunfo do filme. Por mais incontestáveis que sejam as diversas obras sobre a Segunda Guerra Mundial, a maioria sempre acaba se repetindo. Coisa que não acontece aqui. “Paraíso” se mostra um exercício interessante ao focar principalmente no cotidiano mais humilde de pessoas em tempos de guerra. E a forma que o diretor escolheu para analisar diversas camadas de um mesmo tema, foi ímpar. Um retrato intimista e minucioso sobre o sofrimento humano.
Casa Vazia
4.2 411A delicadeza praticamente taciturna do longa propõe muito mais uma percepção abstrata sobre o que se está assistindo do que qualquer outra coisa. É aí que está a verdadeira essência desse trabalho incrível de Kim Ki-duk: o que pouco se diz em palavras, muito se sente por gestos e olhares. É como se fosse um filme para assistir primordialmente com a alma.
Spacewalker - Rumo ao Desconhecido
3.8 23Desenvolve uma atmosfera de tensão eficiente da metade para o fim que destoa completamente de todo seu primeiro ato, que é pouco fluido e que demora à engrenar. O bom é que quando o filme entra nos trilhos, se transforma em um drama sobre a luta pela vida. E tudo isso em conjunto de um sentimento agonizante e desesperador estimulado pela versatilidade imposta do seu roteiro, que transita muito bem entre dois gêneros distintos que acabam se complementando. E toda essa aflição é muito palpável à quem assiste.
Apesar de não aprofundar muito na questão espacial na Guerra Fria e focar mais na questão prática em si, “Primeira Vez” se mostra eficiente ao escolher direcionar sua proposta mais no jogo narrativo ao invés de tentar tratar do lado político que envolvia a URSS e os EUA. O resultado é bem satisfatório.
Pra Frente, Brasil
3.7 76Me incomoda um pouco esse aspecto novelesco e engessado que paira sobre a narrativa e as atuações, o que acaba influenciando até mesmo na própria ambientação. E entendo que seja uma questão de época e que não havia tanto apuro técnico naquele tempo pra sustentar situações mais realistas, mas mesmo assim, é bem eficiente em alguns momentos. E passa a mensagem de forma didática e bem fluida, apesar dos problemas que possui.
Ao final, o corte entre a dura realidade social que vivia o país em 1970 e a alegria do tricampeonato mundial exemplifica bem a alienação que existia perante acontecimentos tão desumanos. Aquilo era o Brasil.
Ninguém Sabe que Estou Aqui
3.5 145 Assista AgoraSão nas cenas silenciosas e contemplativas que percebemos a solidão e o resultado de uma vida vivida nos bastidores, do protagonista que por uma decisão que reflete um problema enraizado na nossa sociedade, se tornou um mero coadjuvante.
Acho que por isso gostei tanto do desfecho, que apesar de parecer um pouco fantasioso, deixa um gostinho de esperança e otimismo depois de tanto sofrimento.
Um trabalho que, por mais simplório que possa parecer, carrega consigo uma sensibilidade sem tamanho.
O Ano do Dragão
3.6 50 Assista AgoraAcredito que vá muito além de um simples drama policial. É um filme que abrange as questões institucionais ao ponto de equipararmos dois completos opostos da sociedade, a polícia e a máfia. E digo isso porque ambas agem de forma impulsiva, sem consciência e discernimento. Em sua essência, basicamente andam juntas. Nesse contexto, a figura do capitão White (Mickey Rourke incrível) destoa como um incansável homem em busca de justiça e ordem, o sentimento de pacificação em um lugar instável é palpável em seus olhos. Mas a consequência de seus atos e da sua insaciável vontade de chegar ao núcleo da organização que investiga é dolorosa. Ele perde praticamente tudo aquilo que sempre deu valor, não só no âmbito profissional, mas também no pessoal. O que fica é apenas a deturpação moral e humana do mesmo, que percebe ser apenas uma pequena engrenagem de um mundo no qual ele não possui nenhum controle. E o mesmo, no fim das contas, ele nota na em seu inimigo. Não há maneiras de impedir.
Batismo de Sangue
4.0 223 Assista AgoraMesmo sabendo da história e dos acontecimentos que se seguiram, eu sinceramente não esperava que fosse ser tão contundente e perturbador. Acho que boa parte desse sentimento vem da tentativa falha em tentar entender o motivo de tamanha desumanidade, de situações tão asquerosas e horríveis cometidas por outros seres humanos. É algo inimaginável. E o filme matura tão bem o sofrimento e a instabilidade de seus personagens que a abordagem acaba se expandindo para mais de uma diretriz. Além da questão da ditadura e das torturas, existe o cuidado em articular as consequências psicológicas que aqueles atos proporcionaram na vida de Tito depois de sair do Brasil, e isso me surpreendeu muito, mas muito mesmo.
E outra coisa incrível é que ele toma o seu devido tempo pra expor a conjuntura, vincular o espectador aos protagonistas, nos tirar da zona de conforto com a dura realidade para depois nos arrebatar com o que, consequentemente, acaba se mostrando um rico e complexo estudo de personagens, um retrato visceral sobre a barbárie.
As palavras até fogem.
O Dia que Durou 21 Anos
4.3 226“Tudo isso foi feito em nome da democracia, supostamente.”
Ah, os EUA e suas lutas pela liberdade... cômico se não fosse trágico.
Vermelho Sol
3.4 22Até certo ponto trabalha bem a articulação de sua trama principal, mas aos poucos vai perdendo a força. Sem contar que pouco desenvolve suas subtramas de forma eficiente, algumas situações simplesmente se esvaem. Ainda que o filme decline muito da metade pro fim, consegue impor uma ambientação de época justa e uma intensidade interessante na primeira metade. Tinha potencial para ser muito maior, mas ficou na regularidade.
As Pontes de Madison
4.2 843 Assista AgoraRazão e emoção colidem em um drama sensível e doloroso sobre o mais forte dos sentimentos: o amor.
Há uma passagem no filme em que Francesca diz para Robert: “nós somos a soma das escolhas que fazemos”, pode ser que isso nos defina de uma certa forma, mas nem sempre essas escolhas definem o que está guardado lá no âmago, no fundo do coração. Daqueles filmes que tocam a alma e perpetuam em nossa mente.
Boneco de Neve
2.4 462 Assista AgoraNão sei o que dizer... nem sentir. Fazia tempo que não via algo tão mau montado, pobre e sem alma. Chega a ser surpreendente o tanto que é ruim. Um verdadeiro catado.
Bala Perdida
3.2 114 Assista AgoraAlém do filme pouco desenvolver as motivações e as suas consequências, ele exagera nos próprios exageros. Tá, podem falar que é proposital, mas só isso não basta. E o final... meu deus. Um show de horrores completo.
Muito Mais que um Crime
3.8 37Intensamente bem orquestrado em volta de um caso que coloca o amor de uma filha por seu pai ante a possibilidade do mesmo ser uma pessoa completamente diferente da que ela conhece, um criminoso de guerra. E a dúvida dolorosa se tornar a mais dura realidade é encarnada de forma magistral por Jessica Lange. É um drama que consegue flertar até mesmo com o thriller, e transita entre os dois gêneros sempre deixando que um complemente o outro. Ainda que seja bem esquemático comparado a outros trabalhos do diretor, “Muito Mais que um Crime” aborda um tema delicado sem se deixar cair em maneirismos ou padrões, sustentando sua ideia central e articulando bem a complexidade de seus personagens.
"É tarde demais para mudar o que aconteceu mas nunca é tarde demais para lembrar o que houve."
O Capital
3.8 96“O dinheiro é um cão que não pede carinho, lance a bola cada vez mais longe e ele a traz, indefinidamente.”
O Quarto Poder
3.8 131Expande muito bem um olhar sobre o drama pessoal de um homem desesperado e sem perspectiva e transforma esse sofrimento em um completo circo midiático feroz e tendencioso. A exploração da tragédia alheia sendo colocada acima da dignidade e do bom senso visando a audiência e o lucro. E a consequência, por vezes, pode ser desastrosa. O problema é que essa consequência atinge sempre o lado frágil da situação: o ser humano.
Desaparecido - Um Grande Mistério
4.1 84O que mais me surpreende aqui é a capacidade que o diretor tem de conseguir dosar a temática e a construção dramática para que no fim tudo seja naturalmente coeso - algo que ao meu ver beira a perfeição - e que muito se deve também à força imposta pelas atuações de Lemmon e Spacek. Além de acompanharmos a barbárie que acontecia ali, também vivenciamos o drama familiar que vai aflorando conforme o filme desenvolve. E em suas diversas camadas, fica a impressão que cada decisão tomada aqui é acertada.
Um filme que ultrapassa as barreiras da coragem. Uma denuncia incisiva sobre o terror vivido no Chile sob a ditadura de Pinochet. É daqueles trabalhos que soam primordiais para que algumas pessoas entendam o absurdo cometido naqueles tempos. E, acima de tudo, para que isso jamais se repita.
Costa-Gavras é gigante!
Estado de Sítio
4.3 39O domínio temático do diretor é amplo e consegue ditar a consistência narrativa necessária pra sustentar toda a carga densa que permeia o filme.
Costa Gavras com seu sempre poderoso e contundente cinema político, denuncia os abusos e perseguições perpetuadas pelas ditaduras militares que governaram a américa latina na década de 70. E o faz de maneira pontual, certeira e acima de tudo, corajosa.
“Um fascista em seu próprio país é um fascista em todo lugar.”
O Sonho de Cassandra
3.4 231 Assista AgoraSensacional a forma como Woody Allen edifica a questão da culpa e a transforma em um fator que dita as diretrizes narrativas e morais do filme. A linha tênue entre negação e trauma representados por personagens complexos e repletos de dilemas. No fim das contas, sabemos que de um jeito ou de outro, o desastre é certo.
Aconteceu Perto da Sua Casa
3.8 102Até determinada cena, assistimos a uma comédia de humor negro que claramente busca aproximar o espectador de seu protagonista, um homem engraçado e descontraído, apesar das atrocidades que comete. E nos envolvemos, o vínculo é realmente criado e parece que o que iremos assistir é uma espécie de sátira bem humorada sobre um assassino em série. Depois que essa cena chega, o filme se transforma. O que antes tinha graça, passa a não ter mais. E sem que percebamos, nos tornamos verdadeiros cúmplices de tamanha barbárie. O filme se torna uma crítica assustadora ao desejo do espectador em assistir a tragédia para algum tipo de satisfação própria, o contraponto narrativo apresentado aqui é absolutamente genial.
Assim como em “Funny Games” de Michael Haneke, os diretores aqui brincam com a expectativa do público, nos deixando totalmente chocados com a forma como nos comportamos algumas vezes diante de determinadas situações propositivas de roteiro. E talvez a moral dúbia das intenções tenham me deixado um tanto cético com o resultado final, mesmo gostando bastante. Bem surpreendente.
Destacamento Blood
3.8 448 Assista Agora“SHIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIT”
Pássaros de Verão
4.0 77A ganância e a força do dinheiro como protagonistas em uma odisséia de destruição e mortes, tanto humana quanto cultural. O que fica é a reflexão sobre a força do capital e, consequentemente, do imperialismo perante um povo corrompido pelo sentimento de vingança.
Ciro Guerra acertou em cheio mais uma vez.